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Blog da Ana - 1000 dias

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Baía de Camamu e Luau no Mutá

Brasil, Bahia, Barra Grande (Península do Maraú)

Tradicional jogo de futebol no fim de tarde na Ponta do Mutá, em Barra Grande, na Península do Maraú - BA

Tradicional jogo de futebol no fim de tarde na Ponta do Mutá, em Barra Grande, na Península do Maraú - BA


Dia dedicado à baía de Camamu. A nossa pousada, muito pró-ativa, já havia até reservado o passeio para nós, que havíamos pedido informações. Lugar garantido na escuna da Pontal da Baleia, seguimos viagem agora de barco.

O passeio de escuna é aquela coisa, sempre importante que:

1 - A música da escuna tem que ter bom gosto e estar em uma altura confortável.
2 - A escuna não deve estar cheia,
3 - Se estiver, que seja de pessoas discretas e tranqüilas,
4 - Se não forem discretas e tranqüilas, então que sejam simpáticas e engraçadas!

Nossa escuna na Coroa Vermelha, na Baía de Camamu - BA

Nossa escuna na Coroa Vermelha, na Baía de Camamu - BA


BINGO! Nossa escuna não estava tão cheia não, mas ela também não era muito grande. Eram 12 pessoas que iriam compartilhar conosco belos momentos na Baía de Camamu, passando pela Coroa Vermelha, Ilha da Pedra Furada, Ilha do Goió, Ilha do Sapinho e Ilha do Campinho.

Pequena praia na Baía de Camamu - BA

Pequena praia na Baía de Camamu - BA


Destas 12 pessoas, 4 delas nós conhecemos já na pousada, mineiros de Governador Valadares. Giovani, Ginaldo, Mateus e Khoyó, “vulgo” Vovô. Curiosos com a viagem a conversa já começou a esquentar e imaginem se a rivalidade entre os Galos e o Cruzeirense do Rodrigo não pegou fogo!?! Foi uma loucura, nunca tinha ouvido tantas piadas.

O banco de areia Coroa Vermelha, na Baía de Camamu - BA

O banco de areia Coroa Vermelha, na Baía de Camamu - BA


A primeira parada foi na Coroa Vermelha, banco de areia que se formou há 13 anos e mesmo com tão pouco tempo tem muita história para contar. A primeira que escutamos é que um nativo malandro logo se intitulou dono da “nova” terra e espertamente a vendeu a um belga, que acabou tendo a construção da sua casa embargada pelo Ibama, já que o local é dormitório de muitas garças. Quando fomos confirmar a história com o mestre da nossa embarcação a versão que ele nos contou foi diferente. Um nativo viu a coroa e resolveu logo plantar um coqueiro ali e montou sua barraquinha para vender água e cerveja aos barcos que passavam no verão. Bel (e não o belga), Bel sabem? Do Chiclete com Banana? Sim, ele mesmo. Ele teria oferecido uns trocados ao amigo vendedor para que a areia toda fosse dele e assim foi. Logo começou a construir e a primeira coisa que fez foi o píer no canto da ilha, que logo foi embargado pelo Ibama. Pelo menos o final das duas histórias é igual e, para nós, é muito feliz!

a ilha de Pedra Furada, na Baía de Camamu - BA

a ilha de Pedra Furada, na Baía de Camamu - BA


A Ilha da Pedra Furada é uma pequena ilha particular que cobra dois reais para o desembarque. Águas limpas e a formação rochosa curiosa da pedra furada fazem desta ilha um lugar especial.

a ilha de Pedra Furada, na Baía de Camamu - BA

a ilha de Pedra Furada, na Baía de Camamu - BA


Não demorou muito para conhecermos os outros casais do barco, Pepita e Moises, casal de baianos recém-casados comemorando a lua de mel. Eles casaram no domingo e Pepita foi votar vestida de noiva mesmo, ficou até famosa, pois apareceu no fantástico dando o exemplo de civilidade! Guto músico paulista e Carol designer de Joinville, ambos vivem em São Paulo e estão aqui tentando ajustar o ritmo frenético à tranqüilidade baiana.

Pequena ilha na Baía de Camamu - BA

Pequena ilha na Baía de Camamu - BA


Uma parada estratégica na paradisíaca Ilha do Goió, suas areias rasas e brancas fazem a água da baia que já é clara ficar ainda mais transparente! A ilha possui 3 fontes de água doce e até um manguezal. Pena não podermos ficar um pouco mais para caminhar até lá, conhecer de perto as fontes que abastecem a região.

Pequena ilha na Baía de Camamu - BA

Pequena ilha na Baía de Camamu - BA


Atravessamos o estreito canal entre a Ilha do Goió e a Ilha do Sapinho, onde almoçamos e começamos a descobrir os dotes musicais da moçada do barco. Uma moqueca de peixe e muita moda de viola cantada pelo Giovani, que almoço delicioso!

Almoçando na Baía de Camamu - BA, com nossos amigos mineiros

Almoçando na Baía de Camamu - BA, com nossos amigos mineiros


Uma última parada para um banho na Ilha do Campinho, ao lado de onde foi construído um porto para escoamento de grãos e abandonado pelo governo antes mesmo de entrar em funcionamento. Menos mau, assim esse paraíso fica ali, quase intocado.

Saltando da escuna na Baía de Camamu - BA

Saltando da escuna na Baía de Camamu - BA


A esta altura do campeonato, mineiros, baianos, sulistas e paulistanos já estavam todos amigos, aquela farra! Combinamos todos de nos encontrar na Ponta do Mutá para ver o sol se por novamente, em frente à pousada em que Guto e Carol estavam hospedados. Ontem eu havia ficado curiosa com uma baita fogueira que estava ali montada, mas o pessoal do bar que eu estava disse que era enfeite, que qualquer dia poderia ser acesa. Foi quando vi Guto falando com os seus amigos da pousada que queira acendê-la hoje! Tinha sido feita em homenagem ao seu aniversário! Foi o sol baixar mais um pouquinho que a moda de viola voltou a embalar o final da tarde e a nossa noite.

Nossa turma da escuna reunida para o pôr-do-sol na Ponta do Mutá, em Barra Grande, na Península do Maraú - BA

Nossa turma da escuna reunida para o pôr-do-sol na Ponta do Mutá, em Barra Grande, na Península do Maraú - BA


À luz da fogueira tivemos um luau de lua nova na Ponta do Mutá! Nossos amigos mineiros e o Guto deram um show no violão enquanto eu e Carol matraqueávamos sobre a vida. Foi delicioso... tive que ficar, até tomar coragem de cantar!

Fogueira e cantoria na Ponta do Mutá, em Barra Grande, na Península do Maraú - BA

Fogueira e cantoria na Ponta do Mutá, em Barra Grande, na Península do Maraú - BA


Nosso primeiro luau nos 1000dias, olhe até que demorou né? Depois de 220 dias este foi sem dúvida alguma um momento inesquecível! Isso explica o meu atraso... São muitas histórias e para poder contá-las elas devem ser vividas!

Refrescando-se na Baía de Camamu - BA

Refrescando-se na Baía de Camamu - BA

Brasil, Bahia, Barra Grande (Península do Maraú), Baía de Camamu, barco, ilhas, Maraú, Península do Maraú, praias

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Tequila, Arriba!!!

México, Tequila

O verdadeiro José Cuervo! (na cidade de Tequila, no México)

O verdadeiro José Cuervo! (na cidade de Tequila, no México)


Rumo a Mazatlán passamos pela cidade de Tequila, onde nasceu a José Cuervo, primeira fábrica de tequila do mundo. Hoje já existem várias marcas, mas esta continua sendo líder mundial na produção, venda e exportação do produto.

Rótulo da famosa José Cuervo, na cidade de Tequila, no México

Rótulo da famosa José Cuervo, na cidade de Tequila, no México


Lá finalmente descobrimos qual é a base de onde é produzida a tequila: a Agave Azul. Uma planta cactácea parecida com uma aloe vera, só que umas 10 vezes maior. Das folhas são feitas fibras para tecelagem, cestos, papel, etc. A tequila é produzida do coração do agave azul, que pesa de 10 a 60 kg dependendo do tamanho da planta.

Plantação de agave na região da cidade de Tequila, no México

Plantação de agave na região da cidade de Tequila, no México


O miolo do agave é deixado 2 semanas em um pátio aberto, sob o sol, onde já começa a fermentar naturalmente e depois são colocados em fornos imensos e aquecidos por 48 horas. Quando sai dali, o agave “assado” é moído e exprimido, o caldo extraído é quase um mel, produto da fermentação dos seus açúcares naturais. Este líquido vai para os destiladores e daí sai o primeiro “espírito” com 65% de álcool, forte como o diabo!

O Agave, matéria-prima para produção de tequila, durante visita à fabrica da José Cuervo, na cidade de Tequila, no México

O Agave, matéria-prima para produção de tequila, durante visita à fabrica da José Cuervo, na cidade de Tequila, no México


O primeiro produto da destilação é misturado com outros ingredientes e aí começamos a ter as diferentes qualidades de tequila. A tequila prata que nós conhecemos e estamos acostumados, tipo exportação, é composta por 51,5% de agave azul e outros açúcares fermentados e destilados da cana e do milho, além de água. A ouro tipo exportação possui a mesma composição, porém fica descansando em barricas de carvalho americano.

Degustação de tequila durante visita à fábrica da José Cuervo, na cidade de Tequila, no México

Degustação de tequila durante visita à fábrica da José Cuervo, na cidade de Tequila, no México


As tequilas especiais, aka a verdadeira tequila, é pura, composta 100% de agave azul, sem cana nem milho. Estas são envelhecidas em barris de carvalho americano e francês com diferentes níveis de torra. Quanto mais tempo descansando em um barril, mais escura a tequila fica e mais deliciosa.

Barris para envelhecimento de tequila na fábrica da José Cuervo, na cidade de Tequila, no México

Barris para envelhecimento de tequila na fábrica da José Cuervo, na cidade de Tequila, no México


Estas são as reservas da família Cuervo que começaram a ser comercializadas há pouco tempo, os preços giram em torno de 80 a 100 dólares e são encontrados apenas aqui no México. Estas ficam em carvalho francês, barris mais tostados, por 3 anos. São as tequilas mais agradáveis ao paladar, podendo ser degustadas como uísque 18 anos, lentamente e sem gelo.

Garrafas especiais de Tequila, na cidade de Tequila, no México

Garrafas especiais de Tequila, na cidade de Tequila, no México


Admirando coleção de garrafas de tequila, na cidade de Tequila, no México

Admirando coleção de garrafas de tequila, na cidade de Tequila, no México


Tudo isso aprendemos no tour que fizemos dentro da primeira fábrica e destilaria da José Cuervo na cidade de Tequila, um tour super recomendado para entender um pouco mais da história da bebida símbolo do país.

Painel na fábrica da José Cuervo, na cidade de Tequila, no México, mostra como é a colheita do agave

Painel na fábrica da José Cuervo, na cidade de Tequila, no México, mostra como é a colheita do agave


ps: no almoço finalmente provamos a Carne de Birrio, no mercado municipal de Tequila, birrio de vaca, não de bode. Ainda estamos tratando de arranjar a coragem para um bodinho. Rsrs!

Igreja colonial na cidade de Tequila, no México

Igreja colonial na cidade de Tequila, no México

México, Tequila, América do Norte, José Cuervo, Tequila

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Dive in Montserrat

Montserrat, Little Bay

Gigantescas esponjas negras são muito comuns em Pot of Gold, em Montserrat, no Caribe

Gigantescas esponjas negras são muito comuns em Pot of Gold, em Montserrat, no Caribe


O turismo na ilha caribenha de Montserrat simplesmente acabou depois da destruição da cidade de Plymouth. Era lá que estavam os principais hotéis e toda a vida cultural e turística da ilha. Agora para aqueles que procuram uma experiência mais real e próxima do povo caribenho, Montserrat não irá decepcionar. Aos poucos o povo aprendeu a trabalhar e lidar com a nova situação econômica da ilha e você vai encontrar um Caribe mais autêntico.

Dia de sol e cores vivas em Montserrat, no Caribe

Dia de sol e cores vivas em Montserrat, no Caribe


Em Montserrat a natureza é o centro das atenções e é ela que vamos explorar. Além de trilhas no meio da mata, morros e mirantes maravilhosos de um lado para o Mar do Caribe, de outro para o gigante Soufriere. As praias de areias negras são prova da história geológica da ilha e logo ali, sob as águas verde-esmeralda, continua intacto um dos maiores tesouros de Montserrat.

Navegando ao redor de Montserrat, no Caribe, em direção ao ponto de mergulho

Navegando ao redor de Montserrat, no Caribe, em direção ao ponto de mergulho


As águas mornas do Mar do Caribe abrigam milhares de espécies marinhas e os arrecifes de corais dessa ilha vulcânica são um show de cores e vida. Um dos principais motivos para estes corais estarem tão saudáveis e reluzentes é justamente o mesmo do desastre acima d´água. Depois que o Soufriere entrou em atividade a ilha quase não recebe navios, o que se traduz em menos poluição e menor entrada de espécies invasoras, como turistas estabanados ou gramíneas e outros pequenos animais que matam os corais.

Navegando ao redor de Montserrat, no Caribe, em direção ao ponto de mergulho

Navegando ao redor de Montserrat, no Caribe, em direção ao ponto de mergulho


Tivemos dois dias e meio na ilha, que intercalamos entre atividades embaixo e acima d´água. No post anterior falei sobre o vulcão e sua história, a melhor forma de ver o vulcão é indo até o Mirante de Plymouth, depois de uma passada rápida pelo Observatório do Vulcão, que possui um filme e informações sobre o Soufriere. Um passeio pela nova praia formada pelo vulcão também é obrigatório para sentir na pele como a natureza se transforma.

Nosso jipinho em Montserrat, no Caribe, nos leva para perto do vulcão

Nosso jipinho em Montserrat, no Caribe, nos leva para perto do vulcão


As atividades submersas tiveram um destaque especial na nossa passagem por Montserrat. As saídas operadas pela Green Monkey Dive foram feitas sob-medida já que estamos em baixa temporada em uma ilha que o turismo já é devagar-quase-parando. Troy armou rapidamente todo o esquema quando dissemos que estávamos aqui para mergulhar, pelo menos dois dias.

Entrando em uma esponja gigante em Yellow Monkey, na costa de Montserrat, no Caribe

Entrando em uma esponja gigante em Yellow Monkey, na costa de Montserrat, no Caribe


Os pontos selecionados foram o Pot of Gold, recifes coralíneos a 27m de profundidade com uma quantidade imensa de esponjas, vermelhas em formato de vasos ou potes de ouro. Vimos uma raia pequena, várias barracudas, moréia pintada, hermitão e peixeinhos coloridos típicos do mar caribenho. Estas esponjas são imensas e servem de proteção e esconderijo para vários animais, como esse “pequeno” carangueijo que encontramos, com pelo menos uns 40cm de pata a pata!

Um gigantesco carangueijo se esconde dentro de esponja em Pot of Gold, em Montserrat, no Caribe

Um gigantesco carangueijo se esconde dentro de esponja em Pot of Gold, em Montserrat, no Caribe


O segundo mergulho foi mais raso, em outro arrecife chamado Rendezvous Bay, profundidade máxima de 11m. Lindos corais rasos e por isso com mais luz e mais cores. Muita vida, uma linda tartaruga, moréias pintadas e peixinhos de todos os tipos, inclusive os intrusos e maléficos lion fishes, uma peste aqui no Caribe. Eles podem comer um peixinho de coral por minuto, se reproduzem como coelhos e não possuem predadores, além dos mergulhadores, que possuem permissão para matá-los numa tentativa de controlar a praga.

Pequena moréia pintada em Pot of Gold, em Montserrat, no Caribe

Pequena moréia pintada em Pot of Gold, em Montserrat, no Caribe


Os mergulhos do dia seguinte foram em um pináculo, ponto conhecido como Yellow Monkey, a 26m de profundidade e o Three Anchors, 15m de profundidade, onde encontramos ambientes parecidos com os de ontem, barracudas e muita vida! Neste último há um lindo jardim de corais moles, vimos uma moréia verde, muitos lion fishes, um belo spotted drum fish e uma arraia pequena. Encontramos também duas das três ancoras de navios antigos que dizem existir no local.

Drum Fish em Three Anchors, em Montserrat, no Caribe

Drum Fish em Three Anchors, em Montserrat, no Caribe


Uma das âncoras de Three Anchors, em Montserrat, no Caribe

Uma das âncoras de Three Anchors, em Montserrat, no Caribe


Os mergulhos foram ótimos, um literal quebra gelo para os dois aqui que andaram se aventurando nos mergulhos técnicos nas cavernas da Flórida e nas águas glaciais da Islândia. Cair em um mar com boa visibilidade e temperatuda de 29°C é brincadeira de criança! Perfeito para relaxar e entrar em contato com a intensa natureza de Montserrat.

Caminhando na praia de woodland, em Montserrat, no Caribe

Caminhando na praia de woodland, em Montserrat, no Caribe



DICAS PRÁTICAS

Conhecendo mais uma ilha do Caribe!

Conhecendo mais uma ilha do Caribe!


A dica de ouro para quem quer ir e aproveitar ao máximo Montserrat é planejamento, principalmente na baixa temporada. Não se espante se uma pousada disser que está fechadapor que estão cansados ou se o barco da operadora de mergulho for uma voadeira de alumínio. Lembrem-se as pessoas que ficaram na ilha estão aprendendo e reconstruindo o turismo aos poucos, aprendendo na prática.

Belo entardecer na praia de Woodland, em Montserrat, no Caribe

Belo entardecer na praia de Woodland, em Montserrat, no Caribe


Hospedagem: existem algumas pousadas mas o esquema mais comum é o aluguel de vilas. Dependendo de quanto tempo ficar vale muito mais a pena. A melhor fonte de informações é o site da Green Monkey Dive Shop, que além de quartos para alugar, possui dicas de onde ficar e contato das melhores pousadas. Lembrando, reserve com antecedência, pois assim não terá a surpresa que nós tivemos da pousada que escolhemos no nosso guia de viagens estar tirando uns dias de folga.

Café da manhã na nossa varanda em Baker Hill, em Montserrat, no Caribe

Café da manhã na nossa varanda em Baker Hill, em Montserrat, no Caribe


Transporte: se você quer um táxi é bom tentar agendar antes, eles não estarão no ferry ou no aeroporto te esperando, afinal eles tem mais o que fazer. A dica é alugar um carro para poder rodar a ilha, fica muito mais barato que táxi e como a ilha é montanhosa a pé não vai rolar. Não existe nenhuma Hertz ou Budget, são locadoras locais e pequenas, eles sabem os melhores preços e conhecem como funciona o pessoal da ilha. A melhor forma de fazer a reserva é com a ajuda da pousada ou da operadora de mergulho.

Num belo dia de sol, saindo de  carro do nossa hotel em Montserrat, no Caribe

Num belo dia de sol, saindo de carro do nossa hotel em Montserrat, no Caribe


Mergulho: A Green Monkey Dive Shop é a melhor operadora da ilha, os donos são um casal de americanos, Troy e Melody, que se mudaram para a ilha logo após a erupção do Soufriere em 2003. A infra-estrutura é enxuta, mas eles possuem o melhor barco e o profissionalismo e agilidade comum aos seus conterrâneos. Eles também têm um bar bem aconchegante que reúne o expats e locais mais descolados.

Pura alegria na noite do jubileu da rainha no bar Green Monkey, em Little Bay, em Montserrat, no Caribe

Pura alegria na noite do jubileu da rainha no bar Green Monkey, em Little Bay, em Montserrat, no Caribe

Montserrat, Little Bay, Caribbean, dicas, dive, Mergulho

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Na estrada de Atitlán

Guatemala, San Marcos La Laguna, Quetzaltenango

Admirando a beleza da laguna Atitlán e de seus vulcões, em San Marcos La Laguna, na Guatemala

Admirando a beleza da laguna Atitlán e de seus vulcões, em San Marcos La Laguna, na Guatemala


Assim nos despedimos do Lago Atitlán. Acordamos cedo, tomamos um café da manhã bem saudável e fomos para o parque/praia da vila, direto para as pedras.

Dia de sol na espetacular laguna Atitlán em San Marcos La Laguna, na Guatemala

Dia de sol na espetacular laguna Atitlán em San Marcos La Laguna, na Guatemala


O sol estava delicioso, a paisagem sensacional! Eu não queria me despedir, demorei a tomar coragem para entrar na água fria, mas eu não sairia dali sem um último mergulho. Subi ao trampolim e correndo dei o meu salto derradeiro na cratera alagada.

Um mergulho em Atitlán com os três vulcões a observar! (em San Marcos La Laguna, na Guatemala)

Um mergulho em Atitlán com os três vulcões a observar! (em San Marcos La Laguna, na Guatemala)


Sabem como é, dia de despedida, até me rendi aos chocolates de Olga, Benjamin e Shani. Mas no final, são tão pidunchos que a coração mole aqui acabou dando o mesmo chocolate para eles dividirem! Puro cacau!

Amizade com as crianças de San Marcos La Laguna, na Guatemala

Amizade com as crianças de San Marcos La Laguna, na Guatemala


A viagem hoje não seria muito longa, mas tínhamos algumas paradas obrigatórias no caminho. Como fizemos a viagem de vinda durante a noite, perdemos as melhores vistas do alto da cordilheira vulcânica que cerca o lago. A primeira parada foi em uma das infindáveis curvas que sobem a serra. A vista para o lago era simplesmente sensacional!

O incrível visual da Laguna Atitlán e seus três vulcões! (em San Marcos La Laguna, na Guatemala)

O incrível visual da Laguna Atitlán e seus três vulcões! (em San Marcos La Laguna, na Guatemala)


Já no alto, vamos circundando a cratera, entre curvas, montanhas e pequenas vilas e encontramos outro mirante de onde podemos ver até o estreito onde está a cidade de Santiago de La Laguna, a segunda maior cidade em torno do lago, onde 95% da população é indígena e quase não se vêem turistas.

Placa bilíngue no mirante da Lauguna Atitlán (em San Marcos La Laguna, na Guatemala)

Placa bilíngue no mirante da Lauguna Atitlán (em San Marcos La Laguna, na Guatemala)


Neste ponto encontramos um grupo de jovens mesclado, 3 estudantes de arquitetura da capital, com os seus amigos viajantes, 2 argentinos e 1 suíço que vive em Medellín. Eles ficaram super curiosos sobre a viagem e quando vieram falar conosco já haviam acessado o site e até nos mandado um tweet! Amo a tecnologia!

Encontro com argentinos, guatemaltecos e um suiço no mirante de Atitlán, saindo de San Marcos La Laguna, na Guatemala

Encontro com argentinos, guatemaltecos e um suiço no mirante de Atitlán, saindo de San Marcos La Laguna, na Guatemala


Dali demos carona até o povoado mais próximo para o Don Lorenzo, nome bem italiano para um tiozinho 100% indígena. Fomos conversando com ele sobre os costumes, línguas e religiões indígenas. Ele confirmou uma suspeita, em cada região as mulheres se vestem com um tipo de saia e tecido. Em uma primeira olhada parecem todas iguais, mas aos poucos notamos que mudam as cores, o quadriculado, a forma de amarrar a saia, etc.

Roupa típica na região do lago Atitlán, em San Marcos, na Guatemala

Roupa típica na região do lago Atitlán, em San Marcos, na Guatemala


Segundo ele já foram registrados 22 idiomas mayas diferentes na Guatemala, e o K´iqche´está entre os 4 mais falados. Curioso foi que levei uma bela pregação quando perguntei a ele da religião maya, mas para minha surpresa foi uma pregação católica! “Existe apenas um Deus, ele nos criou e seu filho morreu por nós!” Vivendo e aprendendo.

As igrejas evangélicas são muito fortes em toda a Guatemala (em San Pedro la Laguna, no lago Atitlán)

As igrejas evangélicas são muito fortes em toda a Guatemala (em San Pedro la Laguna, no lago Atitlán)

Guatemala, San Marcos La Laguna, Quetzaltenango, Estrada

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Pura Vida!

Costa Rica, Santa Teresa

Celebrando o espetáculo do fim de tarde na praia de Santa Tereza, no litoral Pacífico da Costa Rica, península de Nicoya

Celebrando o espetáculo do fim de tarde na praia de Santa Tereza, no litoral Pacífico da Costa Rica, península de Nicoya


A Península de Nicoya é um daqueles pedaços de paraíso na terra, com cara de Pacífico, mas ainda um paraíso. Cara de Pacífico? Sim, areias escuras, formações rochosas, pedras roladas na beira da praia e boas ondas. O lugar fica ainda mais paradisíaco com suas águas mornas (evento raro no pacificão) e matas virgens colorindo de verde a paisagem da beira da praia, trazendo macacos e iguanas para a cena.

Trecho de pedras na  praia de Santa Teresa, na península de Nicoya - Costa Rica

Trecho de pedras na praia de Santa Teresa, na península de Nicoya - Costa Rica


A península, porém tem vários points para os diferentes gostos. Nós, que gostamos sempre de um esquema mais roots, fugimos de Tamarindo, seus resorts e mega infra turística, e paramos direto nas praias do sul, Mal Pais e Santa Teresa. Se tivéssemos tempo ainda iríamos para algo ainda mais aventureiro, como a reserva de Cabo Blanco, para acampar nas praias desertas dessa área de preservação. Resumindo, é aquele lugar que pode-se ficar por pelo menos 2 semanas explorando bem cada pedacinho que você não vai ficar enjoado.

Caminhando na praia de Santa Teresa, na península de Nicoya - Costa Rica

Caminhando na praia de Santa Teresa, na península de Nicoya - Costa Rica


Mal Pais e Santa Teresa estão ao longo de uma estrada de terra, rua principal onde ficam os restaurantes, padarias, hostales, pulperias (casas de suco) e sodas (lanchonetes) e o que mais imaginarem do universo do surf: aulas de yoga, aluguel de pranchas, aulas de surf, massagens, etc.

Durante o final de tarde, crianças e cachorros se divertem na praia de Santa Teresa, no litoral do Pacífico na Costa Rica

Durante o final de tarde, crianças e cachorros se divertem na praia de Santa Teresa, no litoral do Pacífico na Costa Rica


O plano inicial era dormirmos uma noite aqui e a próxima mais ao norte, em Avellanas ou Playa Grande, mas essa correria além de cansativa não nos permite realmente aproveitar o clima relax do lugar. Preferimos qualidade em vez de quantidade e escolhemos ficar por ali mesmo, no delicioso Rancho Itaúna, de frente para o mar, tomando nossas caipirinhas e vendo o sol se pôr. Isso mesmo, vocês leram direito, “caipirinhas”!!!

Magnífico pôr-do-sol sobre o Pacífico na praia de Santa Tereza, ponta sul da península de Nicoya, na Costa Rica

Magnífico pôr-do-sol sobre o Pacífico na praia de Santa Tereza, ponta sul da península de Nicoya, na Costa Rica


Encontramos aqui esse hostal à beira-mar com uma linda bandeira do Brasil e decidimos conhecer. Fátima, carioca, se casou com Peter, austríaco, e vivem aqui há 18 anos. Pousadinha pé-na-areia, deliciosa, fim de tarde encantador, não tínhamos como ir embora. Ela conseguiu as duas últimas vagas em um quarto compartilhado (com cama de casal e banheiro privado por 20 dólares por pessoa), onde já estava hospedada também uma alemã, a Catarina.

A bela pousada Ranchos Itaúna, na Santa Tereza, no litoral Pacífico da Costa Rica. É a cara da Ilha do Mel!!!

A bela pousada Ranchos Itaúna, na Santa Tereza, no litoral Pacífico da Costa Rica. É a cara da Ilha do Mel!!!


Catarina é comissária de bordo e está de férias na Costa Rica para aprender a surfar. 15 dias direto aqui e ela vai sair tinindo! As ondas são perfeitas para haules iniciantes como nós. Na baladinha surf conhecemos o Luis, surfista gaúcho que vive buscando as melhores ondas pelas praias da América Central. Depois de alguns minutos de conversa, contando sobre a viagem, ele nos reconheceu do Globo Repórter! Sensacional!

Com o gaúcho Luís na praia de Santa Teresa, na península de Nicoya - Costa Rica

Com o gaúcho Luís na praia de Santa Teresa, na península de Nicoya - Costa Rica


Com o Luís, na praia de Santa Teresa, na península de Nicoya - Costa Rica

Com o Luís, na praia de Santa Teresa, na península de Nicoya - Costa Rica


Temos uma certa preguiça dessa fase inicial do surf, mas o encontro Luis foi definitivo: vamos fazer uma manhã de surf! Luis nos ofereceu uma prancha e se dispôs a dar umas dicas básicas. Chegamos atrasados, pegamos a maré enchendo, mas até que conseguimos ficar em pé nas marolinhas! Definitivamente se estivéssemos mais aficionados e treinássemos com mais frenquência poderíamos nos sair bem! Rsrs!

A Ana surfando na praia de Santa Teresa, na península de Nicoya - Costa Rica

A Ana surfando na praia de Santa Teresa, na península de Nicoya - Costa Rica


Foram (quase) dois dias muito gostosos, super relax na beira da praia, sol, mar e pura vida! O dia de ir embora foi sofrido, convenhamos, num lugar desses deveríamos ficar pelo menos 5 dias e depois ainda dar um role nas praias ao norte de Tamarindo. Mas não adianta, o tempo urge e o Rodrigo está aqui para me lembrar disso. Ahhh, se fosse eu sozinha... não veria nem metade do que já vimos! Hahaha! Como alguém já me disse, eu faço ele curtir o presente e ele me faz chegar ao Alaska!

O céu colorido de fim de tarde em Santa Teresa, no litoral do Pacífico na Costa Rica

O céu colorido de fim de tarde em Santa Teresa, no litoral do Pacífico na Costa Rica

Costa Rica, Santa Teresa, Mal Pais, mar, Praia, surf

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Ilha das Marés

Brasil, Maranhão, Ilha de Lençóis

Praia alagadiça na Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA

Praia alagadiça na Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA


Circundar a ilha de Lençóis não é uma tarefa difícil, basta ter um pouco de disposição, pois o resto a ilha faz por você. As paisagens da Ilha de Lençóis são fantásticas, mesmo com dias nublados. As manhãs tem sido chuvosas neste período de inverno, então aproveitamos a tranqüilidade do nosso quarto, telhado e paredes de babaçu para trabalhar enquanto chove e saímos explorar mais perto do meio-dia, quando temos uma brecha de tempo seco.

Trabalhando no quarto da pousada na Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA

Trabalhando no quarto da pousada na Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA


Saímos caminhando pelas dunas altas, margeando o canal até chegar à área de manguezal. Beiramos o mangue e subimos as dunas até vermos o mar. O cenário de dunas é maravilhoso, mesmo para olhos acostumados, já que estamos vindo de tantos lençóis. Lá do alto avistamos uma lagoa e uma vastidão de areia impressionante! Todo o litoral muda com as marés, mas nunca havíamos presenciado uma mudança tão marcante. Ainda não entendemos bem como funciona a maré aqui na linha do equador, deve haver alguma explicação científica para isso, pois aqui as marés são muito grandes! A ilha deve praticamente triplicar de tamanho em marés baixas, principalmente se é lua cheia.

AS dunas da Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA

AS dunas da Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA


Descemos as dunas para esta praia imensa, ladeamos a lagoa de água salgada e fomos explorando o terreno a cada passo que dávamos. Soubemos que no Maranhão são encontrados os únicos pontos de areia movediça no Brasil e ontem passamos por ela. É uma sensação engraçadíssima, ela parece uma gelatina, literalmente, e afunda rapidamente. Pode até haver alguma mais perigosa, como as dos filmes, mas aqui elas são praticamente inofensivas. É só não deixar atolar até o pescoço que você consegue sair. Caminhamos atentos, impressionados com a imensidão que uma pequena ilha nas reentrâncias maranhenses pode ter.

Explorando as dunas da Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA

Explorando as dunas da Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA


A praia é completamente deserta, mas mesmo nos lugares mais distantes sempre vemos indícios da ocupação humana, seja uma garrafa de vidro na duna, sejam inúmeras redes de pescadores fixadas à beira mar, só aguardando a maré subir para entrarem em ação.

A enorme praia na maré seca na Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA

A enorme praia na maré seca na Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA


Continuamos caminhando, a maré ainda está baixando e cada vez ficamos mais distantes do nosso destino. Comecei a cortar pelo meio do areal, pois circundar toda aquela planície descoberta pela água começava a se tornar um desafio muito grande para pés descalços. Nossa referência eram os cata-ventos, geradores eólicos da vila. Até agora só vimos pegadas, não cruzamos nenhuma alma viva, nem mesmo pescadores. A tranqüilidade é tão grande que quando demos por conta, já estávamos novamente no canal.

Caminhando na praia na Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA

Caminhando na praia na Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA


A maré começou a subir rapidamente, seguimos andando em direção a vila pelo “mar de dentro” e mal sabia eu que a pior parte estava por vir. Chegamos a um igapó de mangue, para cruzá-lo não tínhamos escolha, tínhamos que enfiar o pé na lama. O Rodrigo foi e atolou até o joelho, praticamente. Foram pouco mais de 50m de muita lama nojenta. Era daquela mais desgraçada de mangue, com coisas duras que você fica pensando se são caranguejos ou tocos de madeira, argh! Afundei até metade da coxa, desesperada, enquanto o Rodrigo desdenhava da minha agonia com aquele sorriso sacana na cara. Não sei se a minha raiva maior era da lama ou dele, de estar rindo da minha cara. Enfim, passamos e sobrevivemos.

Cabras na Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA

Cabras na Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA


A esta altura tudo o que eu queria era um banho e o almoço delicioso da Marluce. A noite ainda guardava mais uma social com os nossos pequenos amigos, lá no bar do Matias. A Micaela e o Micael vieram nos encontrar, dançamos e brincamos bastante, enquanto o Ro socializava com o Sebastião, pescador “borracho” do dia. Fomos para a pousada mais uma vez, depois de deixar os gêmeos na casa de Doza, sua mãe, dar um alô o Seu Mário e depois de ouvir a comemoração da galera quando o gerador de luz foi acionado. Tranquilos, pois sabemos que ainda teremos mais um dia nesta parte do paraíso aqui na terra.

Praia na Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA

Praia na Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA

Brasil, Maranhão, Ilha de Lençóis, Dunas, Reentrâncias Maranhenses

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Mergulhando com Tubarões Touro!

México, Playa del Carmen

Tubarão touro se aproxima durante mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México

Tubarão touro se aproxima durante mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México


Já imaginaram mergulhar com um dos tubarões mais perigosos do mundo? Pois é, nem eu. Confesso que se eu soubesse de tudo isso que estou contando aí embaixo antes do mergulho, pensaria duas vezes antes de cair em um mar com uma dezena deles.

Atracadouro improvisado em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México

Atracadouro improvisado em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México


Os tubarões-touro receberam este nome devido ao seu porte avantajado, cara de bravos e uma tendência de golpear suas presas com a cabeça antes de atacá-las. Eles possuem longas nadadeiras peitorais, medem entre 2 e 3,5m, podem pesar até 230kg e viver até 16 anos. Basicamente é aquele tubarão clássico dos filmes hollywoodianos.

Peixe parece fugir assustado de tubarão touro, durante mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México

Peixe parece fugir assustado de tubarão touro, durante mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México


Eles são conhecidos por serem um dos mais perigosos tubarões nos mares quentes de todo o mundo. Mas o que os faz ter esta fama não é exatamente o seu comportamento, afinal animal algum é agressivo por puro prazer. Os tubarões são animais predadores e sua agressividade faz parte do seu instinto de sobrevivência. Esta afirmação, portanto, está baseada nos números de ataques de tubarões a seres humanos registrados nas áreas litorâneas.

O sempre presente lion fish, durante mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México

O sempre presente lion fish, durante mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México


Mas será que somos mesmo parte do seu cardápio? Obviamente não, somos relativamente novos no seu aprendizado evolutivo, ele prefere mesmo são seus companheiros marinhos, peixes, golfinhos e, dependendo do tamanho da fome, até outros tubarões. Fato é que nós, humanos invadimos o seu habitat: águas rasas de mares tropicais, próximos a estuários e baías, ou seja, exatamente onde nós, banhistas, gostamos de estar. Os pobres touros ganharam então o troféu de periculosidade, pois são os tubarões que têm mais probabilidade de encontrar seres humanos no mesmo local onde eles se alimentam.

Ilusão de ótica: peixe de 20 cm e 200 gramas parece ter o mesmo tamanho de um tubarão de 2 metros e 200 quilos, durante mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México

Ilusão de ótica: peixe de 20 cm e 200 gramas parece ter o mesmo tamanho de um tubarão de 2 metros e 200 quilos, durante mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México


Alguém aí perguntou como eles se sentem de ter um mundaréu de gente na sua casa, sem serem convidados? Vocês conseguem calcular a diminuição de alimentos disponíveis nas áreas costeiras que compartilhamos com estes tubarões? Bem, especialistas certamente devem ter trabalhado nisso, mas não é difícil imaginar, já que a maior parte da população mundial vive próxima às áreas costeiras e pode até estar deixando de comer carne vermelha, mas é bem chegada em um peixinho. Os touros não são uma espécie em extinção, embora pescados em grande escala por sua carne, óleo e pele.

Dupla de tubarões touro nada próxima de nós durante mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México

Dupla de tubarões touro nada próxima de nós durante mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México


Uma curiosidade sobre estes incríveis animais é que mesmo sendo originalmente de água salgada, eles possuem uma ótima adaptabilidade aos ambientes de água doce, já tendo sido encontrados em rios como o Amazonas, Ganges e inclusive em grandes lagos, como por exemplo, o Lago Nicarágua. Inclusive este é mais um dos motivos que o faz novamente estar mais próximo aos seres humanos, compartilhando rios com pouca (ou nenhuma) visibilidade, onde tudo o que se move pode parecer bem apetitoso.

Cardume de peixes durante mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México

Cardume de peixes durante mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México


Quando chegamos a Tulum, antes mesmo de começarmos a nossa rotina de mergulhos em caverna, fomos convidados pela Marina, sócia da Scuba Tulum, para fazer um mergulho com os tubarões touro. Ela estava montando um grupo para conferir os visitantes desta temporada nas águas de Playa del Carmen.

A Ana se veste para mergulho em praia de Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México

A Ana se veste para mergulho em praia de Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México


Há anos biólogos e mergulhadores acompanham a passagem dos touros aqui pela região e recentemente iniciou-se um trabalho de marcação e colocação de tags em cada um deles, pessoal corajoso! Nesta temporada chegaram a ser avistado mais de 20 indivíduos em uma área de areia a uns 15m de profundidade. Assim que eles começaram a ser “tagueados” eles se assustaram e “fugiram” e levou pelo menos uns 10 dias para que voltassem a saber do seu paradeiro. Assim que tivemos a notícia que os haviam localizado e as condições de vento permitiram, lá fomos nós, com nossos tanques, máscaras e nadadeiras a postos para conferir.

Antes de chegar ao naufrágio no fundo, a Marina já aponta tubarões-touro, em mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México

Antes de chegar ao naufrágio no fundo, a Marina já aponta tubarões-touro, em mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México


O novo endereço dos tubarões touro é o Naufrágio Mama Mia, a 28m de profundidade, perfeito para um mergulho nitrox. Chegando ao ponto de mergulho cruzamos com outro barco de mergulhadores, que haviam visto 5 tubarões mais próximos da costa, na areia, a uns 12m de profundidade. Caímos na água exatamente sobre o naufrágio e sem tempo nem de piscar, já vimos que eles estavam ali! Eram pelo menos 10 deles, lindos, fortes e imponentes! Eles nadavam ao lado do naufrágio entre xaréus, barracudas, grandes garoupas e vários outros peixes menores.

A Ana e a Marina veem vários tubarões touro durante mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México

A Ana e a Marina veem vários tubarões touro durante mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México


Mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México

Mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México


Nos posicionamos na areia próximos ao naufrágio e os observamos por uns 10 minutos, indo e vindo, sem parecer se importar muito com os outros peixes apetitosos que estavam ao seu lado. Este pensamento me ajudou a ficar mais tranquila, principalmente quando um deles veio reto na minha direção. Eu, como nunca, senti que não tinha controle sobre o tamanho dos meus olhos arregalados e atentos, imaginando o que faria se eles resolvessem chegar mais perto.

Mergulho em naufrágio próximo à Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México

Mergulho em naufrágio próximo à Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México


Logo eles se afastaram e nós aproveitamos a deixa para explorar um pouco do naufrágio, repleto de cardumes, corais e entradas bacanas. Deitada ao lado do barco encontramos uma tartaruga cabeçuda que aparentemente estava doente, com a respiração super fraca, morrendo. Deu uma vontade de pegá-la e levá-la para a superfície, mas preferimos acreditar que a natureza é sábia e a deixamos ir em paz.

Mergulho em naufrágio próximo à Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México

Mergulho em naufrágio próximo à Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México


Voltamos a procurar os touros no mesmo local onde os havíamos visto e no lugar deles encontramos duas rêmoras, curiosas e destemidas que nos acompanharam durante o restante do mergulho. Elas possuem ventosas na parte chata superior do seu corpo e normalmente se prendem a grandes peixes, tubarões, baleias e por que não? mergulhadores!

Rêmora nada próxima da Ana em mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México

Rêmora nada próxima da Ana em mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México


Rêmora nada próxima da Ana em mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México

Rêmora nada próxima da Ana em mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México


A que se prendeu em mim não se apertava não, mesmo quando eu tentava espantá-la ela voltava e me encarava, curiosa com o seu reflexo na nossa máscara ou na lente da câmera de vídeo.

Uma insistente rêmora nada próxima de nós durante mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México

Uma insistente rêmora nada próxima de nós durante mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México


A região é famosa por suas fortes correntes, tivemos sorte que estava tranquila e derivamos com ela por um tempo sobre o fundo de areia, passando por duas lindas arraias (sting-ray). Chegando aos 15m de profundidade voltamos a encontrar os touros! Mas agora sem a sensação de proteção que o naufrágio nos proporcionava. Emocionante!

Uma arraia durante mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México

Uma arraia durante mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México


Arraia e tubarão touro durante mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México

Arraia e tubarão touro durante mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México


Tivemos muita sorte de encontrar este grande cardume de touros, os outros barcos reportaram 5, 3 ou nenhum! Estávamos lá no dia, na hora e no momento certos!

O segundo mergulho foi em um ponto raso, a 12m de profundidade, nos arrecifes conhecidos como Los Sábalos. Os recifes formam várias caverninhas, esconderijo perfeito para grandes caranguejos, lagostas, camarões e até uma moreia gigante! Esta era tão grande que acreditamos estar meio velhinha e cegueta. Fechamos o mergulho com a visita de um imenso cardume de sábalos, os nossos tarpões, que passaram ágeis e nadando coordenados ao nosso lado, sensacional!

Enorme carangueijo em mergulho próximo à Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México

Enorme carangueijo em mergulho próximo à Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México


Cardume de peixes durante mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México

Cardume de peixes durante mergulho em Playa del Carmen, no litoral do Yucatán, no México


Valeu a pena esperarmos por este mergulho e acreditarmos na sabedoria da mãe natureza, que não criou tubarões para comerem seres humanos e vice e versa. Perigosos somos nós que ainda não aprendemos isso.

México, Playa del Carmen, Bull Shark, dive, Mergulho, Mundo sub, Naufrágio

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Para o alto e avante!

Brasil, Paraná, Pico Paraná, São Paulo, Santos

Auto foto no ponto mais alto da região sul do Brasil, no Pico Paraná - PR

Auto foto no ponto mais alto da região sul do Brasil, no Pico Paraná - PR


Acordei hoje com um pouco de luz na barraca, mas logo fechei os olhos pedindo para que não fose hora de acordar. Voltei a dormir profundamente, estava até sonhando, mas logo o Ro me chamou, todo feliz pois nossas preces tinham sido atendidas, a chuva havia parado! Ainda estava frio e havia muita neblina, não conseguíamos avistar o pico, mas sabíamos que não estava distante dali. Nosso plano era chegar ao cume e depois retornar para desmontar acampamento. Duro foi colocarmos as meias molhadas e a bota encharcada para começar a caminhada.

Nossa barraca no acampamento 2, no Pico Paraná - PR

Nossa barraca no acampamento 2, no Pico Paraná - PR


A trilha segue pela estreita crista da cadeia de montanhas, alguns trechos beirando precipícios imensos. O Ro já conhecia, mas eu tinha que ficar só imaginando que paisagens eu estava perdendo para as nuvens. Fomos vencendo pequenas montanhas tentando descobrir qual delas seria a derradeira até alcançarmos o cume. A cada cocoruto eu pensava, “agora vai” e assim foram uns quatro. A vegetação estava totalmente molhada e lá estávamos nós novamente encharcados. A informação é que subiríamos em 40 minutos, porém com a trilha completamente inundada e escorregadia acabamos levando em torno de uma hora.

A visão (só branco!) do topo do Pico Paraná - PR

A visão (só branco!) do topo do Pico Paraná - PR


Finalmente chegamos ao cume! São os 1870m mais custosos que encontramos até agora, mas a sensação de ter vencido este desafio é maravilhosa, conseguimos! A melhor parte foi quando sentei para descansar e ler algumas páginas do caderno de registros. Quantas pessoas passaram por ali e deixaram suas impressões, mensagens e emoções gravadas para outros, como eu, lerem. Até me emocionei quando encontrei uma mensagem que dizia: “Após 21 anos estou novamente no Pico Paraná! Uma vez escoteiro, sempre escoteiro!”. Enquanto eu a lia para o Rodrigo meus olhos encheram de lágrimas, pois desde os meus tempos de escoteira eu queria ter escalado esta montanha, foi uma forma de me sentir ali, 14 anos mais nova. Sei exatamente o que o cara sentiu enquanto escrevia esta mensagem.

O livro de registros, no topo do Pico Paraná - PR

O livro de registros, no topo do Pico Paraná - PR


O PP dificultou ao máximo a nossa subida, valorizou o passe e quis deixar marcada a sua passagem por estes nossos 1000dias! A caminhada de volta agora era mais tranqüila, sem chuva e com os trechos bem gravados na memória ficava mais fácil. Eu estava super concentrada para o momento da descida das escadas, queria que tudo desse certo, já pensaram ter que chamar o socorro? Nem pensar!

Trecho com corda na trilha do Pico Paraná - PR

Trecho com corda na trilha do Pico Paraná - PR


No final, descer é sempre mais fácil que subir, como dizem, para baixo todo santo ajuda! Principalmente o santo marido, que desceu com a minha mochila nos lances de escada mais difíceis. Cada obstáculo vencido era um passo a mais para a nossa próxima aventura. Até o sol começou a aparecer quando nos aproximamos do Caratuva, é sempre assim, quando estamos indo embora ele aparece.

Bifurcação sinalizada na trilha do Pico Paraná - PR

Bifurcação sinalizada na trilha do Pico Paraná - PR


Esgotados depois da trilha, noite mal dormida na barraca e ainda 4 horas de estrada depois, chegamos a Santos. Estávamos com os contatos para o mergulho na laje todos a postos, mas o celular não estava ajudando. A Laura entrou em ação e conseguiu falar com o pessoal da Nautilus. Assim que o celular voltou à ativa descobrimos que havia entrado um vento “x” que não permitiria a saída de barco para a laje. Um alívio por um lado, pois poderíamos descansar um pouco, nos recompor, cuidar dos equipamentos de camping que estavam enlameados e ainda explorar a região. Por pouco ficamos sem hotel em Santos. Chegando em uma quinta-feira achamos que não haveria problema, mas a cidade estava sediando 2 grandes eventos e todos os hotéis estavam lotados. Fomos salvos pelo Metralha, amigo de Unicamp do Ro que mora lá e conhece tudo! Nos arrumou um flat bem localizado e tinha tudo o que precisávamos depois desta escalada: um banho quente e uma cama confortável... boa noite!

Tempo enevoado descendo o Pico Paraná - PR

Tempo enevoado descendo o Pico Paraná - PR

Brasil, Paraná, Pico Paraná, São Paulo, Santos, Escalada, Montanha, Trekking

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Lendas Nicaraguenses

Nicarágua, León

Museus de Lendas e Tradições, em antiga prisão somozista em León, na Nicarágua.

Museus de Lendas e Tradições, em antiga prisão somozista em León, na Nicarágua.


Hoje cedo fomos ao Museu de Histórias y Leyendas. Dona Carmen, a idealizadora, artista e executora de quase todas as peças em exposição. Ela faleceu há apenas 1 mês e seus filhos herdaram o museu e a tarefa de manter o seu sonho, de manter a história e crenças do seu povo e de construir um espaço de atividades para pessoas da terceira idade. Há pouco tempo o museu saiu de sua casa para o local atual, antiga prisão, construída em 1921. Por esta prisão passaram centenas de presos políticos que foram torturados e mortos durante a Era Somoza.

O museu reúne em cada uma das antigas celas, estátuas e imagens que representam lendas nicaragüenses. A história como a de La Llorona, que suas lágrimas teriam formado o Lago de Manágua, a lenda da bruxa que transformava as pessoas mal quistas em porcos ou da índia que se apaixonou por um espanhol e foi separada de seu amor.

Visita à antiga prisão somozista em León, na Nicarágua.

Visita à antiga prisão somozista em León, na Nicarágua.


Conhecemos também La Gigantona, representação de uma mulher espanhola, e o boneco que representa o nicaragüense, pequeno e cabeçudo, sinal de inteligência dos nativos. Nos meses de dezembro os nicas e as gigantonas saem às ruas bailando ao som de tambores e no dia 7 de dezembro é quando acontece a grande reunião de Las Gigantonas, quando um júri elege a mais bonita e hermosa de todas elas.

Personagens legendárias em museu de León, na Nicarágua.

Personagens legendárias em museu de León, na Nicarágua.


Uma cena que está terminando de ser montada, super curiosa, é a de um índio que teria morrido lutando por sua liberdade contra os espanhóis, porém sua alma ficou vagando em uma carroça pelas ruas de León como “um espanto”. Depois da meia-noite se alguém estivesse na rua e visse a sua carruagem, teria sua alma levada, virando um fantasma também.

Dona Carmen fez um trabalho muito bonito e que ficou ainda mais especial sendo abrigado em, um lugar histórico que estava abandonado e retornou à vida, guardando a memória dos tempos de luta contra a ditadura.

Nicarágua, León, história, Lendas

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Riozinho Acolhedor

Brasil, Maranhão, Alto Parnaíba

Dedo de prosa com o Jaime e o Nilvan, que nos receberam tão bem na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA

Dedo de prosa com o Jaime e o Nilvan, que nos receberam tão bem na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA


Alto Parnaíba é a última cidade aonde o asfalto chega no sul do Maranhão. Região de produção agrícola intensa, soja, algodão e milho. É também uma das principais regiões responsáveis pela contaminação das nascentes do rio Parnaíba por agrotóxicos que também ocorre nos arredores baianos do Parque Nacional Nascentes do Parnaíba. Formado recentemente (2002), possui uma área de aproximadamente 730 mil hectares, abrangendo 4 estados brasileiros, o extremo sul do Maranhão e Piauí, norte do Tocantins e noroeste da Bahia. Os acessos mais conhecidos estão do lado piauiense pelas cidades de Gilbués e Barreiras do Piauí a sede do parque funciona em Correntes.

Igreja em Alto Parnaíba - MA

Igreja em Alto Parnaíba - MA


Estudando as possíveis rotas entre a Chapada das Mesas e o Jalapão, descobrimos que há uma estrada que cruza este parque, então, por que não unir o útil ao agradável? A estrada está bem marcada no Guia Rodoviário 4 Rodas, o que não garante nada, mas já é um bom começo. Nosso GPS também conseguia calcular uma rota por uma estrada muito semelhante à do mapa consultado, então vamos ver no que dá. Lá em Alto Parnaíba as informações que recebemos não foram das melhores, Seu Zé Batista era o único que conhecia um pouco melhor a região e no início ainda não estava nos indicando seguir por este caminho. “Não quero falar para vocês e depois vocês vão e ficam perdidos”, disse ele. Não tinha muita escolha, nós íamos por ali mesmo, então ele nos deu a dica: “peguem a estrada para Lizarda, quando chegar na comunidade de Morrinhos virem à esquerda em direção à Vila de Bonfim. Lá no Bonfim tentem achar a Dona Conceição, ela tem filhos estudando em São Félix e pode encontrar alguém que queria ir para lá e possa seguir com vocês no carro.”

Plantação de algodão, na estrada para Lizarda, região de Alto Parnaíba - MA

Plantação de algodão, na estrada para Lizarda, região de Alto Parnaíba - MA


OK! Pegamos a estrada, passamos por plantações de soja e algodão e aos poucos o cerrado começa a dominar a paisagem. A estrada é um areal puro, logo encontramos um Fiat Strada sentado na areia. Ele atolou e estava tentando sair dali há mais de uma hora, sem sucesso. A Fiona entrou em ação, amarramos uma corda e o tiramos do buraco, literalmente. Era tanta areia que na ré todo o pára-choque dianteiro ficou preso e acabou sendo arrancado, com farol e tudo! Bom começo, já vimos que a estrada será uma aventura!

Momento em que o Fiat Strada perde toda a frente, presa na areia (na região de Alto Parnaíba - MA)

Momento em que o Fiat Strada perde toda a frente, presa na areia (na região de Alto Parnaíba - MA)


Seguimos viagem e logo encontramos uma saída à esquerda, por onde o GPS nos indicava. Foi a maior furada, era apenas um desvio que já estava em desuso, tamanhas as crateras formadas pela erosão. Já estávamos ali, não teve outro jeito, tivemos que passar. Puxamos a pá e as pranchas de alumínio para calçar o carro e depois de uns 15 minutos pelejando conseguimos passar. Chegamos à Bonfim e vimos os carros dos nossos amigos que tínhamos ajudado a desatolar, decidimos parar para dar uma assuntada. Foi a sorte, pois dali o GPS novamente nos mandava para a estrada errada e desativada. Pegamos as novas coordenadas e fomos rumo à Bonfim.

A estreita e longa estrada de areia corta o cerrado no sul do Maranhão, região de Alto Parnaíba - MA

A estreita e longa estrada de areia corta o cerrado no sul do Maranhão, região de Alto Parnaíba - MA


Chegando na comunidade paramos na casa onde mora Pablo, ao lado da escola, perguntamos como estava a estrada para São Félix e ele disse que parecia haver apenas uma ladeira meio complicada, mas era só seguir em frente. Lindo, foi o que fizemos, seguindo o GPS sempre que havia algum desvio ou bifurcação, certo? ERRADO! Foi aí que tudo começou. Após a ladeira havia uma bifurcação, seguimos pelo GPS à esquerda. Descemos um morrinho e chegamos a uma fazenda que acabara de ser cercada. Isso para mim até era bom sinal, civilização à vista. Esta fazenda já está na área do parque, porém ainda sem indenização, continua trabalhando. Cercas novas e inclusive uma nova estrada beirando a propriedade para poder fechar a estrada antiga que passava por dentro das terras. Essa picada nova passa por meio de uma mata, cheia de tocos e ainda pouco batida, até que chega a uma casinha em um lugarejo conhecido como o Ponto dos Bons (leia-se “pontdusbão”). Lá conversamos com a moradora, uma senhorinha que nos explicou: “xiii, vocês passaram da estrada para São Félix, aqui é a estrada para Porto Alegre, chega lá também, mas é muito mais longe. Voltem, subam o morrinho e peguem um atalho à esquerda logo que chegar no topo.” Eram 15h, ainda tínhamos um tempo de luz, mas já estávamos começando a ficar meio impacientes. Voltamos, pegamos o atalho e cruzamos um chapadão por uma estrada praticamente inexistente, abrindo caminho com a Fiona direto e reto em direção a uma serra chapada. Víamos que ali já havia sido uma fazenda, volta e meia encontrávamos uns paus de cerca, mas nada além. Descemos em direção a um baixio e eis que vemos ao longe uma outra estrada, alegria, encontramos!

Fiona enfrenta estrada de areia no P.N das Nascentes do Parnaíba, no extremo sul do Maranhão

Fiona enfrenta estrada de areia no P.N das Nascentes do Parnaíba, no extremo sul do Maranhão


Chegamos a uma porteira fechada, passamos e pegamos à esquerda, pois sabíamos que era a direção, já sem rota de GPS, seguimos na direção mais provável. Atravessamos uma ponte e chegamos a outro obstáculo na pista, uma erosão braba. A esta altura já eram umas 16h, não tínhamos certeza se era o caminho correto, acabamos decidindo voltar, pegar a estrada beirando a porteira e ver onde ia dar. Desconfiávamos que esta era a estrada que deveríamos ter pego lá atrás e logo depois, bingo! Chegamos à bifurcação, era ela mesma, confirmamos que estávamos no caminho certo. Porém já não tínhamos tempo hábil para continuar a viagem, decidimos voltar e procurar algum lugar para dormirmos em Bonfim.

O quintal da 'nossa casa', com porcos, vacas e galinhas, na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA

O quintal da "nossa casa", com porcos, vacas e galinhas, na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA


Chegamos às primeiras casas num lugarejo conhecido como Riozinho, colado em Bonfim, e o Nilvan nos recebeu. Engraçado que na vinda tinha uma casinha linda de adobe com palha que eu havia até parado para fotografar. Ele nos viu parando, imaginou que queríamos informação, mas como não o vimos seguimos adiante.

Casa na comunidade de Riozinho. AInda não sabíamos que era exatamente ali que iríamos dormir! (região de Alto Parnaíba - MA)

Casa na comunidade de Riozinho. AInda não sabíamos que era exatamente ali que iríamos dormir! (região de Alto Parnaíba - MA)


Contamos a nossa história para Nilvan e ele não titubeou, abriu as portas da casa de Martílio, seu irmão que estava de viagem, a casa que eu havia fotografado. Como é bom chegar em algum lugar. Já estávamos há quase 8h na estrada, nos perdendo e nos achando, mas sem conseguir seguir adiante. Tudo que eu precisava era de um banho! O riozinho corre nos fundos do sítio, fomos até lá e lavamos a alma! Não tínhamos muita comida, mas algumas bolachinhas iam ajudar a tapear a fome. O importante é que tínhamos um lugar para dormir.

Com o Jaime, qie nos recebeu na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA

Com o Jaime, qie nos recebeu na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA


Resgatamos uma pinga que havíamos comprado em Brejões na Chapada Diamantina, era o melhor que tínhamos para oferecer pela acolhida. Um dedinho de pinga e muuuitos dedinhos de prosa, ele nos convidou para comer um delicioso arroz com abóbora que estava preparando. Logo chegou seu irmão mais velho, Jaime, que conhecia bem dos caminhos na região. Passamos a noite assuntando, conversando sobre a região, política, o Luz para Todos que não chegou e os caminhos da nossa viagem no dia seguinte.

Dedo de prosa com o Jaime e o Nilvan, que nos receberam tão bem na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA

Dedo de prosa com o Jaime e o Nilvan, que nos receberam tão bem na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA


Eles têm uma vida simples, morando nesse sítio o rio é a fonte de água de beber, de banhar e de lavar. Plantam abóbora, milho e arroz que pode ficar estocado para os próximos 3 anos, e tem alguns gados da irmandade. São 11 irmãos, alguns vivem por aqui e outros já mudaram para a cidade, Alto Parnaíba ou São Félix. Quando matam um gado dividem a carne entre os irmãos, como não tem luz, salgam e guardam para comer uma vez por mês. Tudo muito simples, mas muito digno, feito com muito trabalho e muito carinho. A lua iluminava a noite quase como um sol no meio do cerrado. Nos recolhemos aos nossos aposentos para uma merecida noite de descanso.

Hora de se recolher na 'nossa' casa, na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA

Hora de se recolher na "nossa" casa, na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA

Brasil, Maranhão, Alto Parnaíba, 4 x 4, Bonfim, Lizarda, Nascentes do Parnaíba, off road, parque nacional, Riozinho

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