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Voando embaixo D'Água

Trinidad e Tobago, Speyside

Fim de mergulho em Speyside - Tobago

Fim de mergulho em Speyside - Tobago


Nossa primeira saída de mergulho desde Fernado de Noronha, em Dezembro. Nosso primeiro mergulho no Caribe desde o início de Maio, lá nas Ilhas Virgens Britânicas. Tinha de ter algo marcante. E teve.

Pausa entre mergulhos, em Speyside - Tobago

Pausa entre mergulhos, em Speyside - Tobago


Primeiro, tivemos que nos readaptar aos equipamentos alugados. Afinal, deixamos parte do nosso equipamento na Fiona, em Paramaribo, para não ter de ficar carregando aquelas caixas enormes nesta perna da viagem em que devemos nos deslocar muito em pouco tempo. Com certeza, além do trabalho, o custo de excesso de bagagem nos pequenos aviões seria muito maior que o custo extra do aluguel de equipamento. Assim, trouxemos as máscaras, as roupas pequenas e os reguladores, ou seja, equipamentos mais "íntimos". Deixamos para trás as nadadeiras, botas e os nomads, equipamento mais pesado.

'Árvore de Natal', em mergulho em Speyside - Tobago

"Árvore de Natal", em mergulho em Speyside - Tobago


Do que ficou, o que mais sentimos são as poderosas nadadeiras. Enfim, basta fazer um pouco mais de força embaixo d'água. Se bem que hoje, mais do que força, precisamos foi de habilidade. Os pontos de mergulho são aqui bem próximos. Cinco a dez minutos de navegação. Tanto que, entre um mergulho e outro, voltamos para o porto para o período de descanso.

Formações de coral em mergulho em Speyside - Tobago

Formações de coral em mergulho em Speyside - Tobago


O primeiro mergulho começou meio xoxo (ou chocho?). Visibilidade de uns 15 metros, alguns corais, plantas e poucos peixes. Bom para a gente se readaptar à água e equipamentos, depois de tanto tempo. Pulei com a máquina sem pilhas, bem mané ainda. Portanto, nada de fotos. O tempo foi passando, eu já acostumado novamente ao mundo embaixo d'água, meio com preguiça daquele marasmo quando tudo mudou. A corrente foi acelerando, acelerando e, de repente, era como se estivéssemos voando, o solo do mar passando sobre nós em alta velocidade, todo colorido com os diversos tipos de coral; os peixes, se esgueirando por entre algas e rochas, tentando enfrentar a forte corrente; e nós, apenas usando as nadadeiras como leme, nos desviando de corais e tentando nos manter próximos um dos outros. Muito legal!

Enorme esponja em mergulho em Speyside - Tobago

Enorme esponja em mergulho em Speyside - Tobago


Mas o ponto alto foi, ao passarmos por uma espécie de barranco, onde a nossa corrente se encontra com outra igualmente forte vindo na perpendicular, sermos jogados para o fundo, alguns metros abaixo e a água ficar fazendo força para que ficássemos por lá. Como se uma mão invisível nos segurasse, fazendo força para um lado e para o outro, mas sempre nos empurrando para baixo. Certamente, foi a corrente duradoura mais forte que já peguei num mergulho. Ficamos ali, nessa espécie de liquidificador, por alguns minutos e depois, todos juntos, fazendo força, "furamos" a mão invisível em direção à superfície, onde o barco nos esperava. Fantástico!

Antiga casa de Ian Fleming, em ilhota na costa de Speyside - Tobago

Antiga casa de Ian Fleming, em ilhota na costa de Speyside - Tobago


De volta à superfície, as pilhas voltaram à máquina e começamos a tirar fotos. Ali do lado, numa pequena ilhota, a casa abandonada que foi de Ian Flemming. Hmmmmm... tenho a impressão que o 007 também já mergulhou nessas fortes correntes, hehehe. Deve ter se divertido com a mão invisível!

Formações de coral em mergulho em Speyside - Tobago

Formações de coral em mergulho em Speyside - Tobago


Depois do descanso no porto, voltamos para o segundo mergulho. À pedido dos outros mergulhadores e tristeza nossa, rumamos para um mergulho mais "tranquilo". Sem corrente e bem propício à fotografias. Dessa vez, além das formações de corais, o highlight foram as tartarugas. Quatro delas deram o ar de sua graça.

Coral amarelo em mergulho em Speyside - Tobago

Coral amarelo em mergulho em Speyside - Tobago


Em seguida, tarde tranquila no hotel. Amanhã tem mais mergulho e, de tarde, se der tudo certo, cachoeira. E no domingo, devemos conseguir um carro para passear na ilha e voltar para Crown Point. Assim esperamos...

Tartaruga descansando em mergulho em Speyside - Tobago

Tartaruga descansando em mergulho em Speyside - Tobago

Trinidad e Tobago, Speyside, Mergulho, Tobago

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Choquequirao - 1o Dia

Peru, Choquequirao

Com o Gustavo, nas primeiras horas da longa caminhada para Choquequirao, no Peru

Com o Gustavo, nas primeiras horas da longa caminhada para Choquequirao, no Peru


Uma vez mais, o dia começou bem cedo hoje. Como queremos fazer o máximo de coisas possíveis enquanto o Gustavo está conosco, nada de moleza ou preguiça! Com o céu ainda escuro, deixamos Ollantaytambo para trás rumo à pequena vila de Cachora, acessada por uma estrada de terra a partir do ramo da rodovia transoceânica que liga Cusco à capital Lima e ao Oceano Pacífico. Essa parte da rodovia ainda está em construção e fica o dia inteiro fechada para obras. Tínhamos de passar por lá antes das 8 da manhã, senão os nossos planos de iniciar a trilha ainda hoje de manhã iriam por água abaixo, comprometendo toda nossa apertada programação. Então, pé na estrada de madrugada mesmo, ainda que tenhamos dormido tão tarde, vindos de trem noturno de Aguas Calientes, após toda a caminhada de Machu Picchu. Sabíamos que o esforço e as poucas horas de sono valeriam a pena.


Nosso caminho de Ollantaytambo (A) para a pequena vila de Cachora (B), onde se inicia a trilha para as ruínas incas de Choquequirao

E valeram mesmo! Conseguimos passar pela barreira ainda aberta da estrada e chegamos à Cachora perto das nove da manhã. Agora, só faltava encontrar nosso contato por lá, que providenciaria um arriero e duas mulas para nos ajudar com a caminhada dos próximos três dias. Ainda em Ollantaytambo, tínhamos conseguido, por telefone, o nome dessa pessoa em Cachora, tudo arrumado pela Hilaria, da Aita Peru, nossa agente de turismo em Cusco. Não demorou muito para achá-lo e ele logo chamou o rapaz que seria o condutor de nossas mulas (o “arriero”), para que já começasse a carregar os animais. Isso depois que arrumássemos nossas mochilas, que não estavam prontas ainda, claro! Nessa correria, sem chance...

Carregando as mulas para a caminhada às ruínas de Choquequirao, no Peru

Carregando as mulas para a caminhada às ruínas de Choquequirao, no Peru


Um menino nos observa quando iniciamos, na vila de Cachora, nosso caminho para Choquequirao, no Peru

Um menino nos observa quando iniciamos, na vila de Cachora, nosso caminho para Choquequirao, no Peru


Ele nos explicou também sobre um “pequeno” problema que teríamos de enfrentar. O caminho para Choquequirao, basicamente, desce um profundo vale, atravessa um rio, e sobe tudo de novo do lado de lá. Para quem gosta de altimetria, saímos de 2.600 metros (Cachora), subimos até os 2.900 m, despencamos até os 1.600 m (o fundo do vale) e subimos até os 3.100 metros, onde estão os setores mais belos das ruínas, tudo isso em cerca de 32 quilômetros de trilhas. Depois, são mais 32 quilômetros para voltar, pelo mesmo caminho. O “pequeno” problema é que a ponte que atravessava o caudaloso rio lá embaixo foi levada por uma enchente já há mais de um ano. Para atravessá-lo agora, há um rústico sistema de teleférico. Nós, as pessoas e bagagens, conseguimos passar. Mas as mulas não! Então, temos de ter duas equipes de mulas, uma de cada lado do rio. O problema é que a comunicação por rádio com o lado de lá não estava funcionando esta semana e, portanto, nós estávamos sem mulas do outro lado do rio. Teríamos de arrumar isso lá embaixo (ou que pode tomar bastante tempo) ou encarar a longa subida para as ruínas sem mulas, carregando barracas, sacos de dormir e comida. Como são 1.500 metros de desnível, não ficamos muito animados com essa última opção, principalmente pela pressa que estamos. Vamos ver como vai ser...

Atravessando a vila de Cachora, início do caminho para Choquequirao, no Peru

Atravessando a vila de Cachora, início do caminho para Choquequirao, no Peru


O início da trilha para Choquequirao é, na verdade, uma estrada rural com paisagens grandiosas (no Peru)

O início da trilha para Choquequirao é, na verdade, uma estrada rural com paisagens grandiosas (no Peru)


Vou ter mais chances de falar de Choquequirao nos próximos posts, mas essas ruínas vem sendo vendidas como uma “nova Machu Picchu”. Na verdade, dizem os arqueólogos, em tempos incas, ela foi muito mais importante que sua irmã mais famosa. E assim como Machu Picchu, foi preservada dos espanhóis, que nunca chegaram até lá. Com isso, a cidade não foi pilhada e nem teve construções destruídas pelos conquistadores. Outra semelhança é o fato de que ambas as cidades estão localizadas no alto de montanhas, em meio à paisagens cinematográficas, montanhas e vales por todos os lados. As semelhanças param por aí e aqui começam as diferenças, todas em favor de Choquequirao. A principal delas é a dificuldade de acesso. Aqui, são precisos dois ou três dias de caminhada apenas para se chegar até lá. Caminhada árdua, subindo e descendo montanhas. A consequência é que, enquanto em Machu Picchu chegam 2.500 pessoas por dia, vindas em confortáveis trens e ônibus (na parte final), em Choquequirao chegam, em média, uns 15 afortunados por dia. Enfim, é como se tivéssemos uma Machu Picchu particular para explorar, sem ter que dividi-la com infindáveis turistas. Outra diferença é que Machu Picchu já está quase que totalmente restaurada. Fica mais bonita, sem dúvidas, mas um tanto quanto artificial. Choquequirao também foi parcialmente restaurada, mas preserva bem mais de seu estado “natural”.

Entrando na trilha para as ruínas de Choquequirao, no Peru

Entrando na trilha para as ruínas de Choquequirao, no Peru


Primeiro dia de caminhada para Choquequirao, no Peru

Primeiro dia de caminhada para Choquequirao, no Peru


Tudo isso deve mudar muito em breve, conforme planos do governo peruano. Em 2014, pretendem iniciar a construção de um grande teleférico sobre o vale que protege Choquequirao do mundo exterior. Os dois ou três dias de caminhada serão substituídos por um passeio de 15 minutos de teleférico que passaram a amsi de um quilômetro de altura sobre o fundo do vale. Apenas para o primeiro ano de funcionamento, espera-se cerca de 200 mil turistas. Então, se você quer conhecer Choquequirao antes dessa verdadeira invasão, venha logo!!!

A grandiosa paisagem no início do caminho para Choquequirao, no Peru

A grandiosa paisagem no início do caminho para Choquequirao, no Peru


Bem, nós, felizmente, chegamos antes desse teleférico (que, espero, nunca saia do papel!!!). Carregadas as mulas, começamos nossa caminha, os 32 quilômetros até a “nova Machu Picchu”. Indo apenas com um arriero, conseguimos economizar um bom dinheiro. A primeira vez que checamos a possibilidade de vir para cá, foi na internet, comprando um dos pacotes oferecidos por agência. Incluia tudo: transporte desde Cusco, guias, mulas, arrieros, comida, etc... mas o preço, era mais de 200 dólares por dia, por pessoa!!! Então, decidimos acertar isso em Cusco mesmo, pessoalmente. Aí, conversando com a Hilaria, dispensamos o transporte, o guia e o cozinheiro. Ficaríamos apenas com o arriero. O preço final caiu estrondosamente, e ainda teríamos o conforto de não ter de carregar peso. Foram, 630 soles, mais o preço da comida e do combustível. Ou seja, cerca de 300 dólares para os três. Muito melhor!!!

Fim da estrada e início da trilha para Choquequirao, no Peru

Fim da estrada e início da trilha para Choquequirao, no Peru


Montanhas e vales no nosso caminho para Choquequirao, no Peru

Montanhas e vales no nosso caminho para Choquequirao, no Peru


Para melhorar mais ainda, estamos viajando com o Gustavo, um especialista em vídeos! E ele decidiu que vai fazer um vídeo dessa nossa caminhada, que certamente sairá bem mais profissional que os outros vídeos que temos feito nessa viagem. Logo estará no ar, mostrando as belezas desse caminho ainda quase desconhecido aqui no Peu. Mal posso esperar para ver o resultado, hehehe.

Trilha para as ruínas incas de Choquequirao, no Peru

Trilha para as ruínas incas de Choquequirao, no Peru


Gustavo admira a paisagem da trilha para as ruínas de Choquequirao, no Peru

Gustavo admira a paisagem da trilha para as ruínas de Choquequirao, no Peru


Voltando a caminhada, logo no início descobrimos que os primeiros dez quilômetros são feitos em uma estrada rural, e não em uma trilha. Vamos em direção ao vale do rio Apurimac, aquele que a ponte foi destruída por uma enchente. Uma caminhada bem agradável, em que vamos subindo lentamente, sempre com incríveis montanhas como pano de fundo. Ali está o nevado Salcantay, com mais de 6 mil metros de altitude e sempre coberto de gelo e neve. Uma visão grandiosa, que nos faz esquecer que estamos caminhando ou fazendo esforço. Aliás, para quem dispões de mais tempo, é possível continuar a caminhada depois de Choquequirao, passar aos pés dessa montanha magnífica, superar os 5 mil metros de altitude e descer do lado de lá, alcançando a linha férrea e chegando até Aguas Calientes e Machu Picchu. Isso mesmo, é possível conhecer as duas cidades incas em apenas uma caminhada! Dura perto de 8 dias e, dizem, é o mais belo dos caminhos que foram desenvolvidos para quem quer chegar em Machu Picchu. Certamente, é o mais difícil também, mas as belezas compensam. Os mais corajosos, seguem sem guias e arrieros, fazendo tudo na unha mesmo. Só precisa levar bastante comida! Para nós, infelizmente, virou apenas um plano para o futuro. De preferência, sem o “bendito” teleférico...

Trilha por montanhas e desfiladeiros no caminho para Choquequirao, no Peru

Trilha por montanhas e desfiladeiros no caminho para Choquequirao, no Peru


Bem, 10 quilômetros de caminhada e chegamos aos 2.900 metros de altitude, onde termina a estrada e começa a trilha, um mirante com vistas esplendorosas do vale do Apurimac e das montanhas onde se esconde Choquequirao. Ali, há uma casinha que serve refeições e cujo domo disse que poderia ter guardado a Fiona. Se soubéssemos disso antes, poderíamos ter economizado esses dez quilômetros da ida e os dez da volta. Na pressa que estamos, teria sido uma boa. De qualquer maneira, como disse, o caminho foi muito lindo até aqui!

Um condor reina absoluto nos céus sobre a trilha para Choquequirao, no Peru

Um condor reina absoluto nos céus sobre a trilha para Choquequirao, no Peru


Um condor reina absoluto nos céus sobre a trilha para Choquequirao, no Peru

Um condor reina absoluto nos céus sobre a trilha para Choquequirao, no Peru


Agora, do mirante em diante, era só descida. O nosso plano era dormir na beira do Apurimac, lá embaixo, para amanhã, no dia de maior esforço, chegarmos até as ruínas. Aqui, nos separamos, pois eu queria descer o mais rápido possível para tentar conseguir as mulas do lado de lá do rio. A pressa não me impediu de saborear cada minuto da incrível ´paisagem, condores voando nos céus, o sol pintando de prateado o rio lá embaixo e a visão da trilha serpenteando montanha acima do outro lado do Apurimac assustando qualquer um.

O sol deixa o rio prateado, no fundo do vale, lá embaixo, onde iremos passar a noite no nosso caminho para Choquequirao, no Peru

O sol deixa o rio prateado, no fundo do vale, lá embaixo, onde iremos passar a noite no nosso caminho para Choquequirao, no Peru


Na descida, passamos por dois acampamentos, um deles onde pretendemos passar nossa terceira noite e, no outro, o maior deles, um divertido encontro com turistas peruanos, empresários limenhos que vieram conhecer as belezas de seu país. Já estavam voltando de Choquequirao e fizeram muita festa para mim, principalmente ao saber de nossa jornada pelas Américas. Prometeram que tirariam uma foto com a Ana, quando ela ali passasse e deixaram que eu seguisse.

Um dos acampamentos na trilha para as ruínas de Choquequirao, no Peru

Um dos acampamentos na trilha para as ruínas de Choquequirao, no Peru


Chegando lá embaixo, tratei de conversar com as pessoas. Ai estão construindo a nova ponte, que deve ficar pronta no início do ano que vem. Por enquanto, só mesmo no pequeno teleférico. Do outro lado do rio, além da trilha, não há nada. Teria de subir uma hora, mais de 300 metros de altitude, para encontrar as primeiras casas e tentar contratar um arriero. Já estava tarde a o cansaço bem forte. Preferi ficar por ali mesmo e conversar com quem chegava do lado de lá, dois ou três grupos de turistas que retornavam com seus arrieros. Nada consegui com o primeiro (mulas muito cansadas), bati na trave com o segundo (amanhã, era seu sagrado dia de descanso) e, no segundo tempo da prorrogação, encontrei um bem simpático que postergou suas férias para fazer mais esse serviço. Viva! Finalmente, poderia me esquecer dos problemas e me concentrar unicamente nas belezas do caminho!

Encontro caloroso com turistas peruanos que já voltavam de Choquequirao, no Peru

Encontro caloroso com turistas peruanos que já voltavam de Choquequirao, no Peru


Logo depois, chegaram o nosso arriero do lado de cá e, um pouco depois, a Ana e o Gustavo. Enquanto montávamos a barraca, a Ana me contava do engraçado encontro com os simpáticos turistas peruanos, que a haviam reconhecido assim que ela entrou no outro acampamento. Também, não há muitas outras Anas por aqui para eles se confundirem, heheh.

Arrieros descansam e conversam em um dos acampamentos na trilha para Choquequirao, no Peru

Arrieros descansam e conversam em um dos acampamentos na trilha para Choquequirao, no Peru


Ainda antes do nosso jantar, um macarrão com molho de sopa que devoramos intensamente, ainda deu tempo de relaxarmos um pouco na beira do rio, pés na água gelada. O momento agora era para nos prepararmos psicologicamente para a subida de amanhã. Vê-la do lado de cá do rio realmente impressiona. E assusta. Dá até para entender porque querem fazer o tal do teleférico! Mas, para nós, serão as pernas mesmo! Com a muito benvinda ajudas das mulas, claro!

Molhando os pés na água fria no final da tarde e do primeiro dia de caminhada para as ruínas de Choquequirao, no Peru

Molhando os pés na água fria no final da tarde e do primeiro dia de caminhada para as ruínas de Choquequirao, no Peru

Peru, Choquequirao, Parque, trilha

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A Floresta Encantada

Brasil, Rio De Janeiro, Serra dos Órgãos

Riacho corta a mata úmida na parte baixa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, portaria de Teresópolis

Riacho corta a mata úmida na parte baixa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, portaria de Teresópolis


Durante nossa noite no Abrigo 4, aos pés da Pedra da Mina, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, o tempo virou. O barulho dos pingos d’água caindo na lona da nossa barraca nos alertou dos humores de São Pedro. Nossa ideia era levantar ainda de madrugada e subir até o cume da montanha para assistir ao nascer-do-sol. As novas condições do tempo nos deram algumas horas a mais de sono.

Em manhã nublada e chuvosa, no topo da Pedra do Sino, ponto culminante do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Em manhã nublada e chuvosa, no topo da Pedra do Sino, ponto culminante do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Quando finalmente saímos dos sacos de dormir e da barraca, pouco depois das 7 da manhã, o camping estava envolto em neblina e sob chuva fraca. Imediatamente nos arrependemos de não ter estado no alto da montanha na véspera. Mas havíamos chegado tarde ontem, estávamos com fome e cansados. Acabamos optando por ver o sol se por da trilha mesmo e foi muito bonito. Querendo evitar a escuridão total, aceleramos para o Refúgio 4, uns 10 minutos trilha abaixo, para podermos escolher um lugar para armar a barraca. O nascer-do-sol seria lé em cima. Mas não foi. Preferimos o conforto da barraca á chuva, frio e neblina do cume.

Em manhã nublada e chuvosa, no topo da Pedra do Sino, ponto culminante do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Em manhã nublada e chuvosa, no topo da Pedra do Sino, ponto culminante do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Com o tempo aberto, junto com primos no topo da Pedra do Sino, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro (foto antiga, do ano 2000)

Com o tempo aberto, junto com primos no topo da Pedra do Sino, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro (foto antiga, do ano 2000)


Perdemos o dia nascendo, mas não o topo da montanha. Sem peso nas costas, resolvemos enfrentar as condições adversas e ir até o ponto mais alto da Serra dos Órgãos, o cume da Pedra do Sino, com 2.275 metros de altitude. Apesar do forte vento, rapidinho já estávamos lá. Na parte final, não enxergando mais do que uns poucos metros à nossa frente, não tínhamos ideia do quão perto (ou longe) estávamos do pilar que marca o cume da montanha. Quando parecia que chegaríamos, conseguíamos ver algumas pedras ainda mais altas. Mas, enfim, apareceu a pequena coluna de concreto. Éramos os únicos lá no alto. Quer dizer, nós, as gotas de chuva, a neblina e o vento forte. Impossível adivinhar a paisagem maravilhosa que a neblina impenetrável escondia.

Após dois dias de travessia desde Petrópolis, fim de tarde glorioso no topo da Pedra do Sino, ponto mais alto do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro (foto antiga, do ano 2000)

Após dois dias de travessia desde Petrópolis, fim de tarde glorioso no topo da Pedra do Sino, ponto mais alto do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro (foto antiga, do ano 2000)


Paisagem montanhosa que se vê do topo da Pedra do Sino com o dia aberto, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro (foto antiga, do ano 2000)

Paisagem montanhosa que se vê do topo da Pedra do Sino com o dia aberto, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro (foto antiga, do ano 2000)


Quer dizer, mais ou menos. Nada muito diferente do que havíamos visto durante todo o dia de ontem. Então, bastava um pouco de concentração e imaginação. Esquecer que as nuvens estavam lá e ver, realmente ver, a paisagem grandiosa repleta de picos de montanhas, todos abaixo de nós. Bem distante, a Baía da Guanabara, para o sul. E para o oeste, lá onde o sol se põe, o Castelo do Açu, bem pequenino. haja imaginação. E haja concentração, principalmente com o vento jogando água fria no nosso rosto. De qualquer maneira, eu já havia estado aqui uma vez, 14 anos atrás. As fotos estão meio borradas e desgastadas pelo tempo, mas dão uma boa ideia do que se pode ver do alto do Sino num dia limpo.

Passando por uma das muitas cachoeiras na área da portaria de Teresópolis do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Passando por uma das muitas cachoeiras na área da portaria de Teresópolis do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Sem esperanças que o tempo abrisse, tiramos nossas fotos lá no alto para registrar nossa passagem por lá e voltamos ao acampamento. Aí, foi só empacotar tudo e iniciar a última parte da nossa travessia da Serra dos Órgãos, a descida de 10 quilômetros e cerca de 1.000 metros verticais do Abrigo 4 até a portaria do parque em Teresópolis. Trilha muito bem marcada e fazendo um infinito ziguezague para descer as encostas da parte alta do parque rumo a mata úmida que domina a parte baixa da serra dos Órgãos.

Caminhando por trilha suspensa em meio à vegetação densa da parte baixa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, próximo a portaria de Teresópolis

Caminhando por trilha suspensa em meio à vegetação densa da parte baixa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, próximo a portaria de Teresópolis


Caminhando por trilha suspensa em meio à vegetação densa da parte baixa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, próximo a portaria de Teresópolis

Caminhando por trilha suspensa em meio à vegetação densa da parte baixa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, próximo a portaria de Teresópolis


Uma chuva fina nos acompanhou por quase todo o percurso. Conforme diminuía a altitude, a neblina foi rareando e passamos a poder ver mais longe. Sendo sábado de manhã, cruzamos com grupos e mais grupos de pessoas fazendo o caminho inverso. É muito comum que se faça apenas essa perna da travessia nos finais de semana: a subida da pedra do Sino, ida e volta por Teresópolis. Depois dos nossos dois dias de tempo maravilhoso no parque, ficamos com pena desses que já subiam enfrentando a chuva e sem muita chance de ter qualquer visibilidade lá no alto. Enfim, o que vale é a aventura. O sol é o bônus.

Placa informativa ao longo da trilha suspensa que atravessa trecho de mata úmida na parte baixa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, portaria de Teresópolis

Placa informativa ao longo da trilha suspensa que atravessa trecho de mata úmida na parte baixa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, portaria de Teresópolis


Trilha em meio à vegetação densa na parte baixa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, portaria de Teresópolis

Trilha em meio à vegetação densa na parte baixa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, portaria de Teresópolis


No caminho, passamos pelas ruínas do antigo Abrigo 3 e nem percebemos as ruínas do Abrigo 2, já quase completamente cobertas pela vegetação. falando nela, foi a grande estrela dessa última parte da caminhada. Quanto mais descemos, mais a mata vai se adensando. De repente, já estamos numa verdadeira floresta. E num dia como hoje, com chuva fina, a mata parece ainda mais úmida do que já é. Vários riachos e muitas cachoeiras dão vida ao caminho e a cor verde nos cerca por todos os lados. Há as árvores mais altas, com as opas bem frondosas. Abaixo, o chamado sub-bosque, formado por palmeiras. É como se fosse uma floresta com vários andares. No “térreo”, um piso coberto por musgo, liquens e fungos. Disputam o espaço em cada raiz das árvores mais altas.

Muitas palemiras formam o chamado sub-bosque, sob a copa de árvores maiores, na parte baixa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, portaria de Teresópolis

Muitas palemiras formam o chamado sub-bosque, sob a copa de árvores maiores, na parte baixa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, portaria de Teresópolis


Muitas palemiras formam o chamado sub-bosque, sob a copa de árvores maiores, na parte baixa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, portaria de Teresópolis

Muitas palemiras formam o chamado sub-bosque, sob a copa de árvores maiores, na parte baixa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, portaria de Teresópolis


Também os galhos das árvores são recobertos de vegetação. São as bromélias! Centenas, milhares delas! Nunca havia visto tantas dessas plantas juntas. O visual era lindo e fiquei com vontade de ser botânico. A parte baixa do parque desse lado de Teresópolis é o mais desenvolvido em termos de infra estrutura e há várias pequenas trilhas para se explorar a região. Uma delas é uma trilha suspensa no meio das árvores e da vegetação, em passarelas de madeira. Ao longo dela, vários painéis informativos para nos ilustrar sobre a riqueza de vida ao nosso redor.

Chegando à portaria de Teresópolis, trecho final da travessia de 30 km e 3 dias através do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Chegando à portaria de Teresópolis, trecho final da travessia de 30 km e 3 dias através do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


A mata úmida e desnsa da parte baixa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, portaria de Teresópolis

A mata úmida e desnsa da parte baixa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, portaria de Teresópolis


A neblina e a chuva fina se misturavam com a copa das árvores dando um tom mágico, quase sobrenatural, ao ambiente. Que iria subir a Pedra da Mina hoje já tinha passado por nós, então éramos os únicos a caminhar por ali naquela hora, já bem perto do almoço. Foi uma experiência fantástica, quase que como se estivéssemos em um outro mundo, numa outra realidade. mas, enfim, fomos chegando ao final da trilha, que acabou virando uma estrada asfaltada. mais alguns minutos e reencontramos nossa querida, valente e fiel Fiona. Estávamos em casa!

Milhares de bromélias penduradas nos galhos das árvores na mata úmida que ocupa a parte baixa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, portaria de Teresópolis

Milhares de bromélias penduradas nos galhos das árvores na mata úmida que ocupa a parte baixa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, portaria de Teresópolis


Chegando ao final da travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, portaria de Teresópolis

Chegando ao final da travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, portaria de Teresópolis


Molhados e com fome, mais do que nunca agrademos a escolha de ter deixado a Fiona por aqui e não ter de pegar o ônibus agora para a sede de Petrópolis. Ao invés disso, seguimos diretamente para o centro de Teresópolis, em busca de um bom lugar para comer. Queríamos comida farta e de boa qualidade, algo que estávamos merecendo depois de tanto esforço. Acabamos nos esbaldando numa excelente churrascaria da cidade. Como todos sabemos, a fome é o melhor tempero que existe e, talvez influenciado por isso, foi o melhor churrasco que tivemos por muito tempo! Final perfeito para nossa travessia quase perfeita. Um ótimo final, também, para o P.S. dos 1000dias. Agora, a Serra dos Órgãos e sua famosa “trilha mais bonita do Brasil” também já fazem parte do nosso roteiro pelo continente!

Após 30 km e três dias na montanha, o feliz reencontro com a nossa Fiona, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, portaria de Teresópolis

Após 30 km e três dias na montanha, o feliz reencontro com a nossa Fiona, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, portaria de Teresópolis

Brasil, Rio De Janeiro, Serra dos Órgãos, Parque, Pedra do Sino, Teresópolis, trilha

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Santa Teresa e a Escadaria Selarón

Brasil, Rio De Janeiro, Rio de Janeiro

O bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro

O bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro


Um dos programas mais encantadores do Rio de Janeiro é passear pelo bairro de Santa Teresa. Localizado no morro de mesmo nome, ele propicia vistas lindas da orla carioca, é um centro de culinária, bares charmosos e ateliês de artistas, e suas ruas carregam mais de 200 anos de história.

Mapa do bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro, um dos primeiros a se formar fora da região central da cidade

Mapa do bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro, um dos primeiros a se formar fora da região central da cidade


Tudo começou em meados do séc. XVIII, quando foi instalado no então Morro do Desterro o convento de Santa Teresa. Ainda era uma área fora da cidade, em meio à mata nativa e muitas fontes de água. Aliás, é mais ou menos da mesma época a construção do Aqueduto da Carioca, os famosos Arcos da Lapa, que traziam água do rio da Carioca para abastecer várias fontes na cidade do Rio de Janeiro. Esses arcos ligam exatamente o Morro de Santa Tereza ao Morro de Santo Antônio.

Rua e casaróes de de Santa Tereza, no Rio de Janeiro

Rua e casaróes de de Santa Tereza, no Rio de Janeiro


No início do século XIX, o morro começou a ser ocupado pela então classe alta da cidade, que aí construía suas casas e mansões inspirados na arquitetura francesa da época. O bairro foi uma das primeiras expansões da cidade para fora do núcleo inicial do povoamento. Meio século mais tarde a ocupação se acelerou. Eram as pessoas que fugiam da epidemia de febre amarela que assolava os bairros mais baixos da cidade.

Almoço no restaurante Aprazível, em Santa Tereza, no Rio de Janeiro

Almoço no restaurante Aprazível, em Santa Tereza, no Rio de Janeiro


Restaurante Aprazivel, um dos muitos de Santa Tereza e famoso pela vista do Rio de Janeiro

Restaurante Aprazivel, um dos muitos de Santa Tereza e famoso pela vista do Rio de Janeiro


Em 1872 foi inaugurado o serviço de bondes que se tornou a marca registrada do bairro. Nos primeiros anos, eles eram puxados por burros, mas em 1896 começou a funcionar ligado a rede elétrica, unindo o centro até a parte alta do bairro. As linhas de bonde logo se espalharam pela cidade, mas com a chegada dos ônibus, começaram a ser substituídas. Ao final, só sobrou a linha pioneira, que acabou virando uma das atrações turísticas de Santa Teresa e da própria cidade do Rio de Janeiro, fazendo a alegria de turistas do mundo inteiro.

O Rio de Janeiro visto do bairro Santa Tereza, um dos mais tradicionais da cidade

O Rio de Janeiro visto do bairro Santa Tereza, um dos mais tradicionais da cidade


O Rio de Janeiro visto do bairro Santa Tereza, um dos mais tradicionais da cidade

O Rio de Janeiro visto do bairro Santa Tereza, um dos mais tradicionais da cidade


Com o tempo, Santa Teresa perdeu seu status de bairro nobre assim como os demais bairros históricos da zona sul, mas tornou-se, ao longo dos anos, um bairro de interesse cultural e turístico. Foi como nós fomos conhecê-lo quando passamos por aqui em Setembro de 2010, ainda no primeiro ano dos 1000dias. Comer bem, beber cerveja gelada, socializar com amigos e, claro, fotografar os bondes elétricos, como pode ser visto nesse post daquela época.

O Rio de Janeiro visto do bairro Santa Tereza, um dos mais tradicionais da cidade

O Rio de Janeiro visto do bairro Santa Tereza, um dos mais tradicionais da cidade


Ladeira do Meirelles, uma das princiapis vias de Santa tereza, no Rio de Janeiro

Ladeira do Meirelles, uma das princiapis vias de Santa tereza, no Rio de Janeiro


Agora, na companhia dos amigos espanhóis Álvaro e Valentín, resolvemos voltar para mais um passeio pelo bairro. Combinamos de nos encontrar em um dos mais famosos restaurantes do bairro, o Aprazível, que além da boa comida, tem uma vista linda da cidade. Depois de alimentados, aí sim fomos caminhar pelas ruas centenárias.

Obras de revitalização do bondinho de Santa Tereza, no Rio de Janeiro

Obras de revitalização do bondinho de Santa Tereza, no Rio de Janeiro


Arte nas ruas de Santa tereza, no Rio de Janeiro

Arte nas ruas de Santa tereza, no Rio de Janeiro


Logo, a primeira surpresa, o que mostra como as coisas estão sempre mudando. O famoso bondinho não está mais funcionando! Um terrível acidente, quase um ano após termos passado por aqui, matou várias pessoas no bonde e o serviço foi descontinuado. Na verdade, a ideia era (e é!) reformar o circuito, para torná-lo mais seguro. Vimos várias obras ao longo dos trilhos, mas a promessa de trazer o bondinho de volta até meados de 2014 não se concretizou. Por enquanto, as imagens charmosas desse meio de transporte da época dos nossos avós só vai ficar na memória e nas fotos antigas.

Muito movimento nos bares de Santa Tereza, no Rio de Janeiro

Muito movimento nos bares de Santa Tereza, no Rio de Janeiro


A famosa escadaria do Selaron, em Santa Tereza, no Rio de Janeiro

A famosa escadaria do Selaron, em Santa Tereza, no Rio de Janeiro


Sem bonde, o negócio é caminhar mesmo. O que não falta são lugares para reabastecer nosso combustível. No caso, uma boa cerveja gelada e gente descolada, gringos e locais, jogando conversa fora nas ruas. Assim, seguimos, de bar em bar, até uma das saídas do bairro, talvez a mais famosa delas nos dias de hoje, uma escadaria toda colorida que nos leva diretamente até o largo onde estão os Arcos da Lapa.

Arte na Escadaria do Selaron, ponto turístico de Santa Tereza, no Rio de Janeiro

Arte na Escadaria do Selaron, ponto turístico de Santa Tereza, no Rio de Janeiro


Arte na Escadaria do Selaron, ponto turístico de Santa Tereza, no Rio de Janeiro

Arte na Escadaria do Selaron, ponto turístico de Santa Tereza, no Rio de Janeiro


Esse cartão postal cada vez mais famoso da cidade foi inspiração e obra de um artista plástico chileno que viveu muito tempo por aqui. Da outra vez que estivemos em Santa Teresa, não tivemos tempo para conhecer essa escadaria, mas ela não nos escaparia uma segunda vez. Infelizmente, a obra está aqui, mas não mais o criador dela. Há pouco mais de um ano, o emblemático Jorge Selarón foi encontrado morto nos degraus que o celebrizaram. A polícia apontou suicídio, mas as estranhas condições de sua morte também apontam a possibilidade de assassinato.

Nosso amigo Alvaro em visita ao bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro

Nosso amigo Alvaro em visita ao bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro


O chileno nasceu em 1947 e, aos 17 anos, iniciou suas viagens pelo mundo. Visitou mais de 50 países, mas foi no Rio que decidiu se fixar, ainda na década de 80. Sobrevivia vendendo seus quadros nos restaurantes da cidade e morava próximo a uma antiga e deteriorada escadaria que ligava o bairro de Santa Teresa aos Arcos da Lapa. A partir de 1994, depois de se inspirar na decoração feita por habitantes locais por ocasião da Copa do Mundo, começou a azulejar cada degrau da enorme escadaria. Trabalhando solitariamente e apenas com o rendimento da venda de seus quadros, conseguiu terminar o último dos 215 degraus um pouco antes do ano 2000, que era a meta que havia se proposto.

Homenagem ao chileno Selaron, autor da escadaria que leva o seu nome no bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro

Homenagem ao chileno Selaron, autor da escadaria que leva o seu nome no bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro


No início acusado de louco por seus vizinhos, foi aos poucos ganhando a simpatia de todos. Ainda mais quando a escadaria começou a atrair turistas e fama para o local. Selarón continuou sua obra então, agora adornando as laterais da escadaria com obras de arte e azulejos com sua cor preferida: o vermelho Ferrari. Seus fãs do mundo inteiro passaram a colaborar, enviando de 60 países mais de 2 mil azulejos diferentes. Em Maio de 2005 toda a obra foi tombada pela prefeitura do Rio e Selarón ganhou o título de cidadão honorário da cidade.

A famosa escadaria do Selaron, em Santa Tereza, no Rio de Janeiro

A famosa escadaria do Selaron, em Santa Tereza, no Rio de Janeiro


Se pudesse voltar no tempo, eu teria vindo aqui naquela nossa passagem pelo bairro em 2010. Poderia ter encontrado essa peça rara e ter tido uma boa conversa com ele. mas perdemos a chance… essa história, como já disse, tem final triste. Selarón teve desentendimentos com um de seus colaboradores e alegava que estava sendo ameaçado de morte. Isso e não se sabe o que mais o levaram á depressão no final de 2012. Na madrugada do dia 10 de janeiro, após se ouvirem gritos de socorro, o artista plástico foi encontrado queimado na escadaria que revitalizou e imortalizou, confirmando sua própria pedição de que morreria quando sua obra terminasse. Ele se foi, mas a escadaria continua ali, a nos encher os olhos…

Saindo de Santa Tereza e chegando aos famosos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro

Saindo de Santa Tereza e chegando aos famosos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro


Foi por ela que descemos para, já de noite, dar de cara com outra das maravilhas cariocas, os Arcos da Lapa. Os mesmos da antiga gravura de 1790 que coloquei nesse post e que mostra também o convento de Santa Teresa. A cidade cresce, muda, se adorna, eles continuam em pé, nos ligando ao passado. Que delícia de passeio! Amanhã, temos mais escadas e morros pela frente. Um “pouco” mais altos, eu diria… vamos à Pedra da Gávea de onde, dizem, se tem as melhores vistas da cidade. A conferir…

Pintura de Leandro Joaquim, de cerca de 1790, já mostra os Arcos da Lapa. Ao fundo, o Mosteiro de Santa Teresa, que daria origem ao bairro de mesmo nome. O lago foi aterrado posteriormente e hoje é o Largo da carioca

Pintura de Leandro Joaquim, de cerca de 1790, já mostra os Arcos da Lapa. Ao fundo, o Mosteiro de Santa Teresa, que daria origem ao bairro de mesmo nome. O lago foi aterrado posteriormente e hoje é o Largo da carioca

Brasil, Rio De Janeiro, Rio de Janeiro, Arquitetura, cidade, história, Santa Teresa

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A Região das Redwoods e dos Tsunamis

Estados Unidos, Califórnia, Crescent City

Fim de tarde em mirante para ver baleias cinzentas no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos

Fim de tarde em mirante para ver baleias cinzentas no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos


O dia de hoje foi devotado à exploração do Redwood National Park. Na verdade, há mais de um parque por ali, um nacional e diversos estaduais. Áreas protegidas por distintas esferas de governo com o intuito de salvaguardar a rica e emblemática natureza da costa norte da Califórnia. Como o próprio nome sugere, o foco principal do parque são as redwoods, as mais altas árvores do planeta, ultrapassando com folga a marca dos 100 metros de altura. Elas são parentes da sequoias, que crescem em altitudes mais elevadas, são mais “volumosas”, mas não tão altas. Mas nem só de redwoods vive o parque e a região. Assim, vou deixar as árvores e as belíssimas fotos que tiramos para o próximo post e falar aqui das outras atrações.

Chegando novamente ao Oceano Pacífico, em Crescent City, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos

Chegando novamente ao Oceano Pacífico, em Crescent City, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos


A sede administrativa do parque fica na cidade de Crescent City, onde dormimos ontem de noite. Além das árvores, há outra coisa “bem grande” que traz fama à cidade: tsunamis! Aparentemente, o perfil do solo marinho da região é perfeito para essa grandes ondas, quase que como um funil por onde elas ficam ainda maiores e mais destrutivas. Prova disso está no fato que, somente entre 1933 e 2011, doze tsunamis atingiram Crescent City, alguns menores, com ondas de pouco mais de um metro de altura, mas quatro deles com grande poder destrutivo.

Litoral em Crescent City, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos

Litoral em Crescent City, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos


O maior deles, sem dúvida, foi aquele de 27 de Março de 1964, alguma horas depois que o segundo maior terremoto medido da história abalou o Alaska, com uma inacreditável magnitude de 9,2. Como não poderia deixar de ser, o terremoto iniciou o maior tsunami em tempos históricos da costa oeste americana. Pouco mais de quatro horas depois, quatro gigantescas ondas espaçadas por poucos minutos varreram a cidade, causando grande destruição e matando cerca de 15 pessoas. Desde então a cidade se preparou para “conviver” com eles, declarando-se “tsunami-ready”. O grande teste veio em 2011, após o terremoto que abalou o Japão, do outro lado do Pacífico. A cidade foi rapidamente evacuada, mas 35 barcos ancorados no porto não puderam ser salvos. Apenas uma pessoa morreu.

Feliz com o sol e o mar em Crescent City, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos

Feliz com o sol e o mar em Crescent City, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos


Bom, hoje pela manhã, o mar parecia mais calmo do que nunca! Com o sol brilhando, eu e a Ana estávamos felicíssimos de encontrar o mar novamente. Ainda mais estando na Califórnia, até parecia que a água estava mais quente, hehehe. Efeito psicológico, claro! Nós tiramos nossas fotos e iniciamos o longo dia de explorações.

Fim de tarde numa linda praia no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos

Fim de tarde numa linda praia no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos


Os parques nacional e estaduais se estendem ao longo da costa e para o sul nós seguimos, passando por diversos deles, dirigindo por pequenas estradas de terra e parando, aqui e ali, para fazer umas trilhas. Além das matas, ficamos também impressionados com a beleza do litoral. Estivemos em uma praia para assistir ao pôr-do-sol e em um mirante onde, a partir desse mês de novembro, pode-se observar as baleias cinzentas na sua rota do Alaska para a Baja California. Acho que elas estão atrasadas este ano, pois a gente não viu nenhuma. Mas o visual lá de cima estava maravilhoso!

Encontro do rio com o mar no litoral do Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos

Encontro do rio com o mar no litoral do Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos


Seguimos nossa caminho para o sul, encontrando e reencontrando outras pessoas que faziam o mesmo roteiro. Depois de duas ou três paradas, já estávamos todos amigos, hehehe! A Fiona, como sempre, sendo o maior chamariz, todos interessados naquele carro inexistente nos EUA, com motor a diesel. A Toyota não sabe o que está perdendo por aqui... Ou sabe?

Encontro do rio com o mar no litoral do Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos

Encontro do rio com o mar no litoral do Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos


Por falar em amigos, depois de umas tuitadas da Ana ao longo do dia, recebemos uma mensagem de um casal americano que também viaja as américas, o pessoal do http://lostworldexpedition.com/. Tínhamos trocado algumas mensagens há duas semanas e eu jurava que eles estavam no Chile. Pois é, não estavam! O carro deles, sim, mas eles estão aqui na Califórnia, na cidade de Arkata, bem pertinho de onde estávamos. Coincidência tão grande merecia até uma mudança de programação! Assim, resolvemos dormir nessa cidade, que já estava no nosso roteiro, mas que nem pararíamos. Acabamos nos desencontrando de noite, mas de amanhã cedo esse encontro não passa!

Elks machos no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos

Elks machos no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos


Elks machos treinam suas habilidades de luta no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos

Elks machos treinam suas habilidades de luta no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos


Antes de chegarmos lá, ainda tivemos a chance de ver uma manada de elks, aqueles animais que parecem as renas do Papai Noel. Ao lado da estrada, dois deles brincavam de brigar, seus longos chifres enganchados uns nos outros. Parecia até cena de documentário do Discovery Channel. Paramos e fomos fotografar de perto. Muito legal! Foi só depois disso que vimos a placa dizendo para não nos aproximarmos a pé dos animais, pois eles podem ser perigosos. Acho que estavam tão entretidos entre eles mesmos que não ligaram para aquela loira bonita tirando fotos da brincadeira, hehehe!

Apenas depois de tirar as fotos dos elks, a Ana viu essa placa no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos

Apenas depois de tirar as fotos dos elks, a Ana viu essa placa no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos

Estados Unidos, Califórnia, Crescent City, Parque, Redwood National Park, tsunami

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O Segundo Dia do W: Los Cuernos

Chile, Torres del Paine

Saudando a Los Cuernos, perto do Acampamento Britanico, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Saudando a Los Cuernos, perto do Acampamento Britanico, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


Com a ajuda do vinho e do cansaço, dormimos muito bem na nossa barraca no camping Los Cuernos, parque nacional torres del Paine, no sul do Chile. Tanto que, embalados pelo barulho da chuva fina que caía, fomos uns dos últimos a acordar hoje cedo. Depois, espreguiça daqui, espreguiça dali e fomos despertando de verdade. Mais difícil mesmo foi arrumar coragem para lavar nossos rostos, mãos, braços e canelas no riacho gelado que passava por ali.

Nossa barraca no camping Los Cuernos, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Nossa barraca no camping Los Cuernos, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


Acordando na barraca no camping Los Cuernos, prontos para o 2o dia de caminhada no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Acordando na barraca no camping Los Cuernos, prontos para o 2o dia de caminhada no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


Mas conseguimos! Depois, um rápido café da manhã, a arrumação da barraca, a troca de roupas para mais um dia de caminhada e o esforço de empacotar tudo e guardar em nossas mochilas. O tempo não estava animador, frio e um pouco de chuva, mas não tínhamos escolha, o negócio era seguir em frente e torcer para São Pedro dar um tempo.

Quase pronta para o 2o dia de caminhada na trilha do W, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Quase pronta para o 2o dia de caminhada na trilha do W, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


Na porta da nossa barraca em um dia frio e úmido, mas pronto para reiniciar a caminhada do W no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Na porta da nossa barraca em um dia frio e úmido, mas pronto para reiniciar a caminhada do W no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


O máximo que pudemos fazer foi um pouco de hora. Voltamos ao refúgio ali do lado, onde ontem de noite havíamos comido e tomado nossa garrafa de vinho. Já não havia mais ninguém e a pequena lojinha ainda estava fechada. O natal quase chegando, a simpática e acolhedora decoração é natalina, Papai Noel, pequenos sinos e algumas meias de presentes pendurados nas portas e paredes. Além disso, mapas e placas mostrando nossa localização dentro da trilha do W.

O refúgio e camping Los Cuernos, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

O refúgio e camping Los Cuernos, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


A simpática lojinha do refúgio Los Cuernos, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

A simpática lojinha do refúgio Los Cuernos, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


Hoje nosso roteiro é um pouco mais curto que o de ontem, algo perto dos 25 quilômetros. Vamos entrar no meio do maciço, como mostram os mapas nesse post, caminhando até o Acampamento Britânico através do Valle del Francês. Depois, regressamos até a trilha principal e retomamos nosso rumo para o oeste, até o Acampamento Paine Grande, já às margens do lago Pehoe.

Decoração natalina no refúgio Los Cuernos, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Decoração natalina no refúgio Los Cuernos, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


Decoração do refúgio Los Cuernos no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Decoração do refúgio Los Cuernos no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


São 5,5 km até o Acampamento Italiano, onde tomamos a trilha que entra no meio do maciço Paine. Até aí, apenas 100 metros de desnível. Depois, outros 5,5 km subindo até o Acampamento Britânico, agora sim ganhando quase 500 metros de altitude. Para facilitar nossa vida, deixaremos nossas mochilas no Acampamento italiano e subiremos o Valle del Frances sem peso. Na volta, passamos por aí e fazemos os últimos 8 quilômetros de leve descida até o acampamento Paine Grande, o ponto mais baixo da trilha do W a menos de 50 metros de altitude.

Altimetria da trilha que fizemos na véspera, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Altimetria da trilha que fizemos na véspera, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


Mapa do famoso circuito W no parque Torres del Paine, no sul do Chile. No 2o dia (em azul), saímos do camping Los Cuernos, seguimos até o Acampamento Britânico (nosso peso ficou no  A. Italiano), regressamos pelo mesmo caminho e continuamos até Paine Gran

Mapa do famoso circuito W no parque Torres del Paine, no sul do Chile. No 2o dia (em azul), saímos do camping Los Cuernos, seguimos até o Acampamento Britânico (nosso peso ficou no A. Italiano), regressamos pelo mesmo caminho e continuamos até Paine Gran


E assim foi. São Pedro não deu trégua e tivemos de enfrentar a chuva fina mesmo. Passamos por várias praias do lago Nordenskjold, mas a temperatura e o vento não nos animaram a dar um mergulho. Aliás, tinha tanto vento que havia até ondas no lago! Já nas encostas da montanha, pequenas cachoeiras se formavam. Nosso maior cuidado era não encharcar nossas botas.

Início do 2o dia de caminhada: chuva e a praia do lago Nordenskjold, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Início do 2o dia de caminhada: chuva e a praia do lago Nordenskjold, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


Com a chuva, pequenas cachoeiras aparecem no caminho, no 2o dia do W, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Com a chuva, pequenas cachoeiras aparecem no caminho, no 2o dia do W, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


A chuva continuou até chegarmos ao Acampamento Italiano. Aí, grande alívio, deixamos as mochilas. Nós e a torcida do Flamengo também. Foi até difícil encontrar um lugar seco e protegido para deixar o equipamento. Mas encontramos, nós e o simpático costarriquenho que fez boa parte desse trecho de caminhada conosco. O Rene dormiria por aqui hoje e resolveu esperar um tempo no acampamento para que o tempo melhorasse.

Caminhando preparados para enfrentar a chuva no 2o dia do W, região de Los Cuernos, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Caminhando preparados para enfrentar a chuva no 2o dia do W, região de Los Cuernos, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


Uma geleira desce as paredes da montanha no Valle del Frances, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Uma geleira desce as paredes da montanha no Valle del Frances, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


Nós, ainda com muitos quilômetros pela frente, resolvemos continuar. Meia hora de subida e muita gente voltando, descendo o Valle do Francês desanimados com as condições de tempo lá em cima, muito vento e pouca visibilidade. A gente resolveu insistir e São Pedro finalmente se compadeceu de nós. A chuva deu um tempo e manchas de azul começaram a aparecer. Quem não deu trégua mesmo foi o vento. Aliás, esse trecho do W é famoso por isso: vento forte.

Mapa tridemensional do trekking em Torres del Paine. No 1o dia, saímos de START, fomos até o 8 e depois, dormimos em 7. No 2o dia, fomos até o Acampamento Britanico e dormimos em Paine Grande. No 3o dia, fomos até 4 e dormimos em 5 (mapa de Steve Walkowia

Mapa tridemensional do trekking em Torres del Paine. No 1o dia, saímos de START, fomos até o 8 e depois, dormimos em 7. No 2o dia, fomos até o Acampamento Britanico e dormimos em Paine Grande. No 3o dia, fomos até 4 e dormimos em 5 (mapa de Steve Walkowia


Enfim, melhor o vento do que a chuva. A trilha agora estava bem vazia, quase toda a “torcida do Flamengo” já havia voltado. Começar um trilha mais tarde tem suas vantagens! As enormes montanhas ao nosso lado começaram a aparecer entre as nuvens, mostrando suas formas e imponência. Esses são os Cuernos, pois tem picos bem pontiagudos, em forma de chifres. Gelo e neve se agarram em suas encostas rochosas e precipícios amedrontadores. Depois das Torres que vimos ontem, são as montanhas mais famosas do parque.

Atrás das nuvens aparecem os Cuernos, no Valle del Frances, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Atrás das nuvens aparecem os Cuernos, no Valle del Frances, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


Já bem próximos do Acampamento Britanico, uma bela visão de Los Cuernos, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Já bem próximos do Acampamento Britanico, uma bela visão de Los Cuernos, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


Outras vista que ficava cada vez mais bela conforme subíamos era nas nossas costas. As estepes do parque e seus lagos multicoloridos se viam cada vez melhor, especialmente o Nordenskjold, cheio de ilhas. Oto é vento tão forte por aqui que a vegetação não consegue crescer muito. Melhor para nós, que temos a visão toda aberta. Achei muito parecido com a outra vez que passei aqui, há mais de 20 anos. Vai ser interessante comparar as fotos!

O tempo abria e fechava e as montanhas apareciam e sumiam no 2o dia de caminhadas no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

O tempo abria e fechava e as montanhas apareciam e sumiam no 2o dia de caminhadas no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


O tempo abria e fechava e as montanhas apareciam e sumiam no 2o dia de caminhadas no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

O tempo abria e fechava e as montanhas apareciam e sumiam no 2o dia de caminhadas no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


O último trecho da caminhada antes do Acampamento Britânico já é bem mais plano. Agora sim, caminhamos em bosques protegidos do vento. Não há vista, mas o caminho é bem agradável e os bosques parecem aqueles dos contos de fadas. De tempos em tempos, temos de cruzar um rio de degelo, um leito de pedras bem largo, mas com pouca água. É quando temos vista novamente, os Cuernos ao nosso lado, majestosos. No meio de tantas pedras, a trilha até se perde e é preciso cuidado para localizá-la novamente do outro lado do rio quase seco. Numa dessas passagens, eu vinha dois minutos à frente da Ana. Do lado de lá, caminhei um pouco no bosque e resolvi esperá-la. Após muitos minutos dela não aparecer, tive de voltar. Cruzei o rio novamente e, já no bosque do outro lado, uma outra turista me disse que a Ana estava adiante. Adiante? Eu tinha vindo de lá e ali ela não estava. Isso só podia significar que ela havia se perdido no rio. Voltei para lá e comecei a subir o leito de pedras. Muitos minutos e gritos depois, localizei a minha amada esposa. Seguia diretamente para as montanhas! Ao menos, foi um ótimo local para fotos, o ponto mais próximo que estivemos dos Cuernos.

Já bem próximos do Acampamento Britanico, uma bela visão de Los Cuernos, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Já bem próximos do Acampamento Britanico, uma bela visão de Los Cuernos, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


Descendo o Valle Frances e observando a bela paisagem do parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Descendo o Valle Frances e observando a bela paisagem do parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


Retomamos a trilha correta e fomos até o Acampamento Britânico e até um pouco adiante. Mas alguém que retornava de lá nos disse que o próximo mirante era uma hora mais para frente, muita subida no caminho. Foi a informação que precisávamos para decidir que era hora de voltar. Agora, indo para baixo, tudo ficou ainda mais bonito e não demorou muito para chegarmos novamente àquele ponto com muito vento. Mas agora, o vento nossa ajudava ainda mais a descer. Além disso, ele tinha limpado as nuvens da encosta da montanha e só agora pudemos admirar de verdade a geleira do Francês, uma das mais belas do Torres del Paine. Não é longa, mas colada à montanha, é realmente um visual impressionante!

Uma enorme geleira e muita neve compõe o cenário glacial do Valle del Frances, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Uma enorme geleira e muita neve compõe o cenário glacial do Valle del Frances, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


Chegamos enfim ao Acampamento Italiano onde recuperamos nossas mochilas. Na verdade, estamos fazendo essa caminhada com uma mochila pequena e outra grande, mas com o peso dividido entre elas da melhor maneira possível. Barracas e sacos de dormir, maiores, em uma delas. Equipamentos de cozinha e de foto, na outra. Comida e roupas divididas. Quando deixamos o peso para trás, levamos a mochila pequena conosco, só com água e máquina fotográfica. Depois, quando reencontramos nosso “peso”, temos de rearrumar as mochilas.

As várias ilhas do lago Nordenskjold, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

As várias ilhas do lago Nordenskjold, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


Deixando o Valle del Frances, uma última olhada nas montanhas atrás de nós, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Deixando o Valle del Frances, uma última olhada nas montanhas atrás de nós, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


O que não rearrumanos dessa vez foram os casacos que vestíamos. Lá no alto do Valle do Francês a Ana estava com muito frio e nós trocamos de jaqueta, pois a minha é muito melhor. Por isso a Ana aparece de azul nas fotos desse post e eu de verde. Continuamos de roupas trocadas o resto do dia e foi assim que atravessamos uma floresta que foi queimada no último incêndio e que luta para se recuperar. Mesmo desfolhadas, continuam lindas.

Atravessando floresta desfolhada a caminho do refúgio e camping Paine Grande, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Atravessando floresta desfolhada a caminho do refúgio e camping Paine Grande, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


Floresta queimada no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Floresta queimada no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


Já bem no final do dia, chegamos ao Acampamento Paine Grande, na orla do lago Pehoe. Refúgio lotado, assim como a área apara camping. Tivemos de procurar bastante até encontrar um lugar para a nossa barraca. O que ocorre nesses lugares mais populares (tem muita gente que vem para cá só para fazer a caminhada de um dia até o Glaciar Grey) é que as agências deixam montadas dezenas de barracas para seus clientes, existam eles ou não. Então, muitas daquelas barracas ocupando espaço estavam vazias. Enfim, encontramos um espaço para nossa barraca e ainda assistimos a um belíssimo entardecer com os Cuernos mais limpos do que nunca.

Um mar de barracas no camping Paine Grande, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Um mar de barracas no camping Paine Grande, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


Um mar de barracas no camping Paine Grande, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Um mar de barracas no camping Paine Grande, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


Às margens do lago Pehoe, nossa barraca no camping Paine Grande, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Às margens do lago Pehoe, nossa barraca no camping Paine Grande, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile


Um acampamento grande assim tem suas desvantagens, mas também tem suas vantagens. Por exemplo, pudemos tomar um delicioso banho quente em seus banheiros. Já na hora de comer, foi preciso negociar espaço na pequena sala reservada aos que acampam por ali. Muita gente disputando os fogões, pias e lugares na sala aquecida e protegida do vento cada vez mais forte que corria lá fora. Gente do mundo inteiro, uma verdadeira torre de babel de línguas, sotaques e feições, todo mundo se apertando e conversando naquele espaço apertado. Bem legal! Um pouco de calor humano para nos ajudar a passar a noite fria e com muito vento que nos esperava lá fora.

As montanhas Los Cuernos vistas do camping Paine Grande, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

As montanhas Los Cuernos vistas do camping Paine Grande, no parque nacional Torres del Paine, no sul do Chile

Chile, Torres del Paine, geleira, Lago, Montanha, Parque, Patagônia, trilha

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Cartagena, América do Sul

Colômbia, Cartagena

AS famosas muralhas de Cartagena, na Colômbia

AS famosas muralhas de Cartagena, na Colômbia


Estamos de volta à América do Sul! Exatamente 18 meses depois de deixarmos Cartagena em um pequeno barco rumo ao arquipélago de San Blás, no Panamá, voltamos à mesma cidade colombiana, agora de avião, vindos de San Andrés. Foi daqui que embarcamos a Fiona para o porto de Colón, também no Panamá, será aqui que a receberemos de volta ao nosso continente natal.

Em meio à neblina, aparece Cartagena, na Colômbia. Depois de tanto tempo, estamos de volta à América do Sul!

Em meio à neblina, aparece Cartagena, na Colômbia. Depois de tanto tempo, estamos de volta à América do Sul!


Estamos de volta em Cartagena, na Colômbia

Estamos de volta em Cartagena, na Colômbia


Quando saímos de Cartagena, em 20 de Novembro de 2011, imaginávamos que retornaríamos em um ano. Pura ilusão! Imagina só, ver toda a América do Norte, ir e voltar pela América Central, conhecer tantas ilhas no Caribe e ainda dar um pulinho na Groelândia e Hawaii, tudo isso em apenas um ano? Que inocência! Na verdade, devo confessar: 18 meses também foram pouco! A lista de lugares maravilhosos que deixamos para trás sem conhecer está ficando cada vez maior e a tristeza de não ter tido tempo de passar por eles só é suplantada pela alegria e curiosidade de tudo o que ainda temos pela frente.

Vendedora de doces em Cartagena, na Colômbia

Vendedora de doces em Cartagena, na Colômbia


A Ana tenta (e não consegue!) equilibrar a bacia de doces na cabeça, nas ruas de Cartagena, na Colômbia

A Ana tenta (e não consegue!) equilibrar a bacia de doces na cabeça, nas ruas de Cartagena, na Colômbia


Pois é, ainda temos um longo caminho pela frente, que terá de ser espremido nos oito meses restantes da nossa viagem (nossa última previsão...). Felizmente, como bem sabe quem nos acompanha faz tempo, já estivemos em boa parte da América do Sul. Mas falta muita coisa importante ainda! Lugares que encaixaremos no nosso roteiro de descida até a Terra do Fogo e posterior volta ao Brasil. Basicamente, conheceremos o litoral caribenho da Colômbia, passaremos uma três semanas na Venezuela e retornaremos ao Brasil por Roraima. Aí, mais um tempinho na Amazônia, região do Solimões e vamos conhecer dois estados em que ainda não estivemos: os remotos (o que só aumenta nossa curiosidade e vontade) Acre e Rondônia. Voltaremos, então, ao Perú e Bolívia (Cusco, Machu Pichu, Titicaca, La Paz, etc) e voltamos à Rondônia pela estrada da morte. Daí desceremos pelos Mato Grossos, os últimos estados do país que nos faltarão. Passagem pelo interior dos estados do sul e de volta à Argentina. Vamos descer pela fronteira do Chile, alternando entre um país e outro, até chegar ao extremo sul do continente. Por fim, subimos pelo litoral argentino, passamos pela imperdível Buenos Aires e entramos no Uruguai, o último país que vamos visitar para fechar a lista das Américas. O epílogo da viagem será no litoral do Rio Grande e Santa Catarina, para fechar em grande estilo. Acham pouco? Ainda temos de encaixar, nesse meio tempo, a Ilha de Páscoa, as Malvinas e um pulinho na Antártida. Já que é para sonhar, vamos sonhar grande, né?

As ruas charmosas da cidade amuralhada de Cartagena, na Colômbia

As ruas charmosas da cidade amuralhada de Cartagena, na Colômbia


Uma das pomposas praças da cidade amuralhada em Cartagena, na Colômbia

Uma das pomposas praças da cidade amuralhada em Cartagena, na Colômbia


Bom, chega de sonho e vamos voltar à dura realidade. Antes de mais nada, o que precisamos fazer é recuperar a Fiona, escondida atrás da burocracia portuária colombiana. Dezoito meses atrás, em plenas “fiestas novembrinas”, quando a cidade para num interminável feriado, nós penamos para embarcar a nossa companheira rumo ao Panamá. Agora, vamos percorrer o caminho inverso, para tirá-la do porto. Um longo processo que merece um post especial, que virá em breve. A Fiona chega ao país no dia 20, de noite. Será descarregada no dia seguinte, terça-feira e, a partir daí, são vários passos a serem dados. Quiçá, antes do final de semana, já estaremos na estrada novamente. Como disse, detalhes dessa epopeia seguem num próximo post...

Arte nas ruas de Cartagena, na Colômbia

Arte nas ruas de Cartagena, na Colômbia


A famosa Torre do Relógio e o Monumento do Cavalo Alado, em Cartagena, na Colômbia

A famosa Torre do Relógio e o Monumento do Cavalo Alado, em Cartagena, na Colômbia


Enfim, como é apenas na terça que podemos começar o processo da Fiona, aproveitamos a segunda-feira para viajar para a Playa Blanca, a mais bela praia aqui da região. Pode-se chegar lá de barco ou de carro, mas sem a Fiona, restou-nos a primeira opção. Quase todo mundo que vai para lá, vai num day-tour. Felizmente, nós fomos para dormir por lá e os detalhes desse dia e noite maravilhosos seguem no próximo post.

vendedor de mamoncillo, em Cartagena, na Colômbia

vendedor de mamoncillo, em Cartagena, na Colômbia


Vendedora de frutas em Cartagena, na Colômbia

Vendedora de frutas em Cartagena, na Colômbia


Os outros dias de espera, foram aqui em Cartagena mesmo, cidade nossa velha conhecida. Nós ficamos hospedados no Hostal Mamallena, o mesmo onde ficou o casal de suíços que compartilhou conosco o contêiner da Fiona. O Hostel fica no centro histórico de Cartagena, bem perto da cidade amuralhada. Bem instalados e bem localizados, restava-nos passear pelas ruas charmosas da cidade, rever praças e bares conhecidos, reencontrar antigos amigos. E aproveitar também para dar um gás nos nossos blogs, mais atrasados do que nunca.

Cores fortes nas ruas de Cartagena, na Colômbia

Cores fortes nas ruas de Cartagena, na Colômbia


Uma das muitas igrejas no centre histórico de Cartagena, na Colômbia

Uma das muitas igrejas no centre histórico de Cartagena, na Colômbia


A Ana teve mais chance do que eu para refazer nossos roteiros preferidos pela cidade, já que eu estava envolvido com a burocracia da Fiona, “visitando” portos e repartições públicas. Mas também tive tempo para matar um pouco da saudade dessa cidade mágica que é Cartagena.

Famosa estátua no centro histórico de Cartagena, na Colômbia

Famosa estátua no centro histórico de Cartagena, na Colômbia


Arte em praça de Cartagena, na Colômbia

Arte em praça de Cartagena, na Colômbia


Para começar, sentimos logo a diferença da época do ano. Em Novembro, durante as festas, a cidade está fervendo em cada esquina. Agora não, muitos lugares estão vazios, apesar da quantidade de turistas ser sempre grande. Mas os turistas nacionais, aqueles que vêm para as festas, já quase não se veem. De noite, com exceção de uma praça e poucas esquinas, as ruas da cidade amuralhada estão completamente desertas. Caminhar por essas ruas históricas e agora silenciosas, tão bem restauradas e conservadas, é uma viagem ao passado, um verdadeiro encantamento.

Balcão de doces e sobremesas do nosso café predileto na cidade amuralhada, em Cartagena, na Colômbia

Balcão de doces e sobremesas do nosso café predileto na cidade amuralhada, em Cartagena, na Colômbia


Nosso bar do coração em Cartagena, na Colômbia

Nosso bar do coração em Cartagena, na Colômbia


Como já conhecíamos os caminhos, fomos logo visitar um café que havíamos adorado da última vez. Continuava ótimo como sempre. Para a Ana, era um martírio na hora de pedir a sobremesa. Afinal, ela queria TUDO. Voltamos também ao Esquina Sandiegana, na qual passamos uma memorável noite de salsa em 2011. Estava lá, completamente vazio. Mas as lembranças mais fortes do que nunca!

Reencontro com nosso amigo Elith, agora em Cartagena, na Colômbia

Reencontro com nosso amigo Elith, agora em Cartagena, na Colômbia


Reencontro com nosso amigo Elith, agora em Cartagena, na Colômbia

Reencontro com nosso amigo Elith, agora em Cartagena, na Colômbia


Aliás, foi justamente nesse bar e naquela noite que conhecemos o Elith, um colombiano que vivia em Nova York e estava de férias por aqui. Quando passamos na Big Apple, em Julho do ano passado, estivemos com ele por lá. Agora, ele voltou em definitivo para a Colômbia e, claro!, nós nos encontramos e tentamos botar o papo em dia, com muitas cervejas geladas para ajudar. A velha e saborosa Aguila!

Uma das portas da cidade murada de Cartagena, na Colômbia

Uma das portas da cidade murada de Cartagena, na Colômbia


Vendedor de chapéus em Cartagena, na Colômbia

Vendedor de chapéus em Cartagena, na Colômbia


Enfim, foram dias tranquilos por aqui, tirando a chateação do processo burocrático. Cartagena continua linda como sempre, a porta de entrada de muitos viajantes que chegam (ou voltam!) à América do Sul. Aqui, começamos a pegar o gostinho da nossa terra, aquela latinidade transbordando nas ruas, nas pessoas e no ar que se respira. Como é bom estar em casa novamente!

Umas das muitas praças na região histórica de Cartagena, na Colômbia

Umas das muitas praças na região histórica de Cartagena, na Colômbia

Colômbia, Cartagena,

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Sorria, Você Está na Bahia

Brasil, Espírito Santo, Itaúnas

Sorria, você está na Bahia! (fronteira de Itaúnas - ES com Bahia)

Sorria, você está na Bahia! (fronteira de Itaúnas - ES com Bahia)


Apesar da noitada da véspera, o programa do dia do aniversário não deixou nenhum de nós até tarde na cama. Afinal, tínhamos uma longa caminhada até a Bahia.

Caminhada para Riacho Doce, na Bahia, saindo de Itaúnas - ES

Caminhada para Riacho Doce, na Bahia, saindo de Itaúnas - ES


Riacho Doce é o nome de uma praia e também de um riacho que marca a fronteira entre os estados da Bahia e do Espírito Santo. A partir dos quiosques da praia de Itaúnas, são cerca de 8-9 quilômetros pela praia para chegar até lá. Uma longa praia de mar tranquilo e faixa de areia larga, na maré baixa, e mar agitado e faixa de areia estreita na maré alta. Por isso mesmo, é recomendável fazer a maior parte da caminhada durante a maré baixa.

A caminho da Bahia, em Itaúnas - ES

A caminho da Bahia, em Itaúnas - ES


Seguimos os três casais, eu e a Ana, o Rafa e a Laura e o Leo e a Karen caminhando, enquanto a Ana foi no seu carro, para nos encontrar lá. No caminho, logo que nos afastamos mais de um quilômetro dos quiosques, a praia fica completamente deserta de pessoas. Os únicos sinais de civilização são as poucas barracas rústicas que servem de garagem de canoas de pescadores. A gente não vê pessoas, mas vemos muitos pássaros e siris, sinais que podemos estar longe da civilização, mas não da vida. O mar, na maré baixa, forma várias piscinas naturais ao longo da praia e lugares para se refrescar não faltam.

Siri na longa praia entre Itaúnas - ES e a Bahia

Siri na longa praia entre Itaúnas - ES e a Bahia


Caminhada super agradável, conversa aqui, conversa ali e, quando percebemos, já estamos chegando. Somos recebidos por um par de barracas que servem peixe, algumas porções e cerveja e coco gelado. O riacho de águas escuras, por falta de água, se transformou numa aprazível lagoa. Na próxima chuva, deve comper a barragem de areia e chegar ao mar novamente.

Almoçando no Riacho Doce, fronteira da Bahia com Itaúnas - ES

Almoçando no Riacho Doce, fronteira da Bahia com Itaúnas - ES


Após umas duas horas de comida, cerveja, coco, conversa animada, muitas fotos e banho de mar e de lagoa, era hora de voltar. Com a maré já bem alta, as meninas voltaram de carro enquanto eu, o Leo e o Rafa seguimos intercalando passo acelerado com corridas. Mesmo assim, chegamos já bem no escuro.

Felizes da vida, no Riacho Doce, fronteira da Bahia com Itaúnas - ES

Felizes da vida, no Riacho Doce, fronteira da Bahia com Itaúnas - ES


Mais tarde, na pousada, era a hora de celebrar meus 41 aninhos. A Ana preparou uma festa surpresa, com bolo, velinhas, bexigas e até presente! Com os padrinhos e sobrinhos presentes, além das amigas Ana e Tuquinha (gerente da pousada) e até de uma criança, o Klaivan (ainda vou checar como se escreve), a festa estava completa.

Soprando as velinhas em Itaúnas - ES

Soprando as velinhas em Itaúnas - ES


Foi um belo, sadio e inesquecível dia de aniversário, num pedaço de paraíso entre a Bahia e o Espírito Santo. Meus pensamentos se dividiram entre os parentes e entes queridos que não puderam estar presentes e sobre aonde será o próximo, de 42 anos. O futuro dirá...

Celebrando o aniversário com a amada esposa em Itaúnas - ES

Celebrando o aniversário com a amada esposa em Itaúnas - ES

Brasil, Espírito Santo, Itaúnas, Riacho Doce

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No Centro de Lima

Peru, Lima

A Plaza San Martin, em Lima, capital do Peru

A Plaza San Martin, em Lima, capital do Peru


A cidade de Lima foi fundada por Fracisco Pizarro, o conquistador do Peru e do outrora glorioso império Inca, em 1534. Desde o início foi a sede do governo espanhol na América do Sul, local de residência dos "vice-reis" espanhóis no continente, com poderes que se extendiam da Argentina à Colômbia. Aos poucos, foi perdendo parte do seu poder, com a criação dos vice-reinados de Nova Granada, no norte e do Prata, no sul, mas durante os primeiros duzentos anos de sua história, foi a cidade mais rica das Américas, por onde passava toda a prata extraída nas minas de Potosí.

Comemorações do Dia da Polícia, na Plaza de Armas, em Lima, capital do Peru

Comemorações do Dia da Polícia, na Plaza de Armas, em Lima, capital do Peru


Foi quando um forte terremoto destruíu boa parte da cidade. A reconstrução foi rápida e quase todos os belos e pomposos prédios históricos que hoje se vêem em Lima são desta época. Oitenta anos mais tarde, o que balançava a cidade não era um terremoto, mas a guerra pela independência. Foi pelo Peru que a Espanha e as tropas realistas mais lutaram, a "jóia da corôa". Foi preciso a ajuda do general e libertador argentino San Martin para livrar Lima do jugo espanhol. Logo depois disso, ali mesmo em Lima houve o histórico encontro entre os dois grandes líderes da independência da América Espanhola, Simón Bolívar e San Martin. Um encontro ainda envolto em mistérios entre os dois colegas maçônicos onde se discutiu o futuro do continente.

Comemorações do Dia da Polícia, na Plaza de Armas, em Lima, capital do Peru

Comemorações do Dia da Polícia, na Plaza de Armas, em Lima, capital do Peru


Certamente, os dois grandes líderes não imaginaram que, sessenta anos mais tarde, três dos países que ajudaram a libertar estariam envolvidos numa guerra sangrenta entre si e que teve como resultado a conquista de Lima por tropas chilenas que, após pilharem a cidade e seus museus, aqui permaneceram por mais de dois anos Aos poucos, a cidade se recuperou desse baque e, após uma verdadeira explosão populacional em meados do século passado, Lima se tronou uma das maiores metropoles da América do Sul.

Procissão pela Plaza de Armas, em Lima, capital do Peru

Procissão pela Plaza de Armas, em Lima, capital do Peru


Eu estive aqui há 21 anos, pouco depois da posse do Fujimori e logo após ele promulgar seu plano econômico, o Fujichoque. Entre as medidas, uma nova moeda para combater a inflação de mais de 10% mensais que destruía a economia do país. Eram tempos mais complicados e a praga do Sendero Luminoso estava mais forte do que nunca. Ao desembarcar na rodoviária limenha, fomos brindados com fotos de jornais sensacionalistas dos atentados sanguinários da noite anterior. Tanques patrulhavam as ruas do centros, que estavam desertas.

Monastério de San Francisco, em Lima, capital do Peru

Monastério de San Francisco, em Lima, capital do Peru


Foi a esse mesmo centro que fomos hoje, repleto de construções históricas, prédios centenários muito bem conservados, igrejas repletas de obras de arte de ouro e prata e, o melhor, sem a ameaça terrorista de outrora. Hoje, ao contrário, celebrava-se um feriado nacional duplo, dia da Polícia e também da Virgem do país, com direito à procissão na movimentada Plaza de Armas. Estivemos ali assistindo à dupla celebração e, em seguida, fomos visitar o Mosteiro de São francisco, com sua bela igreja e suas famosas catacumbas repletas de ossos. Fotos são proibidas, então este espetáculo bizarro ficará guardado apenas em nossa memória e na de quem for lá visitar.

Passeando na movimentada ruca peatonal no centro de Lima, capital do Peru

Passeando na movimentada ruca peatonal no centro de Lima, capital do Peru


De lá para a Plaza San Martin caminhando pela lotada rua peatonal. Essa Plaza é tão bonita e pomposa como a Plaza de Armas, uma justa homenagem ao libertador da cidade. O outro libertador, Bolívar, dá nome a um tradicional hotel na praça onde se encontra o melhor e mais tradicional Pisco Sauer do mundo. Adivinha se não fomos conferir?

Observando a pomposa Plaza San Martin, em Lima, capital do Peru

Observando a pomposa Plaza San Martin, em Lima, capital do Peru


Depois de muito passear pelo centro, voltamos ao nosso refúgio na cidade, o agradável bairro de Miraflores, onde vamos passear com mais calma amanhã. Hoje, só deu para ter um gostinho, já de noite, quando saímos para jantar no seu centro comercial, repleto de bares e restaurantes. Estamos cada vez mais fãs da cidade e desse bairro charmoso!

O melhor Pisco Sauer do mundo, no Gran Hotel Bolivar, na Plaza San Martin, em Lima, capital do Peru

O melhor Pisco Sauer do mundo, no Gran Hotel Bolivar, na Plaza San Martin, em Lima, capital do Peru

Peru, Lima,

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Despedida e Passagem por Cancún

México, Cancún

skyline formada por grandes hoteis, em Cancún, no sul do México

skyline formada por grandes hoteis, em Cancún, no sul do México


Logo cedo, depois das últimas fotos de Playa (ainda vamos voltar para cá!), fomos levar a Val para o aeroporto de Cancún. Despedida da nossa querida amiga e madrinha que nos brindou com sua companhia nessas últimas duas semanas. Até a Fiona estava triste com a partida dela, seu banco de trás mais vazio do que nunca. Mas, enfim, ela tinha de voltar para sua vida no Brasil e nós, nos reacostumarmos com nossa rotina dividida entre dois. Val, um super beijo para você! Sua passagem pelos 1000dias foi inesquecível para nós!

Chegando ao aeroporto de Cancún, no México, para a despedida da Val

Chegando ao aeroporto de Cancún, no México, para a despedida da Val


Despedida da Val no aeroporto de Cancún, no México

Despedida da Val no aeroporto de Cancún, no México


Depois da despedida, seguimos também o nosso caminho. Depois de semanas tão intensas, que vem desde lá o Hawaii, eu e a Ana resolvemos tirar umas “férias das férias”, diminuir um pouco o ritmo, respirar um pouco, tentar tirar o enorme atraso dos blogs. O litoral caribenho aqui da península do Yucatán parecia o lugar ideal para isso, então, vamos aproveitar! A ideia é passar alguns dias em Isla Mujeres e outros mais em Holbox, outra ilha paradisíaca ainda mais calma que a primeira.

Praça central da cidade de Cancún, no México

Praça central da cidade de Cancún, no México


Mas, antes disso, como já estávamos aqui em Cancún, fomos conhecer um pouco da cidade. Por mais incrível que possa parecer hoje, nem sempre essa cidade foi uma meca do turismo organizado e de pacotes. Não, Cancún também já foi um lugar tranquilo...

Praia em Cancún, no sul do México

Praia em Cancún, no sul do México


Pois é, a tranquilidade durou até 1970. Nessa época, a população daqui era exatamente de 3 pessoas, todos responsáveis em tomar conta dos coqueirais de uma fazenda que aqui existia, cujo proprietário morava em Isla Mujeres. Mas o governo mexicano, junto com o empresariado, tinha decidido transformar essa região de areias claras, corais virgens e águas de cor esmeralda no maior empreendimento turístico da época. É claro que, sem ter certeza do sucesso, os empresários só entraram com as ideias e boas intenções, o dinheiro todo vindo dos cofres estatais.

Pelicano posa (e pousa) para fotos, em Cancún, no México

Pelicano posa (e pousa) para fotos, em Cancún, no México


Pelicano descansa em pier em Cancún, no sul do México

Pelicano descansa em pier em Cancún, no sul do México


Dez anos mais tarde e já eram dezenas de hotéis. Vinte anos depois, centenas. Tudo para atender os milhões de turistas anuais, atrás de vida boa em resorts all-inclusive e do conto de fadas de um mundo perfeito, desde que se possa pagar por isso. Devidamente empacotado, passagens aéreas, hospedagem e passeios, economia de escala para tanta gente que vem, os preços ficam bem convidativos. Para quem gosta de conforto e de já ter tudo preparado e organizado, sem ter de se preocupar com nada, difícil imaginar melhor lugar.

hotel em Cancún, no sul do México

hotel em Cancún, no sul do México


Cancún está dividida em duas partes. A cidade, propriamente dita, está um pouco mais afastada do mar. É onde moram as pessoas e trabalhadores dos resorts, as ruas e avenidas, os bancos e prédios públicos, as escolas e igrejas, as praças e alamedas. Foi o primeiro lugar que fomos conhecer. Longe do glamour da Cancún dos turistas, parece que estamos em uma cidade do interior. Uma praça maior, um calçadão, umas lojas meio caídas, nada de especial.

hotel em Cancún, no sul do México

hotel em Cancún, no sul do México


A outra Cancún, essa dos investimentos milionários, é uma grande avenida que atravessa a estreita faixa de terra entre o mar e uma lagoa. Ao longo dessa avenida estão as dezenas de resorts e hotéis, todos com seus restaurantes, lojas, boates e praias quase particulares. Uma vez lá dentro, pode-se fazer a vida por lá, só colocando o pé para fora para entrar em algum ônibus de turismo para Chichen-Itza ou algo parecido.

A grande lagoa em Cancún, no sul do México

A grande lagoa em Cancún, no sul do México


A gente foi até uma das praias com acesso público mais facilitado, tiramos nossas fotos do belíssimo mar e da skyline da cidade, formada pelos grandes hotéis, e fomos procurar algum lugar para almoçar. Entre o mar e a lagoa, acabamos escolhendo a lagoa, mais tranquila e, aparentemente, com melhores restaurantes. Acabamos encontrando um em que fomos muitíssimo bem atendidos, todo o staff do restaurante adorando a nossa história de viagem e, claro, a Fiona estacionada ali do lado. Éramos os primeiros clientes do dia e eles até abriram o restaurante um pouco antes, por nossa causa. Vista maravilhosa da lagoa e a comida, nossa... estava um desbunde! Da entrada à sobremesa.

Maravilhosa sobremesa em restaurante em Cancún, no sul do México

Maravilhosa sobremesa em restaurante em Cancún, no sul do México


Muito bem alimentados, estava na hora do nosso ferry para Isla Mujeres, na frente de Cancún. Nós deixamos a cidade para trás felizes por temos encontrado a sua face mais humana. Foi justamente em um restaurante caro, no coração da parte chique de Cancún. Mas as pessoas que lá trabalhavam e nos receberam eram de carne e osso, com seus sonhos e curiosidades. Certamente, moravam naquela outra Cancún, a primeira onde estivemos. A gente os conheceu como garçons, mas nos despedimos como amigos. Enfim, partimos de Cancún com saborosas e fraternas lembranças. O antigo coqueiral, hoje selva de pedra, também terá seu espaço de honra reservado em nossas memórias.

Partindo de Cancún rumo à Isla Mujeres, no sul do México

Partindo de Cancún rumo à Isla Mujeres, no sul do México

México, Cancún, história

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