1
Arquitetura Bichos cachoeira Caverna cidade Estrada história Lago Mergulho Montanha Parque Patagônia Praia trilha vulcão
Alaska Anguila Antártida Antígua E Barbuda Argentina Aruba Bahamas Barbados Belize Bermuda Bolívia Bonaire Brasil Canadá Chile Colômbia Costa Rica Cuba Curaçao Dominica El Salvador Equador Estados Unidos Falkland Galápagos Geórgia Do Sul Granada Groelândia Guadalupe Guatemala Guiana Guiana Francesa Haiti Hawaii Honduras Ilha De Pascoa Ilhas Caiman Ilhas Virgens Americanas Ilhas Virgens Britânicas Islândia Jamaica Martinica México Montserrat Nicarágua Panamá Paraguai Peru Porto Rico República Dominicana Saba Saint Barth Saint Kitts E Neves Saint Martin San Eustatius Santa Lúcia São Vicente E Granadinas Sint Maarten Suriname Trinidad e Tobago Turks e Caicos Uruguai Venezuela
Saímos da simpática e pacata Minas para nos embrenhar de vez nas serras...
Depois de acordarmos em frente ao mar na praia Obama e passarmos pelo vib...
Desde que chegamos à Ilha Grande já sabíamos que o tempo iria fechar g...
Silvana (22/10)
Estivemos e vocês também estavma na praia de Castelhanos no feriado do ...
SANDRA CRISTINA BOGARIM (21/10)
Preciso ir para Filadelfia - Paraguaio em Nov, sou de Campinas, qual a ro...
anildo lage (19/10)
boa tarde pessoal, sou de minas passei nessa estrada em novembro do ano p...
Adriana (09/10)
Oi, Rodrigo! Bacana seu site. Estou escrevendo matéria sobre St. Kitts p...
Jorge Martins (04/10)
Caros, Essas duas cachoeiras uma de frente para a outra são lindas (Sa...
Chegando a Port Stanley, a capital de Falkland
Os habitantes de Falkland são chamados de “kelpers”. O nome vem de um tipo de alga, “kelp”, que é muito abundante ao redor da ilha. Uma boa parte dos moradores da ilha está envolvida com a principal atividade econômica de Falkland, que é a criação de ovelhas. São quase 700 mil delas em um arquipélago onde vivem menos de 3 mil pessoas. E uma parte importante da alimentação desse enorme rebanho é justamente o kelp, que os poucos humanos disponíveis vão coletar no mar. Daí a denominação, kelpers!
Chegando a Port Stanley, capital de Falkland (foto de John Pairaudeau)
O Sea Spirit ancorado em Port Stanley, a capital de Falkland
Pois bem, para os kelpers, o arquipélago está dividido em duas partes. E eles não estão se referindo às ilhas East e West Falkland. Não! Para eles, existe o “town” e o “camp”. “Town” é a capital, e única cidade de verdade em Falkland, Port Stanley. E “camp” é o resto. Todo o resto. Então, até agora, nós conhecemos o “camp”. Carcass Island e Steeple Jason fazem parte do “camp”. As outras pequenas ilhas, toda a West Falkland e boa parte da East Falkland, dos quais não vimos nada, também são o “camp”. Quando muito, vimos de longe, das janelas e do convés do Sea Spirit. Mas agora, o que queríamos mesmo era ver a outra metade do país, o “town”.
Caminhando do porto até Port Stanley, a capital de Falkland
Caminhando do porto até Port Stanley, a capital de Falkland
E assim foi. Nosso dia de hoje foi devotado à exploração da capital, do “town”, de Port Stanley, com seus pouco mais de 2 mil habitantes. Logo de manhã nosso barco já estava ancorado lá, nossa única chance nessas três semanas de poder sair do Sea Spirit sem estar vestindo as botas de borracha ou nossa roupa de caiaque. Tiramos nossos tênis do fundo da mala, bem felizes e estávamos prontos. Hoje, nem de guia precisaríamos. Nossa liberdade de volta, desde que respeitássemos os horários, claro!
Memorial Wood (Bosque da Memória), em Port Stanley, a capital de Falkland
Caminhando no Memorial Wood (Bosque da Memória), em honra oas mortos na guerra de 82, em Port Stanley, a capital de Falkland
Na verdade, três de nossos simpáticos guias estariam sim, a nossa disposição, liderando grupos “temáticos” pela cidade. Um para falar de história, outro dos pássaros e a terceira das baleias. Eram tours facultativos e nós, eu e a Ana, optamos pela exploração seguindo nosso próprio nariz. Como disse, era nossa única chance nessas 3 semanas.
Ave se esquenta ao sol em pier em Port Stanley, a capital de Falkland
Pássaros Rock Shags em Port Stanley, capital de Falkland (foto de Ken Haley)
O porto está a pouco mais de 2 km do centro da cidade. Microônibus poderiam nos levar e trazer de volta, a cada meia hora. Para quem quisesse, podia seguir a pé. Umas dez pessoas optaram pelo exercício, assim como nós. Alguns, com o espírito ainda mais livre, ao chegar à estrada, viraram para o outro lado. Preferiram ir até uma península, uma baía e à famosa praia de “Gipsy Cove” do que seguir para “town”. Nós não, queríamos era um pouco de urbanidade mesmo.
Cemitério em Port Stanley, a capital de Falkland
Braço de mar em frente a Port Stanley, a capital de Falkland
Port Stanley virou a capital de Falkland em 1845, principalmente pelo fato de ser um bom porto. Afinal, a principal atividade econômica de Falkland naquele tempo era a reparação de navios. Para chegar à costa oeste dos Estados Unidos, a principal rota passava pelo sul da América e não eram poucos os navios que necessitavam de reparos após a passagem pela perigosa “Passagem de Drake”. Falkland, estando “logo ali”, soube aproveitar-se desse mercado, facilitado pelas excelentes condições de Port Stanley, de calado mais profundo.
A arquitetura de Port Stanley, capital de Falkland (foto de John Pairaudeau)
Arquitetura de Port Stanley, capital de Falkland (foto de Susan Pairaudeau)
A bonança continuou até que os navios a vapor, muito mais resistentes, se popularizassem. O golpe final nessa indústria veio no início do séc. XX, com a abertura do Canal do Panamá. Agora, os navios não necessitavam mais enfrentar os rigores da Drake Passage e Port Stanley ficou a “ver navios”. Isso abriu espaço para o crescimento de outra indústria nas ilhas, a criação de ovelhas, principal força econômica do arquipélago até hoje.
Depois da caminhada, quase chegando ao centro de Port Stanley, a capital de Falkland
Arquitetura britânica em Port Stanley, a capital de Falkland
A cidade, como sua própria população indica, é bem pequena e pode ser percorrida a pé em poucas horas. Entre as principais atrações, alguns poucos museus, igrejas, o belo visual da rua em frente ao mar, os vários monumentos que relembram a guerra de 82, naufrágios de antigos barcos que podem ser avistados no mar e os quatro pubs que existem no centro da cidade.
O efeito do vento no crscimento de uma árvore, em Port Stanley, a capital de Falkland
O belo visual da rua costeira de Port Stanley, a capital de Falkland
Nós começamos nossa visita por alguns dos memoriais de guerra, como uma floresta que foi plantada onde cada árvore homenageia um dos mortos britânicos naquele conflito. Vou falar desse assunto no próximo post, mas vistamos também o cemitério que tem uma linda vista para o braço de mar em frente à cidade.
Catedral anglicana de Port Stanley, a capital de Falkland
Interior da catedral anglicana de Port Stanley, a capital de Falkland
Os ossos de baleia azul e a catedral anglicana, uma das cenas clássicas de Port Stanley, a capital de Falkland
Em seguida, fomos a um dos mais vistosos prédios de Port Stanley, a Catedral Anglicana. Com mais de 130 anos de existência, ela é a catedral mais ao sul do mundo, elegante por fora e com uma tranquilidade inspiradora em seu interior. Bem em frente a ela, um dos principais cartões postais da cidade: um monumento feito apenas com os ossos de mandíbula do maior animal que já existiu em nosso planeta, a baleia azul. Usando 4 desses ossos, foi feito um grande arco, convite irresistível à fotografias de turistas. Esse maravilhoso animal era abundante na região, mas foi caçado quase até a extinção nos séc. XIX e XX. Os ossos ali dispostos, em frente a uma igreja, servem para nos lembrar da estupidez de nossa raça que levou tantas outras espécies a extinção total. Quando chegarmos à Geórgia do Sul, certamente vou falar mais dessa perseguição implacável feita às baleias aqui nos mares do sul...
Cartão postal de Port Stanley, a capital de Falkland, os enormes ossos de maxilar de baleias azul, a maior criatura do planeta
A Kim salta entre ossos de maxilar de uma baleia azul, em Port Stanley, capital de Falkland (foto de Jeff Orlowski)
Mas, falando em baleias, há um pequeno museu em homenagem a elas. Antes de chegar lá, ainda passamos no correio da cidade para enviar alguns postais para casa, uma espécie de prova definitiva que passamos nesse lugar tão isolado do mundo. Acho que já fazia alguns anos que eu não enviava postais, prática tão comum entre os viajantes de até pouco tempo atrás. A internet, facebook e Skype mudaram nossos hábitos, mas achamos que, aqui de Port Stanley, no meio do oceano, a ocasião valia a pena!
A prova de que Port Stanley, a capital de Falkland, ainda é inglesa
Visita ao correio de Port Stanley, a capital de Falkland, para enviar alguns postais como prova de que lá estivemos!
O pequeno museu mostra o esqueleto de algumas espécies de baleias, mas o que mais chama a atenção na exposição é um canhão que lançava arpões. Apenas aquele canhão teria matado mais de 20 mil baleias! Hoje, a máquina de matar serve a melhores propósitos. Ao seu lado, um cartaz pede que se proíba a caça às baleias. Deveria vir com tradução em japonês.
Visita a um pequeno museu de baleias, em Port Stanley, a capital de Falkland
Um arpão assassino, exposto em museu de baleias em Port Stanley, a capital de Falkland
Pequeno museu sobre baleias, em Port Stanley, a capital de Falkland
Nesse ponto da nossa visita encontramos o Jeff e passamos a caminhar juntos. O Jeff trabalha com cinema e um dos filmes que ajudou a filmar, o espetacular “Chasing Ice”, é parte do Festival de Cinema que está ocorrendo a bordo do Sea Spirit. É mais um assunto a que preciso dedicar um post, mas como trata de aquecimento global, acho que vou esperar chegarmos à Antártida. Enfim, caminhávamos juntos quando ocorreu o fenômeno mais natural possível para os kelpers, mas que chama bastante a atenção de visitantes como nós!
Junto com o Jeff, protegendo-se da neve repentina em Port Stanley, a capital de Falkland
De repente, uma forte nevasca em Port Stanley, a capital de Falkland
O clima da ilha e especialmente aqui em Port Stanley muda rapidamente, várias vezes ao dia. Mesmo para padrões britânicos, que moram naquela ilha conhecida pelo seu clima instável, as Falkland assustam. Do sol à chuva ao frio ao fim do vento à neve ao céu azul, tudo assim, sem vírgulas e em poucos minutos. Assim, caminhávamos tranquilamente num fim de manhã onde o azul do céu parecia que iria vencer as nuvens quando, de repente, estávamos procurando abrigo atrás de um carro contra o vento e a forte neve que caía. Nossa primeira neve nessa viagem. Mesmo o Jeff, que acabou de passar por lugares como Islândia, Groelândia e Alaska (trabalhando naquele filme que citei acima), se impressionou. Quem não pareceu dar muita bola foram uns cavalos que assistiram toda a cena, eles mesmos pouco se importando com a neve que caía. Afinal, já sabiam que algum tempo depois viria o sol. Cavalos kelpers!
Com o Jeff, caminhando em terreno nevado em Port Stanley, a capital de Falkland
Cavalos parecem estar acostumados à subita queda de neve em Port Stanley, a capital de Falkland
Pois é, o tempo melhorou mesmo e pudemos continuar nossa caminhada. Primeiro, de volta à rua litorânea, um dos visuais mais belos da cidade. E depois para o museu histórico, que eu queria muito visitar. Aí passei mais de hora, primeiro lendo tudo o que havia sobre os warrahs, os lobos extintos de Falkland, assunto sobre o qual tenho estranha obsessão. E depois, sobre a guerra de 82 que, como disse, tratarei no próximo post.
O Museu Histórico de Port Stanley, a capital de Falkland
Representação do extinto Warrah, ou Falkland Wolv, no museu histórico de Port Stanley, a capital de Falkland
Depois do museu, só nos faltava fazer uma coisa que já vínhamos sonhando faz tempo, antes mesmo de entrarmos nesse navio em Buenos Aires. Queríamos passar algum tempo num legítimo pub inglês aqui em Port Stanley, cidade de coração e alma britânica. Então, de volta ao centro e para dentro do pub. Lá já estavam outros passageiros, todos preferindo o conforto do bar que o ar frio lá de fora. Tratamos logo de pedir uma legítima Guinness para brindarmos nossa passagem por lugar tão distante. Uma verdadeira benção, poder estar no meio do Atlântico Sul e, ao mesmo tempo, tomar uma Guinness. Muito joia mesmo! Agora, mais do que nunca, estamos certos de que vamos conhecer e viajar por todos os países das Américas. Até mesmo pelas isoladas, praticamente perdidas e esquecidas Falkland e Geórgia do Sul. Merece até outra Guinness!!!
Um dos pubs de Port Stanley, a capital de Falkland
Interior de um pub em Port Stanley, a capital de Falkland
Celebrando com uma Guinness em um pub a nossa visita a Port Stanley, a capital de Falkland
E assim, de Guinness em Guinness, já era hora do último micro-ônibus de volta ao porto e ao Sea Spirit. Fomos os últimos a chegar, já no segundo tempo da prorrogação. Mas valeu muita a pena a correria e as cervejas. Que ótimo foi ter estado na instável Port Stanley, um pedacinho da Inglaterra aqui nos mares do sul. Saímos ao convés para um último adeus à cidade e a este arquipélago. Pela primeira vez nessa viagem, pisamos em gelo no convés, uma rápida chuva de granizo. Pois é, não poderia faltar em um típico dia nessa cidade. Depois das despedidas formais, de volta ao calor do nosso navio e ao conforto do nosso bar. Mais uma cerveja para comemorar, agora ao início da nossa viagem à Geórgia do Sul e a mais dois dias em alto mar!
Zarpando de Port Stanley, a capital de Falkland
Neve no convés do Sea Spirit em Port Stanley, capital de Falkland
As maravilhosas flores na estufa do Longwood Gardens, na Pennsylvania - Estados Unidos
O ponto alto do nosso passeio ao parque de Longwood Gardens foi, sem dúvida, a hora passada dentro da fantástica estufa do Jardim Botânico.
A magnífica estufa do Longwood Gardens, na Pennsylvania - Estados Unidos
O belo interior da estufa de Longwood Gardens, na Pennsylvania - Estados Unidos
Os parques, fontes, caminhos bucólicos e a casa de Pierre Du Pont também são lindos, mas foi a gigantesca estrutura de vidro criada para abrigar as mais belas e interessantes flores do planeta que mais chamaram minha atenção.
As maravilhosas flores na estufa do Longwood Gardens, na Pennsylvania - Estados Unidos
As maravilhosas flores na estufa do Longwood Gardens, na Pennsylvania - Estados Unidos
Engraçado que, quando eu entrei, tinha grandes expectativas, mas a primeira impressão foi: “É só isso?”. Tinha achado o salão envidraçado bonito, mas não muito grande. Mal sabia que ele era apenas o começo daquele verdadeiro castelo de cristal.
coleção de orquídeas no Longwood Gardens, na Pennsylvania - Estados Unidos
As maravilhosas flores na estufa do Longwood Gardens, na Pennsylvania - Estados Unidos
Bastaram alguns minutos para minhas expectativas serem ultrapassadas de longe. Tudo muito bem decorado e arranjado entre jardins e fontes. Mas as estrelas, claro, são as flores.
Um florido bonsai no Longwood Gardens, na Pennsylvania - Estados Unidos
De todas as cores e formas, perfumes e lugares. Delicadas, grandes, desérticas, tropicais e até carnívoras. Um espetáculo!
Flôr de cactus no Longwood Gardens, na Pennsylvania - Estados Unidos
Plantas Carnívoras em Longwood Gardens, na Pennsylvania - Estados Unidos
Coleções de orquídeas, de bromélias, de bonsais. E o Oscar nos explicou que estão sempre mudando. Ele já visitou várias vezes e tem sempre novidades.
Interior da gigantesca estufa de Longwood Gardens, na Pennsylvania - Estados Unidos
Enfim, para aqueles que gostam de flores e também para os que não gostam (aqui, vão aprender a apreciar!), é um programa obrigatório. Nosso muito obrigado ao bilionário visionário Pierre Du Pont por nos deixar esse legado. Isso sim que é saber investir! Patrimônio da Pennsylvania, do Delaware (viu, Oscar!), dos Estados Unidos e de toda a humanidade!
As maravilhosas flores na estufa do Longwood Gardens, na Pennsylvania - Estados Unidos
A incrível paisagem da cachoeira de Seljalandsfoss, no sul da IsLândia
Voltamos hoje à Islândia vindos da Groelândia, mas o horário de chegada não foi dos mais agradáveis. Pousamos no aeroporto da capital Reykjavik perto das 4:30 da madrugada, quando o país inteiro ainda dormia. Aproveitamos o ônibus que faz a ligação com o centro da cidade e fomos até a rodoviária. Ali do lado havia companhias de aluguel de carro, mas não naquele horário. Não teve remédio a não ser esperar até as 8 da manhã, quando começaram a abrir.
O complicado mapa turístico e rodoviário do sul da Islândia, em estrada na saída de Reykjavik
Aproveitamos esse tempo para reler livros e mapas e relembrar nosso roteiro planejado para conhecer o país nos próximos 8 dias. A Islândia não é um país pequeno, com pouco mais de 100 mil k2. É o tamanho aproximado do estado de Pernambuco. Mas, mesmo com esse tamanho, a população é de apenas 320 mil pessoas, menos do que qualquer cidade brasileira de porte médio. Um terço dessas pessoas está na capital Reykjavik e 2/3 do total vive na região metropolitana da capital. Portanto, sobram menos de 100 mil pessoas para todo o resto do país, espalhados em pequenas cidades ao longo do seu litoral. No interior da Islândia, longe da capital, os habitantes não passam de poucos milhares.
AS duas principais rotas turísticas da Islândia: O "Golden Circle" (circuito menor) e a "Ring Road, que dá a volta completa no país, margeando seu principal campo de gelo, no sul da ilha
São duas as principais rotas turísticas no país. A primeira e mais popular é o chamado “Golden Circle”, um looping com pouco mais de 100 km de distância ao redor da capital e que passa por cachoeiras, geisers e pontos históricos. Normalmente, os turistas o percorrem em apenas um dia e, com isso, tem um “gostinho” do país. Nós vamos sim fazê-lo, mas apenas no final da nossa temporada por aqui. Nossa ideia era sair o quanto antes da capital e dar uma volta inteira na Islândia, deixando os últimos dois dias para a região de Reykjavic.
Pois bem, esse nosso roteiro é conhecido como “Ring Road”, a estrada que dá a volta no país, sempre próxima do litoral. Para se aventurar pelo interior da Islândia, nas chamadas highlands, só no verão e com carro apropriado. Quando chegarmos do outro lado do país, de onde partem essas rústicas estradas para as terras altas, falo um pouco mais sobre isso.
Paisagem repleta de quedas d'água ao redor da cachoeira de Seljalandsfoss, no sul da IsLândia
Aproximando-se da cachoeira de Seljalandsfoss, no sul da IsLândia
Enfim, assim que abriu a locadora de carros, alugamos um e começamos nossa longa volta de quase 1.500 km ao redor do país, seguindo no sentido anti-horário. Nossa ideia era chegar hoje até a cidade de Vestmannaeyjar, na ilha de Heimaey, no sudoeste da Islândia. No caminho, paisagens grandiosas e muitas, muitas cachoeiras.
A imponente cachoeira de Seljalandsfoss, no sul da IsLândia
Pois é, são duas coisas que precisamos logo aprender aqui na Islândia. Primeiro, que as palavras são enormes e impronunciáveis. O negócio é logo arrumar algum apelido, ou então, escrever tudo detalhadamente. Lembrar das palavra inteiras, de cabeça, é simplesmente impossível! A segunda é que são infinitas cachoeiras ao longo da costa. A água nasce lá nas geleiras do interior, um reservatório quase infinito, e correm até a costa. Mas antes de chegar lá, despencam nas encostas que formavam o antigo litoral do país, até que erupções vulcânicas criassem uma planície costeira. Com a estrada, a “ring road”, está sempre próxima dessas encostas, sempre estamos passando por cachoeiras. Lindas! Mas, nem ouse pensar em dar um mergulho ou tomar um banho. Nascidas nas geleiras, já dá para imaginar a temperatura da água, não dá?
Admirando a cachoeira de Seljalandsfoss, no sul da IsLândia
A mais bela e famosa dessas cachoeiras que passamos hoje é a Seljalandsfoss (“foss”, em islandês, quer dizer cachoeira). Bem próxima a estrada, podemos caminhar até o lago que ela forma em sua base. Mas do que isso, há uma trilha que nos leva para trás dela. O visual é mesmo lindo e só temos que nos cuidar com o vapor que nos atinge, pois ele também é congelante!
O moderno ferry que nos leva para Vestmannaeyjum, na ilha de Heimaey, no sul da Islândia
Depois da nossa parada por lá, saímos da ring road para ir até a costa. Daí saia o ferry para a ilha de Heimaey, local de paisagens lindíssimas, erupções vulcânicas bem recentes e lar do simpático puffin, um pássaro bem parecido com o pinguim lá do sul, mas que não tem nenhum parentesco com ele, além do bico e das duas asas! O ferry é bem moderno, o primeiro que vimos nesses 1000dias em que o bico do navio se abre para os carros entrarem. Foi apenas nossa primeira surpresa de tantas que teríamos nas próximas 24 horas...
Chegando à ilha de Heimaey, no sul da Islândia
Ônibus que serve o centro antigo de San Juan - Porto Rico
E lá fomos nós de avião, para lá e para cá. Embarcamos cedinho em direção à Miami, cerca de 1h 30min de vôo. Ficamos empatados por lá pouco mais de duas horas, parte delas procurando algum lugar decente para comer, que não fosse junk food. Por fim, embarcamos em direção à San Juan, após todos os security checks. Esse Bin Laden atazanou a continua atazanando a vida de todo mundo que viaja para e através dos EUA. Até quando, será?
Bom, já no avião lá se foram mais 1h 30min para passarmos por cima de Turks e Caicos e outros 40 min para chegarmos em San Juan. Já no táxi deu para perceber que a cidade lembra muito as cidades brasileiras, os prédios, os parques, as ruas, as pessoas, o trânsito. Nosso hotel é o Milano, bem no centro do bairro antigo, perto das atrações, dos bares e restaurantes.
Rua do centro antigo de San Juan, em Porto Rico
Esquecendo o cansaço, aproveitamos o final de tarde para passear pelo charmoso centro, suas estreitas ruas sempre calçadas com paralelepípedo, igrejas das mais antigas das américas e suas diversas fortalezas que defenderam a cidade por muito tempo dos ataques dos inleses e holandeses (como esses povos guerreavam antigamente! Acho que não houve um ano sem guerras, dos séc XVI ao XVIII). Enfim, já havíamos lido e confirmamos: o centro de San Juan é muito interessante!
Fortaleza "El Morro" em San Juan - Porto Rico
No porto, aqui do lado, enormes cruzeiros ancorados. Alguns, reconhecemos lá de Nassau. Os passageiros descem, atacam as lojinhas aqui do lado e voltam às suas cabines. Alguns ficam, para aproveitar os bares, restaurantes e vida noturna que vivem muito em função desses turistas.
Rua do centro antigo de San Juan, em Porto Rico
Amanhã, vamos a uma praia daqui e aproveitamos o tempo para decidir nosso roteiro por este país que ainda não entendemos direito. Afinal, é um país ou um estado? Devemos falar inglês ou espanhol? Caribe ou EUA? Não percam o próximo capítulo ... he he he.
Jamaica, Ilhas Cayman e Cuba, nesta ordem, nosso roteiro nesta nova investida ao Caribe
A Jamaica é uma das quatro grandes ilhas do Caribe, ligeiramente maior que Porto Rico e bem menor que Cuba e Hispaniola. Tem um pouco mais de 10 mil km2, o que significaria um quadrado de 100km x 100km. Mas, como mostra o mapa, ela não é quadrada, sendo muito mais comprida no sentido leste-oeste que norte-sul.
Nosso roteiro planejado no país, passando por praias, montanhas, cachoeiras e cidades
Assim como as outras ilhas do Caribe, foi primeiro visitada e colonizada pelos espanhóis, que se encarregaram de extinguir a antiga população indígena (100 mil pessoas quando Colombo chegou, em 1494) através do trabalho forçado e das doenças do velho mundo. Em seguida, começaram a trazer negros da África para trabalharem em suas fazendas de cana-de-açúcar. Mas a ilha era considerada uma colônia de 2ª categoria e os poucos soldados aqui estacionados não puderam resistir à invasão inglesa na primeira metade do séc XVII.
Arquitetura na praça central de downtown - Montego Bay, na Jamaica
Essa expedição inglesa, formada por ladrões, piratas e outras pessoas pouco queridas em sua terra natal, foi enviada para conquistar a ilha de Hispaniola. Mas aí sim os espanhóis estavam devidamente fortificados e a invasão foi facilmente repelida. Como segunda opção, vieram para cá. Despejados os espanhóis, pouca coisa mudou na vida da ilha, além de um rei diferente. Mais escravos, mais cana-de-açúcar, mais do mesmo.
Placa comemorativa da rebelião de escravos de 1831, em Montego Bay, na Jamaica
Em 1831, um acontecimento moldaria para sempre a história do país, com influências em todo o mundo ocidental. Um escravo que tinha tido acesso à educação, Sam Sharpe, começou a pregar pela resistência pacífica dos escravos contra a opressão branca. Por exemplo, sugeriu que os escravos se negassem a trabalhar no natal daquele ano. Mas o movimento escapou-lhe das mãos e tornou-se violento, algumas dezenas de plantations queimadas e seus donos assassinados. A repressão foi ainda mais violenta. Algumas centenas de escravos enforcados e outros milhares chicoteados. Tão dura foi a reação que durante meses houve debates acalorados no parlamento inglês sobre o assunto. A questão foi crescendo e o resultado foi a abolição da escravatura em todas as colônias inglesas. Em seguida, a Inglaterra passou a combater o tráfico negreiro em todo o Atlântico, ajudando a por fim a esta prática odiosa. Mal sabia Sam Sharpe até onde chegaria o movimento que ele iniciou. Infelizmente, não pôde saber mesmo, pois foi um dos primeiros a ser enforcados durante a retaliação do governo colonial.
Com o David, em frente à bela igreja anglicana de Montego Bay, na Jamaica
Belo interior da igreja anglicana de Montego Bay, na Jamaica
A Jamaica só se tornaria um país independente na segunda metade do séc XX, em 1962. Aliás, o festival de blues e jazz que lotou os hotéis de Montego Bay comemora exatamente os 50 anos da independência. E foi aqui em Montego Bay que chegamos anteontem, a principal porta de entrada do país, terra do herói Sam Sharpe e também de dezenas de hotéis no estilo all-inclusive, a maneira como a grande maioria dos turistas conhece o país. Ficam muito bem acomodados em seus mundos protegidos da suposta violência do país, muito conforto, belas praias e algumas excursões às atrações mais conhecidas.
Chamando a atenção em escola de crianças em Montego Bay, na Jamaica
Bom, esse não é o nosso modo de conhecer países e, quanto a tal violência, a nossa tendência é sempre achar que há exagero nos relatos. Nossa ideia é alugar um carro e percorrer o país, tentar fugir um pouco dos tais resorts... Aqui em Montego Bay, após a confusão na chegada de anteontem, acordamos dispostos a acertar a situação. Recebemos um e-mail do site hotel.info dizendo que nosso cartão não havia sido aceito e a reserva cancelada. Hmmm... Isso depois de terem enviado outro e-mail dizendo que estava tudo certo. Bom, bola para frente! Eis que alguém desistiu de vir para cá e nós conseguimos um quarto no próprio hotel em que chegamos, pagando com o tal cartão que havia sido recusado. Era a Jamaica que começava a sorrir para nós, hehehe! Um pouco mais caro que a reserva feita na internet, mas, enfim, agora tínhamos onde dormir.
Visitando o mercado central de Montego Bay, na Jamaica
Visitando o mercado central de Montego Bay, na Jamaica
O tal festival tinha como atração principal Celine Dion, por 100 dólares por pessoas, mais uns 50 dólares de condução. Considerando o dinheiro que havíamos gasto a mais, tanto nas passagens como no hotel, achamos uma excelente oportunidade de não gastar mais. Afinal, viemos para cá pelo reggae. Blues e jazz, vamos chegar a New Orleans daqui a pouco...
Tranquila tarde de praia em Montego Bay, na Jamaica
Então, “sobraram” as praias e a cidade para conhecermos! Logo na primeira manhã, ontem, fomos ao centro. Não demora muito para perceber que turistas são raros por lá. Ficam mais nos seus resorts e também na hip street, onde estão hotéis e restaurantes de frente para o mar. Visitamos a praça com seus prédios em arquitetura vitoriana, reverenciamos o monumento em honra ao Sam Sharpe e centenas de outros enforcados em 1831, entramos na mais bela igreja do país, de denominação anglicana e fizemos nossa costumeira visita ao mercado, onde podemos ver as pessoas locais levando suas vidas cotidianas.
Praia e águas caribenhas em Montego Bay, na Jamaica
Depois, para a praia. Todas as melhores praias da região são fechadas. Ou estão dentro de algum hotel all-inclusive, ou são um parque em que se paga para entrar. O nosso hotel já nos dava direito a entrar numa das mais conhecidas, onde está o Aquasol Theme Park. Lá, após mostrar nossas pulseirinhas, somos recebidos com guarda-sol e cadeiras. Para completar, cervejas Red Stripe geladinhas e já nos sentimos diretoria total! Mar completamente caribenho, aquela cor de piscina e areias bem claras. Uma raia protege a praia dos barcos e serve também como circuito para que possamos fazer uma boa sessão de natação.
Garçon fazendo graça em praia de Montego Bay, na Jamaica
O fim de tarde, acompanhando o maravilho pôr-do-sol, foi num dos restaurantes da hip street, em frente ao mar. Boa comida e vista fantástica, com direito a rum punch. Aos poucos, vamos nos sentido cada vez mais na Jamaica. Só está faltando um bom reggae, porque por enquanto, o que temos mais ouvido é hip hop, infelizmente.
De volta ao mar do Caribe em Montego Bay, na Jamaica
O dia de hoje foi como o de ontem, com a diferença que não fizemos o passeio na cidade, fomos direto para a praia. Sendo um sábado, a frequência de jamaicanos era bem maior, famílias inteiras se divertindo nas águas mornas do mar do Caribe. Aliás, são também jamaicanos a maioria dos hóspedes no nosso hotel. Classe média alta da capital Kingston que veio acompanhar o festival. Gringos, vimos alguns no hotel e na nossa praia, mas a maioria foi dentro dos micro-ônibus e vans dos resorts, levando-os para as compras, a algum restaurante ou ao aeroporto.
Nosso primeiro pôr-do-dol na Jamaica, em Montego Bay
Falando em aeroporto, para lá vamos amanhã cedo, em busca de um carro que possamos alugar aqui e devolver em Kingston, de onde sai nosso voo para Cayman, no dia 6. Teremos oito dias para dar a volta na ilha e conhecer um pouco mais das belezas e da alma do país. A primeira parada deve ser em Negril, na extremidade oeste da ilha, terra de praias, reggae e fantásticos pores-do-sol.
Nosso primeiro pôr-do-dol na Jamaica, em Montego Bay
Portal para entrar na praça central de Bariloche, na Argentina
São Carlos de Bariloche, ou simplesmente Bariloche, é o sonho de consumo de dezenas de milhares de brasileiros. Aliás, não só o sonho, mas o destino de férias. A cidade com cerca de 125 mil habitantes aos pés da cordilheira dos Andes é a segunda cidade argentina mais visitada por brasileiros, atrás apenas da capital Buenos Aires. Quase todos eles atrás de frio, neve e a chance de esquiar. Nove em cada dez brasileiros visita a cidade durante o inverno e só a conhece branquinha de neve.
Bariloche, na Argentina, espremida entre as montanhass andinas e o lago Nahuel Huapi
Final de tarde, a praça central de Bariloche está vazia (Patagônia Andina, na Argentina)
Por isso é possível dizer que a cidade que visitamos hoje é desconhecida de quase todos os brasileiros: Bariloche na primavera! As estações de esqui já estão fechadas faz tempo e as ruas turísticas do centro da cidade estão vazias, mas nem por isso Bariloche deixa de ser interessante. Muito pelo contrário, a região oferece um sem número de possibilidades para aqueles que gostam de botar o pé na trilha, remar (ou mesmo nadar!) em lagos tranquilos ou rios cheios de corredeiras, cavalgar por bosques e montanhas, dirigir por estradas belíssimas ou comer em bons restaurantes. E para quem gosta mesmo de neve ou gelo, sempre se pode fazer um trekking até o alto do Cerro Tronador, eternamente coberto de branco.
Pinheiro, árvore típica em Bariloche, na patagônia andina na Argentina
O estranho nome “Bariloche” vem do termo “vuriloche”, que na língua mapuche quer dizer “povo de trás da montanha”. Ou seja, só pelo nome já podemos ter uma boa noção da história da região! “Mapuches” eram indígenas que viviam no que hoje é o Chile, do outro lado dos Andes, e migraram para a região de Bariloche já em tempos coloniais. Aqui, desocuparam os antigos habitantes que se referiam a eles como “vuriloche”, pois tinham vindo do outro lado dos Andes. Daí para algum europeu ouvir a palavra vuriloche e entender “bariloche” foi um pulinho!
Dia ensolarado na praça central de Bariloche, na Argentina
Torre do Relógio em Bariloche, na Argentina
Falando em europeus, eles só começaram a se estabelecer na região no início do séc. XX. Algum tempo depois chegava a primeira estrada de terra e logo depois, os primeiros visitantes ilustres, como o ex-presidente americano e grande explorador Theodore Roosevelt. Quem também viveu por aqui durante alguns anos, ainda antes da chegada da estrada, foram os famosos bandidos americanos Butch Cassidy e Sundance Kid (Paul Newman e Robert Redford, respectivamente, no clássico do cinema dos anos 70), mas tiveram de fugir para a Bolívia quando a polícia apertou o cerco. Por fim, com o lugar atraindo tanta gente conhecida assim, o governo argentino resolveu investir no turismo e, na década de 30, cria o Parque Nacional Nahuel Huapi, nos arredores da cidade, e remodela o centro de Bariloche, construindo os prédios históricos que hoje são o cartão postal daqui, como o Centro Cívico, a catedral e o hotel Llao Llao.
Visita ao club Andino para conseguir mapas e informações sobre trilhas na região de Bariloche, na patagônia andina na Argentina
Lago Nahuel Huapi, em frente a Bariloche, na Argentina
Finalmente, foi a vez das atividades de esqui se desenvolverem e logo o turismo passou a ser a principal atividade econômica da região. A pequena e tranquila Bariloche, que em 1970 ainda tinha uma população de apenas 25 mil habitantes, hoje multiplicou isso por cinco, transformando-se na maior cidade argentina no lado andino. Tornou-se referência mundial como centro de esqui, atraindo turistas de todo o mundo, mas principalmente chilenos e brasileiros. Não é a toa que os próprios argentinos chamam a cidade de “Brasiloche”.
Belo prédio no Centro Civico de Bariloche, na Argentina
Bom, esse apelido realmente serve para a temporada de inverno, mas não agora. Quase não vimos brasileiros nas ruas da cidade e os poucos turistas eram, na sua maioria, nacionais. Melhor assim, pois desse modo conhecemos uma Bariloche argentina. Chegamos ontem de tarde e não foi difícil encontrarmos um hotel com bons preços. Com a Fiona devidamente guardada na garagem, fomos conhecer o centro a pé. A cidade pode ter crescido, mas o centro continua do mesmo tamanho e é facilmente conhecido com duas ou três caminhadas. Charmoso e compacto, destoa bem dos bairros da periferia onde vive a maioria da população local em condições muito mais duras. Bariloche é conhecida por viver sob forte tensão social, um grande abismo social entre ricos e pobres. Deu para perceber isso através da janela da Fiona enquanto entrávamos na cidade.
Final de tarde, caminhando na orla de Bariloche, na patagônia andina na Argentina
A bela região de Bariloche, na patagônia andina na Argentina
Enfim, fomos passear pela praça central, pelo Centro Cívico e pela orla. A cidade está na beira de um enorme lago alimentado por águas de degelo, o Nahuel Huapi, águas limpas e frias. Difícil imaginar que uma enorme onda varreu esse lago causando destruição e morte na cidade em 1960. Mas foi o que aconteceu, reflexo de um enorme terremoto no vizinho Chile. Mas ontem, e hoje também, suas águas estavam plácidas, ideais para refletir a luz do entardecer ou para um passeio de catamarã. Outra cena típica que vimos no Centro Cívico foram as fotos de turistas com os cães São Bernardo, algo que já virou tradição para quem visita a cidade. Para quem quiser uma atividade mais “séria”, uma boa pedida é visitar aí mesmo, em um dos prédios históricos, o excelente Museu dos Povos Patagônicos. História, arte, cultura, costumes, está tudo ali, um pouquinho de tudo.
Turistas posam para foto com cachorro São Bernardo na praça central de Bariloche, na Argentina
Levando o São Bernardo para passear em Bariloche, na Argentina
Cervejaria Antares, em Bariloche, na Argentina
Depois da cultura, a alma! Fomos a uma das cervejarias artesanais da cidade que estão se multiplicando por aqui. Uma delícia, como pode-se perceber pelas fotos. E foi lá que, enfim, encontramos nossa amiga Rowan, a escocesa que também viajou para a Antártida no Sea Spirit e que, desde então, veio por terra desde Ushuaia até aqui, com duas ou três paradas. Ela chegou a Bariloche já no escuro, deixou suas coisas na pousada e veio nos encontrar. Vai ser nossa companheira nos próximos dias enquanto exploramos as belezas dessa região magnífica. Companheira de trilhas, aventuras e copo, já deu para perceber lá na cervejaria, hehehe.
Hora de uma cerveja gelada em Bariloche, na Argentina
Deliciosa cerveja artesanal em Bariloche, na Argentina
Um brinde ao reencontro com a Rowan, na Cervejaria Antares, em Bariloche, na Argentina
Depois da cervejaria ainda fomos jantar num delicioso restaurante. Mais tempo para conversar e nos conhecer melhor. No navio, a Rowan estava com seu namorado, um dos guias da expedição, e não tivemos muita chance de socializar. Por isso, foi meio estranho quando combinamos de viajar juntos por alguns dias aqui na Argentina. Mas bastou algumas horas de conversa para perceber que ela é mesmo da nossa turma e acho que vai ser bem legal a convivência.
Encontro com a Rowan, nossa companheira de viagem pelos próximos dias na região de Bariloche, na Argentina
Encontro com a Rowan, nossa companheira de viagem pelos próximos dias na região de Bariloche, na Argentina
Hoje cedo nos reunimos novamente para botar o pé na estrada. Antes, uma parada estratégica no Club Andino, organização que centraliza as informações sobre parques e trilhas na região de Bariloche. Com mapas na mão e muita conversa, montamos nosso roteiro para os próximos dias, uma verdadeira corrida para estarmos de volta à Bariloche no dia 4 de tarde para pegarmos nossos aviões, nós para o Brasil e ela para a Escócia, ambos via Buenos Aires. Planos feitos, não tínhamos mais um minuto a perder, pé na estrada!
Com a Rowan, no início da nossa viagem pela região de Bariloche (ao fundo!), na patagônia andina na Argentina
Cerveja Teresópolis, em Ouro Preto - MG
Começamos o dia hoje resolvendo a principal pendência que nos trouxe de volta: os passaportes. Era oito da manhã quando estávamos já na Polícia Federal entregando a documentação. Serão entregues na próxima sexta-feira ou, com muita sorte, na quarta, antes do feriado. Tentei falar com o consulado canadense, mas só consegui máquinas, nada de gente. Amanhã, nova tentativa. A máquina fotográfica da Sony já está no conserto. E eu já tirei as radiografias para minha dentista. Nossa... até isso foi dolorido. De noite, novo encontro social, Ana madrugando. Aliás, a Ana também esteve no salão, depois de meses de espera. E assim vamos ticando nossa pendências
Ontem, foram fotos de praia. Hoje, para complementar, fotos de cerveja, grandes companheiras de praia, hehehe! Essa que abriu o post é uma das melhores que temos aqui no Brasil!
O trio de ferro das Bahamas: A lendária Kalik, a popular Sands e a internacional Guiness
Cervejas das Bahamas
Red Stripe, cerveja jamaicana, popular por todo o Caribe
tomando cerveja jamaicana em Provo - Turks e Caicos
Até Turks e Caicos tem sua cerveja: Turks Head
Cerveja de Turks e Caicos
Cerveja sabor manga, nas Ilhas Virgens Americanas. Ruiiiiiimmmmmm.....
Cerveja com Gosto de Manga - USVI
Cerpa na garrafa grande, uma delícia! Muito melhor que a Export, vendida no sul. Sorte dos paraenses!
A Cerpa grandona. Essa, só se acha aqui, no Pará! (na região de Algodoal - PA)
Garrafona de 1 litro da Parbo, no Suriname. Boa e barata!
Parbo, a cerveja nacional do Suriname
Stag, a cerveja forte de Trinidad. As meninas preferem Carib
Stag, cerveja produzida em Trinidad e Tobago
Skol em garrafa verde. Quem já viu? Só em St. Kitts...
Cerveja homônima da nossa Skol, em St. Kitts, no Caribe
Nem só com cerveja se mata a sede no Caribe...
Pink Sand Beach em Harbour Island - Eleuthera - Bahamas
Linda amendoeira em frente à igreja de Anchieta - ES
Coincidência ou não, hoje foi dia de eleições e também o dia mais cinzento e chuvoso que tivemos por um bom tempo. Espero que não tenha nada a ver com o que está por vir ao Brasil...
Justificando o voto na eleição 1o turno, em Iriri - ES
Tempo frio e chuvoso, nada de roupas de banho na nossa programação. Depois de um magnífico café da manhã, nossa primeira parada foi a escola Tom e Jerry, em Iriri, para justificar o nosso voto. Foi gostoso ir lá, ver as filas para votação e entrar um pouco no clima de eleição. Para justificar, não havia filas. Afinal, quem é que justifica voto em Iriri, Espírito Santo?
Mar revolto num dia de chuva e eleição, em Iriri - ES
Depois, fomos dar uma volta na orla da praia Costa Azul, admirar o mar bravio e barrento e compará-lo com o de dois dias antes. Que diferença!
Visitando a igreja de Anchieta - ES
Voltamos para o hotel, empacotamos tudo, despedimo-nos do simpático staff e partimos para a vizinha Anchieta. Lá, visitamos o complexo onde viveu o famoso jesuíta, além de aprender um pouco de sua história. Veio para o Espírito Santo depois de viver no sul do país, sendo um dos fundadores de São Paulo. Passou um bom tempo nas praias de Ubatuba onde escrevia seus poemas na areia das praias. Aqui no Espírito Santo, duas vezes por mês caminhava de Anchieta até Vitória, caminho de mais de 100 km. Gostou tanto daqui que foi o lugar que escolheu para passar seus últimos dias. Vida interessante deve ter tido esse senhor, protetor dos índios contra os escravizadores portugueses.
Fiona vai a praia em Ubu - ES
De Anchieta, uma rápida passagem por Ubu, praia recomendada pelos amigos de Delfinópolis, Mariangela e Help. O tempo do jeito que estava, só deu para ver de longe. De lá para Meaípe, onde fica um dos restaurantes mais famosos do Brasil, o Curuca, especializado em cozinha capixaba. Lá, eu e a Ana nos refestelamos numa deliciosa muqueca. O frio fez a muqueca quentinha ficar ainda mais saborosa, principalmente acompanhada de uma "muqueca de banana".
A famosa muqueca do Curuca, em Meaípe - ES
Por fim, foi pegar a estrada e atravessar o estado em direção à Minas. Viemos até Ibitirama, em plena Serra do Caparaó, a quase 1.500 metros de altitude. Aqui perto fica o Parque Estadual da Cachoeira da Fumaça e também o Pico da Bandeira. Estamos prontos para alguns programas de serra antes de voltar à praia por um bom tempo. Aliás, o tempo é que não está ajudando muito... Vamos ver se melhora.
Os urubus parecem não se importar muito com a placa, em Ubu - ES
Almoçando em restaurante de Palermo, bairro de Buenos Aires, na Argentina
Depois dos nossos brindes na Recoleta, voltamos para nosso hotel em Palermo, onde já havíamos desocupado o quarto e eles só guardavam nossa bagagem. Era chegada a hora de irmos conhecer o Marcelo e a Carola, os “Periodistas Viajeros” (o site e as viagens deles são ótimos! Confira aqui!), que haviam se oferecido para guardar a Fiona enquanto viajamos para a Antártida. Por enquanto, só nos conhecíamos pelas redes sociais. A ideia era irmos ao seu apartamento e depois segui-los até a casa da Paula, mãe da Carola, num condomínio fechado em Pilar, pequena cidade da grande Buenos Aires, a 50 quilômetros do centro, direção norte.
Eles moram em Belgrano, outro bairro super gostoso de Buenos Aires, não muito longe de Palermo. Não há grandes atrações turísticas por lá, mas é o tipo do bairro que eu adoraria morar, se um dia viesse para cá. Ruas largas, tranquilas e arborizadas, boa infraestrutura de escolas, comércio, restaurantes e praças e sem movimento de tráfego pesado e turistas abobalhados. Enfim, logo os encontramos, eles nos receberam super bem e já estávamos na estrada para Pilar. Quarenta minutos mais tarde, antes da hora do rush, chegávamos ao chique e tranquilo condomínio, como tantos que também existem ao redor das grandes metrópoles brasileiras. Depois que passamos da portaria, muitas crianças brincando nas ruas, casas sem grades e com vastos jardins, nenhum prédio no horizonte, clima de vida quase rural.
O Marcelo e a Carola, os Periodistas Viajeros, nos trazem de volta de Pilar para Buenos Aires, num dia com muita chuva (Argentina)
O Marcelo e a Carola, os Periodistas Viajeros, nos trazem de volta de Pilar para Buenos Aires, num dia com muita chuva (Argentina)
A noite foi de queijos e vinhos ao ar livre, no fundo da casa. Como não poderia deixar de ser, muita conversa sobre viagens. Eles também viajam muito, mas são viagens mais curtas, já que tem que trabalhar também. Como o próprio nome do site deles indica, são jornalistas, ele muito interessado em questões políticas. Fomos dormir tarde, céu estrelado e acordamos com o tempo virado, chuva forte. Como chegamos por lá quase no escuro e pela manhã chovia muito, nem tiramos fotos. Mas na volta, quando viermos pegar a Fiona, não perderemos mais essa chance!
Loja em Palermo, bairro de Buenos Aires, na Argentina
Testando vestidos em lojinha de Palermo, em Buenos Aires, na Argentina
Então, a Fiona ficou por lá guardadinha e segura da silva, com boa parte da nossa bagagem e nós voltamos com eles para o centro, hoje cedo, embaixo ainda de muita chuva. Eles direto para o trabalho e nós para o nosso mesmo hotel, em Palermo, onde havia ficado nossa bagagem para as próximas 3 semanas, muita roupa de frio para o que nos espera. Tínhamos reservado um quarto para mais uma noite, pois é amanhã que nos mudamos para o hotel já incluído no pacote para a Antártida, no centro da cidade. Como continuava a chover, aproveitamos para continua a organização de nossas coisas para a viagem.
Uma gostosa e preguiçosa tarde em restaurante de Palermo, bairro de Buenos Aires, na Argentina
Finalmente, no meio da tarde, a chuva amainou um pouco e a gente aproveitou para caminhar um pouco por Palermo na região do bairro conhecida como Soho. Muita gente de guarda-chuva nas ruas e ao redor da praça Armênia, onde visitamos algumas lojas e encontramos um restaurante gostoso para comer e tomar vinho, só para ficar vendo a chuva cair e o tempo passar. Uma delícia!
Tarde de chuva em Palermo, bairro de Buenos Aires, na Argentina
Tarde de chuva em Palermo, bairro de Buenos Aires, na Argentina
Por fim, de volta para nosso hotel, na rua Malabaia. Só para descansar mais um pouco, recuperar as energias e sair novamente, de noite. A região ao redor da Plaza Armênia é cheia de bares e restaurantes interessantes e a noite prometia. Acho que Belgrano seria mesmo nossa segunda opção para morar aqui em Buenos Aires. A primeira, sem dúvida, seria Palermo, numa das inúmeras ruas tranquilas, mas sempre próximo de restaurantes e praças.
Uma gostosa e preguiçosa tarde em restaurante de Palermo, bairro de Buenos Aires, na Argentina
Amanhã de noite, já estaremos com nosso grupo de viagem, então hoje era nossa última chance a sós. Além disso, tínhamos outro motivo para celebrar. Acabamos de ser convidados para sermos padrinhos de casamento dos nossos amigos queridos, os mesmos que já viajaram conosco no Havaí, Cuba e Galápagos, durante esses 1000dias. O casamento será no início de Dezembro, ainda durante nossa viagem e acho que eles estavam meio desconfiados que não iríamos. Então, nos deram o cheque mate: “Vocês serão nossos padrinhos!”. É... agora não tem mais jeito de não ir, hehehe! Mas, iríamos de qualquer maneira, claro! Ainda mais porque eles vão se casar exatamente no lugar que casamos, na mesma praia da mesma Ilha do Mel, festa na mesma pousada. Tem jeito de não ir? A Ilha do Mel, mais uma vez, entrará no roteiro dos 1000dias!
Almoçando em restaurante de Palermo, bairro de Buenos Aires, na Argentina
Rio Peruaçu, no interior da Caverna Janelão, no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, próximo à Januária - MG
Difícil encontrar palavras para descrever o lugar que estivemos visitando hoje. O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu e, mais especificamente, a Caverna do Janelão, é um lugar sensacional, espetacular, épico, grandioso, hollywwoodiano e sei lá mais o quê...
Observando o interior da Caverna Janelão, no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, próximo à Januária - MG
O que mais impressiona é a escala da caverna. Com quatro quilômetros de comprimento, quase a metade disso está na parte clara, onde entra a luz do sol, através de gigantescas clarabóias, fruto de desabamentos titânicos. As galerias são extremamente amplas, verdadeiras avenidas, onde é fáci caminhar, sempre próximo ao pequeno rio Peruaçu, que atravessa a caverna de ponta à ponta.
Atravessando a Caverna Janelão, no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, próximo à Januária - MG
Nós só estivemos na parte clara da caverna, mas a parte escura também tem grandes proporções. Para quem está acostumado com cavernas sabe que, quando não se tem iluminação, uma caverna muito ampla não pode ser realmente admirada. As fracas luzes de nossas lanternas não conseguiriam nos dar a real idéia dos salões. Mas, como a luz do sol entra pelas clarabóias, podemos ver e sentir exatamente a grandiosidade da paisagem, paredes de até 100 metros de altura, formações de mais de 20 metros, inclusive o maior estalagtite do mundo, com 25 metros de comprimento.
Atravessando a Caverna Janelão, no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, próximo à Januária - MG
Eu já tinha estado em outras cavernas com grandes bocas. Mas, o que chama a atenção nesta é que há uma sequência delas, três ou quatro grandes portões, salões absolutamente gigantescos, clarabóias que fazem as aberturas de outras cavernas parecerem buracos de goteira. Com tanta luz do sol entrando, uma rica vegetação floresceu dentro da caverna, tornando-a uma espécie de caverna verde, o que também a distingue das outras.
Interior da Caverna Janelão, no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, próximo à Januária - MG
Acompanhados do nosso guia Rosivaldo e do brigadista anti-incêndio designado pelo parque para nos acompanhar, o Reinaldo, nós percorremos os 1,5 km de "caverna clara", ida e volta. Ao final, o queixo já doía de tanta admiração pela mãe-natureza. Um verdadeiro patrimônio brasileiro e mundial encravado em pleno sertão mineiro.
Interior da Caverna Janelão, no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, próximo à Januária - MG
Mesmo sabendo que esta é a mais famosa das cavernas do parque, é incrível pensar que são mais de 100 cavernas catalogadas numa área tão pequena. O parque está se preparando para receber turistas, com infraestrutura e segurança. A aproximação da Copa do Mundo e do turismo que ela vai trazer serve como uma espécie de ponto de referência para que esteja tudo pronto e que mais e mais pessoas possam aproveitar e admirar este lugar incrível. A preocupação com a segurança não só das pessoas mas principalmente do patrimônio natural, aliado àquela conhecida "eficiência burocrática estatal" tem atrasado o cronograma de abertura do parque mas a Copa irá mudar isso. Na pior das hipóteses, pelo menos essas benesses ela vai nos trazer.
Interior da Caverna Janelão, no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, próximo à Januária - MG
Perdoem-me se pareço repetitivo, mas faço mais uma homenagem: Viva as Cavernas do Peruaçu!
Interior da Caverna Janelão, no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, próximo à Januária - MG
Interior da Caverna Janelão, no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, próximo à Januária - MG
2012. Todos os direitos reservados. Layout por Binworks. Desenvolvimento e manutenção do site por Race Internet