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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Um fim de tarde com luzes e cores incríveis no Crater Lake, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Há cerca de 8 mil anos, a cordilheira conhecida como North Cascades, pela qual temos viajado desde que retornamos aos EUA, tinha uma montanha a mais. Montanha não, um vulcão, como de resto também são o Mount Rainier, o Mount St. Helens, o Mt. Adams e vários outros dos picos que compõe essa região lindíssima do noroeste americano. Estou falando do Mt. Mazama!
Fantástico entardecer no Crater Lake, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Como vários de seus “irmãos vulcões”, o Mt. Mazama era uma montanha jovem, com apenas 400 mil anos de idade. Ao longo de milênios de atividade vulcânica, ele vinha aumentando de tamanho e de porte, chegando aos 3.700 metros de altura, tornando-o uma montanha muito mais alta, por exemplo, que o vulcão St. Helens, que antes da gigantesca explosão de 1980, tinha 2.900 metros de altura.
Fantástico entardecer no Crater Lake, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Essa atividade vulcânica vinha em ciclos, intermediados por períodos de calmaria. Era a hora de iniciar um novo ciclo de “crescimento”, quem sabe chegar à invejável altura de 4 mil metros. Mas o Mt. Mazama, na pressa de chegar a esta marca, acabou exagerando. Foi uma erupção colossal! Para se ter uma ideia, na erupção de 1980, o St. Helens ejetou cerca de três quilômetros cúbicos de material e já foi aquele estrago. Ao invés de crescer, acabou perdendo mais de 400 metros de altura, na grande explosão. Pois bem, o Mt. Mazama ejetou nada menos que 50 km cúbicos de material, mais de 15 vezes o valor do St. Helens..
Admirando a beleza perfeita do Crater Lake, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Os cientistas sabem disso porque cada vulcão ejeta um tipo diferente de material. Mais do que isso, mesmo num mesmo vulcão, cada ciclo eruptivo também muda a composição da lava ejetada. Ainda hoje, essa lava expelida há tanto tempo pode ser achada, identificada, ter e idade estimada e sua quantidade medida. Com isso pode ser montada a história de todos os vulcões da região. Não só pela lava, que fica nas redondezas da montanha, mas também pelas cinzas, que carregam a mesma marca química e podem ter ido parar a milhares de quilômetros de distância, levadas pelo vento.
Crater Lake, o resultado de uma gigantesca explosão vulcânica sete mil anos atrás, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Mas, retornando à monumental erupção do Mt. Mazana, esses 50 km cúbicos ejetados acabaram por deixar vazia a enorme câmara de lava que existia embaixo da montanha, no subsolo. Essa gigantesca cavidade oca ocasionou o desabamento do Mt. Mazama sobre si mesmo e o que era uma grande montanha com 3.700 metros de altitude virou uma gigantesca cratera. Em outras palavras, a montanha virou um buraco! Estava criado o “Crater”, faltava o “Lake”!
O maravilhoso Crater Lake, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Não demorou muito (em termos geológicos!)! Como estamos em um local de grandes precipitações, principalmente de neve, no inverno, foram precisos apenas 700 anos para encher a cratera com água. Água limpíssima, da mais pura qualidade! O Crater Lake não é alimentado por nenhum rio e nem um mísero córrego sai lá de dentro também. Na verdade, toda a água que está na cratera é fruto do equilíbrio entre chuvas e neve entrando e evaporação e absorção pela terra “saindo”.
Quem é mais bonito: o original, o reflexo ou a combinação dos dois? (no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos)
O lago tem cerca de 8 quilômetros de largura por 10 quilômetros de comprimento (na verdade, é quase circular!) e uma profundidade média de mais de 300 metros, chegando aos 600 metros de profundidade máxima! Isso o faz o segundo lago mais profundo de todo o continente, deixando para trás todos os Great Lakes entre EUA e Canadá, que são centenas de vezes maiores do que ele. Isso dá uma boa ideia do tamanho do buraco que hoje está no lugar de uma montanha de tinha 3.700 metros de altura! Realmente, deve ter sido em evento fantástico!
Um fim de tarde com luzes e cores incríveis no Crater Lake, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Os primeiros habitantes de cidades na Mesopotâmia e Índia devem ter percebido (e sofrido!) com os invernos mais rigorosos nos anos seguintes, mas foram os índios aqui da região as únicas testemunhas oculares. Pelo menos, os que sobreviveram! E sabemos que alguns deles sobreviveram, pois foram de seus relatos que nasceram as lendas que ainda hoje contam da batalha celestial entre deuses rivais, sendo um deles completamente aniquilado (o Mt. Mazama), substituído por um lago mágico.
O belo reflexo formado pelas águas puras do Crater Lake, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
E continua mágico até hoje! Pudemos comprovar com os nossos olhos! Como a estrada que dá a volta na cratera já está fechada até o próximo verão, deixamos para chegar até aqui apenas no final da tarde, a tempo de estar no mirante sobre a crista da cratera junto com as últimas luzes do sol, pela única entrada que continua aberta. Tivemos um dia corrido e incrível, conforme descrito no post anterior e chegamos ao Crater lake, onde jaz o Mt. Mazama quase cinco da tarde.
Mágico fim de tarde no Crater Lake, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Na verdade, foi um sufoco, pois ficamos muito tempo lá nas Hot Springs e, sem saber ao certo quanto tempo demoraria para chegar até a entrada do parque, fomos vendo o dia acabar antes de chegarmos lá. E olha que, na parte final, nem podíamos acelerar, pois a estrada estava cheia de neve. De fato, já tínhamos até desistido de ver a luz do sol, por ele já tinha se posto pelo lado da cratera que nos aproximávamos.
O belo reflexo formado pelas águas puras do Crater Lake, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Mas aí, veio a surpresa. Para chegar até o alto da borda da cratera, subimos acima dos 2 mil metros de altitude!. E lá encima, o sol ainda brilhava! Pelo menos, em parte das paredes internas da cratera, formando um cenário absolutamente deslumbrante! Protegido do vento dentro das paredes de mais de 300 metros de altura, as águas do lago são calmas, formando um verdadeiro espelho gigante. Naquela altura, a atmosfera também é bem mais limpa, facilitando a nossa visão.
Fim de tarde a mais de 2 mil metros de altitude, o céu fica colorido em Crater Lake, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
O resultado é o que se vê nas fotos que ilustram esse post. Coisa de cinema! Para melhorar, as nuvens foram ficando rosas e roxas, assim que o sol se pôs e o seu reflexo no lago deixava o cenário ainda mais inacreditável. Sinceramente, parecia estarmos em outro mundo! Foram 45 minutos do mais belo entardecer desses 1000dias de viagem! Nossos mais sinceros agradecimentos ao finado Mt. Mazama, cujo final apocalíptico nos possibilitou esses momentos mágicos! O agradecimento foi feito olhando para seu pequeno “filhote”, uma ilha que cresce no meio do lago e nos mostra que, quem sabe algum dia, o Mazama ressurgirá das cinzas para chegar aos 4 mil metros.. Enquanto isso não acontece, felizes daqueles que presenciam finais de tarde no Crater Lake!
Fim de tarde a mais de 2 mil metros de altitude, o céu fica colorido em Crater Lake, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Muito bom o post. Estou sendo repetitiva, mas estou aprendendo muito com vocês. Tinha ficado pensando como sabiam da explosão do St.Helens que tinha acontecido antes de Colombo chegar à América...´já me contaram.
Confesso também que não tinha muita vontade de conhecer os EUA mas estou vendo que vale a pena.
Abraços e continuem nos presenteando com os relatos interessantíssimos.
Resposta:
lOá Mabel!
Tá vendo, o site 1000dias também é cultura, hehehe!
Olha, os EUA, como todos os países do mundo, tem suas virtudes e defeitos. Mas posso lhe assegurar que vale muito à pena ser visitado! Seja pelas paisagens fantásticas, pelos parques nacionais bem organizados, pela música, por grandes cidades como NY, New Orleans ou San Francisco, enfim, motivos não faltam!
Abraços e vamos que vamos!
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