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Junior (31/10)
Gostei muito da matéria e gostaria de visitar a Serra do Catimbau, poré...
Carlos Araujo (30/10)
Adorei as fotos e os relatos! Eu também tive o privilégio de visitar es...
Carlos Araujo (30/10)
Adorei as fotos e os relatos! Eu também tive o privilégio de visitar es...
Josi (23/10)
Olá Rodrigo !! Eu e meu esposo estamos pensando em conhecer a Guiana Fr...
Josi (23/10)
Olá Rodrigo !! Eu e meu esposo estamos pensando em conhecer a Guiana Fr...
Filhotes de elefantes-marinhos brincam na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul
A origem do conceito de “Éden” vem do livro Gênesis, da Bíblia. Ali Deus fez um maravilhoso jardim onde acomodou suas mais novas criações, Adão e Eva. O casal acaba por comer o fruto proibido da Árvore do Conhecimento e o Criador, furioso, o expulsa para sempre do jardim. Estava criado o “pecado” e a “vergonha”.
Algumas das muitas fêmeas de elefante-marinho de um harém na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul
Pinguins rei e um grande elefante-marinho na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul
Em tempos modernos, o conceito se ampliou um pouco. Hoje, a palavra “Éden” é comumente associada a um local paradisíaco onde vivem muitos animais em perfeita harmonia. Não sei se este lugar existe realmente, mas se existir, não deve ser muito diferente de Gold Harbour, na Geórgia do Sul. Pelo menos, essa foi a sensação que tivemos ao visitar essa baía simplesmente fantástica, rodeada por montanhas e glaciares, cercada por um mar azul e frequentada por elefantes-marinhos, pinguins e muitas outras aves, todos mais felizes do que nunca. Especialmente os filhotes, cheios daquela energia e felicidade próprios da infância, curiosos com tudo o que os rodeia e felizes com o sol que os esquenta. De todos os lugares do mundo, é exatamente ali que gostariam de estar, seu paraíso quase particular.
Elefante-marinho descansa na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul
A grande geleira em Gold Harbour, na Geórgia do Sul
A exceção para toda essa harmonia contagiante, claro, é a briga entre os grandes elefantes-marinhos machos que relatei no post anterior. Dentro do conceito de “Éden”, essa é a falha. Mas não se enganem: as brigas eram a exceção e a harmonia era a regra. Nós estávamos interessadíssimos nas batalhas entre esses enormes animais, mais foi impossível não ficarmos hipnotizados também pela quantidade enorme de animais convivendo e interagindo entre si, todos rodeados por uma paisagem de grandiosidade indescritível.
Uma multidão de pinguins rei na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul
Pinguim rei se estica todo na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul
Mais uma vez (e agora foi nossa última vez, a despedida mesmo!), centenas de pinguins rei, sempre elegantes com suas vistosas manchas amarelas. Andam sempre em grupos, parecem ter seus amigos e sua turma. Para nós, é impossível diferenciá-los, mas entre eles, com certeza se entendem. Ora descansam, ora vão passear pela praia, andando em fila de maneira ordenada. No caminho, se interessam por uma bola fofa de gordura e pelos que se espreguiça e depois rola para lá e para cá. É um filhote de elefante-marinho, também ele muito interessado nessas simpáticas aves.
Um filhote de elefante-marinho interage com pinguins rei na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul
Pequeno elefante-marinho se espreguiça entre pinguins rei na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul
Os pinguins seguem o seu caminho, agora passando ao lado de seus primos, os pinguins gentoo. É o encontro da 2ª e 3ª maiores espécies de pinguins que coexistem em tantos lugares. Tem uma relação cordial, mas a curiosidade não dura muito. Cada grupo para seu lado, acho que falam línguas distintas.
Cuidadosamente, pinguins rei atravessam a "zona de guerra" de elefantes-marinhos na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul
Cuidadosamente, pinguins rei atravessam a "zona de guerra" de elefantes-marinhos na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul
Um pequeno pinguim gentoo caminha na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul
A relação é um pouco menos amistosa com as skuas, ave de rapina sempre a procura de um almoço. Mas elas não ousam enfrentar um pinguim adulto. Preferem os ovos, as crianças e os cadáveres. Adulto com adulto, há um tenso respeito entre eles.
Pinguins rei observam um albatroz na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul
Pinguim rei e elefante-marinho macho parecem se medir em praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul
Por fim, um delicioso banho no mar. Afinal, já é quase verão por aqui e a água parece muito apetitosa. O que para nós seria congelante, para eles é apenas refrescante! Cuidado maior deve ser tomado na volta, quando tem de cruzar o possível campo de batalhas de dois grandes elefantes-marinhos. O grupo todo para, olha para um lado, para o outro e tratam de acelerar naquele terreno mais perigoso. Uma graça de se ver!
Um grupo de piinguins rei caminha para o mar em Gold Harbour, na Geórgia do Sul (foto de Steve Denver)
Pinguins rei enfrentam as ondas da praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul (foto de Alison Metherell)
Ainda mais interessante ainda de se observar são os filhotes de elefantes-marinhos. Com poucos meses de vida e já tem um peso parecido com o nosso. Rolam para lá e para cá, seus enormes olhos negros atentos a tudo. Brincam entre si, aproximam-se de pinguins e de nós, humanos, e voltam para o aconchego de suas mães. No intenso olhar, não há medo, apenas curiosidade. De novo, o único perigo para eles são as brigas entre os grandes machos da espécie. Podem ser literalmente atropelados. Nada de estar no lugar errado na hora errada. Felizmente, nós não vimos nenhum atropelamento ao vivo, mas os restos de um pequeno filhote que fazia a alegria das skuas era a prova de que acidentes como esse acontecem sim. Mesmo no éden.
Filhote de elefante-marinho na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul (foto de Ken Haley)
Um jovem elefante-marinho faz graça para o fotógrafo na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul (foto de Wayne Purcell)
Filhotes de elefante-marinho brincam na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul (foto de Susan Pairaudeau)
O incrível cenário de Gold Harbour, na Geórgia do Sul, com sua cascata de gelo, pinguins e elefantes-marinhos
Por fim, já falei, mas não custa lembrar: Éden que é éden tem de ser bonito. E beleza é o que não falta nesse lugar, uma grandiosidade de tirar o fôlego, para onde quer que se olhe. Um cenário que não deve nada àqueles de filmes como O Senhor dos Anéis. Gigantescas geleiras que terminam em fotogênicas cachoeiras que escorrem para um mar azul, tudo isso cercado por montanhas nevadas de um lado e uma praia repleta de animais do outro. É, era aqui mesmo que eu queria nascer se eu fosse um elefante-marinho. Com o devido cuidado com os adultos, claro!
Um casal de elefantes-marinhos dorme na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul
O oásis de Huacachina, no Peru
Às vezes, é muito legal chegar de noite em algum lugar em que você nunca esteve e não conseguir ver a paisagem ao redor. A escuridão da noite é como um manto escondendo alguma surpresa que a luz do dia mostrará. Foi o que aconteceu conosco aqui na pequena Huacachina, ao lado de Ica, a meio caminho entre Nazca e Lima.
Mal se percebe as minúsculas pessoas no pé da enorme duna em Huacachina, no Peru
Normalmente, associamos a palavra "oásis" a uma ilha de verde e de vida no meio do Saara ou do deserto da Arábia. Mas a América do sul, especialmente o Chile e o Peru, também tem seus desertos e, consequentemente, seus oásis! Os desertos que tínhamos visto até agora, nesses países, eram grandes planícies de areia e pedra. Mas em Huacachina ele se parece mais com aquela imagem clássica de desertos que todos temos na nossa cabeça: enormes dunas a se perder de vista. É o nosso Saara. E Huacachina é aquele oásis típico também, uma lagoa cercada de palmeiras cercada de dunas de areis gigantes.
Subindo a duna em Huacachina, no Peru
Foi com essa "surpresa", essa paisagem quase africana, que nos deparamos pela manhã. E a primeira tentação foi, claro, subir as dunas. Para quem tinha acabado de subir um vulcão, não poderia ser tão difícil assim, hehehe. Mas foi! As dunas devem ser umas quatro vezes mais altas que aquelas de Jericoacoara e a grande maioria das pessoas só sobe lá num bugue super arretado, preparado para levar turistas em passeios pelas areias.
Correndo na estreita crista da duna em Huacachina, no Peru
Mas nós fomos a pé mesmo. Muito suor e esforço depois, estávamos lá encima, observando o mágico cenário. As pessoas ficam absolutamente minúsculas, quase desaparecendo diante de tanta areia. O oásis de Huacachina também fica pequenininho lá embaixo, a lagoa, os restaurantes e as palmeiras parecendo que serão devorados pelas areias em questão de minutos!
Autofoto no alto da duna em Huacachina, no Peru
Antes que isso acontecesse, tiramos nossas fotos e corremos para lá, minutos intermináveis despencando duna abaixo até chegar ao nível do lago. Ali, nos instalamos num dos tentadores restaurantes com mesas ao lado da água e ficamos curtindo o incrível visual, dessa vez olhando tudo de baixo para cima. Tão bom como isso foi o nosso lanche, cerveja gelada e um ceviche delicioso carregado no limão. Hmmmmmm!!!
Veículos para transporte de turistas nas dunas de Huacachina, no Peru
Aí, foi hora de tocar para Lima. A nossa primeira capital desde Asunción. A maior cidade que entramos desde que saímos de São Paulo, há muito e muito tempo. É nesta hora que o GPS é mais valioso! Seguimos diretamente para o bairro de Miraflores, região de classe média alta, muitos restaurantes e hotéis. Bairro super gostoso que muito lembra os bairros mais gostosos de São paulo e Rio. Vai ser ótimo explorá-lo nos próximos dias. Mas, antes disso, tivemos é que achar um lugar para nós e para a Fiona, bem na hora do rush.
Totalmente patroa, em Huacachina, no Peru
Deu algum trabalho mas achamos um hotel bem legal, o Buena Vista. E, para a nossa agradável surpresa, o dono fez faculdade em Curitiba. Mais ainda, acabou de se casar com uma ex-colega sua e ela se mudou para Lima há poucos meses. Estávamos em casa! A Fiona ficou numa "playa" (estacionamento!) bem pertinho e agora, nossa única preocupação era comer. Seguimos o conselho do Jorge, o dono do hotel, e fomos comer no melhor frango da capital, a poucos quarteirões dali. Poucas horas em Miraflores e já mudamos nossos planos, tudo para ficar mais um dia por aqui. Amanhã, rumo ao centro da cidade que foi a mais importante das Américas por pelo menos 200 anos!
Delicioso ceviche, em Huacachina, no Peru
Urso adolescente acompanha sua mãe na região de Many Glacier, no Glacier Nacional Park, em Montana, nos Estados Unidos
Desde que começamos esse longo tour pelos parques no centro-oeste americano que aprendemos que “carro parado na estrada é sinal de bicho”. “Carros parados”, então, é certeza! E assim foi, desde Badlands, em South Dakota. Com a ajuda de outros turistas, pudemos ver e fotografar veados, elks, bighorns, cabras montesas, coiotes, bisões, entre outros. Mais legal ainda é quando somos nós a avistar e parar a Fiona e, pouco depois, outros carros já estão por ali, sempre com seus turistas carregados de máquinas fotográficas e lentes poderosas.
Mamãe-urso se alimenta de berries na região de Many Glacier, no Glacier Nacional Park, em Montana, nos Estados Unidos
Só estava faltando o “grande prêmio”, os ursos, principalmente o grizzly, o segundo maior urso do mundo, atrás apenas do distante urso polar. Podendo chegar a três metros de altura (quando ficam em pé) e pesar 350 quilos, é um animal formidável, daqueles que você não quer encontrar pela frente, principalmente se ele estiver com fome. Mas, com uma certa distância, é o sonho de consumo de muitos fotógrafos e mantes da natureza.
Ursa Grizzly e seu filho se alimentam ao lado de rio na região de Many Glacier, no Glacier Nacional Park, em Montana, nos Estados Unidos
Mesmo com a fama de devorador de homens (seu nome científico é “Ursus Horribilis”), na verdade, somos nós que o amedrontamos. Caçado ferozmente nos séculos XIX e início do XX, o urso grizzly foi extinto de boa parte do território que ocupava inicialmente, como a California, norte do México e toda a área das Great Plains. Felizmente, a matança foi parada a tempo, e a espécie continua a viver na natureza em todo o oeste do Canadá, principalmente na Columbia Britânica, e nos estados do noroeste americano, principalmente em parques nacionais como Yellowstone e Glacier.
Muito felizes com nosso primeiro encontro com ursos na natureza, na região de Many Glacier, no Glacier Nacional Park, em Montana, nos Estados Unidos
Hoje, finalmente chegou a nossa vez de ver o maior carnívoro puramente terrestre do mundo (já que o urso polar também é meio aquático...). No caminho para Many Glacier, um dos mais belos recantos do Glacier National Park, avistamos o sempre promissor sinal de carros parados na estrada. Isso sempre nos dá uma esperança. Olhavam para baixo, para uma praia de rio separada da estrada por um barranco. A ana desceu para ver o que era enquanto eu desacelerei o carro, já buscando um lugar para encostar. Foi quando ela voltou correndo, sorriso incontido de orelha à orelha, gritando, sem esconder a excitação: “Urso!”. Mal terminou de gritar e já estava tapando a própria boca, enquanto outros turistas olhavam com olhar de reprovação. Afinal, estavam todos em silêncio por ali.
Ursa Grizzly e seu filho se alimentam ao lado de rio na região de Many Glacier, no Glacier Nacional Park, em Montana, nos Estados Unidos
Parei o carro e desci também. Não era um, mas dois ursos, uma mãe acompanhada de um filhote já adolescente. Estavam a menos de 30 metros de distância, o que, no plano, não é uma distância segura. Eles podem atingir velocidades de mais de 40 km por hora e te alcançar antes de dar tempo de reagir. Mas o barranco nos protegia. Além disso, pareciam mais calmos do que nunca, se alimentando de berries suculentas.
Ursa Grizzly e seu filho se alimentam ao lado de rio na região de Many Glacier, no Glacier Nacional Park, em Montana, nos Estados Unidos
Assim, depois de tanto tempo procurando, tivemos nossos momentos de glória! Por vinte minutos ficamos ali, admirando, fotografando e admirando novamente. A paisagem era digna de documentário do Discovery, com o rio correndo ali e aqueles dois ursos se alimentando. Foi emocionante! Para nós e para os outros, com suas incríveis lentes de fazer inveja...
Urso adolescente acompanha sua mãe na região de Many Glacier, no Glacier Nacional Park, em Montana, nos Estados Unidos
Mas, àquela distância, bastavam os olhos nus mesmo. Que sorte! Difícil foi sair de lá. Mas saímos, para chegar à Many Glacier. E foi só chegar lá que, lá no alto do morro, avistamos mais ursos, Dessa vez, uma mãe preocupada com seus dois filhotes pequenos. Esses, estavam bem mais longe. A zelosa mãe olhando para baixo, nada feliz de estar à vista das pessoas. Não demorou muito para que ela se escondesse nos arbustos.
Mamãe urso procura seus dois filhotes na relva alta na região de Many Glacier, no Glacier Nacional Park, em Montana, nos Estados Unidos
Aliás, vendo com os próprios olhos aqueles ursos tão próximos da “civilização” e depois, se escondendo em arbustos que eu jamais temeria encontrar ursos daquele tamanho, e estivesse fazendo uma caminhada no mato, me fizeram repensar as chances (e perigos) de encontrá-los por ali. Principalmente uma mãe comseus filhotes, o que é a situação mais perigosa. Mais do que nunca, estou felicíssimo com o bear spray que compramos ontem de tarde, lá do outro lado do Glacier. De agora em diante, será nosso amigo inseparável! Quanto aos ursos, abençoados sejam! Que animais incríveis!
Muito felizes com nosso primeiro encontro com ursos na natureza, na região de Many Glacier, no Glacier Nacional Park, em Montana, nos Estados Unidos
A charmosa Tiradentes - MG
Chegamos ontem de noite à Tiradentes, que estava no maior clima de final de festa. Digo, final de festival. De gastronomia. Durante três semanas, principalmente nos sábados e domingos, a pequena cidade bombava com centenas de visitantes à procura das deliciosas iguarias produzidas pelos grandes chefs nacionais e internacionais. Qaundo chegamos, já no início da noite de domingo, só vimos palanques sendo desmontados, garis limpando as praças e carros deixando a cidade.
A boa oferta de pingas em loja de Tiradentes - MG
A gente até queria ter chegado mais cedo. Mas, acordamos mais tarde em Mariana, chegamos mais tarde em Ouro Preto, ficamos lá mais que o planejado e assim, tudo foi atrasando em sucessão. Na viagem, passamos mais uma vez ao lado de Lavras Novas. É uma cidadezinha que faz tempo que queremos conhecer, no alto das montanhas, vizinha de Ouro Preto. chaia de cachoeiras, pousadinhas, restaurantes, vida simples. Infelizmente, com tempo para chegar à Curitiba para o casamento, ficou para depois dos 1000 dias. Tentando pensar positivamente, é bom deixarmos coisas para depois dos 1000 dias, aqui por perto. Se não, teríamos de mudar de continente, né?
Compotas de doces em Tiradentes - MG
Bom, voltando à Tiradentes, aquele clima de fim de festa, mais uma dor de cabeça da viagem me estimularam a ficar na nossa confortável pousada mesmo, apesar do nome de Pousada Rústica. Para tristeza da Ana, eu apaguei antes de sairmos para jantar.
Curtindo Tiradentes - MG
Hoje, foi dia de passear na cidade. Pequena e simpática, sua parte histórica é composta por pousadas, restaurantes, lojas e igrejas. Quase não sobraram casas de pessoas locais. Elas foram sendo adquiridas por artistas e empresários, paulistas e mineiros, que resolveram fazer de Tiradentes sua segunda ou primeira casa, dependendo do caso.. Mesmo assim, as construções e seus estilos foram mantidos e é muito agradável andar por suas ruas estreitas. Principalmente numa segunda-feira pós festival, com tudo bem calmo e tranquilo. Difícil imaginar a bagunça que teria sido no dia anterior. Basta algumas horas de caminhada para visitarmos todas as suas atrações.
A bela igreja matriz de Sto. Antonio, em Tiradentes - MG
Estivemos na fonte e no pequeno riacho que abastece essa fonte, nos mirantes que proporcionam belas vistas da charmosa cidade e em suas igrejas mais famosas, a de Sto. Antônio, construída pelos brancos, e a do Rosário, construída pelos negros escravos. A primeira é esplendorosa, cheia de ouro e prata, obra de Aleijadinho e outros tantos. A segunda é simples, verdadeira, construída com o suor dos escravos que a fizeram de noite, já que tinham de cumprir suas obrigações de escravos durante o dia. É incrível como esse povo que teve sua cultura massacrada, suas liberdades tomadas, sua força de trabalho roubada, trazidos à força de sua terra, abraçou essa fé com tanta força, à ponto de construírem suas próprias igrejas, adornadas com ouro "roubado" cuidadosamente das minas e escondido nos cabelos e unhas, construídas sob a luz da lua e estrelas. Acho que, de certa maneira, era isso que dava alguma força para que continuassem a acreditar em algo, para que continuassem a viver.
Igreja N.S. Rosário dos Pretos, em Tiradentes - MG
Durante esses últimos dias, visitando igrejas e museus em Mariana, Ouro Preto e Tiradentes, vimos e lemos muito sobre a escravidão. Sinceramente, por mais que saiba como foi, suas causas e consequências, o contexto em que se deu, na hora em que penso em como era a vida, tanto de brancos como de negros, nos detalhes, na realidade mesmo, não na versão romantizada de novelas, é impossível imaginar, ... acreditar que era assim que funcionava, que era assim que era. Decididamente, pelo menos nesse ponto, sou mesmo uma pessoa do final do séc. XX.
Bom, para terminar o post em alto astral, Tiradentes foi nossa parada final neste maravilhoso estado. Acabamos ficando mais que o planejado e muito menos que o merecido. Como já nos disseram algumas vezes, seria possível passar 1000 dias apenas em Minas, sem repetir programa. Mas, temos de seguir em frente. Com muitas saudades, sô! Eu já nasci mineiro. A Ana, depois dessa tempoarada por aqui, ficou meio mineira também...
A mais nova "mineira", em Tiradentes - MG
Rearrumação da bagagem antes da viagem para o Havaí (no estacionamento do nosso hotel no Big Sur, ao sul de Carmel, na costa da Califórnia, nos Estados Unidos)
Chegou finalmente o dia de viajarmos ao Havaí, ou Hawaii, ou Hawai’i, ou Rau-ai, ou Ra-uai, Não importa como se escreva ou se fale (a 3ª grafia é a mais correta), faz tempo que esse arquipélago localizado no meio do Oceano Pacífico está nos meus planos, sonhos e imaginação.
Eu tinha uns cinco anos de idade quando começou, lá em casa, uma misteriosa ideia de que a família iria se mudar para o Havaí, daí a dois anos. Não sei de onde nasceu essa ideia, só sei que ela era apropriadamente usada na hora das refeições, como uma espécie de “estímulo” para que as crianças (eu e meus irmãos) terminassem seus pratos: “Se não comer direito, não vai para o Havaí”. O nome evocava uma terra mágica, vida boa, ondas grandes e verão sem fim.
O Havaí fica, literalmente, no meio do Oceano Pacífico
Essa atmosfera de uma terra misteriosa era alimentada também por um seriado americano que fazia sucesso na época. Os mais velhos se lembrarão. Chamava-se “Havaí 5-Zero” e tratava da rotina policial da ilha. Passava de noite, hora em que eu já deveria estar na cama. Nunca assisti a nenhum episódio, mas a música da abertura e as imagens das grandes ondas, nunca mais iria esquecer. Hoje, graças ao YouTube, é fácil matar as saudades! Para quem quiser ouvir a música ou ver as imagens do Havaí na década de 70, segue o vídeo abaixo:
O tempo passou e a infância virou adolescência. Agora, aquela história de e mudar para o Havaí em dois anos já não me pegava. Em compensação, meu interesse por astronomia e coisas ligadas ao espaço, alimentados pela premiada série de TV e livro Cosmos, de Carl Sagan, me levaram de volta ao Havaí. Tanto por causa das incríveis imagens de erupções vulcânicas como pelo observatório astronômico de Mauna Kea, a maior montanha do mundo, bem no coração da Big island, a maior ilha do arquipélago. A minha noção do Havaí se ampliava. Além de ondas, também tinham vulcões! Na TV, já não mais passava o antigo seriado policial. Em compensação, chegava às telas outro enlatado americano, que também era ambientado nas ilhas do Pacífico. Já mais velho, agora eu podia assistir os episódios também, além da abertura. Estou falando do Magnun, do Tom Sellek.
Por fim, cheguei à vida adulta e os interesses continuaram a mudar. Agora, eu gostava de Triatlo e me impressionava com os atletas que encaravam um Iron Man. Pois essa prova nasceu justamente no Havaí, mais precisamente na Big island. Kona continua sendo a referência do esporte e eu passei a sonhar em, um dia, quem sabe, me classificar para fazer essa prova. O sonho teve de ser adiado por causa dos 1000dias, mas nunca é tarde para tentar!
Mas antes de chegar lá por causa do triatlo, chegamos ao Havaí por causa da nossa viagem mesmo! Nossos planos originais eram ter viajado para as ilhas logo que chegamos aos EUA, em Março passado. Mas acabamos mudando de ideia e o sonho teve de esperar mais alguns meses. Foi difícil esperar, mas o dia chegou. Passagens compradas, era a hora de planejar o circuito por lá.
O arquipélago do Hawaii e suas principais ilhas
Quem fez isso foi a Ana. Laboriosamente, ela passou a ler os posts da Lucia Malla (brasileira que mora por lá e tem um estilo delicioso de se ler!), que foram a base para nosso roteiro. Optamos por conhecer as quatro ilhas principais e tínhamos de encaixar isso em 17 dias. Obviamente, não daria para conhecer tudo, mas daríamos uma boa pincelada nas maravilhas do arquipélago, sua história e geologia, suas praias e montanhas, vulcões e cachoeiras, abaixo e acima d’água. Melhor, vamos ter a companhia de nossos infalíveis amigos e padrinhos, o Rafa e a Laura, os mesmos que vieram nos encontrar em Galápagos e em Cuba. Vão estar conosco em três das quatro ilhas visitadas.
Localizado literalmente no meio do Oceano Pacífico, longe de tudo e de todos, o Havaí é uma verdadeira “fábrica de ilhas”. Ele está bem acima de um chamado “hot spot”, local onde o magma do centro da Terra escapa para a superfície, furando a crosta terrestre e cuspindo fogo e lava para aliviar a pressão. Ocorre que, bem nesse ponto, acima da crosta terrestre, estão seis quilômetros de água, que é a profundidade do Oceano Pacífico naquele ponto. Não tem problema! Milhares e milhares de anos de erupções subaquáticas vão criando uma montanha submarina que, eventualmente, chega à superfície. Chega e continua crescendo, outros quatro mil metros. Está formado uma ilha! Enquanto isso, a placa tectônica do Pacífico vai se movendo lentamente, poucos centímetros ao ano, em direção noroeste. Depois que algumas dezenas de milhares de anos nesse ritmo, a nova ilha, que se move junto com a placa, já está longe da Hot Spot que a criou, que ficou paradinha lá trás. A ilha, então, para de crescer. Pior, passa a ser consumida pela erosão do ar e do mar. Literalmente, se desmancha. Do pó viemos, ao pó retornaremos. Essa máxima vale até para as montanhas! Mas, enquanto uma ilha se desmancha lentamente, ao mesmo tempo em que se move para o noroeste, uma outra, novinha em folha, está sendo formada alguns quilômetros para trás, lá encima daquela nervosa Hot Spot.
O processo de formação vulcânica das ilhas havaianas
Isso é o Havaí: uma sequência de ilhas no sentido sudeste-noroeste, algumas se formando, outras se acabando. As mais antigas já não são mais ilhas, descansando em paz abaixo do nível do mar. Outra, já está quase chegando à superfície, faltando “apenas” mil metros para chegar lá. No meio delas, as ilhas atuais. As principais,por faixa etária crescente, são a Big Island, Maui, Oahu e Kauai. Quanto mais nova (Big island), mais ativo o vulcanismo. Quanto mais velha (Kauai), mais tempo teve a vegetação de tomar conta da ilha. Por isso, Kauai é conhecida como a “Green Island”, tomada por florestas.
Nosso circuito aéreo entre as ilhas do Havaí, chegando na Big island, voano para Maui, Kauai, Oahu e daí, de volta à Los Angeles
Nós seguiremos primeiro para a Big Island, também conhecida como Hawaii. Loucos para ver vulcões em atividade! Daí seguimos para Maui, a ilha mais chique. Será onde encontraremos o Rafa e a Laura. Daí, voaremos para Kauai, onde as mais belas paisagens do arquipélago nos esperam. Por fim, Oahu, onde está a capital Honolulu, a famosa praia de Waikiki e as ondas gigantes de Waimea e Pipeline. Entre as ilhas, o caminho é sempre voar, pois não há barcos que fazem o trajeto (estranho! Será que têm medos das ondas?). Dentro de cada ilha, vamos alugar carros para nos ajudar a chegar nos lugares mais interessantes. Transporte público, com raras exceções, não é o forte da pátria do automóvel.
A famosa rodovia One, no Big Sur, ao sul de Carmel, na costa da Califórnia, nos Estados Unidos
Enfim, é isso aí. Hawaii, aí vamos nós! Na verdade, já viemos! Saímos hoje cedo do nosso simpático hotel dos Yurts no Big Sur, dirigimos até Los Angeles, deixamos a Fiona num estacionamento ao lado do aeroporto (por menos de 10 dólares por dia!) e enfrentamos as 5 horas até Hilo, na Big island. O relógio se atrasou duas horas e agora já estamos oito horas atrás do Brasil! Chegamos de noite, então ainda não deu para ver nada! Já estamos de posse do nosso jipão vermelho (amanhã tem fotos dele!) e agora, dormiremos mais ansiosos do que nunca para começar a ver e conhecer esse paraíso que frequenta minha imaginação há tanto tempo. Ainda bem que comia tudo direitinho, na minha tenra infância. Mas que esses “dois anos” demoraram para passar, isso demoraram!
No Paso de Jama, fronteira entre Argentina e Chile, a 4.400 metros de altitude
Hoje era o dia de deixarmos a Argentina e entramos no Chile. Sem querer correr riscos, saímos cedinho de Susques em direção à fronteira, cem quilômetros à frente. Difícil mesmo foi enfrentar o frio. O termômetro da Fiona marcava seis graus negativos na hora da saída!
A linda paisagem do Paso de Jama, ntre Argentina e Chile
Para variar, a paisagem era magnífica. Cruzamos mais um salar, muitas montanhas e chegamos, finalmente, ao Paso de Jama. Ali vencemos as burocracias normais de saída de um país e entramos na fila. A fronteira entre os dois países está funcionando num esquema especial, devido ao excesso de neve no lado chileno. Só passa quem chega lá até às 10:30, hora em que a fronteira abre e os carros e caminhões que cumpriram o horário limite e as burocracias podem entar no Chile.
A Fiona enfrenta seu frio recorde, pouco antes de chegar ao Paso de Jama, fronteira entre Argentina e Chile
Aí, por uns 20 km, podemos dirigir, parar e fotografar ao nosso bel prazer. E paisagens impressionantes não faltam! Salares, lagoas congeladas, montanhas nevadas, vastidões inexploradas, tudo pedindo para ser fotografado e filmado.
No Paso de Jama, fronteira entre Argentina e Chile, a 4.400 metros de altitude
Aí, chegamos a um bloqueio dos carabineiros (a polícia daqui) chilenos. Neste ponto, todos os carros e caminhões que passaram a fronteira são reunidos e seguem em comboio por uns 40 km, guiados pelo carro da polícia. Em muitos pontos, a neve tomou conta da estrada e só meia pista está aberta. Em outros, só usando um desvio.
Nosso primeiro salar no Chile, a caminho de San Pedro de Atacama
Lindas lagoas na puna chilena, a caminho de San Pedro de Atacama
Ao nosso lado vão aparecendo antigos vulcões, uma visão que encanta qualquer brasileiro, já que não estamos acostumados com isso. Junta-se a isso a neve e o gelo e parece que estamos em outro planeta. Mas é apenas o Chile, país muito perto do Brasil!
Comboio para enfrentar a neve no lado chileno da fronteira
A estrada ainda ganha bastante altitude, chegando aos 4.750 metros, novo recorde da Fiona. Aliás, o segundo do dia, pois o termômetro chegou a marcar nove graus negativos! Quando finalmente começamos a abaixar o carro da polícia nos deixa passar e o comboio se dispersa. Lá embaixo, numa enorme planície, avistamos o deserto do Atacama pela primeira vez. Ele está uns 50 km à frente e 2 km abaixo. Mas a dimensão do deserto e das montanhas e a limpeza do ar nos engana e tudo parece muito mais perto.
Trator limpa a estrada entre o Paso de Jama e San Pedro de Atacama, no Chile
Os olhos não querem acreditar mas o relógio não mente. São quase 30 minutos de descida sem curvas, saindo dos 4.500 metros e chegando nos 2.500 metros de altitude do Atacama. Chegamos diretamente na cidade de San Pedro, onde finalmente é feita a aduana chilena. Nós e a Fiona somos legalizados no Chile, o vigésimo-segundo país desse nosso giro pelas Américas. Deixamos a nossa querida Argentina para trás, por onde ainda vamos viajar bastante nessa viagem, e chegamos ao Chile, país com atrações naturais que atrai turistas do mundo inteiro. Agora, temos de achar um hotel e começar logo nossas explorações por esse lugar mágico que é o Deserto do Atacama.
A primeira visão do deserto do Atacama, 2 mil metros abaixo de nós, no Chile
O monstro do lago Ness? Não, é apenas um gigantesco elefante-marinho que nada à nossa frente, bem perto do nosso caiaque, em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
O dia hoje amanheceu esplendoroso, céu azul e sol radiante! Para o pequeno grupo de viajantes que está fazendo caiaque no Sea Spirit, um motivo extra para comemorar. Afinal, hoje era o dia de nossa segunda saída para remar na Geórgia do Sul.
Hora de entrar no caiaque: alguém segura por cima, alguém segura por baixo e nós entramos! (em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul)
Felizes da vida em nosso caiaque em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
O local escolhido era mais uma das inúmeras baías protegidas no litoral norte da ilha. O próprio nome já indica isso: Ocean Harbour, ou “porto do oceano”. Como todos sabemos, portos são feitos em locais de águas calmas e protegidas e esse é o caso de Ocean Harbour. Outrora mais uma estação baleeira das muitas instaladas nessa ilha, hoje é um paraíso de águas calmas muito frequentada por pinguins, lobos e elefantes-marinhos.
Em dia de muito sol, nosso grupo aproveita para fazer caiaque em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul (foto de Marla Barker)
O Dave nos acompanha de perto em um zodiac em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Outra característica de Ocean Harbour, esta uma peculiaridade sua, é que em um dos cantos da baía está encalhado um antigo navio, o Bayard. Com 67 metros de comprimento e mais de 1.300 toneladas de peso, esse navio de ferro construído em 1864 servia a estação baleeira aqui instalada quando uma explosão no motor do barco o deixou a deriva na baía. O ano era 1911, o Bayard encalhou em uma parte mais rasa e daí nunca mais saiu. A estação baleeira deixou de funcionar em 1920, mas o barco está lá para nos lembrar que esse era um local movimentado 100 anos atrás. Realmente é estranho ver esse esqueleto de ferro em meio a uma natureza tão bela e exuberante. Nitidamente, está fora do lugar...
Remando nosso caiaque duplo em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Selfie no nosso caiaque em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Fotografando e filmando de nosso caiaque em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Mas a natureza tenta, aos poucos, dar um jeito nisso. O antigo barco foi transformado num verdadeiro jardim flutuante, plantas crescendo por todo o convés. Mais do que isso, os shags imperiais, um belo pássaro com penagem preta e branca e o rosto azul, transformaram o barco em seu local predileto para reprodução e construção de seus ninhos. São dezenas deles, ocupados exatamente em fazer seus ninhos agora, já que estamos na estação.
Dia incrível e paisagem fantástica para remar em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Aproximando-se do naufrágio Bayard, em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Remando ao lado do Bayard, navio naufragado em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Outras duas curiosidades caracterizam essa magnífica baía. Aqui está o mais antigo cemitério da Geórgia do Sul. O túmulo mais velho é de 1820, muito tempo antes da era da caça às baleias. Naquela época, o que girava a pequena economia da ilha era a caça às focas (os lobos e elefantes-marinhos). Algumas cruzes ainda se espalham por um gramado em um dos cantos de Ocean Harbour. Outra coisa que logo nos salta os olhos é a presença de um grande rebanho de renas correndo pelos campos espremidos entre as altas montanhas e o mar. Isso mesmo, renas! Vou falar dessa aberração no próximo post.
O verdadeiro jardim em que se transformou o naufrágio Bayard, em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Os shags imperiais fizeram do Bayard sua nova casa, em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Um shag imperial em seu ninho no naufrágio Bayard, em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Agora quero falar é do caiaque que fizemos. Como sempre ocorre quando fazemos essa atividade, fomos os primeiros a deixar o Sea Spirit a bordo do zodiac. Ele nos levou até um ponto onde as águas estavam ainda mais paradas e aí fizemos o procedimento de abordagem dos caiaques. A nossa guia Val é a primeira a entrar no seu e, uma vez na água, emparelha o seu caiaque com o zodiac, encaixando o próximo caiaque a ser abordado no meio dos dois barcos, bem seguro. Aí, os passageiros desse outro caiaque entram nele cuidadosamente enquanto os passageiros ainda no zodiac também seguram o caiaque, passam os remos e ajudam a clipar bem a saia que vai impedir a água gelada de entrar no compartimento onde está o remador. E assim, um por um, todos nós entramos nos caiaques, quatro deles duplos e dois individuais, além do caiaque da Val.
Em dia de muito sol, nosso grupo aproveita para fazer caiaque em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Nosso grupo de caiaque em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Remando nosso caiaque duplo em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
O grupo todo na água, vamos remando para o interior da baía, primeiro rumo ao Bayard, o barco encalhado. No nosso caiaque, eu vou atrás controlando o leme e a Ana na frente, apontando a direção a ser seguida. Ela com a nossa pequena Canon e eu com a GolPro, tirando algumas fotos também e fazendo a filmagem. De vez em quando, trocamos as câmeras, operação sempre complicada, pois temos de largar nossos remos e tirar as mãos das luvas. Mas com jeito e paciência, vai.
Dia espetacular para fotos e caiaque em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Uma selfie em nosso caiaque duplo em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Passamos bem ao lado do Bayard, vendo e ouvindo os príons. Com tempo de sobra, demos duas voltas no navio, para observá-lo de todos os ângulos, cada vez mais craques nas nossas técnicas de remagem e direção, a Val também cada vez mais tranquila em nos deixar nos afastar um pouco. De qualquer maneira, o Dave no zodiac está sempre por perto para qualquer eventualidade.
O Greg e a Anna em seu caiaque em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
O naufrágio Bayard, hoje um viveiro natural em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Depois de cansarmos do barco encalhado e dos príons, era hora de seguir para perto da praia, onde os outros passageiros já começavam a desembarcar. Certamente não eram eles que atraiam nossa atenção, mas a vida abundante no local. Alguns grupos de pinguins, uns poucos lobos-marinho e muitos elefantes-marinho, que dominava completamente o espaço. Quando fizemos nossa primeira sessão de caiaques, não tínhamos tido a oportunidade de remar perto desses animais, por isso estávamos ansiosos para chegar lá.
Kelp gulls nadam ao nosso lado enquanto fazemos caiaque em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Um kelp gull nada no mar de Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Os primeiros animais com quem cruzamos foram pássaros aqui da região, uma espécie de gaivota dos mares do sul, conhecida em inglês como “kelp gull”. Como todos os animais nativos daqui, não nos temem e podemos remar entre elas, com tempo para parar e fotografar. Ali do lado, pulando sobre as rochas, um antarctic tern (trinta-réis-antártico, é o estranho nome em português!) também nos observava. A quantidade e diversidade de pássaros nesse lado do mundo realmente impressiona!
Um antartic tern nos observa no caiauqe em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Do caiaque observamos os outros passageiros do Sea Spirit na praia de Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Praia lotada de elefantes-marinhos em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul. Ao fundo, uma manada de renas
Mas queríamos mesmo era chegar perto dos bichos maiores! A meio caminho da praia um lobo-marinho veio nadar entre nós, curioso com os caiaques. Aqui na água eles parecem bem mais amistosos que na praia, quando querem sempre marcar seu território. São grandes esses bichos, chegando a pesar 200 quilos. Bem maiores que seus primos leões-marinhos dos mares do norte. Lá na Baja California, chegamos até a fazer snorkel com eles. Com esses lobos aqui, acho que iríamos precisar de uma dose extra de coragem, principalmente depois de conhecer o mau humor deles em terra. Isso sem falar da água a três graus de temperatura...
Um lobo-marinho nada ao lado de um caiaque em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Fotografando um lobo-marinho em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Bom, os lobos podem ser grandes para os padrões que estávamos acostumados, mas não são nada quando comparados com o que estávamos por ver em seguida, bem a frente do nosso caiaque: os gigantescos elefantes-marinho.
Um lobo-marinho nos observa em nossos caiaques em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Fêmeas de elefante-marinho nos observam em nossos caiaques em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Primeiro, foi um macho de médio porte, o que deve significar umas duas toneladas, talvez. Ele estava saindo do mar e subindo em umas pedras e pudemos chegar bem perto. De costas, ele se virava para trás para nos observar, curioso e precavido. Acho que o fato dele já estar quase todo em terra nos fazia sentir fora do seu alcance, como se estivéssemos em mundos separados. Outra vez, com toda a tranquilidade, pudemos tirar nossas fotos.
Um grande e gordo elefante-marinho nos observa em nossos caiaques em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Um grande e gordo elefante-marinho nos observa em nossos caiaques em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Um grande e gordo elefante-marinho nos observa em nossos caiaques em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
A sensação foi bem diferente com o que vimos em seguida. Agora sim era um dos grandes, peso próximo das 4 toneladas e comprimento de 5 metros, do tamanho do nosso caiaque duplo. No início, parecia o monstro do lago Ness à nossa frente, sua enorme cabeça fora d’água e, muitos metros atrás, coisas estranhas se mexendo e saindo fora da água também. Demorei a reconhecer, mas eram as patas desse enorme animal. Ele parou e ficou olhando fixamente para nós, um frio percorrendo a nossa espinha.
Um gigantesco elefante-marinho nada à nossa frente, bem perto do nosso caiaque, em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Um gigantesco elefante-marinho nada à nossa frente, bem perto do nosso caiaque, em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Demorei um tempo para me recuperar, mas logo quis remar para chegarmos ainda mais perto. Ele devia estar a uns quatro metros a frente da ponta do caiaque. A Ana, que estava na frente, não gostou nada da minha ideia e queria remar para trás. O elefante ficou ouvindo nossa discussão, interessado também no resultado dela. De longe, também a Val e o Dave nos observavam, preocupados e curiosos. Por fim, paramos os dois de remar, mais preocupados em observar do que discutir. Eu desisti de chegar mais perto e preferi focar minha atenção em filmá-lo, enquanto a Ana fotografava. Sem dúvida, foi o ponto alto do nosso caiaque de hoje. Que animal monstruoso! No bom sentido, claro! E que poder! Se quisesse, dobrava nosso caiaque em dois como se fosse uma folha de papel. Mas são animais amistosos, a não ser que estejam protegendo o seu harém, o que não era o caso naquele momento.
Fêmeas de elefante-marinho na praia de Ocean Harbour, na Geórgia do Sul. Aquela "montanha" ali atrás é o macho!
Um elefante-marinho abraça carinhosamente uma de suas fêmeas ena praia de Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Depois desse encontro emocionante e de remarmos ao longo da praia fotografando, aí sim, os vários haréns ali presentes, sempre ao redor de um grande macho, era hora de remarmos para terra firme.
Um elefante-marinho não nos dá a mínima enquanto remamos em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Entre o nosso caiaque e a praia, um enorme elefante-marinho, em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
O último obstáculo era um outro elefante-marinho nadando, entre nós e as pedras da praia. Tivemos até de mudar o local da nossa aterrisagem, orientados pelos guias em terra. Com o caminho livre, o negócio é remar a toda velocidade para chegarmos o mais perto possível da parte seca. Os guias nos ajudam e puxam nosso caiaque mais para cima. Terminava assim nossa maravilhosa sessão de caiaques e iniciava nosso tempo de exploração daquele local com paisagem maravilhosa, montanhas por todos os lados, céu azul e fauna para nenhum Discovery Channel botar defeito. Assunto para o próximo post...
Hora de remar para a praia em Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Um lobo-marinho nos recebe na praia de Ocean Harbour, na Geórgia do Sul, após nossa sessão de caiaque
Nossos caiaques na praia de Ocean Harbour, na Geórgia do Sul
Bloco de carnaval nas ruas de Holbox, a pequena ilha ao norte do yucatán, no México
Terminada a nossa temporada em Isla Mujeres, ainda sonhávamos com aquele lugar tranquilo que havíamos imaginado. Tínhamos ainda uma segunda chance: era outra ilha, ali pertinho, chamada Holbox. Fica na costa norte do Yucatán e, portanto, mais próxima das águas escuras do Golfo do México, ao contrário de Isla Mujeres, em pleno mar do Caribe. Enfim, era o que nosso guia alertava: não tão bonita, mas bem mais relaxada.
De ferry de Isla Mujeres para Cancún, estrada para Chiquila, de barco para Holbox. Das águas do Caribe para as águas do Golfo do México
Então, lá fomos nós, direto do porto em Cancún para a pequena Chiquila, de onde partem os barcos para Holbox. Aqui, não existe a mamata de passar com a Fiona, não. Ela fica nos esperando em um estacionamento perto do ancoradouro, exatamente como funciona na Ilha do Mel. Um bom sinal!
Ainda em Chiquila, onde pegamos o barco para a ilha de Holbox, no norte do Yucatán, no México, as informações sobre os tubarões-baleia
As águas mais escuras do Golfo do México, a caminho da ilha de Holbox, no norte do Yucatán, no México
Antes mesmo de embarcarmos, ali no píer mesmo, vários cartazes fazem propaganda da maior atração dessa ilha, responsável pelo boom de turismo que Holbox vem experimentando: os tubarões-baleia. Esse maravilhoso animal vem para as águas calmas de Holbox todos os anos, às dezenas. É um fenômeno único no mundo, tantos desses enormes animais juntos e próximos da costa, ao alcance de barros de pequeno porte. Foi criado um parque para proteger a espécie e esse fenômeno de congregação, com regras bem estritas para os visitantes. Apenas pequenos grupos na água, todo mundo de colete salva-vidas para evitar que se mergulhe e todos acompanhados com um guia. Proibido tocar nos tubarões e a ideia é deixar que eles se aproximem, se assim o desejarem. Cada vez mais gente vem para cá, para ter esse mágico encontro e hotéis e restaurantes estão se multiplicando na ilha para receber todos os turistas. Infelizmente para nós, chegamos cedo demais. A temporada deve se iniciar em Abril.
A caminho da ilha de Holbox, no norte do Yucatán, no México
Um belo pôr-do-sol nos recepciona nos dá as boas vindas à ilha de Holbox, no norte do Yucatán, no México
Bom, enquanto ela não chega, nós temos a nossa procurada tranquilidade! Os barcos aqui se parecem ainda mais com os da Ilha do Mel, se bem que bem mais rápidos. Com nossa tradicional latinha de cerveja gelada em mãos, fizemos a travessia sobre o mar de águas escuras e chegamos do lado de lá bem na hora de um magnífico entardecer sobre o mangue que toma conta de toda a face sul da ilha, voltada para o continente.
Uma legítima marquesita, guloseima irresistível para a Ana! (em Holbox, ilha ao norte do Yucatán, no México)
Outra boa notícia para nós foi descobrir que as ruas em Holbox são todas de areia. Mas, embora não haja carros normais, o trânsito de carrinhos de golfe é intenso. Não que exista campos por lá, mas é o único veículo de quatro rodas permitido por lá e muita gente tem o seu. Sinais de desenvolvimento. Da mesma maneira que a grande quantidade de hotéis na beira do mar, charmosos e caros. O efeito colateral do sucesso dos tubarões-baleia. Andando pelas ruas, observando a infraestrutura e conversando com as pessoas, deduzi que Holbox foi a ilha que procurávamos há uns cinco anos. Melhor que Isla Mujeres, que deve ter sido isso há 40 anos...
Bloco de carnaval nas ruas de Holbox, a pequena ilha ao norte do yucatán, no México
Depois de umas tentativas frustradas de hotéis ao lado da praia, demasiado caros, resolvemos tentar na rua de trás. Bingo! Menos da metade do preço! Encontramos nossa casa pelos próximos dias, a pouco mais de 100 metros da praia, que só vamos conhecer amanhã.
Apresentação de carnaval na praça central em Holbox, a pequena ilha ao norte de Yucatán, no México
Hoje, o programa foi caminhar para o centro, a dez minutos de onde estamos, para jantar em um dos muitos bons restaurantes e acompanhar o carnaval daqui. Não demorou muito para gostarmos muito mais desse daqui que do de Isla Mujeres. Nas duas ilhas, os blocos de carnaval ficam perambulando pelas ruas centrais, mas em Isla, a música vem de um carro com caixa de som e aqui, é ao vivo mesmo. Uma simpática banda dá um verdadeiro show, com seus batuques e instrumentos de sopro. Já os blocos, pelo menos no dia de hoje, eram formados apenas por mulheres. Cada bloco com sua fantasia, que suas integrantes produziram ao longo do ano com economias e esforços próprios. Muito legal!
Animação de carnaval em Holbox, pequena ilha ao norte de Yucatán, no México
Apresentação de carnaval na praça central em Holbox, a pequena ilha ao norte de Yucatán, no México
Mais legal ainda é a coreografia. Estava bem melhor ensaiada aqui em Holbox. O bloco para numa esquina, dança umas três ou quatro músicas e segue para a esquina seguinte onde, após um pequeno descanso, repetem tudo, sempre com a mesma animação. Algumas vezes, dois blocos se trombam em uma esquina. Aí, é o ápice! Para delírio da galera, eles se revezam, uma música cada um, cada grupo tentando mostrar mais animação e melhor coreografia. Quase como se competissem. Mas, ao final, são todas amigas e se cumprimentam e se beijam, antes de seguir, cada bloco, para uma nova esquina.
Uma das animadas bandas que tocou no carnaval da ilha de Holbox, no norte do Yucatán, no México
Demos sorte de chegar aqui bem na melhor noite do carnaval, nos disseram. Amanhã, já deve ser bem mais tranquilo. Aí, sem tubarão-baleia e sem carnaval, nada nos restará além de caminhadas na praia, alguma cerveja no fim de tarde e muito tempo para descansarmos e trabalharmos nos blogs. A tranquilidade que tanto queríamos... Só falta ver o mar do outro lado da ilha, onde estão os hotéis. Como será que é?
A incrível beleza das praias da ilha de Holbox, no norte do Yucatán, no México
Com nossa guia eslovaca na geleira Vatnajokull, no parque de Skaftafell, no sul da Islândia
Com uma superfície de mais de 8 mil quilômetros quadrados, a geleira de Vatnajokull é a maior da Europa. São 100 km de largura por 80 km de lado, um verdadeiro mar de gelo com espessura média de 500 metros, mas que chega, em alguns pontos, a 900 metros! Escondida sobre ela, vales, platôs, montanhas, vulcões e até uma fenda que chega a 300 metros abaixo do nível do mar!
A geleita de Vatnajökull, no Parque de Skaftafell, no sul da Islândia, a maior da Europa
Aproximando-se da geleira de Vatnajökull, no Parque de Skaftafell, no sul da Islândia, para fazer um trekking no gelo
Despontando para fora do gelo, de tão altos, estão a maior montanha da ilha e aquele vulcão que entrou em erupção alguns anos atrás fechando todos os aeroportos da Europa, numa luta espetacular entre as lavas ferventes e uma quantidade colossal de gelo ao seu redor.
Aproximando-se da geleira de Vatnajökull, no Parque de Skaftafell, no sul da Islândia, para fazer um trekking no gelo
Animada no início da caminhada sobre a geleira Vatnajokull, no parque de Skaftafell, no sul da Islândia
Tanta água doce há estocada aí, sob a forma de gelo e neve que, se toda a geleira fosse drenada pelo rio mais caudaloso da Islândia (que é grande! Nós ainda vamos conhece-lo, no norte do país), seriam precisos 200 anos para acabar a água! Okay, se pensarmos no rio Amazonas, o maior do planeta, seriam necessários “apenas” 5 meses...
Subindo um trecho inclinado da geleira Vatnajokull, no parque de Skaftafell, no sul da Islândia
Uma das muitas "ladeiras" da geleira de Vatnajökull, no Parque de Skaftafell, no sul da Islândia
Pois bem, foi esse colosso que fomos conhecer hoje. Agências de turismo oferecem aos turistas mais energéticos a possibilidade de uma caminhada sobre o gelo, as fendas e as belezas de Vatnajokull. Fornecem todo o equipamento necessário, exceto as roupas, e o guia para nos levar lá. No nosso caso, era uma guia, uma simpática moça lá da Eslováquia que já anda sobre o gelo e a neve desde pequenininha.
A geleira de Vatnajökull, no Parque de Skaftafell, no sul da Islândia, corre em direção ao mar
As enormes montanhas que alimentam a geleira de Vatnajökull, no Parque de Skaftafell, no sul da Islândia
Vamos de carro até uma das línguas que saem da geleira e vem até a planície litorânea e caminhamos até o gelo propriamente dito. Aí, com piquetas na mão, cordas na cintura e grampões nas botas, sempre em fila indiana seguindo nossa experiente guia, adentramos esse inverso branco, frio e escorregadio.
Pausa para descanso durante trekking na geleira de Vatnajökull, no Parque de Skaftafell, no sul da Islândia
Pequena piscina de água gelada na geleira de Vatnajökull, no Parque de Skaftafell, no sul da Islândia
Observando fissura no gelo da geleira Vatnajokull, no parque de Skaftafell, no sul da Islândia
Aos poucos, vamos subindo, superando obstáculos, passando sobre fendas profundas e pequenos lagos de cor azul transparente, a mais pura água que se possa imaginar. Vamos também nos acostumando com a técnica de caminhar sobre o gelo. Eu e a Ana não somos experientes nesse tipo de atividade, caminhar sobre uma geleira, certamente nunca em uma desse tamanho. É preciso firmar bem o pé, ou os grampões, que evitam que a gente escorregue. Em trechos mais planos, não é difícil. Nas subidas sim, mas aí a piqueta e os conselhos da nossa guia ajudam bastante. Joelhos dobrados, corpo inclinado para frente! Na descida, claro, é o contrário!
Pose para foto durante caminhada na geleira Vatnajokull, no parque de Skaftafell, no sul da Islândia
Enormes blocos de gelo em movimento na geleira Vatnajokull, no parque de Skaftafell, no sul da Islândia
Quase cinco horas de caminhada na geleira Vatnajokull, no parque de Skaftafell, no sul da Islândia
Após quase duas horas, atingimos um trecho mais plano. Para todos os lados, há apenas gelo e a vastidão do horizonte, o mar de um lado e as montanhas nevadas do outro. Sentimento total de insignificância perto da grandiosidade, da magnitude da paisagem que nos cerca. Aì nos sentamos para alguns minutos de admiração e respeito. E também para nos alimentar, pois ninguém é de ferro!
Muitas horas de caminhada na monumental geleira Vatnajokull, no parque de Skaftafell, no sul da Islândia
Caminhando sobre a maior geleira da Europa, a Vatnajokull, no parque de Skaftafell, no sul da Islândia
Caminhando sobre a geleira Vatnajokull, no parque de Skaftafell, no sul da Islândia
Hora de voltar. Ainda bem que a guia está lá, para descobrir os melhores caminho no meio daquele labirinto de gelo. Passamos por mais fendas, por mais poças de gelo derretido, uma beleza difícil dos olhos acreditarem. Sempre um convite para mais fotografias. Quase sem percebermos, já se foram cinco horas no total. Além de termos ficado perdidos no espaço, também ficamos perdidos no tempo. Naquela paisagem maravilhosa, perdemos todas as referências. Ficamos desnorteados. Perdemos a noção de escala. Assim, livre de todos esses pré-conceitos, fica muito mais fácil “sentir” a natureza que nos cerca. Uma experiência inesquecível!
Uma das línguas da maior geleira da Europa, a Vatnajökull, no Parque de Skaftafell, no sul da Islândia
A Luiza, sobrinha querida, em Curitiba - PR
Desde que iniciamos nossa viagem, já tínhamos o compromisso de estar em Curitiba no dia 04 de Setembro, para uma festa de casamento. Imaginávamos que, a essa altura, já estaríamos longe demais para vir de carro. Mas, com a ida a Goiânia e Brasília, e o tempo maior em Minas, ainda estamos aqui por perto e resolvemos vir de carro mesmo. O plano é ficar poucos dias, três ou quatro.
O caminhão ficou pequeno perto do guindaste, na entrada da Marginal Tietê, em São Paulo - SP
A viagem de pouco mais de 700 quilômetros transcorreu sem problemas. A Fiona é bem confortável. Até chegarmos em São Paulo, o trânsito era todo no sentido contrário, os paulistanos escapando mais cedo do trabalho para fugir dos engarrafamentos da saída do feriado prolongado. Principalmente com o bom tempo prometido. A travessia de São Paulo foi mais tranquila que o esperado. As marginais mais largas estavam dando conta do recado. Depois, de São Paulo para Curitiba, só é chato a descida da serra. Incrível, uma vergonha, que até hoje esse trecho da Régis não esteja duplicado. Aparentemente, as obras finalmente começaram. Será que agora vai?
Dani e a filhota em Curitiba - PR
Em Curitiba, fomos direto para a casa da Dani e Dudu ver a Luiza que já vai fazer dois meses. Nossa, como o tempo passa!!! Ela está linda, super crescida, muito boazinha. Impossível não virar um tio coruja...
Paparicando a Luiza em Curitiba - PR
Muito gostoso rever a família. O Mário, pai da Ana, foi nos encontrar na casa da Dani. E mais tarde, fomos muito bem recebidos na casa da Patrícia, mãe da Ana. É a "nossa" casa aqui em Curitiba. Home, sweet home.
Paparicando a Luiza em Curitiba - PR
Amanhã, tem casamento. Descansamos no domingo e tentamos zarpar na segunda. Vamos ver...
Mamãe e Luiza, em Curitiba - PR
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