0
Arquitetura Bichos cachoeira Caverna cidade Estrada história Lago Mergulho Montanha Parque Patagônia Praia trilha vulcão
Alaska Anguila Antártida Antígua E Barbuda Argentina Aruba Bahamas Barbados Belize Bermuda Bolívia Bonaire Brasil Canadá Chile Colômbia Costa Rica Cuba Curaçao Dominica El Salvador Equador Estados Unidos Falkland Galápagos Geórgia Do Sul Granada Groelândia Guadalupe Guatemala Guiana Guiana Francesa Haiti Hawaii Honduras Ilha De Pascoa Ilhas Caiman Ilhas Virgens Americanas Ilhas Virgens Britânicas Islândia Jamaica Martinica México Montserrat Nicarágua Panamá Paraguai Peru Porto Rico República Dominicana Saba Saint Barth Saint Kitts E Neves Saint Martin San Eustatius Santa Lúcia São Vicente E Granadinas Sint Maarten Suriname Trinidad e Tobago Turks e Caicos Uruguai Venezuela
Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Admirando a fantástica St Andrews Bay, na Geórgia do Sul, a maior colônia de pinguins rei do mundo
A tarde de hoje voltou a ser dos pinguins rei. Não em pequenos grupos, como foi pela manhã ou no dia de ontem, mas simplesmente na maior colônia do mundo dessa elegante espécie de pinguim. Aliás, entre todos os pinguins, somente os pinguins rei formam essas mega colônias, portanto o local que visitamos hoje é a maior colônia de todos os tipos de pinguim do mundo! Estou falando de St Andrews Bay, uma longa praia de pedras na costa nordeste da Geórgia do Sul, cenário também de uma gigantesca geleira.
Pinguins rei observam o Sea Spirit em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
Passageiros do Sea Spirit observam St Andrews Bay, na Geórgia do Sul, a maior colônia de pinguins rei do mundo
Um raro pinguim rei solitário em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
Não sei exatamente como os cientistas e pesquisadores calculam o número de aves em uma colônia. Deve ser por densidade, embora deva haver uma componente de “chute” razoável. Enfim, o cálculo feito aqui para St Andrews é de quase 300 mil casais. Se somarmos as “crianças”, seriam uns 700 mil pinguins! É uma lotação para Copacabana nenhuma botar defeito! Ver isso de perto, confesso, deixa a gente até sem ar. É mesmo impressionante!
Visita a St Andrews Bay, na Geórgia do Sul, a maior colônia de pinguins rei do mundo, com quase 1 milhão de aves
Visita a St Andrews Bay, na Geórgia do Sul, a maior colônia de pinguins rei do mundo, com quase 1 milhão de aves
Como já falei em outros posts, o pinguim rei é a segunda maior espécie, atrás apenas do pinguim imperador, que vive na Antártida. Eles chegam a ter 1 metros de altura e pesar 15 quilos, machos um pouco maiores do que fêmeas. Diferentes de quase todas as outras espécies de animais antárticos, sua dieta não se baseia no krill (aquele pequeno camarão abundante nas águas geladas do sul), embora também o comam. Mas preferem pequenos peixes e lulas. E para achar sua comida preferida, mergulham comumente a mais de 100 metros de profundidade, embora possam chegar a mais de 300! Uma ave chegar a 300 metros de profundidade é mesmo incrível! Para chegar até lá, alguns deles ficam mais de 8 minutos sem respirar.
Um elegante pinguim rei em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
Pinguim rei descansa na grama em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
De tão pequenas, as penas mais se parecem pelos no pinguim rei (em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul)
São várias camadas de penas para suportar o frio desse ambiente, dentro e fora d’água. As camadas de baixo são formadas por penas bem pequenas que chegam a parecer pelos. As penas de fora são maiores e impermeáveis, além de bem oleosas para ficarem ainda mais hidrodinâmicas. Pois é, pinguins nadam rápido, os campeões na categoria natação entre as aves, embora o pinguim rei não seja o mais rápido entre os pinguins. A velocidade é necessária não apenas para capturar os peixes, mas também para fugir dos predadores, como a foca leopardo e até as orcas.
Os pés de um pinguim rei, em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
Pinguins rei saem do mar em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
Além da elegância e beleza, outra característica dessa espécie é o longo ciclo entre namoro, “casamento”, colocar e chocar o ovo, alimentar e proteger o filho até que ele possa cuidar de si mesmo. Ao todo, são cerca de 16 meses. Começa com a primavera de um ano e vai terminar dois verões mais tarde. E todo esse trabalho para apenas um filho por casal.
Dia de sol e mar azul em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
Grupo de pinguins rei em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
Pinguins rei na bela paisagem de St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
Tudo começa entre Setembro e Outubro, quando os pássaros começam a voltar para suas colônias de preferência. Os primeiros a chegar são aqueles que, no ano interior, não tiveram sucesso em encontrar um parceiro. Pinguins rei, na média, tem sucesso em conseguir um parceiro duas vezes em cada três anos. Então, tem sempre uma turma que está “na fissura”, louco para encontrar um namorado depois de tanto tempo. Enfim, até meados de Outubro os pares já se formaram e o namoro está a pleno vapor. Pinguins rei não se casam para toda a vida, como ocorre com tantos outros pássaros. Seu amor é eterno enquanto dure, e isso normalmente dura uma estação. Mas há sim aqueles que voltam a namorar o mesmo parceiro nos anos seguintes, mas essa é uma minoria. O normal são parceiros distintos todos os anos.
Os altivos pinguins rei em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
Pinguins rei em remanso de rio em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
Enfim, depois do namoro consumado, voltam ao mar por algumas semanas para se alimentar e, em meados de novembro, voltam outra vez à colônia, dessa vez para colocar o ovo e chocá-lo. Essa última tarefa é dividida irmãmente ente pai e mãe, que se revezam em turnos de uma semana, enquanto o outro volta ao mar para se alimentar. Depois, na volta, na base da gritaria, acabam se encontrando e trocando de lugar, depois de uma sessão de carinhos.
Pinguins rei e seus reflexos em remanso de rio em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
Grupo de pinguins rei em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
Depois de 55 dias o filhote nasce, quase pelado. Com o fio que faz por lá, ficam completamente dependentes do calor dos pais e ficam escondidos sob uma pequena “saia” que se forma sob a barriga dos pais, na verdade, uma dobra de sua pele. De novo, pai e mãe se revezam, um dando calor e proteção ao filho e o outro buscando alimento para ele.. Essa faze de guarda mais intensiva dura mais 40 dias. È quando o filhote já cresceu o suficiente para se defender de predadores como skuas e tem camadas de penas para aguentar o frio.
Filhote barulhento de pinguim rei em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
Grupo de filhotes de pinguim rei em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
Nessa altura da vida, eles começam a explorar as vizinhanças de seus ninhos. Conhecem outros da sua idade, formam amizades e alianças e se reúnem em “creches”, grupos maiores de pinguins-criança, sempre aos olhos atentos de dois ou três adultos. Eles continuam a crescer e engordar, sempre contando com a ajuda da comida trazida pelos pais, até que em Abril tem gordura suficiente para aguentar o jejum e frio do inverno, quando pais se afastam para alto mar.
Centenas de pinguins rei adultos e filhotes em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul, a maior colônia de pinguins rei do mundo
Pinguins rei, pai e filho, em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
Os pais começam a voltar em setembro-outubro, para encontrar seus antigos filhotes já praticamente do seu tamanho, ainda que continuem com suas penas marrons, próprias da infância. Assim, enquanto se preparam para um novo ciclo reprodutivo, muitos deles ainda tem de se relacionar (e repartir o alimento) com um “bezerrão” do seu tamanho. Esses pinguins marrons com um ano de idade estão loucos para ganhar suas penas brancas, pretas e amarelas muito mais elegantes e, elas sim, preparadas para a água. Isso vai ocorrendo a partir do início do verão, quando os filhotes podem, finalmente, cair na água e viver como um verdadeiro pinguim, buscando sua própria comida, dando olé nas focas-leopardo e orcas e voltando para casa para arrumar uma namorada.
Pinguins rei no pé da geleira de St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
Pinguins rei em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
Dia de céu azul em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
Por causa desse ciclo demorado, a colônia de pinguins é movimentada durante todo o ano. Agora, nessa época que chegamos, podemos ver os milhares de filhotes do ano passado começando a trocar de penas. Ao mesmo tempo, os pais começam a chocar um novo ovo. Assim, acho que é o período mais movimentado de todos. Pais e filhos antigos praticamente do mesmo tamanho, mas tão diferentes, realmente parecem ser de espécies diferentes. Mas não, são todos pinguins rei, o “antes” e o “depois”.
Elefante marinho tira uma soneca em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
Filhote de elefante-marinho em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
Para aumentar o movimento da colônia, essa também é a estação dos elefantes-marinhos. As duas espécies gostam das mesmas praias e assim, tem de dividir o mesmo espaço. Em outros lugares que passamos, os elefantes, pelo seu tamanho, são indubitavelmente os reis do pedaço. Mas aqui em St Andrews, a quantidade de pinguins é tão avassaladora que até mesmo os gigantescos elefantes ficam meio acanhados...
Elefante-marinho macho na praia de St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
Elefantes-marinhos e pinguins dividem a praia de St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
O cenário grandioso da praia ainda adiciona um charme especial. As montanhas nevadas ao fundo e a enorme geleira que desemboca na praia empresta um ar meio épico à cena. A geleira de Ross, como tantas outras, está retrocedendo, deixando em seu lugar um lago cheio de pequenos icebergs e também rios gelados e cheios de corredeira que se esvaem para o mar ali perto. Os pinguins adoram esses rios e se aglomeram ao seu redor. Tanto nos trechos de corredeira como nos de remanso, formando cenas ideais para fotografias.
Pinguins rei ao lado de um rio com corredeiras em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
Pinguins rei ao lado de um remanso de rio em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul
Nós passamos umas boas horas por aí. Primeiro na praia, olhando os sempre interessantes elefantes. Depois, caminhando um pouco mais para o interior e para o alto, de onde tínhamos uma visão panorâmica desse cenário grandioso com mais de meio milhão de pinguins. Conseguimos ir até o rio mais largo, intransponível para nós. Mas não para os pinguins que se jogavam em suas corredeiras e, com um certo trabalho, já algumas dezenas de metros rio abaixo, conseguiam chegar do lado de lá.
Milhares de pinguins se amontoam ao redor de rio em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul, a maior colônia de pinguins rei do mundo (foto de Susan Pairaudeau)
Visita a St Andrews Bay, na Geórgia do Sul, a maior colônia de pinguins rei do mundo, com quase 1 milhão de aves
Milhares de pinguins se amontoam ao redor de rio em St Andrews Bay, na Geórgia do Sul, a maior colônia de pinguins rei do mundo (foto de Steve Denver)
Foi uma maravilhosa despedida dessas grandes colônias. Amanhã, ao que parece, o forte mesmo serão os elefantes. E depois, pela tarde, após um tour por um grande fiorde repleto de geleiras, vamos tomar o rumo da Antártida. Novas espécies de pinguins nos aguardam mais para o sul enquanto os pinguins rei continuam seu longo ciclo por aqui. Aparentemente, e como essa grande colônia nos comprovou, os pinguins rei ainda estão se dando muito bem nessa época de aquecimento e poluição globais. Que bom, nem tudo são notícias ruins para o nosso planeta...
Visita a St Andrews Bay, na Geórgia do Sul, a maior colônia de pinguins rei do mundo, com quase 1 milhão de aves
Boa tarde!!Maravilhosas as fotos!!Parabéns pelo relato também!!Agora fiquei com uma dúvida, quanto custa mais ou menos o passeio para a Geórgia do Sul?Como vocês foram?Podem indicar a operadora, se houver?Valeu!Abraços!
Resposta:
Olá Renato
Que legal que vc tenha gostado das fotos. É bem difícil não tirar fotos bonitas de um lugar como esse, hehehe!
Então, vários cruzeiros passam pela Geórgia do Sul. No nosso caso, foi um cruzeiro polar, muito menor do que esses que vemos nas agências de viagem, para apenas 100 passageiros. O roteiro também incluiu as Ilhas Malvinas e a Península Antártica. Só pode ser feito no verão. Acho que essa é a única maneira de se chegar a Geórgia do Sul, a não ser que vc tenha seu próprio barco.
Infelizmente, são viagens bem caras. Nós fizemos com a Quark Expeditions. Não sei se vc viu, mas temos diversos outros posts relatando toda a viagem, inclusive sobre preço e condições. E fotos, centenas de fotos!
Um grande abraço
Como são feiosinhos os filhotes de pinguim! rsrs
Agora, com céu azul, as fotos estão ainda mais incríveis!
(eu achava que a maior colônia de pinguins do mundo era na Antártica! Sempre aprendo coisa nova nesse blog)
Resposta:
Oi Ana
Pois é, eles são como aquele patinho feio da história! E aí, quando crescem, vuram lindos "cisnes", na verdade, pinguins-rei. Show da natureza!
Eu tb achava que as maiores colônias seriam na Antártida! Vivendo e aprendendo!
Abs
Agora vi a maior colônia de pinguins!!! rsrsrsrs
Sem palavras, são lindíssimos....... Acho que vocês não esquecerão jamais o que viram.
Abraços
Resposta:
hehehe
Pois é, sabia que vc iria gostar desse post!
Com certeza, não nos esqueceremos de lá!
Abraços
2012. Todos os direitos reservados. Layout por Binworks. Desenvolvimento e manutenção do site por Race Internet