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Entre Roraima e o Amazonas

Brasil, Roraima, Boa Vista, Waimiri Atroari, Amazonas, Presidente Figueiredo

Maravilhoso pôr-do-sol nos alagados entre Roraima e Amazonas

Maravilhoso pôr-do-sol nos alagados entre Roraima e Amazonas


Mais um longo dia de viagem pela frente, mais de 600 km entre os estados de Roraima e Amazonas, deixando Boa Vista e chegando em Presidente Figueiredo, a cidade das cachoeiras. Esse foi o nosso programa de hoje.

Placa com indicações para Manaus e Venezuela, em Boa Vista - RR

Placa com indicações para Manaus e Venezuela, em Boa Vista - RR


Assim, logo depois de um bom café da manhã, deixamos Boa Vista para trás. Engraçado dirigir numa cidade onde há placas que apontam para outros países. No caso da capital de Roraima, para dois países: placas para a Guiana e placas para a Venezuela. Por falar em Roraima, aí no sul nós costumamos dizer o nome de forma errada. Dizemos Rorãima, como se houvesse um "~" sobre o "a", coisa que não há. O certo é dizer Ro-rai-ma com o "a" da sílaba central bem aberto mesmo.

Vegetação e paisagem típicas do sul de Roraima, na viagem para Presidente Figueiredo - AM

Vegetação e paisagem típicas do sul de Roraima, na viagem para Presidente Figueiredo - AM


A estrada entre os dois estados está sendo refeita e os primeiros 150 km estão um tapete. A partir daí, trechos com muitos buracos se alternam com trechos de terra. O ritmo cai e, para ajudar o tempo a passar, podemos admirar a bela paisagem do estado, com vastas planícies cheias de buritizais alagados e montanhas ao fundo. Uma vastidão! Quanta coisa para ser explorada. Há também muitas fazendas no caminho, principalmente de criação de bois.

Buritizal, muito comum no sul de Roraima, na viagem para Presidente Figueiredo - AM

Buritizal, muito comum no sul de Roraima, na viagem para Presidente Figueiredo - AM


Passamos pelo entroncamento com a Perimetral Norte, uma estrada planejada desde a década de 70 que ligaria o Amazonas ao Amapá, passando por Roraima e Pará. Uma estrada bordeando a fronteira norte do Brasil. Apenas algumas partes chegaram a sair do papel. Todos os mapas mostram que o trecho entre Roraima e o rio Trombetas, no Pará, existe. Para nós, seria uma mão na roda. Mas, por aqui, ninguém nunca ouviu falar dessa estrada. Na verdade, ela existe só até a fronteira com o Pará. Depois, não passa de um picadão. Nossa última esperança se esvaiu quando passamos nesse entroncamento e perguntamos num posto. Quem sabe na próxima geração? Bem, vendo pelo lado bom, a natureza e a floresta agradecem. Com certeza, a ausência de estradas ajudou bastante na conservação...

Um dos muitos grandes rios no o sul de Roraima, na viagem para Presidente Figueiredo - AM

Um dos muitos grandes rios no o sul de Roraima, na viagem para Presidente Figueiredo - AM


Passado o entroncamento, seguimos ainda com estrada precária até o monumento que marca a passagem da linha do Equador. Estávamos de volta ao hemisfério sul! O monumento é meio mixuruca, nada comparado com aquele no Amapá. Mas é sempre legal cruzar o Equador. Linha imaginária, sentimento meio psicológico, eu sei. Mas é legal mesmo assim, hehehe. A próxima vez vai ser mais legal ainda, pois será no país que tem esse mesmo nome: Equador! Acho que lá para Setembro...

Marco da linha do Equador, durante viagem entre Boa Vista, em Roraima e Presidente Figueiredo - AM

Marco da linha do Equador, durante viagem entre Boa Vista, em Roraima e Presidente Figueiredo - AM


Depois das fotos no meio do mundo, seguimos até a entrada da reserva indígena dos índios Waimiri Atroari, onde a estrada fica boa novamente. É uma grande reserva que começa em Roraima e vai até o Amazonas. São 130 km de asfalto para cruzá-la por inteiro. Na década de 70, quando a estrada foi construída, os índios não quiseram que ela atravessasse suas terras. O resultado foi trágico! Guerra contra o exército brasileiro. Num episódio muito pouco conhecido da nossa história, cerca de duzentos soldados foram mortos por flechas envenenadas. Obviamente que o número de índios mortos foi bem maior e a tribo quase foi extinta. Tudo por uma bendita estrada... Ao fim da guerra, muita negociação e a estrada foi construída. Mas ela só funciona durante o dia. Ninguém deve parar no meio da reserva e fotos e filmagens são fortemente desaconselhadas. Nossa... fico imaginando que os operários dessa obra devem ter pedido um bom adicional de periculosidade, não?

Entrada da reserva indígena entre Roraima e Amazonas

Entrada da reserva indígena entre Roraima e Amazonas


O sol estava se pondo enquanto atravessávamos a reserva. Logo depois de uma chuva, havia dois arco-íris incríveis do nosso lado esquerdo enquanto do lado direito, as cores do fim de tarde sobre os terrenos alagados e buritizais foram de uma beleza inesquecível. Talvez, o mais belo entardecer da nossa viagem até agora. Absolutamente fantástico!

Lindo arco-íris no finzinho da tarde, na estrada entre Roraima e Amazonas

Lindo arco-íris no finzinho da tarde, na estrada entre Roraima e Amazonas


Chegamos no escuro numa Presidente Figueiredo bem movimentada com o feriado de páscoa. Não foi fácil achar uma pousada mas, ao fim, conseguimos. E amanhã nos mudaremos para a Pousada das Pedras, que era onde queríamos ficar, do figuraça do Pimenta, conhecido de todos os viajantes descolados que passam por aqui. Logo o feriado acaba e teremos a tranquilidade de conhecer essa terra abençoada com tantas cachoeiras e cavernas.

Uma das barreiras sanitárias entre Roraima e o Amazonas

Uma das barreiras sanitárias entre Roraima e o Amazonas

Brasil, Roraima, Boa Vista, Waimiri Atroari, Amazonas, Presidente Figueiredo,

Veja todas as fotos do dia!

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Passeando em Salvador

Brasil, Bahia, Salvador

Santo Antônio visto do Pelourinho, em Salvador - BA

Santo Antônio visto do Pelourinho, em Salvador - BA


Salvador foi a primeira capital do Brasil, do séc XVI ao séc XVIII. Teve de resistir à ataques de índios hostis, foi conquistada pelos holandeses que, anos mais tarde, aqui mesmo assinaram sua capitulação, foi inundada por escravos durante séculos, tornando-se a grande cidade mais negra do país. A baía de Todos os Santos, onde está localizada, foi durante séculos a baía mais movimentada de todo o hemisfério sul do planeta. Mercadorias, principalmente o tabaco e o açúcar, cruzavam a então região mais rica do país, o recôncavo baiano, em direção a Salvador, a segunda maior cidade o império português, logo após Lisboa.

Fundação Jorge Amado, no Pelourinho, em Salvador - BA

Fundação Jorge Amado, no Pelourinho, em Salvador - BA


Foi só na época da mineração que o principal eixo econômico do país foi deslocado mais para o sul e a capital acabou sendo transferida para o Rio. Mesmo assim, quando D. João mudou-se para cá, chegou a pensar em se instalar em Salvador. E no processo de independência, foi aqui o único lugar em que os portugueses tentaram resistir à separação. Uma guerra se seguiu e a Bahia é o único estado brasleiro onde a independência tem outra data para ser comemorada, quando os portugueses finalmente se renderam.

Igreja em Salvador - BA

Igreja em Salvador - BA


Tanta história assim, um período com tantas riquezas e o caldeirão cultural que aqui se formou só poderiam resultar numa cidade fascinante para ser explorada e descoberta. A quantidade de igrejas, palácios e outros prédios históricos impressiona, assim como a riqueza na decoração das igrejas. O casario antigo do centro histórico, principalmente na área do Pelourinho e do Santo Antônio, muita coisa recentemente restaurada, é lindo!

O Farol da Barra, em Salvador - BA

O Farol da Barra, em Salvador - BA


Eu e a Ana estamos instalados na casa de Mônica, a quem a Ana chama de "minha mãe baiana", apesar dela ser carioca (está radicada por aqui há 25 anos!). Estamos do outro lado da península onde se encontra a Salvador histórica, que é virada para a baía de Todos os Santos. Nós estamos virados para a costa atlântica, perto de um trecho conhecido como Boca do Rio. Para ir ao centro, podemos ir por dentro, cortando o caminho, ou pela rota muito mais longa, porém bem mais bonita, pela orla, dando a volta na península. Foi o que fizemos. No caminho, fomos passando por bairros com nomes famosos, que moram em algum lugar do nosso inconsciente, mesmo que nunca tenhamos estado lá. Acho que é o bombardeio de informações que recebemos pela televisão, na época do carnaval. Jardim de Alá, Pituba, Amaralina, Rio Vermelho, Ondina e fnalmente, o Farol da Barra, onde paramos para fotos.

Sobrado em Santo Antônio antes da restauração, em Salvador - BA

Sobrado em Santo Antônio antes da restauração, em Salvador - BA


Sobrado em Santo Antônio após a restauração, em Salvador - BA

Sobrado em Santo Antônio após a restauração, em Salvador - BA


De lá seguimos para o Forte da Capoeira, no alto do Santo Antônio, bairro ao lado do Pelourinho. Lugar bem mais tranquilo, deixamos a Fiona por lá e viemos descendo a rua Direita em direção à escadaria do Carmo e ladeira do Pelourinho. No caminho, mais de uma dezena de pousadas super charmosas, todas em sobrados restaurados da região e com vista para a baía. O bairro é uma mistura dessas pousadas com outros sobrados em estado depauperado (à espera de restauração...) com casas de moradores. Ainda cruzamos com várias velhinhas que, de suas janelas, observam o movimeto das ruas e do mundo. Tudo isso faz o bairro ainda mais charmoso.

A famosa Escadaria do Carmo, do filme 'O Pagador de Promessas', em Salvador - BA

A famosa Escadaria do Carmo, do filme "O Pagador de Promessas", em Salvador - BA


Na descida da escadaria do Carmo, chegamos ao ponto imortalizado pelo filme "Pagador de Promessas", ganhador da Palma de Ouro, em Cannes. A igreja no alto da escadaria, eternamente fechada para restauração, é a que mais nos impressionou na cidade, junto com outra da Ordem Terceira de São Francisco, já na área do Pelourinho.

A casa do clipe de Michael Jackson no Pelourinho, em Salvador - BA

A casa do clipe de Michael Jackson no Pelourinho, em Salvador - BA


Por falar no "Pelô", continua movimentado como sempre embora não tão bem conservado como estava da última vez que aqui estive, há dez anos. Lá passeamos por suas várias igrejas, largos e palácios. Até na casa em que Michael Jackson gravou seu clipe. Aliás, é emocionante ver o clipe, a ladeira tomada pelo Olodum e seu som contagiante. Michael Jackson bem branquinho, da mesma cor da Ana nas fotos que lá tiramos.

Entrando no Elevador Lacerda, em Salvador - BA

Entrando no Elevador Lacerda, em Salvador - BA


O Elevador Lacerda em Salvador - BA

O Elevador Lacerda em Salvador - BA


Descemos o Elevador Lacerda, programa obrigatório para turistas, e fomos visitar o Mercado Modelo, na Cidade Baixa. Ao custo de 15 centavos, nem é preciso subir de volta pelas escadas, né? Então, voltamos à Cidade Alta pelo elevador que está para fazer 150 anos e voltamos ao Forte da Capoeira para assistir a um magnífico pôr-do-sol sobre a baía de Todos os Santos.

Admirando o pôr-do-sol em Salvador - BA

Admirando o pôr-do-sol em Salvador - BA


Pôr-do-sol visto do Forte da Capoeira, em Salvador - BA

Pôr-do-sol visto do Forte da Capoeira, em Salvador - BA


Na volta para casa, também pela orla, sentimos na pele um dos problemas que os soteropolitanos mais reclamam atualmente: o trânsito. Bom, pelo menos, foi um congestionamento com vista para o mar...

O Farol da Barra, em Salvador - BA

O Farol da Barra, em Salvador - BA

Brasil, Bahia, Salvador, Elevador Lacerda, Farol da Barra, Pelourinho, Santo Antônio

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Serra dos Órgãos - 1a Parte

Brasil, Rio De Janeiro, Serra dos Órgãos

Admirando a vista espetacular do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Admirando a vista espetacular do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


A Serra dos Órgãos, a cerca de uma hora de carro do Rio de Janeiro, é um pedacinho da Serra do Mar. Mas não é um pedacinho qualquer. Superando os 2 mil metros de altitude, possui algumas das mais belas e dramáticas paisagens dessa cadeia de montanhas que se estende de Santa Catarina até o próprio Rio de Janeiro, com quase 1.500 kms de comprimento. Nessa sua porção fluminense, localizada entre os municípios de Petrópolis, Teresópolis, Magé e Guapimirim, foi criado um Parque Nacional para proteger seu frágil ecossistema e suas paisagens grandiosas. É o terceiro parque mais antigo do Brasil, criado ainda em 1939, e tem justamente o nome de Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Entre seus mais famosos frequentadores e admiradores estão a antiga família real brasileira e o presidente Getúlio Vargas.

Nosso caminho entre o Rio de Janeiro e a portaria do Parque Nacional da Serra dos Órgãos em Petrópolis, passando pelo Dedo de Deus e por Teresópolis

Nosso caminho entre o Rio de Janeiro e a portaria do Parque Nacional da Serra dos Órgãos em Petrópolis, passando pelo Dedo de Deus e por Teresópolis


Na região de Teresópolis, o Dedo de Deus, formação rochosa mais conhecida da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Na região de Teresópolis, o Dedo de Deus, formação rochosa mais conhecida da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Passando pelo mirante do Dedo de Deus, a caminho de Teresópolis e da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Passando pelo mirante do Dedo de Deus, a caminho de Teresópolis e da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


A beleza lendária desse parque pode ser admirada de longe, já que suas enormes montanhas são facilmente avistadas desde a cidade do Rio de Janeiro. Para quem segue pela estrada até Teresópolis, sua mais famosa formação rochosa, o Dedo de Deus, nos cativa os olhos desde o primeiro momento que o avistamos. Ao longo da estrada há diversos mirantes e a profusão de montanhas logo explica o nome da região dado pelos antigos portugueses que aqui passavam. Encavaladas umas nas outras, elas se parecem com os órgãos das enormes catedrais européias.

Chegando à entrada do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no lado de Petrópolis, no Rio de Janeiro

Chegando à entrada do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no lado de Petrópolis, no Rio de Janeiro


Prontos para começar a caminhada de três dias até Teresópolis, ainda na entrada do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no lado de Petrópolis, no Rio de Janeiro

Prontos para começar a caminhada de três dias até Teresópolis, ainda na entrada do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no lado de Petrópolis, no Rio de Janeiro


Mas, muito mais belo do que vê-lo de longe, é vê-lo bem de perto. O parque tem duas entradas principais, uma em Teresópolis e outra em Petrópolis. As duas entradas dão acesso a atrações próximas, como cachoeiras e trilhas curtas através de bosques e florestas. Porém, a maior e mais famosa atração do parque é uma trilha com cerca de 30 km que atravessa o parque e liga essas duas portarias principais. Estou falando da famosa Travessia da Serra dos Órgãos, considerada por muitos como a trilha mais bonita do Brasil.

Mapa completo da travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Mapa completo da travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Mapa do nosso primeiro dia na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, saindo da Portaria Petrópolis e chegando ao Castelo do Açu

Mapa do nosso primeiro dia na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, saindo da Portaria Petrópolis e chegando ao Castelo do Açu


Eu já fiz essa trilha uma vez há quase quinze anos (vou falar disso mais adiante), e é mesmo inegável sua beleza cênica. Mas, tendo feito tantas outras trilhas pelo país afora, não me arriscaria a dizer que ela é mesmo a mais bela. Posso dizer, isso sim, que não há trilha mais bonita do que essa no Brasil, mas estamos falando de belezas distintas e incomparáveis entre si. Caminhar pela Chapada Diamantina ou dos Veadeiros, por Lençóis Maranhenses ou pelos cânions do sul do Brasil também são experiências especiais e inesquecíveis. Enfim, cada uma com a sua beleza.

Sinalização na trilha que corta o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Sinalização na trilha que corta o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Pequena cascata ainda na parte baixa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, lado de Petrópolis, no Rio de Janeiro

Pequena cascata ainda na parte baixa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, lado de Petrópolis, no Rio de Janeiro


E a beleza da Serra dos Órgãos é realmente de cair o queixo. Nós tentamos vir ao parque quando passamos pelo estado no início da expedição 1000dias, mas São Pedro não cooperou conosco. A melhor época para fazer essa travessia é durante o inverno, quando o tempo é mais frio, mas o céu é mais limpo. No verão, a chance de chuva é grande. No final de setembro de 2010, não tivemos a nossa chance. Agora, no início de Agosto, a previsão nos deu uma janela de 2-3 dias de céu azul e nós resolvemos aproveitar. Além do frio, só precisamos nos cuidar com tempestades elétricas, aquelas com muitos raios, bastante comuns nessa época. Lá no alto do parque, sem árvores, nós somos um verdadeiro magneto para os raios e, infelizmente, já houve diversos casos de pessoas atingidas e mortas por lá. Enfim, temos os nossos dias de tempo claro para tentar.

Chegando à Gruta do Presidente, local preferido de Getulio Vargas no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Chegando à Gruta do Presidente, local preferido de Getulio Vargas no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Momento de descanso e reflexão na Gruta do Presidente, início da trilha que atravessa o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Momento de descanso e reflexão na Gruta do Presidente, início da trilha que atravessa o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


A travessia pode ser feita em qualquer um dos dois sentidos, Petrô-Terê ou Terê-Petrô, mas a primeira alternativa é preferível. Não porque seja mais fácil, pois no quesito esforço, elas são bem equivalentes. Nos dois casos, começamos a caminhar na parte baixa do parque, a uns 1.100 metros de altitude, e temos de subir até os 2.200 metros. Aí, ficamos alternado entre vales e cristas de montanhas com diferenças de altitudes de 200 metros até que chegamos à descida do outro lado, para atingirmos a portaria de saída nos mesmos 1.100 metros. Na verdade, a diferença entre elas é que quando seguimos em direção a Teresópolis, temos as montanhas mais belas e emblemáticas à nossa frente, como o Dedo de Deus, o Garrafão e a Pedra do Sino. No sentido Petrópolis, essas montanhas passam a maior parte do tempo nas nossas costas e é bem mais trabalhoso ficar admirando-as.

Vegetação no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Vegetação no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Subindo o Morro do Açu, parada para admirar a vista do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Subindo o Morro do Açu, parada para admirar a vista do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Subindo o Morro do Açu, a vista começa a ficar mais ampla na trilha que corta o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Subindo o Morro do Açu, a vista começa a ficar mais ampla na trilha que corta o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Eu já sabia disso desde que comecei a me interessar em fazer essa caminhada, no início da minha vida de mochileiro no final da década de 80. Demorou, mas consegui vir para cá em meados da década de 90, em viagem solo. Não foi durante o inverno e era dia de semana. Resultado: não havia quase ninguém no parque. Numa época pré-nternet, desenhei mapas depois de conversas com gente que já havia feito a caminhada antes. Assim, me meti na trilha sem guia mesmo, seguro de que daria tudo certo. Começou tudo bem e, após o primeiro dia de caminhada, cheguei ao Castelo do Açu. Mas o tempo virou de madrugada e, na manhã seguinte, não se via um palmo diante do nariz. Trilha mal sinalizada, eu tentei, tentei, mas era impossível seguir adiante. Sem a referência das montanhas, não havia como saber a direção a seguir. Tive que botar o rabinho entre as pernas e abortar a tentativa, voltando para a mesma portaria e tentando me convencer que o que eu já tinha visto no dia anterior já era o bastante. Claro que o mais bonito tinha mesmo ficado para trás, escondido pelas nuvens. Mas fiz muito bem em voltar. É muito comum que pessoas se percam nesse trecho da trilha a partir do Castelo do Açu.

Aproveitando o ar puro do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Aproveitando o ar puro do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Cada vez mais altos no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro. Um pouco abaixo de nós, um outro grupo de turistas também descansa depois da forte subida

Cada vez mais altos no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro. Um pouco abaixo de nós, um outro grupo de turistas também descansa depois da forte subida


1000dias na trilha que atravessa o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

1000dias na trilha que atravessa o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Fiquei com essa trilha engasgada por mais meia década, quando tive nova chance. Dessa vez, acompanhado de primos e amigos, durante a temporada certa. Novamente, fomos sem guia. Só que dessa vez deu certo. Mas, mesmo com tempo limpo e mais pessoas, também chegamos a nos desviar da trilha e seguir por caminhos alternativos. O problema é que muita gente se perde por ali e essas trilhas secundárias vão se alargando cada vez mais. Com um pouco de senso de direção e as montanhas a nos guiar, voltamos ao caminho correto, mas o estrago à natureza já foi feito, infelizmente. Enfim, finalmente pude conhecer a trilha por inteiro e é realmente maravilhosa. Lá do alto da pedra do Sino, já na parte final da caminhada, pudemos vislumbrar toda a Baía da Guanabara. Foi espetacular!

Meio da tarde e uma belíssima lua quase cheia aparece para nos acompanhar no 1o dia de travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Meio da tarde e uma belíssima lua quase cheia aparece para nos acompanhar no 1o dia de travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Prestando a devida reverência à enorme lua que nos acompanha ao final do nosso 1o dia de caminhada na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Prestando a devida reverência à enorme lua que nos acompanha ao final do nosso 1o dia de caminhada na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Por isso, jamais pensamos em deixar esse parque fora dos 1000dias. Ainda mais que a Ana ainda não o conhecia. Ela, que caminhou pelo Grand Canyon e pelo Torres del Paine, era inconcebível que não passasse pelo nosso campeão. Então, já no nosso P.S. dos 1000dias, enfim chegamos à Serra dos Órgãos!

A paisagem grandiosa da parte alta do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

A paisagem grandiosa da parte alta do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


A paisagem grandiosa da parte alta do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

A paisagem grandiosa da parte alta do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Mapa topográfico da trilha no nosso 1o dia de caminhada na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, da entrada de Petrópolis ao Castelo do Açu. Nesse tipo de mapa, linhas próximas significam terreno mais íngrime

Mapa topográfico da trilha no nosso 1o dia de caminhada na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, da entrada de Petrópolis ao Castelo do Açu. Nesse tipo de mapa, linhas próximas significam terreno mais íngrime


Nós saímos do Rio bem cedinho rumo a Teresópolis. Nosso plano era fazer a caminhada a partir de Petrópolis, mas depois de muito confabular, decidimos que seria melhor deixar o carro na portaria de Teresópolis, no final da nossa trilha. Primeiro, porque ela é maior e o carro ficaria mais seguro. Segundo porque seria melhor enfrentar o trecho de ônibus entre as duas cidades agora, que estávamos descansados, que depois, quando estaríamos exaustos e famintos. Assim, pudemos aproveitar a beleza da estrada de Teresópolis agora e já começamos a entrar no clima da Serra dos Órgãos. Afinal, é dessa estrada que melhor se enxerga do Dedo de Deus, a montanha mais icônica desse parque. Depois, encontramos um bom lugar para deixar a Fiona lá dentro do parque, o mais perto possível do final da trilha. Por fim, descolamos um táxi para nos levar até a rodoviária da cidade. Aí tomamos um ônibus que nos levou até Petrópolis pela curvilínea estrada que rodeia a parte norte do parque. Não é longa, mas é bem demorada. Lá chegando, mais um táxi para nos levar à portaria desse outro lado do parque. O taxista nunca havia ido até lá, mas quem tem boca chega a Roma. Vamos pelo bairro de Correia e depois, ainda tem um bom trecho de estrada de terra. O táxi era bem baixo e o taxista não gostou nada disso. Corrida até lá, nunca mais, ele jurou! Como pode, mora na cidade faz anos e anos e nunca esteve no parque. Vai entender...

Marcações sobre as rochas nos ajudam a encontrar o caminho a seguir na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Marcações sobre as rochas nos ajudam a encontrar o caminho a seguir na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Trilha na parte alta do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, a caminho do Castelo do Açu

Trilha na parte alta do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, a caminho do Castelo do Açu


Fim de tarde na parte alta do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, a caminho do Castelo do Açu

Fim de tarde na parte alta do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, a caminho do Castelo do Açu


Depois dessa verdadeira epopeia, já era quase meio dia quando, enfim, pusemos nossos pés na trilha. Antes disso, pagamos nossos ingressos e os custos de dois dias de pernoite no parque. Nas mochilas, além da barraca e dos sacos de dormir, muita comida, fogareiro e, claro, roupas para o frio. Pesadas no início, sabemos que, aos poucos, vão ficar mais leves, conforme consumimos as frutas, pães, queijos, legumes, chocolates e massas que levamos.

A baía da Guanabara, a cidade do Rio e o maciço da Tijuca vistos do alto da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro.

A baía da Guanabara, a cidade do Rio e o maciço da Tijuca vistos do alto da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro.


A baía da Guanabara, a cidade do Rio e o maciço da Tijuca vistos do alto da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro. À esquerda, a silhueta inconfundível da Pedra da Gávea, onde estivemos poucos dias atrás

A baía da Guanabara, a cidade do Rio e o maciço da Tijuca vistos do alto da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro. À esquerda, a silhueta inconfundível da Pedra da Gávea, onde estivemos poucos dias atrás


A caminhada, como já disse, começa na parte baixa do parque. Seguimos ao lado de um rio subindo vagarosamente pelo Vale do Bonfim. São cerca de 40 minutos até a chamada Gruta do Presidente e, logo ao lado, a cachoeira do Véu da Noiva. Muita gente vem até aqui e retorna, um agradável passeio diário. Quem gostava de fazer esse percurso era Getúlio Vargas. Gostava de ir até a gruta, que posteriormente foi rebatizada para homenageá-lo. Aí, dizem, costumava se inspirar e refletir sobre os grandes problemas da nação. Nós também tivemos nossos momentos de inspiração na gruta famosa, além de irmos molhar nossos pés na cachoeira que, nessa época do ano, é praticamente seca.

Cada vez mais próximo do Castelo do Açu, ao final do 1o dia de caminhada na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Cada vez mais próximo do Castelo do Açu, ao final do 1o dia de caminhada na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


A paisagem montanhosa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

A paisagem montanhosa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Como tínhamos começado tarde a caminhar, não pudemos ficar muito tempo. Ainda mais que a parte dura da caminhada só começava a partir dali. Agora sim a trilha começa a subir, ziguezagueando montanha acima. São mais 50 minutos de esforços até chegarmos à chamada Pedra do Queijo, nome dado por algum mineiro, provavelmente. Sobre ela, podemos relaxar um pouco e ter nossa primeira visão mais ampla da paisagem, o Vale do Bonfim já ficando bem para baixo e podendo admirar as montanhas mais altas que cercam Petrópolis.

O Morro do Marco, à esquerda, e o castelo do Açu, à direita, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

O Morro do Marco, à esquerda, e o castelo do Açu, à direita, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


O famoso Castelo do Açu, onde passamos a primeira noite no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

O famoso Castelo do Açu, onde passamos a primeira noite no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Depois do descanso no Queijo, são outros 40 minutos de subida até um ponto conhecido como Ajax, onde encontramos uma parte mais plana e onde há um pouco de água corrente. Seria um ótimo lugar de acampamento, mas isso não é permitido por lá. Só podemos descansar e nos reenergizar para o próximo trecho, justamente aquele que tem a subida mais íngrime desse primeiro dia de caminhada. Já está bastante erodido e é conhecido como Isabeloca. O nome é uma homenagem à Princesa Isabel que, muito antes de Getúlio, costumava vir até aqui. Em lombo de burro, claro!

Na base do Castelo do Açu, iluminado pela última luz do sol, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Na base do Castelo do Açu, iluminado pela última luz do sol, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Entrando no salão interno do Castelo do Açu, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Entrando no salão interno do Castelo do Açu, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


No alto da Isabeloca chegamos ao chamado Chapadão, o nome do trecho alto do parque. Agora, já estamos acima dos 2.200 metros de altitude e a vista é sublime. Lá na frente, a silhueta inconfundível do Castelo do Açu, uma formação rochosa que lembra uma fortaleza de pedra. Minha terceira vez por aqui, já até começo e me sentir íntimo com ele.

Luz de fim de tarde ilumina as montanhas do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Luz de fim de tarde ilumina as montanhas do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


O sol se põe a 2 mil metros de altirude no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

O sol se põe a 2 mil metros de altirude no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Fomos uns dos últimos a chegar até aqui, um dos pontos oficiais de camping da travessia. Tem até um belo refúgio, inaugurado recentemente. Para quem prefere uma cama, é uma ótima pedida, desde que seja reservado com bastante antecedência. Não era o nosso caso, que carregávamos a barraca nas costas. Sem muita dificuldade, encontramos um lugar para armar nossa barraca atrás do Castelo e com vista para a Baía da Guanabara. Montamos ela rapidamente, aproveitando o resto de luz. Depois, eu fui apresentar para a Ana o incrível salão interno natural dentro do Castelo do Açu. Foi onde dormi naquela primeira vez por aqui, mas o piso não é muito confortável não, todo de pedra. Mas o salão me protegeu bastante da tempestade da noite!

Preparando nosso delicioso jantar na 1a noite da nossa travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, na nossa barraca no Castelo do Açu

Preparando nosso delicioso jantar na 1a noite da nossa travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, na nossa barraca no Castelo do Açu


Macarrão enriquecido com muitos legumes na nossa 1a noite na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, aos pés do Castelo do Açu

Macarrão enriquecido com muitos legumes na nossa 1a noite na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, aos pés do Castelo do Açu


Hoje, não tínhamos de nos preocupar com isso. O céu era só estrelas e uma lua maravilhosa. Aliás, a mesma lua que nos acompanhou no final de tarde enquanto subíamos a Isabeloca. Estava simplesmente divina no céu. A luz do luar até nos ajudou na iluminação enquanto cozinhávamos nosso substancioso jantar. Um macarrão enriquecido com muitos legumes, obra-prima da Ana. Bastante energia para a longa caminhada de amanhã.

Acima dos 2 mil metros de altitude, no Castelo do Açu, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, observando as luzes da baixada fluminense e da cidade do Rio de Janeiro

Acima dos 2 mil metros de altitude, no Castelo do Açu, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, observando as luzes da baixada fluminense e da cidade do Rio de Janeiro


Acima dos 2 mil metros de altitude, no Castelo do Açu, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, observando as luzes da baixada fluminense e da cidade do Rio de Janeiro

Acima dos 2 mil metros de altitude, no Castelo do Açu, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, observando as luzes da baixada fluminense e da cidade do Rio de Janeiro


Aos pés do Castelo do Açu, quase aos 2.200 metros de altitude, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, a nossa barraca e a Ana, no esculo, observando as luzes da Baixada Fluminense ao fundo

Aos pés do Castelo do Açu, quase aos 2.200 metros de altitude, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, a nossa barraca e a Ana, no esculo, observando as luzes da Baixada Fluminense ao fundo


Mas antes de dormirmos, ainda fomos curtir a noite do lado de fora. A Baixada Fluminense estava toda acesa, delineando os contornos da Baía da Guanabara. Tão longe e tão próxima! Difícil acreditar que ela estava a mais de 2 mil metros abaixo de nós, além de dezenas e dezenas de quilômetros de distância horizontal. Que beleza! Fomos dormir inspirados e preparados para levantar bem cedo. Afinal, perder o espetáculo do nascer-do-sol aqui em cima seria um verdadeiro pecado!

O Castelo do Açu iluminado pela lua e pelas estrelas, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

O Castelo do Açu iluminado pela lua e pelas estrelas, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Dormindo o sono dos justos, após um dia de caminhada até o Castelo do Açu, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Dormindo o sono dos justos, após um dia de caminhada até o Castelo do Açu, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Brasil, Rio De Janeiro, Serra dos Órgãos, Parque, Petrópolis, Teresópolis, trilha

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Interagindo com Animais

Geórgia Do Sul, Gold Harbour

Com os pinguins rei de Gold Harbour, na Geórgia do Sul, ainda com as vestimentas do caiaque

Com os pinguins rei de Gold Harbour, na Geórgia do Sul, ainda com as vestimentas do caiaque


A primeira regra que aprendemos antes de desembarcar nas áreas selvagens das Malvinas, Geórgia do Sul e Antártida é como devemos nos comportar com relação aos animais da região. Ao contrário dos animais selvagens das outras regiões do planeta que já conhecem bem o ser humano e acham por bem fugir de nós (por que será, hein?), os animais aqui do sul do planeta não nos veem como uma ameaça e, portanto, encontros com eles são bem comuns. E quando isso acontece, como devemos proceder?

Visita à fantástica Gold Harbour, na Geórgia do Sul

Visita à fantástica Gold Harbour, na Geórgia do Sul


Bom, a regra é bem simples. Foi definida consensualmente por todos os agentes envolvidos com a exploração turística da Antártida, além de organizações científicas e ecológicas. Os turistas não devem se aproximar a menos de 3-4 metros de animais como pinguins, albatrozes e filhotes de elefantes e lobos marinhos. Para animais maiores, o próprio bom senso já nos mantém um pouco mais afastados. Quando atingimos essa distância, devemos parar e esperar. Podemos ficar lá observando e fotografando a vontade, desde que o animal não se sinta incomodado com isso. Caso isto ocorra, devemos nos distanciar um pouco.

Cenário inspirador para uma pintura, em Gold Harbour, na Geórgia do Sul

Cenário inspirador para uma pintura, em Gold Harbour, na Geórgia do Sul


Visita à fantástica Gold Harbour, na Geórgia do Sul

Visita à fantástica Gold Harbour, na Geórgia do Sul


O duro é conter nossos instintos de querer logo pegar um pinguim no colo ou acariciar um filhote mais fofo de elefante-marinho. Os guias estão sempre de olho em nós para nos “ajudar” a não esquecer essa regra de ouro. Essa e a outra de que os animais tem sempre preferência de tráfego. Assim, quando vamos cruzar com uma fileira de pinguins em sentido transversal, devemos parar e esperar que eles passem. Normalmente, a fila de pinguins caminha de forma muito ordenada e, ao nos ver, titubeiam um pouco. Mas quando percebem que estamos esperando pela passagem deles, logo retomam o passo.

Interagindo com um pequeno elefante-marinho na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul

Interagindo com um pequeno elefante-marinho na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul


Brincando com um filhote de elefante-marinho na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul (foto de J P Salakari)

Brincando com um filhote de elefante-marinho na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul (foto de J P Salakari)


A única maneira de nos aproximarmos ainda mais desses simpáticos e destemidos animais é quando a decisão de chegar ainda mais perto parte deles. Quer dizer, nós não podemos caminhar até eles, mas eles podem sim caminhar até nós. A gente não precisa se afastar quando isso acontece. Ficamos parados e deixamos que eles matem sua curiosidade, examinando-nos de perto, nos tocando e cheirando.

Interagindo com um pequeno elefante-marinho na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul

Interagindo com um pequeno elefante-marinho na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul


Olhando de perto um preguiçoso elefante-marinho na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul

Olhando de perto um preguiçoso elefante-marinho na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul


Pois bem, foi isso mesmo que aconteceu aqui em Gold Harbour hoje. Esse lugar maravilhoso, o tal éden que descrevi no post passado cercado de uma paisagem majestosa, ainda nos presenteou com o contato mais “íntimo” que tivemos com essa fauna que não teme os humanos. Pinguins e filhotes de elefantes marinhos se aproximaram e brincaram conosco, em um dos momentos mais especiais da viagem até agora. Até mesmo os gigantescos machos da espécie não se importaram com poses mais próximas de nossas fotografias. Foi espetacular!

Observando os turistas começarem a voltar para o Sea Spirit, em Gold Harbour, na Geórgia do Sul

Observando os turistas começarem a voltar para o Sea Spirit, em Gold Harbour, na Geórgia do Sul


Chegando perto da cachoeira em Gold Harbour, na Geórgia do Sul (foto de John Pairaudeau)

Chegando perto da cachoeira em Gold Harbour, na Geórgia do Sul (foto de John Pairaudeau)


Foi nosso último desembarque aqui na Geórgia do Sul. Não poderia ter sido mais especial. Começou com o caiaque ao lado dos elefantes-marinhos e abaixo da incrível geleira, continuou com as batalhas titânicas entre os machos por fêmeas e território e terminou com essa interação com a fauna, mais perto do que nunca. Por fim, ainda como um último suspiro, ao irmos embora de volta ao Sea Spirit, os zodiacs ainda nos levaram para mais perto da geleira e da cachoeira. Sem fôlego, voltamos ao nosso barco, já com saudades da Geórgia do Sul e ansiosos pela Antártida. Aliás, essa ilha incrível ainda nos reserva uma última atração: um passeio de barco por um extenso fiorde cercado de geleiras colossais e milenares por todos os lados. A nossa tarde promete...

Observando os filhotes de elefante-marinho na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul

Observando os filhotes de elefante-marinho na praia de Gold Harbour, na Geórgia do Sul

Geórgia Do Sul, Gold Harbour, Bichos, elefante marinho, Pinguim, Praia

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Um Dia Tranquilo - Finalmente

Estados Unidos, Flórida, Miami

Passeando em South Beach

Passeando em South Beach


Vencido o curto e desconfortável vôo, vencida a ciosa alfândega, fomos de taxi para Key Biscayne, para a casa do amigo de faculdade Marcelo, sua esposa Su e dos filhinhos André e Luisa. Cruzando as civilizadas e organizadas highways e avenidas de Miami, não pude deixar de notar o contraste com os lugares onde estivemos nessa última semana. Barra do Ararapira e Miami, mesmo continente, mesmo oceano mas tão diferentes e distintas. Cada uma feliz a sua maneira, cada uma com suas pessoas vivendo suas vidas, seu dia a dia, suas preocupações mundanas ("será que o mar vai acabar com minha praia e minha casa?", "será que o próximo furacão vai acabar com minha casa e minha praia?"). Tão diferentes, mas com suas semelhanças...

Aqui no apartamento pudemos dormir um pouco, recuperar parte do sono não dormido nos últimos meses. Depois, de tarde, encontramos a Ju (irmã da Ana, que mora em NY e veio encontrar a gente) e seu bem humorado namorado (futuro cunhado?) inglês, o David, professor de tenis nos ricos suburbios novaiorquinos. Passamos uma preguiçosa e deliciosa tarde na piscina e na praia em frente ao condomínio onde mora o Marcelo. Depois de tanto tempo, par a alegria da Ana, pudemos usar uma praia apenas para ficar deitados, nos bronzeando, ao invés de pedalar 30 km, ou andar 20 km ou nadar 2 km. Estávamos precisando!

A noite, depois de um jantar num restaurante próximo, a idéia de uma balada foi abortada, em benefício de uma noite completa bem dormida. Sábia decisão. Acordamos inteiros. Prontos para nos aventurar em downtown hoje. E vamos que vamos!

Estados Unidos, Flórida, Miami,

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Início de uma Nova Etapa

Brasil, Paraná, Curitiba

Almoço com a Luiza, em Curitiba - PR

Almoço com a Luiza, em Curitiba - PR


Os últimos três dias passaram rápido. Foram os dias dos preparativos finais para uma nova etapa da viagem, bem mais internacional do que as anteriores. Finalmente estamos prontos para enfrentar os países hermanos da América Latina e também os primos ricos lá de cima. Alaska, aí vamos nós!

Vovô e netinha em almoço dominical em Curitiba - PR

Vovô e netinha em almoço dominical em Curitiba - PR


Meu passaporte com o aguardado visto canadense chegou às minhas mãos na segunda-feira. Como já tinha o mexicano e o americano, agora a América do Norte é um território livre para mim. Para minha esposa italiana, sempre foi.

Outra documentação importante foi o seguro do carro. Já estamos com a conhecida "Carta Verde", o que nos permite dirigir no Paraguai, Uruguai, Argentina e Chile. Para os outros países da América do Sul fizemos uma extensão de perímetro, o que deixa o nosso carro segurado nestes países, mas não cobre terceiros. Para eles devemos obter seguros nas respectivas fronteiras. Da América central para cima, aí precisaremos obter o seguro integral (Fiona + terceiros) em cada fronteira. Ao longo da viagem veremos como funciona na prática e passaremos a informação.

Brincando com a tia, em Curitiba - PR

Brincando com a tia, em Curitiba - PR


Falando em seguro, também já contratamos o nosso, de saúde, para os próximos 12 meses. Não é muito fácil achar esse seguro por aí. O normal é vendê-lo por períodos menores, até quatro meses. Enfim, quem procura acha e já podemos ficar doentes até Agosto de 2012. Depois disso, melhor não ficar doente nem ter acidentes. Ou voltar correndo para o Brasil, hehehe

Gostoso almoço em família, em Curitiba - PR

Gostoso almoço em família, em Curitiba - PR


Também já temos as carteiras de vacinação atualizadas, cartões de crédito válidos para o exterior e carteira internacional de motorista. Enfim, no quesito burocracia está tudo em ordem! Mas nem só de burocracia foram esses dias. Estamos com a nossa querida Sony (máquina fotográfica) de volta, depois de muitos meses parada. E o nosso equipamento de mergulho foi todo revisado também, pronto para mais uns 100 mergulhos pelos mares do continente, a começar por Galápagos em Setembro.

Todos na Fiona, em Curitiba - PR

Todos na Fiona, em Curitiba - PR


Outra coisa muito importante foram as reuniões com o pessoal do site. Vamos fazer uma grande reformulação e desta vez vai! A nova página de fotos está ficando muito boa e eficiente, com slide show e tudo. Deve ficar pronta ainda este mês. O resto do site vai entrando no ar aos poucos e esperamos ter tudo pronto até o fim de Agosto.

Reunião com a equipe do site 1000dias, em Curitiba - PR

Reunião com a equipe do site 1000dias, em Curitiba - PR


Nossa idéia era partir hoje de tarde, mas para variar não conseguimos. No fundo, eu já sabia, hehehe. Saímos amanhã bem cedo para Prudentópolis, terra das cachoeiras gigantes do Paraná. De lá para Foz do Iguaçu ver as cataratas, no Brasil e na Argentina. Depois, Paraguai, Bolívia, norte da Argentina e norte do Chile, incluindo o deserto do Atacama, claro. Em seguida, litoral do Peru e a belíssima Cordilheira Blanca e finalmente Equador, onde devemos chegar no início de Setembro, pois já temos compromisso por lá nesta época: mergulho em Galápagos! Depois Colômbia e América Central. E por aí vai. Em breve, no site, teremos uma sessão com um roteiro previsto mais detalhado.

Com a vovó, em Curitiba - PR

Com a vovó, em Curitiba - PR


A novidade deste início de viagem será que teremos companhia. A Patrícia, mãe da Ana, segue conosco por uma semana. Vai até Foz e, quem sabe, uns dias no Paraguai também. Vai ser legal!

Então é isso. A Fiona já está carregada na garagem, pronta para partir. Despertator preparado também. Despedidas feitas, post escrito, a sorte está lançada! Vamos que vamos!

Noite de despedida da Luiza, em Curitiba - PR

Noite de despedida da Luiza, em Curitiba - PR



P.S. As fotos que ilustram esse post foram das despedidas desses últimos dias. A mais difícil, claro, da querida Luiza. Coisinha mais fofa!

Despedindo-se da Luiza, Dani e Dudu, em Curitiba - PR

Despedindo-se da Luiza, Dani e Dudu, em Curitiba - PR

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Férias das férias

Brasil, São Paulo, São Paulo

Metrô de Sâo Paulo - Estação da Consolação

Metrô de Sâo Paulo - Estação da Consolação


Depois de dois meses viajando, estava precisando de férias! Férias do site, férias dos posts, férias das fotos. Foi o que aconteceu nesses últimos dias aqui em São Paulo, capital. Aproveitei a dificuldade de se conectar na internet (a droga da Vivo está dando um baile na gente!) e descansei alguns dias. Quem quiser ver um relato mais detalhado desses nossos dias por aqui, basta dar uma olhada nos posts da Ana.

Visão de Praia Grande, no litoral sul de São Paulo

Visão de Praia Grande, no litoral sul de São Paulo


Queria só chamar a atenção para alguns pontos. No caminho de Peruíbe para cá, viemos pela Pe. Manoel da Nóbrega, rodovia de estrada dupla que liga a Imigrantes ao litoral sul de S. Paulo, desde São Vicente até Peruíbe, passando por Praia Grande, Mongaguá e Itanhaém. Todos em uma única, longa, quase interminável praia. Ela é toda urbanizada, balneário atrás de balneário, vários quarteirões de casas mais simples e uma linha de prédios na faixa litorânea. Eu nunca tinha entrado nessas cidades e confesso que tinha um certo preconceito contra essa parte do litoral. Bem melhor visitar o belo e chique litoral norte ou o selvagem e deserto litoral do extremo sul (Ilha do Cardoso ou Juréia).

Homem Aranha na Praia Grande - SP

Homem Aranha na Praia Grande - SP


Pois bem, após tantas passagens por lá, dessa vez resolvi entrar e ver mais de perto. Escohemos de sopetão, meio a esmo, o ponto de entrada. Calhou de ser em Praia Grande, na Vila Caiçara. Atravessados os quarteirões de casas, chegamos à orla e foi uma grata surpresa. Muito bem urbanizada, tudo bem arrumadinho, avenida, pista de cooper, calçadão, jardins, quiosques. Achei bem legal, para o que eu esperava. Tomamos uma cerveja, relaxamos um pouco e seguimos viagem. Numa próxima vez, entramos em Mongaguá ou Itanhaém.

Haroldo, Poia, Gegê, Kadu e Malu

Haroldo, Poia, Gegê, Kadu e Malu


Aqui em São Paulo, o período foi de muita socialização com família e amigos, todo mundo tratando a gente muito bem. Ganhamos vários almoços e jantares, o que contribuiu bastante para baixarmos a nossa média de gastos mensais. A temporada no Caribe nos deixou quebrados e estamos tentando nos recuperar agora. Aqui em S. paulo, além da comida, economizamos bastante por não ter de ficar em hotel ou pousada. Vamos ganhando fôlego para o que vem pela frente...

Estivemos com o Haroldo que, além de nos pagar um belo almoço ainda nos emprestou um carro menor. Bem mais fácil rodar em S. Paulo nele do que com a Fiona. Aliás, o Haroldo também nos emprestou sua garagem já que aqui no prédio onde estamos a Fiona não entra. Para ter um carro desses, uma garagem em casa não basta. É preciso ter um hangar!

Lelé e Carol

Lelé e Carol


Estivemos visitando a Poia e o Gegê e conhecemos a Malu, recém chegada a este mundo, para fazer companhia ao Kadu. Estivemos com nossos padrinhos Rafa e Laura numa balada e também com os amigos Aymoré e Sandra, que nos receberam em casa (mais um jantar na faixa!). Quem também nos recebeu em casa foram os outros padrinhos, Kina e Lelé, com os filhos JP e Carol. Lá se foi uma garrafa de Green Label e outro belo jantar. Por fim, os tios Gogóia e Tio Carlos nos receberam duas vezes em casa. Mais dois almoços na aba! He he he, nesse ritmo poderíamos viajar dois mil dias!

Feira de turismo no Anhembi - São Paulo

Feira de turismo no Anhembi - São Paulo


Estivemos na Feira de Turismo do Anhembi onde deu para perceber o enorme business que o setor de turismo pode se tornar, no Brasil. Também foi fácil perceber que poderíamos ficar mil dias só no nosso gigantesco país. Infelizmente, aqui vale aquela máxima: quanto mais conhecemos, mais sabemos o quanto ainda não conhecemos. De certa forma, é um sentimento massacrante.

A cada dia aqui em São Paulo, ficamos impressionados com o tanto de coisas que essa cidade oferece. Restaurantes, bares, lojas, museus, parques... É um mundo em si mesmo. Poderíamos facilmente passar meses por aqui, sem repetir programas. Só não sei se nossos amigos e familiares nos bancariam por tanto tempo assim... O fato é que logo passaremos por aqui novamente. Ainda faltou muito dos programas planejados por fazer.

Amanhã deixamos São Paulo rumo à uma temporada no sul de Minas, meu querido estado natal. Muitas montanhas, cachoeiras, frio e comida mineira. Hmmmmmm!!!

Brasil, São Paulo, São Paulo, Praia, Praia Grande

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King George e a Civilização Antártica

Antártida, King George Island

Nosso roteiro e pontos de parada na região da Península Antártica

Nosso roteiro e pontos de parada na região da Península Antártica


Deixamos Elephant Island e continuamos nosso caminho para ao continente antártico, dessa vez rumo à principal ilha do arquipélago de Shetland do Sul, a Ilha do Rei George, ou King George Island, em inglês. A ideia era fazer dois desembarques na costa da ilha, mas o tempo mudou, coisa muito comum por aqui, e só tivemos a chance de pisar em terra firme uma única vez, em um lugar chamado Turret Point. A ilha tem 95 km de comprimento e 25 km de largura e está a apenas 120 km de distância da península antártica. Tão perto assim, ninguém mais duvida: chegamos mesmo ao continente mais isolado da Terra!

Apenas na King George island são onze estações de pesquisa de 10 diferentes países, incluindo a estação brasileira Comandante Ferraz

Apenas na King George island são onze estações de pesquisa de 10 diferentes países, incluindo a estação brasileira Comandante Ferraz


Mas, será mesmo assim, tão isolado? Ao navegar pela costa de King George Island, nos chamou a atenção a quantidade de edificações que vimos em suas encostas. São apenas parte das chamadas estações científicas que se espalham pela ilha, pela península antártica e por todo o continente. Ao ver tantos sinais da ocupação humana, a curiosidade logo me atiçou: a quantas anda a exploração do “continente mais isolado do mundo” hoje?

Base científica argentina, uma das muitas existentes em King George Island, na Antártida

Base científica argentina, uma das muitas existentes em King George Island, na Antártida


Base científica argentina, uma das muitas existentes em King George Island, na Antártida

Base científica argentina, uma das muitas existentes em King George Island, na Antártida


Quando chegarmos à península antártica vou falar do descobrimento e época da exploração heroica do continente e da corrida entre o inglês Scott e o norueguês Amundsen para chegar ao polo sul no início do séc. XX. Atingido o polo o movimento se aquietou um pouco e apenas algumas estações baleeiras foram instaladas em ilhas ao redor da península antártica. Foi apenas durante e após a 2ª Guerra Mundial que os olhos do mundo voltaram-se para cá, com diversas nações começando a instalar bases científicas no continente, além de reclamar posse territorial. Primeiro foi a Inglaterra, ainda no início do século, seguida por Nova Zelândia, França, Austrália, Noruega e por fim, Chile em 1940 e Argentina em 1943.

Países que tem pretensões territoriais na Antártida. As pretensões de Argentina, Chile e Inglaterra incluem a península antártica e se sobrepõem

Países que tem pretensões territoriais na Antártida. As pretensões de Argentina, Chile e Inglaterra incluem a península antártica e se sobrepõem


Nenhum desses pedidos foi aceito internacionalmente e, com a realização do Ano Geodésico Internacional em 58/59, consagrado ao estudo da Antártida, essas antigas reclamações de posse foram colocadas em moratória por 30 anos enquanto novos pedidos foram proibidos. O Tratado da Antártida entrou em vigor em 1961 e os trinta anos venceram em 1991, quando o acordo foi renovado por outros 50 anos. Assim, pelo menos até o ano de 2041, a Antártida será considerada território internacional. A maioria das nações que reclamavam territórios na Antártida já parece aceitar a ideia de um continente internacional. As exceções são os dois países sul americanos, Argentina e Chile, que continuam a reclamar seus territórios. Tanto que nos dois países há leis que obrigam as empresas de cartografia a sempre mostrar as dependências antárticas de seus países quando forem produzir algum mapa nacional. O interessante é que as partes reclamadas por esses países, que incluem toda a península antártica e suas adjacências, assim como o território reclamado pela Grâ-Bretanha, se sobrepõem. Por exemplo, a King George Island, por onde passamos hoje, estaria no território desses três países...

Tanto o Chile (esquerda) como a  Argentina (direita) têm leis que obrigam os mapas a mostrarem suas pretenções territorias sobre a Antártida

Tanto o Chile (esquerda) como a Argentina (direita) têm leis que obrigam os mapas a mostrarem suas pretenções territorias sobre a Antártida


Foram esses interesses políticos, aliados com interesses científicos e econômicos, que geraram um verdadeiro boom de estações de pesquisa no continente no tal Ano Geodésico Internacional. Os países que reclamavam território, somados a Estados Unidos, a antiga União Soviética, Bélgica, Japão e África do Sul são as doze nações originais a assinar o Tratado da Antártida. Juntos, já possuíam quase 50 estações científicas na Antártida até a ratificação do Tratado, em 1961. Com o passar do tempo, outros países foram aderindo e, para ter direito a voto nas decisões, era preciso que também instalassem estações permanentes, que funcionassem o ano inteiro, na Antártida. Um deles foi o Brasil, com sua estação Comandante Ferraz instalada em 1984. Hoje, já são 50 nações incluídas no Tratado Antártico, 29 das quais com direito a voto, já que possuem bases permanentes no continente. São quase 80 bases científicas, pouco mais da metade delas operativas durante todo o ano.

Mapa da Antártida mostrando a localização das mais de 80 estações de pesquisa. Apenas 6 delas são no interior. A maioria fica no litoral e, principalmente, na península antártica, de clima bem mais ameno

Mapa da Antártida mostrando a localização das mais de 80 estações de pesquisa. Apenas 6 delas são no interior. A maioria fica no litoral e, principalmente, na península antártica, de clima bem mais ameno


Essas estações se espalham pelo continente, mas a grande maioria delas se encontra no litoral ou muito próximo a ele. A razão disso é simples: é muito mais barato manter uma base perto da costa. Além disso, as condições de vida no interior, no alto do platô antártico, são muito mais severas. Ali, apenas as nações mais ricas do mundo mantêm bases. Justamente sobre o polo sul, os Estados Unidos mantém a base de Scott-Amundsen. Situada a mais de 2.800 metros de altitude, a estação tem uma população de 200 pessoas no verão e cerca de 50 pessoas no inverno. Os russos mantém no interior a estação Vostok, a mais de 3 mil metros de altitude. Ela é famosa por ter registrado a temperatura mais baixa já medida no planeta: -89,2 graus célsius, frio o suficiente para congelar o dióxido de carbono no ar! Outras estações no platô antártico são a franco-italiana Concordia, a alemã Kohnen, a japonesa Dome Fuji (3.800 metros de altitude) e a chinesa Kunlun, a mais de 4 mil metros de altitude! Essas três últimas só funcionam no verão, fechando suas portas no inverno.

Aurora austral sobre a base americana de Amundsen-Scott que fica justamente sobre o polo sul do planeta

Aurora austral sobre a base americana de Amundsen-Scott que fica justamente sobre o polo sul do planeta


Mas é mesmo no litoral onde se encontram a grande maioria das estações. Entre elas se destaca a gigantesca base americana de McMurdo, a maior do continente. Aí vivem cerca de 1.200 pessoas no verão e cerca de 200 durante o inverno. É uma pequena cidade, com direito a banco, porto e muitos automóveis. De McMurdo parte uma estrada construída de neve compactada até a estação de Scott-Amundsen, no polo sul. São 1.600 km de extensão, percorrendo toda a plataforma de Ross, subindo as montanhas até o platô antártico e seguindo pelo planalto polar até o polo sul. Obviamente, não é uma estrada para carros normais. Os comboios de tratores demoram quase 40 dias para ir de McMurdo até Scott-Amundsen levando suprimentos para a temporada. Na volta, sem peso, é bem mais rápido. Antes que alguém se apresse em reclamar da poluição causada por esses comboios, na verdade eles economizam vários voos de transporte para a estação do polo sul, eles sim muito mais poluentes. Esses voos e comboios para o polo sul só ocorrem até o inverno chegar. Aí, por mais de 4 meses gelados e escuros, os habitantes de Scott-Amundsen ficarão totalmente isolados. Mesmo casos de emergência médica deverão ser solucionados ali mesmo.

Uma estrada de neve compactada de 1.600 km liga as bases americanas de McMurdo, no litoral do continente, e Amundsen-Scott, no polo sul do planeta

Uma estrada de neve compactada de 1.600 km liga as bases americanas de McMurdo, no litoral do continente, e Amundsen-Scott, no polo sul do planeta


Caravana de tratores percorre a estrada que liga as bases americanas de McMurdo e Amundsen-Scott, na Antártida

Caravana de tratores percorre a estrada que liga as bases americanas de McMurdo e Amundsen-Scott, na Antártida


De volta às estações do litoral, há uma grande concentração delas ao longo da península antártica, onde o clima é ainda mais ameno. E é justamente na King Georg Island, ali pertinho da ponta da península, onde está o maior número de estações, inclusive a nossa brasileira. Apenas naquela pequena área são 12 estações de onze países diferentes. Entre elas se destaca a base chilena Eduardo Frei, com a pista de avião mais movimentada desse lado da Antártida. Junto à base científica, está uma “base civil”, praticamente uma pequena vila onde moram famílias e crianças, há uma escola, correio, banco, biblioteca entre outras amenidades. Aí nasceu Juan Pablo Camacho, em 1984, o primeiro chileno a nascer na Antártida.

Visão da estação chilena de Villa Las Estrellas, a maior das duas únicas estações civis da Antártida, em King George Island. Quase uma pequena vila, com escola, banco e correio. A outra é La Esperanza, argentina

Visão da estação chilena de Villa Las Estrellas, a maior das duas únicas estações civis da Antártida, em King George Island. Quase uma pequena vila, com escola, banco e correio. A outra é La Esperanza, argentina


Mas ele não foi a primeira criança do continente. Essa honra cabe ao argentino Emilio Palma, nascido em 1978 na base civil argentina de La Esperanza. Localizada na ponta da península antártica, esta também é considerada uma pequena vila. O nascimento das crianças, assim como a administração civil das bases faz parte do esforço argentino e chileno em consolidar o território como parte de suas respectivas nações. Também nesse sentido, mas agora por parte dos russos, foi construída a primeira igreja do continente, a mais austral do mundo, na base desse país em King George Island. A igreja é permanentemente habitada por um padre, o ano inteiro. Esforços não só para garantir a posse territorial, mas os direitos econômicos de uma possível exploração econômica no futuro. O Tratado Antártico, além de suspender as reclamações territoriais, também impede a exploração comercial dos minérios do continente. Muita gente teme hoje que isso não seja renovado em 2041, especialmente com tantos países interessados num subsolo que, tudo indica, é muito rico.

A primeira igreja da Antártida, na estação russa de Bellingshausen, em King George Island, na Antártida (foto de Jens Bludau)

A primeira igreja da Antártida, na estação russa de Bellingshausen, em King George Island, na Antártida (foto de Jens Bludau)


Falando em minérios, quem, por exemplo, também está presente na King George Island são os chineses. Entre outras amenidades de sua base está um imenso cômodo grande o suficiente para partidas de basquete. Na inauguração de sua base, seguindo uma tradição de seu país, foram soltas centenas de pombas brancas. Como se sabe, esse não é um animal natural da Antártida. Poucas horas depois, todas elas estavam mortas congeladas. A triste história das pombas da estação chinesa Grande Muralha só fica pequena quando comparada com o que ocorreu 6 anos antes, em 1979, do outro lado do continente.

Há até carros na gigantesca base americana de McMurdo, na Antártida

Há até carros na gigantesca base americana de McMurdo, na Antártida


A companhia aérea da nova Zelândia promovia voos turísticos sobre o continente branco. Um enorme- DC-10 decolava pela manhã de Auckland, voava até a Antártida e voltava, centenas de passageiros debruçados nas janelas acompanhados de guias que explicavam fatos sobre o continente. Até que um desses aviões se estatelou no mais famoso vulcão da Antártida, o Erebus, matando 273 pessoas no maior acidente aéreo da história daquele país. Até hoje, em verões mais quentes quando a neve derrete, é possível ver os destroços do avião nas encostas da montanha. Não foi um bom início para a história da exploração turística da região.

Visão noturna de Villa Las Estrellas, a maior das duas vilas existentes na Antártida (em King George Island)

Visão noturna de Villa Las Estrellas, a maior das duas vilas existentes na Antártida (em King George Island)


Falando em tragédias, dessa vez aqui mesmo em King George, impossível não lembra do que ocorreu com a nossa base brasileira. Foi destruída pelo fogo em 2011, logo uma explosão. Infelizmente, morreram dois brasileiros no acidente. A base foi desmantelada e uma estrutura provisória foi construída para abrigar pesquisadores enquanto uma nova base, muito mais moderna, não fique pronta. É importante para o Brasil continuar garantindo a nossa presença permanente no continente. Seja pelos nobres motivos científicos ou pelos não tão nobres econômicos.

Uma foto do incêndio da base brasileira Comandante Ferraz, em King George Island, na Antártida. Duas pessoas morreram

Uma foto do incêndio da base brasileira Comandante Ferraz, em King George Island, na Antártida. Duas pessoas morreram


Voltando ao turismo, hoje, a maioria de nós chega aqui de navio, mas ainda há os turistas que vem de avião, principalmente de Punta Arenas rumo à pista de pouso da vila de Las Estrellas. Entre as atividades que promovem o turismo daqui há até uma maratona que já começa a se tornar tradicional, a Maratona da Antártida, toda ela realizada em King George Island, atraindo cada vez mais participantes.

Corredores da já tradicional 'Maratona da Antártida', na King George Island

Corredores da já tradicional "Maratona da Antártida", na King George Island


Pois é, esse é o continente que chamamos de isolado. Com seus 5 mil habitantes durante o verão, cerca de 1.000 no inverno, quase 50 mil turistas anuais, uma estrada de 1.600 km e até uma maratona anual, acho que já não é tão isolado assim...

A base americana de McMurdo, a maior base da Antártida, com mais de 1.000 habitantes no verão

A base americana de McMurdo, a maior base da Antártida, com mais de 1.000 habitantes no verão

Antártida, King George Island, história

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Tobago Cays, Franceses e a Espaçonave Russa

São Vicente E Granadinas, Union Island, Tobago Cays

Admirando praia de Tobago Cays, no sul de São Vicente e Granadinas, no Caribe

Admirando praia de Tobago Cays, no sul de São Vicente e Granadinas, no Caribe


Logo cedo, estávamos embarcando na voadeira do “Tiger” para um dia de explorações pelo parque marítimo de Tobago Cays e outras pequenas ilhas próximas. Outra opção teria sido pegar um dos barcos grandes que fazem um day-tour parecido, mais esquematizado. No preço da passagem já estaria incluído comida e bebida também. Mas, fazendo as contas, principalmente a viagem para Granada amanhã (o mesmo Tiger vai nos levar), ficou melhor irmos no nosso “pequeno” grupo, composto por nós mesmos, hehehe. Além disso, o Tiger combinou um esquema de comermos e bebermos com outro grupo maior, todos de franceses, que seguiam em outro barco.

Saindo de voadeira de Union Island para Tobago Cays, no sul de São Vicente e Granadinas, no Caribe

Saindo de voadeira de Union Island para Tobago Cays, no sul de São Vicente e Granadinas, no Caribe


O mar não estava para peixe, e foram uns 40 minutos de muito sacolejo para chegarmos à ilha onde foi filmado uma das cenas de “Piratas no Caribe”. Um pequeno paraíso cercado por areias brancas, mar caribenho e habitado apenas por coqueiros e caranguejos. Mas havia lá também uma outra coisa, que parecia meio fora do lugar. O Tiger logo disse: “São destroços de uma espaçonave russa”. Bem incrédulo, me aproximei. E não é que era mesmo! Claramente se via os escritos naquele estranho alfabeto cirílico, assim como as várias camadas de insulação que protegem a nave contra o choque de partículas no espaço, a velocidades muito maiores que da bala de um revólver.

Restos de nave russa em tobago Cays, no sul de São Vicente e Granadinas, no Caribe

Restos de nave russa em tobago Cays, no sul de São Vicente e Granadinas, no Caribe


Estava ali tentando imaginar como aquela estrovenga tinha chegado naquela ilha perdida no meio do Caribe quando nossa atenção teve de se concentrar em algo muito mais premente: o céu ameaçador anunciava a chegada de uma forte tormenta tropical. Foi só o tempo do Tiger levantar parte dos destroços da nave e encostá-los num coqueiro, fazendo um pequeno abrigo, que os fortes ventos e intensa chuva começaram. Ainda bem que não tinha sido quinze minutos antes, quando ainda estávamos em alto mar!

Protegendo-se de tormenta em abrigo improvisado com restos de nave russa em Tobago Cays, no sul de São Vicente e Granadinas, no Caribe

Protegendo-se de tormenta em abrigo improvisado com restos de nave russa em Tobago Cays, no sul de São Vicente e Granadinas, no Caribe


Pois bem, lá ficamos os três nessa situação realmente inusitada. Em uma ilha supostamente paradisíaca em pleno Caribe, cercados por uma forte tempestade e tendo como único abrigo os destroços de uma nave espacial! Difícil de acreditar... Ainda não sabia como a nave havia chegado aqui (de certo, o mar a trouxe de longe...), mas já sabia o porquê! Era para proteger dois manés brasileiros perdidos no meio de uma tormenta, hehehe!

Praia paradisíaca em manhã nublada em Tobago Cays, no sul de São Vicente e Granadinas, no Caribe

Praia paradisíaca em manhã nublada em Tobago Cays, no sul de São Vicente e Granadinas, no Caribe


A tempestade demorou um pouco mais para ir embora do que tinha demorado para chegar. Mas, enfim, se foi... E nós pudemos caminhar um pouco pela pequena ilha, já não tão bela sob aquele céu cinzento. Começamos a conhecer também o grupo de franceses, que tinha se abrigado sob folhagens de coqueiros. Os franceses, pelo menos na nossa experiência, formam a maioria dos turistas por aqui. Talvez pela proximidade de Martinica e Guadalupe, talvez porque toda essas ilhas fizeram parte da história do país, nas suas guerras com a Inglaterra, o fato é que vimos dezenas deles, nesse último mês pelo Caribe.

Snorkel com tartarugas em Tobago Cays, no sul de São Vicente e Granadinas, no Caribe

Snorkel com tartarugas em Tobago Cays, no sul de São Vicente e Granadinas, no Caribe


Não demorou muito para vermos toda a ilha e logo o Tiger já estava nos levando para as próximas ilhas, bem ali do lado. Agora estávamos no coração das Tobago Cays, dezenas de iates e veleiros ancorados em suas baías protegidas. O mar estava com aquela cor verde esmeralda e, dessa vez, ao invés de nos deixar na praia, o Tiger nos deixou no meio da baía. É o melhor local possível para quem quer mergulhar com tartarugas. Nunca vimos tantas num mesmo lugar. Cheguei a enquadrar quatro na mesma foto, embora fique meio difícil de discernir todas elas na fotografia. Mas foram dezenas desses simpáticos animais. Essa espécie se alimenta de “sea grass”, e isso não falta naquela baía rasa de águas claras e tranquilas.

Snorkel com tartarugas (tem 4 delas na foto!) em Tobago Cays, no sul de São Vicente e Granadinas, no Caribe

Snorkel com tartarugas (tem 4 delas na foto!) em Tobago Cays, no sul de São Vicente e Granadinas, no Caribe


Depois de muita natação e perseguição às ariscas cascudas, nadamos para uma pequena ilha ali pertinho. Novo período de socialização com os franceses e tive de desenferrujar a língua novamente. Justo agora que já pensava que inglês e espanhol seriam suficientes para o resto da viagem, hehehe. Todos muito curiosos sobre a nossa viagem, explicaram que vinha numa viagem de grupo, organizada pela internet, onde se conheceram apenas no aeroporto, para um tour de duas semanas pelas ilhas do sudeste do Caribe.

Local do nosso almço em Tobago Cays, no sul de São Vicente e Granadinas, no Caribe

Local do nosso almço em Tobago Cays, no sul de São Vicente e Granadinas, no Caribe


A próxima parada foi em uma ilha onde já estava preparado nosso banquete. Muito peixe, rum, batatas, saladas, arroz, frutas e o que eles chamam aqui de “lamby”. Apenas outro nome para “conch” (muito popular nas Bahamas), um tipo de marisco que vive dentro de conchas. Uma delícia! Mais uma oportunidade para socializar não só com os franceses, mas também com os rastas que organizavam o day-tour deles. Umas figuras!

Chegando à minúscula Happy Island, em frente à Union island, em São Vicente e Granadinas, no Caribe

Chegando à minúscula Happy Island, em frente à Union island, em São Vicente e Granadinas, no Caribe


Mais tempo para snorkel com peixes a arraias e seguimos para a pequena Happy Island, já bem perto de Union Island e do fim do passeio. Na verdade, a pequena ilha foi feita artificialmente, com conchas, areia e um pouco de cimento. É exatamente do tamanho de um bar e, na verdade, é um bar. Aí ficamos amigos de um simpático casal de canadenses que, além de nos pagar de surpresa nossos rum punches, ainda nos ofereceram estadia em sua cada, no Nappa Valley, a região produtora de vinhos na Califórnia, onde moram atualmente. Muito legal!

Novos amigos em Happy Island, em frente à Union Island, no sul São Vicente e Granadinas, no Caribe

Novos amigos em Happy Island, em frente à Union Island, no sul São Vicente e Granadinas, no Caribe


De volta à Union Island e á simpática e agitada Clifton, onde tivemos mais uma noite gostosa no bar da Niki (onde tínhamos conhecido a Eugenia), depois de comer outra pizza deliciosa na francesa, em companhia de uma dominicana que fazia aniversário e de um casal de franceses que estava no day-tour e que está de mudança para San Francisco. Ótima companhia, mas fomos todos dormir cedo. Amanhã é dia de viajarmos, de voadeira, para o último país desse nosso giro pelo Caribe, Granada. Serão dois dias em Carriacou e outros dois na própria Granada, de onde voamos no dia 1º para Barbados e Nova York. A tristeza de deixar o Caribe começa a bater...

Visitando loja de duas super figuras em Clifton, na Union Island, sul de São Vicente e Granadinas, no Caribe

Visitando loja de duas super figuras em Clifton, na Union Island, sul de São Vicente e Granadinas, no Caribe

São Vicente E Granadinas, Union Island, Tobago Cays, Clifton, Happy Island, Praia

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A Caminhada para Kalalau

Hawaii, Kauai-Kalalau

Paisagens cinematográficas da Na'Pali Coast, no caminho para o Kalalao, em Kauai, no Havaí

Paisagens cinematográficas da Na'Pali Coast, no caminho para o Kalalao, em Kauai, no Havaí


Nosso guia de parques nacionais nos EUA e Canadá já avisava: essa é considerada por muitos como a mais bela trilha costeira do mundo. São 11 milhas, ou pouco mais de 17 quilômetros, subindo e descendo morros, cruzando riachos, avistando cachoeiras, serpenteando por entre precipícios, quase sempre perto do mar. A trilha passa por apenas uma outra praia, logo na marca das duas milhas. Boa parte da primeira metade é na sombra de árvores, mas a segunda metade não é para aqueles que tem medo de altura, pois o estreito caminho segue por entre barrancos e desfiladeiros. O prêmio de todo esse esforço, principalmente nessa segunda metade do caminho, são as vistas magníficas.

Placa informativa no início da famosa Kalalao Trail, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí

Placa informativa no início da famosa Kalalao Trail, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí


Para quem só tem um dia disponível, a administração do parque estadual onde se localiza a trilha permite que se siga até a primeira praia. Para ir além dela, é preciso uma autorização de camping, o que se consegue por internet. Junto com os vulcões da Big Island, com as ondas gigantes de Oahu e com o passeio de helicóptero que fizemos ontem, esse era o nosso programa havaiano mais esperado. O Rafa e a Laura toparam a empreitada e assim, bem cedo, saímos de Lihue para Hanalei Bay, onde deixamos nossa bagagem na casa alugada pelo Sidney e daí seguimos mais uns quilômetros, até o início da Kalalau Trail.


Nossos caminhos no Kauai. Ontem, fomos de Lihue (A) ao mirante para ver Kalalau (B) e voltamos à Lihue. Hoje, fomos a Hanalei Bay (C), onde deixamos nossa bagagem na casa do Sidney e seguimos ao início da trilha para a praia de Kalalau (D)

Ontem já tínhamos dado uma boa olhada na Na’Pali Coast, região percorrida pela trilha, lá do alto, tanto do helicóptero como do mirante para onde fomos de carro, de tarde. Absolutamente magnífica e grandiosa. É o único trecho da ilha onde não há estradas. Se algum dia resolvessem completar a estrada que quase dá a volta em Kauai, esse trecho deveria ser repleto de pontes e túneis, pois não há parte plana. Felizmente, ali é um parque, uma região protegida, e não há risco de que essa estrada seja construída. A Na’Pali Coast e a Kalalau Beach permanecerão tão inacessíveis como tem sido há milhares de anos. Sorte dos nossos filhos e netos!

Praia no início da trilha para o Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí

Praia no início da trilha para o Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí


Início de caminhada rumo ao Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí

Início de caminhada rumo ao Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí


Nosso plano era percorrer a trilha até o meio da tarde, a tempo de chegar, montar as barracas e aproveitar um pouco da praia. Amanhã, um banho de mar, recolher acampamento e voltar para o carro, quem sabe com tempo ainda para fazer alguma das trilhas alternativas que saem da trilha principal, rumo a alguma cachoeira. Compramos comida suficiente para esse plano, o Rafa e a Laura fizeram uma produção em série de sanduíches durante a viagem de carro enquanto o macarrão seria o nosso banquete de noite. Eram dez da manhã quando pusemos o pé na trilha, mais animados do que nunca para as belezas que nos esperavam.

Cruzando riacho na trilha para o Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí

Cruzando riacho na trilha para o Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí


Centenas de totens de pedras na tHanakap'ai, a única praia no caminho para o Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí

Centenas de totens de pedras na tHanakap'ai, a única praia no caminho para o Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí


O primeiro trecho da trilha, as duas milhas até a praia de Hanakapi’ai, é bem tranquilo, até com bastante movimento. Ainda cheios de energia, mal sentimos as subidas e descidas, a as vistas do mar azul e da costa entrecortada nos fazendo esquecer do esforço. Quando percebemos, já estávamos na praia onde boa parte dos visitantes deixa uma torre de pedras empilhadas. O resultado é uma verdadeira “floresta” desses totens. Apesar do movimento, a praia tem um aspecto bem selvagem e as ondas grandes desestimulavam qualquer tentativa de banho de mar. Pausa para lanche, descanso e conversa jogada fora.

Hanakap'ai, a única praia no caminho para o Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí

Hanakap'ai, a única praia no caminho para o Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí


A partir daí, tudo muda de figura. A trilha se estreita e fica bem mais rústica. O movimento cai bastante e as subidas ficam bem mais íngremes. Em compensação, a vista fica ainda mais bonita! Foi aí que nos separamos, eu à frente, com meus pensamentos e botões enquanto a Ana caminhava com o Rafa e a Laura, cada um com sua máquina fotográfica.

Momento de relaxamento depois de grande subida na trilha para o Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí

Momento de relaxamento depois de grande subida na trilha para o Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí


Descansando e admirando a vista na trilha para o Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí

Descansando e admirando a vista na trilha para o Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí


Assim seguimos até a metade do caminho, onde há um local de camping ao lado de um riacho mais largo que os outros, encachoeirado e formando piscinas naturais. “Ponto de parada na volta, ideal para um banho!”, pensei. Para hoje, estavámos com o tempo meio apertado. Aí esperei os companheiros de trilha para um novo e merecido lanche.

Cruzando uma mata no caminho para o Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí

Cruzando uma mata no caminho para o Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí


Paisagens sempre grandiosas ao longo das 11 milhas de trilhas até o Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí

Paisagens sempre grandiosas ao longo das 11 milhas de trilhas até o Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí


É a partir desse ponto que a trilha fica mais espetacular e de onde vem a sua fama de mais bela trilha costeira do mundo. Outra vez nos separamos, eu com os botões na frente e os outros atrás. A trilha vai “ladeando” grandes penhascos, algumas vezes passando por cima, outras pelo meio deles. Do alto de um, vemos os próximos à frente, só imaginando por onde passará a trilha por ali. Afinal, numa primeira vista, eles parecem muito altos para se chegar até o topo e, ao mesmo tempo, muito inclinados para que a trilha consiga passar em sua lateral. Mas ela passa! Bem estreita, mas passa!

Percorrendo as belíssimas paisagens da Na'Pali Coast, no caminho para a Kalalao, em Kauai, no Havaí

Percorrendo as belíssimas paisagens da Na'Pali Coast, no caminho para a Kalalao, em Kauai, no Havaí


O Rodrigo já está no alto do próximo morro, no caminho para o Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí

O Rodrigo já está no alto do próximo morro, no caminho para o Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí


Ao nosso lado, diversas vezes, passam os helicópteros que fazem o mesmo passeio que fizemos ontem. Eles são o lembrete de que, apesar de estarmos no meio de uma natureza exuberante, a civilização está logo ali. Eles ficam minúsculos perto dessa grandiosidade toda. Quem também fica minúsculo são a Ana, a Laura e o Rafa, caminhando por uma trilha um penhasco atrás de mim. É uma diversão ver aqueles três “pontos coloridos” no meio da gigantesca encosta que mergulha sobre o mar.

A Ana, Laura e Rafa caminham por trilha na beira de um penhasco, a caminho da Kalalao Beach, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí

A Ana, Laura e Rafa caminham por trilha na beira de um penhasco, a caminho da Kalalao Beach, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí


O cenário maravilhoso na trilha do Kalalao, ao longo da Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí

O cenário maravilhoso na trilha do Kalalao, ao longo da Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí


Por fim, do alto de mais um penhasco, aparece a praia do Kalalau, lá embaixo. Estamos na marca das 10 milhas, falta uma de descida. O sol de fim de tarde iluminando as areias e a costa montanhosa torna a visão ainda mais gloriosa. Essa última milha passa rapidamente e, quando vejo, já estou caminhando na praia. Quase sem perceber também, já estou dentro d’água, mochila e roupas suadas na areia. Quem me desperta é a primeira onda gigante que estoura poucos metros à minha frente. Atrás dela vem outras e eu me delicio com o frescor da água e com o barulho de trovão que passa sobre minha cabeça, meus dedos agarrados fortemente à areia embaixo. Quando o mar sossega um pouco, aproveito para sair, sentindo-me abençoado por aqueles momentos maravilhosos.

Descansando e fotografando aa Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí

Descansando e fotografando aa Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí


Finalmente, depois de 10 milhas percorridas, a praia do Kalalao está próxima! (na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí)

Finalmente, depois de 10 milhas percorridas, a praia do Kalalao está próxima! (na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí)


Na areia, agora, assisto a um fantástico pôr-do-sol, o céu pintado de dourado e depois de vermelho. A Ana estava chegando agora e conseguiu fotografar essa pintura. A gente se encontra no camping, eu já me preparando para montar nossa “casa”. Agora, instruído pel esposa escoteira, rapidamente a barraca está montada, bem no tempo em que chegam o rafa e a Laura para montar a barraca deles. Quando tudo está escuro, temos acampamento montado!

Chegando à Kalalao Beach no final da tarde, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí

Chegando à Kalalao Beach no final da tarde, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí


Um inesquecível pôr-do-sol nos recebe na praia de Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí

Um inesquecível pôr-do-sol nos recebe na praia de Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí


Antes do jantar, ainda tem a hora do banho. Na ponta da praia, para fazê-la ainda mais bonita, uma cachoeira escorre sobre a pedra. Com nossas lanternas, tomamos uma delicioso banho de água doce e fresca, mais natural impossível. Depois, de volta à barraca, chegamos à conclusão inevitável: a praia é bonita demais para irmos embora já pela manhã. Temos de passar um dia inteiro por aqui, no mínimo! Será que a comida de um dia dará para dois? Vai ter de dar! A primeira medida de contenção é deixar o macarrão para amanhã. Hoje, atacamos mais sanduíces e barras de granola. O Kalalau merece esse sacrifício!

Banho de cachoeira na nossa primeira noite em Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí

Banho de cachoeira na nossa primeira noite em Kalalao, na Na'Pali Coast, em Kauai, no Havaí

Hawaii, Kauai-Kalalau, mar, Parque, Praia, trilha

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