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SHUFFLE Há 1 ano: Paraná Há 2 anos: Paraná

Maratona em Dominica: 2 - O Rio

Dominica, Trois Pitons National Park

Escalando a primeira cachoeira do Titou Gorge, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe

Escalando a primeira cachoeira do Titou Gorge, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe


Bem ali onde começa e termina a caminhada para o Boiling Lake, há um rio passando em um canyon estreito e escuro, meio cavernoso. O ambiente pode ser escuro, mas a água é claríssima! E, ao meio-dia, com o sol à pino, a luz solar é capaz de entrar no canyon, pintando a água de um verde-azulado inacreditável. Esse cenário de sonho é conhecido como Titou Gorge.

Entrando no Titou Gorge, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe

Entrando no Titou Gorge, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe


É este mesmo rio que, poucos quilômetros abaixo, desaba em uma das cachoeiras de Trafalgar Falls, onde estivemos ontem. Aqui também há cachoeiras, mas para chegar até elas, primeiro é preciso nadar canyon adentro.

Um estreito e sombrio canyon semi-submerso, assim é o maravilhoso Titou Gorge, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe

Um estreito e sombrio canyon semi-submerso, assim é o maravilhoso Titou Gorge, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe


O único problema num lugar desses é fotografá-lo. Já estivemos em locais parecidos, na Chapada das Mesas, na Chapada Diamantina e na Serra da Mantiqueira e é sempre a mesma dificuldade. A máquina normal, de melhor qualidade, não resistiria à intensa umidade. Além de todo o vapor, ainda tempos de nadar um bom percurso. Já a máquina à prova d’água, ela é boa para fotos embaixo d’água, ou mesmo acima, quando está seca! Não é o caso num canyon desses. O vapor sempre embaça a lente e não há como secá-lo. Enfim, a gente faz o melhor que pode...

No topo da primeira cachoeira do Titou Gorge, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe

No topo da primeira cachoeira do Titou Gorge, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe


Nadamos por uns 25 metros entre paredes com mais de 10 metros de altura e a poucos metros de distância uma da outra. O teto é feito de folhagens da floresta acima de nós, suas folhas filtrando a luz do sol que tenta entrar.

Escalando a primeira cachoeira do Titou Gorge, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe

Escalando a primeira cachoeira do Titou Gorge, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe


Quando chegamos à curva lá na frente, lá está uma cachoeira espremida entre as rochas, passando de uma câmara à outra, cenário de filme de Indiana Jones. Uma corda na parede nos ajuda a subir a cachoeira e assim entramos em outra câmera, ou “quarto”.

A segunda cachoeira do Titou Gorge, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe

A segunda cachoeira do Titou Gorge, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe


Aí há uma segunda cachoeira, bem mais alta que a primeira. Não é possível escalá-la sem equipamentos. No sentido contrário, seria um ótimo caminho para a prática do canyoning. A gente fica um tempo por aí, curte o visual, bebe da energia que inunda o local, tomamos um banho com forte massagem sobre a cachoeira.

Maravilhoso banho na segunda cachoeira do Titou Gorge, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe

Maravilhoso banho na segunda cachoeira do Titou Gorge, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe


Depois, é tempo de voltar. Sem percebermos, meia hora já havia se passado naquele incrível mundo mágico em que estávamos. Estava encima da hora para dirigirmos de volta à Roseau e ao nosso hotel, para pegar o barco do mergulho. E assim foi, nossa programação ainda funcionando como um relógio! Chegamos dois minutos antes do combinado e, dez minutos mais tarde, já estávamos no barco. Mas isso é outra história...

Escalando a primeira cachoeira do Titou Gorge, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe

Escalando a primeira cachoeira do Titou Gorge, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe

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Mais um Caiaque Polar

Antártida, Half Moon Island

Sob os olhos atentos do guia no zodiac, nosso grupo rema ao lado de um bloco de gelo em Half Moon Island, na Antártida (foto de Marla Barker)

Sob os olhos atentos do guia no zodiac, nosso grupo rema ao lado de um bloco de gelo em Half Moon Island, na Antártida (foto de Marla Barker)


Depois da longa volta na antiga cratera vulcânica de Deception Island enquanto almoçávamos e nos divertíamos, o Sea Spirit rumou para o norte outra vez, seguindo a cadeia de ilhas que forma o arquipélago de Shetlands do Sul. Essa foi a primeira região da Antártida a ser descoberta, ainda em 1819. Um ano depois e já eram centenas de navios, quase todos atrás dos lobos marinhos, uma caça e comércio que fez a fortuna de aventureiros naquela época. Os animais quase foram extintos, os aventureiros se foram e um novo continente havia sido descoberto!

Mais uma vez os caiaques na água, dessa vez em Half Moon Island, na Antártida

Mais uma vez os caiaques na água, dessa vez em Half Moon Island, na Antártida


Hora de mais um caiaque, dessa vez em Half Moon Island, na Antártida

Hora de mais um caiaque, dessa vez em Half Moon Island, na Antártida


Nosso destino era uma pequena ilha chamada Half Moon Bay, muito popular entre os navios turísticos que visitam a Antártida nos meses de verão. O Sea Spirit é apenas o primeiro dessa temporada, mas muitos seguirão. A ilha é pequena e já tem uma trilha demarcada que leva os turistas a uma colônia de pinguins chinstrap. No caminho, ainda se pode ver pinguins gentoo e, com sorte, alguma espécie de foca antártica, como a crabeater ou a weddell.

De volta às águas geladas antárticas, dessa vez em Half Moon Island

De volta às águas geladas antárticas, dessa vez em Half Moon Island


Desde o caiaque observando um dos rochedos da pequena Half Moon Island, na Antártida

Desde o caiaque observando um dos rochedos da pequena Half Moon Island, na Antártida


Para nós, do seleto grupo do caiaque, foi mais uma chance de remar. Já era mais de 6 da tarde, mas o dia aqui escurece bem tarde e teríamos chance não só de remar como de percorrer a pequena trilha na ilha. Então, enquanto os outros passageiros seguiam diretamente para terra firme, nós fomos para a água. Como sempre, muito bem vestidos para enfrentar as baixas temperaturas, a saia de borracha para vedar nossa caiaque, luvas, gorros e câmeras!

Um bloco de gelo se equilibra sobre uma rocha no mar ao redor Half Moon Island, na Antártida

Um bloco de gelo se equilibra sobre uma rocha no mar ao redor Half Moon Island, na Antártida


A segunda sessão de caiaque do nosso grupo hoje, dessa vez em Half Moon Island, na Antártida

A segunda sessão de caiaque do nosso grupo hoje, dessa vez em Half Moon Island, na Antártida


Quando vamos fazer caiaque, eu e a Ana sempre levamos duas câmeras: a pequena e prática canon, que compramos agora no Chile, e a GolPro, que já nos acompanha faz tempo. Cada um fica com uma delas e, conforme for, vamos trocando durante o caiaque.. A GolPro vai amarrada na cabeça, filmando. De vez em quando, tiramos alguma foto. Mas as filmagens são melhores que as fotos. Com a canon, precisamos tomar mais cuidado. Vai dentro de um saco plástico pendurado no pescoço. Para fotografar, é preciso parar, tirar a máquina lá de dentro, fazer as fotos e guardar tudo de volta para, só então voltar a remar. Com o frio e a água gelada do mar vindo de todos os lados, mais as luvas, não é muito fácil. Enfim, com paciência vai.

De volta às águas geladas antárticas, dessa vez em Half Moon Island. Tudo devidamente registrado com uma GoPro!

De volta às águas geladas antárticas, dessa vez em Half Moon Island. Tudo devidamente registrado com uma GoPro!


Caiaque em Half Moon Island, na Antártida

Caiaque em Half Moon Island, na Antártida


Além das nossas fotos, contamos também com as fotos tiradas pelo guia que dirige o zodiac. Ele está sempre por perto e, de pé no barco, tem ângulos e uma estabilidade que nós não temos. Além dele, em dias como hoje quando remamos perto da costa onde estão os outros passageiros, também temos a chance de ser fotografados por eles. Cansados de pinguins e focas, muitas vezes eles se voltam para nós, fotogênicos que somos em meio a esta paisagem polar em nossos barcos de cores fortes. Depois, se as fotos saírem boas e eles estiverem de bom humor, até ganhamos essas fotos de presente!

Nosso grupo rema ao lado das encostas de Half Moon Island, na Antártida

Nosso grupo rema ao lado das encostas de Half Moon Island, na Antártida


Nosso grupo rema ao lado das encostas de Half Moon Island, na Antártida

Nosso grupo rema ao lado das encostas de Half Moon Island, na Antártida


Essa tarde, o mais interessante foi remar ao redor dos blocos de gelo, quase pequenos icebergs que disputavam o espaço do mar conosco. Depois de tanto tempo nesses mares polares, já estamos ficando acostumados com eles. É como se fossem troncos boiando em mares tropicais.

Remando ao redor de um bloco de gelo no mar ao lado de Half Moon Island, na Antártida

Remando ao redor de um bloco de gelo no mar ao lado de Half Moon Island, na Antártida


Contornando pequeno iceberg em Half Moon Island, na Antártida

Contornando pequeno iceberg em Half Moon Island, na Antártida


Quando não tão gigantescos, podemos nos aproximar sem medo que ele se vire. Poder ver de perto e tocar nesse gelo que caiu sob forma de neve há milhares de anos no topo de alguma montanha, foi compactado até virar gelo, escorreu lentamente em uma geleira até o mar onde se tornou um iceberg para, finalmente, derreter novamente, é emocionante. De alguma forma, ele nos liga a épocas e eras muito distantes e a um mundo diferente do nosso.

Chegando perto de um bloco de gelo em Half Moon Island, na Antártida (foto de Brian Myers)

Chegando perto de um bloco de gelo em Half Moon Island, na Antártida (foto de Brian Myers)


Além desse contato com o gelo, também é diferente ver os pinguins da água. Quando eles nos veem por aqui, parece que nos respeitam mais, seres aquáticos como eles. Com sorte, vemos algum nadando também, principalmente em águas transparentes como essa. No caiaque de hoje, podíamos ver o fundo do mar cheio de pedras abaixo de nós. E olha que nem mais havia sol para iluminar, tampado pelas nuvens. Essa transparência toda era um estímulo para um mergulho, mas bastava botar a mão na água para desistir da ideia. Congelaríamos em minutos, literalmente!

Água gelada, mas transparente, em Half Moon Island, na Antártida

Água gelada, mas transparente, em Half Moon Island, na Antártida


Enfim, muitas fotos e icebergs depois, remamos para terra firme. Quase oito da noite, tínhamos mais uma hora para nossas explorações terrestres...

Remando ao lado de uma encosta gelada cheia de pinguins chinstrap, em Half Moon Island, na Antártida

Remando ao lado de uma encosta gelada cheia de pinguins chinstrap, em Half Moon Island, na Antártida

Antártida, Half Moon Island, caiaque

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Honduras e a Semana Santa

Honduras, Fronteiras, Utila

Meio de transporte em Utila, ilha no litoral norte de Honduras

Meio de transporte em Utila, ilha no litoral norte de Honduras


Durante essa viagem, pudemos comprovar na pele um dos mitos preferidos dos viajantes brasileiros: a história de que somos queridos e bem quistos em todos os lugares. Podemos afirmar, em primeira mão, que isso é verdade! Do Alaska à Argentina, passando pelas ilhas do Caribe ou países da América Central, brasileiros fazem o maior sucesso. Não sei se devemos agradecer ao Pelé, ao Romário ou ao Ronaldo, mas o fato é que todos gostam de nós, dos policiais aos frentistas, dos garçons aos hoteleiros. Estando com Ana ali do lado, então, o sucesso ainda fica maior!

Passando pela fronteira entre Guatemala e Honduras, perto de Puerto Cortés

Passando pela fronteira entre Guatemala e Honduras, perto de Puerto Cortés


Faltava passar pelo último teste: Honduras! Esse é o país com a pior fama na América Central com relação à violência e chateação de autoridades. Tanto que, na vinda, quando ainda subíamos para o Alaska, resolvemos fazer uma passagem relâmpago, de apenas 3 horas cruzando o país. Não tivemos absolutamente nenhum problema, mas saímos aliviados quando cruzamos a fronteira para El Salvador. Agora, mais de um ano depois, chegou a hora de cruzar o país novamente. Só que, dessa vez, nossa ideia não é passar rapidamente, não. Ao contrário! Chegou a hora de conhecer o país de verdade!

Chegando à Puerto Cortés, no norte de Honduras

Chegando à Puerto Cortés, no norte de Honduras


Tanto tempo de estrada nos fez aprender que as histórias e famas que chegam até nós, seja pela imprensa, seja por relatos de conhecidos de conhecidos, quase sempre são exageradas. Apenas as notícias ruins viajam, enquanto as boas, ou as “normais”, simplesmente não são notícias e não ficamos sabendo. Enfim, depois da nossa ótima estadia no “perigoso” México, e mesmo em países como Guatemala e El salvador (que também não tem boa fama de segurança), estávamos loucos para verificar que com Honduras seria igual! Basta não ter o azar de estar no lugar errado, na hora errada. Para isso, coisas simples como não dirigir de noite e nem ficar de bobeira perto da fronteira ajudam bastante.

Praia na região de Puerto Cortés, no norte de Honduras

Praia na região de Puerto Cortés, no norte de Honduras


Mas, voltando ao primeiro tópico do post, aquele de que somos sempre bem recebidos por sermos brasileiros, minha curiosidade com Honduras vem do fato de que o Brasil, na gestão do nosso querido ex-presidente, cometeu aqui uma de suas maiores patuscadas de sua política externa (que não foram poucas...), possivelmente queimando o nosso filme. Em 2009, seguindo exatamente o que manda a constituição do país, Manuel Zelaya, o então presidente, foi deposto. Ele insistia em organizar um plebiscito para aprovar a possibilidade de reeleição de presidente, algo que era terminantemente proibido pela constituição. Mais: a carta magna do país dizia que quem quer que defendesse essa ideia perderia seu cargo, seja o gari, seja o próprio presidente. Enfim, com o apoio dos poderes legislativo e judiciário, do Ministério Público e de ampla maioria da população, o presidente foi deposto. Mas aí, liderados pelo finado Chavez e pelo Brasil, os países da América Latina acusaram o “golpe” e quiseram, a todo o custo, impor ao país que aceitasse o tal Zelaya de volta. Honduras resistiu, agarrada a sua constituição e, de novo seguindo sua lei, organizou novas eleições. Mas o Brasil insistiu, contrabandeando o Zelaya para dentro de sua embaixada em Tegucigalpa, de onde ele fez de tudo para atrapalhar o processo que aqui ocorria. A situação chegou ao auge do ridículo quando ele cobriu as janelas da embaixada brasileira com papel alumínio para, segundo ele, se defender dos “raios mentais” (???) que um aparelho trazido por uma equipe do serviço secreto israelense estava disparando sobre ele.

varanda do nosso restaurante, com bela vista para praia na região de Puerto Cortés, no norte de Honduras

varanda do nosso restaurante, com bela vista para praia na região de Puerto Cortés, no norte de Honduras


Enfim, novas eleições foram organizadas, o candidato do partido de Zelaya foi derrotado fragorosamente, a guerra civil antecipada por Chavez e pelo Brasil não ocorreu (já que ele mal tinha partidários, além de barulhentas minorias organizadas) e o presidente eleito assumiu, sendo reconhecido por boa parte do mundo civilizado. Quem não reconheceu foi a Venezuela e... o Brasil! Sem reconhecer o novo governo, nosso país impôs a exigência de visto de viagem para os hondurenhos. Por reciprocidade, brasileiros passaram a necessitar, também, de visto para entrar em Honduras. E nós, já com o pé na estrada, passamos a ter uma nova preocupação na cabeça. Felizmente, o tempo passou e, na surdina, o novo governo brasileiro voltou atrás e as relações se normalizaram, caindo a exigência de visto. Mas, teria ficado alguma cicatriz?

Estudando o mapa do país em restaurante na região de Puerto Cortés, no norte de Honduras

Estudando o mapa do país em restaurante na região de Puerto Cortés, no norte de Honduras


O sorriso sincero do guarda que nos recebeu nos mostrou que não! E meia hora dirigindo no país nos mostrou que, também aqui, brasileiros são bem recebidos! Quanto à segurança, difícil imaginar estradas mais seguras como nessa época do ano. Em plena Semana Santa, o feriado mais movimentado do país, centenas de bloqueios policiais e militares são colocados em todas as estradas. A Fiona, como sempre, fazendo o maior sucesso entre eles. A maioria das vezes, só precisávamos abaixar os vidros para continuar. Ou, quando havia alguma conversa, a simpatia era total! A imagem daquela tal “má fama” acabou completamente.

Cruzando pequena cidade no norte de Honduras

Cruzando pequena cidade no norte de Honduras


Falando em Semana Santa, foi ela que acabou definindo nosso roteiro pelo país. Noventa e nove por cento dos turistas estrangeiros que vêm à Honduras querem visitar as Bay Islands e/ou as ruínas de Copán. A grande maioria fica só nisso. Nós também queremos ir a esses dois lugares, mas também acrescentamos no nosso roteiro o lago Yojoa, a capital Tegucigalpa e a cidade histórica de Gracias. Assim, acreditamos, vamos conseguir formar uma ideia bem mais completa do país. Vai faltar uma visita à parte leste de Honduras, uma região de difícil acesso e que iria requerer mais tempo, coisa que anda em falta ultimamente. Então, essa parte vai ficar para a próxima...


Nossos destinos em Honduras: A ilha de Utila (A), as ruínas de Copán (B), a cidade histórica de Gracias (C), o lago Yojoa (D) e a capital Tegucigalpa (E)

Resolvido aonde íamos, faltava decidir a ordem a ser seguida. Geograficamente, faria até mais sentido começarmos pelas ruínas mayas de Copán, mas a questão da Semana santa nos fez decidir pelas Bay Islands, primeiro. Isso porque, no litoral, elas estariam lotadas. Mas se lá chegássemos ainda no início da semana (agora!), ainda teríamos alguma chance de achar hotel. Se ficasse para depois, já nem haveria essa chance. As outras cidades do nosso roteiro, todas no interior, não são tão disputadas assim, na Semana Santa.

Então, rumo à La Ceiba, cidade de onde partem os barcos para Roatán, Utila e Cayo Cocinos, as tais “Bay Islands”. Saímos de Rio Dulce, onde havíamos reencontrado a Fiona ontem de tarde, atravessamos a fronteira sem problemas e seguimos para Puerto Cortés e depois, para a “famosa” San Pedro Sula, considerada a cidade mais violenta do continente! Como nas cidades mexicanas, aqui também quase todas as mortes estão ligadas à guerra de gangues e tráfico de drogas. Raramente a violência atinge os turistas. Mas a fama, tenho de reconhecer, é péssima. De dentro da Fiona, passamos curiosos pela periferia da cidade, um marco na nossa travessia pelo continente. Com a luz do dia, tudo pareceu uma aventura inocente e, com a mesma segurança que entramos, saímos. Inteiros!


Nosso caminho de Rio Dulce, na Guatemala (A) até La Ceiba, em Honduras (D), passando ao lado de Puerto Cortés (C) e dentro de San Pedro Sula (D). De La Ceiba saem os barcos para as “Bay islands”, como a famosa Roatán e Utila, nosso próximo destino

Depois, mais umas poucas horas de estradas, muitos bloqueios policiais e chegamos à La Ceiba. Instalamo-nos em um hotel na praça principal da cidade e fomos buscar informações sobre as Bay Islands. Já faz tempo que tínhamos decidido não seguir para Roatán, a mais turística e cara das ilhas, mas nossa primeira opção as pequenas Cayos Cocinos, aparentemente, estavam lotadas. Só há um hotel por lá, completamente cheio e as casas particulares estavam sendo disputadas a ferro e fogo. Teríamos mais chances mesmo em Utila, com muito mais opções de hospedagem. O negócio era chegar lá e tentar, de porta em porta. Na pior das hipóteses, temos nossa barraca. E na pior da pior das hipóteses, voltamos no barco da tarde. Então, é isso aí, amanhã cedinho, barco para Utila! A Fiona fica nos esperando no porto, do lado de cá. Dando tudo certo, vai ganhar novo descanso...

Honduras, Fronteiras, Utila, história

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Nossos Queridos Amigos Chilenos

Chile, Santiago

Com o Pablo e a Andrea no restaurante Venezia, em Santiago, capital do Chile

Com o Pablo e a Andrea no restaurante Venezia, em Santiago, capital do Chile


No dia 3 de Fevereiro de 2011, quando tínhamos “apenas” 300 dias de viagem, tivemos um encontro insólito. Foi lá na Serra de Ibiapaba, no Ceará (post aqui). Ainda éramos viajantes inexperientes, pois ainda não havíamos saído com a Fiona do Brasil, e ficamos exultantes ao ver um carro chileno, uma Hilux também, em um estacionamento da cidade. A curiosidade nos fez ir lá conhecer o casal que fazia aquela viagem e foi assim que encontramos o Pablo e a Andrea.

Com o Pablo e a Andrea, juntos à famosa estátua de Nossa senhora no topo do Cerro San Cristobal, em Santiago, capital do Chile

Com o Pablo e a Andrea, juntos à famosa estátua de Nossa senhora no topo do Cerro San Cristobal, em Santiago, capital do Chile


Eles já tinham vários meses de estrada, muitas fronteiras nas costas, praticamente todos os países da América do Sul no retrovisor. Viajavam de uma maneira mais simples que nós, com um orçamento bem mais apertado e dormindo sempre no próprio carro, para economizar ao máximo e assim, poder conhecer mais lugares. Aliás, naquela época, conversando sobre custos, eles disseram que se tivessem as nossas economias, viajariam por dez, e não por três anos, hehehe.

Chegando ao tradicional bar La Piojera, em Santiago, capital do Chile

Chegando ao tradicional bar La Piojera, em Santiago, capital do Chile


Pois é, passamos o dia juntos no Parque Nacional de Ubajara (que saudades daquele lugar! Veja o post aqui!) e cada dupla seguiu o seu caminho, nós para o norte e eles para o sul. Mas o contato pela internet nunca mais foi perdido. Poucos meses depois eles chegavam a Curitiba, onde ficaram hospedados na casa da mãe da Ana. Aí encontraram uma outra personagem que tanto amamos: a Diana.

A Andrea, nossa amiga chilena, passeia com a saudosa Diana nas ruas de Curitiba, no Paraná, em Maio de 2011

A Andrea, nossa amiga chilena, passeia com a saudosa Diana nas ruas de Curitiba, no Paraná, em Maio de 2011


Quando eu conheci a Ana, em 2006, ela já tinha uma linda cadela, uma espécie de perdigueiro misturada com dog alemão, uma combinação que nunca mais vimos em lugar nenhum. A combinação exata, nunca vamos saber, pois ela foi achada na rua, ainda muito nova. O fato que ela era bela de chamar a atenção, muita gente na rua e nos parques querendo saber que cachorro era aquele. Para melhorar, era amável como ela só, apesar do tamanho, sendo incapaz de fazer mal a uma mosca. Eu logo me afeiçoei a ela e não demorou para que a considerasse, também, a minha cadela. Não perdia a chance de levá-la para passear, seu momento mais feliz do dia.

O Pablo, nosso amigo chileno, descansa com a saudosa Diana durante passeio pelas ruas de Curitiba, no Paraná, em Maio de 2011

O Pablo, nosso amigo chileno, descansa com a saudosa Diana durante passeio pelas ruas de Curitiba, no Paraná, em Maio de 2011


A Andrea, nossa amiga chilena, passeia com a saudosa Diana nas ruas de Curitiba, no Paraná, em Maio de 2011

A Andrea, nossa amiga chilena, passeia com a saudosa Diana nas ruas de Curitiba, no Paraná, em Maio de 2011


Por isso, esse foi um motivo de tristeza quando iniciamos nossa viagem. A Diana ficou para trás. Até pensamos em trazê-la conosco, inspirados no pessoal do Viagens Maneiras, mas ao final, desistimos. Algumas vezes, pelo Skype, até conseguimos “falar” um pouco com ela, a Diana latindo quando ouvia nossa voz. Enfim, a tristeza maior era que um câncer crescia dentro dela. Sempre achamos que ainda daria tempo de voltar a vê-la, mas não deu. Porém, nesse meio tempo, eis que nossas amigos chilenos estiveram em casa e, todos os dias, religiosamente, saíam com a Diana, De longe, emocionados, acompanhamos pelas fotos. Era lindo ver a alegria dela, novamente nas ruas.

O Pablo, nosso amigo chileno, descansa com a saudosa Diana durante passeio pelas ruas de Curitiba, no Paraná, em Maio de 2011

O Pablo, nosso amigo chileno, descansa com a saudosa Diana durante passeio pelas ruas de Curitiba, no Paraná, em Maio de 2011


Enfim, ela se foi, em paz, enquanto desfrutávamos da nossa longa viagem. Mas aquelas fotos ficaram, acompanhando nosso imaginário ao redor das Américas. E agora, chegando à Santiago, tivemos a grande alegria de rever nossos amigos queridos, os mesmos lá do Ceará, os mesmos dos passeios com a Diana, enfim, aqui, na casa deles.

Caminhando pela Calle Ahumada, no centro de Santiago, capital do Chile

Caminhando pela Calle Ahumada, no centro de Santiago, capital do Chile


O Pablo e Andrea saíram ontem de tarde da cidade onde hoje moram para vir a Santiago. A gente se encontrou de noite, no hostel. Como já estávamos instalados e com a diária paga, deixaram que ficássemos nesta noite por aqui. Mas já combinamos que hoje iríamos para a casa da mãe do Pablo, onde também vai ficar a Fiona guardada enquanto viajamos para a Ilha de Páscoa.

Com a Andrea, subindo de funicular o Cerro San Cristobal, em Santiago, capital do Chile

Com a Andrea, subindo de funicular o Cerro San Cristobal, em Santiago, capital do Chile


Hoje cedo, já estavam no hostel novamente, para nos ciceronear por Santiago, cidade onde o Pablo nasceu e cresceu, cidade onde a Andrea estudou. Não preciso dizer o quanto o nosso dia foi melhor por causa disso. Além da super companhia, eles já sabiam aonde ir e como ir. Nos deram aulas de história e geografia, costumes e culinária, enfim, turbinaram nosso aprendizado sobre o país. Caminhando com eles por esse cenário urbano, parecia que havia sido ontem, nossa última caminhada juntos, por cachoeiras perdidas no Ceará (veja o post aqui). A mesma companhia, dois cenários tão diferentes. É a magia de uma grande viagem como essa.

O Pablo e a Andrea no topo do Cerro San Cristobal, em Santiago, capital do Chile

O Pablo e a Andrea no topo do Cerro San Cristobal, em Santiago, capital do Chile


No meio da tarde, a Andrea voltou para casa. Tinha uma consulta marcada, pois está grávida, contagem regressiva para o grande acontecimento. O Pablo continuou a nos guiar e acompanhar, também dormindo na casa da mãe. No nosso circuito chileno, que se estende pelos próximos meses, misturado com a Argentina, já temos mais um ponto obrigatório de parada: a cidade de Rengo, onde moram. Afinal, viajar é muito mais do que conhecer lugares. É conhecer pessoas.

Com o Pablo e a Andrea, observando a cidade de Santiago, capital do Chile, do alto do Cerro San Cristobal

Com o Pablo e a Andrea, observando a cidade de Santiago, capital do Chile, do alto do Cerro San Cristobal

Chile, Santiago, amizade, Diana

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Caminhada de Volta

Brasil, Ceará, Jericoacoara, Tatajuba

O morro do Farol já está bem visível, se aproximando de Jericoacoara - CE

O morro do Farol já está bem visível, se aproximando de Jericoacoara - CE


Hoje foi um dia "light", hehehe. Como ontem já tínhamos andado até a Lagoa da Torta e a Duna do Funil, hoje "só" precisávamos caminhar de volta para Jericoacoara. O que são 25 km, depois de ter andado 40? Como diria um querido tio meu: "Ééééééé..."

Maré bem baixa na partida de Tatajuba - CE

Maré bem baixa na partida de Tatajuba - CE


A gente até se deu ao luxo de sair mais tarde. Ficamos conversando com os donos da deliciosa pousada Portal do Vento. E aí, olha só a coincidência! Eles estão querendo se mudar para Moreré, lá em Boipeba-BA e até já estão vendo uma pousada para comprar... Adivinha qual? Aquela que ficamos, do simpático casal ingês. Mundinho pequeno...

Caminhando de Tatajuba para Jeri, antes de chegar à barra do Guriú - CE

Caminhando de Tatajuba para Jeri, antes de chegar à barra do Guriú - CE


Aproveitamos a maré baixa das 10:30 e atravessamos o canal de mar que separa Tatajuba do caminho para Jeri. Assim, não tivemos de atravessar o lodo do dia anterior. Depois, pé na estrada! Ou na areia... Logo no início, encontramos um figuraça, um mineiro de nome Felipe, que vinha de bicicleta de São Luís e vai seguir até Olinda. Durante uma hora andamos juntos, sob chuva e sob sol, ele relatando suas peripécias. Adorou os Lençóis Maranhenses, mas passou um perrengue por lá. O vento soprava forte contra nós neste momento e eu comentei com ele que seu longo caminho, de oeste para leste não deveria ser fácil "Pois é..." - ele respondeu - "o vento tem sido meu inimigo nessas duas semanas! Já tô até acostumado...". Que dureza!

Balsas para atravessar o rio Guriú - CE

Balsas para atravessar o rio Guriú - CE


Tentando ajudar o balseiro na travessia da barra do Guriú - CE

Tentando ajudar o balseiro na travessia da barra do Guriú - CE


Ele acelerou suas pedaladas, para tentar aproveitar os últimos momentos de maré baixa enquanto nós seguimos no nosso ritmo de andarilhos. Quando chegamos na Barra do Guriú, ela já estava bem cheia e tivemos de passar de balsa. Até aprendemos a "remar"!

Aproveitando uma rara e bendita sombra na longa caminhada de Tatajuba para Jericoacoara - CE

Aproveitando uma rara e bendita sombra na longa caminhada de Tatajuba para Jericoacoara - CE


Depois, devagar e sempre, viemos até Jeri. A duna do pôr-do-sol e o Morro do Farol foram ficando cada vez maiores e mais bonitos. O sol estava quente, mas o vento e os mergulhos no mar e nos rios ajudavam.

Atravessando, na maré cheia, o último obstáculo antes de chegar em Jericoacoara - CE

Atravessando, na maré cheia, o último obstáculo antes de chegar em Jericoacoara - CE


Chegando em Jeri, fomos direto à creperia que tanto gostamos, a Naturalmente. Delícia! O dono, com raízes no Pará, nos deu várias dicas de lá. E, para alegria da Ana, conhecia também o famoso bar de Teresina, o Nós e Elis, sobre o qual ela devorou o livro do Joca Oeiras. Pena que o bar, que marcou época nos anos 80 e 90, não existe mais.

Fim de caminhada, final de tarde, próximo à Jericoacora - CE

Fim de caminhada, final de tarde, próximo à Jericoacora - CE


Depois, pousada, merecido banho e muito trabalho na internet. Com pausa para delicioso jantar comemorativo da caminhada no Mosquito Blue. Amanhã, bye bye Jeri, seguimos em frente. Mas as doces lembranças seguem conosco...

Ao lado da Duna do Pôr-do-Sol, chegando em Jericoacoara - CE

Ao lado da Duna do Pôr-do-Sol, chegando em Jericoacoara - CE

Brasil, Ceará, Jericoacoara, Tatajuba,

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Portillo e o Cristo Redentor

Chile, Portillo

A magnífica paisagem da estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile

A magnífica paisagem da estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile


Saímos hoje de Santiago rumo a Mendoza, na Argentina. No caminho, uma parada importante: a famosa estação de esqui de Portillo, já bem perto da fronteira, a quase 3 mil metros de altitude nos Andes, sonho de muitos brasileiros e cidadãos de outros continentes, principalmente na temporada de inverno.



O hotel e a estação de esqui foram abertos ao público em 1949, a exatos 2.880 metros de altitude. Mas os teleféricos aí instalados levam os esquiadores bem mais alto, até os 3.300 metros. Daí, eles podem esquiar quase 800 metros para baixo, até os 2.550 metros, de onde um teleférico os leva de volta ao hotel ou ao alto da pista novamente.

Rumo ao Paso Cristo Redentor, sobre os Andes, entre Santiago (Chile) e Mendoza (Argentina)

Rumo ao Paso Cristo Redentor, sobre os Andes, entre Santiago (Chile) e Mendoza (Argentina)


O famoso hotel da estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile

O famoso hotel da estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile


A estação de Portillo ganhou fama internacional depois que foi sede de um campeonato mundial em 1966. Desde então, tornou-se um dos locais prediletos para treinos de diversas equipes de países do hemisfério norte, principalmente quando é verão por lá e inverno por aqui. Entre os fregueses costumeiros estão equipes dos Estados Unidos, Áustria e Itália.

Cadeirinhas desligadas na estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile

Cadeirinhas desligadas na estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile


Agora, em plena primavera, a estação de esqui está fechada. Mesmo assim, parar por aqui é um colírio para os olhos. O hotel fica ao lado da Laguna del Inca, um lago alpino espremido entre várias montanhas cobertas de neve. É uma paisagem magnífica, um verdadeiro colírio para os olhos. Para quem se hospeda no hotel, pode até tomar banho de piscina aquecida no meio de todo esse visual. Para quem não é hóspede, a opção é comer no restaurante, que também tem suas janelas voltadas para esta paisagem deslumbrante. E se você não quiser ver as montanhas, pode ver os diversos quadros que adornam as paredes, mostrando todos os esquiadores famosos que já passaram por aqui.

A magnífica paisagem da estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile

A magnífica paisagem da estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile


A gente foi só conhecer o lugar, mas não comemos. Preferimos nos divertir com o enorme São Bernardo que recepciona os visitantes. Nesta época do ano, ele deve achar o movimento meio caído e fica fazendo cara de enfadado. Mas que é um cão que combina com aquela paisagem, isso ele é!

A magnífica paisagem da estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile

A magnífica paisagem da estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile


Bom, depois da nossa parada em Portillo (o hotel fica na beira da estrada!), seguimos mais uns poucos quilômetros e passamos pela aduana chilena. Nem precisamos nos deter ali, pois toda a aduana e burocracia, chilena e argentina, é feita do lado de lá, dentro de um acordo entre os dois países. Seguimos adiante, subimos mais um pouco até que, aos 3.200 metros, chegamos à fronteira propriamente dita, o Paso Cristo Redentor, também conhecido como Paso Los Libertadores.

Piscina do hotel da estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile

Piscina do hotel da estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile


A curiosidade é que essa fronteira está dentro de um túnel com cerca de 3 quilômetros de extensão. Entramos no Chile e saímos na Argentina, assim, num passe de mágica. Essa é a fronteira mais utilizada entre os dois países, sempre com muito tráfego pesado, caminhões e ônibus. Do lado chileno, temos de vencer uma verdadeira ladeira inclinada, muitas idas e voltas num ziguezague interminável. Na verdade, termina sim, são pouco mais de 30 voltas no tal caracol que serpenteia montanha acima. Já no lado argentino, a descida é bem mais suave.

Algumas das equipes de esqui internacionais que já se hospedaram e treinaram na estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile

Algumas das equipes de esqui internacionais que já se hospedaram e treinaram na estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile


Mas não foi sempre assim. O túnel foi inaugurado em 1980 e, antes dele, a estrada subia muito mais alto, até os 3.800 metros, com mais 65 voltas no ziguezague. Lá encima estava (e continua lá!) uma estátua do Cristo Redentor, com 7 metros de altura sobre um pedestal com outros 6 metros. Daí vem o nome dessa importante ligação entre os dois países.

A Ana com o cão São Bernardo que é o mascote da estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile

A Ana com o cão São Bernardo que é o mascote da estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile


Foi por aí que passaram as tropas do general argentino San Martin em 1817, na campanha militar que liberou o Chile do jugo espanhol. Essa estrada foi solenemente inaugurada em 1904, uma celebração entre os dois países que, pouco tempo antes, quase chegaram à guerra por questões fronteiriças. Ao invés da guerra, veio e paz e, com ela, essa estrada por onde já transitaram milhões de pessoas entre os dois países vizinhos, Primeiro, lá por cima, ao lado da estátua. Mais tarde, pelo túnel, por onde passamos eu, a Ana e a Fiona hoje, de volta ao país dos hermanos que tanto amamos! Começa mais uma etapa dos nossos 1000dias!

Chegando à fronteira entre Chile e Argentina no Paso Cristo Redentor, na estrada que liga Santiago a Mendoza

Chegando à fronteira entre Chile e Argentina no Paso Cristo Redentor, na estrada que liga Santiago a Mendoza

Chile, Portillo, fronteira, Lago, Laguna del Inca

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As Emoções da Véspera

Falkland, Atlântico Sul Falkland

Propriamente vestidos para fazer caiaque nos mares gelados do sul, no trecho entre Buenos Aires e as Ilhas Malvinas

Propriamente vestidos para fazer caiaque nos mares gelados do sul, no trecho entre Buenos Aires e as Ilhas Malvinas


Essa longa viagem de barco por 2 mil km de mar aberto entre Buenos Aires e as Ilhas Malvinas tem sido muito interessante, mas obviamente não é por isso que estamos todos aqui. Nós viemos porque queremos conhecer terra firme. Uma terra firme isolada e perdida do mundo, ainda imaculada pela civilização, por viajantes e turistas. Lugares que ainda se assemelham a maneira como eram há 10 mil anos, território da natureza e da vida selvagem.

Recebendo instruções sobre embarques e desembarques usando os botes infláveis, um dia antes de chegarmos às Ilhas Malvinas

Recebendo instruções sobre embarques e desembarques usando os botes infláveis, um dia antes de chegarmos às Ilhas Malvinas


Pois bem, esse momento está chegando. Amanhã chegamos às Ilhas Malvinas. Depois, mais uns dias de navegação e chegamos à Geórgia do Sul. Por fim, a cereja do bolo, a Península Antártica. Nesses dias de desembarque, a nossa rotina muda, pelo menos em relação ao que estamos acostumados até agora, aqui dentro do Sea Spirit. E hoje foi o dia de começarmos a nos preparar para o que vem pela frente, pelo tão esperado desembarque.

A Val, guia da equipe de caiaques do Sea Spirit, no trecho entre Buenos Aires e as Ilhas Malvinas

A Val, guia da equipe de caiaques do Sea Spirit, no trecho entre Buenos Aires e as Ilhas Malvinas


Assim, além das palestras sobre animais que estamos e vamos ver e do tempo de observação nos decks externos do Sea Spirit (hoje foi o mais espetacular dia de observação até agora!), também tivemos nosso tempo de instrução sobre os procedimentos de embarque e desembarque e sobre como devemos nos comportar em terra, principalmente quando estivermos próximos da vida animal.

Aprendendo a usar as roupas e equipamentos do caiaque, no trecho entre Buenos Aires e as Ilhas Malvinas

Aprendendo a usar as roupas e equipamentos do caiaque, no trecho entre Buenos Aires e as Ilhas Malvinas


Em primeiro lugar, o procedimento de “seguridade biológica”. Isso é levado muito a sério por todas as empresas que trazem turistas para essa região do globo. A ideia é tentar evitar ao máximo que levemos agentes biológicos “alienígenas” para essas ilhas isoladas. Todas as nossas roupas e equipamentos devem ser minuciosamente limpos antes de desembarcarmos nas Malvinas, para não dar carona até lá para algum inseto, semente, fungo ou qualquer matéria orgânica que não seja nativa de lá. Coisas vivas trazidas da Europa e América não são benvindas por aqui, pois podem causar, eventualmente, um desequilíbrio ecológico prejudicial às plantas e animais autóctones. Cuidado especial com velcros, onde essas coisas costumam se “esconder”. Os calçados de desembarque serão sempre as botas de borracha que ganhamos no primeiro dia de viagem. Antes de entrar nos zodiacs, e também na volta, antes de entrarmos no navio, pisamos com elas em um líquido que extermina 98% das bactérias. Esse procedimento de bioseguridade será repetido sempre que mudarmos de ilhas, antes das Malvinas, antes da Geórgia do Sul e antes da Antártida, pois também não deve haver trânsito de matéria orgânica entre esses três ambientes supostamente isolados entre si.

Propriamente vestido para fazer caiaque nos mares gelados do sul, no trecho entre Buenos Aires e as Ilhas Malvinas

Propriamente vestido para fazer caiaque nos mares gelados do sul, no trecho entre Buenos Aires e as Ilhas Malvinas


Explicado e muito bem entendido isso, passamos aos zodiacs, os barcos infláveis que fazem o nosso transporte entre o navio e terra firme. Todo o cuidado para embarcar e desembarcar dele, já que o mar está sempre em movimento. Todo mundo de coletes e bem agasalhados, sempre atentos aos comandos do guia que estiver no comando do barco. Para embarcar, uma equipe de funcionários nos ajuda, dizendo onde sentar e oferecendo os braços como apoio. Ali, eles são os chefes e nós obedecemos. Simples assim, Cada zodiac leva até dez passageiros, tudo organizado pelos nossos guias e as pessoas vão entrando por ordem de chegada.

O Colin instrui a Ana sobre como usar o caiaque, ainda no convés do Sea Spirit no trecho entre Buenos Aires e as Ilhas Malvinas

O Colin instrui a Ana sobre como usar o caiaque, ainda no convés do Sea Spirit no trecho entre Buenos Aires e as Ilhas Malvinas


Pronto, na teoria, já sabíamos de tudo. Faltava ver na prática. Todo mundo preparado para amanhã? Não, um pequeno e afortunado grupo de 10 pessoas precisava de mais instruções. O grupo do caiaque, eu e a Ana incluídos. Desde que começamos a planejar nossa viagem à Antártida, já imaginávamos atividades com um pouco mais de “adrenalina” no continente branco, como se diz por aí. Queríamos algo que nos aproximasse ainda mais da natureza, dos elementos e da vida selvagem. Montanhas, mergulho, acampamento e caiaques. Infelizmente, essas atividades requerem uma infraestrutura que ainda é bem pouco oferecida aos viajantes mais intrépidos e, quando o são, tem um custo meio salgado. De qualquer maneira, nessa expedição que resolvemos vir, apenas a atividade de caiaques era oferecida. Acampar em solo antártico ou subir alguma das maiores montanhas do continente, são sonhos que ficaram para depois. Alpinismo tem de ser feito em uma expedição especialmente planejada para isso e é bem caro. Acampamento, isso já é mais comum, ofertado por várias expedições. Mergulho, não encontramos nenhuma operação comercial para isso. Nosso sonho em chegar perto de da temida foca leopardo abaixo d’água ainda continua sendo isso, um sonho. Sobrou então a opção do caiaque.

Vestida e com o caiaque montado! (no trecho entre Buenos Aires e as Ilhas Malvinas)

Vestida e com o caiaque montado! (no trecho entre Buenos Aires e as Ilhas Malvinas)


Então, era isso mesmo que queríamos fazer. Mas as vagas eram limitadíssimas para essa atividade. Por isso, não tivemos muito tempo para negociar o preço da expedição. Se quiséssemos o caiaque, tínhamos de fechar logo o pacote. Foi o que aconteceu. Pouco depois, o preço para viajar caiu bastante. Mas as vagas para o caiaque, já tinham mesmo terminado. Quem se deu bem com o preço da cabine teve de se contentar em nos acompanhar de longe, sonhando em como seria se eles mesmos pudessem estar lá. Olhando por esse lado, o preço do caiaque saiu ainda mais caro do que ele realmente custou, quase 1000 dólares por pessoa. Mas nos deu a chance de ter uma experiência que não se pode mensurar em valor monetário...

A afortunada equipe que vai praticar caiaque durante a expedição. (no trecho entre Buenos Aires e as Ilhas Malvinas)

A afortunada equipe que vai praticar caiaque durante a expedição. (no trecho entre Buenos Aires e as Ilhas Malvinas)


Enfim, os dez afortunados do caiaque receberam roupas especiais para esse tipo de atividade em águas geladas. Macacões impermeáveis, coletes salva-vidas específicos, calçados muito mais fashion que as botas regulares e uma espécie de “saia”, que prendemos a boca do caiaque para deixá-lo fechado. Nada de água gelada entrar lá dentro! Todos testamos nossas roupas e depois fomos aos caiaques, ainda no convés do Sea Spirit, para aprender como nos enfiar nele e vedá-lo contra a água e para ajustar o tamanho dos pedais de direção para cada tamanho de perna. Inicialmente, vamos quase todos os quatro casais em caiaques duplos, enquanto duas amigas canadenses ficam em caiaques simples.

A esperada programação para nosso primeiro dia com desembarques. Se tudo der certo, vamos parar em duas pequenas ilhas no noroeste de Falkland

A esperada programação para nosso primeiro dia com desembarques. Se tudo der certo, vamos parar em duas pequenas ilhas no noroeste de Falkland


A nossa guia é a energética Val e será sempre ela a nos acompanhar. Remamos sempre em grupo enquanto um zodiac nos acompanha de longe, tanto para nos trazer para casa novamente como para ajudar a socorrer alguém que eventualmente caia na água gelada. Nossa roupa deve nos proteger contra o frio por algum tempo, mas ninguém quer ou deve ficar muito tempo dentro d’água. É a Val que vai decidir, a cada manhã, se o mar está seguro ou não para remarmos. Devemos sempre estar preparados para isso: ir ou não ir. A segunda opção significa que vamos da maneira convencional, junto com o resto dos outros passageiros. A ideia é sempre tentar fazer as duas coisas: o caiaque e o passeio. Por isso, seremos sempre os primeiros a partir e os últimos a voltar. E assim, já conhecedores do nosso equipamento, tiramos nossas fotos e deixamos tudo arrumadinho para usá-los na primeira oportunidade que surja.

Um brinde ao belíssimo fim de tarde no Sea Spirit um dia antes de chegarmos às Ilhas Malvinas

Um brinde ao belíssimo fim de tarde no Sea Spirit um dia antes de chegarmos às Ilhas Malvinas


Encontro com outro navio na noite anterior à nossa chegada às Ilhas Malvinas

Encontro com outro navio na noite anterior à nossa chegada às Ilhas Malvinas


Então, finalmente, a hora está chegando! Bem no final da tarde, as telas do Sea Spirit começaram a mostrar a programação prevista para o dia seguinte. Ali estava: dois pontos de desembarque em Falkland, as Ilhas Malvinas dos argentinos. Era o sonho antigo se materializando em realidade na frente dos nossos olhos. Tinha de ser comemorado! Pegamos uma taça de vinho e fomos ao convés ver as últimas luzes do dia 6, fotografar e celebrar o grande momento. Foi especial!

Encontro com outro navio na noite anterior à nossa chegada às Ilhas Malvinas

Encontro com outro navio na noite anterior à nossa chegada às Ilhas Malvinas


Marinheiros do Sea Spirit levam uma peça a outro navio na noite anterior à nossa chegada às Ilhas Malvinas

Marinheiros do Sea Spirit levam uma peça a outro navio na noite anterior à nossa chegada às Ilhas Malvinas


Mas o dia não acabou por aí não. Como um prenúncio das inúmeras atividades que nos esperam, depois de 3 dias de rotina no navio, eis que algo foi diferente. Já bem de noite, luzes apareceram no horizonte. Não, ainda não era Port Stanley! Era um outro navio, o primeiro que vimos desde que deixamos o Rio da Prata para trás. E não os encontrávamos por coincidência, não. Ele vinha se comunicando por rádio com o Sea Spirit já fazia tempo. Precisava de ajuda, uma peça importante que havia quebrado. Peça que tínhamos de reserva. Então, exemplo de solidariedade marinha, desviamos um pouco nosso curso para ajudá-los. Emparelhamos, a peça foi embarcada num zodiac e levado até lá, numa operação de pouco mais de uma hora. Não foi presenciada por muita gente, já que a maioria já dormia. Mas não a Ana e a turma dos que costumam esticar a noite com alguns drinques e conversas. Estavam lá para presenciar e fotografar. É, a nossa rotina começa mesmo a mudar a partir de agora...

O Sail, Brian, Jose (nosso barman!), Kim e o Doug (atrás) na noite anterior à nossa chegada às Ilhas Malvinas

O Sail, Brian, Jose (nosso barman!), Kim e o Doug (atrás) na noite anterior à nossa chegada às Ilhas Malvinas

Falkland, Atlântico Sul Falkland, caiaque, Sea Spirit

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Velejando em Belize - O Percurso e as Ilhas

Belize, Hopkins, Tobacco Caye

Chegando à Tobacco Caye, na grande barreira de corais, em Belize

Chegando à Tobacco Caye, na grande barreira de corais, em Belize


Conversando com o Gaston, ainda em Hopkins, sobre o que tínhamos visto em Belize até então, ele nos disse que tínhamos de conhecer Tobacco Caye. Quando falamos para ele de San Pedro e, principalmente, Caye Caulker, ele fez uma cara de desprezo e falou: “Lá é muito turístico! Totalmente desvirtuado! Vocês tem de conhecer algo mais natural”. Foi quando ele começou a falar dessa pequena ilha, com poucas centenas de metros de diâmetro, localizada bem encima da grande barreira e um paraíso para quem gosta de nadar e mergulhar.


Foto de satélite da pequena Tobacco Caye, em plena barreira de corais de Belize

Nosso percurso de veleiro, saindo de Hopkins, indo até algumas ilhas na grande barreira de corais de Belize e retornando

Nosso percurso de veleiro, saindo de Hopkins, indo até algumas ilhas na grande barreira de corais de Belize e retornando


A primeira coisa que ele sugeriu foi que pegássemos a lancha que sai de Dangriga para lá, uma vez por dia, de manhã cedo. Poderíamos ir para passar o dia ou, melhor, dormir por lá. Tanto em nossa barraca como em um dos 3 pequenos hotéis instalados na ilha. Mas depois de outras conversas, conseguimos uma alternativa até melhor. Nada de uma lancha rápida! Iríamos com ele, no seu veleiro, ao sabor dos ventos, até lá. E ainda poderíamos velejar pelas redondezas também, conhecer outras ilhas e sentir um pouco da rotina de vida no mar. Afinal, iríamos por duas noites e três dias!

O belíssimo mar na grande barreira de corais, em Belize

O belíssimo mar na grande barreira de corais, em Belize


Chegando á Tobacco Caye, na grande barreira de corais, em Belize

Chegando á Tobacco Caye, na grande barreira de corais, em Belize


Juntos, cartas náuticas estendidas sobre a mesa, planejamos um percurso para esses dias. Iríamos de Hopkins para a barreira de corais, pouco mais de 25 quilômetros distante de nós, em algum ponto ao norte de Tobacco Caye. Daí, começaríamos a velejar para o sul, até encontrar a ilha, onde ancoraríamos para passar a noite. No dia seguinte, continuaríamos a velejar para o sul, até a ilha seguinte, onde passaríamos a segunda noite. Por fim, mais um pouco de vela para sul, até uma terceira ilha de onde mudaríamos o percurso para Hopkins, para fechar o circuito e um triângulo. No trechos entre o continente e a barreira, o motor do barco nos ajudaria. Ao longo da barreira, o vento seria nossa força única.

Chegando à Tobacco Caye, na grande barreira de corais de Belize

Chegando à Tobacco Caye, na grande barreira de corais de Belize


Indo de bote para ilhota na grande barreira de corais de Belize

Indo de bote para ilhota na grande barreira de corais de Belize


E assim foi, conforme o planejado. Nada de grandes velocidades. Deslocando-se com o vento, sem o barulho de motores poderosos, sentimo-nos muito mais próximos do mar, em contato próximo com a natureza. O mar, mais escuro perto de Hopkins, vai ficando cada vez mais claro e calmo enquanto nos aproximamos dos recifes e bancos de corais que formam a segunda maior barreira de corais do mundo, depois da australiana. Lá perto, são muito mais de 50 os tons e tonalidades entre o verde e o azul, um verdadeiro colírio para os olhos, algo que nossos cérebros demoram a processar e acreditar. Seria real ou apenas algum efeito de cinema? Que filtros naturais são esses?

Brincando com o cachorro do Chris em praia de Tobacco Caye, na grande barreira de corais de Belize

Brincando com o cachorro do Chris em praia de Tobacco Caye, na grande barreira de corais de Belize


Cachorro tenta se secar depois de um mergulho em Tobacco Caye, na grande barreira de corais de Belize

Cachorro tenta se secar depois de um mergulho em Tobacco Caye, na grande barreira de corais de Belize


Mas as belezas não vêm apenas do mar. A grande barreira também é formada por pequenas ilhas, todas elas pequenos paraísos daqueles que todos nós temos a imagem em nosso inconsciente coletivo. Pequenos pedaços de terra cobertos por coqueiros e outras árvores tropicais, circundados por praias de areias brancas e cercados por um mar transparente e calmo, cor de piscina.

Com o Gaston e o Chris durante fim de tarde em Tobacco Caye, na grande barreira de corais de Belize

Com o Gaston e o Chris durante fim de tarde em Tobacco Caye, na grande barreira de corais de Belize


Admirando o pôr-do-sol em Tobacco Caye, na grande barreira de corais de Belize

Admirando o pôr-do-sol em Tobacco Caye, na grande barreira de corais de Belize


Essa pequenas ilhas são habitadas e algumas delas até tem hotéis. Das que conhecemos, a maior era Tobacco Caye, justamente aquela que o Gaston nos havia propagandeado. Chegamos aí no meio da tarde do primeiro dia e fomos logo conhecê-la.

Magnífico fim de tarde em Tobacco Caye, na grande barreira de corais de Belize

Magnífico fim de tarde em Tobacco Caye, na grande barreira de corais de Belize


O sol nasce em Tobacco Caye, na grande barreira de corais, em Belize

O sol nasce em Tobacco Caye, na grande barreira de corais, em Belize


Junto conosco chegou um barco cheio de turistas jovens. O Gaston logo reconheceu o barco. Oferece uma viagem de 3 dias entre Caye Caulker e Placencia, um pouco mais ao sul de onde estamos, para passageiros mais aventureiros. Em Tobacco Caye passam uma das noites, várias tendas armadas para eles no meio da ilha. O grupo, de umas quinze pessoas, formava quase metade da população de turistas da ilha. A outra metade, provavelmente veio de lancha de Dangriga para passar umas noites nos hotéis da ilha. Tem para todos os bolsos, com seus chalés sobre as águas, uma espécie de primo pobre daqueles hotéis famosos nas ilhas Seychelles.

Chegando em pequena ilhota na grande barreira de corais de Belize

Chegando em pequena ilhota na grande barreira de corais de Belize


Alçando vôo no belo mar da grande barreira de corais de Belize

Alçando vôo no belo mar da grande barreira de corais de Belize


A gente dá a volta na ilha em poucos minutos, através de suas praias e caminhos. Dois bares disputam a freguesia, ambos com um maravilhoso visual para o entardecer, o sol se pondo atrás do distante continente, pintando de dourado as águas azuis. Aí passamos uma boa hora de conversas regadas a cerveja gelada, nós, o Gaston, alguns conhecidos locais do nosso capitão e também um amigo velejador, de origem canadense, que também passa muitos meses por ano aqui nas águas da América Central. O Chris veio da Guatemala, chamado pelo Gaston, para velejar conosco alguns dias. Viaja solo, acompanhado apenas de seu cão que passa horas implorando que alguém jogue algo longe para que ele possa buscar, seja na água, seja na terra.

Um tranquilo e convidativo bar em ilhota na grande barreira de corais de Belize

Um tranquilo e convidativo bar em ilhota na grande barreira de corais de Belize


Uma tranquila ilha na grande barreira de corais de Belize

Uma tranquila ilha na grande barreira de corais de Belize


No segundo dia, seguimos para a ilha seguinte, South Caye. Ainda menor que Tobacco, mas também com dois hotéis, um pouco mais exclusivos que os da ilha anterior. O clima aqui é mais “chique”, mas as praias são igualmente lindas e tranquilas. Redes penduradas entre coqueiros são um convite irrecusável à prática do ócio criativo. Para nos tirar de lá, só mesmo a praia em frente, onde bate o sol e aonde podemos nos deitar na areia, no ponto onde bate a água, temperatura absolutamente confortável. De novo, aquela imagem padrão e idealizada de paraíso nos vem a cabeça.

Vidinha difícil em ilhota paradisíaca na grande barreira de corais de Belize

Vidinha difícil em ilhota paradisíaca na grande barreira de corais de Belize


Cenário paradisíaco em ilhota da grande barreira de corais de Belize

Cenário paradisíaco em ilhota da grande barreira de corais de Belize


A última ilha visitada, já no último dia, serve de estação de pesquisas da barreira de corais. Na verdade, nem se pode desembarcar por lá. Mas podemos fazer snorkel ao seu redor, o que já é bom o bastante. Ainda vou falar dessas sessões de snorkel em outro post, já que elas foram uma de nossas principais atividades nesses dias, além de velejar e desembarcar nessas pequenas ilhas perdidas no meio do mar.

Redes convidam ao ócio criativo em ilhota na grande barreira de corais de Belize

Redes convidam ao ócio criativo em ilhota na grande barreira de corais de Belize

Belize, Hopkins, Tobacco Caye,

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Fotos do Primeiro Dia de Mergulho

Brasil, Pernambuco, Fernando de Noronha

Tartaruga durante mergulho na Lage Noronha, em Fernando de Noronha - PE (foto de Mateus Harfush - Ciliares)

Tartaruga durante mergulho na Lage Noronha, em Fernando de Noronha - PE (foto de Mateus Harfush - Ciliares)


Conforme havia dito alguns posts atrás, no nosso primeiro dia inteiro em Noronha (dia 11), fizemos dois mergulhos pela manhã. Eu não levei nossa máquina subaquática, por isso não tinha postado fotos desses mergulhos. Mas o Mateus, da Ciliares, mergulhou conosco e agora já temos as fotos.

Mergulho na Lage Noronha, em Fernando de Noronha - PE (foto de Mateus Harfush - Ciliares)

Mergulho na Lage Noronha, em Fernando de Noronha - PE (foto de Mateus Harfush - Ciliares)


Os mergulhos foram na Lage Noronha e no Buraco das Cabras. Estivemos com tartarugas, lagostas e uma infinidade de peixes e corais coloridos. Água transparente, visibilidade acima dos 40 metros. Foram os primeiros mergulhos do Haroldo desde o batismo em Parati. Começou bem sua carreira de mergulhador!

Corais durante mergulho no Buraco das Cabras, em Fernando de Noronha - PE (foto de Mateus Harfush - Ciliares)

Corais durante mergulho no Buraco das Cabras, em Fernando de Noronha - PE (foto de Mateus Harfush - Ciliares)


Quem nos guiou foi o Fernando, da Noronha Divers. Quem também foi junto, para vigiar o nosso mergulhador de primeira viagem, foi o Guilherme. Seguem algumas fotos...

Cardume colorido durante mergulho no Buraco das Cabras, em Fernando de Noronha - PE (foto de Mateus Harfush - Ciliares)

Cardume colorido durante mergulho no Buraco das Cabras, em Fernando de Noronha - PE (foto de Mateus Harfush - Ciliares)


Lagosta durante mergulho no Buraco das Cabras, em Fernando de Noronha - PE (foto de Mateus Harfush - Ciliares)

Lagosta durante mergulho no Buraco das Cabras, em Fernando de Noronha - PE (foto de Mateus Harfush - Ciliares)

Brasil, Pernambuco, Fernando de Noronha, Buraco das Cabras, Lage Noronha, Mergulho

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1000dias no Espaço

Estados Unidos, Califórnia, Mojave

Nave experimental no aeroporto de Mojave, na Califórnia, nos Estados Unidos

Nave experimental no aeroporto de Mojave, na Califórnia, nos Estados Unidos


O caminho entre o parque das sequoias e o Death Valley era longo e tínhamos de achar um lugar no meio do caminho para quebrar a viagem, principalmente tendo saído já no final da manhã. O lugar escolhido foi o deserto de Mojave, conhecido pelo vento que nunca para e pelas bases aéreas e espaciais. Aqui, por exemplo, é o lugar onde pousavam os ônibus espaciais quando o tempo na Flórida estava muito ruim.
Já chegando lá perto, pudemos observar os milhares de moinhos de vento espalhados pelas encostas tentando aproveitar a força ininterrupta da energia eólica. Bom para os humanos, ruim para os pássaros. Acho que eles preferem a boa e velha energia hidráulica mesmo. Ou a nuclear ou a térmica. Tudo menos a eólica. Os morcegos concordam com eles, hehehe!

Milhares de moinhos aproveitando o vento que nunca para em Mojave, na Califórnia, nos Estados Unidos

Milhares de moinhos aproveitando o vento que nunca para em Mojave, na Califórnia, nos Estados Unidos


Mas não foi isso que nos atraiu à Mojave, não! A história é outra. Sou de uma geração em que a corrida espacial estava no auge. Nasci no ano da chegada do homem à lua e quando era criança, todos os livros e adultos eram unânimes em afirmar que, antes que eu virasse adulto, o homem teria chegado à Marte e que existiriam hotéis no espaço. Era uma verdade inquestionável e apenas uma questão de (pouco!) tempo para virar realidade.

Milhares de moinhos aproveitando o vento que nunca para em Mojave, na Califórnia, nos Estados Unidos

Milhares de moinhos aproveitando o vento que nunca para em Mojave, na Califórnia, nos Estados Unidos


Que nada! A corrida espacial freou e deu marcha à ré. Nem na lua chegamos mais. E eu, que tinha certeza que um dia flutuaria num mundo sem gravidade, tristemente passei a aceitar o fato que nasci uma ou duas gerações antes da hora.
Mas, uma nova esperança apareceu no ar. Ou no espaço! Na década passada uma organização ofereceu 10 milhões de dólares à primeira empresa privada que conseguisse mandar alguém para o espaço e, uma semana depois, mandá-la novamente, usando a mesma nave. Cientistas malucos do mundo inteiro se animaram e passaram a concorrer pelo prêmio, pelas glórias e pelo bilionário mercado que se abriria em seguida. Acabou ganhando um Professor Pardal aqui de Mojave, um cientista chamado Burt Rutan, financiado por ninguém menos que Paul Allen, o número 2 da Microsoft. Um avião estranho chamado SpaceShip 1 levou uma espécie de foguete, o White Knight 1, até 15 km de altura e esse disparou até 100 km de altura, levando seu piloto ao espaço e à ausência de gravidade por uns 3 minutos. Depois, foi só planar de volta para Mojave.

O Space Ship 1, avião para levar turistas ao espaço (no aeroporto de Mojave, na Califórnia, nos Estados Unidos)

O Space Ship 1, avião para levar turistas ao espaço (no aeroporto de Mojave, na Califórnia, nos Estados Unidos)


Daí para a próxima geração foram mais alguns anos de trabalho. No final de 2012, ou provavelmente à partir de 2013, essa nova tecnologia começará a levar turistas para o espaço. Vários passageiros em um mesmo avião, tudo pelo módico preço de 250 mil dólares. Agências do mundo inteiro já vendem a viagem, inclusive no Brasil. Dizem que alguns conterrâneos nossos já até pagaram, mas os nomes são mantidos em segredo. Pelo menos por enquanto.

O Space Ship 1, avião para levar turistas ao espaço, com patrocínios de grandes empresas (em Mojave, na Califórnia, nos Estados Unidos)

O Space Ship 1, avião para levar turistas ao espaço, com patrocínios de grandes empresas (em Mojave, na Califórnia, nos Estados Unidos)


Eu, se tivesse o dinheiro, não pensaria duas vezes. Mas, queria mesmo era ser ainda mais rico e pagar 100 vezes mais do que essa “miséria” de 250 mil dólares e ir passar uma semana na Estação espacial Internacional. Coisa para gente bacana, que enriqueceu com a internet ou com o Cirque de Soleil, para citar alguns dos felizardos. Uma semana lá encima... nossa!, que sonho!!!

O Space Ship 1, avião para levar turistas ao espaço (no aeroporto de Mojave, na Califórnia, nos Estados Unidos)

O Space Ship 1, avião para levar turistas ao espaço (no aeroporto de Mojave, na Califórnia, nos Estados Unidos)


É, por enquanto, vou matando minha vontade viajando pela América mesmo, aqui pertinho. E aproveitando para passar em Mojave e dar uma olhada no SpaceShip 1. Mas, a esperança é a última que morre. Dizem que essa viagem de 3 min ao espaço custará 10 vezes menos daqui a alguns anos. Quem sabe, outros anos mais e custe apenas um centésimo. Aí sim poderei ir. Já a viagem de uma semana, essa aí, acho que vai ficar para os filhos e netos. É nessa hora que gosto de acreditar em reencarnação...

Estados Unidos, Califórnia, Mojave, Estrada

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