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Amistad - Blog do Rodrigo - 1000 dias

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Amistad

Chile, Rengo

Com o Pablo e a Andrea, na praça central de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

Com o Pablo e a Andrea, na praça central de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile


Já discuti em outros posts sobre um dos grandes benefícios das longas viagens: conhecer pessoas. Encontramos e fazemos amizade com muitas pessoas locais, ainda mais se estamos viajando com a Ana, uma mestra na arte da simpatia e socialização. Mas tenho a impressão que a amizade fica ainda mais duradoura quando os novos amigos são também viajantes, fora de casa, de seu país e zona de conforto. É uma situação que logo gera uma espécie de cumplicidade, o ponto comum de ser “estrangeiros” aproximando pessoas que, talvez um uma situação normal e corriqueira no dia a dia das nossas próprias cidades, não se sentissem atraídos. Foi assim que fizemos diversas amizades ao longo desse continente, gente dos quatro cantos do planeta que acabaram se encontrando em uma terra que não era a sua. Um encontro rápido, alguns dias no máximo, mas que se estenderam via internet, contatos mantidos para sempre.

Casa construída quase inteiramente pelo Pablo na zona rural de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

Casa construída quase inteiramente pelo Pablo na zona rural de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile


Nosso amigo Pablo nos recebe em sua casa em Pueblo Hundido, na periferia de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

Nosso amigo Pablo nos recebe em sua casa em Pueblo Hundido, na periferia de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile


Um dos melhores exemplos, no nosso caso, foi o casal chileno que conhecemos lá na fronteira do Ceará com o Piauí. Já falei muito dessa história de amizade nesse post, quando nos reencontramos em Santiago, em outubro do ano passado. Para quem reler o post, ou tiver boa memória, vai lembrar que deixamos combinado de passar na casa deles, na cidade de Rengo, 115 km ao sul da capital. Naquela época, nosso caminho era outro, estávamos embarcando para a Ilha de Páscoa. Quando voltamos, tínhamos dias contados para chegar a Buenos Aires, onde embarcaríamos para a Antártida. A passagem por Rengo se encaixava mais na parte final de nossas viagens pelo Chile, quando percorrêssemos a Carretera Austral, vindos do extremo sul do continente. Pois bem, tudo isso já ficou para trás agora, Páscoa, Antártida, Carretera Austral e Valle de Colchagua, quase já em Rengo, vindos do sul. Apenas uma hora de carro nos trouxe até aqui para, finalmente, cumprirmos nossa promessa.



O Pablo e a Andrea também tiveram seu próprio projeto de viagens. O “1000dias Por Toda América” deles chamava “América Sin Fronteras” e eles percorreram quase toda a América do Sul numa Hilux como a nossa. Só faltaram as Guianas. Tinham um orçamento mais baixo que o nosso e dormiam sempre no próprio carro. Começaram sua viagem três meses depois de nós e terminaram já há mais de dois anos, em novembro de 2011. Desde então, vem tentando se readaptar a uma vida com raízes fixas, dormindo sob um telhado ao invés de um capô e sobre um colchão ao invés de um banco, sempre a mesma paisagem na janela. Algo que também nós vamos ter de vivenciar, mas que, por enquanto, prefiro não pensar.

Durante o entardecer, caminhando com o Pablo e a Andrea em fazenda nos arredores de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

Durante o entardecer, caminhando com o Pablo e a Andrea em fazenda nos arredores de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile


Caminhando com o Pablo e a Andrea em estrada rural próxima a casa deles, na região de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

Caminhando com o Pablo e a Andrea em estrada rural próxima a casa deles, na região de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile


Pois bem, nesses mais de dois anos de volta, o carro foi vendido para fazer dinheiro, o Pablo teve alguns trabalhos passageiros e eles desistiram de viver em Santiago e vieram morar em um terreno da família da Andrea, na periferia de Rengo. É uma área praticamente rural, a casa deles é a última do pequeno povoado de Pueblo Hundido, um distrito de Rengo. Mais para lá, apenas fazendas. A casa, isso foi o que mais nos impressionou, quem construiu foi o próprio Pablo, fazendo às vezes de pedreiro, eletricista, encanador, arquiteto e engenheiro. Amigos os ajudaram, aqui e ali, no projeto, e algum pedreiro profissional também, nos momentos mais críticos. Basicamente, o carro virou a casa. Sem o custo da mão de obra e do terreno, o dinheiro mais ou menos empatou.

Caminhando com o Pablo e a Andrea em estrada rural próxima a casa deles, na região de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

Caminhando com o Pablo e a Andrea em estrada rural próxima a casa deles, na região de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile


O céu se pinta de rosa atrás de um milharal em área rural de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

O céu se pinta de rosa atrás de um milharal em área rural de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile


Um belo fim de tarde na região de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

Um belo fim de tarde na região de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile


Outra coisa muito importante que ocorreu, esta mais recente, quase nove meses, é que eles “encomendaram” o Simón. Quando os vimos em Santiago, em outubro, a barriga da Andrea já estava grande. Mas agora que o Simón deve chegar em duas ou três semanas, a barriga já está estourando e qualquer pequeno esforço se torna um grande desafio para nossa pequena grande amiga.

Preparando nosso jantar na casa da Andrea e do Pablo em Pueblo Hundido, na periferia de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

Preparando nosso jantar na casa da Andrea e do Pablo em Pueblo Hundido, na periferia de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile


Nosso jantar na casa da Andrea e do Pablo em Pueblo Hundido, na periferia de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

Nosso jantar na casa da Andrea e do Pablo em Pueblo Hundido, na periferia de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile


Foi nessa casa, já toda preparada para receber o Simón, que chegamos no final do dia 23. Fomos recebidos efusivamente, botamos o papo em dia, eles nos mostraram a casa e saímos a caminhar pelas redondezas. Final de tarde, o pôr-do-sol pintava o céu de tons avermelhados, laranjas e rosas enquanto nós caminhávamos em uma estrada de terra ao lado de um milharal, bosques e terrenos arados. A cena me lembrou incrivelmente das caminhadas que minha família gosta de fazer na fazenda de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Não só a paisagem, mas o cheiro de terra e os sons que chegavam aos nossos ouvidos. Um trator ao longe, o cantar de um pássaro, o latido dos cachorros que nos acompanhavam na caminhada. Ambiente totalmente bucólico, daqueles que fazem bem para o espírito. A Andrea, é claro, se cansou com o esforço, mas para mim, cheguei muito mais leve do que havia saído. Que delícia uma casa longe dos centros urbanos!

O Pablo e a Andrea nos levam para comer em restaurante típico na região de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile. Comemos humitas e pastéis de choclo

O Pablo e a Andrea nos levam para comer em restaurante típico na região de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile. Comemos humitas e pastéis de choclo


Humitas e pastéis de choclo, comidas típicas chilenas no nosso almoço em Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

Humitas e pastéis de choclo, comidas típicas chilenas no nosso almoço em Rengo, ao sul de Santiago, no Chile


Aliás, de volta à casa que foi erguida por eles mesmos, o Pablo e a Andrea prepararam um delicioso jantar e a conversa se estendeu pela madrugada. Assunto era o que não faltava, óbvio, com dois casais que, juntos, tem mais de cinco anos de viagens e aventuras por esse continente. Para nós, ainda mais interessante do que os relatos de viagem eram os relatos de pós-viagem. Nossas hora está mesmo chegando, brrr...

Com a Andrea, refrescando-se em rio na região de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

Com a Andrea, refrescando-se em rio na região de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile


Delicioso banho de rio na região de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

Delicioso banho de rio na região de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile


No dia seguinte, ontem de manhã, fomos passear de carro. Primeiro a um mercado, algo sempre interessante de se ver quando não estamos em nosso país ou estado de origem. Depois, direto para um restaurante tradicional na estrada que liga Santiago ao sul do país, a ruta 5, ou rodovia Panamericana. Um restaurante de comidas típicas, muito popular entre santiaguinos que retornam para casa depois de uma viagem de fim de semana ou de férias. Aí, orientados pelos amigos, a gente se esbaldou com “humitas”, uma espécie de pamonha, e com pastéis de choclo, comidas tão chilenas como a feijoada é brasileira. Como é bom estar acompanhado de gente do próprio país para saber o que comer e onde comer!

Delicioso banho de rio na região de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

Delicioso banho de rio na região de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile


Delicioso banho de rio na região de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

Delicioso banho de rio na região de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile


Depois do almoço, seguimos para o leste, em direção aos Andes, mas não fomos longe. O Pablo queria nos levar ao rio Claro (outro rio Claro, nada a ver com aquele de Siete Tazas). Ele não é tão bonito como seu homônimo mais ao sul, mas nem por isso deixa de ser um delicioso mergulho. Aí passamos uma boa hora nos refrescando, mergulhando, brincando com as corredeiras, jogando conversa fora. Aparentemente, é um programa bem popular entre a população de Rengo, mas apenas nos finais de semana. Numa sexta-feira como ontem, estava bem tranquilo.

No caso, o forasteiro sou eu! (em Rengo, ao sul de Santiago, no Chile)

No caso, o forasteiro sou eu! (em Rengo, ao sul de Santiago, no Chile)


Com o Pablo e a Andrea, na praça central de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

Com o Pablo e a Andrea, na praça central de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile


Renovados, fomos passear no centro de Rengo. O nome da cidade faz homenagem a um dos caciques mapuches que enfrentaram valentemente os espanhóis em meados do séc. XVI, quando os ibéricos ainda se achavam invencíveis por aqui. Meio século de batalhas mais tarde, o rei Felipe II já não mais encontrava espanhóis dispostos a vir ao Chile lutar contra os indígenas, nem por todo o dinheiro do mundo. Aqui foi o Vietnã deles, quatro séculos antes do Vietnã “original”. O rei optou então pela paz. Mas essa área de Rengo, apesar de palco de batalhas, não era território mapuche e permaneceu no lado espanhol da fronteira. Aliás, um século antes disso, quem esteve por aqui foram os incas e é possível encontrar ruínas desse povo nas redondezas, a fronteira sul do maior império pré-colombiano que se tem notícia.

Com o Pablo e a Andrea, na praça central de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

Com o Pablo e a Andrea, na praça central de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile


Esbaldando-se com sorvete em Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

Esbaldando-se com sorvete em Rengo, ao sul de Santiago, no Chile


Na cidade, passeamos na agradável e sombreada Plaza de Armas, onde há homenagens aos povos indígenas que aqui habitaram e também aos poucos turistas que por aqui se detêm. Aproveitamos também para nos refestelar em uma sorveteria, a mesma que a Andrea já frequentava desde criança, muito antes de conhecer o Pablo ou de imaginar viajar pelo continente.

Assando linguiças em fogueira no quintal da casa do Pablo e da Andrea, na zona rural de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

Assando linguiças em fogueira no quintal da casa do Pablo e da Andrea, na zona rural de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile


Curtindo uma fogueira no quintal da casa do Pablo e da Andrea na zona rural de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

Curtindo uma fogueira no quintal da casa do Pablo e da Andrea na zona rural de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile


Voltamos para a casa deles e o Pablo armou uma bela fogueira no vasto quintal. Com o céu estrelado a nos vigiar, acendemos o fogo e aí assamos algumas linguiças enquanto bebericávamos um pouco do vinho que havíamos trazido do Valle de Colchagua. Fogueiras são sempre especiais e essa não fugiu à regra. O fogo parece nos hipnotizar e a nossa mente divaga no tempo e no espaço, no sólido e no abstrato, na ficção e no real. Se estamos bem acompanhados, então, que delícia... O fogo só não se estendeu madrugada adentro porque estava mais do que na hora da Andrea e do Simón se recolherem!

Aproveitando a tranquilidade e a água na casa do Pablo e da Andrea para dar um bom banho na Fiona, em Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

Aproveitando a tranquilidade e a água na casa do Pablo e da Andrea para dar um bom banho na Fiona, em Rengo, ao sul de Santiago, no Chile


Aproveitando a tranquilidade e a água na casa do Pablo e da Andrea para dar um bom banho na Fiona, em Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

Aproveitando a tranquilidade e a água na casa do Pablo e da Andrea para dar um bom banho na Fiona, em Rengo, ao sul de Santiago, no Chile


Acordamos hoje tranquilos, sem pressa. Tudo o que precisamos fazer é dirigir até Santiago. O nosso voo para o Brasil é amanhã pela manhã e mais uma vez vamos deixar a Fiona na casa da Maria Esther, a mãe do Pablo. É na casa dela também que dormiremos essa noite. Depois das frutas do café da manhã, até tive tempo para dar um bom banho na Fiona, aproveitando a mangueira de pressão do Pablo e o espaço gramado do quintal deles. Fiona limpinha, deixamos tudo bem arrumado como há muito não ficava, o carro prontinho para a última perna da viagem quando voltarmos ao chile no início de fevereiro. Vamos cruzr para a Argentina e seguir diretamente para o Uruguay, o último país do continente que nos falta percorrer nesses 1000dias. Depois, ainda temos um tempo nos estados do sul do Brasil antes da inevitável chegada a Curitiba.

Girassóis no jardim da casa do Pablo e da Andrea, na zona rural de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

Girassóis no jardim da casa do Pablo e da Andrea, na zona rural de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile


Bom, um dia de cada vez! Nós nos despedimos uma última vez dos nossos queridos amigos chilenos, agradecemos muito a hospedagem e fizemos todos os votos possíveis para a boa chegada do Simón. Se ele se adiantar um pouquinho, quem sabe até o conhecemos na volta do Brasil? Se não, tenho certeza que oportunidades não faltarão, seja no Brasil, seja no Chile, seja em algum país no meio do caminho ou mesmo bem longe daqui. Afinal, somos todos viajantes, de corpo e alma. E amigos para sempre!

Despedida do Pablo e da Andrea, na casa deles em Pueblo Hundido, periferia de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

Despedida do Pablo e da Andrea, na casa deles em Pueblo Hundido, periferia de Rengo, ao sul de Santiago, no Chile

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