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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Chegando de volta ao nosso hotel, depois de muito caiaque, trilha e cachoeira (região de Livingston, na Guatemala
Ontem pela manhã, ainda na cidade de Livingston, o Chris veio nos encontrar com seu barco para nos levar à “Round House”, sua pousada na beira do rio Dulce, longe de tudo e de todos. Nós havíamos ligado para lá na noite anterior, combinando com ele a carona e a estadia por lá. Essa foi uma valiosa dica do nosso amigo velejador Gaston, que sempre passa por lá no seu caminho para Rio Dulce, quando está fugindo dos furacões ou simplesmente indo passar umas férias na Europa. O Gaston havia dito para passarmos uns dias na cidade de Livingston mesmo, mas que não poderíamos deixar de passar uns dias na Round House também, escondida pela densa mata, longe de qualquer cidade ou estrada e bem em frente ao rio. Não resistimos á tentação e nem ao conselho!
A caminho da Round House, nosso hotel no rio Dulce, região de Livingston, no litoral da Guatemala
O pier da Round House, na região de Livingston, no litoral da Guatemala
O Chris é um inglês que já se mudou para a Guatemala há uns dez anos, sempre aqui na área do rio Dulce. Nas suas idas e vindas pelo rio, uma casa arredondada (e caindo aos pedaços) lhe chamava a atenção. Estava muito bem localizada, mas os donos quase nunca apareciam. Há uns dois anos, junto com um sócio americano, teve a chance de comprar a tal casa e, depois de uma boa reforma, a região ganhou uma nova e excelente opção de hospedagem: a Round House. Junto com sua bela e simpática namorada holandesa, a Dani, eles administram a pousada e a estão ampliando aos poucos, transformando-a num verdadeiro oásis a meio caminho entre Livingston e os lagos que alimentam o rio Dulce.
Olha o trânsito na frente da Round House, nosso hotel no rio Dulce, região de Livingston, no litoral da Guatemala
Maravilhoso entardecer sobre o rio Dulce, em frente à Round House, na região de Livingston, no litoral da Guatemala
Nós chegamos em plena Semana Santa, o feriado mais movimentado da América Central. É uma semana de férias e o turismo interno movimenta e lota todos os hotéis, principalmente aqueles na região do litoral. Já antecipamos grandes dificildades para nós, que nunca reservamos nada, para os próximos dias. Mas não aqui na Round House. O Chris e a Dani não gostam do tipo de movimento que essa semana trás e evitam reservas. Preferem descansar e estar prontos para as semanas seguintes, de movimento normal. Mas abriram uma exceção para nós. Para nós e para a Serena, uma simpática italiana que trabalha em um hostal em Livingston, mas resolveu tirar um fim de semana sabático. Ela também aguardava pelo Chris ontem de manhã e fomos todos juntos à Round House, onde a Dani nos esperava.
Hora do lanche na Round House, nosso hotel no rio Dulce, região de Livingston, no litoral da Guatemala
Nadando no rio Dulce, emfrente à Round House, na região de Livingston, no litoral da Guatemala
A pousada é realmente uma delícia! Descemos pelo píer e uma passarela e escada de madeira nos levam a um edifício redondo, todo de madeira também, já no meio das árvores. No andar de baixo, uma grande e confortável sala de estar com um charmoso bar no meio. Não há paredes, apenas folhagens de árvores que protegem as laterais. No andar de cima, outra área de estar que dá acesso aos quartos que a circundam. Um charme só! As refeições (café, lanche e jantar) são preparadas e servidas ali mesmo, no andar de baixo, sempre comida muito saudável.
A deliciosa "living room" da Round House, perto de Livingston, no litoral da Guatemala
Com a Dani, uma das donas da Round House, perto de Livingston, no litoral da Guatemala
Nossa rotina era de muito bate-papo na salona de estar, deitado em alguma rede ou sentado em algum sofá, intercalado com mergulhos no rio ali na frente, ora enfrentando a corrente rio abaixo, ora enfrentando a corrente rio acima, por causa da maré que entrava. A única coisa chata era que, nesses dias de Semana Santa, o tráfego de barcos aumenta bastante. Assim, além de me desviar dos patos e garças que nadam e voam por ali às dezenas, também tinha de me preocupar com os barcos. Enfim, nada que não pudesse ser administrado. A opção era fica ali perto do píer mesmo, caso da Ana, ou nadar até o meio do rio e não dar bola para os barcos, o que era o meu caso.
Reencontrando o Antoine, no pier fo Hotelito Perdido, em um tributário do Rio Dulce, perto de Livingston, na Guatemala
A Serena, nossa companheira de caiaque em afluente do rio Dulce, perto de Livingston, na Guatemala
Nossa primeira ideia era passar apenas uma noite por ali, mas foi paixão a primeira vista e vimos que seria difícil ir embora. Depois da delicosa primeira refeição e das conversas já regadas à cerveja, já não tivemos mais dúvidas: ficaríamos outo dia” Uma paraíso desse merecia, certamente!
Andando de caiaque em afluente do rio Dulce, perto do nosso hotel Round House, na reguão de Livingston, na Guatemala
Durante passeio de caiaque, encontro com garça em afluente do rio Dulce, perto de Livingston, na Guatemala
E assim foi, 48 horas de muita saúde e diversão. O dia começava com um bom mergulho, antes que os barcos começassem a passar, seguia com o café da manhã, pausa para leitura, muita conversa, cerveja gelada, mais mergulhos, agora com barcos, lanche delicioso, a sagrada hora da siesta, mais mergulho com barcos, cerveja, pôr-do-sol, conversa mole, jantar deliciso, cerveja com um toque de tequila e, com a lua quase cheia, mais mergulho no rio, sem barcos, barulho da selva ao longe (selva, de noite, é bem barulhenta!) e pensamento nos tubarões-touro, conhecidos por subirem até aqui, apesar de não haver registro de ataques. Eu não queria ser o primeiro, mas também não deixaria um medo infantil me privar de um mágico mergulho noturno num rio iluminado pela lua. Mas, pelo sim, pelo não, e pelo tal medo infantil, não me enrolava muito na água, não, hehehe.
Cabana em afluente do rio Dulce, perto de Livingston, na Guatemala
A paradisíaca cachoeira perto da Round House, nosso hotel no rio Dulce, região de Livingston, na Guatemala
A única quebra na rotina foi um grande passeio de caiaque que fizemos hoje. Eu e a Ana em um caiaque duplo e a Serena nos acompanhando, em um caiaque simples. Subinos o rio Dulce cerca de um quilômetro e entramos em um afluente, aí já bem longe do movimento chato de barcos. Mais alguns minutos e chegamos a outro hotel famoso por aqui, o Hotelito Perdido, onde reencontramos um amigo feiro em Livingston, o francês Antoine, um ótimo papo. Foi só o tempo de recuperarmos o fôlego e retomamos o caminho, um longo percuso ainda à frente. Nossa ideia era chegar até o fim desse afluente, mais uns seis quilômetros de remadas. Sempre atravessando um bucólico e tranquilo cenário, águas calmas e garças voando ou nos observando.
A paradisíaca cachoeira perto da Round House, nosso hotel no rio Dulce, região de Livingston, na Guatemala
Refrescando-se em uma bela cachoeira, depois de muito caiaque e uma trilha para lá chegar (perto de Livingston, na Guatemala)
No fim do rio, bem mais longe do que havíamos antecipado, a Serena já teve de voltar. Ela tinha de pegar um barco de volta à Livingston, onde trabalho a esperava. Já eu e a Ana, amarramos nosso caiaque por lá e, carregando os remos, fizemos uma trilha de cerca de um quilômetro até uma belíssima cachoeira que nos havia sido indicada pelo Chris.
Felizes da vida, depois de chegar na cachoeira em afluente do rio Dulce, região de Livingston, na Guatemala
Andando de caiaque em afluente do rio Dulce, perto do nosso hotel Round House, na reguão de Livingston, na Guatemala
Incrível como as expectativas influem no nosso conceito final de algum lugar. Essa cachoeira, por exemplo: tanto o Chris como o Antoine disseram que ela era mais ou menos, que o caminho para se chegar lá, remando pelo rio, era mais interessante. Então não esperávamos muito. Eis que ali chegamos e adoramos! Água verdinha e refrescante, vinda diretamente das montanhas. Uma ótima piscina para nadar! Para quem não esperava muita coisa, não poderia ter sido melhor a surpresa. Por mais de meia hora, nós nos refestelamos no poço e na cachoeira, fazendo valer todo o esforço de ter chegado até lá.
Noite regada à tequila, com o Chris, um dos donos da nossa pousada no rio Dulce, região de Livingston, na Guatemala
Olha só o tamanhozinho da garrafa de tequila, no bar da Round House, nosso hotel no rio Dulce, região de Livingston, na Guatemala
Na foto de satélite abaixo, aparece marcado o local da Round House, o afluente do rio Dulce que percorremos por inteiro, o local onde deixamos nossos caiaques e a cachoeira deliciosa. No zoom máximo, é até possível ver nosso hotel e a própria cachoeira. Afastando um pouco a imagem, aparecerá Livingston e é fácil perceber aonde está localizada a Round House, logo após o canyon cheio de curvas no final do rio Dulce.
Ver rio Dulce num mapa maior
Foi com dor no coração que deixamos a Casa Redonda. Facilmente passaríamos outros dias por lá, em companhia tão agradável e ambiente tão gostoso. O Chris, além de ter feito (e estar fazendo!) um ótimo trabalho na Round House, como engenheiro, arquiteto, marceneiro e faz tudo, tudo o mais ecologicamente responsável possível, também é um cervejeiro de mão cheia. Ele tem uma micro-cervejaria ali mesmo e nossas longas conversas sobre a vida no país, a violência, o desenvolvimento da região, o turismo e até mesmo sobre a vida animal das redondezas (assunto em que a Dani é expert!) era sempre acompanhada de cerveja da melhor qualidade. Quem é que quer deixar um lugar desses, com comida, bebida, rio e cachoeiras para nadar, muita sombra e brisa correndo por uma sala aberta e cheia de sofás e almofadas?
Com o Chris e seu sócio, donos da Round House, perto de Livingston, no litoral da Guatemala
Hora da partida da Round House, perto de Livingston, no litoral da Guatemala
É... mas tínhamos de seguir em frente. Em Rio Dulce nos esperava a Fiona e, do outro lado da fronteira, era chegada a vez de conhecermos Honduras, o único país que ainda não estivemos aqui na América Central. Afinal, cruzamos o país em apenas poucas horas, na subida para o Alaska. Não dá para dizer que já conhecemos. Mas agora sim, vamos ver o país com a devida calma. Honduras, aí vamos nós!
A caminho de Rio Dulce, depois de quatro dias em Livingston, na Guatemala
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