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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Remando ao lado de uma grande geleira em Brown Bluff, na Antártida
Em 1520 o navegador português Fernão de Magalhães cruzou o estreito que hoje leva seu nome e que liga o Oceano Atlântico ao Pacífico, no extremo sul da América do Sul. Essa passagem fica entre o continente e a Terra do Fogo, uma grande ilha ao sul da América. Por quase um século ninguém sabia o que havia ao sul da Terra do Fogo e nem mesmo se ela era apenas uma ilha ou se o continente continuava mais abaixo. Até que, em 1616, o navegador holandês Willem Schouten liderou uma expedição ao sul da Terra do Fogo, o primeiro a passar pelo famoso Cabo Horn, ponto extremo das Américas. Daí para a Antártida eram apenas outros meros 800 km. Para quem já circunavegava o mundo naquela época, não parece muito. Mas foram precisos ainda outros 2 séculos até que alguém chegasse ao último continente.
Pinguins sobre um iceberg em Brown Bluff, na Antártida
Remando em frente ao cenário imponente de Brown Bluff, na Antártida continental
Quem chegou mais perto de descobrir a Antártida antes disso foi um dos maiores navegadores de todos os tempos, o inglês James Cook. Em 1773, com dois navios, ele deu toda a volta na Antártida, chegando a cruzar por três vezes o Círculo Polar e a se aproximar a menos de 120 km do continente. Mas o tempo rigoroso e os icebergs no mar o impediram de ir mais ao sul e ele não chegou a ver a Antártida. O continente polar continuaria a ser apenas uma lenda até o séc. XIX.
A Ana rema em Brown Bluff, na Antártida
Caiaque em Brown Bluff, na Antártida
Foi em 1819 que as ilhas do arquipélago de South Shetland, já ao lado da península antártica, foram descobertas. Finalmente, um ano mais tarde, em um intervalo de poucos dias, navegantes de duas nações, Rússia e Inglaterra, avistaram as terras do próprio continente. Estava descoberta a Antártida! O primeiro teria sido o capitão russo Von Bellingshausen, em Fevereiro de 1820, 300 anos depois da histórica viagem de Fernão de Magalhães.
O cenário imponente de Brown Bluff, na Antártida continental
Gelo e pedra se misturam em Brown Bluff, na Antártida
Remando ao lado de uma grande geleira em Brown Bluff, na Antártida
E hoje, outros 193 anos mais tarde, foi a nossa vez de avistar as terras do continente antártico pela primeira vez. Depois de muito navegar e desembarcar pelas ilhas de South Shetland, após uma maravilhoso e inesquecível caiaque em Kinnes Cove, finalmente ali estava, diante dos nossos olhos, os penhascos gelados que marcam a ponta da península antártica. Bastou ver o porte dessas enormes falésias e também das geleiras ao seu redor para termos certeza: aquilo não era mais uma ilha, estávamos diante de um continente!
Nosso roteiro e pontos de parada na região da Península Antártica
Nosso grupo faz caiaque ao lado de uma grande parede de gelo em Brown Bluff, na Antártida
A emoção tomou conta dos passageiros do Sea Spirit, mas nós, do pequeno grupo do caiaque, não iríamos diretamente para o tão sonhado desembarque em terras antárticas. Não! Iríamos aproveitar a oportunidade para mais uma sessão de caiaque, a última dessa nossa viagem pelos mares e terras do sul. Tínhamos de segurar nossas ansiedade por mais uma hora ou duas.
Fazendo caiaque ao lado de uma imponente parede de gelo em Brown Bluff, na Antártida
Caiaque em Brown Bluff, na Antártida continental
Remando ao lado das peredes monumentais de gelo de uma geleira em Brown Bluff, na Antártida
Há poucas centenas de metros da terra firme, fomos remar ao lado das imponentes paredes de gelo de uma gigantesca geleira que nasce nas terras altas da península antártica. A visão era de perder o fôlego. O poder que emana dessas paredes de gelo nos faz sentir minúsculas formigas em um universo infinito. Ainda mais impressionante que sua altura era sua extensão: literalmente a perder de vista!
Fazendo caiaque ao lado de uma imponente parede de gelo em Brown Bluff, na Antártida
Caverna de gelo em geleira em Brown Bluff, na Antártida
Nós remamos ao longo da parede, por quase uma hora. Testando os limites dados pela nossa guia, a gente se aproximava mais ou menos da massa de gelo. Quanto mais perto, mais noção tínhamos de sua imponência ou altura. Talvez 40, 50 metros de altura, em média, com algumas pontas indo bem além disso. Em alguns lugares, cavernas de gelo se formavam em sua base e a vontade era se aproximar ainda mais. Acho que era o espírito explorador de Magalhães, Drake e Cook que ainda corre em nossas veias...
Remando ao lado das peredes monumentais de gelo de uma geleira em Brown Bluff, na Antártida
Caverna de gelo em geleira em Brown Bluff, na Antártida
Uma dessas cavernas era tão perfeita e tão ampla que exalava um falso senso de segurança. Eu quase conseguia ver uma placa ali com os dizeres: “Seja bem vindo!”. Eu até brinquei com a Val sobre a tal placa. Ela riu, quase se convenceu, mas a responsabilidade falou mais alto e nós não fomos lá dentro. Mas a imagem das ondas batendo em seu interior todo de gelo, quase uma caverna de cristal, não sairão mais da minha mente.
Uma foca tenta localizar pinguins na região de Brown Bluff, na Antártida
Com muito estilo, pinguins adelie se atiram no mar na região de Brown Bluff, na Antártida
E assim foi nosso último caiaque aqui no sul, dessa vez no próprio continente. Certamente, o mais imponente de todos. Dessa vez, a beleza e a emoção estavam apenas no gelo e não nos animais que vivem por aqui. Em compensação, para os outros passageiros que seguiram diretamente para terra firme nos zodiacs, a história foi outra. Passaram longe dessa parede gigantesca de gelo, mas ao lado de pequenos icebergs e blocos de gelo. E ali testemunharam parte do drama diário de focas e pinguins. Uma grande foca caçava as pequenas aves e, com sua cabeça fora da água, tentava localizá-los encima do gelo flutuante. Já os pinguins, precavidos, pensavam duas vezes antes de se atirar no mar. E quando o faziam, era em grande estilo: pulos de ponta, ao estilo dos campeões olímpicos! Ou então, como flechas, voam para fora d’água aproveitando a grande velocidade com que conseguem nadar e, assim atingir os andares mais altos do pequeno iceberg onde já descansam, seguros, seus companheiros. Este show, perdemos. Mas as fotos contam bem a história.
Com muito estilo, pinguins adelie se atiram no mar na região de Brown Bluff, na Antártida (foto de Steve Denver)
Pinguins adelie saltam da água para o alto de icebergs na região de Brown Bluff, na Antártida
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