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De Volta à Miami

Estados Unidos, Flórida, Miami

Partindo do hotel, cedinho, em Charlotte Amalie - USVI

Partindo do hotel, cedinho, em Charlotte Amalie - USVI


Após vencer a dificuldade de levantar de uma cama tão gostosa tendo dormido poucas horas, carregar toda a tralha escadaria abaixo, ficar suado logo de manhã, refrescar-me no ar condicionado do táxi e carregar novamente a tralha até o check-in, tivemos a boa notícia de não ter de pagar pela bagagem. A simpática atendente entendeu nosso vôo como uma perna de uma viagem internacional. Se todos os atendentes fossem assim...

De volta à Miami, depois de escrever vários posts no vôo, o desembarque é bem menos complicado, na ala de vôos domésticos. O que não mudou foram os quilômetros a serem andados pelos corredores do aeroporto até o ponto onde se pega as bagagens. Aí, tomamos um táxi e voltamos, depois de quase 35 dias de Caribe, para o apartamento do Marcelo e da Su, em Key Biscayne. No caminho, conversando com um curioso motorista haitiano, já fomos nos acostumando a estar novamente em uma grande metrópole.

Chegamos em Miami bem no dia do aniversário da Su, que podemos celebrar juntos. Um ano antes, ela e o Marcelo passaram esta mesma data na Ilha do Mel, se preparando para o casamento de um certo casal, no dia seguinte.

Já começamos a comemorar o aniversário no almoço, num restaurante quie fica num simpático e muito bem organizado parque no extremo sul da ilha de Key Biscayne. Depois, uma preguiçosa tarde no apartamento, mexendo na internet e se preparando para a noitada que se aproximava...

Engraçado... Talvez pela mudança de ambiente, a sensação era que a temporada no Caribe estava a quilômetros de distância, não só no espaço, mas também no tempo. Ainda bem que temos os posts, fotos e filmes para nos lembrar que lá estivemos, que não foi tudo apenas um sonho. Um belo sonho.

Estados Unidos, Flórida, Miami,

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Na Praia de Areias Verdes

Hawaii, Big Island-Green Sand Beach

Chegando à Green sand Beach, ou praia das areias verdes, no sul da Big Island, no Havaí

Chegando à Green sand Beach, ou praia das areias verdes, no sul da Big Island, no Havaí


Dois foram os motivos de termos alugado um jipe com tração nas quatro rodas aqui na Big Island, no Havaí. O primeiro deles foi poder chegar com nossas próprias rodas no cume do Mauna Loa, a maior montanha do mundo, o que fizemos há dois dias. O segundo foi poder chegar a uma exótica praia de areias verdes, no extremo sul da ilha. A Green Sand Beach é uma das poucas existentes no mundo e, além disso, fica no ponto mais ao sul dos Estados Unidos.


Nossos caminhos pela Big Island, entre as cidades de Hilo e Kona, passando pelo Mauna Loa (C), pelas encostas do Kilauea (E) e pela Green Sand Beach (F)

Esse foi o nosso programa de hoje: sair cedo de Volcano, percorrer o sul da Big island, conhecer essa linda praia e, antes do final do dia, chegar à Kona, já na costa oeste, onde tínhamos dois mergulhos noturnos marcados. Pois é, mais um dia intenso, como todos os que passamos até agora nesse arquipélago no meio do Pacífico. Mas, ao invés de vulcões, nosso interesse hoje eram praias e o mar.

O ponto mais ao sul dos estados Unidos, na costa sul da Big Island, no Havaí

O ponto mais ao sul dos estados Unidos, na costa sul da Big Island, no Havaí


Passeio na ponta sul da Big Island, no Havaí

Passeio na ponta sul da Big Island, no Havaí


Logo pela manhã nos afastamos das encostas recentemente “construídas” pelo Kilauea e rumamos para o sul, um terreno um pouco mais antigo já tomado por pastagens cheias de vacas e cavalos. Saímos da estrada principal, que nos levaria diretamente à Kona e rumamos para o ponto mais ao sul da ilha, uma bucólica estrada secundária. Finalmente, chegamos à uma placa que anunciava, orgulhosa: “This is the southernmost point in the United States”.

Admirando o mar ao sul da Big Island, no Havaí

Admirando o mar ao sul da Big Island, no Havaí


Ali não há praias, apenas um rochedo que termina abruptamente no mar azul. Olhar para o horizonte significava mirar a Antártica, a meio mundo de distância (ainda chegamos lá!). As águas abaixo de nós eram extremamente tentadoras, um azul transparente através do qual podíamos ver o fundo de areia e coral. O único meio de acesso para chegar lá era escalando as pedras para baixo. Ou então, pulando. Com cerca de 10 metros de altura, não era uma má ideia. Para voltar, uma escada de ferro, parecida com escadas de bombeiro.

O difícil caminho para a Green Sand Beach, no sul da Big Island, no Havaí

O difícil caminho para a Green Sand Beach, no sul da Big Island, no Havaí


Nosso jipe nos leva pelo difícil caminho da Green Sand Beach, no sul da Big Island, no Havaí

Nosso jipe nos leva pelo difícil caminho da Green Sand Beach, no sul da Big Island, no Havaí


Admiramos o belíssimo mar, tiramos nossas fotos, mas resistimos à tentação do salto. Ficou para mais tarde, para depois da nossa visita à vizinha Green Sand Beach. Para chegar até lá, seguimos até o final da estrada de asfalto, onde há um estacionamento. Dali para frente, ou caminhávamos pouco mais de três milhas pelas encostas, programa feito por quase todos que chegam até aquele lugar remoto, ou enfrentávamos a rudimentar trilha de terra com o nosso carro.

A bela praia de Green Sand Beach, no sul da Big Island, no Havaí

A bela praia de Green Sand Beach, no sul da Big Island, no Havaí


Após conversarmos com um simpático motorista que cobrava 30 dólares por pessoa para fazer o trajeto, resolvemos enfrentar a estrada. Afinal, tínhamos de justificar o aluguel do jipe! O difícil era só escolher a trilha certa entre as dezenas de bifurcações que existiam por ali, caminhos deteriorados e erodidos sendo abandonados por trilhas mais recentes. Olha daqui, testa dali, entre pedras e buracos, fomos seguindo em frente e acabamos por chegar ao nosso objetivo: a praia de areias verdes.

Como o próprio nome diz, as areias são mesmo verdes na Green Sand Beach, no sul da Big Island, no Havaí

Como o próprio nome diz, as areias são mesmo verdes na Green Sand Beach, no sul da Big Island, no Havaí


Banho de mar nas águas da Green Sand Beach, no sul da Big Island, no Havaí

Banho de mar nas águas da Green Sand Beach, no sul da Big Island, no Havaí


E não é que é verde mesmo! A cor vem do mineral olivina, de origem vulcânica, presente nas encostas que circundam a praia. O mar vem erodindo a encosta e os barrancos fornecem areia à praia. Realmente, é muito bonito e especial. A gente chega por cima, de onde já temos uma bela vista da paisagem. Depois, carro estacionado, descemos cuidadosamente pela encosta, até chegar à areia.

Como o próprio nome diz, as areias são mesmo verdes na Green Sand Beach, no sul da Big Island, no Havaí

Como o próprio nome diz, as areias são mesmo verdes na Green Sand Beach, no sul da Big Island, no Havaí


Ali nos instalamos, com canga, pequeno lanche e muita curiosidade. A praia é pequena e pode ser percorrida em poucos minutos. A água do mar é agradável e foi aqui a minha estreia nos mares havaianos. Para não esquecer nunca mais, hehehe! Ficamos por ali pouco mais de uma hora e teríamos ficado mais, se não fosse o compromisso dos mergulhos.

Mergulho no penhasco que forma a ponta mais ao sul dos Estados Unidos, no sul da Big Island, no Havaí

Mergulho no penhasco que forma a ponta mais ao sul dos Estados Unidos, no sul da Big Island, no Havaí


O único meio de voltar à terra firme é através de uma escada, no ponto mais ao sul da Big Island, no Havaí

O único meio de voltar à terra firme é através de uma escada, no ponto mais ao sul da Big Island, no Havaí


Assim enfrentamos a trilha 4x4 novamente, que o jipão tirou de letra, e voltamos para os penhascos do ponto mais ao sul. Agora, nada mais nos impedia de saltar naquele mar transparente que tanto nos lembrou do Caribe. Uma delícia! Armados com nossas máscaras de mergulhos, foi um belo aperitivo para o que nos esperava de noite: arraias manta e seres luminescentes das profundezas abissais! O Havaí é mesmo incrível...

Delicioso mergulho nas águas azuis do mar ao sul da Big Island, no Havaí

Delicioso mergulho nas águas azuis do mar ao sul da Big Island, no Havaí

Hawaii, Big Island-Green Sand Beach, Praia

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Chegando em Vitória

Brasil, Espírito Santo, Vitória

Praia de Camburi, em Vitória - ES, com o porto de Tubarão ao fundo

Praia de Camburi, em Vitória - ES, com o porto de Tubarão ao fundo


Preguiçosamente, nos levantamos hoje. É bom fazer isso de vez em quando, não ter de sair correndo para alguma caminhada ou mergulho. Nosso compromisso era com o café da manhã, até às dez. Cumprido o compromisso, empacotamos a nossa eterna e diária bagunça (ainda escrevo um post sobre isso), atualizamos nossos blogs e site, eu tirei algumas fotos de Domingos Martins e partimos para Vitória.

Nosso hotel em Domingos Martins - ES, o Imperador

Nosso hotel em Domingos Martins - ES, o Imperador


Aqui chegando, por influência do Lonely Planet, viemos direto para o Íbis, muito bem localizado na cidade. Fica bem perto da melhor praia da cidade (é só atravessar a ponte) e ao lado do "Triângulo das Bermudas", principal centro da agitação noturna de Vitória, com vários bares e restaurantes.

Praia de Camburi, em Vitória - ES

Praia de Camburi, em Vitória - ES


Fomos caminhar na Praia de Camburi e no caminho passamos pela Acquasub para rever os novos amigos. Lá vimos várias fotos muito boas do Victory 8B, com visibilidade. Nossa... é outra coisa.

A praia de Camburi está passando por uma reurbanização, a mesma coisa que a praia do Morro, em Guarapari. Como lá, todos os quiosques foram retirados da praia. Após uma longa e agradável caminhada na praia, encontramos um vendedor ambulante e pudemos matar nossa sede curtindo o fim de tarde na praia quase vazia com a visão do enorme porto de Tubarão no horizonte e dezenas de super cargueiros ancorados, esperando a sua vez.

O céu do fim de tarde em Vitória - ES

O céu do fim de tarde em Vitória - ES


Mais tarde, no hotel, encontramos a Ana, outra Ana, amiga da minha Ana, lá de Curitiba e trabalhando e vivendo em Vitória já há alguns meses. Juntos, fizemos um tour pelo Triângulo das Bermudas. Bares cheios, ambientes bem abertos, próprios para o clima da cidade.

Foi uma noite agradável, colocando muito papo em dia e aprendendo sobre coisas de Vitória, desde a geografia da cidade até o modo como as pessoas convivem aqui. Muito ilustrativo.

Amanhã chegam o sobrinho e a namorada. Vamos buscá-los no aeroporto e passear pela cidade. No sábado, seguimos para Itaúnas. A famosa e paradisíaca Dunas de Itaúnas.

Praia de Camburi, em Vitória - ES

Praia de Camburi, em Vitória - ES

Brasil, Espírito Santo, Vitória,

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Mergulhando com Tubarões

Bahamas, New Providence - Nassau

Mergulho com tubarões feito em Nassau - Bahamas

Mergulho com tubarões feito em Nassau - Bahamas


Todo mergulhador gosta de ver vida embaixo d'água. Peixes. Peixes grandes. Arraias, golfinhos, polvos, tartarugas, baleias. E tubarões. Esse nome costuma dar calafrios. O filme de Spielberg marcou uma geração. Pessoas não dormiam mais direito e não entravam mais no mar. Mas, na verdade, o filme fez muito mais mal a espécie que retratava do que a esses pobres insones. Foram caçados inclementemente, mas a vida deles vem melhorando pouco a pouco, com o intenso trabalho da comunidade de mergulhadores e, principalmente, por canais como Discovery Channel, Natgeo e Animal Planet.

Esses animais são magníficos. Quem já os viu nadar graciosamente pelos mares, eficiência hidrodinâmica ao extremo, compreende e reverencia essa obra-prima da natureza. Não é à tôa que estão por aí desde o tempo dos dinossauros.

Enfim, já deu para perceber como sou fã deles, né? Sempre os procuro nos meus mergulhos. São raras as vezes que os vejo e sempre considero um prêmio os poucos segundos, raramente minutos que consigo acompanhá-los embaixo d'água. É porque eu ainda não tinha vindo ao lugar certo. Aqui no Caribe, é muito mais fácil observá-los. Hoje mesmo, assistindo ao Weather Channel, que mostrava Nassau vista de um avião, deu para ver vários, passeando aqui por perto. Engraçado... vistos de cima, de fora d'água, eles dão medo. Como banhista, também me assusto. Mas, embaixo d'água, não há espaço para medo. Apenas admiração.

Fomos a um mergulho especial hoje. Um mergulho onde assistimos tubarões sendo alimentados. Há toda uma preparação psicológica antes do espetáculo. Primeiro, um mergulho de preparação, onde o guia nos leva pela crista de um barranco, que desce dos 10 m aos 6 km de profundidade. Isso mesmo, 6 quilômetros! É a chamada "Língua do Oceano", uma fossa abissal bem ao lado de Nassau. Olhar para o azul escuro desse poço sem fundo (ou quase) me dá muito mais medo que os tubarões que já nos seguem, de longe, nesse mergulho. Sabem que a hora do lanche se aproxima. São tubarões médios, de dois a três metros. Curiosos, se aproximam e se afastam. Orientados pelo guia, não nadamos em direção a eles. Seria estupidez. São muito mais rápidos que nós e são eles que controlam a distância que querem ficar. Após alguns minutos, já estamos acostumados com a presença dessas criaturas em volta de nós. Uma dúzia deles. O mergulho termina num grande campo de areia, com pedras colocadas em forma de círculo. Uma arena, que mais parece uma Stonehenge submersa, o que lhe dá um ar bem mais solene, quase fantasmagórico.

Subimos de volta ao barco, para nos preparar para o segundo mergulho. O guia explica como se portar na arena. Devemos ficar quietos, apenas observando a ação que se passa no centro dela. Nenhum movimento brusco, para não atrair a atenção indesejada dos tubarões em plena hora do lanche. Ele, o guia, se veste com uma tela de aço, pega suas caixas cheias de comida de tubarão e vamos todos para baixo d'água novamente. A gente se coloca em círculo, se segura numa das pedras da arena e assistimos agora a três dúzias de tubarões tentando o seu naco de peixe, às vezes arrancandos da mão do guia. Ficam nadando em círculos, passando literalmente entre nós. Nós não podemos tocá-los, mas eles tem toda a liberdade para nos tocar. Levei algumas barbatanadas, me desviei de outras tantas. O único cuidado que tive foi deixar os dedos da minha mão bem próximos ao corpo. Eram minha única parte descoberta. Fora isso, nenhum medo, nenhum receio. A impressão é a de estarmos em algum filme Imax 3D. Dentro do filme, mas inatingíveis. O que quebra essa sentação são as barbatanadas ("se liga, mané!") ou o frio da água no rosto.

Mergulho com tubarões feito em Nassau - Bahamas

Mergulho com tubarões feito em Nassau - Bahamas


Voltamos para o barco ainda mais fãs desses animais. E a vontade é de ver tubarões ainda maiores. E sei que vamos ver, ainda nesta viagem.

Bahamas, New Providence - Nassau, Bichos, Mergulho, tubarão

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Na Península do Maraú

Brasil, Bahia, Itacaré

Lagoa do Cassange, na Península do Maraú - BA

Lagoa do Cassange, na Península do Maraú - BA


Mais um capítulo na nossa rotina de despedidas, mais um dia na estrada, uma nova região para explorar. Estamos ficando pró nessas "atividades"... Itacaré já virou passado, chegamos à Barra Grande, bem na pontinha da Península do Maraú, que separa o mar aberto da terceira maior baía do Brasil, logo após a Baía da Guanabara e a Baía de Todos os Santos.

Despedida da Bianca e Rebeca, em Itacaré - BA

Despedida da Bianca e Rebeca, em Itacaré - BA


Depois da festa da fantasia de ontem, obviamente não conseguimos sair cedo da Sage Point. Foi só à uma da tarde que partimos, tudo empacotado na Fiona, despedidas da Rebeca e da Bianca e umas poucas fotos da bela e charmosa pousada, frequentada por uma tal de Monica Belucci. Nossa... imagina cruzar ela no café da manhã!

Pousada Sage Point em Itacaré - BA

Pousada Sage Point em Itacaré - BA


Só pudemos nos dar esse luxo de sair mais tarde porque a Península do Maraú é pertinho de Itacaré. Até há algum tempo, e foi assim que fiz há 11 anos, podia-se pegar uma balsa de Itacaré direto para lá. Com a construção da ponte sobre o Rio de Contas, a balsa foi desativada e temos de dar uma volta um pouco maior.

Fiona explorando trilhas entre coqueirais na Península do Maraú - BA

Fiona explorando trilhas entre coqueirais na Península do Maraú - BA


A estrada que cruza a península de sul ao norte é uma BR. Estrada de terra ainda, que fica em estado lastimável depois das chuvas. Foi terrível da outra vez que passei aqui, mas hoje estava bem razoável. A Ana ficou impressionada dessa ser uma estrada federal. A razão de sua construção foi que, há muito tempo atrás, queriam fazer um grande porto no norte da península para escoar a produção de grãos do Brasil central. O porto até foi iniciado. Felizmente não foi terminado, mas a BR já estava feita e a península e a baía foram salvas do "desenvolvimento". Com isso, suas águas ainda se parecem com o que eram quando os portugueses aqui chegaram, o que não se pode dizer das suas duas "irmãs maiores", no Rio e em Salvador.

A praia Taipus de Fora, Península do Maraú - BA

A praia Taipus de Fora, Península do Maraú - BA


No caminho através da península, passamos por lagoas e por uma natureza exuberante. Mas para realmente vê-la, é preciso sair da estrada principal, que é quase uma enorme reta de 40 km e seguir por trilhas secundárias, muitas de areia fofa. Aí, chegamos perto das lagoas, atravessamos coqueirais e terrenos pantanosos e chegamos nas praias maravilhosas que fazem a fama do lugar. A mais famosa delas é Taipus de Fora. Coisa de cinema, como não poderia deixar de ser. São tantas praias maravilhosas aqui na Bahia que vamos ficando até meio "enfasteados" delas. A grande atração de Taipus de Fora, além dos coqueiros, areias brancas e águas esverdeadas, coisa comum por aqui, são as piscinas naturais que se formam na maré baixa, ótimas para o mergulho. Mas nós passamos lá fora do horário, e a praia era "só" uma praia "normal". Antes de partirmos daqui, passaremos lá no horário correto, com certeza!

Pôr-do-sol na Ponta do Mutá em Barra Grande, Península do Maraú - BA

Pôr-do-sol na Ponta do Mutá em Barra Grande, Península do Maraú - BA


Chegamos em Barra Grande a tempo de nos instalarmos e irmos assistir ao programa obrigatório daqui: o pôr-do-sol na Ponta do Mutá, o extremo norte da península. Foi lindo assisti-lo, de um dos bares que estão ali com cadeiras e almofadas na areia, especialmente colocados para esse espetáculo diário. Como já era o finzinho do feriado, estava tudo bem calmo, como poucos e felizardos turistas.

Curtindo o pôr-do-sol na Ponta do Mutá em Barra Grande, Península do Maraú - BA

Curtindo o pôr-do-sol na Ponta do Mutá em Barra Grande, Península do Maraú - BA


Ouço e percebo, pela quantidade de pousadas, que não é assim na temporada, quando centenas de pessoas, as vezes milhares, tomam conta da península. É o desenvolvimento que não veio com o porto, chegando com o turismo. Pelo menos, este mantém as águas cristalinas... Amanhã vamos checar isso fazendo um passeio de barco pela Baía de Camamu. Pois é, este é o nome dessa maravilhosa baía que eu ainda não havia citado.

Curtindo o pôr-do-sol na Ponta do Mutá em Barra Grande, Península do Maraú - BA

Curtindo o pôr-do-sol na Ponta do Mutá em Barra Grande, Península do Maraú - BA


Criança brincando na Ponta do Mutá durante o pôr-do-sol, em Barra Grande, Península do Maraú - BA

Criança brincando na Ponta do Mutá durante o pôr-do-sol, em Barra Grande, Península do Maraú - BA

Brasil, Bahia, Itacaré, Maraú

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Ushuaia: Parque, Histórias, Geleira e Boa Comida

Argentina, Ushuaia

A Fiona chega ao extremo sul da América, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

A Fiona chega ao extremo sul da América, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


Essa é nossa segunda vez em Ushuaia durante os 1000dias. Quem nos acompanha sabe que o final de nossa viagem à Antártica, de barco, foi aqui. A Fiona tinha ficado perto de Buenos Aires, na casa de amigos, e nós voamos para lá de volta. Nosso objetivo era chegar aqui em Ushuaia de carro, de Fiona, e é isso que aconteceu ontem. Mais de 160 mil quilômetros depois de deixarmos Curitiba em 18 de Março de 2010, finalmente chegamos à cidade mais austral do continente e do planeta. É claro que se tivéssemos vindo diretamente, o odômetro não teria andado tanto assim, mas a gente deu umas voltinhas por aí, um atalho pelo Alaska, etc... Enfim, cá estamos. Como diria o Capitão Nascimento, “Missão dada, missão cumprida!”.

Vista do nosso hotel em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina, em um dia nublado

Vista do nosso hotel em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina, em um dia nublado


A cidade de Ushuaia, entre as montanhas da Cordilheira Darwin e o Canal de Beagle, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

A cidade de Ushuaia, entre as montanhas da Cordilheira Darwin e o Canal de Beagle, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


Da outra vez que estivemos em Ushuaia, demos uma boa volta pela cidade. Caminhando, pois estávamos sem o carro. As atrações mais distantes, deixamos para conhecer quando chegássemos de carro e aumentássemos nossa autonomia. E foi exatamente isso o que fizemos hoje, conhecer um pouco do magnífico entorno dessa cidade localizada já em plena Cordilheira Darwin, a única região montanhosa da Terra do Fogo e uma espécie de continuação dos Andes, a espinha dorsal da América do Sul.

Chegando ao parque nacional Tierra del Fuego, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

Chegando ao parque nacional Tierra del Fuego, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


O belo visual do parque nacional Tierra del Fuego, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

O belo visual do parque nacional Tierra del Fuego, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


Ushuaia se espreme entre suas montanhas e o Canal de Beagle, uma das passagens de mar que liga os oceanos Atlântico e Pacífico. Essa passagem foi explorada e mapeada em 1830 pelo navio de pesquisas Beagle (daí o nome!), liderada pelo capitão FitzRoy e que, em sua segunda viagem de pesquisas por aqui, trouxe na tripulação o jovem cientista Charles Darwin. A cordilheira que leva seu nome se estende se leste a oeste, acompanhando o canal de Beagle e entrando Chile adentro. A fronteira entre os dois países é aqui do lado, justo onde está o Parque Nacional Tierra del Fuego, um dos nossos destinos de hoje. O parque protege a beleza das montanhas e do canal, sua flora e fauna, lagoas e riachos. Do lado de lá da fronteira, outras reservas também protegem a natureza, incluindo a maior montanha da ilha, o Monte Darwin, com quase 2.500 metros de altitude.

Montanhas nevadas e o Canal de Beagle, visual do parque nacional Tierra del Fuego, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

Montanhas nevadas e o Canal de Beagle, visual do parque nacional Tierra del Fuego, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


Uma praia do canal de Beagle na região de Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

Uma praia do canal de Beagle na região de Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


Do outro lado do canal de Beagle, cuja largura gira em torno de três quilômetros, estão as outras ilhas do arquipélago da Terra do Fogo. Quando comparadas com a ilha principal, essa que temos viajado nos últimos dias, são todas pequenas. Praticamente todas pertencem ao Chile e foi a posse de algumas delas, minúsculas, bem na saída do canal, que quase levaram as duas nações à guerra total, em 1978. Tropas chegaram a ser mobilizadas, as duas ditaduras militares de então prontas para se enfrentar, quando o milagre de um dia de tempo muito ruim adiou a operação de invasão por parte da Argentina. Foi o dia extra que o papa precisava, um jovem João Paulo II ainda no início de seu pontificado, para convencer os dois presidentes a aguardar mais um pouco a chegada de seu enviado diplomático. Foi o Vaticano que conseguiu, através de acaloradas negociações, impedir o conflito e chegar a um acordo que, enfim, pôs fim às tensões fronteiriças entre Argentina e Chile. Os chilenos, assim, conseguiram se livrar dos horrores da guerra. Para os argentinos e seus militares corruptos no comando, foi apenas um adiamento, já que menos de quatro anos mais tarde, eles se aventurariam de forma trágica e infeliz nas águas do Atlântico Sul, na malsucedida Guerra das Malvinas.

A bela paisagem do Parque Nacional Tierra del Fuego e do Canal de Beagle, perto de Ushuaia, no sul da Argentina

A bela paisagem do Parque Nacional Tierra del Fuego e do Canal de Beagle, perto de Ushuaia, no sul da Argentina


A bela paisagem do Parque Nacional Tierra del Fuego e do Canal de Beagle, perto de Ushuaia, no sul da Argentina

A bela paisagem do Parque Nacional Tierra del Fuego e do Canal de Beagle, perto de Ushuaia, no sul da Argentina


A principal ilha lá do outro lado do Canal de Beagle, justo a que fica em frente à Ushuaia, é a Isla Navarino. É aí que fica Puerto Williams, um pequeno povoado habitado basicamente por militares chilenos e suas famílias e por descendentes dos índios Yaghan. A pequena Puerto Williams, portanto, está ainda mais ao sul do que Ushuaia. Mas os argentinos argumentam que ela é apenas um povoado e que, portanto, Ushuaia continua a ser a cidade mais austral do mundo.

Montanhas nevadas e o Canal de Beagle, visual do parque nacional Tierra del Fuego, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

Montanhas nevadas e o Canal de Beagle, visual do parque nacional Tierra del Fuego, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


Fiona e outros carros de expedicionários estacionados no Parque Nacional Tierra del Fuego, próximo a Ushuaia, no sul da Argentina

Fiona e outros carros de expedicionários estacionados no Parque Nacional Tierra del Fuego, próximo a Ushuaia, no sul da Argentina


A própria Ushuaia também começou pequena, um presídio para presos perigosos ou reincidentes. Mas não demorou para o resto da civilização descobrir o quão bonita é a região. Um porto estratégico no Canal de Beagle, uma base para se lançar expedições à Antártida, a possibilidade de se explorar turisticamente o sul da Terra do Fogo, o status de ocupar os confins do continente e do planeta, enfim, tudo isso concorreu para acelerar o desenvolvimento de Ushuaia. Hoje ele figura em cartazes espalhados por agências de turismo do mundo inteiro, o destino perfeito para quem busca aventura numa terra distante e inexplorada.

Chegando ao fim da ruta 3, estrada mais austral do mundo, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

Chegando ao fim da ruta 3, estrada mais austral do mundo, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


Placa marca o fim da ruta 3, a estrada mais austral do mundo, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

Placa marca o fim da ruta 3, a estrada mais austral do mundo, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


1000dias no fim da América do Sul, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

1000dias no fim da América do Sul, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


Era essa a cidade que iriamos explorar hoje. E nosso primeiro destino foi exatamente o Parque Nacional Tierra del Fuego, localizado a cerca de 20 km a oeste de Ushuaia e apenas ligeiramente mais ao sul. Foram esses poucos segundos de arco a mais que estabeleceram o recorde final da Fiona de latitude sul (o nosso foi lá na Península Antártica, um mês atrás e SEM a companhia da Fiona). O ponto final de uma epopeia que começou lá no norte do Alaska em setembro de 2012, quando apontamos os nossos narizes para o sul. A partir de agora, o norte volta a ser o nosso norte, hehehe! No final da estrada, já no coração do parque, há uma placa com as distâncias para Buenos Aires e até para o Alaska. Desconfio da precisão desse número, mas o que importa é a sua simbologia. Os dois pontos extremos do continente unidos por um estrada, por uma placa. De novo, sei que essa estrada não existe, não é possível dirigir da Colômbia para o Panamá, mas é a simbologia que importa. Ponto obrigatório para fotos para todos os que chegam até aqui. Principalmente para aqueles que chegam mesmo dirigindo! Buenos Aires: 3.079 km. Alaska: 17.848 km.

Um coiote acostumado com turistas vem em busca de comida no estacionamento do P. N Tierra del Fuego, região de Ushuaia, no sul da  Argentina

Um coiote acostumado com turistas vem em busca de comida no estacionamento do P. N Tierra del Fuego, região de Ushuaia, no sul da Argentina


Um coiote acostumado com turistas vem em busca de comida no estacionamento do P. N Tierra del Fuego, região de Ushuaia, no sul da  Argentina

Um coiote acostumado com turistas vem em busca de comida no estacionamento do P. N Tierra del Fuego, região de Ushuaia, no sul da Argentina


É claro que todos que vão ao parque querem tirar fotos com essa placa. Nós, a torcida do Flamengo e a do Corinthias (no caso, do Boca e do River). Até pensei em argumentar que aqueles que dirigiram desde o Alaska até ali deveriam ter prioridade, mas não achei que as outras pessoas fossem ficar comovidas. Então, do jeito que deu, tiramos nossas fotos “históricas”.

Flores muito comuns na região de Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

Flores muito comuns na região de Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


Flores muito comuns na região de Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

Flores muito comuns na região de Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


Apesar de ter uma grande área, uma boa parte do parque é restrita, apenas para pesquisadores. Para os simples mortais, há uma série de pequenas trilhas que não levam mais de 40 minutos. Caminhamos ao lado de lagos, alcançamos pequenas cascatas, subimos até mirantes ou chegamos até o Canal de Beagle. Há também um pequeno museu, aquele com a história dos índios de que já tratei em um post passado. O parque é muito visitado e bem servido por estradas, pelo menos a parte aberta ao público. As paisagens são sempre lindas, a água do mar ou de lagos rodeada por bosques bem verdes e as montanhas nevadas ao fundo. Parte da fauna já é até acostumada com visitantes e alguns mais espertos tentam até tirar proveito disso. Foi o caso de um coiote que se aproximou de nós e posou para fotos, Certamente, estava mais interessado em comida do que em nós. Seguindo o manual do bom turista, não demos nada, claro!

A cidade de Ushuaia, entre as montanhas da Cordilheira Darwin e o Canal de Beagle, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

A cidade de Ushuaia, entre as montanhas da Cordilheira Darwin e o Canal de Beagle, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


Para matar a saudade, um navio irmão do Sea Spirit, no porto de Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

Para matar a saudade, um navio irmão do Sea Spirit, no porto de Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


Depois do parque, do coiote, das pequenas trilhas e das fotos históricas, voltamos para a cidade. Fomos para a área do aeroporto, de onde se tem um ângulo privilegiado de Ushuaia e das montanhas atrás. Dali também podíamos ver bem o porto da cidade, aquele mesmo aonde chegamos com nosso saudoso Sea Spirit. Quase inconscientemente, os olhos procuraram nossa antiga casa no mar. E quase encontraram! O Sea Spirit não estava ali, mas seu irmão gêmeo sim, o Ocean Diamond. Mesmas cores, mesmo tamanho, mesma logo. Deu uma saudade danada! Por pouco a Fiona não encontrou o Sea Spirit. Teria sido demais, como teria sido muito legal também encontrar nossos antigos guias. Mas eles estão em alto mar agora.

Caminhando rumo às montanhas e o glaciar Martial, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

Caminhando rumo às montanhas e o glaciar Martial, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


Caminhando rumo às montanhas e o glaciar Martial, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

Caminhando rumo às montanhas e o glaciar Martial, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


Voltamos para o centro da cidade, mas só de passagem. Nosso destino agora eram as montanhas atrás de Ushuaia. Uma estrada em caracol de 7 km nos leva até o pé do Cerro Martial. O nome é uma homenagem a um explorador francês que passou por aqui em 1880 e a montanha atrai turistas durante o ano todo. No inverno, é a pista de esqui mais próxima da cidade, embora com uma infraestrutura bem mais simples que outros resorts espalhados pela região. No verão, é um ótimo lugar para se caminhar e ter uma vista magnífica da cidade, do Canal de Beagle e das ilhas chilenas do outro lado do mar.

Trilha para o glaciar Martial, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

Trilha para o glaciar Martial, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


Chegando ao glaciar Martial, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

Chegando ao glaciar Martial, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


Caminhada até o glaciar Martial, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

Caminhada até o glaciar Martial, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


O carro nos leva até o estacionamento ao lado da cadeirinha criada para levar esquiadores lá para cima. Mas nessa época do ano a cadeirinha está desligada e só nos resta caminhar mesmo. Mas vale muito a pena, principalmente se o tempo estiver bom e claro, pois a vista é soberba. Quando chegamos ao alto do teleférico, a trilha se divide. Uma delas segue montanha adentro e acima, rumo ao pequeno glaciar Martial. A outra nos leva até um mirante ainda mais belo, quase 900 metros acima do nível do mar. Foi por essa que seguimos e adoramos! Depois, voltamos até esse ponto e seguimos até a neve onde brasileiros se divertiam com sua primeira vez perto dessa substância quase mágica (principalmente para quem nunca viu!).

A magnífica vista para Ushuaia e seu aeroporto, do alto da trilha para o glaciar Martial, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

A magnífica vista para Ushuaia e seu aeroporto, do alto da trilha para o glaciar Martial, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


A magnífica vista para Ushuaia e seu aeroporto, do alto da trilha para o glaciar Martial, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

A magnífica vista para Ushuaia e seu aeroporto, do alto da trilha para o glaciar Martial, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


O Canal de Beagle. Do outro lado, ao sul, a Isla Navarino, pertencente ao Chile. Vista do alto da trilha do glaciar Martial, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

O Canal de Beagle. Do outro lado, ao sul, a Isla Navarino, pertencente ao Chile. Vista do alto da trilha do glaciar Martial, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


Já quase oito horas, nós resolvemos descer. Foi quando paramos naquela exposição sobre a Guerra das Malvinas, também relatada em outro post. Agora, tínhamos fome. Muita fome, depois de tantas caminhadas. Ushuaia é um ótimo lugar para se ter fome, pois tem muitos bons restaurantes. Houve um tempo em que era considerada uma das cidades mais caras do mundo e até continua sendo uma das mais caras da Argentina. Mas com esse câmbio distorcido e regulado pelo governo em que consigamos uma taxa quase 100% melhor nas ruas, até que os preços ficaram bem palatáveis. E ainda podemos tomar vinho nacional! Maravilha!

O balcão do charmoso restaurante Almacén, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

O balcão do charmoso restaurante Almacén, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


Risoto com vinho, nosso belo jantar de despedidas no restaurante Almacén, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

Risoto com vinho, nosso belo jantar de despedidas no restaurante Almacén, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


Ontem, comemos em uma churrascaria. Hoje preferimos um café bem charmoso, o Almacén, onde nos esbanjamos com um delicioso risoto. Nosso jantar de despedida do fim do mundo, da “baía que olha a oeste” (o significado de “Ushu-aia”), da pontinha da nossa América do Sul. Amanhã, rumo ao norte. Nesse último jantar, tivemos até nossos minutos de estrela, um simpático casal brasileiro que nos fez muita festa, admirados pela viagem. Teve até foto e votos de um feliz retorno. Um feliz e longo retorno!

Encontro com um simpático casal brasileiro nas ruas de Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

Encontro com um simpático casal brasileiro nas ruas de Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


Mostrando a nossa localização no Parque Nacional Tierra del Fuego, em Ushuaia, no sul da Argentina

Mostrando a nossa localização no Parque Nacional Tierra del Fuego, em Ushuaia, no sul da Argentina

Argentina, Ushuaia, geleira, Montanha, Parque, Parque Nacional Tierra del Fuego, Terra do Fogo, trilha

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Festiva Quebec

Canadá, Quebec

A charmosa Rue du Petit-Champlain, na parte baixa do centro histórico de Quebec, no Canadá

A charmosa Rue du Petit-Champlain, na parte baixa do centro histórico de Quebec, no Canadá


Chegamos em Quebec justamente no final de semana. Se a cidade (e o país) já fica em “estado de festa” permanente durante o verão, no fim de semana a animação se acentua ainda mais! Ruas cheias, pessoas felizes, mercados, feiras, festivais, tudo acontecendo ao mesmo tempo. Sente-se a “energia” vibrar pelo ar.

A parte baixa do centro histórico de Quebec, no Canadá

A parte baixa do centro histórico de Quebec, no Canadá


Quebec é a única cidade “murada” ao norte da Cidade do México. Certamente, não foi para efeitos “decorativos” que se construíram as grossas muralhas e torres que cercam toda a cidade histórica. Não, o problema era mais em baixo. Quebec, a principal cidade francesa na América do Norte, estava sob constante ameaça dos rivais ingleses, que lutavam pela supremacia no continente. Mais de um século de escaramuças e guerras mais tarde e Quebec finalmente caiu, na famosa batalha de “Plains of Abraham”, lutada aos pés dos muros que cercam a cidade. Agora, todo o país e toda a província eram ingleses, mas Quebec continuaria mais francesa do que nunca, na língua, nos costumes e na cultura.

A charmosa Rue du Petit-Champlain, na parte baixa do centro histórico de Quebec, no Canadá

A charmosa Rue du Petit-Champlain, na parte baixa do centro histórico de Quebec, no Canadá


Quinze anos mais tarde e a cidade repeliu o ataque dos revolucionários americanos. Desde então, os muros foram perdendo suas características defensivas e ganhando ares turísticos. Hoje, é possível a dar volta na cidade encima ou ao lado deles, toda a área transformada em um parque. Na parte de dentro, a “Velha Quebec”, dividida em Cidade Alta e Cidade Baixa. Do lado de fora, muita coisa interessante para ser visitada, como o pomposo Palácio do Parlamento Provincial, a rua da balada, com suas dezenas de bares e restaurantes lado a lado, e as “Planícies de Abraão”, onde foi lutada a famosa e decisiva batalha de 1759.

O palácio do Parlamento, em Quebec, no Canadá

O palácio do Parlamento, em Quebec, no Canadá


Nesses últimos dias, tentamos viver um pouco de tudo isso, aproveitando cada minuto nessa deliciosa cidade. Logo na primeira noite, depois de conseguirmos achar um hotel para ficar dentro dos muros (difícil tarefa num final de semana de verão!), pudemos caminhar pelas ruas desertas e monumentos iluminados, em plena madrugada. Tudo porque insistimos em pegar uma agitada balada, do lado de fora dos muros. Foram momentos mágicos!

Pessoas fantasiadas passeiam pelo centro histórico de Quebec, no Canadá

Pessoas fantasiadas passeiam pelo centro histórico de Quebec, no Canadá


No dia seguinte, ainda pela manhã, descemos caminhando para a movimentada Parte Baixa de Quebec. Caminhávamos entre centenas de animados turistas e dezenas de cidadãos da cidade fantasiados com roupas dos séc XVII e XVIII. Incentivados pela prefeitura, ficam perambulado pela parte histórica da cidade, como se fosse a coisa mais natural do mundo, ou como se realmente vivessem há 200 anos. Era o que faltava para podermos sentir ainda mais o clima da cidade centenária, ruas e prédios com a mesmíssima arquitetura de dois séculos atrás.

Visto do rio St. Laurent, ou São Lourenço, em Quebec, no Canadá

Visto do rio St. Laurent, ou São Lourenço, em Quebec, no Canadá


Um bom passeio pelas ruas de pedra, por entre feiras e mercados, uma olhada na orla do rio e estávamos prontos para mais um delicioso almoço francês num dos muitos restaurantes ali embaixo. Renovados, voltamos à parte alta, agora para explorar as ruas que ainda não tínhamos visto naquela área. A cada esquina, uma nova movimentação, mais um grupo de restaurantes, mais um prédio histórico. Impressionante! Com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, temos sempre a impressão de estar perdendo alguma coisa...

Cerimônia da troca da guarda, na Citadela de Quebec, no Canadá

Cerimônia da troca da guarda, na Citadela de Quebec, no Canadá


Seguimos para fora da cidade, para ver o prédio do parlamento e os famosos campos de batalha, hoje transformados em parque e enorme área verde. Daí se pode observar a cidade murada de um lado, a Citadela (o maior forte do país) de outro e o rio São Lourenço passando lá embaixo. Uma vista magnífica para um fim de tarde!

Fim de tarde em frente ao Cháteau Frontenac, o mais famoso hotel de Quebec, no Canadá

Fim de tarde em frente ao Cháteau Frontenac, o mais famoso hotel de Quebec, no Canadá


Ainda conseguimos ver a concorrida cerimônia da troca da guarda na Citadela. Aqui, os uniformes são ingleses, parecidos com os do Palácio de Buckingham, em Londres. Pareceram-me um pouco fora do contexto. Voltamos rapidamente para o mundo francês do lado de dentro da cidade, ao lado do Cháteau Frontenac, o mais fotografado hotel do mundo. Não é por menos, uma construção gigantesca e estilosa, suas torres parecendo querer encostar no céu.. Incrível imaginar que construíram um prédio daquele tamanho em pleno século XIX para servir de hotel! Hoje, acabou se transformando na principal landmark da cidade.

O famoso Chateau Frontenac, um dos mais fotografados hoteis do mundo, em Quebec, no Canadá

O famoso Chateau Frontenac, um dos mais fotografados hoteis do mundo, em Quebec, no Canadá


Para encerrar o dia, do terraço do nosso hotel, junto com os outros hóspedes, assistimos de camarote ao enorme cinema em que foi transformado as paredes de um grande armazém portuário. Em seguida, um show de fogos celebrando o verão e apropria cidade de Quebec. A luz dos fogos iluminava a cidade e as águas do rio, emprestando um ar meio mágico ao cenário. Inesquecível!

Viajante que levou seu piano através dos Estados Unidos, em Quebec, no Canadá

Viajante que levou seu piano através dos Estados Unidos, em Quebec, no Canadá


O dia de hoje foi dedicado a mais andanças pelas ruas, um pouco mais vazias do que ontem, inclusive na famosa Place Royale, a principal da Cidade Baixa. Entramos nas belas igrejas da cidade e passamos boas horas em dois dos muitos museus de Quebec. O primeiro foi o que conta a história da América Francesa, de que tratei no post anterior. O segundo foi o Museu das Civilizações. Aí pudemos ler um pouco e aprender sobre a história e a arte dos povos indígenas do Canadá, aqui conhecidos como “First Nations”. Por séculos tiveram sua cultura e modo de vida reprimidos, mas hoje, dentro da política de valorização multicultural do governo e da constituição, as coisas estão mudando, felizmente. Eles são os únicos habitantes das vastas regiões do norte do país, região que aprenderam a viver e interagir com a natureza. Um exemplo de adaptabilidade à condições extremas e uma verdadeira lição de vida. Entre os povos das “First Nations”, nossos amigos Inuits lá da Groelândia. Foi engraçado, até nos sentimos mais “em casa” ao ler sobre eles...

Armazens do porto transformados em gigantesco cinema ao ar livre, em Quebec, no Canadá

Armazens do porto transformados em gigantesco cinema ao ar livre, em Quebec, no Canadá


Pessoas assistem à show de fogos em Quebec, no Canadá

Pessoas assistem à show de fogos em Quebec, no Canadá


Por fim, no mesmo museu, deixamos um pouco a América e viajamos para a Ásia. Mais especificamente, para o Japão. O museu apresentava uma excelente exposição sobre os samurais, contando um pouco da história e cultura dessa casta de guerreiros. Trajes e armas reais nos transportaram para um outro tempo e outra realidade, quase fantasiosa, saída de algum filme do Kurosawa. Muito legal!

Arte Inuit no Museu da Civilização, em Quebeq, no Canadá

Arte Inuit no Museu da Civilização, em Quebeq, no Canadá


Belíssima exposição sobre samurais, no Museu da Civilização, em Quebeq, no Canadá

Belíssima exposição sobre samurais, no Museu da Civilização, em Quebeq, no Canadá


Amanhã, deixamos à cidade rumo a dois dias por Parques Nacionais da província de Quebec. Chega de cidades grandes, vamos à pujante natureza do Canadá!

Belíssima exposição sobre samurais, no Museu da Civilização, em Quebeq, no Canadá

Belíssima exposição sobre samurais, no Museu da Civilização, em Quebeq, no Canadá

Canadá, Quebec, cidade

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Trilha da Cassandoca

Brasil, São Paulo, Ubatuba

Lagoa na Praia da Lagoa em Ubatuba - SP

Lagoa na Praia da Lagoa em Ubatuba - SP


Não é muito fácil escolher o que fazer aqui em Ubatuba, com tantas opções disponíveis. Dezenas de praias, algumas cachoeiras, algumas trilhas e até mesmo uma montanha com mais de mil metros de altura! Poderíamos passar duas semanas por aqui, fazendo programas diferentes todos os dias... Mas só temos três ou quatro e temos de escolher o que fazer e deixar o resto para daqui a mil dias.

A espetacular e completamente vazia Praia da Lagoa em Ubatuba - SP

A espetacular e completamente vazia Praia da Lagoa em Ubatuba - SP


A opção mais óbvia é não fazer nada. Ficar aqui curtindo a mordomia, ler um jornal ou um livro de vez em quando, beber uma cerveja ou caipirinha olhando para o mar e, quando o tédio for muito, caminhar até a praia, dar um mergulho e voltar para cá, deitar na rede e descansar depois de tamanho esforço.

Bom, não é essa a "proposta" da viagem então, mãos à obra! A opção de hoje foi fazer a Trilha da Cassandoca, passando por várias praias desertas e maravilhosas no limite entre Ubatuba e Caraguá. Fomos com o Jairo de Fiona até perto da Praia da Lagoa. Para chegar lá, temos de pegar uma estradinha de terra bem esburacada e sem sinalização lá de Tabatinga (praia de Caraguá). No caminho, passamos pela Praia da Figueira, linda, linda, linda.

A linda Praia da Figueira em Ubatuba - SP

A linda Praia da Figueira em Ubatuba - SP


O Jairo nos deixou lá e combinamos dele nos pegar 3 horas mais tarde, do outro lado da trilha, na Praia da Cassandoca. É incrível como todas essas praias que eu já citei e mais a Praia do Simão e o Saco da Banana (que passamos durante a trilha), tão próximas de São Paulo e tão lindas que são, ainda não foram invadidas pela civilização. Parece que estamos em um outro mundo, deserto, quase virgem. A estrada em péssimas condições deve ajudar a proteger essas praias. Mas tenho a impressão que toda essa região é uma área de proteção e construções são proibidas. Graças à Deus! Ou melhor, graças à lei! Que continue assim!

Quase terminando mais uma ladeira na Trilha da Cassandoca em Ubatuba - SP

Quase terminando mais uma ladeira na Trilha da Cassandoca em Ubatuba - SP


É uma bela e longa caminhada de cerca de 3 horas. Quase toda na sombra, tanto da mata atlântica como de plantações de banana e mesmo um trecho de pinheiros. Na chegada, amendoeiras. Temos de vencer umas quatro ladeiras também. E cruzar praias virgens. Um esforço que vale à pena! No caminho, vários riachos de água cristalina e potável. Bom, pelo menos eu bebi em vários deles e continuo vivo.

A bela Praia do Simão em Ubatuba - SP

A bela Praia do Simão em Ubatuba - SP


Difícil dizer qual a praia mais bonita. A da Lagoa, como o próprio nome diz, tem uma lagoa limpinha de água doce num dos cantos.Uma pintura. Só os mosquitos "porvinha" incomodam. Nada é perfeito. A do Simão é a mais isolada. Sensação de se estar sozinho no mundo. No Saco da Banana há uma comunidade que vive da... exploração da banana! E a Cassandoca, com suas amendoeiras e quiosques é um convite para um dia inteiro na praia e um fim de tarde inesquecível. É área de quilombolas e pode se comprar artesanato da comunidade.

Pequeno riacho no final da Praia da Cassandoca em Ubatuba - SP

Pequeno riacho no final da Praia da Cassandoca em Ubatuba - SP


Enfim, foi uma ótima escolha e recomendamos à todos. Para quem não quer tanto esforço, vá de carro até a Cassandoca. Não vai se arrepender e ainda vai descobrir que ainda existe praias como antigamente!

O Jairo nos esperava com a Fiona na Praia da Cassandoca em Ubatuba - SP

O Jairo nos esperava com a Fiona na Praia da Cassandoca em Ubatuba - SP

Brasil, São Paulo, Ubatuba,

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Mission Acomplished

Guiana, Georgetown, Iwokrama

A precária estrada de terra de 450 km entre Linden e Lethem, na Guiana

A precária estrada de terra de 450 km entre Linden e Lethem, na Guiana


Hoje era o dia de uma grande jornada: atravessar a Guiana de norte a sul, saindo da capital Georgetown e indo em direção à fronteira com o Brasil. Quanto mais perto chegássemos, melhor. A distância nem é tão grande, um pouco menos de 600 km. Mas boa parte do trajeto é em estrada de terra e não sabíamos as condições em que ela se encontrava.

A ponte que liga Linden ao sul da  Guiana

A ponte que liga Linden ao sul da Guiana


Saímos ainda no escuro, um pouco depois das cinco da manhã. Depois de conversar com várias pessoas no dia anterior, já tínhamos pego todas as dicas sobre como sair da cidade e aonde encontraríamos postos de combustível. Assim, não foi difícil vencer os primeiros 50 km, chegando perto do aeroporto internacional do país e, de lá, pegar a estrada para Linden, a segunda maior da Guiana. Aproveitamos também para encontrar os primeiros postos abertos e encher não só o tanque da Fiona, mas também o galão extra de 30 litros que temos.

O único posto nos 450 Km entre Linden e Lethem, na Guiana

O único posto nos 450 Km entre Linden e Lethem, na Guiana


Outra coisa que tivemos de fazer foi tirar a água do filtro de combustível. Desde que saímos de Curitiba, em maio do ano passado, ainda não tínhamos tido problema com a qualidade do combustível. Não é que hoje, de madrugada, saindo de Georgetown, o carro começou a reclamar? Lei de Murphy total! Justo no escuro, atravessando a sombria periferia de Georgetown! Justiça seja feita, o combustível no tanque ainda era do Suriname... Bom, "sangramos" o filtro (tem uma tornerinha para isso) lá no posto e seguimos viagem.

Encontro fortuito com o casal brasileiro do projeito 'Bordas do Brasil' no único posto nos 450 Km entre Linden e Lethem, na Guiana

Encontro fortuito com o casal brasileiro do projeito "Bordas do Brasil" no único posto nos 450 Km entre Linden e Lethem, na Guiana


Seguimos na boa estrada até Linden, pouco mais de 100 km ao sul de Georgetown. Aí, entramos na cidade, compramos um lanche e seguimos em frente, prontos para enfrentar a estrada de terra que começava logo depois da cidade. Cerca de 450 km até a fronteira com o Brasil. O único posto no caminho daí a 80 km. A famosa estrada que já foi conhecida como a "pior da América do Sul", ou a "grande aventura sulamericana", dependendo do ponto de vista, bem ali, à nossa frente.

A deserta estrada de terra de 450 km entre Linden e Lethem, na Guiana

A deserta estrada de terra de 450 km entre Linden e Lethem, na Guiana


Dizem que a estrada já foi bem pior do que é hoje. E na época chuvosa, ainda fica muito ruim. Aqui na Guiana, assim como no Suriname e Guiana Francesa, o mês de Abril é conhecido como veranico, dividindo duas estações muito chuvosas. É um mês de refresco. Deste modo, acabamos enfrentando muito mais poeira do que barro. Buracos também, claro. Dá para manter uma velocidade média de uns 40 km/h. Em alguns trechos melhores, quase o dobro disso. Mas, quando a gente empolga, aparece um buracão e é aquela cacetada...

Propaganda dos festejos na cidade de Lethem, na fronteira de Guiana e Brasil. Muita poeira e barro pela frente...

Propaganda dos festejos na cidade de Lethem, na fronteira de Guiana e Brasil. Muita poeira e barro pela frente...


Ainda antes de chegar no posto, a Fiona voltou a reclamar do combustível. Dessa vez, fizemos um "sangramento" mais minucioso do filtro, tirando muita água lá de dentro. Depois dessa limpeza, ela não reclamou mais. E assim, seguimos até o posto, região onde a estrada era um pouco melhor. No posto, compramos mais um lanche e estávamos tirando umas fotos quando, para nossa surpresa, apareceu mais um carro brasileiro!

Depois de mais de 200 km de terra, chegamos à travessia de balsa do rio Essequibo, no caminho para Lethem, na Guiana

Depois de mais de 200 km de terra, chegamos à travessia de balsa do rio Essequibo, no caminho para Lethem, na Guiana


Era também uma expedição com um casal, o pessoal do www.bordasdobrasil.com.br. Como o próprio nome indica, eles estão dando a volta no Brasil. Saíram no início do ano e já fizeram uma boa parte do trajeto. Só falta descer do Amapá até o Espírito Santo e, de lá, voltar para Minas, de onde eles são. Aliás, que sotaque gostoso, hehehe! O site deles é muito legal e recomendo uma visita! Já deu para pegar várias dicas lá! Por falar em dicas, nós também demos várias para eles. Afinal, eles não tinham encontrado ninguém na internet que tivesse feito esse trajeto que acabávamos de fazer. Enfim, foi um encontro muito jóia, muita troca de informações e fotos. E que coincidência! A gente se encontrar justo naquele posto, o único da longa estrada. As únicas expedições brasileiras a cruzar esses países em tanto tempo, sem combinar nada, sem se conhecer, acabar se encontrando ali. É... o que tem de acontecer, acontece!

Socializando na travessia do rio Essequibo, à caminho de Lethem, na Guiana

Socializando na travessia do rio Essequibo, à caminho de Lethem, na Guiana


Eles nos recomendaram muito que a gente dormisse no meio do caminho, que a estrada para frente estava muito ruim. O próximo ponto de referência era uma passagem por balsa do maior rio do país, o Essequibo. A gente decidiu que, pelo menos até lá, iríamos. Há uma balsa de hora em hora e conseguimos pegar a balsa das duas. Juntos conosco, mais uns cinco carros, todos indo até Lethem onde, nesse feriado de páscoa, acontece um grande rodeio, festa que movimenta todo o país. Tanto que todo mundo que conversávamos, desde que entramos no país, nos perguntava se estávamos na Guiana por causa do rodeio. Também em Georgetown, quando fomos procurar agências para nos levar à Kaiteur, ficamos sabendo que não haveria passeios durante o feriado porque todos os aviões estavam fretados para irem até Lethem. E os mais corajosos indo de carro. Assim, a estrada estava "movimentada". Para os seus padrões, claro! Ao invés de um carro a cada meia hora, tinha um carro a cada 10 minutos!

A precária estrada de terra de 450 km entre Linden e Lethem, na Guiana

A precária estrada de terra de 450 km entre Linden e Lethem, na Guiana


Enfim, passamos a balsa e resolvemos seguir até a reserva de Iwokrama. Na verdade, ela já começa logo depois da balsa onde há, inclusive, um posto policial onde devemos mostrar nossos papéis. Mas, uns 80 km mais à frante, tem uns lodges onde se pode dormir. Além do lodge, tem o que eles chamam de "canopy walk-way", um longa passarela construída sobre a copa das árvores. Não resistimos e resolvemos visitá-la.

Caminhando na mata na reserva de Iwokrama, na Guiana

Caminhando na mata na reserva de Iwokrama, na Guiana


Um espetáculo! Muito bem construída, andamos a mais de 30 metros de altura, observando as árvores lá de cima, as montanhas ao longe e muitos pássaros. Estes, a gente mais ouvia do que via. O local é um paraíso para os bird-watchers, que ficam horas e horas sobre as plataformas no alto das árvores, com suas lentes telescópicas, observando as dezenas de espécies que habitam a região. São os principais clientes do lodge.

Caminhando sobre a copa das árvores, na reserva de Iwokrama, na Guiana

Caminhando sobre a copa das árvores, na reserva de Iwokrama, na Guiana


Nós já ficamos muito satisfeitos só com a caminhada sobre as árvores. O canto dos pássaros foi o bônus. E, depois da caminhada, tivemos um outro bônus: um banho de chuveiro maravilhoso, num banheiro sem teto ou, melhor, cujo teto era o céu e aquela mata linda que tínhamos acabado de visitar. Muito legal!

Reabastecendo a Fiona na reserva de Iwokrama, na Guiana

Reabastecendo a Fiona na reserva de Iwokrama, na Guiana


Aí, renovados pelo chuveiro, resolvemos seguir até Lethem, mais umas três horas à frente. Reabastecemos a Fiona com nosso galão e partimos para aproveitar a última hora de luz do dia. Depois, foi uma longa e paciente viagem até Lethem. De noite, sem a visão dos buracos, a velocidade média caiu bastante. Mas, devagarinho, devagarinho, chegamos! O Brasil já estava ali, do outro lado! Mas, àquela hora, a fronteira já estava fechada. Felizmente, a grande maioria das pessoas que vem para a festa chegarão amanhã e assim não foi difícil achar um quarto de hotel para nós. Depois de 15 horas na estrada, nós merecíamos! Dormimos o sonho dos justos, bem pertinho do nosso país. Como diria um impopular presidente americano: "Mission acomplished!"

Em uma plataforma sobre a copa das árvores, a 30 metros de altura, na reserva de Iwokrama, na Guiana

Em uma plataforma sobre a copa das árvores, a 30 metros de altura, na reserva de Iwokrama, na Guiana

Guiana, Georgetown, Iwokrama, Lethem, Linden

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Belezas e Tragédias

Peru, Huaraz

A linda paisagem da região de Huaraz, no Peru

A linda paisagem da região de Huaraz, no Peru


Deixamos Lima rumo à Huaraz, a "capital" da Cordillera Blanca, no norte do Peru. Essa região, ainda bem pouco frequentada por brasileiros, é considerada a mais bela do país e uma das mais bonitas do mundo. Certamente, não tem o apelo histórico da região de Cusco, mas as suas montanhas e vales atraem alpinistas e andarilhos de todo o mundo em busca dos trekkings que são realizados na região.

Encostas de montanhas inteiramente cultivadas na região de Huaraz, no Peru

Encostas de montanhas inteiramente cultivadas na região de Huaraz, no Peru


A cidade de Huaraz fica no vale que separa a Cordillera Blanca da Cordillera Negra. Como os próprios nomes parecem indicar, a diferença é que na primeira há muita neve enquanto na outra quase não há, apesar de também ter grandes alturas. Ocorre que a Cordillera Negra recebe diretamente os ventos salgados que vem do Pacífico, protegendo sua irmã branquinha desses mesmos ventos. O sal, que perto da costa é o responsável pela formação dos grandes desertos, aqui é o responsável pela falta de neve. E assim temos montanhas tão próximas umas das outras, algumas nevadas e outras onde só se vê rochas.

A estrada que leva à Huaraz, no Peru

A estrada que leva à Huaraz, no Peru


Outra característica da região, essa bem mais triste, é a constância de grandes catástrofes. Além de grandes terremotos, a região ainda sofre com avalanches e enchentes causadas pelo transbordamento de lagos glaciares. Em 1942, um desses lagos, localizado bem alto nas montanhas, aos pés de um glaciar, recebeu uma grande avalanche e acabou rompendo seu dique natural. Uma enorme quantidade de água veio descendo vale abaixo até chegar em outro lago, destruindo com sua força também o dique natural deste outro lago. Os dez milhões de metros cúbicos de água dos dois lagos combinados desceu ainda mais rapidamente o vale abaixo destruindo tudo à sua frente, inclusive uma boa parte de Huaraz. Quem estava no lugar errado na hora errada não teve chances...

As primeiras neves da Cordillera Blanca, chegando em Huaraz, no Peru

As primeiras neves da Cordillera Blanca, chegando em Huaraz, no Peru


Mas essa tragédia nem chegou aos pés do grande terremoto do início da década de 70, que matou quase 80 mil pessoas e quase não deixou pedra sobre pedra em Huaraz. Mas boa parte dos mortos veio da pequena Yungay, que naquele dia recebia gente de todas as vilas vizinhas para a sua tradicional feira. Yungay se localiza bem em frente ao Huscarán, a mais alta montanha da Cordillera Blanca, com 6.700 metros de altura. O grande terremoto teve a força de soltar muitas milhões de toneladas de granito e gelo combinado da montanha que despencaram para o chão e encosta abaixo com uma força avassaladora. Os quinze quilômetros que separavam a montanha da cidade foram percorridos em meros quatro minutos, debaixo de um som absolutamente ensurdecedor. As pessoas em Yungay tiveram pouco tempo para reagir. A maioria ficou estatelada, esperando a morte certa chegar. Algumas centenas ainda tiveram o ímpeto de correr para o prédio da igreja, o mais forte da cidade. Mas nem a igreja poderia resistir à força do que vinha da montanha. Foi varrida do mapa, assim como quem ali estava. Na verdade, o prédio acabou protegendo as palmeiras da Plaza de Armas que estavam à sua frente. Ainda hoje, enterradas praticamente até as copas, as árvores são as testemunhas mudas dessa tragédia que, em questão de minutos, matou 20 mil pessoas. Os poucos sobreviventes, menos de duas dezenas, foram os que correram e tiveram tempo de subir no morro do cemitério. Que ironia, foi justo no terreno dos mortos que restaram os últimos vivos...

Laguna altiplânica na estrada que vai à Huaraz, no Peru

Laguna altiplânica na estrada que vai à Huaraz, no Peru


Bom, chega de tragédias. Da outra vez que estive em Huaraz, só pude fazer dois tours, um para as geleiras do Pastoruri, hoje fechadas ao turismo e o outro para a bela lagoa Llanganuco, incluindo uma visita a Yungay. Dessa vez, o nosso objetivo era fazer algum dos trekkings. Tem para todo o gosto, de diários até aqueles que duram mais de 10 dias. Optamos pelo mais famoso, o trekking de Santa Cruz, que dura de três a quatro dias. Resolvemos fazer com mordomia, isso é, com burros carregando o peso maior e com cozinheiro para não nos preocuparmos com comida. Além disso, montam e desmontam nossas barracas. A nossa única preocupação é caminhar com um pouco de água e tirar belas fotos. Nada mal, né? Já está tudo acertado para amanhã de manhã, num grupo que inclue mais quatro pessoas que ainda vamos conhecer. Então, é isso aí, amanhã começamos a andar por uma das mais belas regiões do mundo!

As primeiras neves da Cordillera Blanca, chegando em Huaraz, no Peru

As primeiras neves da Cordillera Blanca, chegando em Huaraz, no Peru

Peru, Huaraz,

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