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Amanhecendo nas Alturas

Brasil, Minas Gerais, Passa Quatro (Pedra da Mina)

Nascer-do-sol no alto da Pedra da Mina em Passa Quatro - MG

Nascer-do-sol no alto da Pedra da Mina em Passa Quatro - MG


Tão bonito como o pôr-do-sol no alto da Pedra da Mina, só mesmo o nascer-do-sol lá do alto. Depois de tantas horas dentro do sleeping, já estava sem sono antes das seis da manhã, pronto para enfrentar o frio e observar de camarote este espetáculo.

Belíssimo nascer-do-sol a 2.800 m de altitude no topo da Pedra da Mina em Passa Quatro - MG

Belíssimo nascer-do-sol a 2.800 m de altitude no topo da Pedra da Mina em Passa Quatro - MG


Belíssimo nascer-do-sol a 2.800 m de altitude no topo da Pedra da Mina em Passa Quatro - MG

Belíssimo nascer-do-sol a 2.800 m de altitude no topo da Pedra da Mina em Passa Quatro - MG


Segundo o Alessandro, nosso guia, nós tivemos muita sorte com o tempo, principalmente pela ausência de vento. O sol vem nascendo e seu calor gostoso vai nos esquentando aos poucos, possibilitando que tiremos ao menos algumas das camadas de roupa. As nuvens cobrem tudo o que está abaixo de 2.500 metros. O que resta acima disso, cumes de montanhas, parecem ilhas num grande oceano branco. Numa dessas "ilhas", os destroços de um pequeno avião. Um pequeno lembrete da existência da "civilização" bem no meio dessa enorme vastidão de natureza virgem

Destroços de avião na região da Pedra da Mina em Passa Quatro - MG

Destroços de avião na região da Pedra da Mina em Passa Quatro - MG


Café da manhã no alto da Pedra da Mina em Passa Quatro - MG

Café da manhã no alto da Pedra da Mina em Passa Quatro - MG


Um rápido café da manhã nos anima a iniciar a longa descida. Os músculos doloridos terão de esperar mais um dia pelo descanso. As bolhas da Ana também. A descida é longa e cautelosa. O restante da água é minuciosamente economizado até chegarmos a uma distãncia segura da primeira fonte no caminho, lá embaixo. A ausência de água é um dos fatores que tornam esse trekking um dos mais duros do país. A água tem de ser carregada e água pesa bastante! E a falta de água pesa ainda mais!

Ana se esquentando no sleeping no alto da Pedra da Mina em Passa Quatro - MG

Ana se esquentando no sleeping no alto da Pedra da Mina em Passa Quatro - MG


Nossa casa a 2.800 m de altitude na Pedra da Mina em Passa Quatro - MG

Nossa casa a 2.800 m de altitude na Pedra da Mina em Passa Quatro - MG


Finalmente, chegamos perto do vale. O pior ficou para trás (ou para cima). Após atingirmos a água, o resto é "burocracia": caminhar sem pensar muito, deixar o tempo passar. Aí, chegamos ao rio cristalino. Já é tarde mas, para surpresa do Alessandro, eu e a Ana enfrentamos a água gelada. Não dava para passar.

Paisagem maravilhosa no alto da Pedra da Mina em Passa Quatro - MG

Paisagem maravilhosa no alto da Pedra da Mina em Passa Quatro - MG


Rejuvenescidos, um trote rápido nos leva de volta à Fiona e com ela chegamos à Passa Quatro. Um banho quente e um jantar à base de empadas (das melhores que já comi na vida!) no Mauro nos deixam quase zerados. Essas empadas foram a quarta surpresa positiva com Passa Quatro, que não se cansa de me surpreender.

Ana curtindo a vista no início da longa dscida da Pedra da Mina em Passa Quatro - MG

Ana curtindo a vista no início da longa dscida da Pedra da Mina em Passa Quatro - MG


Amanhã é dia de recuperar os músculos, assistir o Brasil se classificar e trabalhar bastante no site. Uffffff, que preguiça... O que vai embalar o meu sono são as lembranças de uma das mais duras e belas caminhadas da Serra da Mantiqueira e mesmo, do país.

Se esquentando ao sol no topo da Pedra da Mina em Passa Quatro - MG

Se esquentando ao sol no topo da Pedra da Mina em Passa Quatro - MG


Recado deixado no livro no alto da Pedra da Mina em Passa Quatro - MG

Recado deixado no livro no alto da Pedra da Mina em Passa Quatro - MG

Brasil, Minas Gerais, Passa Quatro (Pedra da Mina), Montanha, Pedra da Mina, Sera da Mantiqueira, Trekking, trilha

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Navegar é Preciso!

México, Mazatlán

Viagem de ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México

Viagem de ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México


Acordamos preguiçosamente, mas animados por saber que um belíssimo café da manhã nos aguardava.

O Ernesto, do Hotel Machado, nos serve um maravilhoso desayuno na praça em frente ao hotel, em Mazatlán, no México

O Ernesto, do Hotel Machado, nos serve um maravilhoso desayuno na praça em frente ao hotel, em Mazatlán, no México


Pois é, o simpático Ernesto já tinha tudo preparado para nós. Mais uma vez, “dasayunamos” como príncipes na praça em frente ao hotel, atraindo a curiosidade dos passantes. Mas, diferente de ontem, hoje estávamos com a máquina fotográfica e pudemos registrar mais esse momento mágico dos 1000dias. Ernesto e Hotel Machado, não vamos vos esquecer!

Um dos melhores desayunos da viagem, na Plaza Machado em Mazatlán, no México

Um dos melhores desayunos da viagem, na Plaza Machado em Mazatlán, no México


Depois disso, ficamos trabalhando na internet até o momento de seguir para o porto. Lá estávamos na hora marcada, uma da tarde, para observar o carregamento do gigantesco ferry. Antes, passamos por uma longa vistoria do carro, uma simpaticíssima cadela buscando “itens ilegais” na cabine a na caçamba do Fiona. Ficamos amigos dos militares que conduziam a revista e eles nos esclareceram que essa história de que os cães farejadores de drogas são viciados para poderem fazer esse trabalho é pura lenda. Pelo menos, aqui no México. E nos demonstraram como premiam o cão quando ele acha algo. Com uma bola para ele brincar! Vamos dormir mais aliviados hoje!

Fiona e companheiros aguardam para embarcar no ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México

Fiona e companheiros aguardam para embarcar no ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México


Depois disso, a Fiona e outros poucos carros ficaram ali do lado, esperando as dezenas de grandes caminhões serem embarcados. Ali do lado de fora, parecia impossível que fosse caber todo mundo. O barco nem parecia tão grande assim. Mas quando finalmente chegou a nossa vez e entramos, bastou circular pelos vários andares de garagem para entendermos.

Dirigindo entre os vários andares do ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México

Dirigindo entre os vários andares do ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México


Carro instalado, subimos para o andar de passageiros. Como que não viaja de carro só entra depois, o barco ainda estava bem vazio. Há uma grande sala com umas sessenta poltronas, muitas telas de TV instaladas. Depois tem um refeitório, o corredor das cabines e um deck externo. Enfim, bastante espaço para as próximas 16 horas...

Subindo da garagem para os andares superiores no ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México

Subindo da garagem para os andares superiores no ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México


Trabalhando um pouco no ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México

Trabalhando um pouco no ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México


Depois de todo mundo embarcado, finalmente partimos. Entre um filme e outro na TV, até deu para trabalhar um pouquinho. Além disso, a distração era tomar uma cerveja e ir passear no deck, de onde vimos Mazatlán ficando para trás, além do sol se pondo bem para onde rumávamos.

Fim de tarde na viagem de ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México

Fim de tarde na viagem de ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México


A outra diversão foi a hora do jantar, um legítimo bandeijão já incluído no preço da passagem (o café da manhã também!). Esperamos a fila passar e comemos tranquilamente ao final, comida mexicana legítima, sempre com frijoles e tortillas. Depois disso, foi assistir até o último filme e tomar uma saideira para ajudar na hora do sono. Amanhã, quando acordarmos, já estaremos chegando na Baja. Vai passar rápido!

Hora do bandeijão no ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México

Hora do bandeijão no ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México

México, Mazatlán, barco

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Parque Nacional Morrocoy

Venezuela, Morrocoy

Paisagem de cartão postal em Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela

Paisagem de cartão postal em Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela


Depois de nossas andanças pela Serra de San Luís, partimos ainda ontem para uma das maiores atrações do país, o Parque Nacional de Morrocoy, já a meio caminho da capital Caracas. O parque foi criado para proteger uma belíssima região costeira e os pequenos cayos da região, onde estão as praias mais bonitas da Venezuela continental.


Nosso caminho dos últimos dias, saindo de Coro (A), explorando a serra de San Luís (B e C) e indo até o Parque Nacional de Morrocoy (C), já a meio caminho da capital Caracas

Morrocoy costumava ser bastante popular entre os turistas estrangeiros que visitavam a Venezuela, mas como hoje todo o país parece ter saído dos mapas de turismo mundial, são mesmo os turistas nacionais que fazem quase todo o movimento no parque. Principalmente nos períodos de férias e mesmo em finais de semana, já que esse local paradisíaco está a poucas horas de carro de Caracas. Pudemos ver esse movimento com os próprios olhos, pois era a noite de um sábado e, quando chegamos à Tucacas, a maior cidade em Morrocoy, todos os hotéis estavam lotados. Nas ruas, jovens da classe média capitalina voltavam do dia nas praias, como se fossem paulistanos em Maresias ou cariocas em Búzios. Pela primeira vez desde que chegamos ao país, tivemos contato com hotéis caros (e lotados!), pelo menos para padrões locais. Para nós que trocamos dinheiro no paralelo, nem tanto: cerca de 40 dólares, certamente menos de um quarto do que custaria na maioria dos países que passamos. Bom, tivéssemos trocado na taxa oficial, esse mesmo preço seria de quase 200 dólares...

Cais de Chichiriviche, a caminho do parque Morrocoy, na Venezuela

Cais de Chichiriviche, a caminho do parque Morrocoy, na Venezuela


A belíssima cor do mar no caminho para Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela

A belíssima cor do mar no caminho para Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela


Para se chegar às praias mais belas de Morrocoy, quase sempre é preciso tomar um barco, pois elas estão localizadas nos cayos, o nome que se dá à pequenas ilhas em espanhol. A exceção é justamente em Tucacas, onde as praias estão mesmo no continente e pode-se chegar a elas de carro. Não sem antes passar pela portaria do parque e pagar uma taxa de 15 bolívares, cerca de 1 real. Quando chegamos ontem, já estava fechada e ainda tomamos um susto ao ver que o parque é fechado às segundas. Achávamos que ontem já era domingo e foi um alívio quando descobrimos nosso engano.

Chegando em Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela

Chegando em Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela


Chegando em Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela

Chegando em Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela


Bem, além do dia correto e do fato dos hotéis estarem lotados em Tucacas, também descobrimos que o acesso mais rápido ao Cayo Sombrero, um dos mais belos do parque, não era de Tucacas, mas da pequena Chichiriviche, um pouco mais ao norte. Então, deixamos o cansaço de lado e enfrentamos mais 40 minutos de estrada, dando a volta no parque e chegando à pequena cidade onde foi mais fácil acharmos um lugar para ficar, o hotel de um italiano que se estabeleceu por aqui há duas décadas, num tempo bem diferente do de hoje. Naquela época, eram muitos visitantes estrangeiros e uma cidade bem tranquila. Hoje, Chichiriviche ficou perigosa, com muitos crimes relacionados ao consumo de drogas. Os estabelecimentos comerciais fecham cedo e são cheios de grades e cadeados. Sem dúvidas, falo disso no próximo post, um dos piores efeitos de uma década de chavismo no país, o grande aumento da violência urbana.

Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela

Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela


Enfim, como em quase todos os lugares do mundo, violência é estar no lugar errado, na hora errada. Sábado de noite, céu estrelado, avenida da orla bem movimentada, sabíamos que estávamos no lugar certo e na hora certa! Fomos encontrar um lugar para jantar e caminhar entre as pessoas, todo mundo feliz de estar ali. Grupos de jovens dançando ao redor de carros com o som ligado, comércio ambulante, pais e filhos em frente ao mar, restaurantes com mesas na calçada. Entre os vendedores, os únicos outros estrangeiros reconhecíveis: hippies, ou “artesanos”, como preferem ser chamados, vendendo a sua arte. Os mesmos que temos encontrado por toda a América, viajam para lugares como esse, passam uns meses e seguem para o próximo “point”. Enfim, países como todos os outros, pessoas como todas as outras...

Paisagem de cartão postal em Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela

Paisagem de cartão postal em Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela


Caminhando em praia de Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela

Caminhando em praia de Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela


Voltamos sãos e salvos para nossa pousada e, hoje cedo, já estávamos no porto procurando condução para Cayo Sombrero. Este não é o mais popular cayo entre os turistas que vêm à Morrocoy, principalmente pela distância e custo de se chegar até lá. Quase todos preferem cayos mais próximos e, ali do porto mesmo, podíamos ver as praias brancas desses cayos, já lotadas de guarda-sol. Famílias cheias se apinhavam em pequenos barcos, isopores cheios de cerveja gelada, prontos para a jornada de 10 minutos até essas praias próximas. Para ir até lá, havia barcos o tempo todo. Mas, para o tal Cayo Sombrero, que nada! Ou fretávamos uma lancha só para nós ou torcíamos para alguém mais aparecer querendo ir até lá. A paciência acabou valendo a pena e, 40 minutos mais tarde apareceu um simpático casal de colombianos, também aproveitando os preços baixos do país vizinho. Dividimos o preço do barco e a jornada de 40 minutos pelo mar azul saiu por apenas 10 dólares por casal, incluindo a volta no final da tarde.

Os muitos tons de azul do mar de Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela

Os muitos tons de azul do mar de Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela


Ao deixarmos para trás aqueles cayos mais cheios e chegarmos mais perto do Cayo Sombrero, não foi difícil perceber que a espera havia valido a pena! O caribe é aqui, na costa da Venezuela! Areias brancas, coqueiros se deitando sobre o mar, águas transparentes, disfarçadas naquelas dezenas de tons entre o azul e o verde. Para um lado, paisagem de cinema, para o outro, paisagem de cartão postal. Lindo, lindo, lindo!

Mensagem ecológica em Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela

Mensagem ecológica em Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela


Quando chegamos, o cayo estava relativamente vazio. Aproveitamos para explorar os seus dois lados, um virado para o continente, com águas bem tranquilas, e outro virado para o mar aberto, com ondas e tudo. Na época da alta temporada, é até possível acampar por ali e passar mais de um dia no cayo. Esse era nosso plano original, até descobrirmos que essa possibilidade é vedada na baixa, infelizmente. Então, tínhamos de aproveitar o máximo possível hoje mesmo!

Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela

Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela


E assim foi. Ora mergulhando nas águas quase mornas, ora caminhando nas areias brancas, ora descansando na sombra de algum coqueiro. Enquanto fazíamos esse “esforço de aproveitamento”, o cayo foi enchendo de gente. Mas, ao contrário daqueles outros cayos mais próximos de Chichiriviche, onde quase todos chegam em “barcos-táxi”, aqui e maioria chega em barcos próprios, trazendo amigos e família. Vêm de Tucacas mesmo, aquela elite venezuelana que veio passar o fim de semana por aqui. Também trazem suas cervejas geladas, sua farofa e até mesmo o som alto nos barcos, todos estacionados ali na frente, na praia de águas calmas.

A maravilhosa praia de Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela

A maravilhosa praia de Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela


Para nós, não foi muito difícil ficar longe dessa bagunça. O mar e a praia estavam lindos e havia espaço para todos. Mas ficamos imaginando como seria estra ali num dia de semana, muito mais tranquilo. Aí sim, acho que teríamos aquela imagem de comercial, cenário idílico da imagem que todos nós fazemos do paraíso. Essa imagem, só vamos poder imaginar.

O paraíso é aqui: Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela

O paraíso é aqui: Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela


Nadando no incrível mar de Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela

Nadando no incrível mar de Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela


Isso porque amanhã cedo seguimos viagem. Estávamos ainda na dúvida se, estando tão perto da capital, iríamos dar um pulo em Caracas. Seria um pouco fora de mão para nós, já que queremos ir à Mérida, que fica no sentido contrário. Mas a vontade de ir à capital aumentou quando descobrimos que uma grande amiga está morando por lá e até nos convidou para ficar na sua casa. Mas fizemos as contas dos dias que ainda temos no pais e vimos que ficaria muito apertado, se considerarmos tudo o que ainda queremos ver. Por fim, decidimos seguir para Mérida mesmo. A memória de Caracas ainda está fresca em nossa memória, da visita que fizemos em 2007, nossa primeira viagem internacional juntos. Então, fica assim: nós seguimos para os Andes venezuelanos, onde está Mérida, mas escrevo um post da Caracas de 2007. E também das maravilhosas ilhas de Los Roques, onde estivemos naquela viagem, talvez o único lugar do país com praias ainda mais belas que o Cayo Sombrero. Vai ser um bom exercício de memória e também de comparação, observar pelas fotos o quanto envelhecemos nesses últimos seis anos. Acho que a Ana continua a mesma, mas a cor dos meus cabelos não vai deixar dúvidas, hehehe.

Convite ao ócio em Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela

Convite ao ócio em Cayo Sombrero, no Parque Nacional Morrocoy, na Venezuela

Venezuela, Morrocoy, Chichiriviche, Parque, Praia

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No Topo do Haleakala

Hawaii, Maui-Haleakala, Maui-Hana

Um beijo no alto do vulcão Haleakala, em  Maui, no Havaí. Ao fundo, os vulcões Mauna Kea e Mauna Loa, mil metros mais altos, na Big island

Um beijo no alto do vulcão Haleakala, em Maui, no Havaí. Ao fundo, os vulcões Mauna Kea e Mauna Loa, mil metros mais altos, na Big island


Depois da tarde preguiçosa de ontem, já estávamos todos preparados para uma longa jornada no dia de hoje. Outra vez, teríamos de começar cedo, já que o plano era estar no topo do Haleakala a tempo de ver o nascer-do-sol lá de cima. Ou seja, iríamos madrugar novamente, mas ao invés de irmos para baixo do mar, como ontem, íamos para o alto da montanha. A mais alta da ilha de Maui.

Todos esperando o nascer-do-sol no topo do vulcão Haleakala em Maui, no Havaí

Todos esperando o nascer-do-sol no topo do vulcão Haleakala em Maui, no Havaí


O Haleakala é um vulcão dormente bem preguiçoso cuja última erupção deve ter sido há mais de 300 anos. A lava resultante foi aquela que vimos ontem de tarde, na La Perouse Bay. Como a ilha de Maui já se afastou (e continua se afastando) do hotspot que cria as ilhas havaianas, seus vulcões estão aos poucos se transformando em montanhas que vão sendo erodidas pela água e pelo ar. O próprio Haleakala já deve ter sido 1.000 metros mais alto do que é hoje, mas antigas geleiras e alguns milênios de chuvas, nevascas e muito vento deixaram o vulcão com “apenas” seus pouco mais de 3.000 metros atuais.

O sol começa a nascer no topo do vulcão Haleakala, em  Maui, no Havaí

O sol começa a nascer no topo do vulcão Haleakala, em Maui, no Havaí


O sol nascendo no alto do vulcão Haleakala, em Maui, no Havaí

O sol nascendo no alto do vulcão Haleakala, em Maui, no Havaí


Assistir ao nascer-do-sol lá de cima é um programa bem comum para os milhares de turistas que visitam a ilha todos os meses. A tradição de subir a montanha já é centenária, mas no início era bem mais árduo, no lombo de mulas ou por trilhas que requeriam alguns dias entre subir e descer. Mas na década de 30 foi finalizada uma estrada até o cume e já há bastante tempo ela é toda asfaltada. Pouco mais de trinta quilômetros, muitos deles em ziguezague, e estamos no topo, todo o esforço sendo feito pelo motor do carro. Para nós, resta a força de vontade de acordar antes das cinco da manhã. Sem esquecer de levar os casacos lá para cima, pois a temperatura chega, comumente, aos zero graus.

Observando o sol nascer do alto do vulcão Haleakala, em Maui, no Havaí, a mais de 3 mil metros de altitude

Observando o sol nascer do alto do vulcão Haleakala, em Maui, no Havaí, a mais de 3 mil metros de altitude


O sol nasce e nos mostra a paisagem lunar no topo do vulcão Haleakala, em  Maui, no Havaí

O sol nasce e nos mostra a paisagem lunar no topo do vulcão Haleakala, em Maui, no Havaí


E assim foi, nós quatro no nosso jipe, uma rápida errada de caminho e estávamos no alto. Nós e uma galera! Os melhores lugares já estavam tomados, ali perto do estacionamento mesmo, mas para um fenômeno cósmico dessa envergadura, tinha espaço para todo mundo. O astro-rei surgiu glorioso, por detrás das nuvens que tinham ficado para baixo. Aos poucos, sua luz e calor foram afastando o frio e iluminando a incrível paisagem lá de cima, algo mais parecido com a lua ou Marte do que com a Terra. Ou, pelo menos com aquela paisagem tropical 3 mil metros abaixo de nós, onde estávamos até pouco tempo atrás.

Observando a paisagem no topo do vulcão Haleakala, em  Maui, no Havaí

Observando a paisagem no topo do vulcão Haleakala, em Maui, no Havaí


No topo do vulcão Haleakala, em Maui, no Havaí

No topo do vulcão Haleakala, em Maui, no Havaí


Fruto de milhares de anos de erosão e do frio quase constante daquela altitude, a paisagem dentro da cratera é quase sem vida, uma enorme área de solo estéril cheia de pequenos vulcões e crateras, os “filhotes” do Haleakala. Entre os poucos que sobrevivem aos rigores desse clima, com exceção dos turistas com seus casacos coloridos, está a estranha planta Silversword (a mesma que já havíamos visto no alto dos vulcões de Big Island) e um pássaro que mais corre do que voa, uma espécie de codorna gigante mascarada chamada Nene, espécie endêmica do Havaí.

As estranhas plantas que crescem a 3 mil metros de altitude, no topo do vulcão Haleakala, em  Maui, no Havaí

As estranhas plantas que crescem a 3 mil metros de altitude, no topo do vulcão Haleakala, em Maui, no Havaí


Um raro Nene, pássaro típico do arquipélago, caminha tranquilamente em trilha no alto do vulcão Haleakala, em  Maui, no Havaí

Um raro Nene, pássaro típico do arquipélago, caminha tranquilamente em trilha no alto do vulcão Haleakala, em Maui, no Havaí


É possível adentrar e explorar essa mundo extraterrestre percorrendo alguma das trilhas que descem pela cratera, há muito transformada em vale pela erosão e pela ação de antigas geleiras. Infelizmente, não tínhamos tempo para isso, pois é um programa de muitas horas e nós ainda queríamos ir até a cidade de Hana, na costa leste de Maui. Restou admirar lá de cima mesmo aquela beleza toda e, com muita inveja, ver os poucos corajosos que se aventuravam trilha abaixo.

Desalentado, olhando a trilha que não iria fazer, em meio à encosta do vulcão Haleakala, em Maui, no Havaí

Desalentado, olhando a trilha que não iria fazer, em meio à encosta do vulcão Haleakala, em Maui, no Havaí


Minúsculos e insignificantes na paisagem, turistas percorrem trilha que entra na cratera do vulcão Haleakala, em  Maui, no Havaí

Minúsculos e insignificantes na paisagem, turistas percorrem trilha que entra na cratera do vulcão Haleakala, em Maui, no Havaí


Magnífico também foi observar no horizonte, bem acima da linha das nuvens, os gigantescos vulcões irmãos, Mauna Kea e Mauna Loa, na vizinha Big island. Pouco mais de mil metros mais altos que o primo mais velho, o Haleakala, eles parecem poder conversar entre si, numa frequência inaudível para nós, reles humanos. Uma semana antes e estávamos no cume do Mauna Kea, olhando para cá e observando o Haleakala, apenas uma pontinha acima das nuvens.

Após o nascer-do-sol, fazendo festa a mais de 3 mil metros de altitude, no cume do vulcão Haleakala, em  Maui, no Havaí

Após o nascer-do-sol, fazendo festa a mais de 3 mil metros de altitude, no cume do vulcão Haleakala, em Maui, no Havaí


Do alto do vulcão Haleakala, em  Maui, admirando o Mauna Kea, na Big island, no Havaí

Do alto do vulcão Haleakala, em Maui, admirando o Mauna Kea, na Big island, no Havaí


Ficamos lá encima o tempo que pudemos, mas a apertada programação nos chamava. Descemos o vulcão e, assim que saímos do parque, encontramos um lugar bem simpático para nosso merecido café da manhã, uma fazenda de lavanda com uma lanchonete que fazia seus sanduíches quentinhos e sucos naturais.

Uma plantação de lavanda nas encostas do vulcão Haleakala, em Maui, no Havaí

Uma plantação de lavanda nas encostas do vulcão Haleakala, em Maui, no Havaí


Local do nosso café da manhã, nas encostas do vulcão Haleakala, em Maui, no Havaí

Local do nosso café da manhã, nas encostas do vulcão Haleakala, em Maui, no Havaí


De lá, pegamos a estrada para Hana, destino predileto dos alternativos que vem para Maui. O caminho para chegar até lá já é uma super atração turística, uma linda estrada que serpenteia a costa, espremida entre o mar de um lado e a floresta tropical do outro, cheia de rios e cachoeiras. Várias delas formam piscinas naturais, então é fácil passar da água salgada para a água doce.

Belíssima paisagem na estrada para Hana, na costa leste de Maui, no Havaí

Belíssima paisagem na estrada para Hana, na costa leste de Maui, no Havaí


Muitas cachoeiras na estrada para Hana, na costa leste de Maui, no Havaí

Muitas cachoeiras na estrada para Hana, na costa leste de Maui, no Havaí


Ao longo da estrada, além das várias cachoeiras, existe também a tentação de parar em uma das inúmeras bancas de comida. Como já tínhamos tomado o café da manhã, paramos apenas para a sobremesa, um delicioso e caro sorvete caseiro servido dentro de um coco.

Parada estratégica em uma banca de sorvetes na estrada para Hana, na costa leste de Maui, no Havaí

Parada estratégica em uma banca de sorvetes na estrada para Hana, na costa leste de Maui, no Havaí


Um delicioso sorvete na estrada para Hana, na costa leste de Maui, no Havaí

Um delicioso sorvete na estrada para Hana, na costa leste de Maui, no Havaí


Depois do sorvete, seguimos até Hana, o Rafa na direção e nós curtindo o luxo de poder trafegar no banco de trás, despreocupados com a direção e apenas curtindo o lindo visual. A cidade, talvez por ser mais isolada e de difícil acesso, está livre ods grandes resorts que infestam o resto do litoral. Por aqui, apenas casas, mercadinhos de interior e um clima de paz e tranquilidade. Não é a toa que em Hana a freguesia é outra, gente que aluga uma casinha por uma semana e fica por aqui na maior tranquilidade, longe do glamour de ferraris, lojas de marca ou campos de golfe.

Sossego no banco de trás do nosso jipe, enquanto o Rafa dirige na estrada para Hana, na costa leste de Maui, no Havaí

Sossego no banco de trás do nosso jipe, enquanto o Rafa dirige na estrada para Hana, na costa leste de Maui, no Havaí


A caminho de Hana, na costa leste de Maui, no Havaí

A caminho de Hana, na costa leste de Maui, no Havaí


A gente achou uma praia logo depois do centro da cidade e aí ficamos, quase sem companhia. Na próxima vez que voltarmos a Maui, será aqui que vamos ficar, alternado praias com cachoeiras! Mas, dessa vez, foram só mesmo algumas horas, suficientes para descobrirmos que aqui é nosso lugar. Agora, tínhamos mesmo era de voltar para Kihei, uma longa viagem através da estrada estreita e curvilínea. Outra vez, aproveitei o banco de trás para uma boa e relaxante soneca.

A cidade de Hana, na costa leste de Maui, no Havaí

A cidade de Hana, na costa leste de Maui, no Havaí


Feliz com a vida, em praia de Hana, na costa leste de Maui, no Havaí

Feliz com a vida, em praia de Hana, na costa leste de Maui, no Havaí


Ainda deu tempo de pararmos rapidamente em uma praia próxima à famosa Jaws, local das maiores ondas do Havaí. E olha que ganhar esse título num lugar como o Havaí não é pouco! Mas as ondas grandes ainda não chegaram e a gente, do mirante, teve se se satisfazer com ondas pequenas mesmo. No mar, dezenas e dezenas de surfistas buscavam o seu espaço, entre eles várias mulheres. No meu tempo, as mulheres ficavam só no body board, mas hoje elas querem a surfar de pé mesmo! Com muita graça e beleza! Felizes de nós, espectadores...

Surfistas se espremem na Norh Shore de Maui, perto de Jaws, no Havaí

Surfistas se espremem na Norh Shore de Maui, perto de Jaws, no Havaí


Muitas surfistas mulheres em Maui, no Havaí

Muitas surfistas mulheres em Maui, no Havaí


Ainda de noite, um último compromisso, mais um reencontro aqui no Hawaii. Essas ilhas são tão especiais que, além de praias, vulcões, ondas e mergulhos inesquecíveis, ainda tivemos a sorte (ou o destino?) de reencontrar vários amigos por aqui. O Rafa e a Laura, o Sidney e a Ane (vamos vê-los amanhã), o Marcos Amend e, essa noite, nossos queridos amigos de Seattle, o David, Corinne e a filha Talia. Eles são aqueles americanos que moraram no Brasil e voltaram dirigindo para os Estados Unidos. A gente se conheceu em um posto no meio do estado de Washington e depois nos vimos outra vez em Seattle, onde moram. Estão passando uma temporada aqui em Maui, justo quando estamos passando por aqui! Não podíamos perder a oportunidade e marcamos um encontro numa sorveteria de Kihei. Uma hora agradabilíssima de muita conversa e brincadeiras com a Talia. E amanhã cedo tem mais, quando reencontrarmos nossos amigos em Kauai. Desse modo, uma viagem que já era maravilhosa vai ficando anda mais doce!

O alegre reencontro com os amigos de Seattle, o David, a Corinne e a espevitada Talia, em sorveteria de Kihei, em Maui, no Havaí

O alegre reencontro com os amigos de Seattle, o David, a Corinne e a espevitada Talia, em sorveteria de Kihei, em Maui, no Havaí

Hawaii, Maui-Haleakala, Maui-Hana, Haleakala, Hana, Maui, Praia, vulcão

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Coleção de Igrejas

Chile, CastroChiloé, Isla Quinchao

Igreja de Colo, na ilha de Chiloé, no sul do Chile

Igreja de Colo, na ilha de Chiloé, no sul do Chile


Entre tantas e tantas belezas e atrações turísticas de Chiloé, certamente uma merece destaque sobre todas as demais: o conjunto arquitetônico representado pelas centenas de igrejas espalhadas pelas ilhas do arquipélago. São elas e especialmente aquelas dezesseis que foram declaradas Patrimônio Histórico Mundial pela UNESCO que atraem a maioria das dezenas de milhares de turistas nacionais e internacionais que chegam anualmente a este arquipélago no sul do Chile.

Mais uma igreja da Rota das igrejas, na costa leste da ilha de Chiloé, no sul do Chile

Mais uma igreja da Rota das igrejas, na costa leste da ilha de Chiloé, no sul do Chile


Igreja de Pid Pid, na ilha de Chiloé, no sul do Chile

Igreja de Pid Pid, na ilha de Chiloé, no sul do Chile


A história das igrejas de Chiloé começa com a chegada dos jesuítas à ilha no início de século XVII. Os membros dessa ordem religiosa se espalharam por todo o imenso território da América espanhola com o objetivo de evangelizar e arrebatar novos súditos para o papa e para o rei de Espanha. Antes deles chegaram as doenças trazidas pelos conquistadores e que praticamente dizimaram as populações locais que já não tinham forças para resistir à invasão militar e cultural. Em poucas gerações, a população miscigenada já era muito maior do que as populações puras de outrora.

Igreja de Quemchi, na ilha de Chiloé, no sul do Chile

Igreja de Quemchi, na ilha de Chiloé, no sul do Chile


Igreja na região do Parque Nacional de Chiloé, na costa oeste da ilha, no sul do Chile

Igreja na região do Parque Nacional de Chiloé, na costa oeste da ilha, no sul do Chile


A primeira igreja de Chiloé foi construída pelos jesuítas em 1612 e muitas outras se seguiram. Mas eram muito poucos padres para um território muito grande a ser coberto. Os padres viviam viajam de uma área a outra e de uma igreja a outra, onde pouco ficavam. Eram igrejas rústicas, quase temporárias. A Ordem pediu autorização para a coroa espanhola para enviar religiosos de outros países da Europa para auxiliar no trabalho de evangelização de Chiloé. O rei concordou e jesuítas da Baviera (sul da Alemanha), Hungria e Transilvânia foram enviados ao arquipélago.

Igreja de Achao, em Isla Quinchao, no arquipélago de Chiloé, no sul do Chile

Igreja de Achao, em Isla Quinchao, no arquipélago de Chiloé, no sul do Chile


Mais uma igreja no interior de Chiloé, no caminho entre Castro e Ancud, no sul do Chile

Mais uma igreja no interior de Chiloé, no caminho entre Castro e Ancud, no sul do Chile


Foram esses sacerdotes estrangeiros que deram impulso à construção de igrejas mais sólidas e duradouras. O desenho e parte das técnicas de construção foram trazidos de seus países de origem, mas a mão-de-obra e os materiais de construção eram chilotas, assim como parte das técnicas de construção, baseada na construção de barcos de madeira, na qual os habitantes locais tinham bastante experiência. O resultado dessa união de forças resultou em uma nova escola de arquitetura, hoje chamada de “escola chilota de arquitetura religiosa em madeira”.

Igreja de Colo, na ilha de Chiloé, no sul do Chile

Igreja de Colo, na ilha de Chiloé, no sul do Chile


Torre da Igreja de Colo, na ilha de Chiloé, no sul do Chile

Torre da Igreja de Colo, na ilha de Chiloé, no sul do Chile


Com uma técnica mais apurada e madeiras bem mais resistentes, apropriadas para o clima úmido da ilha, as igrejas se tornaram muito mais duradouras. Algumas delas estão em pé até hoje, com mais de 250 anos de idade, e estão entre as construções de madeira mais antigas de toda a América. Quando a ordem jesuíta foi expulsa dos domínios espanhóis nas Américas em 1767, já eram 79 igrejas em Chiloé. As construções continuaram no mesmo estilo, agora sob tutela dos franciscanos, e não pararam de aumentar. Hoje em dia, são cerca de 200 igrejas espalhadas por todo arquipélago.

Indicação para a igreja, sempre uma das atrações turísticas (em Achao, na ilha Quinchao,no arquipélago de Chiloé, no sul do Chile)

Indicação para a igreja, sempre uma das atrações turísticas (em Achao, na ilha Quinchao,no arquipélago de Chiloé, no sul do Chile)


Placa informativa sobre a igreja de Nercon, ao sul de Castro, na Ilha de Chiloé, no sul do Chile

Placa informativa sobre a igreja de Nercon, ao sul de Castro, na Ilha de Chiloé, no sul do Chile


O plano arquitetônico das igrejas segue um padrão básico, com pequenas variações. São construções retangulares com telhados em duas águas, algumas poucas vezes três. A fachada quase sempre aponta para o leste, de onde vem o sol, e conserva em sua frente um grande espaço, próprio para procissões. Quando pequenos povoados se desenvolveram ao redor das igrejas, esse espaço foi transformado na praça central da cidade. A fachada da igreja é composta de um pórtico adornado com arcos falsos e uma única torre com campanário. O número de arcos falsos mais comum é cinco, mas também se encontram igrejas com sete, nove ou simplesmente nenhum.. Entre o pórtico e a porta da igreja, sempre há uma área para se proteger da chuva, uma espécie de varanda.

Igreja de Dalcahue, na ilha de Chiloé, no sul do Chile

Igreja de Dalcahue, na ilha de Chiloé, no sul do Chile


Igreja de Pid Pid, na ilha de Chiloé, no sul do Chile

Igreja de Pid Pid, na ilha de Chiloé, no sul do Chile


O interior, quase sempre a parte mais elegante das igrejas chilotas, é formado por três naves, separadas pelos pilares ou colunas que sustentam a construção. Sobre o pórtico, há um espaço para o coral. A nave central quase sempre tem o teto côncavo, a semelhança do fundo de um bote. Quase não se usavam parafusos ou pregos na construção, a madeira sendo talhada para um encaixe sólido e quase perfeito.

Mais uma igreja em Isla Quinchao, uma das ilhas do arquipélago de Chiloé, no sul do Chile

Mais uma igreja em Isla Quinchao, uma das ilhas do arquipélago de Chiloé, no sul do Chile


Mais uma igreja da Rota das igrejas, na costa leste da ilha de Chiloé, no sul do Chile

Mais uma igreja da Rota das igrejas, na costa leste da ilha de Chiloé, no sul do Chile


Várias dessas igrejas resistiram por séculos aos efeitos do tempo, mas muitas tiveram de ser reconstruídas ou necessitam de cuidados especiais de preservação. Muitas, hoje, se encontram em reforma. A UNESCO escolheu dezesseis das mais belas e representativas como Patrimônio da Humanidade. Esse título garante o acesso a fundos de conservação. Todas as escolhidas se encontram na costa leste da ilha, na região de Castro, ou nas pequenas ilhas adjacentes. Isso não quer dizer que não existam outras belas igrejas no restante do arquipélago. Sim, elas existem e muitas são consideradas Patrimônios Nacionais.

Das mais de 200 igrejas do arquipélago de Chiloé, 16 são Patrimônio Histórico Mundial da UNESCO. Nove estão na costa oriental da Isla Grande, duas em Isla Quinchao e as outras 5 em ilhas menores

Das mais de 200 igrejas do arquipélago de Chiloé, 16 são Patrimônio Histórico Mundial da UNESCO. Nove estão na costa oriental da Isla Grande, duas em Isla Quinchao e as outras 5 em ilhas menores


Teoricamente, existe hoje a “Rota das Igrejas”, uma estrada que dá acessos a todos esses tesouros arquitetônicos. Mas, na prática, descobrimos hoje, isso não é bem assim. As indicações nas estradas e caminhos são escassas e o acesso àquelas que se encontram nas ilhas menores é ainda mais complicado. Sem transporte próprio, dificilmente será possível ver muitas delas em um mesmo dia. Afinal, somente para se encontrar a maioria delas já é uma pequena aventura.

Visitando a torre de uma igreja ao sul de Castro, na Ilha de Chiloé, no sul do Chile

Visitando a torre de uma igreja ao sul de Castro, na Ilha de Chiloé, no sul do Chile


Interior da igreja de Nercon, ao sul de Castro, na Ilha de Chiloé, no sul do Chile

Interior da igreja de Nercon, ao sul de Castro, na Ilha de Chiloé, no sul do Chile


Talvez, o melhor seja entrar em algum tour privado. Mas para nós, parte da graça estava justamente em encontrar os caminhos. As paisagens bucólicas que cercam a maioria das igrejas já vale o passeio e a sensação de se conseguir encontrar cada uma delas era um gostoso sentimento de vitória. Para nós, foi quase como preencher um álbum de figurinhas. Das dezesseis listadas pela UNESCO, encontramos quase todas aquelas na ilha principal e também na ilha de Quinchao, para onde fomos de balsa. Mas as outras cinco localizadas em ilhas menores permaneceram inacessíveis para nós...

A grande igreja de Castro, a capital e maior cidade da ilha de Chiloé, no sul do Chile

A grande igreja de Castro, a capital e maior cidade da ilha de Chiloé, no sul do Chile


Fachada da igreja de Castro, a capital e maior cidade da ilha de Chiloé, no sul do Chile

Fachada da igreja de Castro, a capital e maior cidade da ilha de Chiloé, no sul do Chile


Algumas estão permanentemente abertas ao público, outras estão em reforma, outras estão fechadas, mas alguém na vizinhança tem as chaves. Muitas vezes, a gente se satisfazia apenas com a visão exterior, o cenário ao redor da igreja já tão belo que aquilo era o suficiente para nós. outras vezes, tivemos a chance de entrar, admirar o belo interior e até subir no campanário. A maioria das vezes, estávamos sós, nenhum outro turista a vista. Isso ocorria principalmente quando a igreja estava no meio do campo, isolada. Aquelas no centro de cidades e povoados eram, logicamente, mais movimentadas.

Igreja nas cercanias de Castro, na Ilha de Chiloé, no sul do Chile

Igreja nas cercanias de Castro, na Ilha de Chiloé, no sul do Chile


Interior de igreja nas cercanias de Castro, na Ilha de Chiloé, no sul do Chile

Interior de igreja nas cercanias de Castro, na Ilha de Chiloé, no sul do Chile


Enfim, foi um prazer e tanto percorrer o interior da ilha em busca das famosas igrejas centenárias, singelas obras de arte construídas em madeira de cipreste. Após encontrar duas ou três, compreendemos logo a fama internacional que têm. E que delícia é poder chegar até elas e não ter de enfrentar longas filas ou lojas e restaurantes ao seu lado. Ao contrário, a maioria delas se encontra onde e como sempre estiveram, desde o século XVIII ou XIX: em meio a uma paisagem campestre, a arquitetura humana completamente integrada e combinada com a “arquitetura natural” ao seu redor. Um colírio para os olhos!

O cemitério e a igreja de Pid Pid, pequena vila ao norte de Castro, na ilha de Chiloé, no sul do Chile

O cemitério e a igreja de Pid Pid, pequena vila ao norte de Castro, na ilha de Chiloé, no sul do Chile

Chile, CastroChiloé, Isla Quinchao, Achao, Arquitetura, Chiloé, Dalcahue, história, Pid Pid, Quemchi

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Pessoas, Mirantes, Terremotos e Anjos

Brasil, Minas Gerais, Januária (P.N Cavernas do Peruaçu)

Mirante do Brejo do Amparo, próximo à Januária - MG

Mirante do Brejo do Amparo, próximo à Januária - MG


Com a visita ao Parque do Peruaçu assegurada para amanhã, tratamos de aproveitar ao máximo o dia de hoje, dirigindo pela estrada de terra que cruza o parque e seus diferentes ecossistemas e as regiões e comunidades em seu entorno.

Estrada no Vale do Peruaçu, próximo à Januária - MG

Estrada no Vale do Peruaçu, próximo à Januária - MG


Algumas comunidades ainda vivem dentro da APA que circunda o parque. Desde vaqueiros até crianças em escolas. A proximidade e contato com essas pessoas nos faz lembrar de um Brasil que julgamos só existir em livros e novelas, principalmente quando vivemos na cidade grande, "no esquema escola-cinema-clube-televisão" (como dizia um dos grandes poetas da minha geração).

Vaqueiro no Vale do Peruaçu, próximo à Januária - MG

Vaqueiro no Vale do Peruaçu, próximo à Januária - MG


Crianças no Vale do Peruaçu, próximo à Januária - MG

Crianças no Vale do Peruaçu, próximo à Januária - MG


Escola no Vale do Peruaçu, próximo à Januária - MG

Escola no Vale do Peruaçu, próximo à Januária - MG


Uma coisa chocante de ver, também muito próximo da área do parque, foram as diversas ruínas de casas destruídas por terremotos que assolaram a região há cerca de dois anos. Terremotos? Isso mesmo! Inclusive, a única vítima fatal de terremoto em território brasileiro que se tem notícia foi aqui. Uma pobre criança, morta nos escombros da casa desabada de sua família. O governo estadual agiu rápido e assentou as famílias que perderam suas casas em Itacarambi, um município próximo. Hoje em dia, essas famílias mantêm as casas novas mas, aos poucos, voltam às antigas propriedades, onde também têm espaço para uma pequena roça. Mas a visão dos escombros ainda hoje são uma lembrança de que o Brasil, apesar da propaganda, não é à prova de terremotos...

Ruínas do terremoto brasileiro, no Vale do Peruaçu, próximo à Januária - MG

Ruínas do terremoto brasileiro, no Vale do Peruaçu, próximo à Januária - MG


Depois dessa visão inesperada, seguimos para uma muito mais agradável: um mirande de onde se pode admirar toda a região. A vegetação varia da caatinga ao cerrado, passando pela floresta seca. Ao longe, pode-se ver o São Francisco, cortando a planície.

Mirante no Vale do Peruaçu, próximo à Januária - MG

Mirante no Vale do Peruaçu, próximo à Januária - MG


E foi para lá que seguimos, em plena Itacarambi, observar o Velho Chico mais de perto. Ao contrário de Januária, aqui o rio não tem ilhas e tem um visual muito mais clean e bonito. Diversos barcos navegavam por ali e pessoas se refrescavam em suas águas. Nós também ficamos com vontade, inclusive de pousar na cidade mesmo. Havia uma pousada super charmosa em frente ao rio e o ar mais interiorano das ruas e praças era bem tentador.

Barco solitário sobe o Rio São Francisco, na cidade de Itacarambi - MG

Barco solitário sobe o Rio São Francisco, na cidade de Itacarambi - MG


Mas ainda tínhamos um último programa para o dia: visitar a Gruta dos Anjos, localizada no alto do morro de Brejo do Amparo, um distrito histórico de Januária, também muito charmoso e cheio de botecos e casario antigo. O carro fica estacionado ao lado do campo de futebol e a gente sobe por uma trilha uns 20 min, até o alto do morro. De lá, podemos admirar o próprio distrito, a cidade de Januária a poucos quilômetros dali e o sempre presente São Francisco.

Mirante do Brejo do Amparo, próximo à Januária - MG

Mirante do Brejo do Amparo, próximo à Januária - MG


Depois, entramos na caverna que, para a minha surpresa, é quente! Normalmente, as cavernas são frescas, mantém temperatura constante ao longo do dia e do ano. mas essa, no alto do morro, mais perto do sol, é quente mesmo. Além disso, por ser de fácil acesso, tem a entrada toda pichada. Uma tristeza... Mas, uma vez vencido o primeiro salão, que é até onde a grande maioria das pessoas sem equipamentos consegue chegar, chegamos à uma párte da caverna razoavelmente intacta. Ali, ficamos admirando as formações, matando a saudade de cavernas, passando um pouco de calor e treinando técnicas de fotografias.

Com nosso guia Rosivaldo em um salão da Gruta dos Anjos, em Brejo do Amparo - Januária (MG)

Com nosso guia Rosivaldo em um salão da Gruta dos Anjos, em Brejo do Amparo - Januária (MG)


Foi um belo, variado e instrutivo dia. Tudo em preparação para o grande amanhã quando, com quinze anos de atraso, vou (vamos) conhecer a caverna do Janelão, uma das mais belas e imponentes do mundo! Mal posso esperar...

Uma Ana é pouco, duas é bom e três é melhor ainda, Gruta dos Anjos, em Brejo do Amparo - Januária (MG)

Uma Ana é pouco, duas é bom e três é melhor ainda, Gruta dos Anjos, em Brejo do Amparo - Januária (MG)

Brasil, Minas Gerais, Januária (P.N Cavernas do Peruaçu), Caverna, Parque, Rio São Francisco

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Peña de Bernal

México, Bernal

Meditação na Peña de Bernal, no México

Meditação na Peña de Bernal, no México


Nosso plano original, antes de voltarmos ao México, era de seguirmos por grandes cidades até a cidade de Puebla, já bem perto da Cidade do México. Daí, seguiríamos para o Yucatan, via Vera Cruz. Fizemos um roteiro passando por aquelas de relevância histórica, como San Luiz Potosi e Queretaro, além da própria Puebla.


Nosso caminho dos últimos dias, entre o Potrero Chico e a Peña de Bernal, passando por Real de Catorce e San Miguel de Allende. O Google não mostras as estradas pequenas, mas enfim...

Até começamos pela cidade planejada, Monterrey, a terceira maior do país. Foi quando os planos começaram a mudar. Conversando com o Gera, brasileiro que mora na Cidade do México e com outras pessoas que fomos conhecendo no caminho, as indicações eram de deixar as cidades grandes de lado e seguirmos para as pequenas e charmosas cidades espalhadas pelo país.. Não que as grandes também não fossem interessantes, mas com o tempo limitado e tendo de escolher, não restava dúvida.

Bernal, no México

Bernal, no México


Visitando o Pueblo Mágico de Bernal, no México

Visitando o Pueblo Mágico de Bernal, no México


Além disso, foi só aqui que passamos a ter tempo novamente para ler sobre o país. Viagem apertada como a nossa acaba sendo assim: em vez de planejar a semana seguinte, só conseguimos nos preparar para o próximo dia. E olhe lá! Tem vezes que me pego planejando o dia de ontem, hehehe!

Bernal, no estado de Queretaro, com a famosa pedra ao fundo, no México

Bernal, no estado de Queretaro, com a famosa pedra ao fundo, no México


Igreja do Pueblo Mágico de Bernal, no México

Igreja do Pueblo Mágico de Bernal, no México


Enfim, depois de passarmos por cidades como Real de Catorce e San Miguel de Allende, aí qualquer dúvida que havia se dissipou. No nosso atual “mood”, são mesmo as pequenas que nos atraem! Foi assim que viemos para mais uma pequena cidade, ela também um Pueblo Mágico, a pequena Bernal. No caminho, ficaram as famosas San Luiz Potosi, que passamos rapidamente pelo centro, e Querétaro, que só vimos mesmo da estrada. A vontade de conhecê-las continua, mas não será dessa vez...

O imenso monolito conhecido como Peña de Bernal, no México

O imenso monolito conhecido como Peña de Bernal, no México


A fama de Bernal vem do enorme monólito ao lado da cidade, conhecido como Peña de Bernal. Anunciado como o “terceiro maior monólito do planeta”, atrás apenas de Gibraltar e do Pão de Açúcar, essa enorme rocha com mais de 300 metros de altura já chama a atenção de longe. Essa história de “terceira maior” não é muito científica, já que o próprio conceito de monólito é meio difuso. A Pedra da Gávea, por exemplo, também poderia ser chamada de monólito e é maior que o Pão de Açúcar. Mas, definições e classificações à parte, a Peña de Bernal é linda, atraindo alpinistas e místicos à região, que seria um grande “centro de energia”, seja lá o que isso significa na prática.

Peña de Bernal, no México

Peña de Bernal, no México


Chegamos no fim da tarde do dia 22 e deixamos a nossa visita à enorme pedra para o dia seguinte. Aproveitamos as últimas horas do dia para conhecer a pequena cidade. Muito simpática e pacata, mas mal acostumados que estávamos com Real de Catorce e San Miguel de Allende, ficamos um pouco decepcionados. Tudo depende mesmo das expectativas...

Caminhada na famosa Peña de Bernal, no México

Caminhada na famosa Peña de Bernal, no México


Hoje cedo, partimos para a principal atração da pequena Bernal, a famosa Peña. É possível caminhar, ao início sobre uma trilha e depois, sobre a própria rocha, até pouco mais da metade da altura do enorme rochedo. Quanto mais alto, mas bela a vista dos arredores, a cidade ficando cada vez menor aos pés da montanhas. Ao longo desse caminho, várias paredes que fazem a alegria de escaladores, com diversas rotas possíveis.

Subindo o imenso monolito conhecido como Peña de Bernal, no México

Subindo o imenso monolito conhecido como Peña de Bernal, no México


Por fim, chegamos a um ponto onde, daí para frente, só com cordas mesmo. Ou então, com muita coragem para enfrentar os grampos de ferro cravados na parede de pedra. Eu até segui mais uns 40 metros para o alto, evitando olhar para baixo. À diferença de Potrero Chico, aqui não tinha nenhuma corda de segurança e um erro qualquer poderia ser, literalmente, fatal. A Ana, sem um calçado adequado, ficou lá embaixo mesmo.

Pausa na subida da Peña de Bernal, no México

Pausa na subida da Peña de Bernal, no México


Eu desci para ver se ela queira ajuda ou incentivo, mas ela já estava decidida a ficar por ali mesmo. Aproveitei a chance e fiquei lá também, curtindo a vista que já era espetacular. A pequena cruz que nos esperava no alto da montanha teve de ficar solitária mesmo. Pelo menos, no dia de hoje.

Do alto da Peña, avistando a cidade de Bernal, no México

Do alto da Peña, avistando a cidade de Bernal, no México


Para nós, foi uma delícia de caminhada e nosso primeiro dia de treinamento de uma longa sequência planejada até o Pico Orizaba, a mais alta montanha do país. Finalmente, já estamos com tudo planejado, inclusive nossos encontros com o Gera e com a Val. Aliás, a Val chegou hoje à Cidade do México e vamos todos nos encontrar amanhã, no final do dia, em Toluca. Ela vai para lá de carona com o Gera e nós quatro juntos subiremos o belo Nevado de Toluca. Será nossa primeira montanha de grande altitude e 3ª etapa de nossa preparação. Terceira? Pois é, ainda não falei da segunda! Fica na cidade de Tepoztlan, ao sul da capital federal e para lá seguimos ainda hoje, para nossa caminhada de amanhã. Assunto para o próximo post!

Vegetação semidesértica ao redor da Peña de Bernal, no México

Vegetação semidesértica ao redor da Peña de Bernal, no México

México, Bernal, montanha, Peña de Bernal, Pueblos Mágicos, trilha

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O Vale dos Dinossauros

Brasil, Paraíba, Sousa (Vale dos Dinossauros)

Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB

Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB


O Brasil tem um tesouro paleontológico escondido em pleno sertão da Paraíba. Na verdade, não está escondido não, pois sabe-se muito bem onde é. O problema é outro. Como um bom país de mentalidade quartomundista, esse patrimônio brasileiro e da humanidade está jogado às traças. Não fosse pelo esforço apaixonado e pessoal de algumas pessoas, certamente o tesouro já estaria destruído.

Visitando o Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB

Visitando o Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB


Nas vizinhanças de Sousa, no extremo oeste paraibano, foram descobertas pegadas em ótimo estado de conservação de dinossauros. Pegadas que variam de 90 a 120 milhões de anos atrás. Fossilizadas na antiga lama do atual Rio do Peixe que na época era bem mais caudaloso do que é hoje.

Pegadas de dinossauros, no Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB

Pegadas de dinossauros, no Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB


As pegadas foram deixadas por vários tipos de dinossauros, entre eles o herbívoro iguanodonte, de quatro toneladas e o carnívoro velociraptor, imortalizado nos filmes da série Jurassic Park. Esses dinossauros percorreram e deixaram suas marcas na lama de um rio que secava. Durante períodos secos em que a água do rio ficava longe por alguns anos, essa lama endurecia e era coberta por sedimentos. Quando o rio voltava, anos mais tarde, as pegadas já estavam "seguras" abaixo dos sedimentos. Nova lama se formava, o rio se afastava novamente e dava chance para que novas pegadas aparecessem. Deste modo, várias camadas de lama petrificada com pegadas surgiram. Registro mais do que palpável da história destes seres que dominaram a Terra por 150 milhões de anos.

Pegada de dinossauro, no Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB

Pegada de dinossauro, no Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB


O agricultor que as descobriu pensou que fossem pegadas de boi e de ema, e assim as batizou. Seus vizinhos logo perceberam que bois e emas não deixam pegadas em pedra e disseram ser pegadas de lobisomem. Apenas 30 anos mais tarde, na década de 20, é que um estudioso as reconheceu como sendo de dinossauros.

Leitos fossilizados de rio no Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB

Leitos fossilizados de rio no Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB


Hoje, quem toma conta do lugar é o neto do descobridor das pegadas. Uma figuraça, conhecida como o "Velho do Rio". Basta vê-lo para se saber o porquê do apelido. Há diversos rastros de pegadas, alguns entre os mais compridos do mundo! E ainda precisam ser escavados, mas o Ibama quer proteger a mata ciliar?!?

Réplicas de dinossauros no Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB

Réplicas de dinossauros no Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB


O abandono da área é flagrante. Dizem que agora a Petrobrás vai patrocinar algum parque no local. Só podemos ficar na torcida para que isso ocorra. Se estivéssemos na Europa ou EUA, redomas de vidro protegeriam as pegadas, centenas de pessoas visitariam o local diariamente e audiovisuais bem projetados enriqueceriam em muito a visita. Quem sabe num futuro próximo?

Pegadas de dinossauros, no Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB

Pegadas de dinossauros, no Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB


Aqui, mais uma vez, fica claro a pequeneza da nossa supersônica passagem pela Terra. Quando falo em "nossa", não estou me referindo aos ridículos 70-80 anos de nossas vidas. Falo dos igualmente ridículos 200 mil anos que a raça humana circula por aí. Para mim, que vim da Capivara onde falávamos de 20, 30 mil anos, é de se perder o fôlego ao imaginar 100 milhões de anos... Tudo aqui, no nosso quintal!

Brasil, Paraíba, Sousa (Vale dos Dinossauros), Paleontologia, Vale dos Dinossauros

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Mudando de Virgens

Ilhas Virgens Americanas, St John - Cruz Bay, Ilhas Virgens Britânicas, Tortola - Road Town

Mapa das Ilhas Virgens Americanas (USVI) e Britânicas (BVI)

Mapa das Ilhas Virgens Americanas (USVI) e Britânicas (BVI)


Com aquela sensação já conhecida de estar deixando um lugar antes do tempo, deixamos USVI em direção à BVI (British Virgin Islands). Fazem parte do mesmo conjunto de ilhas, das tais 11 mil virgens de um delirante Colombo. São vizinhas tão próximas que fiquei com a sensação de que, se precisasse, poderia nadar entre elas. Interessante, nadar de um país ao outro... A viagem foi de Cruz Bay, em St. John para West End, em Tortola. De lá, um táxi para Road Town

A mudança de países não foi feita sem o tradicional stress de horários que sempre passamos... O ferry saía às 08:30. Vinte minutos antes, deixei a Ana e a bagagem no porto e voltei para a loja de carros, para devolver o nosso. A loja não estava aberta (deveria abrir às 08:00). Quando resolvi largar o carro lá mesmo e deixar a chave no nosso hotel, o cara apareceu. Cumpridas as formalidades, corri para o porto para não achar a Ana lá. Quem encontrei foi uma mulher que me disse que aquele era o porto errado, para viagens internacionais era outro. Que beleza! A Ana tinha arrumado alguém para ajudá-la com nossa gigantesca bagagem e já estava lá, no porto certo, me esperando. Como sempre, no fim, tudo termina bem.

Na verdade, nem tanto. A nossa máquina fotográfica, que tirou fotos lindas no dia anterior, mas que já vinha com um barulho estranho, deixou de funcionar.Aqui em BVI não conseguimos consertar. Vamos ver no Brasil... Portanto, fotos agora, só do celular.

Nosso primeiro dia por aqui foi muito jóia. Conto no post seguinte...

Ilhas Virgens Americanas, St John - Cruz Bay, Ilhas Virgens Britânicas, Tortola - Road Town,

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Entrando no Mundo Maya

El Salvador, San Salvador, San Andrés, Joya de Cerén, Coatepeque

Artesanato maya na aldeia soterrada por cinzas vulcânicas de Joya de Cerén, em El Salvador

Artesanato maya na aldeia soterrada por cinzas vulcânicas de Joya de Cerén, em El Salvador


Nós, brasileiros, estamos acostumados com o Oceano Atlântico, que banha nossas praias. Quando chegamos ao Oceano Pacífico pela primeira vez, tem algo de estranho ali. Se parece com o nosso, mas sabemos que não é. Falta uma intimidade, há algo misterioso por baixo daquelas águas. Algo semelhante se passa também com as antigas civilizações pré-colombianas. Como sul-americanos, são com os incas que estamos mais acostumados. As ruínas de Machu Pichu e de Cusco já são nossas velhas conhecidas, quase nossos antepassados. Agora, aqui em El Salvador, tivemos nosso primeiro contato com outra das grandes civilizações do nosso continente, os Mayas (com “y”, como se escreve por aqui). Foi como chegar ao Pacífico pela primeira vez...

Mapa de El Salvador mostrando os principais sitios arqueológicos do país

Mapa de El Salvador mostrando os principais sitios arqueológicos do país


Saímos de San Salvador no meio da manhã rumo ao sítio arqueológico de San Andrés, a menos de uma hora de carro da capital. Como disse no post de ontem, nada como estar tão perto da praia, da montanha e agora das ruínas mayas, todos a um “passeio” de distância. Pista dupla até lá, na entrada do sítio. Três dólares para entrar e já estávamos no meio de um bosque agradável onde estão as ruínas.

Crânio encontrado nas ruínas mayas de San Andrés, em El Salvador

Crânio encontrado nas ruínas mayas de San Andrés, em El Salvador


A primeira surpresa foi o excelente pequeno museu logo na entrada. Mais tarde descobrimos que isso é um padrão em todos os sítios arqueológicos do país. Coisa de primeiro mundo! Em duas ou três salas de exibição, somos contextualizados com o período, a cultura e o mundo em que vivia aquele povo. Suas técnicas de arquitetura, sua agricultura, seus costumes e sua religião. Seus artefatos, suas cerâmicas, seus utensílios. Por fim, informações sobre o próprio sítio arqueológico, um mapa com as ruínas, sua história de ocupação e de redescobrimento pelos arqueólogos.

Visitando o sítio arqueológico de San Adrés, em El Salvador

Visitando o sítio arqueológico de San Adrés, em El Salvador


Assim, quando chegamos às ruínas em si já sabemos o que esperar e o que observar. Não são as ruínas Incas nossas velhas conhecidas, mas depois do banho de museu já não somos tão iletrados no assunto. As pirâmides construídas sobre plataformas e degraus, seus antigos templos, são o que mais chamam nossa atenção. A outra coisa é o enorme mistério que envolve o súbito declínio dessa civilização, por volta do ano 900 d.C. Ao contrário de Astecas e Incas, que estavam no seu auge quando chegou Colombo por aqui, os Mayas tiveram seu auge muito antes, entraram em repentino colapso em 900 e, quando chegaram os espanhóis, não eram nem a sombra do que tinha sido 600 anos antes.

Visitando o sítio arqueológico de San Adrés, em El Salvador

Visitando o sítio arqueológico de San Adrés, em El Salvador


A teoria mais aceita para o rápido declínio dessa civilização foi uma espécie de “desastre ambiental” em toda a região, causado pela natureza e, principalmente, pelo próprio homem, que super explorou os recursos da terra. Mas a teoria ainda tem muitas lacunas. Afinal, foram dezenas de cidades que foram abandonadas praticamente ao mesmo tempo, na enorme área entre o sul do México e Honduras. Como e porque, e para onde foram aquelas centenas de milhares de pessoas, isso ainda é um mistério. Provavelmente ainda vamos ler e ouvir muito sobre isso na nossa passagem pela Guatemala e também na volta, quando visitaremos os principais sítios arqueológicos dos Mayas, como Palenque, no México, Tikal, na Guatemala e Copan, em Honduras.

Cerâmica maya encontrada em joya de Cerén, em El Salvador

Cerâmica maya encontrada em joya de Cerén, em El Salvador


Bom, já começando a “esquentar” nessa cultura, seguimos para a vizinha Joya de Cerén, outro sítio arqueológico Maya. Patrimônio Cultural da Unesco, essas ruínas são muito especiais, quase que a Pompéia da América Central. Isso porque, ao contrário das outras ruínas, que foram abandonadas pelo seu povo por volta de 900 e, aos poucos, foram sendo destruídas e cobertas pela natureza, Joya de Cerén estava no seu auge, por volta do ano 620 quando uma erupção vulcânica cobriu a cidade de cinzas fumegantes. Aqui, ao menos, seus habitantes ainda tiveram tempo de fugir correndo (o que não ocorreu em Pompéia), mas todo o resto foi deixado para trás, de utensílios à refeições ainda sendo devoradas. Seis metros de cinzas, em quatorze camadas, cobriram a cidade por mais de 1.300 anos, até que ela fosse redescoberta acidentalmente por um trator fazendo escavações para uma indústria. Hoje, várias partes da cidade foram desenterradas e sua ótima conservação foi uma excelente maneira dos cientistas aprenderem sobre os detalhes da vida cotidiana Maya.

As ruínas mayas de Joya de Cerén, em El Salvador - Patrimônio Mundial da Unesco

As ruínas mayas de Joya de Cerén, em El Salvador - Patrimônio Mundial da Unesco


Tudo isso relatado no pequeno museu na entrada do sítio. Ali está uma vasilha ainda com as marcas dos dedos da criança que nele se alimentava. Muito jóia! Muitas fotos e muitas divagações sobre como teria sido o último dia de vida dessa aldeia que ficou meio que congelado no tempo.

Ruínas de aldeia maya soterrada por cinzas vulcânicas de Joya de Cerén, em El Salvador

Ruínas de aldeia maya soterrada por cinzas vulcânicas de Joya de Cerén, em El Salvador


Bom, e assim começamos a entrar no mundo Maya, agora já não tão exótico para nós como era até ontem. Mesma coisa que está acontecendo com o Pacífico, a quem já começamos a chamar de “amigo”, hehehe. Amanhã tem mais, as ruínas de Tazumal, com as maiores de El Salvador. Ficam entre o lago de Coatepeque e a fronteira da Guatemala.

O belo lago de Coatepeque, numa antiga e enorme cratera vulcânica em El Salvador

O belo lago de Coatepeque, numa antiga e enorme cratera vulcânica em El Salvador


Falando nesse lago, foi para cá que viemos depois de visitar Joya de Cerén. Essa verdadeira maravilha foi uma antiga e gigantesca caldeira vulcânica formada há dezenas de milhares de anos. Hoje é um lago de cor azul cintilante com cerca de seis quilômetros de diâmetro e até 120 metros de profundidade, todo cercado por encostas de mata verdejante que chegam a 500 metros de altura. A chegada ao lago oferece vistas majestosas onde, estrategicamente há restaurantes que oferecem belos mirantes. Paramos num desses e ficamos nos deliciando com aquela vista, os barcos quase sumindo naquela imensidão de água doce. Por aqui a elite Salvadorenha tem casas e barcos e vem passar seus finais de semana. Quando finalmente descemos para encontrar um hotel nas margens do lago, a tarde começava a virar noite.

Casas e piers flutuantes no lago de Coatepeque, em El Salvador

Casas e piers flutuantes no lago de Coatepeque, em El Salvador


Instalados num charmoso e decadente hotel, ainda fui tomar um banho delicioso nas águas do lago, iluminado apenas pela lua nova e as estrelas. Cenário grandioso e emocionante. O mesmo cenário que tinham os mayas, quando frequentavam o mesmo lago muitos séculos atrás. Mal podemos esperar que amanheça para aproveitarmos ainda mais esse lugar que aspira ser escolhido pela Unesco como patrimônio natural da humanidade

O restaurante sobre palafitas do nosso hotel, com uma bela vista para o lago de Coatepeque, em El Salvador

O restaurante sobre palafitas do nosso hotel, com uma bela vista para o lago de Coatepeque, em El Salvador

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