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Carlos Mota (15/02)
Estou interessado em conhecer Caiena. Tão próximo e barato saindo da mi...
Bruno (14/02)
Foi necessário levar galão de combustível ou foram suficientes os post...
Elsinho (12/02)
Eu gostaria de dizer pro Nilton Costa que infelizmente por falta ainda de...
Elsinho (12/02)
Eu gostaria de dizer pro Nilton Costa que infelizmente por falta ainda de...
Ferro Doido (11/02)
Sou fotógrafo e iniciante em viagens 4x4, sou da Bahia, mais precisamen...
Skyline de Miami, na Flórida - Estados Unidos
Um dia em Miami para resolver algumas pendências, fazer umas comprinhas rápidas e respirar um pouco antes de começarmos o nosso roteiro acelerado subindo a costa leste rumo à cidade de Nova Iorque.
Com a Su em Key Biscayne, na Flórida - Estados Unidos
Uma das principais pendengas é a solução para a identificação da Fiona, que desde a Califórnia está andando sem placa. Não sei se vocês viram ou se lembram, mas nós tivemos a nossa placa traseira roubada em Pioneertown. Um belo item de colecionador, uma placa brasileira de um carro que cruzou mais de 20 fronteiras até chegar aos Estados Unidos! Fizemos um boletim de ocorrência e o xerife nos indicou deixar a placa que restou dentro do carro. O B.O. fica pronto só em 10 dias e foi só hoje que conseguimos parar para fazer a solicitação do envio do documento por correio. Com este documento em mãos podemos dar entrada com um pedido “extra-oficial” no Detran-PR para conseguirmos uma placa nova para a Fiona. Cruzem os dedos!
Placa nova para a Fiona, feito na hora, em Miami, na Flórida - Estados Unidos
Até aqui não tivemos problemas com as patrulhas rodoviárias, ninguém nos parou, mas dizem que no leste, principalmente ao redor de Nova Iorque, o bicho pega! Então fomos até o Bay Side Mall e providenciamos placas novinhas em folha para a Fiona! Segundo nosso amigo Marcelo o mais importante para os oficiais americanos é termos a informação correta do veículo informada, afinal, eles não saberiam mesmo qual é a placa oficial brasileira.
Com o Marcelo em Key Biscayne, na Flórida - Estados Unidos
Lá almoçamos no Bubba Gump, restaurante temático do Forest Gump especializado em camarões e frutos do mar, delicioso!
Passeando em Bayside, shopping turístico em Miami, na Flórida - Estados Unidos
Fiz uma visita relâmpago a uma amiga que eu não via há uns 6 anos, pelo menos! A Thaís mora nos Estados Unidos há 8 anos e se mudou para Miami há quase 2. Desde o início da viagem eu estava prometendo essa visita, pena que teve que ser assim tão rápida, já que ela estava trabalhando e nós com agenda toda embaralhada. Thaís, as portas da Fiona estão abertas e espero nos encontrarmos em uma das suas escapadas para NY!
Encontro com a Thaís em Miami, na Flórida - Estados Unidos
Uma pesquisa rápida de preços de celular na Best Buy nos desencorajou de comprar qualquer aparelho. O custo médio de um bom smatphone desbloqueado é de 600 dólares e com tanta estrada pela frente a chance de perdermos ou “sumirem” com o celular é grande, pelo menos é o que o nosso histórico diz... já sumiram 2 aparelhos! Assim, decidi comprar o Xperia da Sony Erikson, muito bom e mais baratex se comprado pela internet. Agora falta apenas providenciar um chip da AT&T para o aparelho básico que temos. A novidade do dia foi a compra de uma nova câmera filmadora. Há anos eu estou namorando a Go Pro, porém com uma bela Flip na mão acabamos sempre postergando... Infelizmente a flip nos deixou e resolveu morar definitivamente na Islândia, então hoje eu pude matar a vontade e investi em uma Go Pro II! Ótima para filmagens no carro, em trilhas e mergulhos até 60m!
Pôr-do-sol em Key Biscayne, na Flórida - Estados Unidos
O final da tarde foi uma deliciosa reunião de família, brincando com André, Luiza e Daniel, o “trio parada dura” do Marcelo e da Su! Nos divertimos pulando e fazendo ginástica olímpica! Tenho que ir treinando! Hehehe!
André, Luiza e Daniel, filhos do Marcelo e da Su, em Key Biscayne, na Flórida - Estados Unidos
A noite um delicioso queijos e vinhos na companhia dos amigos e as ótimas histórias dos pais da Su, que vieram fazer uma surpresa no aniversário da filha. Seu Antônio nos presenteou com o seu livro, a peça teatral “A Conspiração Maquiavélica”, que reúne personagens históricos em uma comédia curiosa! Estou louca para ler!
Com os pais da Su em Key Biscayne, na Flórida - Estados Unidos
Amanhã pegamos estrada em direção à Nova Iorque no roteiro de 20 dias explorando a Costa Leste Americana.
A cratera do vulcão Rano Kau, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico
Nosso dia começou com algo bem inusitado, uma missa Rapa Nui. A missa estava lotada de famílias, jovens, senhores e crianças, além de uma horda de turistas que assistiam curiosos à uma das missas mais bonitas e alegres de suas vidas. O padre vestido com sua bata e um belo colar de flores polinésio, reza a missa em espanhol e no idioma Rapa Nui, entoando lindos cantos acompanhado por todos os presentes.
A movimentada missa dominical rezada em Rapa Nui, na Ilha de Páscoa, território chileno no meio do Oceano Pacífico
Missa movimentada em Hanga Roa, capital da Ilha da Páscoa
A igreja localizada na rua principal de Hanga Roa é simples e tem a sua fachada decorada com ícones da antiga religião Rapa Nui. O Homem Pássaro é o mais conhecido deles, do culto Tangata Manu (Cerimônia do Homem Pássaro), religião que era praticada pelos habitantes da ilha entre a fase dos Moais e 1860, quando os Rapa Nuis se converteram ao cristianismo, adotando como religião oficial o catolicismo.
A simpática igreja de Hanga Roa, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico
Durante nosso primeiro dia na ilha aprendemos com o guia local Patrício um pouco sobre os povos que aqui viveram e as religiões que praticavam. Estudos antropológicos dizem que dois grupos étnicos distintos chegaram à ilha originalmente, os orejas largas e os orejas cortas (orelhas grandes e orelhas pequenas). Os orejas largas eram grandes, altos, fortes e de feições polinésias similares aos havaianos, nariz proeminente, traços bem marcados, retos e cabelos compridos amarrados no topo da cabeça. Já os orejas cortas eram baixos, nariz mais achatado e corpo forte atarrachado. Os orejas largas eram os líderes que aparentemente haviam trazido os orejas cortas como escravos em sua expedição em busca de novas terras. Esta é uma matéria bem controversa, inclusive a origem destes dois grupos, se haveriam chegado juntos ou em diferentes movimentos migratórios. Tudo o que nos foi passado e contamos aqui são um misto da cultura oral, muito forte entre as famílias rapa nui, e estudos de diferentes antropólogos e arqueólogos.
Antigos Moais em Rano Raraku, a fábrica de Moais, parcialmente cobertos pelo tempo. Ainda estavam a venda quando a civilização se perdeu (em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), território chileno no meio do Oceano Pacífico)
A religião praticada pelos orejas largas estava relacionada ao culto aos seus ancestrais e daí nascem as gigantescas estátuas de pedra construídas por este povo. Os moais eram estátuas funerárias esculpidas em homenagem aos líderes das famílias que governavam as diferentes cidades de Hanga Roa. Mas quem esculpia estes moais? Os escravos orejas cortas, que trabalhavam lá na Fábrica de Moais (mais detalhes sobre a fábrica neste post).
Visitando Rano Raraku, onde eram produzidos os Moais que se espalham por Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), território chileno no meio do Oceano Pacífico
Porém houve um momento em que estes escravos se rebelaram com os seus líderes e, em uma grande batalha, conseguiram derrubar os orejas largas e assumir a liderança da ilha. Neste momento houve uma transição religiosa, do culto aos Moais, agora para o Culto Tangata Manu. Uma curiosidade é um Moai totalmente diferente de todos os outros encontrados na ilha, localizada no final da trilha do Rano Haraku (Fábrica de Moais), que tem todas as características de um oreja corta e que estaria ajoelhado olhando para o céu.
Um estilo diferente de Moai, em Rano Raraku, um dos vulcões de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), território chileno no meio do Oceano Pacífico
Este é apenas um dos indícios de que os orejas cortas nunca haviam abandonado a sua religião, ligada à um tipo de ave migratória que aparecia na ilha apenas uma vez ao ano para se reproduzir nos ilhotes, o Manutara. Todos os anos era organizada uma grande competição, conhecida como Tangata Manu ou Cerimônia do Homem Pássaro, onde os homens mais fortes, ágeis e inteligentes da ilha representariam seus clãs. A competição acontecia no Orongo, cidade cerimonial construída no topo do Rano Kau, um dos três vulcões da ilha.
Topo do vucão Rano Kau, onde se iniciava o festival do homem-pássaro, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico
Manutara, cujo ovo era o prêmio máximo no festival do homem-pássaro, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico
Ela consistia em uma grande prova, onde os competidores tinham que descer a encosta do vulcão em direção ao mar, atravessar a nado para os Motus e aguardar, sem água e sem comida, a chegada do Manutara. O bando de manutaras chegava para acasalamento e reprodução e o primeiro ovo a ser colocado deveria ser sequestrado pelo competidor que o traria a nado e na escalada da encosta do vulcão, intacto de volta ao Orongo. Os orejas cortas acreditavam que o homem, independente de ser oreja larga o oreja corta, que fosse capaz de passar por esta prova de delicadeza, destreza, força e agilidade, seria o melhor governante. A cerimônia duraria meses, os competidores ficavam isolados em hare vacas (casas) especiais no Orongo aguardando o momento para começar a travessia.
Ruínas da cidade cerimonial de Orongo, no topo do vulcão Rano Kau, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico
Ilhas onde chocavam os manutaras e para onde nadavam os participantes do festival do homem-pássaro, em frente ao vulcão Rano Kau (em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico)
A ida ao Orongo é um ponto alto da visita à Ilha de Páscoa. Além do museu ter informações sobre a cerimônia e parte da história dos ancestrais, o lugar tem algumas das vistas mais lindas da ilha. O mirante do Vulcão Rano Kau tem uma linda vista da cratera e também da possível rota que os competidores escolhiam para descida ao mar e a escalada novamente ao Orongo. Dentro do local cerimonial estão as casas de teto baixo onde eles se concentravam e se preparavam para a corrida. Não podemos entrar dentro delas, mas no museu vemos que elas eram adornadas por pinturas nas paredes e tetos internos, muitas destas placas de pedra pintadas teriam sido saqueadas por diferentes grupos caça-tesouros e vendidas para diferentes museus ao redor do mundo.
Ruínas da cidade cerimonial de Orongo, no topo do vulcão Rano Kau, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico
Esta religião mais tarde foi substituída pelo cristianismo, mas parte deste espírito competitivo é relembrado todos os anos no Tapati Festival, quando duas equipes locais se enfrentam em competições de canoa, escaladas, corridas com grandes cachos de banana, canto, dança e até esculturas. O clã que vencer elegerá a nova miss Rapa Nui, a Rainha do Tapati Festival. Dança, música, gastronomia e arte rapa nui reunida em um mesmo evento, que ocorre sempre entre os meses de janeiro e fevereiro. Se quiser participar trate de reservar passagens e pousadas com meses de antecedência, já que é o pico da temporada turística, período mais procurado na Ilha de Páscoa.
A cidade de Ranga Roa vista do alto do vulcão Rano Kau, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico
Ao lado de paredão colorido no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE
O Parque Nacional da Serra do Catimbau, localizado no agreste de Pernambuco, foi formado em 2002 para preservação de um grande patrimônio histórico e natural brasileiros. São 62 mil hectares de serras, chapadas, pinaclos, caatinga, onde são encontrados painéis de pinturas rupestres cpom mais de 6 mil anos. Já havíamos passado nos seu contorno norte, quando voltávamos de Triunfo para Recife. Só não paramos, pois tínhamos vôo para Noronha. Além de já sabermos que era um lugar com muitos sítios arqueológicos, de longe suas formações rochosas já nos deixaram muito curiosos.
Morro do Cachorro, no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE
Saímos cedinho de Paulo Afonso em direção à Buíque, cidade base para conhecer o Catimbau. Foram quase 4 horas de viagem e mesmo assim chegamos prontos para uma boa caminhada!
Leiro quase seco de um rio no interior de Alagoas. Visão comum no sertão
A Vila do Catimbau fica logo no pé da serra com uma pequena infra-estrutura turística, umas duas pousadas simples e a associação de guias. Foi lá que encontramos Marcio, nosso guia para esta tarde e o próximo dia. São diversas trilhas, como temos pouco tempo selecionamos logo as mais importantes atrações do parque.
Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE
Começamos hoje pela Trilha da Tartaruga, formações rochosas antiqüíssimas que até hoje não foram explicadas pelos geólogos. Existem diversas teorias, mas nenhum delas foi comprovada. Este tipo de formação só pode ser encontrado em outros dois lugares no mundo: em Sete Cidades, Piauí e na África. A rocha foi toda desenhada e a ação da água, vento e intempéries as deixou com o aspecto do casco de tartaruga.
Pedras que lembram o casco de tartarugas, no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE
Não distante dali, encontramos a Toca da Casa de Farinha, cenário semelhante aos que visitamos na Serra da Capivara. As tocas nas “cuestas”, paredões rochosos geralmente mais protegidos das variações climáticas, onde os homens pré-históricos registravam seus rituais, seu cotidiano e sua vida.
Pinturas rupestres no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE
O nome da toca é devido ao forno de farinha encontrado ali, a história se repete, como os fornos dos maniçobeiros na Capivara. Nesta toca as pinturas rupestres são principalmente da tradição Agreste, geralmente imagens mais simbólicas e abstratas. A tradição Nordeste, geralmente retrata rituais grupais e cenas em movimento, quase como um filminho.
Antigo forno em toca com pinturas rupestres no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE
Continuamos caminhando sobre os lajedos rochosos e chegamos às Torres, outra trilha famosa por sua beleza cênica. O lugar que novamente parecem uma mini Capadócia, pináculos de pedra de 4, 5 10m de altura formam uma paisagem singular.
No alto de uma Torre no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE
No alto de formações rochosas no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE
Descemos as Torres e logo abaixo, nas suas encostas, nos aproximamos dos lapiais, um tipo de formação geológica pela dissolução da rocha e outros efeito erosivos, podendo ocorrer na vertical ou horizontal. Aqui os lapiais chamam atenção por serem verticais e totalmente multicoloridos, em tons de vermelho, amarelo e branco. Cada camada de cor é referente a uma fase de sedimentação e oxidação da rocha.
Formações coloridas de erosão vertical no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE
É uma paisagem única! Difícil retratar tamanha beleza, contudo a luz do sol poente evidenciou as cores, tornando o espetáculo ainda mais impressionante! É, o Catimbau é a prova de que as belezas de Pernambuco vão muito além de suas praias.
Cores fortes, quase surreais, nos rochedos do Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE
A ponte levada pelas chuvas no caminho para Cobán, na Guatemala
Uma das vantagens de estarmos de carro é que podemos escolher caminhos diferentes, fora da rota mais batida de todos os viajantes. A rota Antigua - Semuc Champey é relativamente batida, milhares de vans partem de Antigua com dezenas de turistas cada uma, em uma viagem de 5 horas, sendo 3 até Cobán por um lindo asfalto e 2 e pouco para Semuc, por uma estrada secundária super curva, parte asfaltada e parte de pura terra e pedra. Se na linda e confortável Fiona esse trecho já é chato, imagino apertado em uma van...
Exibir mapa ampliado
Bem, nós olhamos o nosso mapa xerocado e colado com durex pelos simpáticos agentes aduaneiros guatemaltecos e, sem perguntar a ninguém decidimos, vamos por essa estrada, passando por San Juán de Sacatepéquez e Salamá. Um roteiro meio doido, sairíamos do melhor asfalto e das duplas, mas escaparíamos de mais tráfico entre Antigua e a capital Guate.
Aqui é possível perceber a estrada pelo rio no caminho para Cobán, na Guatemala
Eu, sempre que tenho uma chance dou aquela embarcada e durmo como um anjo, pois do mesmo jeito que as curvas me deixam mareada e enjoada, elas me embalam para um sono gostoso que às vezes dá até sonho. Sei que lá pelas tantas, ainda grogue de sono olho para frente e eis que não temos ponte! Um baita rio, três caminhonetes de locais paradas e a ponte estava uns 100m rio abaixo.
A maior e mais profunda travessia de rio feita pela Fiona até agora, no caminho para Cobán, na Guatemala
“Foi há um ano, na época chuvosa, que o rio subiu e levou a ponte e até agora ninguém nem deu sinal que irá retornar para colocá-la no lugar”, nos contou um morador. Eu só pensei... caraca, eu sabia que deveríamos ter perguntado sobre essa estrada! E agora? Como faremos para passar?
“Ah! Espera um minutinho aí que já vem aí um guia, ele te mostra por onde passar.”
“Tem certeza?” – perguntamos... já pensou? Passar aí e o rio levar a Fiona embora???
“Ahh sim, “é doble tración”? Entonces, seguindo ele direitinho vocês passam com esse carro.”
Um guia nos leva através de um rio no caminho para Cobán, na Guatemala
Beleza, vamos que vamos! Apareceu o tiozinho, baixamos pela rampa lateral a ex-carretera que estava ali, passamos o 4 x 4, máquinas a postos e pé na tábua! A Fiona ficou abaixo de mais de um metro de água! Eu estava com a janela aberta tirando fotos e a água estava na metade da porta!
Um guia nos leva através de um rio no caminho para Cobán, na Guatemala
Fiona se comportou direitinho e logo chegamos a parte mais rasa, demos os 20 quetzales para o rio (+ ou - 5 reais) e voltamos ao asfalto seco, prontos para uma Gallo na biroquinha com vista para a ex-ponte e o vale. São aquelas emoções que "uno" não esquece!
A magnífica paisagem do interior da Guatemala no caminho para Cobán
Muita estrada e muitas curvas depois, chegamos a Cobán, morrendo de fome! A cidadezinha de forte colonização alemã não tem muitos atrativos turísticos, mas vale a passada pelo restaurante El Bistrô, com nome francês, mas uns pães alemães deliciosos! Fizemos um almoço tardio, enquanto o sol se punha e a gente congelava nas terras altas guatemaltecas.
A Fiona vai fazendo ondas na travessia de rio no caminho para Cobán, na Guatemala
Acabamos decidindo dormir em San Pedro Carchá, alguns quilômetros adiante, em um hotel colonial na beira da estrada. Aventura o bastante para o dia de hoje, amanhã seguiremos à Semuc Champey.
Chegando à pequena praia do Gouverneur, em St. Barth - Caribe
St Barth é provavelmente um dos mais glamorosos lugares do jet-set internacional. Uma das ilhas preferidas das celebridades holliwodianas, este pedacinho da França no Caribe reúne tudo o que há de mais luxuoso e caro nas West Indies.
Chegando à praia da Grande Saline, em St. Barth - Caribe
Sua geografia e sua história nos ajudam a entender por que. Uma ilha vulcânica com apenas 21km2 formada por um relevo montanhoso, vegetação seca, como cactos e outras plantas rasteiras e não possui fonte natural de água doce. Desta forma nenhuma plantação poderia ter sucesso. As tentativas de colonização iniciaram em 1648, os primeiros franceses logo foram massacrados pelos índios Caribs, alguns anos mais tarde franceses huguenotes se estabeleceram na região com uma atividade que não dependeria dos recursos naturais: tornaram-se um ponto de apoio aos piratas franceses que agiam na região pilhando os Galeões Espanhóis.
Marca da colonização sueca de St. Bath
No final do século XVIII os suecos passaram a ser donos de St Bartholomeu, após uma negociação entre o Rei Luis XVI e o Rei Gustaf III. Isso explica o nome da capital, Gustavia e algumas outras marcas deixadas pelos quase 100 anos de ocupação nórdica. Mais tarde a ilha foi vendida novamente para os franceses. Em meados do século XIX, quando a escravidão foi abolida, a maioria dos habitantes africanos se mudou para outras ilhas em busca de trabalho, tornando St. Barth uma das únicas ilhas no Caribe quase sem negros na composição populacional.
O farol de Gustavia, capital de St. Barth - Caribe
Foi só no início da década de 50 que começaram a chegar os primeiros turistas e alguns habitantes mais espertos trataram de fixar algumas leis que protegesse o seu paraíso de grandes cadeias de hotéis e cassinos. Ainda assim o turismo se tornou o maior e melhor negócio nesta pequena ilha, justamente por ser exclusiva (principalmente nos preços) e por oferecer pequenos paraísos muito bem preservados.
Maravilhosa praia do Gouverneur, em St. Barth - Caribe
Nós fomos para lá de ferry boat, que parte de St. Martin por preços mais amigos que os vôos, mas vale checar as tarifas aéreas na baixa temporada, principalmente se você sofre em dias de mar mais agitado. Vento contra e sem remédio para enjôo, minha ida foi sofrida. No ferry conhecemos Koy, um brasileiro de Floripa que mora em St Martin desde 1985, quando veio em busca de novas ondas e começou a trabalhar em uma embarcação. Ele estava guiando um grupo de 10 brasileiros para conhecer a ilha e nos deu boas dicas, algumas que seguem abaixo.
Nosso hotel em Gustava, capital de St. Bath - Caribe
Uma vez em St Barth o primeiro que se deve fazer é alugar um carro. O ferry estava com uma promoção, tarifa de 30 euros/dia, se já alugássemos junto com a passagem. Ainda conseguimos negociar o segundo dia por 25 quando chegamos lá. Na hospedagem arriscamos e conseguimos pegar o último quarto no Sunset Hotel, um dos mais baratos da ilha (103 euros s/ café da manhã + impostos). Bem localizado, fica logo em frente à estação do ferry, com uma vista linda para a marina.
A marina de Gustavia, vista do nosso hotel (St. Barth - Caribe)
Carro alugado, demos a volta no litoral sul do pequeno país. Vistas espetaculares das estradas tortuosas, cada enseada um azul. Fomos à Anse de Grande Saline, uma enseada belíssima, hoje com bastante vento e, portanto com muitas ondas. Esta é a praia preferida dos naturalistas, que ficam totalmente à vontade no canto esquerdo da praia. Não se espante se vir um peladão andando na sua frente, ou tantas mulheres de top less, ao final do dia você é que estará se sentindo um ET. Como é uma área de preservação existem algumas lanchonetes e restaurantes na estrada, mas não na praia. No calor e sol caribenhos, uma água na mochila é item obrigatório.
Nosso cafofo na praia da Grande Saline, em St. Barth - Caribe
Pouco depois mudamos para a Gouverneur Beach, outra praia tranquila. Achei que ia ser mais difícil encontrar nudistas aqui, mas eles também existem. O mais engraçado foi uma família que estava fazendo um book fotográfico, pai, mãe e três filhas posando para um fotógrafo, todos vestidos de branco, há 10 passos do peladão.
"Tomando sombra" na praia do Gouverneur, em St. Barth - Caribe
Aproveitamos o pôr-do-sol no Do Brazil, bar de preços astronômicos na Shell Beach. Eu ia pedir uma caipirinha, para matar as saudades, mas custaria algo em torno de 30 reais, então acabamos ficando com a boa e velha taça de vinho francês, a módicos 6 euros. Alguns iates estavam ancorados em frente à praia, iates de aproximadamente 50 milhões de dólares. Impossível não perder alguns minutos tentando imaginar como é a vida desses milionários que freqüentam St. Barth.
Belo fim de tarde na Shell Beach em Gustavia, capital de St. Barth - Caribe
O almoço do grupo de um iate destes deve ter custado pelo menos 1500 euros no mesmo bar. Ok, isso não é nada perto do Abramovitch, bilionário russo que está ancorado aqui com seu iate de 1 bilhão e 200 milhões de dólares. Pouco excêntrico, o seu iate possui submarino, sistema antimísseis, anti-paparazzis, heliporto e tudo o que você conseguir imaginar dentro.
No bar "Do Brazil" na Shell Beach em Gustavia, capital de St. Barth - Caribe
Chega de “sofrer” pensando nos milhões alheios, resolvemos pegar nosso rumo e ver um finalzinho do pôr-do-sol no Fort Gustave. Da construção em si não sobrou muita coisa, dois canhões e um farol, mas de lá temos uma vista privilegiada da cidade de Gustavia e desta imensidão azul, dourada no fim de tarde.
Vista de Gustavia, capital de St. Barth - Caribe
A noite não podíamos deixar de conhecer o tradicional Le Select Bar. Com mais de 60 anos de história, o Le Select faz parte da vida e da tradição de muitos marinheiros e velejadores do Caribe. Seu fundador, Marius já recebeu inclusive a família real sueca como embaixador honorário da Suécia aqui. Um clima de bar de marinheiros, bandeiras e adesivos de todos os cantos do mundo trazidos por seus freqüentadores, é também um dos lugares mais baratos para um lanche e uma cervejinha a noite. Imagina se eu não ia colocar um adesivo do 1000dias ali?
O adesivo dos 1000dias no famoso bar Le Select, em Gustava, St. Bath - Caribe
Pra variar o Ro estava caindo de sono e eu mega agitada, querendo ver a balada de St Barth. Tudo bem que temos que nos policiar com os preços, mas olhar não custa nada! RS! Rodamos a marina e chegamos ao outro lado do U, onde eu via luzes piscando, sinal de pista de dança! Chegando lá, era uma festa particular. (Fooom! Que mais eu podia esperar?! rsrs!). Logo ao lado outro bar com clima bacana, DJ muito bom e finalmente onde encontramos a pequena parte da população negra que ainda restou no país! =) Um deles é Laurent, natural de St Barth, que trabalhou para o embaixador da Angola em Paris. Adorou treinar seu português (de “Portgal”) com os dois brazucas aqui.
Magnífico pôr-do-sol em St. Barth - Caribe
Moral da história: existem preços proibitivos sim, inclusive são eles que fazem deste lugar ainda mais um paraíso. Mas temos que lembrar que nem todo mundo que vive aqui é bilionário, então se eles conseguem viver aqui, nós também conseguimos! Pelo menos por uns dois ou três dias!
Por que será que a Shell Beach em Gustavia, tem esse nome? (St. Barth - Caribe)
A primeira balsa da Fiona: Cananéia-Ilha Comprida
8h30 da manhã, acordamos, arrumamos as coisas e seguimos para o portinho de Cananéia, nosso objetivo: atravessar de balsa para a Ilha Comprida. Eu sempre quis saber o que havia lá. Lembro que alguma vez me disseram que não havia nada, apenas mato. A Fiona embarcou pela primeira vez em uma balsa e fomos lá conferir. O Rodrigo havia lido em um blog que poderíamos fazer os 70km de ilha pela praia, sensacional!
Cananéia vista da balsa para Ilha Comprida
Balsa Cananéia-Ilha Comprida
A Ilha Comprida tem aproximadamente 70 x 6km, super estreita, em 3 minutos saímos do mar de dentro e encontramos a praia. Alguns quiosques grandes no Boqueirão Sul, principal “praia” no sul da ilha sugerem que aqui deve lotar nos finais de semana e feriados. Digo “praia” entre aspas, pois os 70km de praia são um areião só, as linhas que dividem os bairros ou balneários são imaginárias. O dia está lindo, céu azul, sol, temperatura super agradável, a nossa única preocupação é atravessar logo esse praião antes que a maré suba!
Fiona enfrentando o mar na Juréia-Sul
Passamos pela barra de diversos riozinhos, mas uma delas é a referência, empolgado com a high way de areia e a paisagem quase que o Rodrigo passa reto na maior delas! Passamos pela Barra Tropical, já mais ao norte da ilha e vamos procurando a entrada para a ponte que segue para Iguape. Passamos uns 7km da sua entrada, só percebemos quando a praia começou a estreitar, a areia mais fofa começou a preocupar e as pedras no caminho não nos deixaram passar.
Casa na praia de Ilha Comprida
Fiquei impressionada com o tamanho da cidade no norte da ilha, casas grandes, super infra, cidade mesmo! Eu sempre via do avião e pensava, será possível que seja vazia mesmo? Lá de cima era tudo verde, mas depois do que vi hoje, decidi não acreditar mais no que me dizem, agora só vendo!
Praia do Satú, em Caraíva - BA
Não sou corredora e não tenho nenhuma intenção de um dia me tornar maratonista. Adoraria, acho louvável o empenho e a paixão pelo esporte que alguns, como do próprio Rodrigo. Nos esportes eu já percebi que o meu corpo é mais preparado para as competições de resistência e distância e não as de explosão. Por exemplo, na natação eu gosto de participar das travessias, 1500m, não nas competições de 100 ou 50m. Meu joelho é meio bichado, portanto eu escolhi a caminhada ao invés da corrida. Posso andar quilômetros, ainda mais se for no plano ou na praia. Sendo assim hoje resolvemos fazer uma caminhada até a famosa Praia do Espelho. São 10km até o Espelho e mais uns 2km até Curuípe, Praia dos Amores e a Praia do Otero das Brisas. Ida e volta são 24km, mais que uma meia maratona, é uma meia bombada!
Subindo as falésias do Espelho, em Caraíva - BA
Uma das principais preocupações para uma atividade como esta é o horário da maré. Precisamos sair quando a maré ainda está baixando, para conseguirmos ir e voltar sem ficar presos por algum rio ou falésia. Saímos em torno das 10h, atravessamos o rio a nado e logo ganhamos parceiros de caminhada. O casal de cachorros que apelidamos de “Dogo” e “Doga” veio nos seguindo da pousada até o rio e até ali não estávamos acreditando muito. Quando eles atravessaram o rio nadando e continuaram caminhando pelos próximos 2km foi que vimos que estavam mal intencionados.
Início da caminhada de Caraíva para o Espelho - BA
Há 3km de Caraíva, caminhando pela praia chegamos à Praia do Satú. Primeiro lugar com vida depois de uma extensa praia pela qual vamos passando apenas pelos cercados de fazendas de coco. O Satu já mora lá há muitos anos e há algum tempo abriu uma barraca que funciona no verão. Chegamos lá com a maré ainda baixa e encontramos algumas crianças brincando nas piscinas naturais. Mais alguns metros e chegamos à barraca do Satú, nesta época ainda fechada.
Praia do Satú, em Caraíva - BA
Continuamos a caminhada, agora com mais um companheiro, que apelidamos de “Doguinho”, o cachorro branquinho ali do Satú que resolveu dar uma voltinha conosco. Passamos por paisagens sensacionais! Lagoas deliciosas para um banho, arrecifes e falésias douradas maravilhosas.
Rio colorido pouco antes das falésias do Espelho, em Caraíva - BA
Depois das lagoas parte da caminhada acontece pelo alto das falésias, subimos e continuamos por trilhas seguindo as placas da Praia do Espelho. Quando cruzamos toda a falésia pelo alto a primeira vista que temos novamente da costa é impressionante! Um mar azul, transparente e uma vista de tirar o fôlego.
A Ana e os cachorros, na caminhada entre Caraíva e o Espelho - BA
Aí, só faltam alguns quilômetros para descermos das falésias do Espelho e chegarmos à Praia de Curuípe, que são chamadas de Praia do Espelho. Pousadas chiquérrimas ficaram muito conhecidas pelo clima romântico e pelo turismo mais selecionado que proporcionam. Também pudera, custam 20 reais a porção da batata frita na barraca mais simples da praia. Mas vale a pena, o lugar é mágico, rio desaguando no mar, pousadinhas à beira da praia com um lounge super gostoso para casais, famílias e até para os solteiros que querem descansar.
Rio na praia de Coruípe em Trancoso - BA
Já desconfiávamos, não tínhamos certeza, mas procurando um pouquinho logo encontramos Luciana, Ana e Graci, nossas amigas cariocas na barraca que as homenageava, a Barraca 3 Meninas. Tomamos um drink, trocamos mais histórias e experiências de viagem e os planos do roteiro próximo, quem sabe não nos encontramos novamente!?
Com as amigas Ana, Gracie e Luciana em Coruípe, Trancoso - BA
Eu estava só um pouco apreensiva com os nossos amigos dogs, pois não sabíamos se iam querer voltar conosco. O Doguinho e o Dogo estava li por perto, mas a Doga já havia sumido! Fazer o que, precisamos ir, o Dogo não abandonou a sua leal companheira, mas o Doguinho veio conosco, super companheiro. Ficou na dúvida se deveria atravessar o primeiro rio, mas quando eu o carreguei no colo tomou confiança e seguiu conosco!
Descendo as falésias do Espelho, em Caraíva - BA
A volta foi um perrengue maior, maré alta, areia mais fofa, nos exigiu mais paciência e força para caminhar. Mesmo com o mar alto conseguimos passar por tudo sem muitos problemas, viemos viajando nas nuvens de chuva que nos assombravam e nas corridas que o Doguinho dava para caçar siris. Peguei uma carona com uma menina barqueira no Rio Caraíva que estava completamente cheio e com uma corrente forte, eu passaria nadando fácil, mas a mochila e a máquina fotográfica corriam perigo de vida.
A jovem índia faz força para cruzar de barco o rio d Caraíva - BA
Uma “almojanta” na Duca, com aquela comida vegetariana maravilhosa e a famosa nega maluca de sobremesa, afinal depois de uma caminhada dessas o doce estava liberado! Apertei a Duca para contar, mas a receita é segredo de estado! Aproveitamos para nos informar e descobrimos que além de muito exercício fizemos também uma boa ação para a comunidade, levamos os dois cachorros que estavam aqui de volta para casa! Sim, o Dogo e a Doga eram lá de Curuipe e estavam de passagem, importunando os moradores de Caraíva. O único porém foi que o Doguinho lá do Satú não quis ficar por lá e veio até aqui conosco... Puxa, já chegou até o rio com a maré cheia, tive que dar uma carona para ele no barco, né?
Com a Duca, em Caraíva - BA
Saldo do dia: 24km, uma bolha no dedão e um dog a menos na vila, nossa meia boa ação do dia.
Autofoto no Espelho, em Caraíva - BA
Algumas rotinas são necessárias nesta viagem, sejam elas para conseguirmos realizar todas as atividades do dia, ou para mudarmos um pouco a toada desta vida “sem rotina” que escolhemos. Em alguns lugares algumas rotinas já viraram tradição. Aqui em Ubatuba, na Praia Vermelha ou Praia dos Arquitetos, como também é conhecida, todos os anos temos atividades rotineiras estabelecidas com a família.
Vista da Praia do Lázaro em Ubatuba - SP
Acordar, tomar um belo café da manhã, depois de ler o jornal do dia na tranqüila varanda com vista para o mar e o verde da mata. Depois saímos andar na Praia Dura, andamos até o rio, que desta vez estava límpido e transparente! Batemos as mãos na ponte, como sinal que chegamos até o fim da praia e retornamos até as pedras, do outro lado da praia. Lá batemos o pé nas pedras, sinalizando também o fechamento desta etapa. Bater o pé na pedra ao final da praia é uma tradição que passa de vô para pai, neto e bisneto na família do Ro. O Vovô Haroldo tinha esta mania e todos a seguem, em homenagem a ele.
Caminhada na Praia Dura em Ubatuba - SP
Depois da caminhada na Praia Dura os grupos se dividem, eu e o Ro quase sempre colocamos nossos maiôs, toucas e óculos de natação e nadamos da Praia Dura até a Praia Vermelha. Outro grupo volta de carro com as crianças e o Seu Gustavo e a Dona Nilza eventualmente vão até a quitanda e o supermercado comprar algo necessário para o almoço. Desta vez eu e o Ro não tínhamos como voltar nadando, pois além de eu ter esquecido os óculos de natação, tivemos que assumir o papel dos meus sogros e passamos na quitanda comprar os itens faltantes para a Edna preparar a nossa refeição.
Adaptamos a rotina e, depois de passar em casa, damos um pulinho na Praia Vermelha para um banho de mar e algumas braçadas até a raia. Sentimos falta da plataforma, que só é colocada lá nas temporadas, mas a falta não é da plataforma, mas sim dos sobrinhos todos brincando em cima dela. Derrubando todos que ameacem subir e competindo para ver quem consegue chegar mais longe dela nadando embaixo d´água sem respirar!
Continuando, chegamos em casa tomamos a tradicional caipirinha da Edna para abrir o apetite. Tomamos a caipirinha, assuntando na varanda com a mesma bela vista e almoçamos a apetitosa comidinha caseira que ela preparou para nós.
Com a Edna na casa do Sérgio em Ubatuba - SP
À tarde jogo da Copa do Mundo, Portugal x Espanha, um clássico ibérico, como diziam os repórteres. Só poderia ser este o clássico, já que a península é formada apenas pelos dois países. Adeus Cristiano Ronaldo! Se tem uma coisa da qual eu não tenho pena é dos portugueses! Os espanhóis não escapam dessa também, ali estava difícil escolher por quem torcer.
Trabalho, Jornal Nacional, novelinha e logo eu me rendo à Morpheu. Dizem que quem anda muito cansada, preguiçosa tem vermes. Nestas andanças só tomando água de córregos e montanhas eu não duvido não! Devo estar com vermes! Ou será que esta “preguiça” é psicológica? É, deve ser a convivência com o Ro que está me deixando assim, com esta preguiça saudosa e nostálgica.
Caminhada na Praia Dura em Ubatuba - SP
NOTA: Hoje é o aniversário da minha irmã do meio mais amada! Não consegui encontrá-la no skype Ju, cadê você? Parabéns!!! Que todos os seus sonhos se tornem realidade sempre! Felicidades sempre, com muita saúde e muito amor!
Caminhando na Praça da Independência, que na verdade é um boulevard, em Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago
Trinidad e Tobago são duas ilhas distintas que formam um dos maiores e mais desenvolvidos países do Caribe. Elas fazem parte da mesma formação geológica da Venezuela, portanto possuem terras férteis, florestas muito parecidas com as sul-americanas e principalmente, um solo muito rico em petróleo e gás. O país passava por uma grande recessão após a tentativa de um golpe de um grupo muçulmano minoritário que tentou tomar o poder, seqüestrando o primeiro ministro e diversos deputados. O golpe foi movido apenas por motivos econômicos e por isso acabou sendo apenas uma tentativa falida. O partido indiano assumiu o governo, com uma visão mais progressista e aos poucos vem trabalhando com o objetivo de colocar Trinidad e Tobago na lista dos países desenvolvidos. A boa administração da riqueza mineral e da agricultura fez com que o país crescesse 200% nos últimos 13 anos, tornando-se o principal centro comercial e econômico do Caribe.
A Casa Branca, um dos "Sete Magníficos", em frente ao Queen's Park Savannah, em Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago
A população é composta principalmente por africanos e indianos, trazidos nos tempos de colonização. A ilha foi dominada pelos espanhóis, recebeu imigração francesa no final do século XVIII e foi tomada pelos dos ingleses em 1797. Depois da abolição da escravidão os ingleses começaram importar a mão de obra de sua outra colônia, a Índia. Recentemente os chineses também estão presentes, assim como uma pequena porcentagem de sírios, córsegos (da ilha italiana, Córsega), alguns europeus e americanos. Essa mistura se reflete também na religião, 37% católica pela influencia dos espanhóis, 35% hindu e o restante está dividido entre muçulmanos (indianos e africanos), e evangélicos.
Escolares visitam a NAPA, em Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago
Port of Spain é a capital do país, localizada na ilha de Trinidad, a maior e mais montanhosa delas. Hoje tiramos o dia para explorá-la, nossa guest house fica em Maraval, um distrito vizinho, portanto tivemos que procurar um transporte até o centro. Um táxi ou um ônibus seriam boas opções, porém como o transporte público basicamente não existe, as soluções informais acabaram se tornando a forma oficial de se locomover. As placas dos automóveis são a chave para entender como tudo funciona, aqui vai um guia rápido de como os veículos são classificados:
- Veículos Privados começam com a letra P, Private Cars.
- Veículos Privados começam com a letra R, Rental Cars.
- Veículos comerciais começam com a letra T, de Transportation, pois podem transportar produtos ou pessoas em serviço.
- Route Taxis ou Taxis comuns começam com a letra H, de hired (contratados). Os taxis são contratados para um roteiro personalizado e custam caro, uma viagem de ida e volta de Maraval para o centro de Porto of Spain pode custar até US$ 50 durante a noite, para apenas 6 ou 7km de distância. Já os route taxis funcionam mais durante o dia e com roteiros pré-definidos, porém sem horário, freqüência ou disciplina alguma. Várias pessoas podem pegar o mesmo carro e o custo é bem mais baixo, TT$ 4,00 ou US$ 0,65.
- Maxi Taxis, até onde conseguimos perceber, podem começar tanto com a letra H quanto com a letra T, são vans brancas que funcionam como os coletivos informais, que chamamos no Brasil de “lotação”, o custo varia do destino, mas é em média TT$ 6,00 ou pouco menos de 1 dólar americano.
Woodford Square, em Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago
Pegamos então o nosso primeiro route taxi para o Queen’s Park Savannah, propagandeado como a maior rotatória do mundo, é uma grande área verde utilizada para prática de esportes como corrida, caminhada e o críquete, principal esporte no país. Este parque também é o centro do carnaval de Trinidad e Tobago, lá fica uma arena onde acontecem as competições (equivalente ao nosso sambódromo) e todas as barraquinhas de comes e bebes. Na mesma rua ficam as Magnificent Seven, sete grandes construções pomposas em estilo colonial, algumas em uso como escola ou casa do bispo, outros ainda em restauração.
O prédio futurista da NAPA (National Academy of Performing Arts) em Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago
Seguindo a pé à esquerda no round about, está a National Academy of Performing Arts (NAPA), construída para o Encontro da Commonwealth, comunidade formada por países que foram colônia da Inglaterra. Um grande teatro com diversas salas para convenções e apresentações e com uma estrutura super moderna. Lá vimos uma pequena exposição sobre um dos grandes cantores de calypso nacional e encontramos dois curitibanos que foram à Trinidad para dar uma palestra sobre judaísmo, um deles ainda por cima é Junqueira, primo distante do Rodrigo! Que coincidência, rsrs!
Encontro com brasileiros, um curitibano e um Junqueira, em Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago
No caminho passamos pela Woodford Square e pela Trinity Cathedral, igreja anglicana de 1816, lindíssima por fora, mas infelizmente estava fechada e não conseguimos ver o interior que dizem ser ainda mais bonito.
Catedral anglicana de Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago
A Cathedral of Immaculate Conception, a igreja católica construída em 1836, fica ao final da Independence Square, uma grande avenida com um calçadão central onde se reúnem os malucos, vendedores e a terceira idade jogando dominó. Após um sanduíche no subway e a compra dos tickets do ferry para Tobago, nosso walking tour terminou na Arapita Avenue, onde ficam todos os bares e restaurantes. Durante a tarde encontramos apenas um realmente funcionando, o Sweet Limon, ambiente agradável para um bom refresco e uma sobremesa.
Interior da catedral de em Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago
A noite resolvemos explorar também um pouco da balada trinbagonian e fomos a um dos hot spots na Arepita Avenue, o Coco Lounge. Como a “veiêra” está chegando, fomos cedo para comer alguma coisa e esticar para a balada e já deixamos o taxi agendado para a volta. Como eu disse acima, a noite só rola andar de táxi mesmo por aqui, conseguimos um “ida e volta” da Arepita Avenue por US$ 30,00, “uma verdadeira barganha”. A Arepita Avenue é onde fica realmente todo o agito na sexta e sábado à noite.
Botecão movimentado em Port of Spain, em Trinidad e Tobago
Bares, restaurantes, pubs e clubs com todos os tipos de música. O Coco Louge é bacana, um ambiente aberto, fresco e com boa música. O Rodrigo resolveu provar um “spicy chicken wings” que quase acabou com a nossa noite. O negócio era tão completamente apimentado que nós ficamos mal uns 40 minutos até passar o efeito. A hora que a pista estava começando a esquentar, viramos abóbora e o carro veio nos buscar, a 1am. Poderíamos ter alterado o horário, mas amanhã o dia começa cedo e o meu vovô já estava caindo de cansaço, melhor irmos para casa. Rsrsrs!
Night no Cocoa Lounge, em Port of Spain, em Trinidad e Tobago
Entrada da FruttiHall, em Petrolina - PE
Petrolina, cidade pernambucana que faz divisa com Juazeiro, na Bahia. Quem as divide? O nosso velho amigo rio São Francisco! Aqui ele chega caudaloso, verdinho, diferente de quando o vimos em Januária – MG e ainda mais diferente ainda do olho d´água chamado de “Nascente do Rio São Francisco”, que vimos na Serra da Canastra.
O rio São Francisco, com Juazeiro ao fundo, visto do apartamento da Iolanda, em Petrolina - PE
O Rio São Francisco aqui neste trecho é navegável e é o responsável pela prosperidade da região. A Família Coelho domina a política na região e foi um deles, Nilo Coelho, que começou a transformar esta região. Há 28 anos, ele começou o Projeto de irrigação das terras do vale com o objetivo de disseminar a fruticultura no Vale do Rio São Francisco. A partir daí tudo começou a girar, a cidade de Petrolina que possuía 60 mil habitantes, hoje possui quase 400mil e é um dos maiores pólos exportadores de frutas do Brasil.
Planta com abacaxis decorativos, na Fazenda Fruem Petrolina - PE
Não tinha melhor forma de vermos tudo isso do que na prática e foi aí que entram o Enio e a Dona Iolanda. Há 10 anos conheci o Enio através do meu amigo Dudu, hoje meu cunhado e pai de Luiza. O Enio sempre foi um cara empreendedor e na época estava fazendo o seu TCC do curso de Administração em Curitiba justamente sobre uma fazenda modelo para o cultivo de uvas no Vale do Rio São Francisco. Ele não só foi aprovado no curso, como colocou todo o seu projeto em prática!
Parreiral da FruttiHall, em Petrolina - PE
Há 7 anos Iolanda se mudou para Petrolina com o objetivo de gerenciar a fazenda e aprender tudo sobre uva! A qualidade escolhida para o cultivo inicialmente foi a Thompson, uva sem semente com alto valor agregado para o mercado internacional, uva para exportação. Irrigaram o terreno, prepararam toda a estrutura e começaram o plantio. Hoje a Fruttihall recebeu prêmios nacionais e internacionais de qualidade. Em 2009 no prêmio promovido pelo Sebrae, Ione recebeu o prêmio e teve o prazer de entregar as suas uvas ao presidente Lula!
Últimos cachos de uva da temporada, na fazenda FruttiHall, em Petrolina - PE
Há tempos eu prometia ao Enio que viríamos conhecer a fazenda dele e hoje eu cumpri a promessa, orgulhosa e emocionada de ver o Projeto de TCC pronto e tão bem sucedido! Iolanda nos apresentou toda a fazenda, explicou todo o processo de plantio e produção da uva, desde o enxerto feito no cavalo, planta forte e resistente. Até as podas, irrigação, fertilização da terra arenosa da caatinga que faz um parreiral produzir mais de 300 toneladas de uva por ano! Ah! E tudo isso não seria possível se não fossem os olhos atentos de Gandhi, boxer que cuida de todo o trabalho, verificando as mangueiras de irrigação nos seus banhos diários e fazendo parte da equipe de degustação para saber se o bricks (teor de açúcar) da uva está correto ou não.
O Ghandi se redresca na irrigação da FruttiHall, em Petrolina - PE
Provamos o fruto do cactus Coroa de Frade, pequenininho e bem gostosinho e batizamos nossos pés no Rio São Francisco dentro da fazenda Fruttihall, tradição que garante que voltaremos um dia.
Molhando os pés no São Francisco, em Petrolina - PE. Promessa de volta!
Seguimos pelo nosso tour em Petrolina, pensado nos mínimos detalhes pela nossa anfitriã. Iolanda nos levou conhecer parte do Projeto Nilo Coelho, fazendas irrigadas pelos canais do Rio São Francisco. São 25 grandes lotes de terra que foram irrigados pelo projetos, todos eles subdivididos em centenas de fazendas frutíferas. Uvas, cocos, mangas, goiabas, melão e toda a sorte de frutas que você imaginar! Como disse o Rodrigo, uma salada de frutas completa!
Últimos cachos de uva da temporada, na fazenda FruttiHall, em Petrolina - PE
Voltamos à cidade passando pelo Serrote do Urubu, uma serrinha com uma vista lindíssima do Rio São Francisco. É realmente curioso como pode um rio deste tamanho ter no seu entorno uma caatinga tão seca. O calor fortíssimo nos convidava a um mergulho no rio, mas tínhamos muito a fazer ainda.
Subindo o Serrote do Urubu, próximo à Petrolina - PE
Almoçamos rapidamente uma comidinha caseira no Ala Carte e fomos conhecer o centro da cidade. O centro antigo está sendo restaurado e já começaram a aparecer uns restaurantinhos bem gracinhas. Passamos pela Catedral, belíssima e ainda vimos do carro a Orla 2, orla mais nova à margem do rio, o campus da Universidade do Vale do São Francisco e o Parque Josepha Coelho, matriarca que multiplicou os Coelhos na região.
Rua do centro histórico em Petrolina - PE
Aproveitamos o final da tarde para trabalhar um pouco e ver o espetacular pôr-do-sol da varanda, sob o Rio São Francisco. Um bom papo e uma boa companhia como a da Iolanda não vamos querer ir embora! A noite ainda fomos até Juazeiro no Armazém Café, provar o famoso Surubim ao molho de maracujá, programa de meninas já que o Rodrigo preferiu ficar trabalhando em casa.
Na beira do rio São Francisco, em Petrolina - PE
Um dia que pareceu uma semana, graças ao Enio e obviamente à Dona Iolanda, minha mais nova amiga na terrinha! Fico sem palavras para agradecê-los e garanto, desta forma Petrolina conseguiu guardar um lugar muito especial nesses nossos 1000dias!
Pôr-do-sol no Velho Chico, em Petrolina - PE
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