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Blog da Ana - 1000 dias

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Santa Lúcia Urbana

Santa Lúcia, Rodney Bay

Vista da baía de Rodney Bay, do alto de Pigeon Island no norte de Santa Lúcia

Vista da baía de Rodney Bay, do alto de Pigeon Island no norte de Santa Lúcia


Distante das pacatas vilas quase africanas e resorts mais luxuosos de Soufrière, porém a apenas 15km ao norte de Castries, está a turística e agitada Rodney Bay. Aqui encontramos a Santa Lúcia dos cruzeiros e grandes redes de hotéis como Sandals e afins, assim como restaurantes e a infraestrutura a que os estrangeiros estão acostumados. Não é por acaso que Rodney Bay é também o lugar escolhido pela maioria dos “expats” vivem em Santa Lúcia, seja a trabalho ou na sonhada aposentadoria.

A bela costa ao lado de Pigeon Island, parque próximo à Rodney Bay, norte de Santa Lúcia

A bela costa ao lado de Pigeon Island, parque próximo à Rodney Bay, norte de Santa Lúcia


No centro de todo esse agito está a Rodney Bay Marina, com toda a estrutura necessária para as centenas de velejadores e yatchers que passam por aqui em suas empreitadas caribenhas. Do outro lado da rua um novo shopping com supermercado, lojas de marcas famosas, restaurantes e um grande cassino dão os primeiros ares mais americanizados à ilha britânica.

Casas na marina de Rodney Bay, norte de Santa Lúcia

Casas na marina de Rodney Bay, norte de Santa Lúcia


O canal da marina parece dividir a cidade em dois mundos completamente diferentes: de um lado o caribe dos ricos e famosos em seus veleiros e do outro um mundo muito mais real, onde pescadores e suas famílias lidam com as dificuldades do dia a dia, neste cenário paradisíaco que muitas vezes nem é notado. Ainda assim, ali está uma das comunidades mais festivas de Santa Lúcia e, quiçá, de todo este canto do Caribe. A vila de pescadores de Gros Ilet e suas casinhas de madeira são palco para uma das festas de rua mais animadas da ilha, que acontece todas as sextas-feiras.

Pescadores deixam suas redes pescando, depois de um dia de trabalho em Rodney Bay, em Santa Lúcia

Pescadores deixam suas redes pescando, depois de um dia de trabalho em Rodney Bay, em Santa Lúcia


A Reduit Beach é a mais próxima da vila e da marina e tem a maioria das opções de hospedagem. Embora seja fácil encontrar restaurantes e bares perto da praia, o nosso preferido foi o bar da Mama Anne Mary, no canto esquerdo da praia. Bar frequentado por locais e antigos clientes que vem de Martinica com seus veleiros até aqui para tomar o delicioso rum punch ou uma piton gelada com a Mama. A simplicidade e simpatia dos locais é que faz o boteco pé na areia ter uma energia especial.

Vista da baía de Rodney Bay, do alto de Pigeon Island no norte de Santa Lúcia

Vista da baía de Rodney Bay, do alto de Pigeon Island no norte de Santa Lúcia


Apenas 4 km ao norte de Gros Ilet está o Pigeon Island National Park. A pequena ilha abriga o Forte Rodney construído pelo Almirante britânico George Rodney em meados do século XVIII.

Ruínas da antiga fortificação inglesa em Pigeon Island, parque próximo à Rodney Bay, norte de Santa Lúcia

Ruínas da antiga fortificação inglesa em Pigeon Island, parque próximo à Rodney Bay, norte de Santa Lúcia


Passamos uma tarde deliciosa na ilha, visitamos as ruínas e a história do forte, exploramos suas trilhas e subimos ao pico mais alto da ilha, o Morro do Sinal, ponto utilizado pelos americanos para comunicação durante a Segunda Guerra Mundial.

Caminhando em Pigeon Island, parque próximo à Rodney Bay, norte de Santa Lúcia

Caminhando em Pigeon Island, parque próximo à Rodney Bay, norte de Santa Lúcia


Parte alta de Pigeon Island, parque próximo à Rodney Bay, norte de Santa Lúcia

Parte alta de Pigeon Island, parque próximo à Rodney Bay, norte de Santa Lúcia


Na década de 70 a ilha foi ligada à Gros Ilet por uma causeway e se tornou parque nacional não apenas pela beleza cênica, mas pelo valor histórico do local. A visita à Pigeon Island é obrigatória e ajuda a fechar o roteiro em Santa Lúcia com uma visão histórica do país.

Uma das muitas placas informativas sobre a história de Pigeon Island, parque próximo à Rodney Bay, norte de Santa Lúcia

Uma das muitas placas informativas sobre a história de Pigeon Island, parque próximo à Rodney Bay, norte de Santa Lúcia


Pequena e bela praia em Pigeon Island, parque próximo à Rodney Bay, norte de Santa Lúcia

Pequena e bela praia em Pigeon Island, parque próximo à Rodney Bay, norte de Santa Lúcia


Visite Santa Lúcia, alugue um carro e percorra as vilazinhas de Soufrière Bay, descubra os temperos, cores e cheiros que este paraíso esconde fora dos grandes hotéis e resorts luxuosos. Esta Santa Lúcia sim é apaixonante e exclusiva.

No alto do antigo forte em Pigeon Island, parque próximo à Rodney Bay, norte de Santa Lúcia

No alto do antigo forte em Pigeon Island, parque próximo à Rodney Bay, norte de Santa Lúcia



Viajantes se atraem!

Com o David e a Marília, nossos queridos anfitiões em Rodney Bay, norte de Santa Lúcia

Com o David e a Marília, nossos queridos anfitiões em Rodney Bay, norte de Santa Lúcia


Tivemos três noites e dois dias completos para explorar a região e mal imaginávamos que ali ganharíamos um dos maiores presentes dessa viagem ao Caribe. Um encontro especial com o casal de brasileiros-britânicos (ou vice-versa), David e Marília. Ele é nascido na Inglaterra e ela no Brasil, mas depois de 36 anos viajando e morando nos lugares mais improváveis, se consideram cidadãos do mundo. Marília é jornalista e trabalhou para grandes editoras, escrevendo guias de viagem do Caribe e do nordeste brasileiro entre as décadas de 60 e 70 para um encarte que começava naquela época, “um tal de” 4 Rodas. Conviveu com grandes nomes do jornalismo e literatura brasileiros, lutou contra a ditadura e viu artistas como Nara Leão e Chico Buarque em suas primeiras apresentações no teatro estudantil da que se tornaria a UFRJ. Até que conheceu David, um engenheiro inglês apaixonado por viagens e que escolheu ter a vida cigana dos gerentes de projetos, sendo realocado mais de 14 vezes nos últimos 30 anos. Nos diferentes projetos os levaram à Paris dos anos 70, à Polônia da cortina de ferro, Houston, e mais recentemente ao Iraque e Paquistão.

Com a Marília na marina de Rodney Bay, norte de Santa Lúcia

Com a Marília na marina de Rodney Bay, norte de Santa Lúcia


A Marília o acompanhou nas suas andanças por todo o mundo e disse ter se apaixonado pelo Paquistão, país com muita história, super barato e onde tiveram uma ótima experiência. Marília e David nos deram aulas de história e de como viver a vida, pessoas interessantíssimas, sempre curiosos, dispostos e jovens do alto dos seus quase 70 anos! Ficamos hospedados em sua casa as três noites, sempre regadas por um bom vinho e ótimas conversas e companhias. Esse encontro não teria acontecido se o destino não tivesse feito os espíritos viajantes dos cariocas Rosa e Roberto nos encontrarem em Barbados. Eles nos apresentaram à Marília via internet e lá fomos nós visitá-los! Quero deixar aqui o nosso agradecimento especial ao Casal Colvin, nossos novos amigos de tantas coincidências (ou não!) e tantas afinidades. Muito Obrigada!

No alto de Pigeon Island, parque próximo à Rodney Bay, norte de Santa Lúcia

No alto de Pigeon Island, parque próximo à Rodney Bay, norte de Santa Lúcia

Santa Lúcia, Rodney Bay, Amigos, cidade histórica, Pigeon Island National Park, Praia

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Não se acanhe, comente!

A la cima de El Místi!

Peru, Arequipa

A 5.830 metros de altitude, no topo do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru

A 5.830 metros de altitude, no topo do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru


Acordamos a 1h da manhã, a noite estava fria, a temperatura deve ter chego aos -5°C, com sensação térmica de -6 ou 7°C. Na verdade acordou quem conseguiu dormir, pois eu se dormi uma hora completa nessas 7 horas dentro da barraca, foi muito! Descansar em lugares altos já não é fácil, mas o meu caso sem dúvida foi o horário em que deitamos... sou mais ativa durante a noite, meu sono começa a aparecer perto da hora que hoje precisávamos estar em pé. Durante a noite ouvi todos os barulhos, ventos e inclusive um vizinho de barraca que não estava passando muito bem, provavelmente dos males da altitude. As meninas peruanas decidiram nem sair da barraca. Café da manhã e começamos a caminhar. Segui o conselho do José, coloquei todas as camadas que eu havia trazido, 5 ou 6, até perdi as contas. Calças foram 3, não é a toa que estou mais gordinha nas fotos! Rsrsrs!

No topo do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru

No topo do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru


O início do ataque ao cume foi pouco antes das 2am. Subimos em um interminável zigzag, passo a passo em fila indiana, com nossas lanternas de cabeça iluminando o pé do próximo e os olhos mirando a pegada mais batida para cansarmos menos. Antes mesmo de chegar à segunda parada, os 2 canadenses companheiros das peruanas, desistiram. Estavam ficando para trás e já não conseguiam mais. Mat e Max, os dois canadenses mais jovens, estavam impacientes, queriam subir mais rápido. Desta vez, porém, o José quis manter o grupo unido, pelo menos enquanto estava escuro. Logo passou por nós um segundo grupo com 2 alemães e os canadenses se uniram à eles com a permissão do guia, acelerando mais o passo.

Dia raiando, enfrentando o frio rumo ao topo do El Mistí, em Arequipa - Peru

Dia raiando, enfrentando o frio rumo ao topo do El Mistí, em Arequipa - Peru


As paradas foram de hora em hora, partimos dos 4.600m e seguimos aos 5.300, quando o sol começou a iluminar a paisagem. Essa é a melhor e a pior hora da caminhada. Melhor pois começamos a ter luz, enxergar a paisagem e o caminho. Pior, pois inexplicavelmente, a hora que o sol nasce é justamente a hora mais fria do dia! Nessa altitude o vento começou a aumentar e a sensação térmica deveria estar próxima dos -10°C. Respirar com esse frio já é chato, caminhando é pior, com o nariz escorrendo a cada segundo então, é um suplício.

Próximo do cume do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru

Próximo do cume do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru


Foi nessa hora também que os meus dedos da mão começaram a congelar, eu nunca havia sentido algo parecido... ou melhor, eu nunca tinha “não sentido” os meus dedos da mão. Eles primeiro ficaram duros e de repente não respondiam mais direito... Sabe Deus, vai que me dá um frostbite ou coisa parecida!? Falava com o Rodrigo e o José e me diziam para movimentá-los o tempo todo, mas parecia não adiantar. Eu só não queria sair dali sem a ponta de um dedo! Respirei, me acalmei, pensei racionalmente... “Deve ser normal, deve estar tudo bem, eu logo vou acostumar.” E enquanto lidava com esses medos, com o nariz, o vento e o frio, eu ia caminhando e chegando cada vez mais perto. A esta altura Etiene, o terceiro jovem canadense, também já não estava mais conseguindo acompanhar. Júlio já havia voltado para cuidar da turma que havia ficado para trás. José o chamava “Let´s go, let´s go!!!” e Etiene só nos olhava lá de baixo, aparentemente sem forças até para responder.

Início da descida do El Mistí, em Arequipa - Peru

Início da descida do El Mistí, em Arequipa - Peru


Estávamos cada vez mais próximos, eu já conseguia ver melhor o cume e o caminho de gelo por onde íamos passar. Sobramos eu, Rodrigo e José. O Ro disparou, com muito frio e energia de sobra, tinha mais é que se mandar para cima e se aquecer mesmo. Sabíamos que eu estava em boas mãos. José foi o meu companheiro inseparável daqui em diante.

Atravessando trecho de gelo na subida do El Mistí, em Arequipa - Peru

Atravessando trecho de gelo na subida do El Mistí, em Arequipa - Peru


Subimos pacientemente, agora próximos de um novo grupo de um casal de franceses. Parávamos apenas nas paradas programadas por José e seguíamos quando ele dizia. Quando chegamos aos 5.500m finalmente consegui avistar os outros, cruzando uma língua de gelo, Rodrigo tinha conseguido alcançá-los! Vê-los lá me deu um novo ânimo, não estávamos longe. O trecho dos 5.500m aos 5.600m foi para mim o mais difícil, finalmente o ar mais rarefeito estava mostrando seus efeitos e a cada dois passos eu precisava respirar. Quase fiquei sem fôlego para assoar o nariz! Hahaha! Este trecho tinha muita cinza e não estava tão compactada, cada passo acima eram 2 para baixo. Aqui novamente tiro meu chapéu para o nosso guia, José não me pressionou, caminhou à frente me esperando pacientemente. Ele sabia que ali não havia maneira alguma de eu desistir.


Cruzamos o gelo, sem grampões, 3 trechos íngremes e em um deles a neve estava meio fofa. Enfiei o bastão e ele afundou uns 40cm no vazio, não queria imaginar onde ia chegar se tivesse sido o meu pé. Durante um minuto meu olhar acompanhou a inclinação da neve para baixo e vi Arequipa, percebi que se parasse para pensar o medo ia bater, mas o objetivo estava claro, não havia o que pensar, muito menos o que temer.

Atravessando trecho de gelo na descida do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru

Atravessando trecho de gelo na descida do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru


Finalmente chego aos 5.700m, onde o Rodrigo me esperava por quase uma hora! Eu achei que ele já tinha ido ao cume e retornado para me encontrar, mas o meu marido querido preferiu me esperar para subirmos os 130m finais juntos. Essa é sem dúvida a parte mais bonita da caminhada, terminamos a subida por uma crista de onde já podemos enxergar a cruz à frente no ponto mais alto, a cratera de um lado e a vista infinita do horizonte do outro. Foi nessa hora que comecei a me sentir mais “montanhista”, já sentindo o gostinho especial de chegar ao cume de uma montanha acima de 5.000m de altura, com direito à gelo e tudo.

A 5.830 metros de altitude, no topo do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru

A 5.830 metros de altitude, no topo do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru


Cheguei ao topo com um nó na garganta, “será que choro ou vou engolir o choro?”. Pensei... “Por que me privar disso? Se é o que estou sentindo, deixa vir! Antes só quero agradecer ao José e depois posso chorar.” Rsrsrs! E assim foi, agradeci, falei para a câmera, pois o Ro estava filmando e aí sim, abracei o meu lindo e deixei a emoção transbordar.

Comemorando a chegada ao topo do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru

Comemorando a chegada ao topo do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru


Aí sim, eu estava pronta para olhar em volta e finalmente ver a vista mais esperada do cume do El Místi, a 5.830m de altura! Visão 360° no sentido anti-horário: ao sul estava Arequipa, sudeste Pichu Pichu e à leste víamos a linda e imensa cratera do El Místi. Ao norte as lagunas de Aguada Blanca e mais à oeste estava o imponente vulcão nevado Chachani, com seus 6.075m.

O vulcão Chachani, com mais de 6 mil metros, visto do topo do El Mistí, em Arequipa - Peru

O vulcão Chachani, com mais de 6 mil metros, visto do topo do El Mistí, em Arequipa - Peru


José logo nos colocou pilha, vamos à cratera?!? Claro!!! Descemos uma canaleta de cinzas, já aprendendo um pouco a técnica de “esqui nas cinzas vulcânicas”, que seria muito necessária para o restante da descida. A cratera linda estava fumegando, sinal de que El Místi ainda vive, só está em um profundo sono. Ali, às margens da cratera foram encontradas seis múmias, uma senhora com dois meninos e um senhor com duas meninas. Eles foram sacrificados pelos Incas, ofertados ao El Místi para que acalmasse sua fúria. O pior é que parece que funcionou! Rsrsrs!

Grupo se aproxima da gigantesca boca do El Mistí, em Arequipa - Peru

Grupo se aproxima da gigantesca boca do El Mistí, em Arequipa - Peru


Na boca do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru

Na boca do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru


Começamos o nosso caminho de volta. Desceremos agora em 3 horas tudo o que subimos em 2 dias ou 13/14h de caminhada. Afinal, para baixo todo santo ajuda! Pegamos uma canaleta de cinzas e aos poucos fomos aprimorando a técnica de esqui, acelerando o passo e ignorando os quilos de areia (ou cinza) que entravam nas nossas botas. No retorno eu tinha duas preocupações: uma era não sobrecarregar o meu joelho defeituoso de fábrica, para que agüentasse chegar em Arequipa sã e salva. A segunda, ainda mais importante, e compartilhada com o José, era se o Etiene tinha conseguido encontrar o caminho de volta. Meio-dia em ponto estávamos de volta ao acampamento base para organizar as coisas e partir. E sim! Etiene estava no acampamento, triste por não ter subido, mas bem, que é o que importa.

Quase esquiando pelas rampas de descida do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru

Quase esquiando pelas rampas de descida do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru


Retornamos em mais 1h30 de esqui e caminhada. Estava feliz e faceira, com a sensação de dever cumprido. No hotel um banho demorado e um sono merecido para recuperar a noite não dormida. Ainda encontramos forças para sair comemorar! Fomos ao El Paladar, nosso restaurante preferido em Arequipa, tomar um belo vinho e comer tudo o que não comemos o dia inteiro! Tudo isso e mais um pouco você também pode conferir no vídeo editado para contar essa história.

foto do grupo na base do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru

foto do grupo na base do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru

Peru, Arequipa, El Mistí, Escalada, Montanha, Trekking

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Até logo, mar!

Brasil, Bahia, Mangue Seco

Pôr-do-sol do alto da duna em Mangue Seco - BA

Pôr-do-sol do alto da duna em Mangue Seco - BA


Mangue Seco é uma vilazinha de pescadores tranqüila do outro lado do Rio Real, que faz a divisa entre os estados de Sergipe e Bahia. O acesso mais utilizado é através da cidadezinha de Pontal em Sergipe, onde atravessamos de barco ontem no final da tarde. Outra forma de chegar até aqui é através da Costa Azul, um povoado um pouco mais ao sul que dá acesso à praia, por onde o carro ou bugs trafegam na maré baixa.

Bugues carregados de turistas chegam em Mangue Seco - BA

Bugues carregados de turistas chegam em Mangue Seco - BA


A caminhada da vila até a praia é tranqüila, em 15 minutos pela praia às margens do rio, mangue e sobre as dunas que formam a paisagem onde foi filmada a novela Tieta. Será que é do tempo de vocês? “Tieta do Agreste, lua cheia de sertão...”

Homenagem à Tieta, nas dunas de Mangue Seco - BA

Homenagem à Tieta, nas dunas de Mangue Seco - BA


A praia é belíssima, mar grande e revolto, meu tipo de mar preferido para praia, pois posso me divertir furando ondas e lutando para ficar no mesmo lugar.

Fazendo cooper na praia com sol e lua! (em Mangue Seco - BA)

Fazendo cooper na praia com sol e lua! (em Mangue Seco - BA)


Depois de nadar, fazer meus exercícios diários, caminhar e até dar uma corridinha, tomamos uma água de coco e um pastel bem sequinho na barraca do Jurandir e nos despedimos do mar. Vimos o pôr-do-sol de cima da duna mais alta de Mangue Seco, com uma vista fantástica 360°. O mar de um lado, do outro o futebol sobre as dunas, o rio, a vila e o manguezal e seus bancos de areia que afloram na maré baixa. Aos poucos o visual todo mudou de cor e ficando prateado, iluminado pela lua crescente.

Lua quase cheia em Mangue Seco - BA

Lua quase cheia em Mangue Seco - BA


Bela despedida do litoral, amanhã iremos iniciar nosso tour pelo interior do nordeste. Nosso destino? Chapada Diamantina, Serra da Capivara, Serra das Confusões, dando um pulinho até em Teresina para fazer a revisão dos 20mil km da Fiona. Voltaremos para o litoral direto para Noronha no dia 10/12, nada mal. Mar, até logo!

Fim de tarde em Mangue Seco - BA

Fim de tarde em Mangue Seco - BA

Brasil, Bahia, Mangue Seco, Praia, Rio Real

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Cruzando o Salar de Uyuni

Bolívia, Salar de Uyuni

Isla Incahuasi, no Salar de Uyuni, na Bolívia

Isla Incahuasi, no Salar de Uyuni, na Bolívia


A maior planície salgada do planeta, o Salar de Uyuni possui 12 mil hectares e está localizado a 3.650m.s.n.m. no altiplano boliviano. Antes um imenso lago pré-histórico salgado formado pela elevação dos Andes e recuo dos oceanos, hoje um dos maiores depósitos de sal do mundo, com estimados 120m de profundidade e 10 bilhões de toneladas de sal. É a maior reserva de lítio do planeta e contém ainda boro, potássio e magnésio.

Salar de Uyuni, na Bolívia

Salar de Uyuni, na Bolívia


A sensação que temos às margens do Uyuni é de estarmos em uma praia, o relevo, o horizonte sem fim e a brisa são inconfundíveis, não há como ter dúvida que um dia aquela imensidão branca foi um imenso lago de águas marinhas. Para aqueles que ainda tem alguma dúvida, a melhor prova é visitar um dos principais atrativos turísticos do salar, a Ilha Inca Huasi, também conhecida como Ilha do Pescado. Terra cercada pelo mar de sal e coberta de cardones, aqueles imensos cactos de mais de 10m de altura com idades estimadas de até 1000 anos, a Ilha Inca Huasi possui imensas formações coralíneas.

Restos de cactus milenar na Isla Incahuasi, no Salar de Uyuni, na Bolívia

Restos de cactus milenar na Isla Incahuasi, no Salar de Uyuni, na Bolívia


Me desculpem, mas corais são vidas encontradas apenas no mar. Além da magnífica vista que se tem do topo da montanha, o arco de corais foi para mim o mais impressionante! Não existe uma formação rochosa igual, eu olhava sem cansar para ele e repetia, é um CORAL! A ilha toda esteve emersa durante milhares de anos para que aqueles frágeis corais pudessem se formar. Hoje mortos, tornam-se quase rochas, testemunhas das mudanças que ocorreram na geografia desta região nos últimos milhões de anos.

Um grande arco de coral na Isla Incahuasi, no Salar de Uyuni, na Bolívia. Prova de que tudo isso já foi mar!!!

Um grande arco de coral na Isla Incahuasi, no Salar de Uyuni, na Bolívia. Prova de que tudo isso já foi mar!!!


No salar é quase impossível ter noção de distância. A imensidão e proporção das coisas enganam até os mais geolocalizados. A Ilha Inca Huasi desaparece no horizonte quando a sua referencia é o Vulcão Tunupa com 5.432m, na base norte do salar. À leste está a cidade de Colchani, onde estão os imensos hotéis de sal, há apenas 25km da cidade de Uyuni.

Bandeiras em frente ao Hotel de Sal no Salar de Uyuni, na Bolívia

Bandeiras em frente ao Hotel de Sal no Salar de Uyuni, na Bolívia


Aceleramos pela rodovia mais larga do mundo, de olhos fechados e sem as mãos! Ali, quando estamos fora das trilhas mais usadas, encontrar outro carro é tarefa difícil! Fácil é se perder, sem referência e sem trilha, já que no inverno a planície seca fica completamente trafegável na maior parte do salar. Apenas algumas partes podem ter pedras de sal salientes ou até sal fofo, facilitando o carro a atolar.

O vulcão Tunupa visto da Isla Icahuasi, no Salar de Uyuni, na Bolívia

O vulcão Tunupa visto da Isla Icahuasi, no Salar de Uyuni, na Bolívia


Depois de cruzarmos o salar até Uyuni, onde nos despedimos de Krasna e Cristóbal, pegamos todas as referências possíveis para não nos perdemos na vastidão branca a caminho de Llica, na borda noroeste do salar. Escolhemos uma rota alternativa para retornar ao Chile, via Colchane (com E), a caminho de Iquique. Rodamos, rodamos, rodamos e não chegávamos nunca! O Tunupa que parecia próximo parecia estar brincando de mãe pega conosco. Quanto mais corríamos, mais longe ele estava! Confesso que chega a dar um certo desespero, sem trilhas, sem estradas, a sensação é que estamos rodando no vazio. A nossa principal preocupação era encontrar marcas de carro, pois chegando perto de Llica teríamos um trecho de lama lacustre, sal fofo e para entrar na cidade só encontrando a estrada. Seguimos o nosso faro, com uma boa ajuda do GPS, que ao menos nos indicava a direção onde estava Llica.

A Isla Incahuasi, no Salar de Uyuni, na Bolívia

A Isla Incahuasi, no Salar de Uyuni, na Bolívia


Chegamos à vila no final da tarde e já não tínhamos tempo de luz suficiente para continuar na estrada. A distância de Llica à Pisiga, na fronteira com o Chile, era de uns 150km que levariam de 3 a 4 horas de estrada. Encontramos uma hospedagem simples, sem banho quente (mais um dia! Argh!) e conseguimos comer o último pollo com papas de um dos únicos restaurantes da cidade. Ufa, chegamos.

Mildias no Salar de Uyuni, na Bolívia

Mildias no Salar de Uyuni, na Bolívia

Bolívia, Salar de Uyuni, Colchani, Isla del Pescado, Isla Inca Huasi, Llica, Uyuni

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Entre presidenciáveis e tubarões

Brasil, São Paulo, São Sebastião

Hoje acordei curiosamente animada. Dormi pouco e mal, mas tive um sonho impressionante! Estes sonhos, que mais parecem filmes, acontecem com alguma frequência e o Rodrigo é o único que os escuta, logo cedo, se divertindo com a minha criatividade noturna. Já venho pensando em postá-los no blog, afinal, fazem parte das minhas viagens nestes 1000dias. Já digo antecipadamente que se alguém um dia se interessar em produzir um curta ou longa metragem, poderemos fazer uma ótima parceria, mas vou querer os direitos autorais! Rsrsrs.

Esta noite o sonho começou com um casamento super alternativo. A parte do casamento ficou meio confusa e logo foi seguido por um episódio surreal em que eu conversava com tubarões-baleia, tentando entender porque um deles havia encalhado em uma praia. Enquanto eu batia papo com o tubarão-baleia o Ro estava se divertindo preso nas patas de um caranguejo gigante. Eis que um filhote de tubarão-baleira aparece na praia, perdido, coitado, mas não demorou muito para uma onda de uns 20m de altura feita pela furiosa mãe tubarão-baleia acabar com a nossa brincadeira.

Eu já ia embora quando de repente uma pedra mega repelente começou a fazer um imenso buraco no fundo do mar e formou um redemoinho de água. A água estava sendo sugada pela terra, como num ralo de pia e não tínhamos o que fazer. Tudo culpa dos japoneses que criaram esta pedra em uma experiência nuclear, sem saber as conseqüências. Preocupada eu corri até a cidade para avisar as pessoas do desastre natural que iria acontecer, aí encontrei Dilma Roussef iniciando uma caminhada pela cidade. Ela estava com uma criança no colo e uma assessora ao seu lado. Comecei a conversar com ela, perguntando sobre seus planos de governo, etc. Queria entender se ela realmente achava que algum dos canditatos iria fazer algo diferente pelo país, afinal todos devem ter o mesmo objetivo ao governar o país. Foi aí que falei: “eu não estava lá vivenciando a situação, pode até ser que na época isso fizesse algum sentido, mas todos sabem do seu radicalismo, a ponto de ter empunhado armas para defender seus ideais durante a ditadura militar. Como podemos ter certeza de que você não terá este mesmo radicalismo no governo do Brasil? Agora você demonstra outra postura, será apenas uma máscara ou você conseguirá manter este seu discurso e diplomacia durante o governo? Ela logo se defendeu, dizendo que o Serra posa de santinho, mas que também tem um histórico que o condena. Ela ainda completou: “sim, precisei vestir esta máscara para governar o Brasil, pois é assim que as coisas funcionam hoje.” Ela foi muito atenciosa e sincera na conversa comigo, fiquei até bem impressionada! Porém ficou claro que ela irá usar do seu pulso firme para fazer o quiser e bem entender. Logo depois tive que sair, o Serra me viu falando com a Dilma e não gostou nada, uma vez que eu estava trabalhando no comitê dele. O segui e fomos conversando sobre agenda e logo ele parou para conversar sobre educação com jovens darks. Minutos depois ele já estava em sua sala conversando com o seu consultor e assessor para o assunto educação. Eu a esta altura já estava procurando a Marina para conversar, afinal era uma ótima oportunidade para ter informação e contato com os nossos presidenciáveis.

De repente, vejo a luz entrar pela janela e o despertador toca. Eu não queria acordar! Queria continuar sonhando, ainda não terminei de falar com a Marina e preciso destruir a pedra repelente! O mais maluco é que neste momento, antes de acordar, eu realizei que era tudo um sonho e que o mais importante seria lembrá-lo para depois contar a vocês.

Brasil, São Paulo, São Sebastião, sonho

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Trilha dos Saltos

Brasil, Goiás, Alto Paraíso, São Jorge

Salto dos 120 metros, no P.N Chapada dos Veadeiros, região de São Jorge - GO

Salto dos 120 metros, no P.N Chapada dos Veadeiros, região de São Jorge - GO


O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, formado em 1961 pelo Presidente Juscelino Kubitscheck, chamava Parque Nacional do Tocantins e era 10 vezes maior que o atual, com quase 600 mil hectares, até as margens do rio Tocantins. Passaram os anos e as pressões políticas acabaram diminuindo aos poucos a área de reserva que hoje possui apenas 65 mil hectares. A área aberta a visitação é ainda menor, tornando o PARNA Chapada dos Veadeiros um dos parques menos acessíveis do Brasil, fora da região amazônica. O plano de manejo feito há 20 anos ainda não foi implementado e as regras do parque mudam conforme troca a sua diretoria.

Vale do Rio Preto, no P.N Chapada dos Veadeiros, região de São Jorge - GO

Vale do Rio Preto, no P.N Chapada dos Veadeiros, região de São Jorge - GO


Hoje são duas trilhas disponíveis aos visitantes, a trilha dos saltos e a trilha dos cânions, sendo que o cânion 1 está fechado. No plano de manejo estão previstas também as trilhas para as 7 Quedas, Carrossel e Fiandeiras, esta última cruza o parque da portaria de São Jorge até Cavalcante.

Fim de tarde no cerrado, no P.N Chapada dos Veadeiros, região de São Jorge - GO

Fim de tarde no cerrado, no P.N Chapada dos Veadeiros, região de São Jorge - GO


O Seu Wilson, nosso guia de 58 anos, foi nascido e criado na região. Garimpou muito cristal e pedras preciosas como diamante, esmeralda, etc. Durante a trilha ele nos explicou como funcionava o seu ofício. Ele começou tarde, quando as regras do parque estavam arrochando a extração de pedras e procurando alternativas que sustentassem a população local. Nos anos 70 o Seu Wilson foi o primeiro guia na região, levando para as cachoeiras alguns turistas quem vinham das capitais brasileiras, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro.

Seu Wilson, nosso guia no P.N Chapada dos Veadeiros, região de São Jorge - GO

Seu Wilson, nosso guia no P.N Chapada dos Veadeiros, região de São Jorge - GO


Com um dia apenas, decidimos fazer a Trilha dos Saltos, com 4,5km de extensão que nos leva a mirantes maravilhosos para o cânion do Rio Preto, além dos saltos de 120m e 80m. Caminhamos em passo lento e tranquilo, seguindo o ritmo do Seu Wilson. Não há nada mais recompensador em uma trilha como esta do que ouvir a história contada por quem a viveu. Cada buraco que víamos ao nosso lado era um túnel cavado para extração de cristais. Diferentes tipos de solo, diferentes tipo de ferramentas, pá, martelo, picareta de bico e assim por diante. Tentavam de tudo, mas dependendo da densidade da rocha ia dinamite mesmo. A dinamite espantava todos os animais e o garimpeiro tinha que ficar um dia inteiro sem ir ao local, por risco de desabamentos.

Salto dos 120 metros, no P.N Chapada dos Veadeiros, região de São Jorge - GO

Salto dos 120 metros, no P.N Chapada dos Veadeiros, região de São Jorge - GO


Chegamos ao mirante do Salto dos 120m, que hoje pode ser visto apenas do alto. A primeira vez que o Rodrigo veio ao parque na década de 90 ele ainda pôde descer e nadar no poço. Seu Wilson nos conta que as regras do parque foram ficando cada vez mais restritas e que qualquer infração, tais como entrar no parque sem guia, andar fora das duas únicas trilhas ou mesmo ultrapassar os cordões de isolamento em poços ou mirantes podem acarretar multas de 900,00 e a suspensão por 30 dias e até 6 meses da sua licença de guia. Fiquei morrendo de vontade de pegar uma pedra de cristal do chão para levar para casa, são tantas... Porém arriscar uma multa ou mesmo ficar com a crise de consciência não dava. Eu sou apenas uma, já pensaram se todos que passam por ali fizerem o mesmo? Acabam-se as pedras, acabam-se as trilhas.

Nadando no poço do Salto dos 80 metros, no P.N Chapada dos Veadeiros, região de São Jorge - GO

Nadando no poço do Salto dos 80 metros, no P.N Chapada dos Veadeiros, região de São Jorge - GO


O Salto do Garimpão, também conhecido como o Salto dos 80m, é fantástico. Linda queda d´água com um poço imenso de águas escuras, frias e com muitos peixes. Quando chegamos lá nos deparamos com uma excursão imensa de adolescentes vindos de São Paulo de uma escola Waldorf. Os professores e guias que os acompanhavam estavam passados, tendo que fazê-los recolher todo o lixo que largaram no lugar. Fico impressionada, pessoas que já nasceram em uma época em que a preservação do meio-ambiente e a reciclagem de lixo são palavras de ordem, simplesmente ignorando esta regra básica.

Posando para fotos com o Chico, no Salto dos 80 metros, no P.N Chapada dos Veadeiros, região de São Jorge - GO

Posando para fotos com o Chico, no Salto dos 80 metros, no P.N Chapada dos Veadeiros, região de São Jorge - GO


Seguimos para a próxima atração, as corredeiras. Um trecho do rio que se formam alguns poços e buracos perfeitos para uma hidromassagem. A água um pouco mais quente, que menos profunda, é aquecida pelo sol. Final de tarde perfeito, sol ainda quente se pondo no cerrado e o céu mais azul que já vi até hoje. Uma recarga de energia espetacular.

Refresco nas corredeiras do Rio Preto, no P.N Chapada dos Veadeiros, região de São Jorge - GO

Refresco nas corredeiras do Rio Preto, no P.N Chapada dos Veadeiros, região de São Jorge - GO


Voltamos a São Jorge, vila base do Parque Nacional. Uma vila pequena com um charme diferente. Possui mais de 30 pousadas, com diárias para todos os bolsos (variam de 40 a 300 reais), além de restaurantes e lojinha de produtos naturais, cristais e etc. Enquanto comíamos um pastel no lendário Bar do Pelé, eu encomendei de artesãos um amuleto de cristal com cordão de couro. Não poderia vir à chapada e sair sem nenhuma pedrinha.

Nadando em poço do Rio Preto, no P.N Chapada dos Veadeiros, região de São Jorge - GO

Nadando em poço do Rio Preto, no P.N Chapada dos Veadeiros, região de São Jorge - GO


Ficamos hospedados no Hostel Sucupira, não tem quartos de casal, mas é bonitinho e tem um preço mais palatável (40 reais por pessoa), um dos mais baratos da vila. E já que economizamos na estadia, resolvemos finalmente mudar o cardápio de comida caipira (arroz, feijão e frango caipira) e experimentar a nova risoteria que abriu na cidade. Um espaço de artesanato, boa música, arquitetura requintada e gastronomia apuradíssima. Embora sejam meio caros os pratos podem servir tranquilamente duas pessoas. Brindamos à Chapada, à ótima companhia do nosso primo Chico e a um retorno (breve) para continuarmos explorando esta, que é uma das regiões mais belas do Brasil.

Época de florada dos 'chuverinhos' no P.N Chapada dos Veadeiros, região de São Jorge - GO

Época de florada dos "chuverinhos" no P.N Chapada dos Veadeiros, região de São Jorge - GO

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Santa Lúcia, a Helena do Caribe!

Santa Lúcia, Castries, Soufriere

Visita à ponta sul de Santa Lúcia, em Vieux Fort

Visita à ponta sul de Santa Lúcia, em Vieux Fort


Santa Lúcia, também conhecida como a “Helena de Tróia do Caribe”, já trocou de bandeira e administração entre a França e a Inglaterra 14 vezes! Antes dos franceses aportarem em “suas” novas terras, os indígenas caribes também já haviam expulsado os arawaks, que já habitavam a ilha há mais de 2 mil anos.

Praia de Soufriere, no sul de Santa Lúcia, no Caribe

Praia de Soufriere, no sul de Santa Lúcia, no Caribe


Soufriere e os coqueirais, no sul de Santa Lúcia, no Caribe

Soufriere e os coqueirais, no sul de Santa Lúcia, no Caribe


Esse troca-troca fez de Santa Lúcia uma mescla especial, adicionando ainda neste caldeirão cultural a força e o ritmo dos africanos trazidos para trabalhar nas plantações de cana de açúcar. Embora inglês seja o idioma oficial, o Patois (leia-se “pátoa”), ou “french creole” é falado por 95% da população. No mapa do país cidades e marcos geográficos possuem nomes franceses, pronunciados com sotaque inglês “apatoado”.

Vista de Castries, capital de Santa Lúcia

Vista de Castries, capital de Santa Lúcia


Vista para a Piton do nosso hotel em Soufriere, no sul de Santa Lúcia, no Caribe

Vista para a Piton do nosso hotel em Soufriere, no sul de Santa Lúcia, no Caribe


A capital e maior cidade da ilha é Castries, seguida por Vieux-Fort ao sul, aonde chegam os principais vôos internacionais. Castries é a sede do governo e econômica do país, recebe os vôos entre ilhas caribenhas e barcos vindos de outras ilhas. Chegamos de ferry-boat, pegamos um táxi direto ao aeroporto para alugar um carro e seguimos para o sul da ilha. Já era tarde, mas tiramos o dia para deslocamentos. No caminho para Soufrière subimos e descemos montanhas, vimos o sol se por entre as árvores da mata tropical e perdemos lindas vistas das baías de Marigot e Canaries. Saberíamos que valeria a pena, amanhã queríamos acordar e estar em mais um desses pedaços de paraíso na terra.

Dirigindo em Soufriere, região das montanhas Piton, no sul de Santa Lúcia, no Caribe

Dirigindo em Soufriere, região das montanhas Piton, no sul de Santa Lúcia, no Caribe


No caminho cruzamos Anse La Raye, uma vila de pescadores conhecida por suas feiras e festas animadas. A rua estava fechada para carros. Famílias, jovens e crianças circulavam animados, muita música e bebida embalava o a noite de domingo. Olhamos em volta e não encontramos nenhum turista, nenhum mulato, muito menos um branco. Por um momento parecia que havíamos nos transportado para a África.

As famosas montanhas Piton, em Soufriere, no sul de Santa Lúcia, no Caribe

As famosas montanhas Piton, em Soufriere, no sul de Santa Lúcia, no Caribe


Chegamos à Soufrière e logo nos hospedamos no Hummingbird Beach Resort, a beira da baía e com preços bem palatáveis, nossa casa pelos próximos 3 dias. Na praia à frente a Power Soca rolava solta e animava os jovens e crianças, na festa que acontece a cada quinze dias na praia de Soufrière Bay. Novamente cruzamos o Atlântico, mas aqui a sensação continuou. Não por acaso todos nos notam, principalmente se eu me deixava embalar pela soca ou pelo calypso, dançando como as mais comportadas delas, mas não como uma branca. A soca é uma dança sensual se não sexual, quase como o funk pancadão carioca. As mulheres empinam o bumbum colocam a cabeça até o chão e sacodem loucamente suas nádegas avantajadas.

Suculentas frutas-pão, no resort Jalousy, em Soufriere, no sul de Santa Lúcia

Suculentas frutas-pão, no resort Jalousy, em Soufriere, no sul de Santa Lúcia


Booma, cantor de Power Soca local nos recepcionou na festa e fez companhia, contando histórias da sua vida de malandragens e viagens. Ele confessa, não quer ver suas filhas dançando assim. Um piton, a cerveja nacional, para entrarmos no clima da festa, enquanto a lua minguante iluminava o suficiente para termos ideia da paisagem que nos aguardava.

A cerveja nacional de Santa Lúcia

A cerveja nacional de Santa Lúcia


Fim de tarde em Soufriere, no sul de Santa Lúcia, no Caribe

Fim de tarde em Soufriere, no sul de Santa Lúcia, no Caribe

Santa Lúcia, Castries, Soufriere, Caribbean, Island Hooping, Música

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La Guajira e os Wayuus

Colômbia, La Guajira

As paisagens grandiosas da península La Guajira, na Colômbia, no extremo norte da América do Sul

As paisagens grandiosas da península La Guajira, na Colômbia, no extremo norte da América do Sul


La Guajira, departamento colombiano que faz fronteira com a Venezuela, nunca esteve nos nossos planos de viagem. Passaríamos por ela a caminho de Maracaibo sem nem saber direito o que deixaríamos para traz não fosse uma conversa com os nossos amigos expedicionários suíços Tina e Marcos. Seu primeiro destino na América do Sul seria justamente Punta Gallinas, a ponta mais ao norte da América do Sul, na península de La Guajira. Ficamos curiosos, mas como teríamos pouco tempo não criamos esperanças.

Mapa da península La Guajira, extremo noirte da América do Sul, em agência de viagem em Riochacha, maior cidade da região, na Colômbia

Mapa da península La Guajira, extremo noirte da América do Sul, em agência de viagem em Riochacha, maior cidade da região, na Colômbia


Dias mais tarde, ainda antes de chegarmos à Colômbia continental, encontramos um grupo de mergulhadores na ilha de Providência e dois deles me falaram novamente sobre La Guajira. “Vocês irão passar por lá, tem que fazer um tour para conhecer o povo indígena wayuu e os desertos coloridos de La Guajira!”, ficamos novamente tentados a conhecer, afinal eram mais duas pessoas falando do mesmo lugar. Já em San Andrés, na recepção de um hostal encontramos uma revista cuja a reportagem de capa eram os desertos da península mais ao norte da América do Sul. Era um sinal, impressionante como em uma mesma semana este lugar se tornara um assunto recorrente.

Cruzando o deserto da península de La Guajira, na Colômbia, extremo norte da América do Sul

Cruzando o deserto da península de La Guajira, na Colômbia, extremo norte da América do Sul


Assim que tiramos a Fiona do porto de Cartagena fizemos o nosso caminho em direção à Venezuela, paramos em Taganga e Tayrona com uma pressa maior do que a normal, era o nosso inconsciente trabalhando para incluirmos esse destino no roteiro. Retornamos das trilhas no Parque Nacional Tayrona e dirigimos até a cidade de Riohacha, capital de La Guajira.

Praia em Riochacha, cidade na entrada da península de La Guajira, no norte da Colômbia

Praia em Riochacha, cidade na entrada da península de La Guajira, no norte da Colômbia


Todas as informações que tínhamos nos diziam que a península era um lugar inóspito e fácil de se perder. Desertos, lagos de sal e centenas de caminhos que podem te deixar andando em círculos. Além disso esta mesma semana foi encontrado o carro de um casal de expedicionários espanhóis que teriam sido sequestrados na região e ainda não tinham notícias do seu paradeiro. Seria uma grande aventura ir até lá sem um guia, mas nós não tínhamos tempo para nos perder, atolarmos e nos encontrarmos. Decidimos contratar um guia local que além de nos ensinar os caminhos, nos ajudaria a mergulhar na cultura wayuu nestes 2 dias que teríamos por ali.

O belíssimo deserto na parte norte da península de La Guajira, na Colômbia

O belíssimo deserto na parte norte da península de La Guajira, na Colômbia


Os wayuus são 45% da população de todo o departamento e apenas 30% deles fala espanhol. Eles são de origem arawak, o mesmo povo que desceu para popular a Amazônia e que subiu em canoas para colonizar as ilhas do Mar do Caribe. Vivendo em um ambiente árido e hostil eles conseguiram se isolar e resistir à colonização europeia por muito mais tempo que as outras populações indígenas da Colômbia e da Venezuela. Não é à toa que são conhecidos como uma tribo guerreira e arredia aos arijunas, nós brancos, pessoas estranhas e que não conhecem e seguem a cultura wayuu. Seu território não tem limites políticos, ele é mais antigo do que qualquer definição colonial e até hoje os clãs transitam livres entre os países sul-americanos.

O pouco trânsito que encontrávamos nas estradas da península La Guajira, na Colômbia

O pouco trânsito que encontrávamos nas estradas da península La Guajira, na Colômbia


Os wayuus que vivem à beira do mar tem sua economia baseada na pesca, extração de sal e recentemente do turismo que está começando a descobrir a região. No interior o clima desértico e a falta de chuva tornam difíceis os cultivos, sendo a criação de gado e chivos (cabras), a principal atividade. Quando encontram solo apropriado e água, as culturas mais comuns são o milho, o feijão, a mandioca, o pepino, melão e melancia.

Ovelhas pastam no deserto da península de La Guajira, na Colômbia

Ovelhas pastam no deserto da península de La Guajira, na Colômbia


Um rancho no deserto da península La Guajira, na Colômbia

Um rancho no deserto da península La Guajira, na Colômbia


Contratamos nosso guia por uma agência local a Wayuu Tours. Claudia e Shirley são wayuus modernas que nasceram e viveram na cidade de Riohacha, mas mantém suas raízes, usando os vestidos tradicionais, passando a língua e os conhecimentos para seus filhos e tratam de ajudar a sua comunidade organizando tours pela península, levando trabalho e fazendo girar a economia na região. Assim além de Alex, ganhamos a companhia também de Edwin, sobrinho de Alex e filho de Shirley, que está aprendendo com o tio os caminhos de La Guajira. Há alguns meses ele guiava um grupo de turistas, perdeu a entrada da estrada para Punta Gallinas e foi parar lá em Nazareth, povoado no outro lado da península.

o Edwin e seu sobrinho Alex, nossos guias na península La Guajira, na Colômbia

o Edwin e seu sobrinho Alex, nossos guias na península La Guajira, na Colômbia


“É muito fácil se perder”, diz Alex, que vive há 43 anos na região e conhece a península como a palma de sua mão. “Estes espanhóis devem ter entrado aqui sozinhos e aqueles que vivem nas montanhas os sequestraram”, completa. Ele se referia às montanhas da Sierra Nevada, reduto das FARCs nesta região do país. As FARCs logo negaram a autoria do sequestro e dias mais tarde finalmente os espanhóis fizeram contato com a sua família esclarecendo a questão. Eles teriam sido sequestrados nas proximidades do Tayrona e seu carro abandonado lá no deserto para confundir a investigação.

Um dos muitos pequenos cemitérios espalhados pelo deserto da península La Guajira, na Colômbia

Um dos muitos pequenos cemitérios espalhados pelo deserto da península La Guajira, na Colômbia


Nós estávamos seguros e tranquilos, saímos de Riohacha com tudo organizado por eles, dormiríamos em chinchorros, redes grandes e de puro algodão feitas pelos wayuus, e provaríamos da culinária regional. Entramos na península pela cidade de Uribia, a capital indígena de La Guajira. Uribia irá receber o encontro de culturas indígenas de vários cantos da América do Sul no final do mês de junho, quando a cidade vira um grande acampamento de várias etnias, idiomas e culturas. Fomos até o centro da cidade apenas para cumprir um pedido da polícia local, que devido aos últimos acontecimentos quer saber quem entra e quem sai da península, com quem estão acompanhados e muito atenciosos deixam até os seus celulares em caso de qualquer emergência.

O trecho asfaltado da longa estrada que nos leva para a península La GUajira, no norte da Colômbia

O trecho asfaltado da longa estrada que nos leva para a península La GUajira, no norte da Colômbia


A estrada de terra que segue ao lado do caminho de trem para o norte da península La Guajira, na Colômbia

A estrada de terra que segue ao lado do caminho de trem para o norte da península La Guajira, na Colômbia


Início do labirinto de pequenas estradas que nos leva ao deserto no norte de La Guajira, na Colômbia

Início do labirinto de pequenas estradas que nos leva ao deserto no norte de La Guajira, na Colômbia


O asfalto chega até Uribia e daqui em diante seguimos pouco menos de 30km por estrada de terra paralela à linha férrea que faz o transporte de carvão mineral extraído nas minas de Cerrejón, 150 km ao sul, até o Puerto Bolívar na baía de Portete. Foi lá pelo km 24 que entramos no emaranhado de caminhos de areia, estradas rurais e o grande deserto de La Guajira. O cenário semiárido nos lembra muito o sertão nordestino, mas mais deserto e mais pobre. De tempos em tempos éramos parados por pedágios das famílias que vivem nestas terras. Uma cordinha e uma mulher ou uma criança sentados à beira da estrada. Às vezes duas mulheres e 8 crianças, as meninas sempre vestidas com o vestidinho wayuu e os meninos com a camiseta e um shorts.

Cabo de La Vela, litoral ocidental da península de La Guajira, na Colômbia

Cabo de La Vela, litoral ocidental da península de La Guajira, na Colômbia


Quase todos eles falavam apenas o wayuunaiki, dávamos 100 ou 200 pesos colombianos, Alex trocava cumprimentos e passávamos. A alegria deles com as poucas moedas era clara, estavam vendo que aquela tática funcionava. Alex chegou a dar uma dura em alguns marmanjos preguiçosos, que preferiam ficar ali com uma corda e suas mochilas na sombra ao invés de estudar ou trabalhar. Todos aqui se conhecem, são pouco mais de 26 clãs em toda a Guajira, todos são primos, irmãos ou tios de alguém. Demos a volta na baía de Portete, passando por um terreno enganoso que do alto parecia um deserto seco e firme, mas por baixo era puro sal e lama!

Trilhas de carro cortam o deserto de La Guajira, no extremo norte da Colômbia e da América do Sul

Trilhas de carro cortam o deserto de La Guajira, no extremo norte da Colômbia e da América do Sul


Já quase chegando na Baía Honda eis que vemos um carro que nos parecia familiar, uma Landcruiser marrom parada em um dos “pedágios”. Era Bode, o namorado suíço da Fiona! Marcos e Tina se aventuraram pela península sozinhos, estavam cobertos de lama de atoleiros salgados e rios que tentaram cruzar. Eles entraram na península pelo litoral, passaram por Cabo de La Vela e estavam buscando o caminho para Punta Gallinas.

O incrível reencontro com os suiços Marco e Tina, em pleno deserto da península de La Guajira, no norte da Colômbia

O incrível reencontro com os suiços Marco e Tina, em pleno deserto da península de La Guajira, no norte da Colômbia


Cruzando o deserto da península La Guajira, na Colômbia

Cruzando o deserto da península La Guajira, na Colômbia


No mesmo dia em que nos separamos na estrada para Taganga Tina teve um acidente, descendo da sua barraca no teto do carro ela caiu e ficou pendurada pelo dedo, preso em um anel no carro. Imaginem o estrago! Depois de uma noite com cuidados do “Dr. Marcos” decidiram procurar ajuda profissional e ela foi ao hospital para um curativo descente. Pobre Tina! Ainda assim, experimentando pela primeira vez os ventos sul americanos, estava estampado em suas caras a alegria de estarem livres por este mundão!

Nossos amigos, Marco e Tina, a bordo do Boudi, na península La Guajira, na Colômbia

Nossos amigos, Marco e Tina, a bordo do Boudi, na península La Guajira, na Colômbia


Daqui em diante Marcos e Tina nos acompanharam, ganharam tempo e perderam algumas aventuras nessa terra distante. Tudo bem, o plano deles será continuar por pelo menos mais uma semana perdidos por aqui, entre dunas e praias, wayuus e chivos. By the way, o espanhol deles já melhorou muito, pois aqui mal encontram quem fale espanhol, quem dirá inglês! Paramos para almoçar em um lugar que de fora não daríamos nada, mas dentro era uma simpática casa, com sombra e água fresca, um peixe delicioso, arroz e patacones.

A simpática índia gaiju que nos serviu o almoço na durante a jornada pela península La Guajira, na Colômbia

A simpática índia gaiju que nos serviu o almoço na durante a jornada pela península La Guajira, na Colômbia


Dirigimos por mais 3 horas passando por paisagens maravilhosas, cemitérios e mais cemitérios e inclusive caixões abertos à beira da estrada! Eu hein!? Vimos coelhos, flamingos, patos rosados e até zorros, as raposinhas do deserto. Passamos pelas dunas, belíssimas e finalmente chegamos à praia de Baía Hondita nos últimos minutos do dia, a tempo de ver o sol se pôr no mar.

As incríveis dunas na parte norte do deserto na península La Guajira, na Colômbia

As incríveis dunas na parte norte do deserto na península La Guajira, na Colômbia


Encontro do deserto com o mar, no extremo norte da América do Sul, península La Guajira, na Colômbia

Encontro do deserto com o mar, no extremo norte da América do Sul, península La Guajira, na Colômbia


Encontro de viajantes, brasileiros e suiços, no extremo norte da América do Sul, península La Guajira, na Colômbia

Encontro de viajantes, brasileiros e suiços, no extremo norte da América do Sul, península La Guajira, na Colômbia


O sol se põe na praia mais ao norte da América do Sul, na península La Guajira, na Colômbia

O sol se põe na praia mais ao norte da América do Sul, na península La Guajira, na Colômbia


Demos um mergulho merecido depois de tanto pó e buraqueira! Enquanto Tina e Marcos montavam seu acampamento e o azul da noite chegava, mais um espetáculo se desenhava à nossa frente, o alinhamento de Júpiter, Marte e Vênus! Aquelas três estrelas mais brilhantes no céu ainda iluminado pelo astro-rei à distância. Incrível!

Um raro alinhamento de Jupiter, Venus e Mercurio nos sauda no extremo norte da América do Sul, a península La Guajira, na Colômbia

Um raro alinhamento de Jupiter, Venus e Mercurio nos sauda no extremo norte da América do Sul, a península La Guajira, na Colômbia


Nosso acampamento na Baía Hondita não poderia ser mais confortável. O Rancho de Chander tem uma infraestrutura simples, mas quase luxuosa para os padrões locais. Enquanto o jantar era preparado conhecemos o simpaticíssimo casal italiano Elisiana e Marcos. Eles chegaram aqui de barco, vindos de Riohacha até Cabo de la Vela de carro e daí seguiram por mar, caminho que chegamos a pensar em fazer. As duas horas de lancha com vento contra foram impiedosas e finalmente eles podiam sentar tranquilos e tomar uma polar para relaxar. Polar, sim! Aqui os produtos venezuelanos são mais baratos e fáceis que os colombianos, assim já vamos entrando no clima.

Com o Marco e a Elisiana no rancho em que dormimos, no norte da península de La Guajira, na Colômbia

Com o Marco e a Elisiana no rancho em que dormimos, no norte da península de La Guajira, na Colômbia


Com o Marco e a Elisiana no rancho em que dormimos, no norte da península de La Guajira, na Colômbia

Com o Marco e a Elisiana no rancho em que dormimos, no norte da península de La Guajira, na Colômbia


O casal que vive em Luxemburgo e trabalha no mercado financeiro aproveitou a oportunidade de viagem para o casamento de um amigo, para conhecer um pouco mais do litoral caribenho da Colômbia. O sangue latino e a alegria contagiante nos fez melhores amigos em poucas horas de conversa. Encontrando nossas afinidades culturais, aproveitamos as férias para lavar a alma das quadradices germânicas ou implicâncias francônicas, dos apaixonados pelo jeitinho latino de ser! Uma lua cheia e muchas polarcitas después, Elisiana e Marcos foram para seu confortável quarto, enquanto eu e o Ro experimentamos os deliciosos e espaçosos chinchorros, nunca dormi tão bem em uma rede na minha vida! Melhor assim, pois a manhã seguinte nos reserva muitas outras aventuras!

A Ana ainda dorme no nosso quarto na península de La Guajira, na Colômbia

A Ana ainda dorme no nosso quarto na península de La Guajira, na Colômbia

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Patrimônio de todos

Brasil, Minas Gerais, Januária (P.N Cavernas do Peruaçu)

Parque do Peruaçu, próximo à Januária - MG

Parque do Peruaçu, próximo à Januária - MG


Acordamos hoje cedinho, tomamos um belo café da manhã, passamos em uma empresa de fotocópias e impressões para imprimir o projeto para levar até o ICMBio. Chegamos lá em Fabião I, comunidade onde fica a sede, as 9h da manhã. A informação que tínhamos é que o Evandro, Chefe do Parque Nacional, estava entre viagens e talvez passasse por lá. Nossa única chance de entrar no Peruaçu é se conseguirmos apresentar o projeto pessoalmente. Como sabíamos que o Parque estava fechado, achamos que valeria a pena arriscar, pois o “não” nós já tínhamos. Esperamos por quase uma hora e assim que Evandro chegou nos atendeu prontamente, mesmo sem termos horário marcado. Super prestativo, conheceu o nosso projeto e recebeu a nossa solicitação formal para entrada no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu.

Evandro nos explicou sobre o parque e colocou que o ICMBio sabe que é um patrimônio de todos os brasileiros, mas que o trabalho que eles desenvolvem visa além da preservação do parque, também a segurança dos turistas e cientistas que o visitam. O plano de manejo do Peruaçu já está pronto desde 2005, porém várias questões, inclusive fundiárias, estão em andamento para que ele possa sair do papel e eles não podem arriscar anos de trabalho liberando as visitas turísticas sem infra-estrutura. Sem dúvida um trabalho e tanto para ele resolver sozinho, pois é o único funcionário do ICMBio no parque. Ele possui também um quadro de terceirizados, principalmente os brigadistas que trabalham nessa época de seca, prevenindo e apagando incêndios.

É importante que fique claro, o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu está fechado ao turismo, pois ainda não possui infra-estrutura própria. Para conseguir uma liberação especial deve-se submeter um projeto especial de pesquisa à aprovação do ICMBio, com pelo menos 15 dias de antecedência, para que as providências possam ser tomadas. Conseguimos uma autorização para pontos bem específicos do parque, a parte aberta da Caverna do Janelão e os Desenhos, pinturas rupestres. Como exceção ele acelerou a liberação para amanhã, pois entendeu a urgência, já que estamos na estrada com o projeto em andamento.

Até 2014 temos esperança que o Parque Nacional já esteja aberto e bem estruturado, pois só assim fica assegurado que este patrimônio será preservado para todos! O ano da Copa promete!

Brasil, Minas Gerais, Januária (P.N Cavernas do Peruaçu), Cavernas, espeleologia, ICMBio, parque nacional, Peruaçú

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Feliz aniversário!

Brasil, Rio De Janeiro, Angra dos Reis, Ilha Grande

Curtindo a vista maravilhosa do alto do Pico do Papagaio, na Ilha Grande - RJ

Curtindo a vista maravilhosa do alto do Pico do Papagaio, na Ilha Grande - RJ


Eu sempre adorei fazer aniversário, para mim é um dia de reunir os amigos, a família, festa, comemoração e muita energia positiva. Além do que um ano a mais é sempre bem vindo, representa o fechamento de mais um pequeno ciclo, um ano em que você realizou, aprendeu, amadureceu, evoluiu, ganhou muita experiência e sabedoria. O que mais pode te dar tudo isso se não o tempo? Por isso sou daquelas entusiastas dos aniversários, das maiores idades, das melhores idades. Eu sempre acho que ainda sou novinha, já faço 29 anos, quase uma balzaquiana, e ainda me sinto com 19. A única coisa que me faz duvidar disso é quando o Rodrigo me faz acordar cedo (coisa que eu odeio), para subir uma montanha, (coisa que eu adoro) no dia do meu aniversário! me lembrei do meu niver de 12 anos, foi comemorado também subindo o Anhangava.

Início da trilha do Pico do Papagaio, na Ilha Grande - RJ

Início da trilha do Pico do Papagaio, na Ilha Grande - RJ


Enfim, dia lindo, sol e céu azul que não víamos há dias, a vista lá de cima deve estar maravilhosa! Resolvemos encarar esta, do nível do mar à quase 1000m de altitude em 3 horas, descendo em 1h30, pois precisávamos pegar a barca as 12h30. Saímos cedinho e logo tivemos duas belas surpresas. A primeira foi a companhia de um dog guapeca na trilha. O Ro não estava botando fé que o cachorro ia subir, ele parecia meio preguiçoso demais, rsrsrs. Quando vimos, ele estava lá, encabeçando o grupo! Difícil competir com um cara com tração nas 4 patas!

Com o Dog, no alto do Pico do Papagaio, na Ilha Grande - RJ

Com o Dog, no alto do Pico do Papagaio, na Ilha Grande - RJ


A segunda e maravilhosa surpresa, num primeiro momento foi assustadora! Estávamos andando há uns 40 minutos e começamos a ouvir um barulho absurdo, parecia uma serra elétrica. Não sabia se deveria ter medo, pois não sabia o que temer! Caçadores? Lenhadores ilegais? Um monstro da floresta que vinha com um vento fazendo aquele barulho pelas árvores? Quanto mais nos aproximávamos, mais alto ficava e aos poucos começou a ficar mais claro também, pareciam vozes ecoando, estávamos presenciando a passagem de um bando imenso de bugios gritadores! Um macaco que pode chegar a mais de 1m de altura, naturais da mata atlântica e muito comuns na Ilha Grande, por isso eles se tornaram o símbolo do parque. Sentimos o cheiro deles, um cheiro forte de CC, horrível, eles estavam muito próximos, mas não conseguimos avistá-los na floresta. Foi uma experiência impressionante! Belo presente de aniversário! Chegando lá em cima a vista da Ilha estava maravilhosa, com o céu aberto vimos Lopes Mendes, Cachadaço, Abraão, diversas ilhas e o mar azul lindíssimo!

A enseada do Abraão, vista do alto do Pico do Papagaio, na Ilha Grande - RJ

A enseada do Abraão, vista do alto do Pico do Papagaio, na Ilha Grande - RJ


Praia do Cachadaço, vista do alto do Pico do Papagaio, na Ilha Grande - RJ

Praia do Cachadaço, vista do alto do Pico do Papagaio, na Ilha Grande - RJ


Retornamos num pique de corrida, pois queríamos chegar ao Rio ainda a tempo de jantar com Pedro, Íris e Bebel para comemorar o aniversário. Penamos mas chegamos, pegamos o catamarã sem nem tomarmos um banho, sorte que a Gracieli, nossa amiga do Hotel Kuxixo, nos liberou um chuveiro providencial! Outro grande presente de aniversário! =)

Descendo a trilha do Pico do Papagaio, na Ilha Grande - RJ

Descendo a trilha do Pico do Papagaio, na Ilha Grande - RJ


Chegamos ao Rio e depois de uma sessão arrumação na Fiona saímos para caminhar pelo Leblon. Compramos um bolinho, vinhos para o jantar delicioso que a Íris estava preparando, pasta ao molho de salmão... très chic! Companhias maravilhosas, uma noite super agradável com direito até a velinha e parabéns. Primeiro aniversário na estrada, se todos forem assim, garanto que estarei muito bem!

Celebrando o aniversário da Ana no apartamento do Pedro e da Íris, no Rio de Janeiro - RJ

Celebrando o aniversário da Ana no apartamento do Pedro e da Íris, no Rio de Janeiro - RJ

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