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Parada para admirar a vista desde as encostas do vulcão Maunga Terevaka, na Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico
Quem gosta de caminhar não pode perder a oportunidade de passar por algumas das mais incríveis paisagens da Ilha de Páscoa, repleta de sítios arqueológicos isolados e quase inexplorados pelo turismo na ilha.
Trilha pelas encostas do Maunga Terevaka, no litoral norte da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico
A caminhada começa na cidade de Hanga Roa, passa pelo Tahai e segue a base do vulcão Maunga Terevaka, circundando a costa oeste e norte da ilha até a praia de Anakena. São pouco mais de 20 km dentro do Parque Nacional Rapa Nui, entre ahus (altares cerimoniais), moais (estátuas monolíticas), hare vacas (casas-bote), hare moas (galinheiros de pedra), manavais (hortas cercadas de pedra) e tupas (torres de observação).
Ao longo da trilha na costa norte da ilha, encontro com ruínas da antiga civilização da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico
Se você quiser encurtar a caminhada em uns 5 ou 6 km, a dica é pegar um táxi até o início da trilha, próxima de Ana Kakenga (Ana = caverna em Rapa Nui), é uma volta de carro por isso a viagem não será tão barata, saindo em torno de 15 mil pesos (30 dólares). Nós decidimos andar, saímos da vila perto do meio dia, após um mergulho maravilhoso no Alcantilado (detalhes no próximo post). Aviso desde já, é uma caminhada longa, então se quer ir tranquilo para explorar e tirar fotos, comece mais cedo! Nós somos meio doidos mesmo, caminhamos rápido e acabamos correndo mais do que eu gostaria, preocupados em chegar ainda com luz e numa boa hora para conseguir um táxi ou uma carona de volta à cidade.
Saímos do centro da cidade, então a primeira parte da caminhada já deverá ser conhecida para a maioria dos visitantes, o porto de Hanga Roa e os 15 minutos até o Ahu Tahai e o Hanga Kio´e. Daí em diante seguimos por trilhas e estradas rurais, quase sempre com vista para o oceano, cruzando sítios, cavalos selvagens, subidas e descidas, um grupo grande de cachorros que resolveu nos acompanhar por um trecho da caminhada, quase como se nos indicassem o caminho.
Caminhando na estrada que liga, pela costa, Hanga Roa com o antigo vulcão Maunga Terevaka, o mais alto da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico
Finalmente chegamos à área das cavernas de Ana Kakenga e uma longa subida na estrada off road que dá acesso à área. No topo desta subida encontramos o Ahu Tepeu, uma fazenda e a placa de entrada do Parque Nacional, que sinaliza o início da trilha. O caminho não está muito bem demarcado, seguimos instintivamente pelo alto da montanha, tentando acompanhar o caminho mais batido até que encontramos uma cerca. Pulamos a cerca e continuamos, no tato, sem trilha, mas com um campo imenso que desvendava novos altares, moais e paisagens incríveis.
Ao longo de toda a trilha que contorna o Maunga Terevaka, são comuns os encontros com cavalos selvagens (Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico)
Caminhamos, caminhamos e caminhamos sem ter certeza se aquele era o caminho correto ou o mais curto, mas estamos em uma ilha arredondada, se seguíssemos pela costa, respeitando os precipícios, tínhamos certeza de que chegaríamos lá. A certa altura encontramos um casal de alemães, eles haviam começado onde nós começamos e já retornavam ao carro. Conversar com eles nos encorajou ainda mais a seguir, ele falava sobre ahus perpendiculares ao mar, moais caídos no chão e ruínas de casas barcos em perfeitas condições! Seguimos ainda mais empolgados, com o vento na cara e aquela sensação de sermos os primeiros a pisarmos ali.
Parada para admirar a vista desde as encostas do vulcão Maunga Terevaka, na Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico
A trilha sobe e desce as entranhas do vulcão Maunga Terevaka, no caminho vales e montanhas, um campo imenso e um pasto. Como estas vacas vieram parar aqui eu não tenho ideia, mas sei que elas não foram as únicas. Um dos sítios arqueológicos mais impressionantes, como o alemão havia descrito, uma hare-vaka perfeita, em frente ao piso de pedras que Patrício havia nos mostrado, onde é secado o peixe, Umu (fogão), hare moas, manavais e uma gruta imensa com portas de entrada conectadas e protegidas por pedras.
Resquícios de habitação da antiga civilização que habitava a Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico
Olhamos dentro dela e não vemos o fundo, se entrarmos ali não teremos como sair, mas eles, sem dúvida, a utilizaram para proteger-se de guerras entre as tribos. Será que alguém já entrou lá para ver o que há? Algum esqueleto, cerâmicas, ferramentas, alguma pista sobre quem viveu aqui? Cadê o Patrício para nos responder tudo?
Observando poço que servia de habitação para antigos moradores da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico
Seguimos, começamos tarde e não podemos perder o foco, ainda tínhamos muito pela frente. Continuamos caminhando subindo e descendo, nos esgueirando nas encostas infindáveis do vulcão, com vistas distantes do horizonte pacífico que descansava lá embaixo diante dos nossos olhos. Uma baleia poderia aparecer! Pensava... fixava os olhos e imaginava o que pensavam estes antigos ao olhar para este mar sem fim. De lá eles vieram, sabiam que algum lugar naquele oeste distante estaria a sua origem, a ilha mítica onde os Rapa Nuis nasceram.
Explorando antigas ruínas da civilização que floresceu na Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico
Sem um mapa detalhado, tentávamos nos localizar pelos poucos nomes de baías que estavam no mapa. Hanga O´Pea e Hanga Omohi, entre elas dezenas, centenas de ahus, moais, vilas e mais vilas, construções cilíndricas parecidas com pequenos faroletes, seriam para sinalização e localização para os pescadores? Mais tarde venho a saber que eles demarcavam as terras, a linha imaginária entre uma torre e outra não poderia ser ultrapassada a risco de morte para o infrator! Vizinhos tensos estes rapa nuis.
Explorando antigas ruínas da civilização que floresceu na Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico
Em uma das vilas fizemos uma parada para um lanche, olhando ao redor sem acreditar na quantidade de construções que víamos a nossa volta. A ilha era quase uma grande São Paulo, com casas por todos os lados e aqui, longe pra caramba de tudo o que vimos ontem, um lugar de difícil acesso mesmo por terra e cheio de ahus e moais... Como estes moais vieram parar aqui?!
Um antigo Moai na trilha que contorna o Maunga Terevaka, no norte da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico
Novamente tentamos ter uma ideia de onde estamos e usando o sol vemos que finalmente estamos deixando ele nas nossas costas, estávamos chegando ao norte da ilha. No mapa esse ponto tem um nome bem sugestivo, Vaimatá! Não me diga! Hahaha!
Longa caminhada pelo norte da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico
Enfim, uma nova esperança nos enche de energia e seguimos a caminhada, agora em uma descida interminável rumo a mais uma vila de antigas ruínas e lá, ao fundo, uma fazenda às margens de uma baía protegida por uma imensa parede do vulcão. Pela distância que caminhamos imagino que seja Hanga Oteo. Cavalos, vacas, cercas aramadas e uma casa com plantação de banana, taro e outras hortaliças bem verdinhas nos mostra que o local é mantido e foi utilizado recentemente. Estas casas de campo são locais de férias dos nativos da ilha. Todos eles dizem saber ainda qual é a região em que viviam seus antepassados e mesmo que vivam na cidade, tendem a frequentar estas áreas, não apenas para trabalhar a terra, mas também para prestar homenagens aos seus familiares.
Um Ahu, ou altar, da antiga civilização da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico
Subimos um morro e lá do alto esperamos avistar a praia! Ainda não foi desta vez, mas o vento e a paisagem mudaram e algo nos dizia que não estávamos assim tão longe. Cruzamos uma área de pedras e vemos finalmente o nosso primeiro coqueiro. O coqueiro não é nativo da ilha e está localizado principalmente na praia de Anakena. A praia, portanto, não poderia estar longe dali... alguém deve ter trazido este coco, ou como ele teria chegado até aqui? Subimos e descemos, sempre esperando quando veremos a praia, até que encontramos um novo pasto, este bem cuidado com água e comida para as vacas, sinal de civilização!
Ao longo de toda a trilha que contorna o Maunga Terevaka, são comuns os encontros com cavalos selvagens (Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico)
Andamos mais meia-hora e vemos finalmente um carro, um pai e duas crianças descendo o morro para ir pescar com os seus filhos, ainda não tenho ideia de onde estamos, mas gosto de pensar que estou localizada no mapa e deve ser Vai Tara Kai Ua, ou até mais adiante! Falta pouco! Subimos e agora encontramos estradas, mais cercas e uma tiazinha nativa caminhando. Ela nos disse que veio da praia e que devem ser uns 4 quarteirões dali. Bem... aqui não existem quarteirões, então qual será a medida de quarteirões que ela está usando? Outros 30 minutos de caminhada e vimos que seja lá qual for a medida que ela usa, é completamente diferente da minha! Mas a esta altura já não faria nenhuma diferença, já avistávamos as montanhas ao fundo da baía de Anakena. Os carros refletiam a luz do sol ao longe e logo veríamos palmeiras, ondas e a Praia de Anakena! Que jornada!
Finalmente, depois de uma longa caminhada pelo norte da ilha, a praia de Anakena aparece no nosso horizonte! (Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico)
Mais de 20km caminhados em aproximadas 6 horas, boa média se contarmos as paradas e o caminho totalmente cru que encontramos pela frente. Que aventura boa! Melhor ainda quando ela termina bem, regada a uma boa cerveja tahitiana no boteco em frente à praia. Comemos uma empanada e dali tínhamos que encontrar como voltar à cidade.
Celebrando mais um dia fantástico na Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico, com uma cerveja do Tahiti
Um dos bares na praia de Anakena, na Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico
Detalhe importante! Da Praia de Anakena não existe transporte público para te trazer de volta à Hanga Roa. Então se você quer ficar tranquilo que terá transporte a melhor forma é agendar um táxi para busca-lo (em torno de 30 mil pesos ou 60 dólares). Vai se acostumando com os preços da ilha... infelizmente é assim mesmo. Nós economizamos e contamos com a sorte, chegando lá existia uma remota possibilidade de encontrarmos um táxi que teria levado algum passageiro e então cobraria só a volta (quase metade do preço acima), ou ainda o bom e velho dedão! Ao final nós conseguimos uma carona com um casal super querido, Alicia, uma cantora rapa nui, Marcus, seu marido sueco e seu filhinho de pouco mais de um ano. Casal super descolado e viajado hoje vive na ilha, ela canta em bares e em algumas apresentações típicas Rapa Nui, enquanto ele trabalha como guia de turismo, organizando tours para estrangeiros em inglês e sueco. Alicia se apresentou nesta noite em um dos bares mais agitados da cidade e nós havíamos ficado ir conferir a apresentação, mas depois que chegamos à pousada e tomamos um banho nós capotamos na cama e nem fomos jantar! É esse trekking arqueológico nos odeu uma canseira!
Alegria ao chegar à praia de Anakena, fim da nossa longa caminhada pelo norte da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico
Fantástica a atitude de vocês dois para desbravar esse planeta maravilhoso recoberto por vida e mostrar que nesse mundo o que importa é a paz e o amor.
ótimo post . como sempre . Só faço aumentar minha wish list de viagens .
Resposta:
Obrigada Rubens! Estamos trabalhando para nos colocar em dia! =) Espero logo nos vermos aqui pela Patagônia! Abraços!
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