0 Blog do Rodrigo - 1000 dias

Blog do Rodrigo - 1000 dias

A viagem
  • Traduzir em português
  • Translate into English (automatic)
  • Traducir al español (automático)
  • Tradurre in italiano (automatico)
  • Traduire en français (automatique)
  • Ubersetzen ins Deutsche (automatisch)
  • Hon'yaku ni nihongo (jido)

lugares

tags

Arquitetura Bichos cachoeira Caverna cidade Estrada história Lago Mergulho Montanha Parque Patagônia Praia trilha vulcão

paises

Alaska Anguila Antártida Antígua E Barbuda Argentina Aruba Bahamas Barbados Belize Bermuda Bolívia Bonaire Brasil Canadá Chile Colômbia Costa Rica Cuba Curaçao Dominica El Salvador Equador Estados Unidos Falkland Galápagos Geórgia Do Sul Granada Groelândia Guadalupe Guatemala Guiana Guiana Francesa Haiti Hawaii Honduras Ilha De Pascoa Ilhas Caiman Ilhas Virgens Americanas Ilhas Virgens Britânicas Islândia Jamaica Martinica México Montserrat Nicarágua Panamá Paraguai Peru Porto Rico República Dominicana Saba Saint Barth Saint Kitts E Neves Saint Martin San Eustatius Santa Lúcia São Vicente E Granadinas Sint Maarten Suriname Trinidad e Tobago Turks e Caicos Uruguai Venezuela

arquivo

SHUFFLE Há 1 ano: Uruguai Há 2 anos: Uruguai

San Diego

Estados Unidos, Califórnia, San Diego

No alto do Soledad Natural Park, com uma bela vista de San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

No alto do Soledad Natural Park, com uma bela vista de San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


San Diego nasceu espanhola, na verdade primeiro explorada por um navegante português, mas sob as ordens da coroa de Castilla. A ocupação de verdade veio com os franciscanos, já no final do séc. XVIII, no seu processo de estabelecer missões na Alta California. A de San Diego foi a primeira e maior delas. A cidade logo se tornou a maior do novo estado, já na fase independente do México. Mas logo veio a guerra com os Estados Unidos e todo o estado, assim como o Novo México, Nevada e Arizona passaram para mãos americanas.

O Jardim Botânico, no Balboa Park, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

O Jardim Botânico, no Balboa Park, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


Apesar do nome latino, da origem espanhola e da proximidade com a fronteira mexicana, a forte presença da marinha e aeronáutica do país em suas bases na cidade transformaram San Diego numa cidade bastante americana. Aqui não sentimos de maneira alguma o sentimento que temos em Miami, de estarmos numa cidade latina.

Uma das fontes no Balboa Park, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

Uma das fontes no Balboa Park, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


Ou seja, foi tratamento de choque! Desligamos o espanhol da nossa cabeça e ligamos o inglês. No trânsito, aquela organização total, enormes freeways, tudo muito sinalizado, todo mundo respeitando todas as regras, inclusive nós. “Stop”, por exemplo, significa “stop”! Nada de só dar aquela olhadinha e seguir no embalo. “Xing” eu demorei um pouco mais para decifrar. “Que raio de palavra chinesa é essa, escrita em todas as ruas?”, me indaguei. Até que caiu a ficha! No afã da maior eficiência, os americanos diminuem suas palavras e expressões, então “Crossing” virou “Xing”.

Praias americanas, sempre com muitas regras! (em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos)

Praias americanas, sempre com muitas regras! (em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos)


Nos cruzamentos, quase sempre virar a direita é permitido. Nos estacionamentos, vagas para deficientes estão em todos os lugares. Nas praias e ruas, nada de álcool e, em muitos lugares, nada de tabaco. E assim é, regras e direitos muito bem definidos para todos, transformando os cidadãos daqui nos mais livres e, ao mesmo tempo, mais enquadrados do continente. E a gente vai se adaptando ao american way of life e o american way of being.

A Casa del Prado no Balboa Park, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

A Casa del Prado no Balboa Park, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


Artista anônimo faz o seu show no Balboa Park, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

Artista anônimo faz o seu show no Balboa Park, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


A cidade é enorme, bem espalhada, cheia de espaços vazios e neighborhoods distintas. Mas a eficiência do trânsito e freeways impressiona e bastam poucos minutos para dirigirmos por 15 milhas. Aliás, temos de esquecer quilômetros, metros, celsius, quilos e aprender a usar e pensar em milhas, pés, fahrenheits e onças e libras. Onças? Isso é medida do quê?

No alto do Soledad Natural Park, com uma bela vista de San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

No alto do Soledad Natural Park, com uma bela vista de San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


Nesses dois últimos dias, enquanto nos adaptamos à nova cultura, passeamos bastante por essa agradável cidade. Sempre de carro, pois o país é feito para eles! Fomos à parques, praias, bairros cheios de personalidade e mirantes de onde se pode admirar toda San Diego.

Olha só o tamanho das raízes dessa árvore no Balboa Park, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

Olha só o tamanho das raízes dessa árvore no Balboa Park, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


Esquilos, em quase todos os parques do país (Balboa Park, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos)

Esquilos, em quase todos os parques do país (Balboa Park, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos)


Para começar, o Balboa Park, super central e um verdadeiro oásis de verde e de cultura. Aí, por exemplo, está o famoso zôo de San Diego, considerado um dos melhores do mundo. Como eu já tinha estado lá há 20 anos e não gosto de ver bicho preso, fomos às outras muitas atrações do Balboa. Além de muito verde, o parque oferece vários museus interessantes, de história natural à tecnologia espacial, passando por arte e pintura da idade moderna.

Museum of Man, no Balboa Park, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

Museum of Man, no Balboa Park, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


Em cada um dos museus, poderíamos passar facilmente um dia inteiro, xeretando e aprendendo. Quando se vê tantos museus assim, um do lado do outro, tanta coisa para aprender, nos sentimos até meio oprimidos. Em qual entrar? Quanto tempo teríamos para ficar lá dentro? Ainda bem que já tínhamos decidido que só queríamos passear pelo parque. Mas, se um dia morarmos em San Diego, não vai escapar nenhum, hehehe!

A alegre Spanish Town, no Balboa Park, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

A alegre Spanish Town, no Balboa Park, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


Dentro da estufa do Jardim Botânico no Balboa Park, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

Dentro da estufa do Jardim Botânico no Balboa Park, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


Vê-los do lado de fora também é interessante, pela arquitetura dos prédios. Quase todos são da época de duas grandes feiras internacionais ocorridas na cidade, no começo do século passado. Os prédios, feitos para ter duração temporária, caíram no gosto da cidade e foram ficando. Mas, como não tinham sido construídos para durar, acabaram desmontados um pouco antes de ruir. Mas aí, novos foram feitos, com a exata cara dos antigos, que já eram muito queridos dos habitantes e frequentadores do parque. Ou seja, todas essas construções tem cara de 100 anos atrás. Cercados de jardins sempre muito bem cuidados, são um prazer de se ver. A exceção a toda esta arquitetura clássica está na alegre Spanish Town, toda alegre e colorida.

Belíssimas flores no Jardim Botânico do Balboa Park, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

Belíssimas flores no Jardim Botânico do Balboa Park, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


Visitando a praia de Mission Beach, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

Visitando a praia de Mission Beach, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


Mas, falando em jardim, o Botânico também está lá, cheio de flores lindas e plantas exóticas. Tudo dentro de uma grande estufa, é como passear pelos jardins do mundo. Realmente, prefiro ver plantas “presas” que animais presos...

Tem até um hotel nesse pier na praia de Mission Beach, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

Tem até um hotel nesse pier na praia de Mission Beach, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


Caminhando no pier da praia de Mission Beach, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

Caminhando no pier da praia de Mission Beach, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


Do parque, seguimos para a praia, uma das mais conhecidas de San Diego, a Mission Beach. O que era apenas uma boca de rio pantanosa até antes da 2ª Guerra, a reengenharia humana transformou em praia, baía, marina e parque que ocupam uma área enorme e central da cidade, para alegria dos seus moradores. Basta pegar uma “freewayzinha” e já chegamos lá.

Belo fim de tarde no pier da praia de Mission Beach, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

Belo fim de tarde no pier da praia de Mission Beach, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


Depois do pôr-do-sol, uma sessão de surf nas águas geladas de Mission Beach, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

Depois do pôr-do-sol, uma sessão de surf nas águas geladas de Mission Beach, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


Como toda praia americana, um enorme píer avança sobre o mar. Esse, de tão grande, tem até uma pousada chique encima dele. E nós, depois de admirar as casas e carros dessa pousada, admiramos também um belíssimo fim de tarde. Ainda deu tempo de voltar para a orla, achar um barzinho e celebrar nosso primeiro pôr-do-sol no Tio Sam, Com uma Budweiser legítima, propriedade da nossa Brahma e Antártica, hehehe. Mundo globalizado!

Del Mar beach, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

Del Mar beach, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


Acabamos com praia ontem, começamos com praia hoje. Dessa vez, na distante Del Mar, cheia de casonas chiques. Mas o frio e o vento não estão ajudando muito uma programação praiana esses dias e seguimos logo para o programa seguinte, um parque no alto da montanha Soledad.

No alto do Soledad Natural Park, com uma bela vista de San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

No alto do Soledad Natural Park, com uma bela vista de San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


Olha o tamanho do carro, no alto do monte Soledad, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

Olha o tamanho do carro, no alto do monte Soledad, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


De lá, uma vista quase completa de San Diego, suas praias e baías, parque e downtown. Lá encima, grama bem cortada, jardim de flores, monumento aos mortos nas infindáveis guerras que o país participou e carros grandes no estacionamento. A Fiona, que no Brasil é grande, aqui acho que não passa de um compacto. Mas ainda continua a mais bonita do pedaço, hehehe!

Leões-marinhos lotam pequena praia em La Jolla, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

Leões-marinhos lotam pequena praia em La Jolla, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


Exibicionistas e preguiçosos, leões-marinho descansam em praia de La Jolla, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

Exibicionistas e preguiçosos, leões-marinho descansam em praia de La Jolla, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


Ali pertinho de Soledad está um dos bairros mais interessantes de San Diego, o La Jolla. Um monte de restaurantes, hotéis mais personalizados e galerias de arte. Além disso, uma orla muito bem cuidada que alterna pequenas praias com rochedos, tudo unido por um caminho peatonal e alguns parques e praças. Uma delícia de se caminhar por lá.

Pequena praia de La Jolla tomada por leões-marinhos (em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos)

Pequena praia de La Jolla tomada por leões-marinhos (em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos)


Quanto às praias, os maiores frequentadores nessa época do ano são os leões-marinhos. Ficam ali, na areia, tomando um bronze, se espreguiçando e bocejando. Não se incomodam nada com as dezenas de turistas tirando fotos o tempo todo. Só não gostam que se aproximem muito.

Visitando La Jolla, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

Visitando La Jolla, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


Caminhando pela orla de La Jolla, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

Caminhando pela orla de La Jolla, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


Para não correr esse perigo, muitos então preferem os rochedos. Não sei como conseguem chegar à pedras tão altas. Mas o fato é que chegam, e não só um, mas vários. Fica ali um grande macho cercado de seu harém, vida boa, só vendo o mar e paparicado por um monte de “gatinhas”...

Leões-marinhos aproveitam o sol de fim de tarde num rochedo em La Jolla, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

Leões-marinhos aproveitam o sol de fim de tarde num rochedo em La Jolla, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


Fim de tarde no litoral de La Jolla, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

Fim de tarde no litoral de La Jolla, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos


Além dos leões-marinhos, apenas uns poucos surfistas e um valente grupo de nadadores fazendo uma travessia, a enfrentar o mar. Eu e a Ana preferimos a segurança e o calor dos rochedos (não o mesmo dos leões-marinhos, claro!), de onde assistimos a outro maravilhoso entardecer no Oceano Pacífico Precisamos aproveitar aqui, porque depois de San Diego, pôr-do-sol no Pacífico, só daqui a muitos meses e milhares de quilômetros, quando chegarmos ao Alaska. E lá, acho que a água vai estar ainda mais fria...

Belíssimo entardecer em frente ao mar de La Jolla, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

Belíssimo entardecer em frente ao mar de La Jolla, em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos

Estados Unidos, Califórnia, San Diego, cidade, leão marinho, Parque, Praia

Veja todas as fotos do dia!

Gostou? Comente! Não gostou? Critique!

O Outro Chacaltaya - 1a Parte

Bolívia, La Paz, Chacaltaya

Chegando à região do Chacaltaya, na Bolívia

Chegando à região do Chacaltaya, na Bolívia


No Brasil não há grandes altitudes. A nossa montanha mais alta “costumava” ter 3.014 metros de altura, a única acima dos 3 mil metros, mas mesmo ela perdeu esse status, alguns anos atrás, quando medições mais precisas realizadas por satélites mostraram que ela também está abaixo dos três quilômetros. De qualquer maneira, o Pico da Neblina está num ponto inacessível para a maioria dos brasileiros e a altitude mais alta que podemos chegar costumeiramente é a da cidade mais alta do Brasil, Campos do Jordão, pouco acima de míseros 1.700 metros. Para os poucos de nós que gostamos de subir montanhas, aí podemos ir pouco mais de 1.000 metros acima disso, em montanhas como o Pico do Itatiaia ou o Pico da Bandeira.

Com muita neve, caminhando para o Chacaltaya, perto de La  Paz, na Bolívia, em 1990

Com muita neve, caminhando para o Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia, em 1990


Essa nossa “baixa estatura” é um estímulo a mais para viajar à países andinos, como Peru e Bolívia, onde podemos chegar à altitudes muito maiores. La Paz, por exemplo, na sua parte mais alta, está a 4 mil metros, enquanto seus bairros mais baixos estão “apenas” no dobro da altitude da nossa recordista Campos do Jordão, aos 3.400 metros. Note que não estamos falando de montanhas, mas de cidades! E não é qualquer cidade não, é a capital do país, a 4 mil metros de altura! Não é a toa que a Fifa quis proibir jogos oficiais por ali...

A mais de 5.300 metros de altitude, no Chacaltaya, perto de La  Paz, na Bolívia, em 1990

A mais de 5.300 metros de altitude, no Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia, em 1990


Enfim, no início de Julho de 1990, quando o Pico da Neblina ainda tinha mais de 3 mil metros, essa era uma de minhas expectativas na viagem que fizemos à Bolívia e Peru: pela primeira vez, chegar tão alto! Como será que nosso corpo reagiria?

Com o Haroldo e o Marcelo, na estação de esqui do Chacaltaya, a 5.300 m de altitude, perto de La  Paz, na Bolívia, em 1990

Com o Haroldo e o Marcelo, na estação de esqui do Chacaltaya, a 5.300 m de altitude, perto de La Paz, na Bolívia, em 1990


Bom, diz o bom senso e também a ciência que, para uma boa adaptação, é preciso dar tempo para que o corpo se acostume. Mudanças fisiológicas para lidar com menos oxigênio no ar são necessárias e tomam tempo. O problema é que tempo era o que não tínhamos, apenas 30 dias para atravessar o país, chegar ao Peru, visitar as principais cidades e atrações e voltar ao Brasil de barco, pelo rio Amazonas. Então, sem espaço para “frescuras”. Após uma merecida noite de sono em Santa Cruz de La Sierra, depois de uma dura viagem no famoso “trem da morte”, não titubeamos e enfrentamos 24 horas de ônibus numa viagem até La Paz, com uma rápida parada em Cochabamba.

A mais alta estação de esqui do mundo, perto do cume do Chacaltaya, perto de La  Paz, na Bolívia, em 1990

A mais alta estação de esqui do mundo, perto do cume do Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia, em 1990


Assim, saímos dos 500 metros de Sta Cruz, chegamos aos pouco mais de 2 mil de Cochabamba e já emendamos para os quase 4 mil de La Paz. Pronto, tínhamos chegado no topo! Tínhamos? Que nada...

Chegando à região do Chacaltaya, na Bolívia

Chegando à região do Chacaltaya, na Bolívia


Pertinho de La Paz há várias montanhas, algumas superando os 6 mil metros! Mas estas requerem tempo e habilidade de escalada. Mas há uma outra, chamada Chacaltaya, com quase 5.400 metros de altura, que era famosa por uma outra coisa: aí se encontrava a mais alta estação de esqui do mundo! Nós não esquiávamos, mas acontece que havia uma estrada até lá! Podia-se chegar de carro acima dos 5 mil metros! E o nosso livro-guia dizia que passeios eram oferecidos até lá. Ora, para nós brasileiros, a chance de chegar tão alto não podia ser perdida! Assim, desde a época do planejamento da viagem, já sonhávamos com esse passeio: chegar até a neve e a mais de 5 mil metros de altura!


Nosso caminho hoje, sempre por estradas de rípio: Saímos do centro de La Paz (A), seguimos para a montanha de Chacaltaya (B), onde a Fiona superou os 5.200 metros e, ao final do dia, chegamos ao hotel na belíssima região de Pampalarama (C)

Como tínhamos pouco tempo em La Paz, não podíamos perder tempo. Chegamos à cidade de manhã e já fomos procurar o Club Alpino, o único que oferecia esses passeios naquela época. Queríamos agendar o passeio para daí a dois dias, para ter pelo menos algum tempo de aclimatação. Mas eles disseram que não tinham nada agendado para aquela data, que a demanda estava pequena. Na verdade, nossa única chance seria na manhã seguinte mesmo, pois eles estariam levando uns suíços lá para cima, esquiadores que já estavam em La Paz há uma semana, para se aclimatar propriamente. Bem, sendo a única chance, não pudemos dizer não.

Lhamas pastoreiam na região do Chacaltaya, na Bolívia

Lhamas pastoreiam na região do Chacaltaya, na Bolívia


E assim, na manhã seguinte, de calça jeans, tênis e sacos plásticos entre as meias, estávamos prontos para seguir até lá encima. Os suíços ficaram impressionados (no mal sentido!) com nossa coragem (ou irresponsabilidade). De van, enfrentamos a estrada de terra rústica através do altiplano até o pé da montanha e depois as curvas intermináveis de subida. Tudo parecia bem até que, pouco acima dos 5 mil metros, a neve interrompeu a estrada. Dali em diante, só caminhando! Quase 300 metros de ganho vertical até a estação de esqui.

Lhamas pastoreiam na região do Chacaltaya, na Bolívia

Lhamas pastoreiam na região do Chacaltaya, na Bolívia


Os suíços carregavam suas pesadas mochilas, com equipamento e comida para os próximos dias. Nós, um lanche e a máquina fotográfica. Levinhos, saímos alegres e saltitantes, caminhando sobre a neve pela primeira vez na vida. Não demorou muito para, enfim, sentirmos a altitude. Faltava ar, faltava energia, as pernas e pulmões não mais obedeciam. Na base da força de vontade e do orgulho, seguíamos. Dois dos suíços com suas mochilonas nas costas me ultrapassaram, sobrando. Minha luta foi para chegar no alto antes que a mulher me alcançasse. Aí, já seria demais, hehehe. Lá no alto, me esperava o primo Haroldo, que sentiu menos o efeito da altitude. Para baixo, ficou o Marcelo, o outro companheiro de viagem. Quando ele finalmente chegou, estava passando mal e com muita dor de cabeça. Eu tinha melhorado um pouco e tivemos algum tempo para fotografar e admirar aquela imensidão branca, neve para todo lado, horizonte quase infinito à nossa frente. Mas tivemos de descer logo, pois o Marcelo não melhorava e os suíços, muito mais conscientes do que nós, já quase nos empurravam montanha abaixo.

Um belo lago entre as montanhas da região do Chacaltaya, na Bolívia

Um belo lago entre as montanhas da região do Chacaltaya, na Bolívia


Aí, descendo, todo santo ajuda, mas isso não impediu o Marcelo de vomitar algumas vezes. Eu estive bem até chegar em La Paz. Mas aí, fui tirar uma pequena pestana e só acordei 17 horas depois, o preço cobrado pelo organismo depois de tantos dias de viagem e de tanto esforço ao final. As lembranças do Chacaltaya mais se pareciam com um sonho. Principalmente depois de 23 anos...

Cascata de gelo na região do Chacaltaya, na Bolívia

Cascata de gelo na região do Chacaltaya, na Bolívia


Pois é, 23 anos depois, eis que estou de volta à La Paz. Dessa vez, acompanhado da amada esposa e vindos no sentido contrário, do Peru. Isso quer dizer que já estávamos muito bem aclimatados, pelo menos até os 4 mil metros. Além disso, ao contrário de 1990, quando nunca havia estado acima dos 3 mil metros anteriormente, agora tenho no currículo alguns picos acima dos 6 mil metros. Enfim, as circunstâncias são bem diferentes.

Um dos lagos na região do Chacaltaya, na Bolívia

Um dos lagos na região do Chacaltaya, na Bolívia


Diferentes para nós e para o Chacaltaya também. A montanha foi uma das primeiras vítimas das famosas “mudanças climáticas” e há muito tempo a pista de esqui foi desativada. Não há mais a neve necessária e as geleiras que descem das montanhas diminuem a olhos vistos, ano após ano. A paisagem que me esperava por lá era completamente diferente daquela que tinha em minhas enubladas memórias.

Estrada interrompida pela neve chegando ao Chacaltaya, na Bolívia

Estrada interrompida pela neve chegando ao Chacaltaya, na Bolívia


Além disso, dessa vez estamos de Fiona e não dependemos de agências! Se bem que, quando fomos a uma agência perguntar sobre as condições de estrada, disseram que dificilmente encontraríamos o caminho. Mas, na época do GPS, não dá para levar muito a sério uma conversa dessas...

A montanha que subimos na região do Chacaltaya, na Bolívia

A montanha que subimos na região do Chacaltaya, na Bolívia


E assim foi, curiosíssimos, deixamos nosso hotel hoje rumo ao Chacaltaya. A ideia era dirigir até o alto da montanha e, ainda hoje, tentar chegar em Coroico, descendo a notória “Carretera de la Muerte”. Caso não desse tempo, dormiríamos em algum lugar no caminho. Mas o foco principal era mesmo o Chacaltaya.

Início de caminhada em montanha na região do Chacaltaya, na Bolívia

Início de caminhada em montanha na região do Chacaltaya, na Bolívia


Conforme o esperado, o GPS nos guiou para fora da capital e de lá, através de pequenas estradas, até o grupo de montanhas onde está o Chacaltaya. Paisagem grandiosa, lhamas pastando com as montanhas nevadas ao fundo. Visão de se perder o fôlego, e não estou falando da altitude não! Por fim, já acima dos 4.500 mil metros, chegamos aos pés das montanhas. Até dava para ver uma pequena casinha lá encima. A memória antiga daquela paisagem aparecia em flashes para mim.

Caminhando na neve na região do Chacaltaya, na Bolívia

Caminhando na neve na região do Chacaltaya, na Bolívia


Nesse ponto, uma bifurcação na estrada. Pela esquerda, a estrada contornava o vale e subia a montanha pelo lado. Pela direita, a estrada descia o vale e, mais adiante, subia a montanha frontalmente. Seguimos o que dizia o GPS, para o lado direito, vale abaixo. Lá embaixo, uma base aparentemente abandonada e uma porteira trancada que conseguimos contornar com o carro, seguindo rastros frescos. A partir daí, uma contínua subida, curva após curva, estrada estreita e pouco confiável, desviando de precipícios. Paisagem cada vez mais bela.

Início da subida de montanha na região do Chacaltaya, na Bolívia

Início da subida de montanha na região do Chacaltaya, na Bolívia


Pelo GPS, fomos monitorando a altitude. Grande emoção ao superar os 5 mil metros. Grande expectativa ao superar os 5.080 metros, o antigo recorde da Fiona, na fronteira entre Chile e Bolívia, quando íamos do Atacama para o Salar de Uyuni. Grande curiosidade para ver até onde chegaríamos!

Voltando para a Fiona após caminhada em montanha na região do Chacaltaya, na Bolívia

Voltando para a Fiona após caminhada em montanha na região do Chacaltaya, na Bolívia


Mas, estava cada vez mais claro que aquela não era a estrada para a antiga estação de esqui. Onde será que estávamos? Bem, o que importa era que estávamos subindo! Foi quando, logo após os 5.200 metros, a estrada foi interrompida pela neve. Como há 23 anos atrás. E ainda havia uma montanha a frente de nós... Não tivemos dúvida, a Fiona ficaria por ali e nós continuaríamos. Se as rodas da Fiona não podiam enfrentar aquela neve, nossas botas estavam prontas para isso! Vamos ver até onde conseguiríamos chegar...

Muito gelo e neve em caminhada na região do Chacaltaya, na Bolívia

Muito gelo e neve em caminhada na região do Chacaltaya, na Bolívia

Bolívia, La Paz, Chacaltaya, montanha, trilha

Veja todas as fotos do dia!

Não se acanhe, comente!

As Bahamas!

Bahamas, New Providence - Nassau

Cruzeiros ancorados em Nassau

Cruzeiros ancorados em Nassau



Não faz muito tempo um dos astronautas que passou uma temporada na Estação Espacial Internacional afirmou que, visto do espaço, o mar mais bonito do planeta era o do Caribe. Viajando de avião de Miami para Nassau, entendi o que ele disse. Os nossos olhos simplesmente não querem acreditar na cor do mar. É impressionante! Me desculpem os habitantes das ilhas gregas, da polinésia ou de Seycheles, mas o astronauta tinha razão: esse mar não existe!

Começando do começo, arrumamos o melhor possível a bagunça que tínhamos feito no apartamento do Marcelo e da Su, deixamos algumas coisas lá para pegar na volta e fomos para o aeroporto de taxi. O embarque, apesar das costumeiras revistas, é super eficiente (como quase tudo por aqui) e logo já estávamos livres para passear e enrolar no aeroporto. Para minha surpresa e decepção, não encontramos nenhuma rede wi-fi gratuita no aeroporto. Mas descobri que, por 9,95, vou ter acesso a maior rede de redes wi-fi dos EUA (aeroportos, hoteis, Starbucks, McDonalds, etc...), por todo o período que estiver por aqui, com a Fiona, no ano que vem. Parece um bom negócio!

Por fim, embarcamos no ônibus que nos levaria ao avião e, das 10 pessoas ali presentes, 5 eram brasileiros. Depois de não ver nenhum em Key West, já estava ficando com "saudades".

O vôo sobre o Caribe foi aquele desbunde! Outros passageiros do avião, já acostumados com o paraíso, devem ter se divertido com o nosso entusiasmo olhando pela janela. Depois, chegando ao aeroporto, também ficamos muito bem impressionados com a alfândega. Enquanto esperávamos a nossa vez na fila, tinha uma banda de música local tocando no saguão. Muito jóia mesmo!

Banda de música no lopbby do aeroporto

Banda de música no lopbby do aeroporto



Aqui em Nassau o nosso simpático motorista de táxi nos levou a dois hotéis que não tinham vagas e ainda sugeriu o terceiro, que foi aonde nos hospedamos, o Towne Hotel, bem no centro. Nós temos reservas para vários lugares do nosso tour caribenho, mas aqui foi uma das cidades que eu deixei para ver na hora. E foi uma boa escolha: 95 dólares para um hotel bem localizado, com piscina e terraço, banheiro no quarto e café da manhã.

Bem instalados, fomos passear no pequeno centro da cidade, que é todo preparado para receber as hordas diárias de milhares de turistas que chegam para passar o dia, a bordo dos vários barcos-cruzeiro que navegam pela região. Mercados de artesanato e lojas de bebidas, jóias e perfumes duty-free. Falando em cruzeiros, tinham 5 ancorados por aqui ontem, inclusive o maior do mundo. Todos lado a lado, em suas vagas de "estacionamento". É uma visão grandiosa! O incrível é que, mesmo com todo esse movimento,a água do porto continua transparente. Parece uma pintura.

Adolescentes brincando no pier com cruzeiros ao fundo

Adolescentes brincando no pier com cruzeiros ao fundo



Já no final da tarde, eu e a Ana fomos à praia aqui perto do centro. No caminho, fizemos um pitstop num botequinho onde conhecemos o Fred e a Karen, tio e sobrinha que tomam conta do lugar. Ficamos impressionados com a simpatia deles. O livro que temos já havia advertido da simpatia do povo das Bahamas, mas mesmo assim ficamos surpresos. Imagino que tenha algo a ver com o paraíso natural em que vivem... A praia também foi muito, muito legal. Água verde transparente, paradinha e com temperatura bem agradável. Final de tarde, o sol se pondo majestosamente no oeste, pouquíssimas nuvens para atrapalhar o espetáculo. E, como nada está tão bom que não possa ser melhorado, bem perto de nós um grupo de adolescentes locais se divertia dançando, cantando e se jogando de um pier no mar maravilhoso. Cantavam a alegria de viver nesse lugar. E para contrastar com essa imagem bucólica, logo atrás deles no nosso campo de visão, partiam, um a um, os enormes cruzeiros para seu destino de amanhã, onde seus passageiros poderão comprar mais perfumes, bebidas e jóias duty-free. Esses barcos gigantescos, com mais de 200 metros de cumprimento, passavam ali, do nosso lado, nas mesmas águas que estávamos nadando. Pitoresca, a situação.

Rodrigo, com navio cruzeiro ao fundo, em Nassau

Rodrigo, com navio cruzeiro ao fundo, em Nassau



Por fim, de noite, fomos a um bairro típico daqui, cheio de restaurantes frequentados basicamente por locais (de noite, restam poucos turistas aqui, já que as hordas invasoras já retornaram aos seus barcos). Eu e a Ana comemoramos aqui exatos 11 meses de casados, ouvindo música caribenha, tomando Sand (cerveja local) e comendo conch salad (comida bem local também). Mild, porque a spicy, acho que não conseguiríamos.

Um dia inesquecível para celebrar essa data, que também foi nosso 13o dia de viagem. Dia da sorte, diria o Zagalo.

Bahamas, New Providence - Nassau, Praia

Veja todas as fotos do dia!

Quer saber mais? Clique aqui e pergunte!

Obsessão Nacional

Argentina, Ushuaia

Chegando em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, uma das placas mais comuns de se ver em todas as estradas argentinas

Chegando em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, uma das placas mais comuns de se ver em todas as estradas argentinas


Costumam dizer que o futebol e o samba são símbolos nacionais, paixões que unem todo o país. O mesmo vale para a Argentina, também com o futebol, mas trocando o samba pelo tango. Afirmações nitidamente equivocadas, nos dois casos. No Brasil, em muitas regiões, estilos musicais como o sertanejo ou o axé são muito mais populares do que o samba. Mesmo o futebol, são centenas de milhares de pessoas que preferem o vôlei, basquete, automobilismo ou mesmo, simplesmente, nenhum esporte. Talvez a final de uma Copa do Mundo tenha o poder de unir todo o país, mas um evento tão raro não pode ser prova para aquela afirmação tão ampla. Na Argentina, vale exatamente os mesmíssimos argumentos, com a diferença, talvez, de que o futebol por lá seja relativamente mais popular e levado a sério que no Brasil.

Resquícios da Guerra das Malvinas, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina

Resquícios da Guerra das Malvinas, em Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina


Mas, se há alguma coisa que chega perto de unir todos os argentinos, de sexos, idades, cores, credos e estratos sociais distintos, é o tema das Malvinas. Mais do que uma paixão, é uma verdadeira obsessão. Basta dirigirmos um pouco pelas estradas em qualquer parte do país e logo aparecerá aquela que é a placa mais comum nas rodovias: “Las Malvinas son Argentinas!”. Foi o que vimos, só para variar um pouco, na estrada entre Rio Grande e Ushuaia, ontem de tarde. E, na verdade, volto a esse assunto porque hoje, ao voltarmos para a cidade depois de um dia de explorações pelos arredores de Ushuaia (assunto do próximo post!), nos deparamos com mais um memorial sobre o tema. Mais que memorial, uma exposição de painéis fotográficos inaugurada por ocasião dos 30 anos da guerra completados no ano passado. Nós paramos para ver e, para minha grata surpresa, não se tratava de uma patriotada, mas de uma exposição muito sensível, sincera, informativa e justa.

Monumento relembrando os mortos na Guerra das Malvinas (Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina)

Monumento relembrando os mortos na Guerra das Malvinas (Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina)


Um dos painéis fotográficos da exposição sobre a Guerra das Malvinas, em praça de Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina)

Um dos painéis fotográficos da exposição sobre a Guerra das Malvinas, em praça de Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina)


Já tratei do tema da guerra nesse post, que aliás, ao relê-lo agora, achei que está muito bom e completo. Quem nos acompanha sabe que já passamos pelas Malvinas (ou Falkland) nessa viagem e podemos dizer que tivemos acesso aos dois lados da história. Aqui na Argentina, fizemos amigos ricos e pobres, jovens e velhos, homens e mulheres, esquerdistas e direitistas, e sempre que tivemos chance, discutimos o tema. É claro que as opiniões variam nos seus detalhes e meandros, mas a conclusão é sempre a mesma: “Las Malvinas son Argentinas”. Certamente, a memória fresca da guerra perdida e dos compatriotas mortos acirra ainda mais o sentimento. E, claro, as placas espalhadas pelo país não deixam o assunto ser esquecido.

Soldados argentinos caminham para o embarque para as ilhas Malvinas no início da guerra(fotografia em exposição em praça de Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina)

Soldados argentinos caminham para o embarque para as ilhas Malvinas no início da guerra(fotografia em exposição em praça de Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina)


Por isso gostamos da exposição que vimos hoje. Ela não tenta “acirrar” os ânimos. Mostra, nua e cruamente, como foi a guerra, sem questionar suas razões ou tomar partido. São fotos que mostram os soldados partindo do continente para as ilhas, sentimento patriota estampado em seus olhares temperado por um certo medo que a coisa se torne mais séria. Depois, fotos dos soldados entrincheirados em Port Stanley, a guerra já uma certeza, mas ainda longe no mar. As manchetes dos jornais argentinos, como era de se esperar, nada fazem para acalmar os ânimos. Aliás, até poucos dias antes da derrota final, boa parte do país ainda tinha a certeza da vitória. Numa época sem internet, ainda era bem mais fácil para o governo não só controlar o fluxo de informações como também “deturpá-lo um pouquinho”.

Soldados argentinos leem jornais entrincheirados nas Malvinas no início da guerra (fotografia em exposição em praça de Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina)

Soldados argentinos leem jornais entrincheirados nas Malvinas no início da guerra (fotografia em exposição em praça de Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina)


Outras fotos mostram soldados ingleses lavando e preparando seus aviões para a batalha enquanto argentinos correm esbaforidos nos últimos dias de uma resistência quase heroica para defender a capital da ilha, Puerto Argentino na nomenclatura local. Por fim, não poderia faltar, a volta para casa, seja em caixões, seja com os rostos envergonhados e cansados por uma guerra sem sentido, inútil e idiota.

Soldados ingleses lavam asa de avião antes de novo bombardeio contra tropas argentinas durante a Guerra das Malvinas (fotografia em exposição em praça de Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina)

Soldados ingleses lavam asa de avião antes de novo bombardeio contra tropas argentinas durante a Guerra das Malvinas (fotografia em exposição em praça de Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina)


Para quem vê essa história de fora, é fácil ver como um sentimento até certo ponto legítimo pode ser explorado por correntes políticas as mais variadas, da extrema direita corrupta e sanguinária à esquerda populista e inconsequente. O pseudo-patriotismo sempre pode ser usado para unir o país e desviar olhos e críticas de outras questões muito mais importantes. Não estou dizendo que as placas espalhadas pelo país tem esse objetivo, mas certamente ajudam nessa estratégia, a de ter sempre um az na manga para os momentos de crise.

Soldados argentinos caminham em uma Port Stanley já sitiada pelos ingleses, nos últimos dias da Guerra das Malvinas (fotografia em exposição em praça de Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina)

Soldados argentinos caminham em uma Port Stanley já sitiada pelos ingleses, nos últimos dias da Guerra das Malvinas (fotografia em exposição em praça de Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina)


Quanto às Malvinas, já disse no post citado acima e repito aqui: a questão não será solucionada nessa geração. Mas pode começar a ser “encaminhada”. Os argentinos precisam reconquistar os corações e mentes daqueles que lá vivem, os kelpers. Trabalho de muito longo prazo, pois muitos dos que lá estão passaram pelos horrores da guerra. A pressão econômica e política deveria cessar. Acordos de amizade e ajuda recíproca deviam ser assinados. Boa saúde e educação deveriam ser oferecidos aos habitantes da ilha. Obras de infraestrutura implementadas. Intercâmbios culturais. A proximidade geográfica torna claro que, dentro de um ambiente lógico e racional, há muito mais sinergia econômica daquelas ilhas com a Argentina do que com a Inglaterra. Mas, acima de tudo, é preciso um país sério e com ambiente político estável e previsível. Nada de aventuras populistas com viés antidemocrático. Muito menos, ditaduras corruptas ou sangrentas. Paciência e racionalidade. O que são duas gerações comparadas com o tempo de vida de uma nação?

Monumento relembrando os mortos na Guerra das Malvinas (Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina)

Monumento relembrando os mortos na Guerra das Malvinas (Ushuaia, no sul da Terra do Fogo, na Argentina)

Argentina, Ushuaia, Falkland, história, Malvinas

Veja todas as fotos do dia!

A nossa viagem fica melhor ainda se você participar. Comente!

Bék t'Néssa

Bahamas, New Providence - Nassau

Straw Market - Nassau - Bahamas

Straw Market - Nassau - Bahamas


Voltamos mais uma vez para Nassau. Já nos sentimos locais, he he he. Caminhamos pelas ruas de forma malandra, sabemos onde estão as lojas, bares, praias. No aeroporto, acho que devido às nossas caixas pretas de mergulho, o pessoal já nos reconhece. Ao invés do "Welcome to Nassau", ouvimos "Welcome back!".

Aqui no hotel, também já nos sentimos em casa e somos tratados como tal. Até a arara acho que nos reconheceu. Hoje, ela veio andando para perto de mim e, bem baixinho, de forma respeitosa, disse o seu conhecido "Hello". Quase um cochicho. Cochichei de volta. Já somos amigos!

Aproveitamos o dia para descançar na praia, lavar roupa, pegar dinheiro no banco, colocar a internet em dia, rever "antigos" amigos, tirar algumas fotos. Bem tranquilo.

Straw Market - Nassau - Bahamas

Straw Market - Nassau - Bahamas


Amanhã, um novo país. Ou quase. Turks e Caicos ainda é parte do Reino Unido. Vamos ficar lá 5-6 dias. Aos poucos, vou dando informações do país.

Deixamos as Bahamas já com saudades. Poderíamos ter passado um mês por aqui, facilmente. Ilhas e lugares paradisíacos não faltam. Talvez a gente volte, quando chegarmos à Flórida, com a Fiona. Para ir à outras ilhas. Bimini, Ábacos, Exumas... opções não faltam. Mas, ao voltarmos, certamente este é um lugar que devemos passar novamente, centro do país. Back to Nassau ou, como eles falam, "Bék t'Néssa".

Cervejas das Bahamas

Cervejas das Bahamas


Cartaz no bar do Fred

Cartaz no bar do Fred

Bahamas, New Providence - Nassau,

Veja todas as fotos do dia!

A nossa viagem fica melhor ainda se você participar. Comente!

Visitando Brennand e a Veneza Brasileira

Brasil, Pernambuco, Recife

Armaduras medievais no museu Ricardo Brennand, em Recife - PE

Armaduras medievais no museu Ricardo Brennand, em Recife - PE


Hoje retornamos ao Recife. Passamos 5 dias muito agradáveis por lá há quase um ano. Ficamos muito bem instalados em Boa Viagem e, além do curso de mergulho, pude correr bastante pela orla, visitamos o centro antigo, conhecemos a night de Boa Viagem e do centro.

Cafeteria do museu Ricardo Brennand, em Recife - PE

Cafeteria do museu Ricardo Brennand, em Recife - PE


Confesso termos ficado agradavelmente surpresos com a beleza do centro antigo e a riquesa de sua história, principalmente da época de domínio holandes. O Conde de Nassau, principal governante holandes do período, trouxe para cá pintores, arquitetos e cientistas para que explorassem e entendessem o Novo Mundo. Aqui, nesta época, foram construídas as primeiras grandes pontes da América. A cidade foi planejada, grandes prédios públicos levantados e até o primeiro jardim zoobotânico implantado. Havia tolerância religiosa e até uma colônia judaica se estabeleceu. Com a reconquista portuguesa, os judeus foram expulsos de Recife indo se instalar numa cidade que acabava de nascer: Nova Amsterdam, que depois virou Nova York. Pois é, os judeus expulsos daqui deram origem aos poderosos judeus novaiorquinos que na visão de muitos conspiracionistas, controlam o mundo. Recifences...

Estátua no museu Ricardo Brennand, em Recife - PE

Estátua no museu Ricardo Brennand, em Recife - PE


Essa guerra de reconquista portuguesa, além de expulsar os futuros "donos do mundo", também é considerada marco do início do sentimento da nacionalidade brasileira. Afinal, negros, índios e brancos portugueses se uniram para expulsar o invasor. Na mais importante das batalhas desse período, a Batalha dos Guararapes, nasce o exército brasileiro. Também é dessa época outra importante personagem da nossa história, o famoso Calabar. Para muitos, sinônimo de traidor (passou para o lado dos holandeses), para outros um visionário, tem uma história interessantíssima.

museu Ricardo Brennand, em Recife - PE

museu Ricardo Brennand, em Recife - PE


Para lá voltamos eu e a Ana hoje. Primeiro para o Museu do Instituto Ricardo Brennand. Coisa de primeiro mundo! Uma pinacoteca e uma biblioteca contendo rico acervo da época do período holandes e um "castelo" com uma das mais completas coleções de armamentos dos períodos medieval e moderno que existe no mundo. Tudo isso numa bela área na periferia de Recife. Com certeza, vale a visita!

Parque de esculturas de Francisco Brennand no porto de Recife - PE

Parque de esculturas de Francisco Brennand no porto de Recife - PE


Mais tarde, fizemos um passeio de catamaran pelos rios de Recife conhecendo e revendo praças, prédios históricos, pontes e o parque de esculturas de Francisco Brennand (primo de Ricardo - que família!) no porto. Recife, que com algum exagero se intitula a Veneza do Brasil, está construída sobre várias ilhas formadas pelos rios Jaguaribe, Pina e outros e navegar por esse rios nos leva a ter uma outra visão da cidade. Vários prédios e pontes já ostentam a iluminação natalina e o passeio é muito agradável, além de informativo, pois um guia vai contando a história dos locais avistados.

Decoração natalina da cidade vista durante passeio de catamarã no rio Capibaribe, em Recife - PE

Decoração natalina da cidade vista durante passeio de catamarã no rio Capibaribe, em Recife - PE


Terminamos a noite no Bar Central, perto da Assembléia Legislativa, que é o prédio que ostenta mais luzes natalinas. Ambiente universitário e intelectualizado, aperitivos da melhor qualidade e até aquela deliciosa cerveja argentina (Quilmes).

Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco vista durante passeio de catamarã no rio Capibaribe, em Recife - PE

Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco vista durante passeio de catamarã no rio Capibaribe, em Recife - PE


Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco vista durante passeio de catamarã no rio Capibaribe, em Recife - PE

Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco vista durante passeio de catamarã no rio Capibaribe, em Recife - PE


Logo ali perto, um monumento em honra a Chico Science. Aliás, isso me faz lembrar de um coisa: eu costumo medir a efervescência cultural de uma cidade pela grossura do caderno de cultura do principal jornal da ciade. A gente lá do sul não tem muita idéia, mas Recife transborda em cultura. Acho que, pela minha medida, só fica para trás das gigantes São Paulo e Rio e deixa para trás outros centros culturais como Salvador, BH, Brasília e Porto Alegre. Programas e variedade cultural autêntica não faltam por aqui. Viva a cultura e história do Recife!

Monumento a Chico Science, em Recife - PE

Monumento a Chico Science, em Recife - PE

Brasil, Pernambuco, Recife,

Veja todas as fotos do dia!

Participe da nossa viagem, comente!

Nosso Voo Particular

Haiti, Port-au-Prince, Cap-Haitien, Citadelle

Ainda em Port-au-Prince, esperando o nosso voo para Cap-Haitien, no norte do país

Ainda em Port-au-Prince, esperando o nosso voo para Cap-Haitien, no norte do país


Planejando nossa viagem ao Haiti, logo percebemos que uma das dificuldades seria o deslocamento dentro do país. O aluguel de carros é caríssimo e as viagens de ônibus, muito demoradas. Para nós que tínhamos tão poucos dias e, ao mesmo tempo, queríamos ver o máximo possível, esse era um problema. Queríamos conhecer a capital e também a cidade de Cap-Haitien, a segunda mais importante do Haiti, na costa norte do país. Entre uma e outra, uma longa viagem de ônibus, mais de seis horas na estrada.

Abordando nosso voo particular entre Port-au-Prince e Cap-Haitien, no norte do país

Abordando nosso voo particular entre Port-au-Prince e Cap-Haitien, no norte do país


Abordando nosso voo particular entre Port-au-Prince e Cap-Haitien, no norte do país

Abordando nosso voo particular entre Port-au-Prince e Cap-Haitien, no norte do país


A solução era voar entre elas, cortar o tempo de viagem para meros 25 minutos. Nosso livro-guia indicava uma companhia, a mais confiável do país. Fomos buscá-la na internet e descobrimos que já não existe há mais de dois anos! Então, pesquisa daqui, procura dali, achamos outras, chamada Sunrise. Para minha alegria, tinha um site na internet e até vendia passagens online! Ainda na República Dominicana, compramos nossos tickets para o dia 24.

voo entre Port-au-Prince e Cap-Haitien, as duas principais cidades do Haiti

voo entre Port-au-Prince e Cap-Haitien, as duas principais cidades do Haiti


Hoje, no pequeno aeroporto doméstico da cidade, percebi que a atendente me olhava com curiosidade. Fomos chamados para a sala VIP e lá o gerente veio me dizer: “Vocês estrearam nosso sistema de vendas online! Tínhamos colocado o site no ar poucas horas antes!”. Queriam saber quando voaríamos com eles novamente, para poder nos dar um bom desconto de prêmio. É, não sabemos quando vai ser, mas o nosso nome está anotado lá, hehehe.

Apenas nós no avião entre Port-au-Prince e Cap-Haitien, no norte do Haiti

Apenas nós no avião entre Port-au-Prince e Cap-Haitien, no norte do Haiti


Pouco mais tarde, pouco antes do horário do voo, descobrimos que éramos os únicos passageiros da viagem, num avião com capacidade para umas vinte pessoas. Então, seríamos tratados a pão de ló, pelos funcionários e pelo piloto!

Sobrevoando Port-au-Prince, no voo para Cap-Haitien, no norte do Haiti

Sobrevoando Port-au-Prince, no voo para Cap-Haitien, no norte do Haiti


Sobrevoando o interior do Haiti, no voo entre a capital Port-au-Prince e Cap-Haitien, no norte do país

Sobrevoando o interior do Haiti, no voo entre a capital Port-au-Prince e Cap-Haitien, no norte do país


Ele disse que o avião e o voo eram “nossos”, poderíamos sentar onde quiséssemos e até instruiu qual seria o melhor lado para tirar fotografias. A grande atração seria o sobrevoo da Citadelle, a maior fortaleza do Caribe, construída no início do século XIX no alto de uma montanha para defender o país de uma possível invasão dos franceses.

Pouco antes de chegar à Cap-Haitien, sobrevoando a colossal Citadelle, a maior fortaleza do Caribe

Pouco antes de chegar à Cap-Haitien, sobrevoando a colossal Citadelle, a maior fortaleza do Caribe


A tal fortaleza fica um pouco antes de chegarmos à Cap-Haitiens. É nosso plano visitá-la nos próximos dias, mas vê-la aqui de cima, de tão perto, foi um presente inesperado. Mais uma lembrança dessa nossa bela experiência que foi voar aqui no Haiti.

Pouco antes de chegar à Cap-Haitien, sobrevoando a colossal Citadelle, a maior fortaleza do Caribe

Pouco antes de chegar à Cap-Haitien, sobrevoando a colossal Citadelle, a maior fortaleza do Caribe

Haiti, Port-au-Prince, Cap-Haitien, Citadelle,

Veja todas as fotos do dia!

Gostou? Comente! Não gostou? Critique!

A Bagunça Nossa de Cada Dia

Brasil, Bahia, Salvador

Nossas mochilas e equipamentos, em Salvador - BA

Nossas mochilas e equipamentos, em Salvador - BA


Não é fácil carregar nossa casa e nossa vida junto conosco e ter de, a cada três ou quatro dias, descarregá-la ou rearrumá-la. Se tivéssemos um trailer ou motor home, acho que seria mais fácil. Mas nós temos é a Fiona, que consegue nos levar à vários lugares inacessíveis para motor homes, mas que não é uma casa...

Assim, para facilitar as nossas vidas, dividimos nossas coisas naquelas que consideramos essenciais e naquelas que podem ficar guardadas por mais tempo. Quando chegamos nas pousadas, descarregamos as primeiras e deixamos as outras guardadinhas na Fiona. Conosco, vão uma mochila grande para cada um (basicamente as roupas) e algumas mochilas menores, que inclusive viajam no banco traseiro, que contem os computadores, máquinas fotográficas, livros e coisas menores. E também os travesseiros, que carregamos para todo lado. Com isso, metade da nossa noite bem dormida está garantida...

Nossas mochilas e equipamentos, em Salvador - BA

Nossas mochilas e equipamentos, em Salvador - BA


Nas pousadas, sempre procuramos quartos maiores (quando há!), de preferência com uma cama extra, que é onde depositamos nossa bagunça. São raras as vezes em que animamos de desfazer toda a mochila e colocar as roupas nos armários. Elas acabam ficando na mochilas mesmo, abertas, no quarto. Fica aquele ar bagunçado, com o qual já estamos acostumados mas que, de vez em quando, não aguentamos mais.

No carro ficam caixas com material mais pesado e também uma grande "mala-armário", onde a Ana dexa uma reserva de roupas. Quando ela se enche das rupas que está usando, ou quando mudamos de clima, ela faz uma "grande mudança", trocando roupas da sua mochila com a mala-armário. Também há outra mochila lá, não tão grande como a mala-armário, com roupa de cama (que ainda não usamos), toalhas e casacos meus, para quando chegarmos à terras mas frias.

Tentando organizar nossas coisas, em Salvador - BA

Tentando organizar nossas coisas, em Salvador - BA


As exceções à rotina que descrevi acima ocorrem em duas situações: primeiro, quando chegamos em algum lugar em que deixamos a Fiona mais longe e temos de caminhar bastante. Por exemplo, lá em Boipeba e Morro de S. Paulo. Aí, juntamos o essencial do essencial em uma mochila cada um e o resto fica na Fiona. Segundo, quando chegamos numa base mais "caseira", como Curitiba, Ribeirão ou aqui em Salvador, na casa da Monica. Aí, com mais tempo e espaço, desmontamos toda a Fiona. É hora de arrumação geral e de banho na nossa companheira!

Foi o que fizemos ontem, boa parte do dia. Desmontamos a Fiona, lavamos muita coisa, mexemos muito na internet e computadores. No final do dia, um tempinho para ir ao shopping Iguatemi. Pudemos até ir ao cinema. O último tinha sido em Goiânia! Ontem, vimos Tropa de Elite. O mar daqui, só vimos de longe...

Mar visto da casa de Mônica, em Salvador - BA

Mar visto da casa de Mônica, em Salvador - BA


O que deu para perceber é que tanto tempo longe de cidade grande nos fez ficar meio "Chico Bentos". Foi um drama conseguir chegar no shopping, encontrar a entrada do estacionamento e estacionar a Fiona. Ufffffff... Vida muito complicada, essa de cidade grande...

Brasil, Bahia, Salvador,

Veja todas as fotos do dia!

Quer saber mais? Clique aqui e pergunte!

Cada Vez Mais Perto

Argentina, Purmamarca, Susques

Piscina para extração de sal nas Salinas Grandes, próximo ao Paso de Jama, fronteira entre Argentina e Chile

Piscina para extração de sal nas Salinas Grandes, próximo ao Paso de Jama, fronteira entre Argentina e Chile


A noite em Purmamarca foi deliciosa, assim como o café da manhã. Mas aí, antes de partirmos, perguntamos da situação do Paso de Jama e a resposta tinha um lado bom e um lado ruim. O lado bom é que estava aberto! O lado ruim é que, para passar por lá, era necessário chegar na fronteira até às 10:30. Não tínhamos mais tempo hábil para isso. Pelo menos, não hoje.

Venda de roupa na praça de Purmamarca - Argentina

Venda de roupa na praça de Purmamarca - Argentina


Assim, ganhamos mais um dia na Argentina. Começamos aproveitando esse tempo extra passeando na simpática Purmamarca, que fica bem ao pé das famosas montanhas coloridas de Humahuaca. A cidade vem experimentando um boom do turismo nos últimos anos e vários hotéis charmosos foram construídos. São muitos turistas, argentinos e estrangeiros, passeando na cidade e a usando como base para visitar a região

Purmamarca - Argentina. Ao lado das montanhas coloridas

Purmamarca - Argentina. Ao lado das montanhas coloridas


Nós ficamos por lá até perto do meio dia, passeando nas suas ruas pitorescas e aproveitando também a internet do hotel. Depois, pé na estrada rumo a Susques, uma pequena vila a 4 mil metros de altitude e à cerca de uma hora da fronteira. Assim, amanhã, será fácil chegar até o Paso de Jama antes do prazo final das 10:30.

Chegando novamente às Salinas Grandes, no caminho para o Paso de Jama, entre Argentina e Chile

Chegando novamente às Salinas Grandes, no caminho para o Paso de Jama, entre Argentina e Chile


No caminho, a enorme subida que nos leva a mais de 4.200 metros de altitude para depois baixarmos uns 600 metros e cruzarmos as Salinas Grandes, nossa velha conhecida. Diferente da outra vez, quando lá chegamos no final da tarde, hoje ainda era um horário cheio de turistas passeando pela enorme planície de sal. Nós também nos embrenhamos por lá, chegamos até os pontos de exploração de sal e tiramos muitas fotos dessa linda paisagem, agora com uma luz bem diferente daquela luz de fim de tarde do outro dia.

Piscina para extração de sal nas Salinas Grandes, próximo ao Paso de Jama, fronteira entre Argentina e Chile

Piscina para extração de sal nas Salinas Grandes, próximo ao Paso de Jama, fronteira entre Argentina e Chile


Uns 40 min mais à frente chegamos à minúscula e rústica Susques. Para nossa agradável surpresa, um simpático hotel que tinha até internet nos esperava. Assim, pudemos trabalhar mais um pouco, lanchar e nos preparar para a gélida noite que se aproximava. A gerente do hotel nos disse que, algumas semanas antes, a temperatura chegou a vinte graus negativos! Mas agora já não estava tão frio. Teríamos temperaturas negativas, certamente, mas não aquele exagero!

Lhamas passeiam tranquilamente na estrada que corta a puna em direção ao Paso de Jama, entre Argentina e Chile

Lhamas passeiam tranquilamente na estrada que corta a puna em direção ao Paso de Jama, entre Argentina e Chile


Enfim, tudo pronto para, amanhã, chegarmos a um novo país, o Chile. Entrando por aqui, pelo Paso de Jama, já chegaremos diretamente em San Pedro, a capital turística do deserto do Atacama e um dos principais destinos turísticos do continente!

Nosso hotel aos 4 mil metros de altitude em Susques, última cidade antes do Paso de Jama, entre Argentina e Chile

Nosso hotel aos 4 mil metros de altitude em Susques, última cidade antes do Paso de Jama, entre Argentina e Chile

Argentina, Purmamarca, Susques,

Veja todas as fotos do dia!

Diz aí se você gostou, diz!

O Lago Gelado e os Fiordes

Islândia, Skaftafell, Breidalsvík

Visita ao lago cheio de icebergs aos pés da geleira Vatnajökull, no Parque de Skaftafell, no sul da Islândia

Visita ao lago cheio de icebergs aos pés da geleira Vatnajökull, no Parque de Skaftafell, no sul da Islândia


Depois do nosso longo trekking sobre a geleira Vatnajokull, era hora de pegarmos o carro e seguirmos viagem para o leste da Islândia, a terra dos fiordes. Mas primeiro teríamos de contornar a própria geleira e, lá do outro lado, parar em outra atração turística muito famosa nesse país, o Jökulsárlón, o lago dos icebergs.



Esse lago não é antigo. Na verdade, é bem recente, tendo “nascido” na década de 40 com a retração da gigantesca geleira. Teria sido um primeiro aviso de um aquecimento global? Ninguém pode ter certeza, mas o fato é que a geleira não parou mais de retroceder e o lago de crescer. Na década de 70 ele já tinha 10 km2 e hoje, praticamente o dobro disso. É também o lago mais fundo do país, com quase 200 metros de profundidade (abaixo do nível do mar!).

Uma das línguas da maior geleira da Europa, a Vatnajökull, no Parque de Skaftafell, no sul da Islândia

Uma das línguas da maior geleira da Europa, a Vatnajökull, no Parque de Skaftafell, no sul da Islândia


Pequenos icebergs da geleira Vatnajökull flutuam em lago de água doce, no Parque de Skaftafell, no sul da Islândia

Pequenos icebergs da geleira Vatnajökull flutuam em lago de água doce, no Parque de Skaftafell, no sul da Islândia


Porém a sua beleza não está nesses números, mas na beleza de sua superfície azul, onde flutuam centenas de icebergs de todos os tamanhos, provenientes da geleira que retrocede a cada dia, liberando enormes pedaços de gelo. Os icebergs flutuam livremente pela superfície do lago até encalharem no raso canal que o conecta com o mar. Aí, eles tem de esperar pelo seu derretimento, pelo menos até ficarem pequenos o suficiente para passar pelo canal e chegarem ao mar.

Pequenos icebergs da geleira Vatnajökull flutuam em lago de água doce, no Parque de Skaftafell, no sul da Islândia

Pequenos icebergs da geleira Vatnajökull flutuam em lago de água doce, no Parque de Skaftafell, no sul da Islândia


Blocos de gelo passam sob a ponte no seu caminho para o mar, no Parque de Skaftafell, no sul da Islândia

Blocos de gelo passam sob a ponte no seu caminho para o mar, no Parque de Skaftafell, no sul da Islândia


Os icebergs podem ter problema em passar pelo canal, mas os peixes e as focas que vem se alimentar deles não. O lago é rico em trutas, salmões e outros peixes marinhos e as focas e várias espécies de aves se refestelam com o rico cardápio.

A grandiosa paisagem do sul da Islândia, entre Skaftafell e Breidalsvík

A grandiosa paisagem do sul da Islândia, entre Skaftafell e Breidalsvík


A grandiosa paisagem do sul da Islândia, entre Skaftafell e Breidalsvík

A grandiosa paisagem do sul da Islândia, entre Skaftafell e Breidalsvík


Soma-se ao cenário a maior geleira da Europa e algumas das mais altas montanhas do país ao fundo e temos um cenário de cinema. Literalmente! O Jökulsárlón já foi o cenário de vários filmes de sucesso de Hollywood, como dois episódios de 007, Batman e Tomb Raider. Aquela famosa cena de perseguição de um Jaguar e um Aston Martin do 007 foi filmada aqui!

A grandiosa paisagem do sul da Islândia, entre Skaftafell e Breidalsvík

A grandiosa paisagem do sul da Islândia, entre Skaftafell e Breidalsvík


A grandiosa paisagem do sul da Islândia, entre Skaftafell e Breidalsvík

A grandiosa paisagem do sul da Islândia, entre Skaftafell e Breidalsvík


Bom, nós ficamos por aqui um bom tempo, admirando os icebergs e as focas que nadavam entre eles. Nós e muitos outros turistas, já que o lago fica ao lado da Ring Road, portanto é de bem fácil acesso. Aliás, a construção da ponte sobre o canal que o liga até o mar precisou de cuidados especiais, para que ficasse à prova de choque de icebergs!

O maior fiorde do sul da Islândia, a caminho de Breidalsvík

O maior fiorde do sul da Islândia, a caminho de Breidalsvík


Patos nadam tranquilamente nas águas geladas do fiorde onde está a cidade de Breidalsvík

Patos nadam tranquilamente nas águas geladas do fiorde onde está a cidade de Breidalsvík


Por fim, seguimos viagem, sempre por aquelas paisagens grandiosas com as quais já estamos ficando acostumados. Mas dessa vez, houve uma variação: chegamos aos fiordes do leste do país. Um fiorde é uma longa entrada de mar dentro da terra, uma espécie de baía bem cumprida e estreita. São muito comuns na Noruega, no sul do Chile e aqui, na Islândia. Tanto na sua costa leste como no noroeste do país. Como não teremos tempo de ir até lá (dizem que é lindo!!!), temos de aproveitar a vista de lado!

Placa informativa na estrada no sudeste da Islândia, pouco antes de Breidalsvík

Placa informativa na estrada no sudeste da Islândia, pouco antes de Breidalsvík


Do outro lado do fiorde, a cidade de Breidalsvík, no sul da Islândia

Do outro lado do fiorde, a cidade de Breidalsvík, no sul da Islândia


E assim foi, dando enormes voltar para contornar esses fiordes, a cada curva um novo cenário de cair o queixo. Até que, um pouco antes de escurecer, chegássemos à pequena e simpática Breiðdalsvík, espremida entre altas montanhas e o maior dos fiordes. Na beira do mar, não poderíamos ter escolhido lugar melhor para passar a noite!

Islândia, Skaftafell, Breidalsvík, geleira, Jokulsárlón, Lago, Parque

Veja todas as fotos do dia!

Faz um bem danado receber seus comentários!

Página 60 de 161
Blog da Ana Blog da Rodrigo Vídeos Esportes Soy Loco A Viagem Parceiros Contato

2012. Todos os direitos reservados. Layout por Binworks. Desenvolvimento e manutenção do site por Race Internet