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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
O cenário bucólico do noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Nos quadros de aviso do nosso hostel em Ancud, no norte da ilha de Chiloé, muita propaganda de dois dos mais concorridos passeios oferecidos pelas agências de turismo da cidade: pinguineras e avistamento de baleias azuis. Ambos são feitos na costa noroeste da ilha, não muito longe daqui, a menos de uma hora de distância do centro da cidade.
Fazenda em uma das baías no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Ir ver pinguins realmente não estava no topo da nossa lista de prioridades. Depois de tantos encontros com essas simpáticas aves no sul da patagônia e também nas colônias gigantes da Geórgia do Sul, dificilmente algo nos surpreenderia nesse sentido. Em compensação, a chance de chegar perto, ver e fotografar baleias as azuis, isso sim nos deixou bastante animados.
Felicidade com o dia de sol em playa Gabún, no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Um belo dia de sol na playa Gabún, no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
A costa de Chiloé é conhecida como o melhor lugar do hemisfério sul para se observar as baleias azuis, o maior animal que já existiu na face da terra. E janeiro é considerado alta temporada para elas. Essas eram as boas notícias. Mas Infelizmente, para nós, as más notícias sobrepujaram as boas. O passeio é bem caro, perto de 200 dólares por pessoa. Ainda são poucas as companhias a oferecer o passeio e as vagas são limitadas. Estava tudo reservado por um bom tempo. Finalmente, nos últimos dias não haviam tido sucesso em achar os animais. Tudo posto e colocado, acabamos decidindo pelo plano B.
E qual esse plano? Ora, se estamos de Fiona por aqui, para que agência de turismo? Porque não usar nossas próprias rodas para explorar a região? E assim foi, abordamos nosso querido carro e fomos explorar as estradas rurais que cortam o litoral noroeste de Chiloé, nos levam à praias desertas, mirantes de observação do mar, cruzam fazendas centenárias e, para finalizar, dão acesso aos melhores restaurantes de curanto da ilha. O que é curanto? É o principal prato da culinária chilota e todas as agências de turismo terminam seus passeios em um desses restaurantes. O nosso também poderia terminar assim!
Chegando à playa Gabún, no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Pássaros sobrevoam rochedo na playa Gabún, no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Então, mapa na mão, GPS ligado e olhos atentos na paisagem, apenas o sentido definido, sem rotas pré-estabelecidas, lá fomos nós em direção a oeste. A vinte quilômetros de Ancud, já passamos pela simpática Quetalmahue, uma vilazinha de pescadores onde estão os restaurantes de curanto. Ou seja, o principal já estava garantido: já tínhamos localizado o local do nosso almoço. Mas antes disso, rumo às praias!
Caminhando na belíssima e deserta playa Gabún, no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Testando as águas frias do Oceano Pacífico em playa Gabún, no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
O asfalto acabou e começamos a dirigir em estradas de terra. Muitas dessas estradas nem aparecem no nosso GPS, mas se elas existem, é porque devem levar a algum lugar. Com o nosso senso exploratório em alta, é para lá que seguiríamos. E a primeira praia não demorou a aparecer. Uma linda e reclusa baía que se vê de longe, já que chegamos pelo alto. É a praia de Guabun.
Algas se amontoam em playa Gabún, no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Uma estranha alga nas areias de playa Gabún, no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
O estranho é que a estrada termina antes de chegarmos lá. Pelo menos, algo que possamos chamar de estrada. Adiante, trilhas na areia que a Fiona pode enfrentar, mas não carros normais de passeio. Enfim, a Fiona nos leva até lá, uma belíssima praia e inacreditavelmente deserta. Exceto pela grande quantidade de aves, claro. Já fazia muito tempo que a gente não via uma praia de verdade, com faixa de areia, ondas, morros delimitando seus contornos e, o melhor de tudo, um irretocável céu azul. Não é a toa que ficamos felicíssimos!
Estrada rural no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
O cenário bucólico do noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Aí passamos quase uma hora, caminhando até a ponta da praia, testando a temperatura gelada da água, observando as revoadas de pássaros, fotografando ou simplesmente curtindo o momento. Vimos também a enorme quantidade de algas que chegam até as areias. As algas são muito importantes na cultura chilota, servem de alimento e tempero em uma infinidade de pratos. Ao ver a quantidade delas na praia, não foi difícil entender o porquê!
Vacas pastam tranquilamente no belo cenário da Playa Mar Brava, no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Encontrando uma lhama na ilha de Chiloé, no sul do Chile
De volta para o carro e mais explorações. De novo, fomos nos metendo em cada estradinha que víamos, agora tentando acompanhar a costa rumo ao sul. Queríamos chegar até a Playa Mar Brava, de onde saem os passeios para as pinguineras e para ver as baleias azuis. O caminho até lá, subindo e descendo encostas e colinas e atravessando a mais bucólica e rural das paisagens já foi uma atração em si. Felizes das vacas que pastam com um visual desses.
Praia de pedras no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Mas não foi só vacas que vimos, não. Encontramos até uma fotogênica lhama! Pois é, o que estará fazendo esse animal andino por aqui? Pelo sorriso em seu rosto, acho que ela gosta mesmo mais do mar do que das montanhas, mais do calor do litoral do que do frio das alturas. Ficou posando para nós, quase nos perguntando o que achávamos do lugar em que morava. Pois é, difícil reclamar! Tranquilidade e beleza inspiradoras!
Admirando a bela e extensa Playa Mar Brava, na costa noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Um belo dia de sol na playa Gabún, no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
De praia em praia, de fazenda em fazenda, acabamos por chegar na região de Puñihuil, de onde saem os barcos e excursões para ver a vida animal. Do alto de uma encosta, uma espécie de mirante natural, passamos uns 10 minutos procurando as baleias azuis, mas elas realmente não estão por ali nesses dias. Fomos então caminhar um pouco na longuíssima Playa Mar Bravo, um último exercício para nos dar ainda mais fome para enfrentar o curanto.
Chegando a um famoso restaurante na pequena Quetalmahue, região de Ancud, norte da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Dito e feito, menos de uma hora mais tarde já estávamos chegando ao nosso restaurante escolhido, a sorte de chegar lá num horário entre excursões. A exceção foi um grupo de animados e gulosos alemães que já se fartavam com as especiarias chilotas. O curanto é uma espécie de síntese de todas elas, um prato que reúne todos os produtos da terra e do mar de Chiloé.
Preparação de Curanto em forno escavado no chão, num restaurante típico em Quetalmahue, perto de Ancud, no norte da ilha de Chiloé, no sul do Chile
O “curanto em hoyo” tem origem indígena. Ele é assado em um buraco no chão com pedras quentes. Uma enorme quantidade de mariscos, abundantes em todo o litoral, é envolto em folhas de nalca, uma planta que se encontra por toda a ilha. Junto com os mariscos, alguns dos mais de 100 tipos de batatas que são cultivados em Chiloé. Por fim, como toque final, e assado conjuntamente, carne de frango e de porco, animais criados em todas as fazendas da ilha. Toda essa mistura fica enterrada no buraco por horas e o resultado são pratos gigantes e cheios de comida que desafiam a fome de qualquer camioneiro.
Um legítimo prato de Curanto, uma das especialidades de Chiloé, num restaurante em Quetalmahue, perto de Ancud, no norte da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Mesmo para alguém que não é muito fã de mariscos, como eu, é difícil não se esbaldar com tanta fartura. Os mariscos são fresquíssimos e os especialistas nesse tipo de alimento concordam que dificilmente se encontrará, no mundo, mariscos melhores que os daqui. Com a mão na massa (mariscos se comem com a mão!) e cerveja para ajudar a lubrificar a garganta, aí passamos uma hora de banquete. Mais do que pinguins e baleias azuis, curanto é a cara de Chiloé e esse não poderíamos deixar para trás! Missão dada, missão cumprida!
Um legítimo prato de Curanto, uma das especialidades de Chiloé, num restaurante em Quetalmahue, perto de Ancud, no norte da ilha de Chiloé, no sul do Chile
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