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Turks e Caicos II

Turks e Caicos, Providenciale - Provo

Pier em Grace Bay - Provo

Pier em Grace Bay - Provo


O quase país é formado por cerca de 40 ilhas e a área somada dessas ilhas é de pouco mais de 1.100 km2. É como se fosse um quadrado de 33 km de lado. Bem pequeno mesmo. A capital, Cockburn Town, tem 5 mil pessoas e fica numa ilha chamada Grand Turk. Imagino que exista uma "Little Turk", já que "Turks" está no plural, no nome do país. O outro grupo de ilhas se chama Caico. Existe a North Caico, South Caico, West caico, East Caico e Middle Caico. Bem lógico, não? Bom todas essas Caicos são quase despovoadas e é onde podemos ainda encontrar o país de verdade, com as pessoas vivendo como viviam antigamente.

No meio das Caicos existe uma outra ilha, Providenciales (ou "Provo", para os íntimos). Essa ilha, de forma planejada, foi tomada pelos grandes resorts a partir da década de 80. Aonde nem existia carros até há 40 anos atrás, hoje é uma ilha com resorts alinhados entre a sua magnífica praia e uma rua sem esquinas, como Brasília. População local: 10 mil pessoas. Imagino que no auge da temporada, o número de turistas seja o dobro ou triplo disso.

Turistas, na sua maioria são famílias que vem passar temporadas nos resorts. Mas há também os mergulhadores já que aqui é um paraíso subaquático, visibilidade próxima dos 40 metros, corais muito bem preservados e muitos bichos grandes, de baleias e arraias a tubarões e golfinhos. Um verdadeiro show da natureza.

Aqui em Provo só se anda de carro (mão inglesa, apesar da direção do carro ser no lado esquerdo?!?), já que as distâncias são grandes e não há ruas de verdade (todas se parecem com estradas). A praia, pela sua água e areia, é deslumbrante. Mas os prédios de grands e pequenos resorts servem para enfeiá-la um pouco. Há ótimos restaurantes (e caros!) para atender uma demanda exigente (americanos, canadenses e ingleses, na maioria).

Por enquanto, só conhecemos esse lindo país de plástico. Amanhã cedinho, partimos de barco para North Caicos. Lá, alugamos um carro e passeamos também por Middle Caicos. Há uma ponte entre elas. Estamos bem curiosos!

Turks e Caicos, Providenciale - Provo,

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Sem Muito o Que Dizer

Bahamas, Eleuthera - Harbour Island

Pôr-do-sol em Harbour Island

Pôr-do-sol em Harbour Island


Aproveitamos ao máximo nosso último dia por aqui. Praia com vento, cooper nas areias rosas, natação nas águas transparentes, frango com curry e conch apimentada regadas com Kalik com vista para o mar dos sonhos.

Pequena casa de praia,na Pink Sand Beach

Pequena casa de praia,na Pink Sand Beach


Depois, sessão de fotos pela cidade e um pôr-do-sol inesquecível, com som ao vivo da melhor qualidade (reggae), mais Kalik e um curioso e simpático casal de Michigan, que decidiu se casar aqui amanhã. Simples assim!

Condução. em Harbour Island

Condução. em Harbour Island


Esquina típica de Harbour Island

Esquina típica de Harbour Island


Essa ilha, essa pousada, esse quarto da pousada e essa eficiente conexão de internet vão deixar saudades. Amanhã, partimos rumo a mais uma ilha desse país formado por ilhas. Long Island, via Nassau, onde passamos algumas horas. Saímos de uma pousada acolhedora e seguimos rumo a um resort.

Pôr-do-sol em Harbour Island

Pôr-do-sol em Harbour Island


Músicos se apresentando no pôr-do-sol em Harbour Island

Músicos se apresentando no pôr-do-sol em Harbour Island


Músicos se apresentando no pôr-do-sol em Harbour Island

Músicos se apresentando no pôr-do-sol em Harbour Island


Pôr-do-sol em Harbour Island

Pôr-do-sol em Harbour Island


Ficamos na torcida para que Long Island nos receba tão bem como Eleuthera...

Bahamas, Eleuthera - Harbour Island, Praia

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Um Ano!!!

Estados Unidos, Flórida, Miami

Nosso casamento, há um ano.

Nosso casamento, há um ano.


Um ano! Não, ainda não é de viagem. A viagem tem pouco menos de um mês e meio. Estou falando do nosso casamento. Foi exatamente há um ano, na Ilha do Mel. Para quem não foi e mesmo para quem foi e quer relembrar e ver muitas fotos, o site ainda está no ar: www.icasei.com.br/roana.

Incrível como passou rápido. Será que vai ser assim com a viagem? Não sei. Só sei que eu e a Ana estamos cada vez mais apaixonados e que essa nossa convivência de 24 horas por dia, sete dias por semana, só tem nos fortalecido ainda mais. Brigas, nenhuma. Discussões, poucas. Temos muitos gostos parecidos e outros que são complementares. Os poucos que não combinamos, a gente administra bem. E assim segue muito bem a viagem através das nossas vidas, um ano para trás, quarenta e nove até as Bodas de Ouro. Falta pouco!

Estados Unidos, Flórida, Miami,

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República do Acre

Brasil, Rondônia, Porto Velho, Acre, Rio Branco

Orgulho do passado histórico! (em Rio Branco, no Acre)

Orgulho do passado histórico! (em Rio Branco, no Acre)


Há uma piada que roda por aí que diz que o Acre não existe, que seria apenas uma ficção. Afinal, quem já foi para lá (e voltou!) para comprovar que ele existe mesmo? Bom... podemos até achar graça na tal piada, mas sabemos muito bem que ele existe. Aliás, não só que existe, mas como tem uma bela história, dos valentes seringueiros nordestinos que ocuparam seu território no final do séc XIX até a figura icônica do ambientalista Chico Mendes, assassinado covardemente no final da década de 80.

De balsa, cruzando o rio que separa Rondônia do Acre, a caminho de Rio Branco

De balsa, cruzando o rio que separa Rondônia do Acre, a caminho de Rio Branco


De balsa, cruzando o rio que separa Rondônia do Acre, a caminho de Rio Branco

De balsa, cruzando o rio que separa Rondônia do Acre, a caminho de Rio Branco


Mas, pelo sim, pelo não, nós viemos aqui confirmar, hehehe. E o Acre existe mesmo! E agora, nós somos testemunhas visuais disso! O estado é vizinho de Rondônia e ontem, deixamos Porto Velho rumo à Rio Branco. Uma estrada muito boa liga os dois estados e as duas capitais, mas na divisa entre eles, ainda é preciso a ajuda de uma balsa para cruzar o rio. A ponte está prometida para breve, embora as obras ainda não tenham começado. Enfim, atravessada essa última barreira natural, lá está a placa anunciando: “Bem Vindo Ao Estado do Acre”. Pois é, chegamos! A sensação é quase a mesma de estar chegando ao Alaska ou à Ushuaia, mas é o Acre, nosso antepenúltimo estado brasileiro nesse périplo pelas Américas. Agora, só faltam os dois Mato Grossos.

Entrando no estado do Acre

Entrando no estado do Acre


Ainda antes de chegarmos à Rio Branco, uma placa anuncia o Parque dos Geoglifos. Deixamos para visitar depois, mas isso me lembra um aspecto ainda muito pouco conhecido da história do estado, do país e, na verdade, do nosso continente. Sempre se imaginou que, antes Colombo chegar à América, os povos que habitavam o Brasil viviam em estado de selvageria. Civilizações, só mesmo nos Andes, América Central e planalto Mexicano. Pois bem, não faz muito tempo e as florestas que cobriam o Acre começaram a ser derrubadas, inclusive para a construção de rodovias. Foi aí que, lá do alto, pessoas que viajavam de avião começaram a perceber estranhas formas no solo, que eram antes cobertas pelas matas. Grandes círculos, formas geométricas e aquilo que pareciam ser canais. De tão amplos, só eram mesmo percebidos lá do alto. Essas formas, claramente feitas pelo homem, são os tais geoglifos. A sua presença ali é prova incontestável que também o Brasil teve as suas “civilizações pré-colombianas”. Elas desapareceram muito antes da chegada do navegante genovês, mas durante muito tempo ocuparam as terras do Acre. Quase nada se sabe sobre elas, mas deixaram sinais só agora redescobertos que são pistas que deverão ser seguidas pelos estudiosos. Nossos filhos e netos aprenderão na escola uma história bem diferente da que nós aprendemos...


Nosso caminho pelo Acre: Saímos de Porto Velho-RO (A) para Rio Branco (B). Daí para a pequena Xapuri (C) e para Assis Brasil (D), na fronteira com o Perú

Desde que esses povos misteriosos se foram, o Acre passou a ter uma vida bem tranquila. Os vários tratados entre Espanha e Portugal, ainda durante a época colonial, sempre apontavam a área como pertencente aos domínios espanhóis. Com a independência das antigas colônias da América do Sul, foi a Bolívia que herdou essa área isolada no meio do continente. Mas as dificuldades de acesso e o pouco apelo econômico nunca estimularam sua ocupação real.

Vista de Rio Branco, no Acre, do alto do nosso hotel na cidade

Vista de Rio Branco, no Acre, do alto do nosso hotel na cidade


Isso começou a mudar nas últimas décadas do séc XIX, quando a borracha, um produto derivado do látex extraído de uma árvore tipicamente amazônica, a seringueira, começou a ganhar importância no mercado mundial. O tal “apelo econômico” começou a existir, mas quem afluiu para a área não foram os bolivianos, mas nordestinos expulsos de sua terra natal, principalmente após uma violenta seca no triênio 1877-80. Vinham atrás de uma nova vida e das promessas que essa terra cheia de seringueiras oferecia. O que tinha começado com poucas famílias, aumentou para centenas de pessoas, chegando às dezenas de milhares.

Monumento representando a bandeira do estado, em Rio Branco, no Acre

Monumento representando a bandeira do estado, em Rio Branco, no Acre


O Palácio do Governo em Rio Branco, no Acre

O Palácio do Governo em Rio Branco, no Acre


Obviamente, o governo boliviano começou a se preocupar com isso. A tentativa de fazer valer a sua soberania na região, com o envio de soldados e cobradores de impostos causou uma revolta generalizada. Comandados por um aventureiro espanhol que havia sido enviado pelo governador do Pará, interessado nos ganhos da exploração de borracha, os seringueiros se revoltaram e botaram os oficiais bolivianos para correr. Estava criada a primeira República do Acre, que logo pediu para ser incorporada ao Brasil. Mas o Brasil fez valer os tratados que tinha com a Bolívia, abafou a rebelião e devolveu o território à Bolívia.

Biblioteca em parque de Rio Branco, no Acre

Biblioteca em parque de Rio Branco, no Acre


Mas os seringueiros não desistiram do seu intento. Dois anos mais tarde, em 1902, quando ficou claro que a Bolívia pretendia arrendar o território para um consórcio anglo-americano por 30 anos, houve nova revolta. Esse consórcio era o mesmo que já administrava seringais na Malásia e Tailândia e teria força de polícia na região. Antes que chegassem, agora liderados pelo gaúcho Plácido de Castro, veteranos de guerras em sua terra natal, os seringueiros mais uma vez botaram os bolivianos para correr a declararam a independência do Acre. Dessa vez, o governo brasileiro encampou a luta. Pagou uma multa rescisória aos banqueiros ingleses e americanos, comprou o território da Bolívia e ainda se comprometeu a construir a ferrovia Madeira-Mamoré, que daria acesso aos bolivianos à bacia Amazônica e ao Oceano Atlântico. As negociações foram conduzidas pelo famoso diplomata Barão do Rio Branco que, após se acertar com os bolivianos, também se acertou com o governo do Perú, que era outro a reclamar a área para si. Pouca gente sabe, mas chegaram a haver pequenos confrontos entre tropas peruanas e brasileiras, mas no fim, venceu a diplomacia de Rio Branco e o Acre passou a ser, definitivamente, brasileiro.

Museu da Borracha, um dos mais famosos de Rio Branco, no Acre

Museu da Borracha, um dos mais famosos de Rio Branco, no Acre


Mas, para enorme descontentamento dos acreanos, a região não ganhou o status de “estado”, mas apenas de “território”, administrado diretamente pelo governo federal. Para um desavisado, isso até pode soar natural, aquela região lá no fim do mundo. Mas, é bom lembrar, no auge do ciclo da borracha, ainda no início do séc XX, o PIB do Acre representava quase 1/3 de todo o PIB nacional! Era a potência econômica da época!

Antigo mercado em Rio Branco, no Acre

Antigo mercado em Rio Branco, no Acre


Venda de vários tipos de cipós em Rio Branco, no Acre

Venda de vários tipos de cipós em Rio Branco, no Acre


Mas, de nada adiantou essa pujança. Ainda mais quando a borracha perdeu força e o Acre deixou de ter importância econômica para o país. Os chamados “autonomistas”, que lutavam para que o Acre se tornasse um estado e pudesse mandar em sua própria administração, tiveram de esperar seis décadas para que isso acontecesse, já no governo de João Goulart, em 1962.

O simpático passeio em frente ao rio, em Rio Branco, no Acre

O simpático passeio em frente ao rio, em Rio Branco, no Acre


Hoje, andando pelas pacatas ruas da capital, aprendemos um pouco da história do estado e do valente povo que lutou pela sua incorporação ao país. Pode-se perceber o sentimento patriótico em vários monumentos e placas comemorativas. Esse fervor só é comparável á outra bandeira acreana, a de fazer do Acre um estado ecológico, completamente ligado à natureza. O nome mais importante nessa outra luta é, talvez, a do acreano mais conhecido pela nossa geração: Chico Mendes. Mas essa é uma história para o próximo post, quando formos visitar a terra desse grande brasileiro, a pequena Xapuri.

A ecologia tem muita força no estado (em Rio Branco, no Acre)

A ecologia tem muita força no estado (em Rio Branco, no Acre)


Hoje, aproveitamos mesmo foi para caminhar pelas ruas da cidade. Rio Branco é muito mais pacata que outras capitais amazônicas, como Porto Velho e Boa Vista (nem vou comparar com Belém e Manaus, claro!). Algumas praças, pequenos museus e bibliotecas, parques e um trecho da orla onde foi preservado o velho mercado e um casario antigo (a “Gameleira”) são as principais atrações. Tudo pode ser percorrido a pé, com direito à cerveja no fim de tarde na beira do rio, em algum dos charmosos bares da Gameleira.

Visita ao Parque Chico Mendes, em Rio Branco, no Acre

Visita ao Parque Chico Mendes, em Rio Branco, no Acre


Uma linda onça no pequeno zoológico no Parque Chico Mendes, em Rio Branco, no Acre

Uma linda onça no pequeno zoológico no Parque Chico Mendes, em Rio Branco, no Acre


Já outra das atrações, o Parque Chico Mendes, para ele precisamos da ajuda da Fiona. O parque fica meio afastado do centro, mas vale o esforço para se chegar até lá e caminhar por seus bosques, aprender um pouco da história do famoso ambientalista e conhecer seu pequeno zoológico. Pois é, depois de rodar por tantos parques pelo continente, foi aqui que fomos ver a nossa tão procurada onça pintada. Pena que atrás das grades. Que animal magnífico! E que força! Agora que a vi tão de perto, deu para ter certeza de que, num encontro casual na floresta, se ela estiver com fome, a minha chance de sobrevivência seria absolutamente zero. O bicho é mais forte do que eu, corre mais, nada mais rápido e sobe melhor em árvores. Para onde fugir? A torcida é que ela não goste do meu cheiro, hehehe. Mas, enfim, nossa vontade de ver alguma no Pantanal só aumentou. Desde que estejamos em segurança, dentro da nossa valente Fiona, claro!

Uma linda onça no pequeno zoológico no Parque Chico Mendes, em Rio Branco, no Acre

Uma linda onça no pequeno zoológico no Parque Chico Mendes, em Rio Branco, no Acre


Decepção com o estado deteriorado de área arqueológica no Acre, próxima à capital Rio Branco

Decepção com o estado deteriorado de área arqueológica no Acre, próxima à capital Rio Branco


Já no dia 15, pé na estrada novamente, agora rumo à Xapuri. Mas antes disso, uma paradinha no tal parque dos geoglifos. Aí, a decepção. Está tudo tomado pelo mato e as placas informativas, completamente apagadas. Pelo visto, o governo local quer que esse povo misterioso continue misterioso. Para ver alguma coisa, só mesmo lá do céu. Mas a Fiona ainda não tem asas, infelizmente. Meio tristes, deixamos a história antiga para trás e seguimos para a história recente. Dos geoglifos (que nunca vimos!) para os seringais. O caminho entre eles? A mesma rodovia transoceânica que vai nos levar até Cusco, no Peru, terra de uma civilização pré-colombiana muito mais conhecida e estudada. Vamos que vamos...

Entrando na Estrada do pacífico, que vai nos levar até Cusco, no Peru (próximo à Rio Branco, no Acre)

Entrando na Estrada do pacífico, que vai nos levar até Cusco, no Peru (próximo à Rio Branco, no Acre)

Brasil, Rondônia, Porto Velho, Acre, Rio Branco, Capital, história

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Rumo à Lagoa Verde

Brasil, Maranhão, Atins

Caminhada para a Lagoa Verde, região de Atins, nos Lençóis Maranhenses - MA

Caminhada para a Lagoa Verde, região de Atins, nos Lençóis Maranhenses - MA


A Lagoa Verde é a única da região de Atins que não seca nunca. Pelo menos, é o que dizem os habitantes do lugar. Agora, com a estação de chuvas em seu início, ela já está relativamente profunda, boa para nadar. Mas a distância que se encontra de Atins é quase proibitiva para que se vá caminhando: mais de 15 quilômetros.

Na Toyota que nos levou para a Trilha da Lagoa Verde, perto de Atins, nos Lençóis Maranhenses - MA

Na Toyota que nos levou para a Trilha da Lagoa Verde, perto de Atins, nos Lençóis Maranhenses - MA


Ainda ontem de noite, depois de encontrar mais dois casais interessados em ir para lá, consegui negociar um bom preço com um guia, para que fôssemos todos de Toyota até lá perto e depois fazermos a caminhada de 4 quilômetros para dentro das dunas, até a lagoa. Assim, hoje pela manhã, lá estávamos os quatro casais na caçamba cheia de bancos da Toyota Bandeirante, atravessando o descampado alagado, rodeando as dunas, chegando até o Canto do Atins, onde estão os restaurantes da Luzia e do Antonio, pouco antes da metade do caminho de hoje.

Caminhando entre dunas e lagoas, perto de Atins, nos Lençóis Maranhenses - MA

Caminhando entre dunas e lagoas, perto de Atins, nos Lençóis Maranhenses - MA


Ali, o guia nos deixou no Antonio, para que encomendássemos nosso almoço. Para tristeza mal disfarçada dele, disse que iria na Luzia. Nada contra o Antonio, do qual só tive boas referências, mas meu almoço seria na Luzia. Todos os outros me acompanharam e o guia, brigado com a Luzia, teve de se render. Nosso camarão maravilhoso da tarde estava garantido!

Cabra recém nascida corre para a sua mãe, perto de Atins, nos Lençóis Maranhenses - MA

Cabra recém nascida corre para a sua mãe, perto de Atins, nos Lençóis Maranhenses - MA


De lá, mais seis quilômetros pela praia, ainda de Toyota. A primeira praia de verdade em que estivemos no Maranhão. Finalmente, era o mar que estava ali do nosso lado. Um pouco à frente, chegamos ao ponto inicial da caminhada, parque adentro. Ali, pelo menos em teoria, não entram Toyotas nem quadriciclos. As dunas agradecem!!!

Chegando à linda Lagoa Verde, em meio às dunas dos Lençóis Maranhenses - MA

Chegando à linda Lagoa Verde, em meio às dunas dos Lençóis Maranhenses - MA


Belíssima caminhada, de novo entre dunas, lagoas rasas e acizentadas e charcos verdinhos por onde corriam grupos de cabras felizes em sua liberdade naquele mundão sem cercas ou porteiras. Dessa vez, além da Mel e do Edu, nos acompanhavam também os cariocas Jackson e Mônica e o casal formado pela brasileira Mariana e o inglês Jamie. Esses dois novos casais, que eu havia conhecido ontem de noite, gostaram tanto do Rancho do Buna quando estiveram lá pela manhã que acabaram se mudando para lá. Ficou bem movimentada, a nossa pousada!

Banho refrescante na Lagoa Verde, região de Atins, nos Lençóis Maranhenses - MA

Banho refrescante na Lagoa Verde, região de Atins, nos Lençóis Maranhenses - MA


Depois de 50 min de caminhada em pleno Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, lá estava ela, atrás de uma grande duna, a famosa Lagoa Verde. Depois de tantas lagoas acizentadas, a cor dessa chamava ainda mais a atenção. Bem grande, espalhada por entre as dunas, era a imagem de uma miragem perfeita!

Grupo caminha por entre dunas da região de Atins, nos Lençóis Maranhenses - MA

Grupo caminha por entre dunas da região de Atins, nos Lençóis Maranhenses - MA


Ali ficamos por mais de uma hora, nos refrescando e refestelando com a beleza do local. Aí, a fome começou a apertar e voltamos para a nossa toyota na praia. Não demorou muito, já estávamos todos nos banqueteando na Luzia, vários tipos de pratos pedidos, todos experimentando o camarão das outras pessoas. Difícil dizer qual o melhor! Aliás, essa é a típica dúvida que é gostosa de ter. Literalmente! Hehehe...

Nossa toyota nos espera após a trilha da Lagoa Verde, região de Atins, nos Lençóis Maranhenses - MA

Nossa toyota nos espera após a trilha da Lagoa Verde, região de Atins, nos Lençóis Maranhenses - MA


Despedimo-nos dessa verdadeira maga dos camarões e voltamos para casa. Fim de tarde bem tranquilo no Buna, casa cheia, muita conversa, alto astral. Também, não é para menos: todo mundo bem alimentado, bem instalado, sem preocupações. Momento gostoso da viagem. Amanhã, cada um segue o seu destino, mas de alguma maneira, esses momentos vão nos manter unidos para sempre. É o encanto dos Lençóis Maranhenses.

Almoço de despedida no restaurante da Luzia, no Canto de Atins, nos Lençóis Maranhenses - MA

Almoço de despedida no restaurante da Luzia, no Canto de Atins, nos Lençóis Maranhenses - MA

Brasil, Maranhão, Atins, Camarão da Luzia, Dunas, Lagoa Verde, Lençóis Maranhenses, Parque, Praia, trilha

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A Catedral de Mármore

Chile, Puerto Rio Tranquilo

Portas, janelas e túneis no interior da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Portas, janelas e túneis no interior da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Confesso que quando saímos de Curitiba, no início dos nossos 1000dias, eu nunca tinha ouvido falar das “Capillas de Marmol”, uma das mais belas e inusitadas atrações ao longo da Carretera Austral, no sul do Chile. Mas durante a nossa viagem continente afora, fomos conhecendo e conversando com muitos outros viajantes, vários deles já conhecedores do Chile. E na usual de informações entre expedicionários, vários deles citaram esse verdadeiro tesouro natural encravado nas águas do lago General Carrera, na patagônia chilena. Vimos as fotos do lugar e instantaneamente ele passou a fazer parte do nosso roteiro. Um dia, chegaríamos lá. E esse dia, finalmente, chegou!

Puerto Rio Tranquilo e o lago General Carrera, na Carretera Austral, sul do Chile

Puerto Rio Tranquilo e o lago General Carrera, na Carretera Austral, sul do Chile


O lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

O lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Do alto da encosta e já na sombra, a Catedral e a Capela de Mármore parecem pequenas na imensidão do lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Do alto da encosta e já na sombra, a Catedral e a Capela de Mármore parecem pequenas na imensidão do lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


As Capillas de Marmol são o fruto de milênios e milênios de erosão de uma rocha rica em carbonato de cálcio. Essa é uma substância muito comum em seres vivos, como em formação de corais ou cascas de ovos, e em minerais presentes em cavernas, como aragonita, calcita e travertinos. Por fim, o carbonato de cálcio é o principal constituinte da popular pedra de mármore, representando praticamente 90% do seu conteúdo. Com toda a paciência do mundo, as águas do lago General Carrera vêm erodindo as encostas rochosas ao redor do lago na região de Puerto Rio Tranquilo formando uma intricada rede de tuneis, cavernas, janelas e portas através das rochas de mármore. Duas dessas formações, que acabaram por se destacar da encosta e se transformaram em ilhas isoladas, são chamadas de Capillas de Marmol, por sua semelhança com templos cristãos. A maior dessas ilhas é a Catedral de Mármore e a menor, a Capela de Mármore.

A caminho das 'Capillas de Marmol', no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

A caminho das "Capillas de Marmol", no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Visitando as 'Capillas de Marmol', no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Visitando as "Capillas de Marmol", no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Chegando á Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Chegando á Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


A visita a essas formações era o ponto alto da nossa programação de hoje. Nossa preocupação era apenas chegar a Puerto Rio Tranquilo em um horário em que ainda houvesse passeios de barco até as Capillas. Nessa época do ano, a luz do dia vai longe por aqui, mas não tínhamos certeza do horário das embarcações. Assim, quando o horário começou a chegar perto das 18:00 e a gente ainda na estrada, nossa apreensão foi aumentando. Finalmente, apequena cidade apareceu no nosso radar e a gente acelerando com a Fiona e cruzando os dedos. Agora, já até víamos a cidade lá embaixo, na orla do lago, mas o nosso GPS ainda estimava mais 20 minutos até lá. Foi quando uma placa apontava para uma pequena estrada lateral e propagandeava passeios até as Capillas de Marmol. Um pouco incrédulos, mas esperançosos, fomos ler com mais calma e a placa também avisava que atalho era apenas para carros grandes e tracionados. Opa! É nóis! E ali nos metemos com a Fiona, ladeira abaixo, até uma pequena fazenda na orla do lago.

Turistas observam a Capela de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Turistas observam a Capela de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


A Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

A Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Turistas observam a Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Turistas observam a Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


O proprietário estava fechando as portas, mas nos recebeu feliz, quem sabe uma última corrida no dia? Aquele local está muito mais perto das Capillas de Marmol do que a própria Puerto Rio Tranquilo, mais barato para ir e menos tempo para chegar lá. Como somos os últimos, ele faz um preço bem camarada, algo que só cobraria normalmente se o barco estivesse cheio, com cinco turistas. Mas éramos apenas nós e rapidamente já estávamos com nossos coletes a caminho da maravilha natural.

A formação rochosa conhecida como Capela de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

A formação rochosa conhecida como Capela de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


A Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

A Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Iluminada pelo sol de fim de tarde, a Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Iluminada pelo sol de fim de tarde, a Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


De longe já percebemos bem os dois blocos de rocha, as pequenas ilhas, as famosas Capillas de Marmol. Suas próprias encostas são bem claras, rocha pura, enquanto o topo é tomado por vegetação. Um barco de turistas que passeia por ali nos dá a noção de seu real tamanho. A Catedral é mesmo bem maior do que a Capela.

O labirinto de túneis sob a Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

O labirinto de túneis sob a Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Um dos pilares da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Um dos pilares da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Quase flutuando sobre a água, a Capela de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Quase flutuando sobre a água, a Capela de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


É só quando nos aproximamos mais que percebemos que a base dessas ilhas, aquela que está em contato com a água e as pequenas ondas do lago, está completamente erodida, uma rede de túneis e cavernas lá embaixo. Com a base comida e desgastada, as ilhas tem a forma de grandes cogumelos sobre as águas azuis do General Carrera.

A Capela de Mármore, nolago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

A Capela de Mármore, nolago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Interior da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Interior da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Interior da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Interior da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Esses túneis sob as ilhas são grandes o suficiente para que pequenos barcos passem por eles. Como disse, um outro barco, esse repleto de turistas, já explorava a área. Ele veio de Puerto Rio Tranquilo, da direção oposta a que viemos. Nosso simpático guia deixa que eles escolham uma das capillas para explorar para, então, nos levar a outra.

Filmando o interior da Capela de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Filmando o interior da Capela de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Visita á Capela de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Visita á Capela de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Visita á Capela de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Visita á Capela de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


É assim que começamos pela Capela de Mármore, a menor delas. Aí não há túneis, mas apenas portas e janelas naturais escavadas no mármore branco. Nosso barco entra cuidadosamente sob o cogumelo e aí sem temos a noção exata das cores envolvida na paisagem de outro mundo. O mármore branco e as manchas causadas por impurezas na rocha ficam quase azuis devido ao reflexo da água do lago. Essa é mesmo de uma cor azul bem forte, quase igual a cor do céu. Mas apenas aonde a luz do sol ainda bate com força. Nas partes em sombra, onde o fundo branco do mármore está raso, a cor da água fica esverdeada.

Visão do interior da Capela de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Visão do interior da Capela de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Visão do interior da Capela de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Visão do interior da Capela de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


O mais estreito pilar da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

O mais estreito pilar da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Extasiados com o que vemos, ficamos ali tirando fotos, nosso barqueiro tentando estabilizar o melhor possível nosso barco naquela pequena caverna. Ao mesmo tempo, através das janelas naturais, ele observa o outro barco com turistas. Quando eles terminam sua observação da Catedral e vem para a capela, é a nossa vez de seguir para a maior das formações.

Observando o interior da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Observando o interior da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Nosso guia manobra o barco no interior da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Nosso guia manobra o barco no interior da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Portas, janelas e túneis no interior da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Portas, janelas e túneis no interior da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


A Catedral sim é cheia de túneis, quase um labirinto de passagens, portas e janelas, tudo isso no mais puro mármore e sobre a mais azul das águas. Parece que estamos em um sonho. Não é fácil captar toda essa beleza com as fotos. É uma luz difícil, de um lado muito claro e de outro, muito escuro. Ana tenta, se esforça, mas este não é o melhor horário. Dizem que de manhã é melhor, a luz entrando nos túneis de forma mais enviesada.

A Ana fotografa as formações de mármore sob a Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

A Ana fotografa as formações de mármore sob a Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Portas, janelas e túneis no interior da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Portas, janelas e túneis no interior da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Portas, janelas e túneis no interior da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Portas, janelas e túneis no interior da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Enfim, a máquina pode não captar, mas nossos olhos e sentidos sim. Não é apenas a visão, mas também a audição que nos ajuda a dar o real sentido de onde estamos. O barulho da água batendo escorrendo sobre o mármore polido e o seu eco ressoando em cada uma das cavidades complementam nossa visão desse mundo azulado de túneis escavados na rocha branca.

Atravessando um túnel na Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Atravessando um túnel na Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Os muitos túneis da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Os muitos túneis da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Turistas atravessam um túnel na Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Turistas atravessam um túnel na Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


É até estranho quando deixamos os recintos limitados dos túneis sob o cogumelo e voltamos às águas abertas do lago, limitadas apenas pelo céu e pelo horizonte. Era o que acontecia quando transitávamos novamente entre a Capela e a Catedral, entre a Catedral e a Capela. E assim foram dois ou três ciclos de explorações e de fotos, um barco para lá e outro para cá, a gente bem feliz de estarmos sós no nosso enquanto os outros estavam repletos de gente.

Uma piscina interior na Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Uma piscina interior na Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Interior da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Interior da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Interior da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Interior da Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Outra vantagem de termos vindo da fazenda mais próxima é que, como leva menos tempo para chegarmos aqui, sobra muito mais tempo para explorarmos e desfrutarmos das Capillas. Para os que vêm da cidade, eles dão uma volta e logo retornam. Enquanto ficamos por aqui transitando entre a Capela e a Catedral, vários barcos de lá chegaram e se foram.

Turistas observam a Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Turistas observam a Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Nosso guia nos leva de volta após a visita às 'Capillas de Marmol', no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Nosso guia nos leva de volta após a visita às "Capillas de Marmol", no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile


Mas chegou também a nossa vez e partimos. Felizes por ter conhecido mais essa joia do nosso continente, mas já pensando em nosso próximo desafio: encontrar um lugar para dormirmos no Valle Exploradores, a oeste de Puerto Rio Tranquilo, entre geleiras gigantes, a meio caminho da famosa laguna San Rafael e bem longe da Carretera Austral.

Uma tentativa de foto subaquática sob a Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Uma tentativa de foto subaquática sob a Catedral de Mármore, no lago General Carrera, região de Puerto Rio Tranquilo, na Carretera Austral, sul do Chile

Chile, Puerto Rio Tranquilo, Capillas de Marmol, Carretera Austral, General Carrera, Lago, Patagônia

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A Longa Volta Prá Casa

Bolívia, Coroico, Riberalta

Uma infinita reta de terra na ibterminável estrada que liga a Bolívia à Rondônia, no Brasil

Uma infinita reta de terra na ibterminável estrada que liga a Bolívia à Rondônia, no Brasil


Depois da rápida visita à Coroico na manhã do dia 18, iniciamos a longa viagem de quase 1000 km até a fronteira com o Brasil, atravessando todo o norte da Bolívia. Estávamos tranquilos, pois a pior parte já tinha ficado para trás, a famosa Carretera de la Muerte, que desce os Andes de La Paz à Coroico. No nosso caminho, a popular Rurrenrabaque, no coração da Amazônia boliviana e um centro turístico cada vez mais reconhecido. Era ali que queríamos chegar ao final do primeiro dia e, conforme for, passar o outro dia explorando a região. Depois, uma esticada até a fronteira. Se desse tudo certo, no mesmo dia já chegaríamos à Porto Velho.


Nosso caminho cruzando o norte da Bolívia rumo ao Brasil. Saímos de Coroico (A), nos Yungas e fomos dormir na pequena Yucumo (B), numa das piores estradas desses 1000dias. Na manhã seguinte, passamos pela turística Rurrenrabaque (C), coração da amazônia boliviana e conseguimos chegar à Riberalta (D), cada vez mais parecido com o Brasil. Finalmente, na manhã de hoje, seguimos para Guayaramerín (E) e cruzamos o rio para voltar à Rondônia e ao Brasil!

É, esses eram os planos... Faltava combinar com a realidade. Para começar, quem disse que a estrada mais perigosa do mundo é a Carretera de la Muerte? Que nada! Essa aí, até que foi tranquila, agora que já não tem quase nenhum trânsito. A estrada perigosa começava, na verdade, depois de Coroico, a verdadeira Carretera de la Muerte!

A pequena cidade de Yucumo, onde dormimos nossa primeira noite na longa rota para cruzar o norte da Bolívia até Rondônia, no Brasil

A pequena cidade de Yucumo, onde dormimos nossa primeira noite na longa rota para cruzar o norte da Bolívia até Rondônia, no Brasil


A pequena cidade de Yucumo, onde dormimos nossa primeira noite na longa rota para cruzar o norte da Bolívia até Rondônia, no Brasil

A pequena cidade de Yucumo, onde dormimos nossa primeira noite na longa rota para cruzar o norte da Bolívia até Rondônia, no Brasil


Como já disse num post passado, a Carretera de La muerte “oficial” desce do altiplano a pouco mais de 4.500 metros de altura até Coroico, a 1.700 metros. Para chegar às alturas amazônicas, onde está todo o norte do país, precisaríamos descer outros mil e poucos metros. Novamente, mais precipícios e curvas fechadas. Mas agora, numa pista bem movimentada!

A pequena cidade de Yucumo, onde dormimos nossa primeira noite na longa rota para cruzar o norte da Bolívia até Rondônia, no Brasil

A pequena cidade de Yucumo, onde dormimos nossa primeira noite na longa rota para cruzar o norte da Bolívia até Rondônia, no Brasil


Esse trecho de estrada está em construção. Ainda quase todo de terra, com o tráfego normal de carros, ônibus e caminhões e, soma-se a isso, as dezenas de veículos pesados que participam da obra. Em meio a toda a poeira levantada por esses gigantes, temos de nos esgueirar pelos desvios provisórios em uma pista que mal cabe um carro, quanto mais dois. E sempre com os precipícios ao nosso lado. Tudo bem que eles, agora, só tem 100 metros de altura e não mais os 300 que tinham no trecho entre La Paz e Coroico, mas tenho certeza que escorregar em qualquer um deles “machuca” igual.

Boiada atravessa estrada antes de chegarmos a popular Rurrenrabaque, na amazônia boliviana

Boiada atravessa estrada antes de chegarmos a popular Rurrenrabaque, na amazônia boliviana


Rurrenrabaque, na orla de um rio amazônico e paraíso do ecoturismo boliviano

Rurrenrabaque, na orla de um rio amazônico e paraíso do ecoturismo boliviano


Para ficar ainda mais “emocionante”, aqui também vale a regra da mão inglesa e somos nós, os carros que estão descendo, que estão sempre ao lado dos precipícios. E a gente tem de se apertar e se equilibrar por lá, para dar espaço aos que sobem. Uma aventura poeirenta! Muita calma nessa hora! E assim, devagarzinho, fomos seguindo...

Um verdadeiro jardim de ipês na longa estrada que corta o norte da Bolívia

Um verdadeiro jardim de ipês na longa estrada que corta o norte da Bolívia


Por fim, o trânsito pesado ficou para trás, mas nossos planos de viagem também. Já estava escuro quando chegamos à pequena Yucumo, ainda bem longe da almejada Rurrenrabaque e não pestanejamos em dormir aí mesmo. Seria nossa última chance em muitas horas de estrada, já no escuro. E não parecia uma boa ideia continuar a viagem no escuro por aquelas bandas...

Nosso primeiro encontro com um Tuiuiu, ainda em terras bolivianas, a caminho do norte do país

Nosso primeiro encontro com um Tuiuiu, ainda em terras bolivianas, a caminho do norte do país


Uma cegonha voa sobre nós na longa estrada que corta o norte da Bolívia

Uma cegonha voa sobre nós na longa estrada que corta o norte da Bolívia


Então, dito e feito, na minúscula cidade dormimos. Ontem, com as montanhas definitivamente para trás, a estrada melhorou um pouco. Pelo menos, nada de tráfego ou de precipícios. Mas as costelas de vaca continuavam, o que não nos deixava acelerar. A paisagem mudou também, uma infinita planície. Estávamos na Amazônia boliviana, enfim, e logo chegamos à Rurrenrabaque.

Dezenas de cegonhas ao longo da estrada entre Rurrenrabaque e Riberalta, no norte da Bolívia

Dezenas de cegonhas ao longo da estrada entre Rurrenrabaque e Riberalta, no norte da Bolívia


Dezenas de cegonhas ao longo da estrada entre Rurrenrabaque e Riberalta, no norte da Bolívia

Dezenas de cegonhas ao longo da estrada entre Rurrenrabaque e Riberalta, no norte da Bolívia


Aí tomamos nosso café da manhã e fomos passear na orla do rio. Na cidade, várias agências organizam tours para observação da vida selvagem. Mas como já tínhamos estado nos lhanos da Venezuela, na amazônia brasileira e ainda vamos ao Pantanal, resolvemos pular essa. A vontade de seguir caminho era maior. Ainda mais agora que vimos as condições da estrada e percebemos que a viagem tomaria mais tempo. Então, pé na estrada novamente!

Um belo fim de tarde antes de chegarmos à Riberalta, onde passamos nossa segunda noite na longa rota entre Coroico, na Bolívia,  e a fronteira com o Brasil

Um belo fim de tarde antes de chegarmos à Riberalta, onde passamos nossa segunda noite na longa rota entre Coroico, na Bolívia, e a fronteira com o Brasil


O próximo longo trecho foi até a cidade de Riberalta, onde passamos a segunda noite. A boa surpresa foi que a estrada melhorou bastante uma hora depois de deixarmos Rurrenrabaque e passou a render muito mais. Com isso, tudo ficou mais “bonito”, hehehe. Mas a mudança não foi apenas psicológica não! Atravessamos uma espécie de pequeno pantanal e observamos centenas de pássaros. Entre eles, o nosso primeiro Tuiuiu! Tenho certeza que veremos centenas deles no Pantanal, mas o primeiro foi aqui, na Bolívia! Muito legal! Enorme, o mais pesado pássaro que é capaz de voar. Perto dele, até as cegonhas ficam pequenas!

A simpática igreja de Riberalta, no norte da Bolívia

A simpática igreja de Riberalta, no norte da Bolívia


Praça principal de Riberalta, na Bolívia, Cada vez mais parecido com o Brasil, um pouco mais ao norte

Praça principal de Riberalta, na Bolívia, Cada vez mais parecido com o Brasil, um pouco mais ao norte


Riberalta é uma cidade bem simpática, já bem maior que Yucumo, onde dormimos na noite anterior. Aqui, o clima e o visual são cada vez mais brasileiros, a praça, as sorveterias, o rio, as pessoas. Mas continuam a falar castelhano, hehehe.

Caminhando por passarela na orla do rio que passa por Riberalta, no norte da Bolívia

Caminhando por passarela na orla do rio que passa por Riberalta, no norte da Bolívia


O rio amazônico que passa por Riberalta, no norte da Bolívia

O rio amazônico que passa por Riberalta, no norte da Bolívia


Hoje cedo, ainda fomos passear na orla do rio para, no meio da manhã, percorrer os últimos 90 quilômetros até a fronteira. Asfaltados! O primeiro asfalto que vimos desde que saímos de La Paz! Chegamos a Guayaramerín, esperamos passar o horário de almoço e fomos fazer as burocracias de imigração e alfândega.

Um dos inúmeros pedágios espalhados pelas estradas bolivianas. Temos sempre de descer do carro e ir pagar em uma casinha ao lado da estrada. Esse aí foi entre Riberalta e Guayaramerin, no norte do país

Um dos inúmeros pedágios espalhados pelas estradas bolivianas. Temos sempre de descer do carro e ir pagar em uma casinha ao lado da estrada. Esse aí foi entre Riberalta e Guayaramerin, no norte do país


Por fim, faltava apenas encontrar uma balsa para atravessar o rio. Existe o serviço, mas faltam clientes. Com sorte, quando há mais carros ou caminhões, fica mais barato. Mas hoje, só tínhamos nós e tivemos de pagar o preço cheio, 300 bolivianos, pouco menos de 50 dólares. Meia hora de travessia e, durante o caminho, até nos ajudaram a encher o tanque da Fiona com o diesel que trazíamos em um galão.

Guayaramerin, na fronteira da Bolívia com o Brasil

Guayaramerin, na fronteira da Bolívia com o Brasil


Cruzando o rio entre Bolívia e Rondônia, no Brasil

Cruzando o rio entre Bolívia e Rondônia, no Brasil


Ali na nossa frente, aparecia a cidade de Guajara-Mirim. Estávamos de volta à Rondônia e ao Brasil. Fim da correria dos últimos dias? Nada disso, apenas a metade do caminho! Agora, outra longa estrada nos espera. Seguimos para o sul do Mato Grosso, onde várias atrações nos aguardam. São mais 1.500 km de estradas, duas noites no caminho. Pelo menos, agora é tudo asfaltado...

Chegando à Guajará-Mirim, em Rondônia.

Chegando à Guajará-Mirim, em Rondônia.

Bolívia, Coroico, Riberalta, Bichos, Estrada, Guayaramerin, Rurrenrabaque, Yucumo

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Pelas Praças de Guadalajara

México, Guadalajara

Plaza de La Liberación em  Guadalajara, no México

Plaza de La Liberación em Guadalajara, no México


Hoje, após o refresco de Tlaquepaque, estávamos prontos para enfrentar um dia de andanças pelo centro de Guadalajara. Optamos por deixar a Fiona seguramente guardada num estacionamento e seguir de táxi ao centro histórico, para não termos de nos preocupar com caminho, trânsito e estacionamento da nossa companheira. Guadalajara é a segunda maior cidade mexicana e a região metropolitana tem mais de 4 milhões de habitantes. Trânsito pesado, imaginei.

A bela Catedral de Guadalajara, no México

A bela Catedral de Guadalajara, no México


Que nada! Para começar, nem sinal daquelas gigantescas freeways da Cidade do México. Apenas avenidas “normais”, com canteiros, cruzamentos, sinais, etc... Prefiro assim! Segundo, o trânsito estava uma beleza. Talvez por ser sábado. Ou ainda, pela enorme confusão de ontem, que deixou toda a cidade assustada.

Interior da Catedral de Guadalajara, no México

Interior da Catedral de Guadalajara, no México


Confusão? Pois é, eu também não sabia de nada, pelo menos até tomarmos nosso delicioso desayuno no hotel, devidamente acompanhado do jornal do dia, cortesia da casa. Ontem de manhã, numa operação especial, o exército mexicano prendeu em Guadalajara o chefe do cartel mais poderoso do estado de Jalisco. A vingança dos traficantes veio logo. Numa operação que muito lembra o Comando Vermelho ou o PCC dos “bons tempos”, vários ônibus foram incendiados na cidade e nas estradas da região. Guadalajara praticamente parou às 15:00 de ontem, ninguém mais querendo sair de casa ou andar pelas ruas.

Ônibus turístico no centro de Guadalajara, no México

Ônibus turístico no centro de Guadalajara, no México


E nós, que chegávamos à cidade nessa mesma hora, nem percebemos nada. Rumamos diretamente à tranquila Tlaquepaque e nada vimos ou sentimos. Enfim, hoje a imprensa estava em polvorosa. Jamais havia acontecido nada parecido aqui em Guadalajara. O cartel parece ter ficado satisfeito com o que conseguiu e hoje não chateou mais. A cidade e o trânsito estavam serenos como nunca.

Palacio del Gobierno, em Guadalajara, no México

Palacio del Gobierno, em Guadalajara, no México


A gente seguiu diretamente para a majestosa Catedral da cidade. Normalmente, a catedral fica na praça central de uma cidade. Mas aqui em Guadalajara, não é bem assim. Não que não fique no centro, mas é que a Catedral não tem “apenas” uma praça, mas quatro! Uma em cada lado, cada uma com seus próprios prédios públicos, jardins e atrações, conferindo personalidades distintas para cada praça. Muito legal!

Um anjo pousa na Plaza Tapatía, em Guadalajara, no México

Um anjo pousa na Plaza Tapatía, em Guadalajara, no México


A Catedral em si, além de majestosa por fora, é deslumbrante por dentro. Muito bonita mesmo. Depois de passarmos um tempo dentro dela, passamos a percorrer as quatro praças, todas cheias de vida como todas as praças mexicanas. Foi quando a fome bateu e fomos procurar um bom restaurante. Não demorou muito e achamos um muito charmoso, construído numa antiga mansão colonial. Soma-se a fome, a vontade de comer e a qualidade da comida e o resultado foi um excelente almoço.

Formatura com pompa e cisrcunstância em Guadalajara, no México (Instituto Cabañas))

Formatura com pompa e cisrcunstância em Guadalajara, no México (Instituto Cabañas))


Voltamos então às praças! Dessa vez àquela que fica atrás da Catedral, a Plaza de La Liberación. Foi onde nasceu a cidade, por volta de 1540, o evento imortalizado num grande escultura na praça. No lado oposto está o pomposo prédio que abriga o principal teatro de Guadalajara. E atrás dele, a Plaza vira um calçadão que se estende até a próxima praça, a Tapatía. Essa é a mais movimentada de todas, artistas de rua com suas performances, muitas famílias passeando juntas e até um pessoal tirando a tradicional foto de formatura num dos prédios públicos da praça.

Mercado San Juan de Diós, em Guadalajara, no México

Mercado San Juan de Diós, em Guadalajara, no México


Bem ali do lado está um dos mercados mais conhecidos do México, o San Juan de Diós. Dois grandes quarteirões cobertos e um labirinto de corredores e passarelas cercados por lojas e vendas de produtos de todo o tipo. Desde as tradicionais frutas e hortaliças passando por artesanato e produtos para simpatia, chegando aos tradicionais sombreros e artigos de couro. Examinando as botas e cintas, sentimos aquele patriotismo chinfrim: são produtos brasileiros!

Venda de botas no Mercado San Juan de Diós, em Guadalajara, no México

Venda de botas no Mercado San Juan de Diós, em Guadalajara, no México


No meio do mercado, uma grande praça aberta, mais uma na nossa lista de hoje. Ali, um show de música típica animava o público, gente só de passagem ou os poucos turistas que chegaram até lá. A música da praça nos animou a seguir até uma outra, a poucos quarteirões dali. A famosa Plaza de Los Mariachis, onde nasceu esse movimento, muitas décadas atrás. Daí se espalhou pelo país, principalmente para o sul, tornando-se um dos símbolos mais conhecidos do México.

A famosa Plaza de los Mariachis, no centro de Guadalajara, no México

A famosa Plaza de los Mariachis, no centro de Guadalajara, no México


Mariachi descansa pela ausência de clientes, em Guadalajara, no México

Mariachi descansa pela ausência de clientes, em Guadalajara, no México


Então, fomos lá prestar uma reverência e brindar uma cerveja a eles. Infelizmente, a praça já não é mais aquela, quase sem turistas e com os mariachis sentados em suas cadeiras, esperando clientes. Hoje, segundo dizem, o melhor lugar para observá-los é mesmo na praça de Tlaquepaque, onde estivemos ontem. Realmente, lá é mais animado...

A Ana pratica sapateado no tradicional clube La Fuente, no centro de Guadalajara, no México

A Ana pratica sapateado no tradicional clube La Fuente, no centro de Guadalajara, no México


Mas nós continuávamos animados. Voltamos pelas mesmas praças que já tínhamos passado até a Plaza La Libertad, atrás da Catedral. Ali pertinho está um dos botecões mais tradicionais de Guadalajara, o La Fuente. Um salão sem janelas, pé direito alto, cheio de bebedores profissionais e muito boa música, ao vivo. Melhor que isso, uma simpática moça fazendo sapateado num tablado em frente à banda de música. Não demorou muito e ela levou a Ana para lá, para alegria dos clientes do bar. Minha querida esposa não fez feio e sapateou à vontade!

Famosa Birrieria no centro de Guadalajara, no México

Famosa Birrieria no centro de Guadalajara, no México


Depois de tanto esforço, a fome apertou novamente. Fomos então para a última praça da noite, a Plaza de Las Nueve Esquinas, alguns poucos quarteirões ao sul da Catedral. Ali é o melhor lugar para encontrar Birrierias, que vendem carne de bode e de carneiro em pratos típicos. Entre uma birria (carne de bode) e uma barbacoa (carne de carneiro), ficamos com a segunda. Uma delícia! Principalmente com um pouco de chilli. Aliás, de pouco em pouco vou me acostumando com o ardido da pimenta e ficando mais fã dela. Mas, para chegar ao nível mexicano, ainda tenho de comer muito feijão! Ou frijoles, como dizem aqui.

Tradicionalíssimo jantar na Birrieria 9 Esquinas, no centro de Guadalajara, no México

Tradicionalíssimo jantar na Birrieria 9 Esquinas, no centro de Guadalajara, no México


E assim terminamos o dia, de estômagos cheios e felizes. Rapidinho o táxi nos levou de volta à tranquilidade de Tlaquepaque, onde devemos passar um sai tranquilo amanhã, antes de continuarmos nossa jornada rumo ao norte do país.

Frase universal! (Guadalajara, no México)

Frase universal! (Guadalajara, no México)

México, Guadalajara,

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Para Quem Gostas de Fuscas

México, Cozumel

A bordo da nossa 'ferrari conversível', na ilha de Cozumel, no litotal de Yucatán, no sul do México

A bordo da nossa "ferrari conversível", na ilha de Cozumel, no litotal de Yucatán, no sul do México


Durante a minha infância, na década de 70, simplesmente metade dos carros nas ruas brasileiras eram Fuscas. O sucesso desse simpático carro criado ainda na década de 30 por Ferdinand Porshe, com patrocínio de Adolf Hitler, foi mundial e o transformou no automóvel mais vendido da história. Ele ultrapassou o recorde do lendário Ford T em 1973 e, quando finalmente saiu de linha, trinta anos mais tarde, haviam sido vendidos mais de 21,5 milhões de exemplares.

O nosso super fusca converível, na ilha de Cozumel, no litotal de Yucatán, no sul do México

O nosso super fusca converível, na ilha de Cozumel, no litotal de Yucatán, no sul do México


Os países onde o saudoso carro mais perdurou foram no Brasil e no México. No Brasil, a produção foi até o ano de 86, mas em 1993 ele foi ressuscitado a pedido do presidente Itamar Franco, um dos grandes fãs do automóvel. Foram mais 45 mil Fuscas produzidos nessa nova fase, até o ano de 96, quando o carro foi aposentado de vez. No México, no entanto, o Fusca sobreviveu até 2003! É por isso que esse país atrai tanto os amantes do Fusca. Nas cidades menores, ainda é muito comum ver o simpático carro rodando pelas ruas.

Eu nunca fui especialmente fã do Fusca, preferindo carros um pouco mais modernos. Mas sou obrigado a admitir que, diversas vezes, fiquei admirado com a força desse veículo em enfrentar as estradas precárias do interior do Brasil. Quantas vezes já não passei por estradas apropriadas apenas para carros 4x4 que um fusquinha tirava de letra! Com seu motor traseiro, não havia ladeira de terra ou cheia de pedras que ele, valentemente, não enfrentasse!

O nosso super fusca converível, na ilha de Cozumel, no litotal de Yucatán, no sul do México

O nosso super fusca converível, na ilha de Cozumel, no litotal de Yucatán, no sul do México


Além disso, nostálgico que sou, nunca vou esquecer que esse foi o primeiro carro que meu pai teve, ainda na década de 50, na Alemanha. Desde então, é seu carro predileto! Quando voltou ao Brasil, em 1960, trouxe o Fusca com ele. Teve um certo trabalho de vencer as burocracias portuárias mas, ao final, pode continuar rodando com seu carro “alemão” por muitos anos nas ruas de Belo Horizonte e pelas estradas do interior de Minas. O mesmo carro que, ainda na Europa, emprestou ao seu pai, meu avô, para que, junto com a minha avó e outro casal, viajassem por dois meses pelos países da Europa. Imagina só, que delícia: dois meses de Fusca na Europa do final dos anos 50! Eu daria tudo para voltar no tempo e acompanhar essa viagem épica! É... e as pessoas ainda perguntam de quem eu puxei por ter tido essa ideia maluca de viajar pelas Américas de carro...

De fusca, rodando pela ilha de Cozumel, no litotal de Yucatán, no sul do México

De fusca, rodando pela ilha de Cozumel, no litotal de Yucatán, no sul do México


Pois é... em honra ao meu avô, ao meu pai, ao meu padrinho de batismo (também um fã incondicional do Fusca!) e ao meu irmão (cujo primeiro carro, lá em 86, também foi um poderoso 1.600!), hoje, aqui em Cozumel, alugamos um Fusca. Um Fusca conversível! Muito chique! Foi a nossa Ferrari por um dia. A gente se divertiu com ele pelas ruas e estradas da ilha, eu na frente, de motorista, e as amigas inseparáveis atrás, cabelos ao vento. Um capítulo inesquecível desses 1000dias pela América. O venerável Fusca também fez parte dessa aventura!

De fusca conversível, rodando por toda a ilha de Cozumel, no litotal de Yucatán, no sul do México

De fusca conversível, rodando por toda a ilha de Cozumel, no litotal de Yucatán, no sul do México

México, Cozumel, Fusca, história

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Mergulhando com Tubarões

Bahamas, New Providence - Nassau

Mergulho com tubarões feito em Nassau - Bahamas

Mergulho com tubarões feito em Nassau - Bahamas


Todo mergulhador gosta de ver vida embaixo d'água. Peixes. Peixes grandes. Arraias, golfinhos, polvos, tartarugas, baleias. E tubarões. Esse nome costuma dar calafrios. O filme de Spielberg marcou uma geração. Pessoas não dormiam mais direito e não entravam mais no mar. Mas, na verdade, o filme fez muito mais mal a espécie que retratava do que a esses pobres insones. Foram caçados inclementemente, mas a vida deles vem melhorando pouco a pouco, com o intenso trabalho da comunidade de mergulhadores e, principalmente, por canais como Discovery Channel, Natgeo e Animal Planet.

Esses animais são magníficos. Quem já os viu nadar graciosamente pelos mares, eficiência hidrodinâmica ao extremo, compreende e reverencia essa obra-prima da natureza. Não é à tôa que estão por aí desde o tempo dos dinossauros.

Enfim, já deu para perceber como sou fã deles, né? Sempre os procuro nos meus mergulhos. São raras as vezes que os vejo e sempre considero um prêmio os poucos segundos, raramente minutos que consigo acompanhá-los embaixo d'água. É porque eu ainda não tinha vindo ao lugar certo. Aqui no Caribe, é muito mais fácil observá-los. Hoje mesmo, assistindo ao Weather Channel, que mostrava Nassau vista de um avião, deu para ver vários, passeando aqui por perto. Engraçado... vistos de cima, de fora d'água, eles dão medo. Como banhista, também me assusto. Mas, embaixo d'água, não há espaço para medo. Apenas admiração.

Fomos a um mergulho especial hoje. Um mergulho onde assistimos tubarões sendo alimentados. Há toda uma preparação psicológica antes do espetáculo. Primeiro, um mergulho de preparação, onde o guia nos leva pela crista de um barranco, que desce dos 10 m aos 6 km de profundidade. Isso mesmo, 6 quilômetros! É a chamada "Língua do Oceano", uma fossa abissal bem ao lado de Nassau. Olhar para o azul escuro desse poço sem fundo (ou quase) me dá muito mais medo que os tubarões que já nos seguem, de longe, nesse mergulho. Sabem que a hora do lanche se aproxima. São tubarões médios, de dois a três metros. Curiosos, se aproximam e se afastam. Orientados pelo guia, não nadamos em direção a eles. Seria estupidez. São muito mais rápidos que nós e são eles que controlam a distância que querem ficar. Após alguns minutos, já estamos acostumados com a presença dessas criaturas em volta de nós. Uma dúzia deles. O mergulho termina num grande campo de areia, com pedras colocadas em forma de círculo. Uma arena, que mais parece uma Stonehenge submersa, o que lhe dá um ar bem mais solene, quase fantasmagórico.

Subimos de volta ao barco, para nos preparar para o segundo mergulho. O guia explica como se portar na arena. Devemos ficar quietos, apenas observando a ação que se passa no centro dela. Nenhum movimento brusco, para não atrair a atenção indesejada dos tubarões em plena hora do lanche. Ele, o guia, se veste com uma tela de aço, pega suas caixas cheias de comida de tubarão e vamos todos para baixo d'água novamente. A gente se coloca em círculo, se segura numa das pedras da arena e assistimos agora a três dúzias de tubarões tentando o seu naco de peixe, às vezes arrancandos da mão do guia. Ficam nadando em círculos, passando literalmente entre nós. Nós não podemos tocá-los, mas eles tem toda a liberdade para nos tocar. Levei algumas barbatanadas, me desviei de outras tantas. O único cuidado que tive foi deixar os dedos da minha mão bem próximos ao corpo. Eram minha única parte descoberta. Fora isso, nenhum medo, nenhum receio. A impressão é a de estarmos em algum filme Imax 3D. Dentro do filme, mas inatingíveis. O que quebra essa sentação são as barbatanadas ("se liga, mané!") ou o frio da água no rosto.

Mergulho com tubarões feito em Nassau - Bahamas

Mergulho com tubarões feito em Nassau - Bahamas


Voltamos para o barco ainda mais fãs desses animais. E a vontade é de ver tubarões ainda maiores. E sei que vamos ver, ainda nesta viagem.

Bahamas, New Providence - Nassau, Bichos, Mergulho, tubarão

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