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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Um mamute nos recepciona na seção de História Natural do excelente Royal BC Museum, em Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
Aproveitamos até o último minuto do tempo que tínhamos no nosso hotel (por aqui, as diárias sempre se encerram às 11 da manhã) e seguimos para uma das maiores atrações de Victoria, o Royal BC Museum. Tempo ainda meio chuvoso, nada melhor que uma boa visita a um museu, principalmente quando este é o melhor museu de toda a província. Nossa ideia era passar umas horas de explorações culturais e científicas e, no fim da tarde, pegar o ferry para Vancouver, finalmente voltando ao continente americano propriamente dito. Afinal, desde que saímos de Haines, no Alaska, há mais de duas semanas, que só temos andando por ilhas e por barcos, ao longo da Inside Passage.
Observando um gigantesco mapa da British Columbia no Royal BC Museum, em Victoria, capital da província, no oeste do Canadá
O museu daqui tem excelentes seções de história, cultura e história natural. Mas não foi por nenhuma delas que iniciamos nossa visita. O que nos atraiu primeiro foi um “cineminha” que estava passando no museu. O “cineminha”, na verdade, era um IMAX e o filme, um incrível documentário sobre o Ártico, suas belezas naturais, como ele está sofrendo com o aquecimento global e como a fauna que lá vive está lutando para se adaptar às novas condições. O foco principal do filme é a história de uma ursa polar e seus dois filhotes, na sua luta diária por alimento e tentando se manter longe da ameaça dos ursos machos, devoradores de filhotes.
Gigantescos carangueijos expostos no Royal BC Museum, em Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
O filme é maravilhoso, imagens que nos levam às lágrimas. Para nós, que chegamos lá pertinho, mas estamos indo embora sem ter visto esses magníficos animais, não poderia ter sido mais emocionante. O lugar mais acessível para um viajante ver ursos polares na natureza é na cidade de Churchill, no norte de Manitoba, na Hudson Bay. Não se chega lá de carro, mas de trem. São quarenta horas partindo de Winnipeg. Nós não passamos por aí, tendo cruzando as planícies centrais do continente pelos Estados Unidos. Imaginávamos, inocentemente, que poderíamos ver esses ursos brancos no Alaska. Doce ilusão. Ali, para chegar até eles, é ainda mais complicado, uma cara combinação de aviões pequenos e barcos. Se soubéssemos disso antes, talvez tivéssemos tentado fazer o caminho do trem. Enfim, não vimos com os próprios olhos, mas hoje, com a ajuda do IMAX, nos sentimos bem perto deles. E torcemos juntos quando um dos ursos machos se aproxima perigosamente da mãe com seus dois filhotes, após uma longa perseguição entre blocos de gelo e mares gelados e a ursa, percebendo que os filhotes seriam alcançados, se vira e resolve enfrentar um animal mais de 50% maior do que ela. Não vou contar o final da história, pois vale a pena ver com os próprios olhos! O trailler do filme segue abaixo:
Depois do filme, voltamos nossas atenções ao excelente museu, começando pela seção de história natural, onde somos recebidos por um mamute em tamanho natural, inclusive com os sons que eles deveriam fazer quando viviam. Fósseis desses animais são constantemente descobertos, em toda a região norte do planeta. Alguns, em tão bom estado que parece terem morrido ontem. Ninguém conseguiu explicar como e por que esses animais foram extintos e atribuir isso aos nossos antepassados caçadores me parece bem exagerado. Por dezenas de milhares de anos as duas espécies conviveram e ninguém foi extinto. Os mamutes haviam superado várias mudanças climáticas anteriores também, o que torna meio simplório botar a culpa no fim da era glacial. Muito interessante também, e poucas pessoas sabem disso, os mamutes sobreviveram até bem recentemente, há cerca de 3.500 anos, em uma ilha ao norte da Sibéria. Enquanto os gregos invadiam Tróia e Moisés guiava os judeus pelo deserto do Sinai, esses primos do elefante vagavam em segredo alguns poucos milhares de quilômetros ao norte. Que pena não terem resistido um pouco mais...
A antiga exploração de baleias, em foto no Royal BC Museum, em Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
A quarta maior pepita de ouro achada na British Columbia, exposta no Royal BC Museum, em Victoria, capital da província, no oeste do Canadá
Depois da História Natural, dos mamutes, ursos, caranguejos e os diversos ecossistemas da Colúmbia Britânica, seguimos para a parte de história do museu. Réplicas das antigas cidades da província em tamanho natural nos permite entrar em um antigo banco, em um sallon, na estação de trem, num hotel por onde perambulavam antigas dançarinas de um cabaré e até mesmo pela cabine de comando do navio Discovery, um dos primeiros a explorar a costa norte do Canadá. Talvez o mais legal seja a réplica de um antigo cinema da década de 30 onde passam continuamente os filmes de Charles Chaplin. Ali, pudemos assistir a um bom pedaço do filme “Gold Rush”. Como acabamos de acompanhar toda a história da Corrida do Ouro no Alaska e Yukon, o filme ficou ainda mais interessante!
Assistindo a filme em réplica de cinema antigo, no Royal BC Museum, em Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
Antiga propaganda sobre viagens na Inside Passage, no Royal BC Museum, em Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
Podemos também ver também objetos e fotos antigas das atividades econômicas daquela época, como a mineração, exploração de madeira, pesca de salmão e, de cortar o coração, caça a ursos e baleias. Felizmente, ao menos nessa parte do mundo, isso é coisa do passado. As baleias, que quase chegaram a ser extintas e fazer companhia aos mamutes, hoje vivem tranquilamente na Inside Passage, fazendo a alegria dos turistas e cientistas que ali passam ou vivem.
Máscaras indígenas expostas no Royal BC Museum, em Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
Totens indígenas expostos no Royal BC Museum, em Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
A parte final da nossa visita foi devotada à incrível coleção de arte, artefatos e informações sobre a população indígena da Columbia Britânica. Novamente, me impressionei com o grau de complexidade da sociedade que aqui vivia e da arte que desenvolveram. Também foi tocante ver como o contato com as sociedades europeias foi desastroso para eles. A população indígena no litoral, estimada em 80 mil pessoas no início do séc XIX, caiu para apenas um quarto disso ao final do século. Boa parte desse declínio foi devido às doenças trazidas pelo homem branco. Apenas uma epidemia de varíola, em 1860, matou vinte mil pessoas. A sociedade se desestruturou rapidamente, ainda mais com as medidas do governo que forçavam uma ocidentalização dos costumes. Por exemplo, as antigas línguas eram simplesmente proibidas de serem faladas. O “potlatch”, uma espécie de festa-cerimônia em que um grande chefe distribuía parte de seu patrimônio entre súditos e aliados, um costume central naquela cultura, também foi banido por força de lei. Enfim, tivemos uma verdadeira aula de história onde é quase impossível não sentir o peso das injustiças cometidas naquela época e que jamais serão sanadas ou corrigidas. Bom, ao menos, que nunca sejam esquecidas também...
Imagens dos antigos habitantes da província, expostas no Royal BC Museum, em Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
Imagens dos antigos habitantes da província, expostas no Royal BC Museum, em Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
Poderíamos ter passado dias ali dentro, mas o nosso destino nos chamava. E o nosso destino, agora, tinha um nome: Vancouver, a maior cidade desse lado do país. Aceleramos para o porto, mas perdemos o ferry das 17 horas. Não importa! Duas horas mais tarde e estávamos embarcados para uma viagem de 90 minutos através do canal no mais cheio ferry que pegamos nessas duas semanas cruzando os estreitos caminhos da Inside Passage. Chegamos à metrópole de quase 3 milhões de habitantes e o PriceLine nos ajudou a achar uma excelente acomodação bem no coração do West End, uma das melhores vizinhanças de Vancouver. A partir de amanhã, com sol ou com chuva, temos uma grande cidade para explorar. Estávamos com saudades, pois a última foi Chicago, há quase dois meses. Para nós, parecem dois anos. Acho que é a intensidade da vida que levamos...
Totens indígenas expostos no Royal BC Museum, em Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
Adoro museus! Vocês devem ter visto em Nova York os animais em seu habitat no Museu de História Natural,achei sensacional!
Quanto aos filmes de museus, também assistimos lá um
sobre o Big Bang. Foi muito interessante.
Os "abastecimentos", copiando a Naira, nos ensinam muito.
Abraços
Resposta:
Oi Mabel
Nesses 1000dias, não estivemos no Museu de Historia natural de NY, não. Mas já estivemos lá uma outra vez. Como vc mesmo disse, sensacional!
Quanto aos "abastecimentos", vamos fazendo sempre que temos chance. Com o máximo de informações!
Abraços
vcs são sortudos nesta vida maravilhosa,uma boa viajem
Resposta:
Oi Lurdes!
A vida tem sido ótima mesmo! Cabe a nós aproveitar a sorte que o destino nos oferece ou, muitas vezes, "criar" nossa própria sorte, hehehe
Abs
Fantástico relato!!
Eu sou apaixonada por história e pelo Canadá de uma forma geral. História natural é sempre algo que me enche os olhos.
Imaginar que vocês estiveram perto destes "bichinhos" só me deixou mais curiosa :-)
Parabéns e continuem nos "abastecendo" cada dia mais e mais.
Resposta:
Olá Naira
Pois é, eu também adoro esses "bichinhos", hehehe. Esse museu em Victoria é fantástico, assim como o filme sobre o Ártico.
Logo colocaremos mais posts para continuar "abastecendo" o site. Gostei do termo, hehehe!
Abraços
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