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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Dois Southern Royal Albatrosses nos céus de Prion Island, na Geórgia do Sul
Todos sabemos que a maior ave da Terra nos dias de hoje é o avestruz africano. Com seus 2,5 metros de altura e quase 200 kg, ele é imbatível no reino das aves. Mas não foi sempre assim. Até pouco mais de 300 anos atrás, o título pertencia a outro pássaro, acertadamente chamado de “ave elefante”. Natural de Madagascar, media mais de 3 metros e chegava aos 500 quilos! Infelizmente, foi extinto pelo homem, tanto através da caça como por doenças importadas para a ilha em galinhas e outras aves domesticadas.
Um filhote de southern royal albatross na grama alta de Prion Island, na Geórgia do Sul
Um filhote de Southern Royal Albatross dscansa na grama alta de Prion Island, na Geórgia do Sul
Entre as aves que ainda existem, depois do conhecido avestruz, temos os menos populares casuares e emus australianos e as emas que se espalham pela América do Sul. Mas todas essas aves, além do grande tamanho e peso, tem outra coisa em comum: elas não voam! De tão pesadas, as asas perderam essa função que, pelo menos para nós, leigos, é fundamental em um pássaro: a arte de voar.
Vários albatrozes descansam na grama alta de Prion Island, na Geórgia do Sul
Pois bem, entre as que voam, pode-se medi-las pelo peso, altura ou envergadura de asas. A mais pesada ave a voar é provavelmente o nosso tuiuiú, tão comum no Pantanal. Entre as mais altas, algumas espécies de flamingos. E entre as de maior envergadura, condores, cisnes, águias e, em primeiro lugar, albatrozes. Enquanto seu rivais mais próximos podem chegar aos 3 metros de envergadura, ao maiores albatrozes chegam a incríveis 4 metros de ponta a ponta das asas.
Giant petrels voam nos céus de Prion Island, na Geórgia do Sul
O nome “albatroz” se refere a uma família de pássaros e não apenas a uma espécie. Na verdade, a família se divide em quatro gêneros e esses se dividem entre 15 e 22 espécies, já que os cientistas ainda não estão certos se algumas espécies realmente deveriam ser classificadas como tal ou apenas como sub-espécies que ainda podem produzir descendentes férteis entre si. Todos esses gêneros e espécies vivem nas regiões frias do planeta, a maioria em torno da Antártida, mas algumas também na região norte do Pacífico.
Albatrozes sobrevoam o mar em frente de Prion Island, na Geórgia do Sul
Essa preferência por clima frio tem uma explicação muito clara. É aí que venta sempre e os albatrozes usam suas enormes asas muito mais para planar do que para batê-las no ar como forma de propulsão. Na verdade, eles só fazem isso para alçar voo ou para pousar, na água ou na terra. Sua perfeição em voar está em como ler, entender e se utilizar do vento para se locomover.
Um albatroz descansa entre um terino e outro para aprender a voar, em Prion Island, na Geórgia do Sul
Um Southern Royal Albatross aproveita o vento para praticar aulas de voo, em Prion Island, na Geórgia do Sul
Esses fantásticos planadores naturais podem voar mais de 1.000 km em um só dia sem bater as asas nem uma única vez. Eles parecem já saber onde está o vento e, quando vão do sul para o norte, voam no sentido anti-horário, o mesmo do vento, o mesmo quando voam do norte para o sul, agora no sentido horário. Não só sabem do bento, mas sabem exatamente onde estão, pois dividiram o oceanos em “lotes”, uma para cada espécie, e não invadem o “lote” vizinho. Uma das espécies, a maior de todas, o “Wandering Albatross” (albatroz vagante, em português), sabe até a profundidade do mar abaixo, pois só se alimenta em lugares com profundidade maior que 1.000 metros.
Um Wandering Albatross nos céus de Prion Island, na Geórgia do Sul
A maior ave alada do mundo, um Wandering Albatross nos céus de Prion Island, na Geórgia do Sul
Todo o esforço que fazem ao planar é curvar-se para um lado ou outro, quando querem mudar de direção, ou para frente e para trás, quando querem acelerar ou frear. Nós vimos essa técnica perfeita com nossos próprios olhos, enquanto vários deles voavam ao lado do Sea Spirit em alto mar. Nem uma batida de asas, por minutos e minutos a fio. Quase sempre, eram os albatrozes de sobrancelha, uma das espécies mais comuns da família.
Um Wandering Albatroz, a ave alada com a maior envergadura de asas do mundo, em Prion Island, na Geórgia do Sul
Um Southern Royal Albatross parece ser do tamanho do Sea Spirit, em Prion Island, na Geórgia do Sul
Hoje, aqui em Prion Island, era a nossa chance de ver de perto as duas maiores espécies de albatrozes, o Wandering Albatross, que chega a ultrapassar os 4 metros de envergadura, e o Southern Royal Albatross (albatroz real meridional), apenas um pouco menor. Eles são conhecidos por fazerem seus ninhos de apenas um ovo nessa ilha, em meio a grama alta, e uma passarela foi construída para nos dar acesso e visão a esses ninhos.
Um Southern Royal Albatross aprende a voar em Prion Island, na Geórgia do Sul
Um wandering Albatross pousa em Prion Island, na Geórgia do Sul
Não demorou muito para encontrarmos os primeiros, das duas espécies. Eles vivem como bons vizinho e, nessa época do ano os filhotes, já enormes estão aprendendo a voar. Foram chocados ano passado e já não veem a hora de partir para alto mar, onde o instinto os chama.
Um Wandering Albatross tenta aperfeiçoar sua técnica de voo em Prion Island, na Geórgia do Sul (foto de JP Salakari)
Um Southern Royal Albatross pratica a técnica de voo em Prion Island, na Geórgia do Sul
No céu, os pais voam tranquilamente, ensinando os filhos como se deve fazer. Alguns deles já arriscam seus voos e treinam também suas aterrisagens meio desengonçadas. Tem de aperfeiçoar isso, assim como a alçada de voo, pois em breve estarão em alto mar onde não mais estarão os pais para ensinar. É o momento de maior gasto de energia, já que quando estão plainando tranquilamente, o batimento cardíaco cai ao mesmo nível de quando dormem. Alguns estudiosos chegam a pensar que eles realmente tirem alguns cochilos voando, embora isso ainda não tenha sido provado.
Um filhote de Southern Royal Albatroz abre suas enormes asas aproveitando a corrente de vento enquanto aprende a voar, em Prion Island, na Geórgia do Sul
Um filhote de Southern Royal Albatroz abre suas enormes asas aproveitando a corrente de vento enquanto aprende a voar, em Prion Island, na Geórgia do Sul
Enfim, ali de camarote assistimos dois ou três albatrozes tentando alçar voo. Eles se aproveitam da corrente de ar, abrem suas asas e começam a flutuar sem sair do lugar. Levantam uns poucos metros e voltam aos mesmo lugar. Que visão maravilhosa! Ou então, apenas abrem as longas asas aprendendo a sentir o vento. Depois, passam um tempo descansando, asas fechadas novamente.
Um filhote de Southern Royal Albatroz abre suas enormes asas aproveitando a corrente de vento enquanto aprende a voar, em Prion Island, na Geórgia do Sul
Uma "esquadrilha" de albatrozes nos céus de Prion Island, na Geórgia do Sul
Dá até para perceber emoções humanas nesses belos pássaros: timidez, vergonha, orgulho, medo, sentem tudo isso enquanto dão seus primeiros passos rumo à liberdade do voo. Ficávamos ali torcendo para eles se encherem de coragem e voarem. Alguns sim, outros apenas tentavam e voltavam ao descanso. Foram 30 minutos tensos, aflitivos, de torcida. Uma verdadeira benção de estar aqui na hora certa e poder assistir esse espetáculo.
A lua parece um farol nessa foto de longa exposição no mar ao redor de Prion Island, na Geórgia do Sul
A noite cai sobre a grandiosa paisagem ao reor de Prion Island, na Geórgia do Sul
Até que a tarde foi caindo e era hora de voltar ao Sea Spirit. Nosso simpático ornitólogo, o Jim, tinha até lágrimas nos olhos de ter tido a chance de ver esses momentos. Todos muito felizes, com as fotos e lembranças guardadas para sempre. Não é todo dia que se vê a maior ave alada do mundo aprender a voar! A noite merecia até uma comemoração. Não só pelos albatrozes, mas também pelos pinguins, pelos lobos e elefantes-marinho. O dia de hoje foi simplesmente espetacular, o melhor e mais intenso até hoje dessa viagem pelos mares do sul. A lua iluminava as montanhas nevadas a frente e ficamos ali, no convés, a ver aquele céu maravilhoso. Até arriscamos algumas fotos, mas a longa exposição necessária para captar boas imagens não combina muito com o eterno balanço do navio. Mas o que nos importava não era a qualidade da foto, mas o registro da nossa alegria. E isso foi feito!
Prion Island, na Geórgia do Sul (foto de Jeff Orlowski)
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