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viviane (28/12)
Olá Ana, sou Curitibana também e acho o máximo o blog de vcs, acompan...
viviane (28/12)
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alex (20/12)
vc tem que pegar informaçoes certas de pessoas que saibam e nao de pesso...
Vulcão fumegante visto do observatório em Montserrat, no Caribe
Esta foi a nossa primeira visão da ilha de Montserrat. A luz da lua lhe dava um certo ar de mistério e sua história recente adicionava ainda um quê de tristeza. O escuro não nos deixava ver suas cores, víamos apenas sua forma e sabíamos que ali vive um dos vulcões mais ativos do planeta.
Sempre que comentamos com alguém que estávamos indo a Montserrat, todos se assustavam, “Vocês não têm medo do vulcão?”. Os comentários eram de que a ilha já não possuía mais infraestrutura e que tudo havia se transformado desde a grande erupção. Até então eu não dava muita trela para essas preocupações. Se há gente morando lá, nós conseguiremos visitar a ilha. É o medo e o imaginário deste povo que pinta algo pior. Já passamos por diversos lugares que sofreram desastres naturais, furacões, terremotos, inclusive erupções e todos, mal ou bem se reergueram, reconstruíram e estão ativos economicamente.
Restos de uma casa no caminho de um fluxo piroclástico, em Montserrat, no Caribe
Chegamos à ilha perto das 21h e George (pronuncia-se Djódjí), o taxista que agendamos em Antigua, demorou um pouco para chegar. Enquanto esperávamos no porto começamos a tentar entender a ilha, seu mapa e funcionamento. Hoje Montserrat não possui uma grande cidade ou capital, o que encontramos são vilas ou aglomerados de casas. Little Bay é onde está sendo construído o novo centro administrativo da ilha, que ficará pronto em dois ou três anos.
Sombra e sossego para uma boa leitura, em Montserrat, no Caribe
Plymouth, sua antiga capital foi destruída pela erupção do Soufriere Hills Volcano. A população da ilha nesta época era de aproximadamente 13 mil habitantes, a capital era uma das mais ricas das West Indies, com 3 ou 4 bancos e uma especial discrição, tornando-se o paraíso particular de poderosos e bilionários de todo o mundo. George Martin chegou a operar uma gravadora de discos aqui, a Air Studios, onde gigantes como Rolling Stones, Sting e Elton John gravaram sucessos. Quem é ligado em música já ouviu falar do Music for Montserrat, um concerto organizado por George Martin para angariar fundos para a reconstrução da ilha. O show, que virou CD, reuniu artistas de peso como Paul McCartney, Eric Clapton, Mark Knopfler, Jimmy Buffett, Phil Collins, Carl Perkins, Sting e Elton John.
As marcas de um fluxo piroclástico no vulcão de Montserrat, no Caribe
A primeira erupção foi em 1995, seguida por uma ainda maior em 1997. Nesta última, 19 pessoas morreram. Aos poucos a cidade foi sendo enterrada por consecutivos fluxos piroclásticos, que cobriram Plymouth com mais de 12m de cinzas e lama vulcânica, destruindo o porto e toda a cidade. A última grande erupção em 11 de fevereiro de 2010 lançou cinzas até as ilhas vizinhas de Guadalupe e Antigua e enterrou definitivamente o aeroporto, que já estava interditado. Destruição de um lado e criação do outro. Criação? Sim, na última erupção uma nova praia surgiu na costa nordeste da ilha. Sem um nome oficial, a “New Beach” como é chamada, é uma bela praia de areias negras, que na realidade é composta por pura cinza vulcânica. Impressionados com o poder da natureza, caminhamos por uma das praias mais jovens do mundo (se não a mais jovem), com vista para o Oceano Atlântico e o aeroporto destruído.
Caminhando pela praia de cinzas em Montserrat, no Caribe
Praia nova em Montserrat, no Caribe, feita de cinzas de vulcão
O fluxo piroclástico deixou apenas a torre de observação do antigo aeroporto à vista, perto de Plymouth, em Montserrat, no Caribe
Assim que o Soufriere entrou em atividade, vulcanólogos vieram de todas as partes e determinaram as áreas de segurança na ilha, dividindo-a em três principais áreas:
- Exclusion Zone (Zona de Exclusão) – ao norte da ilha nos arredores do Soufriere Hills Volcano, incluindo as ruínas da cidade de Plymouth. Lá é terminantemente proibida a entrada. Apenas alguns funcionários de uma empresa exportadora de areia tem permissão especial para esta área.
Chegando à área proibida da ilha de Montserrat, no Caribe
A impactante visão apocalíptica da antiga capital, Plymouth, destruída pelo grande vulcão de Montserrat, no Caribe
- Day Light Zone - uma área em que todos podem circular durante o dia e onde entramos para ir até o mirante de Plymouth. A primeira vista que temos da cidade é desoladora. Vemos o vulcão, imponente e poderoso e o rastro de lama e cinzas que corre sobre as ruínas da cidade e do porto. Uma vista chocante.
A impactante visão apocalíptica da antiga capital, Plymouth, destruída pelo grande vulcão de Montserrat, no Caribe
Visitando o mirante de onde se pode observar o vulcão e a antiga capital, Plymouth, destruída nas erupções dos últimos 15 anos, em Montserrat, no Caribe
- Safe Area – a área segura está no sul da ilha, distante do vulcão. Nessa região encontramos montanhas verdejantes, fontes de água mineral, rios, praias, fauna e flora ricas e peculiares à ilha de Montserrat, como o mountain chicken frog. Um sapo endêmico da ilha que está ameaçado de extinção, não por ser o prato típico da culinária local, mas por um fungo trazido pelo seu primo tree frog, espécie invasora na ilha.
As águas claras do porto de Montserrat, no Caribe
O sul da ilha é a casa dos 4 mil habitantes que permaneceram depois que o vulcão entrou em atividade. Várias pessoas com as quais conversamos dizem que não foram muito afetadas pelo desastre, pois já moravam na área segura. Suas casas, família e estilo de vida não foram muito alterados. A economia da ilha, porém, foi transformada radicalmente. Um lugar ativo e movimentado se tornou, em um curto espaço de tempo, a ilha mais tranquila e vagarosa do Caribe.
Baía de águas limpas e tranquilas, ótima para mergulho, na costa de Montserrat, no Caribe
Caminhando pela praia de Little Bay até o porto onde está o barco de mergulho, em Montserrat, no Caribe
Após a erupção em torno de 8 mil pessoas deixaram a ilha, a maioria migrou para a terra mãe, Inglaterra. Grande parte da população que permaneceu na ilha trabalha para o governo, que paga os melhores salários. Os trabalhos mais braçais são feitos pelos imigrantes de países vizinhos: haitianos, jamaicanos e guianeses na sua maioria, além de uma parcela de indianos e chineses nos negócios locais.
Nos admiradores em restaurante no interior de Montserrat, no Caribe
Uma ilha pacífica, tranquila, onde todos se conhecem e sabem onde trabalha, o que faz ou deixa de fazer e ainda assim não são intrometidos e fuxiqueiros. “Você pode fazer o que quiser e ninguém irá te incomodar”, nos disse um canadense que vive na ilha há três anos. Ao mesmo tempo vemos um lugar parado no tempo. O que me espantava era como um lugar com apenas 4 mil habitantes, após 15 anos, ainda não mostrava sinais claros de reestruturação econômica.
Conforme fomos entrando na vida e na história da ilha algumas respostas foram surgindo. Montserrat é um território pertencente à Coroa Inglesa, que após o imenso desastre, aparentemente não teve interesse em ajudar a reconstruir a ilha. Corre à boca pequena que se a população estivesse abaixo de 1.800 pessoas, eles iriam fechá-la, mas ela nunca ficou abaixo dos 3.000 habitantes. Outro fator chave foi o (des)preparo dos que ficaram. Os montserratians mais preparados para administrar empresas e o estado, política e economicamente deixaram a ilha após a erupção. Hoje um dos esforços das empresas que estão lá é atrair novamente estes montserrarians para as suas posições gerenciais. Poucas famílias retém grande parte do dinheiro e do poder e trabalham para manter os seus interesses e não com uma visão desenvolvimentista da sua ilha. Essa visão de curto prazo não favorece a chegada de investidores estrangeiros que poderiam estar ajudando neste processo de retomada.
Num belo dia de sol, saindo de carro do nossa hotel em Montserrat, no Caribe
É uma experiência intensa conhecer um lugar que passou por uma profunda transformação tão recente e tendo como causa um desastre natural. O mundo real desse povo é tão diferente e tão isolado que fica difícil prever o que vai acontecer no futuro. Besteira querer adivinhar, qualquer futuro fica insignificante na escala geológica de uma ilha viva e que está apenas começando.
Nossa primeira visão do fumegante vulcão de Montserrat, no Caribe
Admirando as pasisagens da Inside Passage, trecho entre Sitka e Ketchikan, no sudeste do Alaska
A região sudeste do Alasca é uma ponta meio isolada do mundo que poucos ouviram falar, mas muitos conhecem. Como assim? A sua divisão geográfica mal aparece no mapa, pois é uma língua na costa oeste do Canadá que antes de ser americana foi ocupada pelos russos. O contrato de compra e venda do território colocava a fronteira apenas no meridiano que faz a linha reta que conhecemos entre o Canadá e o Alasca.
Os muitos caminhos da Inside Passage, ao longo do sudeste do Alaska. O nosso caminho sai de Haines, passa por Juneau e Sitka e segue para Ketchkan, antes de passar ao Canadá
Quando começou a corrida pelo ouro os Estados Unidos reivindicou estas terras pelo uso histórico russo, enquanto o Canadá as defendia por estarem a leste do tal meridiano. Enfim, o assunto foi para uma arbitragem internacional que acabou dando ganho de causa aos americanos e o território foi adicionado ao mapa do Alasca. Detalhe: a Rússia vendeu todo o Alasca por ridículos 7,2 milhões de dólares, menos de 0,16 cents por acre! Foi um negócio da China! Pois nestas terras onde aparentemente não havia nada, depois foram descobertos ouro e petróleo, além da imensa riqueza natural.
Navegando na Inside Passage, trecho entre Sitka e Ketchikan, no sudeste do Alaska
Toda a área é isolada entre uma cordilheira de montanhas e o Oceano Pacífico, e a forma mais fácil de conhecê-la é pelo mar. Aí surgiram os cruzeiros, desde o início do século XX grandes navios e barcos a vapor começaram a explorar turisticamente estas águas. Este cruzeiro só se tornou mais conhecido no Brasil nos últimos 5 ou 10 anos. O Alasca é um dos grandes mercados das empresas de cruzeiros, assim como o Caribe, a Grécia ou o Mediterrâneo. Várias destas cidades se desenvolveram inicialmente em torno da pesca do salmão e hoje a sua economia gira em torno do turismo e dos turistas vindos nestes grandes navios.
Nosso ferry na Inside Passage, trecho entre Sitka e Ketchikan, no sudeste do Alaska
Seattle é o porto de partida e a primeira parada ao norte, após cruzar todo o litoral da British Columbia no Canadá, é a cidade de Ketchikan. Nós estamos fazendo o roteiro inverso, vindo do norte para o sul, portanto nossa jornada começou na cidade de Haines. Cruzeiros, no entanto, não são exatamente o tipo de turismo que nós estamos procurando, além de terem um itinerário e cronograma muito amarrados, eles podem ser um pouco caros. Foi buscando por uma alternativa para explorar esta região que descobrimos a Alaska Marine Highway System, uma linha de ferry boats que transita toda a região conhecida como Inside Passage.
O mapa do nosso caminho pela Inside Passage, entre Junau e Sitka, no sudeste do Alaska
A Inside Passage é formada por uma longa cadeia de ilhas que costeia o litoral do Alasca, criando um verdadeiro corredor marítimo, protegido das grandes tempestades que abatem a costa do Pacífico. Uma das teorias migratórias da colonização da América diz que teria sido esta a rota de passagem dos povos vindos da Ásia. Os povos nômades, pescadores e bons navegadores, teriam vindo em embarcações costeado todo o Estreito de Bering durante a glaciação, em busca de alimento.
Memorial Tinglit em Ketchikan, no sudeste do Alaska
Toda a população que faz parte das primeiras nações a habitarem esta região tem traços mongóis, são orientais com a pele mais escura. Seus chapéus de caça e cerimoniais são parecidíssimos com os chapéus chineses. A estrutura desta sociedade surgiu em torno da exploração dos recursos naturais: as divisões de clãs, tribos e povos com diferentes culturas, idiomas e rituais. Os Tinglíts, Haidas e Tsimshians são apenas os maiores grupos e todos se dividem em diversas tribos, clãs e famílias. A sociedade era seminômade, vivendo a temporada de verão nos acampamentos de pesca e o inverno nas suas vilas fixas em baías protegidas.
Mapa das culturas e línguas indígenas do Alaska, no Centro de Tradição e Cultura Indígena, em Sitka, no sudeste do Alaska
Durante o inverno os clãs se reuniam em torno do fogo com seus grandes chefes e anciãos, tomando as decisões políticas e passando aos mais jovens a sua história e cultura. Assim floresceu a arte que registrou em traços fortes uma cultura marcada pela relação de sobrevivência com a natureza, seus recursos naturais, a disputa dos territórios e a relação de poder que foi formada pela sociedade. Totens cerimoniais não apenas celebram a vida, um casamento ou a morte, mas também contam histórias, lendas e marcam a posição de poder dos líderes de cada clã.
Totem Tinglit em Ketchikan, no sudeste do Alaska
Quanto mais um líder fosse capaz de prover ao seu povo, roupas, comida, pele, etc, mais poderoso ele seria. Várias guerras ocorreram entre estes grupos que em épocas de caça e pesca mais escassa lutavam para ampliar suas fronteiras e garantir sua sobrevivência. Não é difícil entender onde tudo isso foi parar, pois hoje, mesmo que com diferentes tecnologias, rituais e nomenclaturas, as fronteiras, territórios, guerras e batalhas pelo poder se travam em torno do mesmo ponto: recursos, sobrevivência, riqueza e poder.
Centro de Tradição e Cultura Indígena, em Sitka, no sudeste do Alaska
Estou super ansiosa para ver toda esta cultura de perto, ver como evoluiu, como vive este povo, qual é a arte que foi preservada e qual ainda é produzida hoje em dia. A cada vila, uma nova história e novas informações, um mundo novo para descobrirmos. Nossa viagem começou na pacata vila de Haines, ainda ligada ao interior por uma rodovia. Dali pegaremos um barco para Juneau, a capital do estado, seguiremos para Sitka, a primeira cidade e capital do antigo território russo, e finalmente à Ketchikan, onde nos despediremos do Alasca rumo à costa do Canadá.
Aproveitando o calor do sol na Inside Passage, trecho entre Sitka e Ketchikan, no sudeste do Alaska
O itinerário do ferry é bem completo no verão e entre o final de setembro e o início de outubro inicia o seu novo calendário de inverno, com menos frequência, porém viagens mais baratas e menos lotadas de turistas. Nesta época os navios já se foram, muitos dos melhores tours já encerraram suas atividades, mas é quando você finalmente pode encontrar e interagir com os habitantes locais que estão viajando entre cidades e ilhas, para conhecer melhor o verdadeiro Southest Alasca.
Paisagens magníficas, apesar do tempo nublado na Inside Passage, entre Junau e Sitka, no sudeste do Alaska
Já estamos com as passagens compradas e hoje começamos a nossa jornada pela Inside Passage. Primeira parada: Juneau!
DICAS PRÁTICAS
Tickets e Reservas: durante a alta temporada (junho a setembro), se você tem um roteiro apertado deve reservar com antecedência as passagens, principalmente se estiver viajando de carro. Esta é uma rota muito comum também para mochileiros europeus e canadenses, que sobem da British Columbia para o Yukon e descem por Haines pela Inside Passage.
Embarcando no ferry para a viagem entre Prince Rupert e Port Hardy, na Vancouver Island, sul da British Columbia, no Canadá
Ferry-boats: os ferries são como “mini-navios”. Além de oferecer cabines (80 a 100 dólares extras com 2 camas), possuem restaurante, cafeteria, bar, lounge, cinemas e um sun deck.
O deck principal do nosso ferry na Inside Passage, entre Junau e Sitka, no sudeste do Alaska
Overnight: Alguns dos trechos podem durar 18 ou até 24 horas. No verão uma ótima opção e bem popular, é reservar seu espaço no sun deck, também conhecido como solarium, colocando a sua barraca entre as outras dezenas de outros turistas. Você ganha um espaço mais reservado e confortável para ver as estrelas, o mar, as baleias e as belezas do caminho. Os nossos amigos Kombianos fizeram esta travessia durante o verão e escreveram um post bem bacana com dicas e relatos sobre essa experiência (veja aqui). Aos mochileiros de final de temporada, a dica para economizar é dormir nas salas reclináveis, como em um ônibus, ou trazendo seu saco de dormir para deitar no chão. Além de não estarem lotadas, você ficará mais protegido do vento gelado que já começa a soprar nesta época.
O solarium do nosso barco, apelidado de "chuvarium", na Inside Passage, trecho entre Sitka e Ketchikan, no sudeste do Alaska
Companhias: são duas companhias que percorrem o caminho entre Alasca e Vancouver Island, no Canadá. Todo o trecho americano da viagem pode ser feito com a Alaska Marine Highway System, eles também conectam a cidade de Bellingham, ao norte de Seattle, o primeiro porto americano dos Lower 48. Se você pretende parar no Canadá e conhecer também a região de Prince Rupert e Vancouver Island a companhia é a BC Ferries.
Dica de Roteiro Alternativo - Vancouver/ Whitehorse/ Inside Passage
Se você não tem muito tempo, mas quer ter um gostinho do Alasca, a dica é programar uma viagem para a British Columbia (Canadá) e dar uma estendidinha de dez dias para ver aurora, ursos, salmões, baleias e o mais a natureza te proporcionar! Uma boa ideia seria voar de Vancouver para Whitehorse no estado do Yukon, onde com sorte você pode ver a Aurora Boreal. De Whitehorse a cidade mais próxima no litoral do Alasca e com conexão via estrada é Skagway, há apenas 177km, por uma belíssima estrada cênica. Alugar um carro ou conseguir um ônibus não deve ser difícil e a partir de Skagway (ou Haines) é só fazer o seu roteiro de ferry pela Alasca Marine Highway e BC Ferry até Vancouver. Para checar informações de transporte rodoviário ou ferroviário o melhor caminho é o website do Yukon Visitor Center ou no White Pass & Yukon Route.
Roteiro Vancouver - Whitehorse - Inside Passage
Vista das torres da Av. Paulista
São Paulo é uma cidade engraçada. Todos andam apressados e sempre muito ocupados. Parece que a cidade te incita a ser workaholic! Minha convivência com SP aconteceu em diversos âmbitos, houve uma época que eu aproveitava apenas o lado bom da cidade, festas, baladas, teatros, restaurantes, etc. Mas logo o trabalho começou a ser a principal forma de me relacionar com a terrinha. O mercado publicitário brasileiro acontece aqui e diversas contas que atendi tinham relações com SP. Principalmente na época em que trabalhei na Dez, uma vez por semana eu vinha para cá até que me mudei de vez, já que a Batavo tinha a sua matriz aqui.
Agora retornamos a São Paulo durante os nossos 1000dias para explorá-la de uma forma diferente, mas mesmo assim o dever nos chama! Na nossa rotina segunda-feira é sempre um dia de bastante trabalho, envio dos nossos posts para a Gazeta do Povo e também de dar um gás em todas as atividades do site, que finalmente entra no ar na sua versão mais completa. Ainda conseguimos agendar para amanhã uma reunião com uma revista relacionada à turismo de aventura, afinal temos que divulgar o nosso trabalho!
Seguimos cumprindo a via sacra para visitar amigos e familiares. Subindo a Av. Paulista vamos a um delicioso almoço na Gogóia e Charles, encontramos Celininha e as crianças cada vez maiores. Mais tarde uma visita à Yoguland em Moema, a maior loja de fronzen yogurt do Brasil! Huuummm, delícia! À noite fomos encontrar os nossos padrinhos de casamento, Kina, Lelé e seus queridíssimos filhos João Pedro e Carol. Alguns drinks no aquecimento e um jantar delicioso em um italiano no Itaim Bibi. Adoro quando encontro com eles, pois sempre descubro novidades sobre a história do “Poulguento” ou do “Belô”, como é conhecido meu excelentíssimo marido na turma da faculdade. Até a Carol, com 2 aninhos de idade, já o chama de Tio Poul mané! Hahaha! Ficou prometida uma balada na Louca quarta-feira, vamos ver se agüentamos!
Lelé, JP e Carol
Quase um cowboy! (em Pioneertown, na Califórnia, nos Estados Unidos)
Velho Oeste na Califórnia? Sim, mais especificamente em San Bernardino County, é onde está localizada Pioneertown, esta pequena vila de 350 habitantes.
Chegando à Pioneertown, antigo setting de filme de faroeste ao lado do Parque Nacional de Joshua Tree, na Califórnia, nos Estados Unidos
Idealizada e construída para ser um set de filmagem de filmes e seriados do Velho Oeste em 1946, Pioneertown foi cenário para produções como The Cisco Kid, Vida contra Vida, The Cowboys and the Indians e vários
Pioneertown, setting hollywoodiano de cidade de faroeste, na Califórnia, nos Estados Unidos
A ideia dos empresários e atores na época foi construir um cenário onde os atores também pudessem morar e assim até hoje a cidade possui as construções originais na Mane Street, como o boliche, o salão, a casa de banhos e algumas lojas restauradas e hoje utilizadas para venda de artesanatos e souvenirs.
Pioneertown, setting hollywoodiano de cidade de faroeste, na Califórnia, nos Estados Unidos
Pele Vermelha e Cara Pálida em Pioneertown, na Califórnia, nos Estados Unidos
O Pappy & Harriet´s Pioneertown Palace é uma das principais atrações da cidade, um bar com decoração e clima de velho oeste, boa música e uma carne deliciosa.
O agitado Pappy & Harriet, bar em Pioneertown, na Califórnia, nos Estados Unidos
Ao lado está o Pioneertown Motel, onde podemos ficar hospedados nos mesmos quartos antes utilizados pelos grandes atores hollywoodianos da época. O nosso quarto era onde ficava Roy Rogers, além de ator, ele também foi um dos entusiastas empresários que bancou a construção da cidade.
Nosso motel em Pioneertown, na Califórnia, nos Estados Unidos
Alguns devem estar se perguntando, como foi que vocês foram cair aí? Pioneertown está a poucos quilômetros de um dos muitos de Parques Nacionais na Califórnia, o Joshua Tree National Park. Não havia melhor pedida que unir o útil ao divertido e agradável clima de velho oeste hollywoodiano antes de sairmos para explorar as belezas naturais californianas.
Uma legítima Joshua Tree na noite de Pioneertown, na Califórnia, nos Estados Unidos
Fechamos o dia de viagem e explorações no saloon do povoado, ouvindo uma dupla country feminina no melhor estilo americano, um belo copo de chopp na mão e uma história para contar.
Show de música country no Pappy & Harriet, bar-restaurante em Pioneertown, na Califórnia, nos Estados Unidos
Na casa do Guto, com a Sossa, Leo, Karen e Lulu, em Ribeirão Preto - SP
Hoje percorremos pouco mais de 600km. Despedimo-nos do Chico, grande companheiro de viagem por Goiás e seguimos em direção a Ribeirão Preto. Saímos de Rio Verde e os primeiros quilômetros já foram meio pentelhos, estrada em obras, alguns pontos de pista única alternando os lados. Bacana é que sempre que pára podemos conversar com alguém e fazer novos amigos na estrada. Passamos por Itumbiara, atravessamos o estado de Minas Gerais, cruzando as cidades de Uberlândia e Uberaba, verdadeiras metrópoles que já foram nos lembrando como são as cidades grandes do sul do país. Milhares de prédios e arranha-céus, pontes, viadutos e carros por todos os lados.
Anoiteceu e seguimos sem cansaço, afinal estamos chegando em casa. Ribeirão Preto é casa? Sim, aos que não lembram, lááá no início da viagem, já passamos por aqui. Ribeirão é a cidade onde mora a família do Rodrigo, meus sogros, cunhados, primos e sobrinhos. É uma emoção tão grande chegarmos a um lugar que já reconhecemos as ruas, a casa, a padaria e aquela pizzaria que fica pertinho da casa do Guto e da Sonia! Melhor ainda é tocar a campainha e darmos de cara com a nossa família.
Exibir mapa ampliado
Guto e Sônia nos receberam em sua casa, com aquele sorriso gostoso, casa aconchegante, histórias para contar. Lulu, como sempre, curioso e cheio de perguntas, nos desafiando em acertar todas as capitais do mundo. Léo e Karen chegaram a tempo da pizza, vieram do cursinho, irão tentar vestibular para Administração de Empresas. Ficar longe é tão difícil... Só agora soubemos, por exemplo, que o Guto e a Sossa pegaram dengue, das bravas! Só agora vimos que o Lulu cresceu e já me passou na altura! Até o Flipper, inseparável dog companheiro do Guto, andou passando por cirurgias neste período.
O mais gostoso de tudo é saber que podemos ficar longe, mas que quando voltamos, eles estão sempre aqui, de braços abertos esperando por nós. Alguns dizem que famílias são sempre iguais... Que maravilha se forem sempre iguais às nossas.
Fim de tarde tranquilo na North Shore de Oahu, no Havaí
Oahu não é a maior, mas é a mais habitada e agitada das ilhas havaianas, com aproximados 1 milhão de habitantes. Nela está a capital do 50° estado americano, Honolulu, a famosa e enfervecente Waikiki e as ondas mais perfeitas do Hawaii.
Um quebra-mar forma uma piscina em Waikiki, praia de Honolulu, a capital do Havaí, na ilha de Oahu
Oahu, em havaiano, “o local de reunião” é onde a natureza exuberante do Hawaii está a poucos minutos do maior centro financeiro do Pacífico, onde fatos históricos como o ataque a Pearl Harbour mudaram a história do mundo e onde se reúnem todos os anos os maiores surfistas de todo o mundo para encarar as grandes ondas de Waimea e Pipeline.
Waikiki Beach, com a cratera de Diamond Head ao fundo, em Honolulu, a capital do Havaí, na ilha de Oahu
Fizemos um roteiro de 2 dias e meio (quase 3 vai...) por Oahu. Foi mais rápido do que gostaríamos, mas seguindo as várias dicas da Lucia Malla, do blog Uma Malla pelo Mundo, conseguimos dar uma boa rodada.
Uma das árvores gigantes e centenárias na orla de Waikiki, praia de Honolulu, a capital do Havaí, na ilha de Oahu
Havia tanto para conhecermos que foi difícil montarmos um roteiro que contemplasse tudo. Mergulhos e grandes incursões pela natureza acabaram ficando de lado, embora a ilha ofereça lugares excepcionais para todas estas atividades. Nós já havíamos mergulhado em Kona - Big Island - e Maui. Acabávamos de vir três longos dias de caminhada pela Kalalau Trail na ilha do Kauai. Estávamos mesmo sedentos e curiosos pelas grandes ondas da North Shore, que prometiam para estes dias a final do Billabong Pipe Masters e, com muita sorte, as ondas gigantes do campeonato dedicado ao surfista havaiano Eddie Aikau. Então o nosso foco foi explorarmos a costa norte e é claro, dar uma conferida na famosa gastronomia de Waikiki.
Um belo pôr-do-sol em Waikiki, a praia mais famosa de Honolulu, a capital do Havaí, na ilha de Oahu
Primeiro ½ Dia
No primeiro dia chegamos do Kauai já no meio da tarde, alugamos um carro e depois de encontrarmos um hotel aproveitamos para fazer uma longa e tranquila caminhada pelo calçadão de Waikiki, com um belo por do sol do píer principal.
Passeio em Waikiki durante o pôr-do-sol (em Honolulu, a capital do Havaí, na ilha de Oahu)
Detalhe, há semanas eu buscava um hotel na costa norte da ilha, mas nesta época de campeonato ela fica completamente lotada com meses de antecedência. Chegando aqui ainda tentamos contato com alguns lugares e até uma brasileira que vive aqui, tem um hostal e agiliza aluguéis de casas e quartos, mas nem ela pôde nos ajudar. Ficamos por Waikiki mesmo, perto do aeroporto, da praia e de todas as lojas bacanas do centro.
Fim de tarde, início de noite em Waikiki, a principal praia de Honolulu, a capital do Havaí, na ilha de Oahu
A noite fomos ao Roy´s um dos restaurantes mais bem ranqueados no trip advisor e yelp na culinária hawaiian-fusion. Uma experiência gastronômica imperdível para aqueles que curtem frutos do mar com bastante personalidade.
Nosso delicioso jantar na primeira noite em Honolulu, em Oahu, no Havaí
Segundo Dia – North Shore, Waimea e Pipeline
A nossa ansiedade para chegar à praia era tanta que escolhemos o caminho mais curto e rápido, cruzando pelo meio da ilha, passando pelas plantações de abacaxi, direto para a cidade de Haleiwa. A pequena surftown está a uma hora de Waikiki e é cheia de personalidade em seus restaurantes e surfshops. As plantações de abacaxi moveram a economia da região, mas ela ficou famosa mesmo por ser o berço do surf.
A famosa praia de Waimea num dia completamente sem ondas, na costa norte de Oahu, no Havaí
Seguimos pela Kamehameha Highway que contorna toda a costa norte, e logo chegamos à famosa praia de Waimea. Foi aqui nestas praias que trabalhou como salva-vidas o lendário surfista havaiano Eddie Aikau. Eddie trabalhava em uma fábrica de abacaxi enlatado e no seu tempo livre enfrentava as ondas de 9, 10 metros aqui em Waimea. Depois que se tornou salva-vidas não houve nenhum registro de afogamento por estas águas. Eddie morreu aos 31 anos a bordo de uma expedição que tentava mapear e refazer a rota da primeira migração polinésia ao Hawaii, em 1978. Após o barco virar a 19km da costa de Molokini, Eddie remou em sua prancha de surf para buscar ajuda. Todos os membros da equipe foram resgatados, mas ele nunca mais foi encontrado.
Hoje, a praia de Waimea nem precisava de salva-vidas! (em Oahu, no Havaí)
Sua coragem é relembrada até os dias de hoje, quando os melhores surfistas de ondas gigantes do mundo se reúnem aqui na North Shore aguardando o swell entrar e as ondas gigantes se formarem para começarem o The Quicksilver in Memory of Eddie Aikau, campeonato de ondas gigantes que só começa quando as ondas de Waimea Bay passam dos 25 ou 30 pés, mais de 8 metros! O campeonato não acontece todos os anos, o último foi em 2009 e este ano ele está de volta! “Only the bay will call the day”, dizem os surfistas que ficam a postos e ansiosos pela entrada das ondas. Nós também estávamos ansiosos, mas foi difícil acreditar que esta era a verdadeira Waimea Bay, tão reconhecida por suas ondas gigantes e perfeitas. A praia parecia uma piscina, até conversamos com os salva-vidas para saber se estávamos no lugar certo, hahaha!
Poucas ondas e muitos surfistas na praia de Pipeline, em Oahu, no Havaí
A praia de Pipeline, na north shore de Oahu, no Havaí
Adiante, já menos esperançosos, chegamos à praia de Pipeline e adivinhem? Campeonato de surf suspenso e aguardando o retorno do swell, previsto para sexta-feira, justo quando nós vamos embora!
Torneio de Pipeline parado por falta de ondas, em Oahu, no Havaí
A falta de ondas adiou por alguns dias o Pipeline, em Oahu, no Havaí
Toda a infra do campeonato estava montada, só esperando as ondas aparecerem. Alguns haules até estavam na água, tirando uma onda que estavam surfando em Pipeline, mas papo lá, papo cá, descobrimos que o point onde os profissionais estariam praticando era mais para frente, o Rocky Point. Nos mandamos para lá e ainda conseguimos ver algumas manobras legais dos que se dispuseram a entrar na água.
Surfistas fazem belas manobras nas ondas de Pipeline, em Oahu, no Havaí
Surfistas fazem belas manobras nas ondas de Pipeline, em Oahu, no Havaí
Depois de um pit stop no food truck brasileiro para matar as saudades do pastel e do guaraná foi a nossa vez de aproveitar que o mar está para peixe e caímos na água para um snorkel na Sharks Cove.
Matando as saudades de um delicioso pastel brasileiro, em Pipeline, na costa norte de Oahu, no Havaí
Local de snorkel na Shark Cove, costa norte de Oahu, no Havaí
Mais tarde, mais uma paradinha para provarmos o camarão do caminhão do Giovanni´s. Uma delícia!
O mais tradicional carrinho de camarões na costa norte de Oahu, no Havaí
No final da tarde ainda demos uma passadinha no Centro de Cultura Polinésia. Ele é imenso, tem várias atividades e um dos mais conhecidos luais da ilha. O luau é uma tradição havaiana, mas que aqui já se tornou uma atividade turística beeeem comercial. Todo o luau acontece em torno de um jantar, preparado da forma tradicional na fogueira (ou não), com danças como o hula-hula e coquetéis.
Visita ao Polynesia Cultural Center, em Oahu, no Havaí
Nós já tínhamos visto um hula bem mais roots lá na Kalalau Beach e resolvemos pular essa turistada. Nossa passagem pelo Centro de Cultura Polinésio foi rápida, circulamos pela área da entrada onde vimos algumas estátuas e uma exposição sobre os 6 principais povos da cultura polinésia, Samoa, Fiji, Aotearoa, Hawaii, Tahiti e Tonga e sua relação com o arquipélago havaiano.
Polynesia Cultural Center, em Oahu, no Havaí
Paineis informativos das culturas polinésias de diversas ilhas do Pacífico, em exposição no Polynesia Cultural Center, em Oahu, no Havaí
A noite o Rafa e o Rodrigo sucumbiram, acabados da correria da viagem e ficaram no hotel, enquanto eu e a Laura aproveitamos para fazer um programa das meninas! Saímos caminhar na avenida principal de Waikiki, olhamos vitrines, fizemos umas comprinhas básicas na Victoria Secret´s e conferimos as promoções da Billabong. A avenida de noite é bem animada, cheia de artistas locais inventando moda, músicas e alguma parafernália para ganhar um troquinho. Adorei!
Noite em rua movimentada de Waikiki, em Honolulu, em Oahu, no Havaí
Terceiro Dia – Windward Coast e North Shore
Honolulu vista do alto da cratera de Diamond Head, na ilha de Oahu, no Havaí
Começamos o nosso terceiro dia subindo o Diamond Head, uma pequena cratera vulcânica dentro da cidade de Honolulu e com vistas lindas da praia de Wailkiki. O parque tem uma boa infraestrutura e vistas lindas da cidade.
Chegando ao alto da cratera de Diamond Head, em Honolulu, na ilha de Oahu, no Havaí
Escadaria em caracol que leva ao alto da cratera de Diamond Head, em Honolulu, na ilha de Oahu, no Havaí
Rumamos novamente para a costa norte, esperançosos que as ondas entrassem no final do dia, mas desta vez resolvemos fazer o caminho mais longo e mais bonito.
A bela costa leste de Oahu, no Havaí
Seguimos pela Kanalianaole Highway, fazendo todo o contorno da costa leste da ilha e a primeira parada foi no mirante da Hanauma Bay. Ela é linda de cima, mas a o esquemão turístico era demais para o nosso colesterol.
A belíssima e concorrida Hanauma Bay, na costa leste de Oahu, no Havaí
Continuamos rumo ao norte com paradas nos mirantes do caminho, com destaque para as praias de Makapuu, cheia de locais em suas pranchas de bodyboard e adiante Lanikai Beach, ótima para a prática de wind e kite surf!
Flagrante do casal 1000dias na North Shore de Oahu, no Havaí - foto de Laura Schunemann
Encontramos um restaurante japonês bem roots na cidade de Kaneohe com a ajuda do Yelp, resolvemos apostar na dica dos locais e não nos arrependemos. Ele era daqueles restaurantinhos no meio de um estacionamento e que por fora você não dá nada, mas a comida, além de barata, era deliciosa!
Pelo menos no cartaz, lá estão as famosas ondas de Pipeline, em Oahu, no Havaí
O final de tarde foi novamente no Rocky Point, atrás das grandes ondas e manobras radicais dos profissionais do surf. O mar cresceu e as ondas prometem para amanhã, quando eu e o Rodrigo já estaremos em um avião para Los Angeles. Hoje foi a nossa despedida dos nossos padrinhos, amigos e grandes companheiros de viagem. Rafa e Laura ainda poderão realizar mais um sonho e acompanhar as semi-finais do Pipe Masters! Nós vamos, mas os deixamos aqui representando o 1000dias, para nos contar tudo depois.
Surfistas aproveitam as ondas ainda pequenas da North Shore de Oahu, no Havaí
Concentração antes de enfrentar as ondas de North Shore, em Oahu, no Havaí
Se você ficar mais tempo na ilha ainda pode explorar as trilhas na North Shore, as praias do oeste da ilha, preferidas pelos locais para o surfe à movimentada Pipeline, ou ainda fazer um tour histórico por Pearl Harbour.
na praia de Pipeline, na North Shore de Oahu, no Havaí - foto de Laura Schunemann
Kelly Slater sai com a prancha quebrada na praia de Pipeline, na North Shore de Oahu, no Havaí - foto de Laura Schunemann
Gostou dessas últimas duas fotos? Confira aqui a cobertura fotográfica e o relato feito pela Laura, nossos olhos (e o nosso coração) no Billabong Pipe Masters, em Pipeline, Oahu – Hawaii.
Mangue seco e lagoas na praia do Farol de São João, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Nosso plano era irmos embora amanhã cedo, já tínhamos até hotel marcado em Belém. Assuntamos na vila e soubemos que o barco do Seu Mário poderia sair no domingo. Aqui em Lençóis as coisas têm tempo próprio, é difícil impor ritmo ao que já está no tempo certo, natural. Conversamos com Seu Mário, dono da venda e único barco que faz transporte de passageiros entre a ilha e o continente com certa regularidade. Ele ainda estava decidindo se iria amanhã no final da tarde ou segunda-feira cedo. Decidiu-se por segunda, junto com a maré. Embora tentemos nos ater ao nosso planejamento, em alguns lugares contratempos como estes são bem vindos.
Caminhada para o Farol de São João, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Tivemos que encontrar algum outro programa para o dia de hoje, o que não falta por aqui para pessoas com disposição de andar e apaixonadas pela natureza. Já havíamos explorado bem a Ilha de Lençóis, então hoje foi o dia de visitarmos a vizinha, conhecida como Ilha de São João. São quilômetros de praia até chegarmos ao Farol de São João, passando apenas por palafitas de pescadores, usados como moradia ou apenas como ranchos de pesca.
Abrigo de pescadores na praia do Farol, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Atravessamos o canal na baixa da maré, queríamos ir nadando, mas todos alertam as forças da correnteza, tanto na vazante quanto na entrante. Sendo assim atravessamos de canoa mesmo e assim garantimos as fotos do dia mais ensolarado da semana!
Correndo para as lagoas nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Caminhamos durante uma hora e meia a passos largos para chegar ao farol. Cruzamos no caminho uns 4 pescadores, praia movimentada hoje. Em toda a sua extensão encontramos novamente as redes de pesca fixadas para aproveitar a maré. Toda esta região é uma Reserva Ambiental Extrativista, muito rica em peixes de toda qualidade, tainha, corvina, xaréu, robalo, cação, é uma fartura só. Só imagino o que aconteceria se não fosse uma reserva, as grandes empresas pesqueiras estariam aqui acabando com o trabalho e a cultura dessa gente.
Pescadores atravessam terreno alagadiço, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
O Farol fica em uma baixa, perto das dunas e próximo a um igarapé. Propriedade da Marinha Brasileira, “entrada proibida”, mas liberada pelos pescadores que encontramos. Eles carregavam sua pesca para o barco aportado no igarapé ao fundo, conhecido como Porto do Farol. A pequena vila parecia estar abandonada, reside ali apenas uma quantidade descomunal de muriçocas, pragas e insetos hematófagos. Não é a toa que o faroleiro e sua família não estavam.
O farol de São João, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Foi descermos da duna que fomos atacados, pegos completamente de surpresa! 10 picadas em 30 segundos! Por aí, calculo que ficamos na vila no máximo 3 minutos, matamos um bocado deles, mas não o suficiente para nos aliviar. Foi aí que entendemos também por que os pescadores correram tanto carregando o peixe para o barco, não era o peso das caixas de peixe, mas sim as picadas das muriçocas!
Pescadores carregam o fruto do trabalho, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Voltamos acelerados para as dunas, a salvo das pragas e com uma nova amiga, uma cadela fofa e tetuda. Ela nos acompanhou neste trecho da caminhada e no banho de lagoa de água doce, mas não quis caminhar os 7km de volta até Lençóis. A maré ainda mais baixa deixou a floresta morta ainda mais destacada.
Até o cão se impressiona com a vista! (nas Reentrâncias Maranhenses - MA)
Foram pouco mais de 3 horas de caminhada e o canal estava ainda mais seco. As duas ilhas praticamente se unem na maré baixa, bem por onde o Rodrigo resolveu atravessar a nado. Voltei remando com Lailson, mas a certa altura, não agüentei e também pulei na água. A Nikon que me desculpe, mas ela vai ter que aprender a nadar.
Remando de volta para a Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Tomamos um banho de cuia delicioso, pois a água do chuveiro estava quente. Num dia de sol como hoje ela é aquecida naturalmente na caixa d´água. Banho de cuia para despedir, almoço de despedida, já começamos a ficar com saudades...
Tomando banho de balde na pousada na Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
À noite fizemos nossa via sacra, passamos no Seu Mário para confirmar o retorno, no Bar do Martins para despedir das crianças, deixamos os gêmeos na Doza e fomos para casa, caminhando pelas ruas de areia, dando um alô para as cabras já com vontade de ficar.
Os gêmeos Michael e Michaela, nossos companheiros de todas as noites no bar do Martins, na Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Artista de rua em Havana, capital de Cuba
O vento mudou e junto dele o nosso rumo. Saímos do paraíso do mergulho e do kite surf em direção à Ilha de Cuba! Despedimo-nos dos nossos amigos do kite de longe, pois todos já estavam na água aproveitando cada minuto do vento. Voamos de Little para Grand Cayman e depois de todas as burocracias pudemos ainda aproveitar os últimos minutos da internet no aeroporto para falar com a família antes de entrar na terra do comunismo, onde ficará mais difícil o acesso à internet.
Sobrevoando a maravilhosa Cayo Largo, chegando em Cuba
Sobrevoamos Cayo Largo e parte da Isla de la Juventud, esta faz parte do nosso roteiro, em breve estaremos pousando aqui em busca de um dos melhores mergulhos de Cuba. Hoje chegaram a Cuba, para nos acompanhar nos próximos 15 dias, os nossos amigos e padrinhos de casamento, Rafael e Laura. Eles que já estiveram conosco em alguns trechos da viagem no Brasil e nos encontraram também no Equador e Galápagos, garantindo a liderança dentre os amigos e familiares mais presentes, ao vivo e a cores, durante os 1000dias! Um sonho que compartilhamos há tempos: visitar Cuba antes que Fidel se vá e com ele todo um idealismo utópico que fazem de Cuba um destino único no mundo!
Che, sempre presente nas ruas de Havana, capital de Cuba
O encontro com Laura e Rafael já foi no aeroporto, o vôo deles chegou no mesmo horário que o nosso. Inacreditável, quando é para ser ninguém segura mesmo! Fomos direto para a casa de Dona Margarita, nossa cicerone em La Havana. Dentro do sistema socialista e comunista uma das formas que os cubanos têm de fazer dinheiro é recebendo turistas em suas casas. Com uma licença especial do governo e pagando uma taxa mensal de 400 CUCs, além de um percentual anual sobre o faturamento e uma taxa extra se o faturamento exceder o que o governo julga como “justo” ou “necessário”. Esta é uma das melhores formas de fazer dinheiro num mundo em que acumulá-lo é praticamente um crime.
O Lada, um dos carros mais comuns em Havana, capital de Cuba
Aproveitamos o final da tarde para ir ao Centro Histórico de La Havana. O maior dos prazeres em La Havana Vieja é se perder pelas ruazinhas, escolher um bom café ou restaurante para comer e tomar um chá ou um autêntico mojito enquanto vemos o movimento. As principais ruas turísticas foram todas restauradas, já que o turismo é uma das principais fontes de renda do governo. Começamos o tour pela Plaza de La Catedral, que estava cheia, mas a igreja estava fechada.
A Catedral de Havana, capital de Cuba
Cruzamos um animado grupo de música e teatro de gigantes na praça, sendo seguidos por uma pequena multidão que ria, dançava e se divertia ao som da marchinha, entre palhaços e bailarinas.
Artista de rua em Havana, capital de Cuba
Não conseguimos ficar apenas vendo a banda passar, a seguimos e caímos na Plaza de Armas, onde está uma das mais impressionantes feira de livros antigos que já vimos. Revistas dos anos 50, tempos de glória de La Havana, que foram expertamente guardadas e bem preservadas por colecionadores e hoje valem bastante dinheiro! Cartazes da revolução, livros sobre Fidel, Che e a história cubana e até um álbum de figurinhas que conta em quadrinhos toda a história da Revolução! Que vontade de montar um pequeno museu literário em casa... os preços já não são os mesmos de 10 anos atrás, me diz um senhor belga que coleciona cartazes. Antes ele comprava por 2, 3 dólares, hoje alguns chegam a custar 200!
Livros à venda nas ruas do centro de Havana, capital de Cuba
Passamos pela mais tradicional chocolateria de Cuba, que além de vender os seus chocolates artesanais, feitos com a mesma receita dos primeiros espanhóis que chegaram à ilha, possui sempre uma imensa fila para o seu saboroso chocolate quente ou café.
Arquitetura restaurada no centro de Havana, capital de Cuba
Caminhamos até a Plaza Vieja, com restaurantes convidativos em um dia quente, mas a frente fria que nos pegou de surpresa nos fez continuar a procura de um restaurante mais protegido. Paramos no Jardim Secreto, um dos restaurantes mais lotados, não tanto pela qualidade mas pelo incrível preço das refeições, 3, 4 CUCs para pratos completos de carne de porco, peixe ou frango, arroz e feijão. Nos despedimos do centro de Havana na praça onde está o convento de São Francisco de Assis, às margens da Rua San Pedro e do início da Baía de La Havana.
Reencontro com os padrinho Rafa e Laura, em Havana, capital de Cuba
Já tivemos um aperitivo da capital cubana, seu charme e encantos. Porém seus segredos ainda estão bem guardados para turistas iniciantes como nós. Amanhã voltaremos a explorar seus becos e avenidas em busca da verdadeira Cuba.
Passeando no centro de Havana, capital de Cuba
Delicate Arch, o mais famoso cartão postal do Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
A água e o gelo erodiram por de mais de 100 milhões de anos as paisagens do Arches National Park. Ainda hoje as forças naturais continuam o seu trabalho incansável e contínuo, esculpindo cada fresta e fissura que formam os mais de dois mil arcos no deserto de Moab. É a maior concentração destas formações em todo o mundo, sendo o menor deles com pouco menos de um metro e o maior com 93m de extensão, o maior do mundo.
Observando o colossal Landscape Arch, no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Difícil é entender como estes arcos naturais de formaram e ainda mais difícil é compreender como e por que eles foram se concentrar aqui. Os geólogos aparentemente encontraram uma resposta, e ela está em um elemento relativamente simples e bem comum na natureza: o sal.
Chegando pelo caminho errado no Delicate Arch, no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Há mais de 300 milhões de anos a região foi coberta por um mar, que eventualmente evaporou, deixando uma camada de sal que pode chegar a 1,6km de espessura. O parque está sobre este leito de sal, o grande responsável pela formação dos arcos, pináculos, barbatanas de arenito e monolitos que foram erodidos no decorrer de milhões de anos.
Muita neve no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
A incrível paisagem da Windows Section, no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
A maioria dos arcos são formados de Entrada Sandstone, uma rocha rosada e clara, ou pela Navajo Sandstone. A jovem rocha formada sobre o leito de sal foi deslocada e dobrada, a água penetrou por suas fissuras e com a ajuda das altas e baixas temperaturas, congelando e derretendo, expandindo e encolhendo, foi dando forma às barbatanas, fileiras inteiras de rocha que aos poucos foram se transformando nos arcos que vemos hoje.
Momento de contemplação nos gigantescos Double Arch, uma das mais belas formações no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Nós estávamos ansiosos para chegar ao deserto de Utah, um dos estados com a maior concentração de áreas naturais de preservação, entre reservas, monumentos naturais, parques estaduais e nacionais. Já passamos pelo Zion e pelo Bryce Canyon, que possuem histórias geológicas semelhantes, mas tipos de erosão e paisagens completamente diferentes. E a pergunta que nos fazemos sempre é a mesma, quando será que este país vai parar de nos surpreender? Quando achamos que já vimos de tudo, chegamos a um novo parque nacional e nos deparamos com cenas como esta. É brincadeira!
A majestosa "Park Avenue", no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
O nosso roteiro pelo Arches foi de dois dias intensos, no primeiro dia nós percorremos os 15km iniciais da estrada cênica do parque, que passa pelo visitor center e se estende por 28km até uma das trilhas mais famosas do parque, a Devil´s Garden Trail. A primeira parada foi na Park Avenue Viewpoint and Trailhead, colocamos o nariz para fora da Fiona (a -8°C) apenas para tirar uma foto e observar a belíssima paisagem.
Mirante da "Park Avenue", no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Seguimos pela estrada impressionados com a grandiosidade do cenário. Uma encostada rápida no Mirante das Dunas Petrificadas e logo enxergamos ao longe a Balanced Rock, uma rocha suspensa, aparentemente equilibrada sobre uma torre de pedra, o tal pináculo.
Paisagem invernal e gelada no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Uma enorme rocha parece equilibrar-se em um pedestal no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Um detour rápido e logo estamos em alguns dos principais arcos do parque, o Turret Arch e as Janelas (North and South Windows). Para ver os arcos de perto seguimos com tripla camada de roupas pela trilha, num circuito circular de 1,6km, os arcos rosados são incríveis, cada um com sua peculiaridade e cenários magníficos.
A enorme North Window, no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
A bela formação da South Window, no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Ali ao lado está a saída para a rápida trilha do Double Arch, quase ninguém vê e acaba passando reto, mas foi um dos nossos arcos preferidos! O Arco Duplo é considerado um pothole arche, pois ambos foram escavados em uma rocha quase circular em um buraco em forma de pote, formação comum em rios e cachoeiras. Neste caso os geólogos afirmam que eles são formados por reações químicas, não apenas físicas, ativadas pela ação do clima ao longo dos milhares de anos.
Momento de contemplação nos gigantescos Double Arch, uma das mais belas formações no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
As nuvens de neve que cobriam o céu pouco a pouco começaram a se dissipar e manchas azuis surgiram, um bom presságio para os viajantes e fotógrafos, era hora de acelerarmos o passo para pegarmos o pôr do sol em um dos principais cartões postais do parque: o Delicate Arch.
Procurando o melhor ângulo do Delicate Arch, no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Uma trilha de quase 5km (ida e volta) liga o estacionamento ao arco preferido dos fotógrafos que visitam este parque. Ela sobe lentamente aos 1.474m, coberta de gelo e neve se torna um pouco lenta e seus caminhos podem ficar confusos, já que centenas de pessoas na mesma peregrinação escolhem diferentes direções para escapar do gelo escorregadio. Quase uma hora depois, a -10°C de temperatura e muito calor interno, chegamos ao Delicate Arch.
Delicate Arch, o mais famoso cartão postal do Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
O arco é delicado, mas o que o faz mais especial não é a sua forma e sim a sua localização, no alto de um pequeno platô de pedra com o vale e as montanhas nevadas ao fundo. O sol do final de tarde ilumina a sua cor rosada contra os tons frios e azuis do cenário de fundo. A peregrinação da centena de turistas e fotógrafos para ver este espetáculo é recompensada com um pôr do sol digno de nota.
Observando o mágico, quase inacreditável Delicate Arch, no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Voltamos antes do sol se pôr, ainda com luz e um restinho de calor dos raios que restavam. As sombras já tinham um frio quase insuportável, congelando o ar que respirávamos, sem falar nos dedos, nariz e todo o resto.
Agora, no caminho certo para o delicate Arch, no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Eram 5h30 da tarde e já estava escuro. Retornamos à Moab, precisávamos alimentar o corpo e a mente curiosa sobre a história deste lugar perdido no meio dos Estados Unidos. A região começou a ser explorada em meados do século XX, quando um geólogo entrou no deserto de Moab em busca de urânio. O ano era 1952, a Guerra Fria impulsionava a pesquisa e desenvolvimento de novas armas e tecnologias nucleares. O governo americano estava recompensando generosamente a descoberta de novas minas deste material. Após anos de buscas infrutíferas e já quase sem esperanças, finalmente Charlie Steen foi recompensado com a descoberta de uma imensa mina nesta região. Charlie, então pobre e endividado, tornou-se milionário do dia para a noite e colocou a cidade de Moab no mapa americano. A sua casa, construída no alto de um morro no caminho para o parque nacional, hoje se tornou um dos melhores restaurantes da cidade e com uma bela vista do vale. Um jantar cultural, que além de bons pratos, nos proporcionou uma viagem na história da região.
Céu colorido de fim de tarde atrás dos arcos de pedra do Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Neste primeiro dia tivemos uma boa visão do parque, mas ainda nos faltava conhecer uma das mais famosas trilhas deste parque nacional: a Devil´s Garden. No outro dia cedo, cruzamos a Fiery Furnace até o começo da trilha e novamente triplamente encapotados começamos a caminhada sobre a neve, entre as rochas e arcos de pedra do Aches National Park.
Pine Tree Arch, mais um arco de pedra no nosso segundo dia de explorações no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
O primeiro loop nos levou ao Tunnel Arch e ao Pine Tree Arch. Voltamos à trilha principal e seguimos por mais de um quilômetro até encontrar o Landscape Arch, o maior arco do mundo, com 93m de extensão!
Landscape Arch, o maior arco de pedra no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Landscape Arch, o maior arco de pedra no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
O Landscape Arch é uma das provas mais recentes de como o parque está em processo constante de erosão. Na década de 90 uma grande seção do arco se desprendeu e veio ao chão sob os olhos atentos e assustados dos turistas que estavam embaixo dele. Todos conseguiram escapar e alguns deles até fotografaram o momento. Antes disso turistas podiam chegar até a base do arco e inclusive atravessá-lo por cima, mas depois do ocorrido o parque achou mais prudente o manter fechado, garantindo a segurança dos turistas e principalmente a do arco.
Turistas descansam sob o Navajo Arch, no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Daqui para frente a trilha sobe sobre as rochas nevadas e o gelo escorregadio exige calçados aderentes e equipamentos que deem mais segurança sobre a neve, pois um escorregão pode te levar fenda abaixo. Eu voltei, o Ro com mais ganas e coragem resolveu seguir com seu tênis guerreiro, sobre o gelo e ainda conseguiu chegar ao Partition e Navajo Arch.
Trecho extremamente escorregadio de trilha no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Este parque deve ser outro mundo no verão e já entrou na nossa longa lista de lugares que voltaremos a visitar.
Trilha tomada pela neve no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Totem da Estrada Real entre Cunha e Parati - RJ
Pegar a Estrada de Cunha ou não? Eis a questão! Hoje passamos o dia todo viajando entre Tiradentes e Parati. Descemos a Estrada Real passando muito perto de cidades que já havíamos explorado no início da nossa viagem por Minas. Carrancas, Cruzilha, o trevo para Aiuruoca e Baependi... lugares que queremos muito voltar. Precisamos ser fortes e objetivos, passamos reto e seguimos rumo ao nosso próximo destino.
Ponto de parada entre Cunha e Parati - RJ
O Rodrigo pesquisou na internet para obter informações mais atualizadas sobre a estrada que segue de Cunha até Parati, cruzando a Serra da Bocaina. Ele encontrou de tudo, mas principalmente pessoas desaconselhando, dizendo que a estrada estava em péssimo estado, que tiveram medo de morrer nos precipícios e que foi a maior aventura de suas vidas. Eu já estava agradecendo muito e deixando para a próxima, mas o Rodrigo usou um argumento “matador” para me convencer: “vamos passar por lugares muito piores, se não conseguirmos passar por esta estrada, imagine o que vem pela frente?!”. Bem, convencida seguimos até Cunha onde resolvemos nos informar sobre o estado da via. Quando olharam a Fiona até deram risada de estarmos preocupados. A rodovia passa pelo Parque Nacional da Serra da Bocaina, por isso ainda possui 9,6km que não foram asfaltados e destes são apenas 3 trechos que estão em péssimo estado.
Paisagem da estrada Cunha-Parati - RJ
Clima seco, outra grande queimada no caminho, mas seguimos despreocupados, pois o início da estrada estava realmente tranquilo. Começamos os trechos mais complicados sempre nos perguntando, será este o primeiro? E aí encontrávamos um pior. A verdade é que buracos atraem buracos e os três trechos em péssimo estado estão totalmente conectados, o que faz que quase 7km destes 9 estejam na mesma condição. O que me fez ficar totalmente tranqüila foram os fuscas que estavam à nossa frente. Afinal, se um fusca passa a Fiona também passa! No final foi muito melhor do que pensávamos, melhor que muita estrada que já enfrentamos nessas Minas.
Queimada na Serra da Bocaina - RJ
Saímos de Tiradentes as 11h e chegamos à Parati as 19h, com apenas 40 minutos de paradas para banheiro, um pão de queijo e algumas fotos. Foi uma longa viagem... bom que logo encontramos uma pousada gostosa e a festa da padroeira da cidade, Santa Rita, abençoando a nossa chegada.
Ponto de parada entre Cunha e Parati - RJ
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