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Rivellino Batista (31/05)
Que Acre belo! Pena que é governado pela esquerdalha. PT: na “Copas d...
Guapito (20/04)
Guto acabou de me enviar seu relato! Muito bom! Face Sul é realmente imp...
Otávio Figueiredo Cintra de Oliveira (16/04)
Impressionante o relato! Você consegue fazer as imagens falarem através...
Profano (21/03)
Olá! Espetacular esse texto. Parabéns pelo conteúdo e experiência....
Loren (01/03)
Caaaara que post incrível. Amei o texto, as fotos, tudo incrível!!! Voc...
Nosso providencial guia pelo Salar de Coipasa, na Bolívia, rumo à fronteira com o Chile
Falamos com algumas pessoas e estudamos alguns mapas, mas a rota entre Llica e a fronteira chilena na cidade de Colchane não era das mais "sinalizadas". Um emaranhado de pequenas estradas e trilhas mais a travessia de parte do Salar de Coipasa, ao norte do Salar de Uyuni.
Imagem refletida, ou miragem, no Salar de Coipasa, na Bolívia
Não adiantava ficar enrolando muito na pequena cidade e resolvemos partir sabendo a direção para a qual deveríamos seguir. A idéia era: quem tem boca chega à Colchane! O maior problema é que não adianta ter boca se você não encontra "ouvidos" pelo caminho, apenas bifurcações e mais bifurcações. Enfim, várias delas adiante, encontramos os primeiros "ouvidos", um trio de garotos numa cidade fantasma. Enquanto eles tentavam nos explicar passaram dois jipes ao longe. Eles mesmos nos advertiram: "Sigam aqueles carros!". Fomos ao encalço do primeiro, mas ele logo nos disse que não iria para lá e nos aconselhou a seguir o segundo, muito mais à frente. Deu certo trabalho, mas o alcançamos também. Ele iria até a fronteira! Tínhamos arrumado nosso guia!
Enorme vulcão ao lado do Salar de Coipasa, na Bolívia
Fomos seguindo esse jipe pelas estradas até o Salar. Até lá, acho que teríamos chegado sozinhos, com um certo trabalho. A partir desse ponto, vamos margeando a planície de sal, ao lado das montanhas que fazem fronteira com o Chile. Vários terrenos minados, devidamente sinalizados, nos rodeavam. Fruto das centenárias cicatrizes entre os dois países, desde a Guerra do Pacífico. Por aqui, não seria muito seguro errar o caminho e tentar um "atalho".
Campo minado na Bolívia, perto da fronteira chilena, no Salar de Coipasa
Em alguns trechos cortávamos o salar que é bem menos liso que o Uyuni. Além disso, fora das rotas seguras, pode ser movediço, sal misturado com água, gelo e barro (alguém já tinha visto "barro" branco?). Por fim, o nosso "guia" saiu da rota principal e cortou o salar por um caminho bem alternativo. Tivemos até de recorrer ao 4x4, pela primeira vez desde que deixamos o Chile. Por fim, chegamos ao lado de lá, à pequena cidade de Pisiga, fronteira com o Chile. Lá, o nosso amigo nos explicou que o atalho foi para desviar de um ponto onde a água interrompeu a rota principal. Pois é, sem ele não sei até onde chegaríamos...
Atravessando o belo Salar de Coipasa, na Bolívia, rumo à fronteira chilena
A nossa 41a passagem de fronteiras nesses 1000dias foi das mais burocráticas, muitos papéis para preencher. Mas, no fim, o chileno deu um refresco e resolveu não inspecionar toda nossa bagagem. Ufffff... que trabalho que daria. Assim, estávamos de volta ao Chile e ao asfalto!
De volta ao Chile e ao asfalto, no caminho para Iquique
Nossa aconchegante pousada em El Bolsón, na Argentina
Engana-se quem acha que os 1000dias só são feitos de montanhas e vulcões, lagos, rios e mares, geleiras e desertos, metrópoles e vilas, museus e igrejas, bares e restaurantes, conversas, músicas e leituras. Não, tem uma coisa mais importante do que tudo isso! Um lugar em que passamos mais de 1/3 de nossa longa viagem, quase metade do tempo de nossa jornada pelo continente. Estou falando dos lugares onde dormimos, sejam pousadas, hotéis, hostels, barracas ou casas de conhecidos.
Nossa aconchegante pousada em El Bolsón, na Argentina
Pois é! Como dormimos perto de 8 horas por dia (1/3 de 24 horas!) e se adicionarmos os momentos antes e depois do sono e também do café da manhã, realmente é nos locais de pouso espalhados pela América que passamos, talvez, uns 400 dias dessa nossa viagem! Nada mais justo, então, que dar a devida importância a este “aspecto” da nossa jornada!
Nosso delicioso café da manhã na pousada em El Bolsón, na Argentina
Para escolher onde vamos passar a noite, tentamos combinar bom preço com um pouco de conforto, muito limpeza e uma pitada de charme. É claro que muitas vezes não é possível combinar tudo isso. Já ficamos em buracos sujos pela absoluta falta de alternativas. Já ficamos em lugares demasiadamente caros porque não nos restava opção. Já ficamos em lugares limpos e de bom preço, mas tão charmosos como um muro de concreto, pois era o melhor lugar por ali. Também já pagamos um pouco mais caro por acreditar que o lugar merecia para, mais tarde, descobrir o erro da escolha. E já nos enfiamos em lugares que não dávamos o menor crédito para sermos agradavelmente surpreendidos com um ótimo serviço. Enfim, depois de mais de 150 mil km de estrada continente afora, já vimos, experimentamos, nos surpreendemos ou decepcionamos com quase tudo.
Nosso delicioso café da manhã na pousada em El Bolsón, na Argentina
Mas algumas vezes, também chegamos perto da perfeição! Pousadas escondidas em alguma rua lateral, tranquilas e charmosas, humanas, com donos que nos ensinam e conversam sobre tudo, um café da manhã que serve pura saúde e, além de tudo, com um preço justíssimo para o que é oferecido. A vista da janela pode ser para algum lago ou montanha ou mesmo para o jardim da casa, a cama e o banheiro são nitidamente limpos, o sentimento é de se estar em um lar e não em um hotel. Lugares que dão gosto de ficar e tristeza de partir. Acabam virando uma atração a mais dentro da viagem, fonte de memórias carinhosas. Enfim, uma delícia! Nada como o prazer de acertar a mão, seja por sorte, seja por experiência, seja por indicação ou, o mais provável, uma combinação disso tudo.
Nosso delicioso café da manhã na pousada em El Bolsón, na Argentina
Foi o que aconteceu aqui em El Bolsón. Uma pousada com apenas quatro quartos, uma casa cercada de flores, uma quarto pequeno, mas extremamente aconchegante e com vista para flores e montanhas. Um café da manhã de dar água na boca acompanhado de uma conversa interessante, instrutiva e despretensiosa. Deixamos a cidade hoje cedo rumo ao coração da patagônia. Mas já vamos com saudades: saudade do fim de tarde na Plaza Pagano, saudade do Cerro Piltriquitrón e saudade do nosso delicioso lar em El Bolsón, onde não só dormir, como também acordar, era um enorme prazer!
Mapa de Saba com as principais vilas, estradas e caminhos
A ilha de Saba não é um país independente. Há alguns anos, junto com outras ilhas holandesas do Caribe, houve um referendo para decidir se a ilha coninuaria ligada à Holanda. Algumas das ilhas preferiram a independência, mas Saba preferiu manter o status quo. É por isso que a maior montanha da Holanda fica por aqui, o Mt. Sceney, com 877 metros.
Aeroporto de Saba e a estrada que nos leva para o alto da ilha
Com meros 13 km2 (metade da área de Fernando de Noronha!), a ilha tem origem vulcânica e é muito montanhosa e escarpada. Tanto que a construção do aeroporto e da única estrada da ilha são considerados feitos da engenharia. Não há praias na ilha e, até por isso, quase não há navios-cruzeiro para cá. Apenas um ou outro, de pequeno porte. As grandes atrações da ilha são os mergulhos e as muitas possibilidades de trekking, por entre vales e montanhas.
Vista do nosso primeiro hotel em Windwardside, principal cidade em Saba - Caribe
A população da ilha é de 2 mil habitantes, sendo 300 deles estudantes de uma escola de medicina. A capital é The Bottom, onde ficam os prédios governamentais, mas a principal cidade de Saba, onde ficam todos os turistas é Windwardside. Bem no alto de uma montanha, o mar lá embaixo, não temos a sensação de estarmos no Caribe, mas num país montanhoso, tipo Andorra, na Europa. Todo mundo fala inglês e a moeda oficial é o dólar.
Conferindo as medidas de Nitrox antes do primeiro mergulho em Saba - Caribe
Quando chegamos na ilha, a nossa primeira opção de hospedagem era o Momo Cottages. Mas estava lotado e só conseguimos vaga a partir do dia seguinte. Assim, nossa primeira noite foi no Scout's Place, mais confortável e caro. Além de hotel, eles também são operadores de mergulho e aproveitamos para fechar um pacote de três dias de mergulho.. E assim, logo cedo, após um café da manhã com uma vista maravilhosa, já estávamos indo em direção ao pequeno porto da ilha, no fim da estrada que começa no aeroporto.
Preparação para o primeiro mergulho na costa de Saba - Caribe
O dorminhoco tubarão-lixa no mergulho em Third Encounter, na costa de Saba - Caribe
Os dois mergulhos foram excepcionais!. No primeiro, mais profundo, visitamos o que eles chamam de "The Neddle" (a agulha), uma incrível formação rochosa que nasce a 50 metros de profundidade e tem 25 metros de altura, com um diâmetro de uns 5 metros. Como isso se forma, não tenho a menor idéia! Só sei que ela está toda incrustada de corais e é um polo de atração de peixes. Vimos vários tubarões-lixa, uma espécie amistosa e dorminhoca que sempre acha alguma toca e fica lá, deitadão.
Enormes barracudas nos acompanham durante a parada de segurança no primeiro mergulho na costa de Saba - Caribe
Outro grande peixe que encontramos foram as barracudas. Sempre curiosas, ficam nos acompanhando mas, se a gente chegar perto demais, mostram os dentes bem ameaçadores.
Uma anêmona durante nosso segundo mergulho na costa de Saba - Caribe
Peixe colorido em uma reentrância no coral de Tent Reef, na costa de Saba - Caribe
No segundo mergulho, já mais raso, fomos a um jardim de corais cheio de tocas e grutas. Como é mais raso, tudo fica mais colorido. Muito legal! Até uma linda arraia chita apareceu para nos dar as boas vindas.
Uma bela arraia xita durante o mergulho em Tent Reef, na costa de Saba - Caribe
Explrando pequenas grutas e passagens durante mergulho em Tent Reef, na costa de Saba - Caribe
No fim do mergulho, fomos nos instalar no novo hotel, o El Momo. E no fim da tarde, ainda conseguimos fazer um pequeno trekking, subindo uma montanha ao lado do Mt. Scenery. Com o sol de pondo, vistas lindas sobre a ilha e o mar ao seu redor, inclusive das ilhas vizinhas, Sint Eustatius e St. Kitts.
No alto do monte Maskaroni, nosso primeiro trekking em Saba - Caribe
De noite, ainda tivemos o pique de ir num karaokê, programa semanal da ilha, lá no restaurante do Scout's Place, sempre muito concorrido. De lá esticamos para um barzinho/boate onde, pela primeira vez por aqui, parecia estarmos no Caribe, pela quantidade de rastas.
No alto do monte Maskaroni, nosso primeiro trekking em Saba - Caribe
Eram quase três quando conseguimos nos recolher. Não sobrou muito tempo para dormir já que, amanhã cedo, tem mais mergulhos...
O belo jardim de corais na parte mais rasa de Tent Reef, na costa de Saba - Caribe
Observando a represa na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG
Realmente, foi um enorme prazer hoje acordar e olhar a paisagem que nos cercava. Apesar de já sabermos que seria bonita, uma coisa é ouvir e outra é ver com os próprios olhos! O pequeno distrito está bem no pé de uma imponente serra,boa parte de pedra. Até serviu para afastar o sono de mais uma noite curta demais. Ai, ai, precisamos de dias mais longos... umas quarenta horas talvez.
Início da caminhada para a Cachoeira Bicame, na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG
A Lapinha era praticamente desconhecida até uns dez anos. De lá para cá, vem ganhando fama e atraindo turistas e gente que vem morar aqui ou simplesmente comparar um terreno para fazer uma casinha. Assim, percebe-se que o distrito está em pleno crescimento. as pessoas vem atrás da calma, ar puro e belezas naturais da região. Principalmente mineiros de BH que é tão pertinho daqui.
Área de convívio da Pousada Travessia, na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG
Nossa pousada éuma delícia e o café da manhã tinha leite da vaca, pães e bolos caseiros, iogurte recém feito, frutas recém colhidas, granola recém torrada e por aí vai. Mais saudável, impossível. Principalmente coma vista para a montanha aqui em frente. A minha definição de paraíso, pelo menos de café da manhã no paraíso, é bem próximo disso.
Cachoeira do Bicame vista por baixo, na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG
O programa de hoje foi conhecer a mais bonita cachoeira da região, a Cachoeira do Bicame. Dez quilômetros de Fiona mais sete caminhando pelo alto da montanha, paisagens deslumbrantes para todos os lados. Ainda na parte da Fiona,onde só carros 4x4 podem passar, demos carona para um simpaticíssimo casal de mineiros, o Flávio e a Gislei, que nos acompanharam então no resto do passeio.
Nosso guia Walter procurando uma sombrinha ao pé da Cachoeira do Bicame, na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG
A cachoeira realmente é linda, um poço bem grande de águas avermelhadas, parecido com Coca-cola. É possível caminhar atrás das duas quedas d'água e com tanta beleza junta, quem vai pensar em frio?
Tomando banho na Cachoeira do Bicame, na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG
Depois do lanche de pão e nosso inseparável queijo mineiro voltamos para a Lapinha para o nosso passaeio da tarde, marcado para as 15:30. Mas levamos o cano do Ivan, que nos levaria de barco através represa pare ver as pinturas rupestres do outro lado e com isso o nosso quarto dia de maratona do Cipó ficou incompleto. Nadamos, nadamos para morrer na praia... Bem, fazer o quê? O passeio ficoupara amanhã cedo e nós fomos para o boteco tomar uma mais que merecida gelada. Há males que vem para bem e lá conhecemos mais dois casais muito simpáticos, o Dedé e a Flor e a Carina e seu namorado. Foi uma tarde agradabilíssima conversando e nos divertindo com eles, contando e ouvindo causos numa típica conversa mineira. Êta trem bom, sô!
Área da Cachoeira do Bicame, na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG
Final de tarde trabalhando um pouco no computador (não há internet nem celular na Lapinha!) e de noite fomos encontrar os novos amigos no boteco novamente. Mais conversa, mais cerveja, mais petiscos mineiros, vidinha bem mais ou menos mesmo.
Novos amigos em boteco na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG
Amanhã, a idéia é fazer logo cedo o passeio das pinturas rupestres e seguir para BH. A nossa tão esperada manhã em que não precisaríamos acordar cedo foi mais uma vez adiada. Com exceção da falta de tempo para dormir, esses dias aqui na região do Cipó foram muito, mas muito mesmo, legais. Não sei quantos dias aguentaríamos neste ritmo. Conhecer tantas pessoas interessantes, tantos visuais aluciantes, tantas comidas saborosas, tantas camas confortáveis, tudo isso em 4 dias, parece que vivemos mum mês nesses 4 dias. Espero não ter envelhecido tanto... hehehe
Primeira visão da Cachoeira do Bicame, na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG
A cidade de Banff, em Alberta, no Canadá
Quando chegamos à Calgary, dois dias atrás, logo ficamos amigos do gerente do hotel. Ele até nos deu um desconto, em reconhecimento a termos chegado tão longe. Foi ele também que, ao descobrir que o próximo destino seria Banff, nos alertou: esse fim de semana era prolongado, por causa do feriado na segunda-feira, e o parque e hotéis da região estariam lotados, além de muito caros. Calgary inteira iria para lá...
Artista de rua na cidade de Banff, em Alberta, no Canadá
Então, naquela mesma noite, nosso amigo Priceline fez o melhor que pode e achou um hotel para nós em Kenmore, cidade a 20 quilômetros de Banff e melhor lugar para achar hotéis depois que a primeira opção se esgota. Também não estava muito barato, mas pelo menos estávamos garantidos dentro da enorme concorrência. A região do parque é a grande opção de viagens para o pessoal daqui, já que a praia mais próxima está a mais de mil quilômetros de distância!
Com a famosa Polícia Montada, na cidade de Banff, em Alberta, no Canadá
Saímos na sexta na hora de almoço e já deu para perceber, pelo movimento da autopista dupla, que o destino é mesmo popular. Se já estava assim àquela hora, imagina no final da tarde... Viagem curta, menos de uma hora e chegamos à simpática Kenmore. Vários hotéis gigantes, prontos para aproveitar a demanda. A gente se instalou, pegamos umas dicas sobre o que ver e fazer no parque com o pessoal do hotel e nos mandamos. Logo na saída de Kenmore já está a entrada do parque. Pagamos 9 dólares por pessoa (já estou com saudade do nosso super passe anual, lá dos Estados Unidos), que é válido para permanência até as 16 horas do dia seguinte e entramos no famoso Banff National Park.
Charmoso restaurante na cidade de Banff, em Alberta, no Canadá
Esse parque foi criado no início do século passado para proteger uma área de natureza e fauna exuberante, entre lagos, montanhas e canyons. O centro nevrálgico do parque é a charmosa cidade de Banff, que muito lembra a nossa Gramado ou Campos de Jordão, pela arquitetura, clima, lojas e restaurantes. No Canadá, muitos parques nacionais tem cidades dentro da sua área, como foi o caso de Waterton, daqui e em Jasper, um pouco mais ao norte.
Comendo delicioso fondue na cidade de Banff, em Alberta, no Canadá
Achamos um estacionamento para a Fiona, nos armamos de mapas e informações no centro de turismo e seguimos diretamente aos restaurantes, pois estávamos morrendo de fome. Não conseguimos resistir a um que anunciava deliciosos fondues, mesmo ainda não sendo de noite. Foi a melhor decisão do dia! O fondue de queijo estava absolutamente maravilhoso, talvez o melhor que comemos nesses 1000dias pelas américas, O clima frio ajudava ainda mais, assim como a paisagem e arquitetura alpina ao nosso redor.
Um dos muitos painéis explicativos sobre ursos no Banff National Park, em Alberta, no Canadá
O belo lago de Minnewanka, no Banff National Park, em Alberta, no Canadá
A Ana ainda queria a sobremesa, mas consegui convencê-la a deixar para mais tarde. Afinal, pelo menos em teoria, tínhamos ido até lá para ver lagos e montanhas... Seguindo o conselho do hotel, fomos de carro para o lago Minnawanka, para uma caminhada pela sua orla. Água bem verde e fria, paisagem maravilhosa. Muitos avisos para tomar cuidado com os ursos. Estamos em plena temporada das berries, petisco delicioso para eles, e várias trilhas ficam com restrições. Aqui no Canadá, nessas épocas, algumas trilhas só podem ser percorridas por grupos de no mínimo quatro pessoas. Se estamos em dois, temos de esperar no início da trilha por mais pessoas. Só o spray não adianta!
Caminhada na orla do lago Minnewanka, no Banff National Park, em Alberta, no Canadá
De qualquer maneira, a trilha que percorremos não era das “perigosas”. Só uns poucos quilômetros bem light, para fazer a digestão do fondue. Interessante foi ver a história do lago. Queriam fazer uma represa por aqui, mas o movimento ecológico já era bem forte no início do século XX e conseguiu impedir o projeto por algumas décadas. Mas veio a 2ª Guerra Mundial e, com ela, regulações especiais. Aproveitando-se das leis de exceção, o Estado mandou às favas os ecologistas e fez a barragem, para gerar energia. Não sei as consequências ecológicas, mas a natureza acabou se adaptando e, no caminho, além de muitos outros turistas, cruzamos com uma fauna variada.
Esquilo nos observa atentamente no Banff National Park, em Alberta, no Canadá
Voltamos para Banff e fomos até o pé da montanha Sulphur Mountain. O nome vem das águas termais que vem da montanha. Embaixo, várias piscinas, devidamente exploradas por casas de banho. Mas nós queríamos era subir a montanha, pois a vista lá de cima tem fama de ser incrível. Nossa ideia era subir de bondinho, ou Gôndola, como chamam por aqui. Bem, era o nosso intuito, até descobrir o preço extorsivo da subida: quase 40 dólares por pessoa...
Bondinho para o alto da Sulphur Mountain, no Banff National Park, em Alberta, no Canadá
Aí, já era demais! A alternativa era pouco menos de duas horas de caminhada até lá encima. A descida de gôndola é de graça, se for pela manhã ou no final da tarde. Para hoje, estava bem tarde para começarmos, então deixamos para amanhã cedo. Outro passeio bem caro é num ônibus especial pelas geleiras que ficam mais ao norte. Nós vamos até lá e fazer o passeio a pé mesmo, mas a Ana ainda posou para fotos na frente do tal ônibus. Com um pneu desse tamanho, deve ser difícil atolar...
Ao lado do veículo que leva turistas nas geleiras do Banff National Park, em Alberta, no Canadá
Bem, sem subir de Gôndola ou a pé a Sulphur Mountain, restou para nós voltar para o centro da cidade para comer a tal sobremesa que não saia da cabeça da minha linda esposa: fondue de chocolate! Depois disso, de volta para o hotel. Amanhã, voltamos com disposição para subir a montanha e seguir viagem para Lake Louise. Vamos ver como será para achar hotel por lá...
Muito feliz com o fondue de chocolate na cidade de Banff, em Alberta, no Canadá
Com Kobe Bryant, o melhor jogador de basquete da atualidade, na saída do jogo do Lakers em Los Angeles, na Califórnia, nos Estados Unidos
Descemos a colina onde está o letreiro de Hollywood, demos uma volta e subimos outra colina vizinha, onde está o Griffith Observatory. Localizado em um dos pontos mais altos da cidade e no meio de um parque, com uma incrível vista da metrópole logo abaixo, certamente é um dos pontos mais interessantes de Los Angeles.
O Griffith Observatory, um dos pontos mais altos de Los Angeles, na Califórnia - Estados Unidos
Toda a enorme área foi comprada por um magnata da cidade, no início do século passado. Ela havia feito sua fortuna em Los Angeles e sentia que deveria retribuir à cidade que o acolheu. Naquela época, Los Angeles ainda não tinha um grande parque e o milionário resolveu presenteá-la com um. Comprou uma enorme área na periferia e doou-a à Los Angeles, desde que ali fosse feito um parque. O problema é que, na época, a área estava tão longe do centro que os vereadores quase recusaram o presente, com medo dos custos de se construir uma estrada até lá. Griffith não se acanhou e bancou a estrada ele mesmo. O parque foi feito e a área foi salva da especulação imobiliária que, um dia, certamente chegaria até ali. Felizes dos habitantes da cidade e de nós, turistas, que hoje temos essa incrível área verde com uma vista privilegiada.
Interior do Griffith Observatory, em Los Angeles, na Califórnia - Estados Unidos
Na parte mais alta do parque foi construído um observatório astronômico, que também leva o nome do milionário benfeitor. Hoje, além de observatório, também é um museu e lá podemos ver exposições e muita informação sobre ciências, principalmente a astronomia. Para mim, que adoro coisas do espaço, pura diversão. Mas tem outros assuntos também e pudemos ver uma experiência demonstrando os raios de energia de Tesla e também um monitor que vê em infravermelho, como a visão da personagem alienígena Predator, que vem à Terra caçar humanos. Até tiramos uma foto, eu e a Ana, em infravermelho. O ponto mais frio, que aparece em azul, é o nariz dela, hehehe!
Imagem térmica do casal 1000dias, no Griffith Observatory, em Los Angeles, na Califórnia - Estados Unidos
Um maravilhoso pôr-do-sol sobre Los Angeles, na Califórnia - Estados Unidos
Mas o mais belo lá de cima, sem dúvida, é o entardecer. Hoje, então, estava absolutamente magnífico. De tão belo, parecia de mentira, o céu vermelho sobre a cidade de Los Angeles, lá embaixo. Foi, provavelmente, a cena mais bonita que vimos na cidade, nesses quase quatro dias que passamos por aqui.
As luzes de Los Angeles se acendem com a chegada da noite ((na Califórnia - Estados Unidos)
Logo depois desse espetáculo, refugiamo-nos do frio intenso na santa Fiona e aceleramos para o centro. Estava na hora de outro espetáculo, um jogo de basquete do Lakers. A equipe é uma instituição em Los Angeles e nós demos a sorte de estar aqui durante a temporada de basquete, justamente quando eles recebiam um dos adversários da NBA para jogar em sua casa, o Staples Stadium. Conseguimos ingressos e fomos ver o jogo ao vivo e a cores.
Chegando à casa do Los Angeles Lakers em Los Angeles, na Califórnia, nos Estados Unidos
Los Angeles tem duas equipes de basquete. A outra é o Clippers, mas esses só se mudaram para a cidade no início da década de 80. Os Estados Unidos tem disso: os times mudam de cidade e de casa, tanto no basquete como no beisebol e no futebol americano. Los Angeles, por exemplo, hoje em dia não tem mais nenhum time de futebol. O aluguel do estádio ficou muito caro e os dois times da cidade se mudaram daqui, já há alguns anos. Mas, voltando ao basquete, é o Lakers que nasceu por aqui e a cidade o venera.
Lakers, uma verdadeira instituição em Los Angeles, na Califórnia, nos Estados Unidos
Eu comecei a me interessar pelo basquete profissional americano na década de 80, um pouco antes da Bandeirantes começar a mostrar os jogos de lá e o esporte virar uma febre no Brasil. Parentes haviam se mudado para Boston e, poucos anos depois, foi a vez da minha irmã. Na época, o melhor time de basquete dos EUA era o Boston Celtics, com o cestinha Larry Bird. Obviamente, meus tios e também a minha irmã viraram seus fãs e ardorosos torcedores. Por tabela, todos nós ficamos, lá no Brasil. O grande rival do Celtics, o único que conseguia lhe fazer frente, era o Lakers do Magic Johnson e Kareem Abdul-Jabbar. O jogo entre as duas equipes era como se fosse um Fla-Flu e quem torcia por um, odiava o outro.
O ginásio do Lakers ainda vazio, uma hora antes do jogo em Los Angeles, na Califórnia, nos Estados Unidos
Ou seja, para mim, o Lakers era o inimigo. Mas lá se vão mais de vinte anos. De lá para cá, o Celtics minguou, o Lakers teve outros grandes momentos e o basquete americano foi dominado por quase dez anos pelo Chicago Bulls do Michael Jordan. Os brasileiros foram jogar na NBA e hoje são personagens importantes da liga. O nível do basquete em todo mundo melhorou, buscando a perfeição atingida pelos super jogadores e equipes americanas.
Começa o jogo entre Lakers e Bobcats em Los Angeles, na Califórnia, nos Estados Unidos
Pois bem, hoje foi dia de ir à casa do antigo inimigo. Antigo, pois hoje fui como verdadeiro fã. Do basquete, do profissionalismo e da organização com que tudo é feito por aqui. O estádio é um show por si só, quase um shopping center. Todo mundo tem suas cadeiras de onde se pode ver perfeitamente o jogo. No meio do espaço, gigantescos telões nos mostram os melhores momentos em diversos ângulos e velocidades. A torcida grita o tempo todo, animada pelo locutor oficial e por músicas que tocam durante a partida.
Nos intervalos do jogo, o show das cheerleaders no ginásio em Los Angeles, na Califórnia, nos Estados Unidos
Realmente, um verdadeiro show. E um show que não pode parar. Nos intervalos ou tempos pedidos pelos técnicos, entra uma mulherada sarada para dançar e animar a torcida. São as cheerleaders. Ou então, gente da plateia é escolhida para descer na quadra e tentar algum arremesso de longe. Quem acerta é premiado.
Nos intervalos do jogo, o show das cheerleaders no ginásio em Los Angeles, na Califórnia, nos Estados Unidos
O jogo foi equilibrado o tempo todo, durante os quatro quartos. Ainda em início de temporada, com alguns de seus jogadores machucados, o Lakers não está no melhor da sua forma. A equipe liderada pelo melhor jogador da atualidade Kobe Bryant andou o tempo todo atrás, mas virou nos últimos minutos e conseguiu manter a vantagem de um ponto no final. Foi emocionante para a torcida e para os turistas que lá estavam.
Por um mísero ponto, vitória do Lakers em Los Angeles, na Califórnia, nos Estados Unidos
Torcida comemora aliviada a vitória apertadíssima do Lakers, em Los Angeles, na Califórnia, nos Estados Unidos
Apesar de toda a emoção, o estádio esteve sempre em ordem, do início ao fim. Nada de cavalaria da polícia na saída do estádio, passando em cima dos torcedores mais exaltados. Com muita ordem e tranquilidade, (mas com frio!!!), caminhamos até o estacionamento e pegamos a Fiona para sair da cidade. Mesmo tarde assim, nossa intenção já era dormir fora de Los Angeles, no nosso longo caminho até o Grand Canyon. Nas próximas horas madrugada afora, deixando a cidade para trás e entrando interior adentro, tudo o que conversamos foi sobre o magnífico dia que tivemos hoje. E sobre os magníficos dias que nos esperam adiante...
Assistindo a jogo do Lakers em em Los Angeles, na Califórnia, nos Estados Unidos
Cachoeira de Santo Isidro, no Parque Nacional da Serra da Bocaina - SP
Ontem de noite, quando chegamos à pacata São josé do Barreiro, tivemos que rodar bastante pela pequena cidade até achar alguma pousada que parecesse estar funcionando. Encontramos a simpática Pousada do Régis e fomos logo desmaiar, tentando nos recuperar da correria dos últimos dias e nos antecipar da correria dos dias vindouros.
Placa indicativa do Parque Nacional da Serra da Bocaina - SP
Hoje cedo, já saímos de mala e cuia para o Parque Nacional da Serra da Bocaina. De lá, seguiríamos diretamente para o litoral fluminense, via Bananal. Para se chegar ao parque, são 25 quilômetros de estrada de terra, em "pécimo" estado, como dizia o cartaz que vimos. Nem está tão ruim assim, comparado com outras estradas que vimos por aí. Para a Fiona, mamão com açúcar. Para variar, cruzamos vários valentes fuscas pela estrada. A estrada vai serpenteando morro acima, de maneira quase sempre suave. A vista é linda, lá do alto. Olhando para baixo, parece um mar de ar (estranho, né? Mas é o que parece...) e o vale do Paraíba lá embaixo, no fundo, com o rio serpenteando para lá e para cá. Já quase no parque, há várias pousadas, mais chiquetosas. Várias tem até um serviço de busca de hóspedes lá em São José do Barreiro.
A parte de cima da Cachoeira de Santo Isidro, no Parque Nacional da Serra da Bocaina - SP
No parque, muitas informações sobre a Trilha do Ouro, que desce a serra em direção à Mabucaba e Parati. Quase toda a descida ainda tem o calçamento de dois séculos, feito por mão de obra escrava. Como já escrevi em outro post semana passada, quando estive na parte de baixo do parque, eu já fiz essa trilha e recomendo. Não estava sabendo o quanto ela está popular nesses dias de hoje. Só no feriado foram mais de cem pessoas descendo a trilha, quase sempre em grandes grupos, mas também há os aventureiros solitários.
Nadando na Cachoeira de Santo Isidro, no Parque Nacional da Serra da Bocaina - SP
Eu e a Ana, por uma questão de logística e de tempo, só fomos até a Cachoeira Santo Isidro, bem próxima da portaria. Parece uma pintura, de tão bonita. E parece uma geladeira, de tão fria. Das cachoeiras do parque, é a mais atrativa de se nadar, pelo seu grande poço. Foi o que eu e a Ana fizemos, ignorando mais uma vez o frio da água.
Cachoeira de Santo Isidro, no Parque Nacional da Serra da Bocaina - SP
Depois, descemos a serra e o "mar de ar" novamente, parando para um rápido lanche em São José. Na sequência, seguimos de carro até Bananal e Getulândia, já no estado do Rio. Esta é a estrada dos tropeiros, a antiga ligação entre Rio e São Paulo, antes da construção da Dutra. A estrada passa por várias fazendas, algumas ainda com suas belas casas centenárias, reminiscências de uma época de ouro da região, quando a cultura do café floresceu por aqui fazendo fortunas. O cultura do café acabou por exaurir a terra e se mudou para novas áreas, como o interior paulista, no final do séc XIX e início do XX. Deixou para trás essas magníficas e decadentes fazendas. Muitas delas, nesses últimos tempos, se reencontraram no turismo e fazem a festa de quem quer um gosto de vida na fazenda com muito estilo e história.
Região da Serra da Bocaina próximo à São José do Barreiro - SP
Nós viemos até Parati, no mesmo hotel em que estivemos antes. Amanhã, vamos para o Pouso da Cajaíba, sem esquecer do fiorde brasileiro, o Saco do Mamanguá! Beleza, vamos encontrar muitas. Acesso à internet, isso já não sei...
Fazendo um lanchinho em São José do Barreiro - SP
Vitral da catedral de Salta - Argentina
Puxa... não está fácil manter os blogs atualizados ultimamente. Desde que entramos na Bolívia e, principalmente aqui na Argentina, o ritmo de viagens e a intensidade dos dias aumentaram bastante, sobrando pouco tempo para os "bastidores".
Esquentando-se ao sol em charmoso café em Salta - Argentina
Para manter os blogs atualizados do jeito que gostamos, é preciso escrever todos os dias, fotografar bastante, preparar as fotos, enviá-las para o servidor. Além disso, tem os vídeos também. E a mudança do site, que está ocorrendo aos poucos. Queremos fazer tudo isso e, ao mesmo tempo, não deixar de viajar, conhecer os lugares e as pessoas, as comidas e as baladas. Afinal, esse é o nosso objetivo principal.
Catedral em Salta - Argentina
Até que vínhamos levando bem essa rotina toda, que dá um trabalhão. Mas ultimamente temos dirigido mais, nos deslocado mais, fotografado mais. As paisagens por aqui são absolutamente maravilhosas. Em alguns dias chegamos a ter 300 fotografias! E de noite, queremos comer, beber um pouco, relaxar.
Pronto para devorar enorme sanduíche em Salta - Argentina
Enfim, ficou tudo atrasado. Vai ser uma luta para recuperar. Hoje, foi dia de tentar tirar um pouco o atraso. Eu fiquei o tempo todo no hotel, só saindo para almoçar (um sanduíche enorme, muito maior que eu esperava!). A Ana ainda deu uma volta, fez umas compras, fotografou um pouco a cidade.
Vinho de Cafayate, em Salta - Argentina
Enfim, a viagem está maravilhosa, o trabalho meio atrasado e atrapalhando um pouco. Mas todo esse esforço vale muito à pena. Depois de pronto, claro!
Dueto toca Beatles na night de Salta - Argentina
Ontem de noite ainda teve uma baladinha, com direito ao delicioso vinho da região. Hoje bem cedo, já estava esquecendo, levei a Fiona para balancear e alinhar. Muito mais barato que no Brasil! Amanhã, pé na estrada novamente, rumo ao sul. Todos prontos, a Fiona nos trinques e nós um pouco menos atrasados!
Fim de tarde na Plaza 9 de Julio, em Salta - Argentina
Paisagem florida da Ruta de Los 7 Lagos no Parque Nacional Nahuel Huapi, na Argentina
A Patagônia é uma região magnífica durante todo o ano, mas cada estação tem suas belezas próprias. A primavera, tempo de renascimento como em todas as partes do mundo, traz um verdadeiro festival de cores para as paisagens locas: verdadeiros tapetes de flores espalhados pelos campos e florestas.
Flores se espalham pela Patagônia andina nessa época do ano, em Villa Traful, no Parque Nacional Nahuel Huapi, na Argentina
Quando o homem branco chegou, já perto do final do séc. XIX, ele se surpreendeu com a quantidade e diversidade de flores nessa época do ano, muitas das quais ele não conhecia, flora autócne da patagônia. Mas ele vinha de mudança do continente europeu, muitos dos países centrais daquele continente, como Alemanha, Suíça ou Áustria, e trazia consigo flores de sua terra natal, talvez até para aliviar a saudade de sua terra natal.
Flores se espalham pela Patagônia andina nessa época do ano, em Villa Traful, no Parque Nacional Nahuel Huapi, na Argentina
Muitas dessas flores “invasoras” se adaptaram muito bem ao terreno e clima locais. Elas se misturaram com a flora nativa, passaram a disputar o mesmo espaço, se espalharam por essa região selvagem. Algumas, pela desleal concorrência com a flora local, fazem a tristeza de biólogos e ecologistas de hoje. Outras, pela sua beleza e plasticidade, fazem a alegria de turistas e viajantes que tem a sorte de passar por aqui na primavera.
Flores embelezam a cabeceira de estrada na Ruta de Los 7 Lagos, no Parque Nacional Nahuel Huapi, na Argentina
Flores se espalham pela Patagônia andina nessa época do ano, em Villa Traful, no Parque Nacional Nahuel Huapi, na Argentina
Nesta época do ano, não é apenas a beleza de lagos e rios, de vales e montanha, do céu e do ar que chamam a nossa atenção enquanto dirigimos pelas pequenas estradas que cortam a região. Especialmente aqui, quase na sombra dos Andes, é também a quantidade de cores que se espalha por qualquer cantinho onde bata o sol, da orla de lagos à cabeceira de estradas. As diversas flores dão um colorido especial à patagônia e a transformam, talvez, no maior jardim em extensão do mundo.
Um verdaddeiro show de cores na Ruta de Los 7 Lagos, no Parque Nacional Nahuel Huapi, na Argentina
Assim foi nesses últimos dias aqui na região de Bariloche. Não apenas o azul de do céu ou dos lagos, não apenas o verde dos rios e das árvores, não apenas o branco da neve e das nuvens, mas também o amarelo, o vermelho, o roxo e tantas outras cores vivas das flores que atraíram nossos olhares e cliques. Melhor ainda era quando todas essas cores se misturavam dentro da mesma moldura, dento do mesmo olhar. Pura patagônia!
As cores das águas e das flores se combinam no lago Nahuel Huapi, próximo à Villa La Angostura, na Argentina
Degustando vinho na vinícola Estampa, no Valle de Colchagua, região de Santa Cruz, ao sul de Santiago, no Chile
Deixamos o litoral de Chile para trás e rumamos para o interior do país mais uma vez. Para hoje, o nosso plano é chegar até a cidade de Rengo, sem muito apelo turístico, mas que nos atrai por um motivo bem específico. Aí moram a Andrea e o Pablo, o casal chileno que encontramos viajando lá no Ceará, bem no início dos 1000dias. Passamos um dia de explorações juntos na região de Ubajara e, depois disso, sempre mantivemos contato. Eles até se hospedaram na casa da mãe da Ana quando passaram em Curitiba e nós ficamos na casa da mãe deles quando passamos em Santiago. Agora, finalmente, chegou a hora de nos ver novamente, dessa vez na casa própria deles.
Mas antes disso, ainda tínhamos um último lugar para visitar. O Valle de Colchagua é a mais tradicional área de produção de vinho do Chile e fica justamente no caminho entre Pichilemu e Rengo. Nós até já tínhamos passado por aí quando viemos ontem para o litoral, mas nem paramos já que queríamos chegar logo na praia. Além disso, já tínhamos nos programado para fazer essa visita no dia seguinte, hoje. Dito e feito, passamos algumas deliciosas horas explorando a região, procurando e visitando vinícolas antes de seguirmos viagem até Rengo no final do dia.
Os jardins da vinícola Estampa, no Valle de Colchagua, região de Santa Cruz, ao sul de Santiago, no Chile
Chegando à vinícola Estampa, no Valle de Colchagua, região de Santa Cruz, ao sul de Santiago, no Chile
O solo argiloso, água abundante, muitas horas de sol, ar seco e noites frias se combinaram para criar as condições quase perfeitas para o desenvolvimento das videiras, As uvas Cabernet Sauvignon, Merlot e Carmenere crescem muito bem no vale e alguns dos melhores e mais famosos vinhos do país saem daqui. São dezenas de vinícolas, algumas pequenas e familiares, outras já com reputação internacional, que se espalham pela região que tem como principal cidade e base de exploração a tranquila Santa Cruz.
Videiras da vinícola Estampa, no Valle de Colchagua, região de Santa Cruz, ao sul de Santiago, no Chile
Videiras da vinícola Estampa, no Valle de Colchagua, região de Santa Cruz, ao sul de Santiago, no Chile
É na cidade, a apenas 170 km ao sul da capital, onde estão as principais acomodações de Colchagua e de onde saem os tours e excursões que levam turistas pelas vinícolas próximas a bebericar, testar e degustar o principal produto da região: o vinho tinto. Mais do que isso, muitas vinícolas oferecem também refeições diversas, variando do orgânico ao piquenique, dos aperitivos e acompanhamentos às refeições mais requintadas. Vai tudo depender do tamanho do bolso do freguês.
Visitando a vinícola Estampa, no Valle de Colchagua, região de Santa Cruz, ao sul de Santiago, no Chile
Visitando a vinícola Estampa, no Valle de Colchagua, região de Santa Cruz, ao sul de Santiago, no Chile
Visitando a vinícola Estampa, no Valle de Colchagua, região de Santa Cruz, ao sul de Santiago, no Chile
Para nós, boa parte da diversão e do prazer foi localizar alguma vinícola que estivesse aberta à visitação hoje. A maioria está sempre de braços abertos aos turistas nos finais de semana, quando muita gente vem de Santiago. Nos dias de semana, o melhor, para se garantir, é fazer reserva com antecipação. Se vier em um tour, eles mesmo já terão feito a reserva na vinícola. Mas no nosso caso, aparecendo totalmente de surpresa, por duas vezes demos com vinícolas “não preparadas” para visitas. Mesmo assim, apenas o fato de dirigir por estradas secundárias no meio de plantações de videiras e aquele ar bucólico e romântico já fazia valer o passeio. Casas centenárias transformadas em hotéis-fazenda ou pousadas-boutique eram uma tentação difícil de resistir. Mas estávamos mesmo procurando era uma vinícola aberta.
Arte em barris, na vinícola Estampa, Valle de Colchagua, região de Santa Cruz, ao sul de Santiago, no Chile
Barris de vinho em um andar, mesas de degustação em outro, na vinícola Estampa, no Valle de Colchagua, região de Santa Cruz, ao sul de Santiago, no Chile
Por fim, encontramos uma, a Estampa. Éramos os únicos por ali, visita totalmente inesperada naquela hora do dia, mas mesmo assim eles nos deixaram dar uma olhada rápida em suas instalações, nos enormes tonéis de aço que armazenam o precioso líquido vermelho que produzem. Do lado de fora, filas e mais filas de videiras, o nome das espécies sempre muito bem marcados em placas. Tudo muito lindo, mas depois de tantas visitas à vinícolas nesses 1000dias, já sabemos o que mais nos interessa: os vinhos, claro!
Conversando, aprendendo e degustando vinho na vinícola Estampa, no Valle de Colchagua, região de Santa Cruz, ao sul de Santiago, no Chile
Vinho para degustar na vinícola Estampa, no Valle de Colchagua, região de Santa Cruz, ao sul de Santiago, no Chile
Então, vamos a eles! Eu estava super bem intencionado e decidido a deixar apenas a Ana aproveitar o momento da degustação. Afinal, era eu que dirigia. Mas confesso que não consegui resistir, situação tão especial como essa nos permite quebrar, bem de leve, uma regra ou outra. Assim, também dei uns goles e provei dos belos vinhos ali produzidos. Uma delícia! Aproveitamos para comprar uma garrafa para nossos amigos chilenos e não chegar à casa deles de mãos abanando. E como estamos indo para uma festa de aniversário no Ceará em 3 dias, levar umas garrafas para lá também nos pareceu uma boa ideia. Por fim, também somos filhos de Deus, então reabastecemos o estoque da Fiona. Sairemos do Chile em poucos dias, mas levaremos um pedacinho dele conosco, hehehe. Só não sei quanto tempo vai durar...
Comprando vinho na vinícola Estampa, no Valle de Colchagua, região de Santa Cruz, ao sul de Santiago, no Chile
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