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mabel (12/08)
Aqui também temos que ajudar preguiças a atravessar a estrada da Folha ...
Cynthia (11/08)
Oi Rodrigo. Desque que descobri vocês na internet, em busca de informaç...
mabel (09/08)
Manaus mudou muito!!!!!!!!Se vocês viram a diferença em doia anos, imag...
Rubens Werdesheim (09/08)
Realmente a coragem dos dois impressiona.Aguardamos o relato da epopéia....
Rubens Werdesheim (08/08)
Narguile em Miami
Ontem foi um dia urbano. A gente se despediu da família do Marcelo, que viajou para Roma. A Su ainda nos deixou em downtown, de onde tomamos um taxi para South Beach, passando ao lado de uma fileira com uns 5 ou 6 mega navios-cruzeiros, ancorados no porto de Miami. Verdadeiros pombais, acho que juntos carregam uns 12 mil turistas. É um mercado gigantesco por aqui, para variar.
Miami está lotada esta semana. É a época do spring break aqui nos EUA e muita gente vem para cá, aproveitar o que os EUA tem de mais próximo de "tropical". South Beach é cheia de coqueiros, o que lhe empresta um certo ar caribenho (ou baiano mesmo). Obviamente, com uma cara mais requintada, as vezes mesmo cafona. Carros gigantescos circulam pelas ruas e avenidas, as etnias latina, negra, branca e amarela se misturam, ouvimos mais espanhol do que inglês. Restaurantes e bares cheios, praia bem organizada, cheia de salva-vidas, barcos e jetskis puxando paraquedas ou ski aquático. Águas cor esmeralda, com temperatura bem razoável, areias brancas e dia ensolarado, mas refrescado por uma forte brisa que nunca para. Não passamos calor mas certamente estamos nos queimando. Isso fica bem claro quando percebemos alguns "camarões" que se descuidaram da proteção passeando pela praia.
Eu e a Ana, após um breve pit-stop na Best Buy, logo na entrada de South Beach, fomos caminhando preguiçosamente rumo ao norte, à famosa Lincon Road, uma rua de pedestres cehia de lojas e restaurantes, para encontrar o David e a Ju. Miami pode estar bem cheia, mas nos os encontramos passeando pelo promenade entre a praia e a Ocean Drive, bem longe do ponto marcado de encontro. Como se estivéssemos numa cidadezinha... Aí, passamos o resto da tarde juntos, aproveitando para praticar bastante o ingles com o David. De cerveja em cerveja, chegamos até a bum bar com Narguile, onde a prosa continuou, bem acomodados em um sofá em pleno movimento da Lincon.
Balada no Fontainebleu - Miami
Após um breve descanso no hotel deles, já em Miami Beach, ainda deu para frequentar o movimentado bar de um dos mega-hoteis da região, lotado de mulheres vestindo microsias e mega saltos. Todas elas esquentando para esticar a noite no club do hotel. Nós não animamos (nem roupas apropriadas eu tinha) e voltamos de taxi, já depois das duas da manhã, para Key Biscayne. Dessa vez, sem trânsito, que anda muito complicado por aqui. Além do spring break, ainda tem o torneio de tenis da Sony Ericsson, aqui em Key Biscayne. De dia, fica tudo parado. Mas, como estamos nos EUA, ninguém anda pelo acostamento e ninguém estaciona nos canteiros. Trânsito parado, mas bem organizado.
A praia de Big Beach, ao sul de Kihei, litoral de Maui, no Havaí
Começamos hoje mais uma temporada de viagens com nossos assíduos “visitadores”, o Rafa e a Laura. Parece até que Cuba foi ontem e Galápagos anteontem. Aparentemente, eles gostam de ilhas, hehehe. Agora serão dez dias pelas ilhas havaianas de Maui, Kauai e Oahu na sempre agradável companhia de nossos padrinhos. E ainda temos o bônus da Laura estar se tornando, cada vez mais, uma fotógrafa profissional. Assim, passamos a ver nossa viagem sob os olhos e lentes de uma outra pessoa, o que sempre é curioso.
Voltando do ótimo mergulho na cratera semi-submersa de Molokini, na costa de Maui, no Havaí
E os “pobresitos” nem tiveram tempo de descansar. Ainda estava escuro e já estávamos os quatro de pé, rumo à marina de onde sairia nosso barco para a ilha de Molokini. Esse é o melhor ponto de mergulho em Maui e dez entre dez operadoras levam seus clientes para lá. Exatamente por isso estávamos madrugando. A nossa operadora gosta de ser a primeira a chegar lá, ainda com o sol nascendo, para podermos fazer, ao menos o primeiro mergulho, a sós.
A cratera semi-submersa de Molokini, na costa de Maui, no Havaí
Ainda de madrugada, embarcando para mergulhar em Molokini, na costa de Maui, no Havaí
Dito e feito, os primeiros raios de sol começaram a aparecer e estávamos navegando, já devidamente vestidos e prontos para cair embaixo d’água. A pequena ilha de Molokini é uma cratera vulcânica semi-submersa. Passando de avião sobre ela, quando chegamos à Maui, foi possível ver com perfeição sua forma circular. As últimas erupções vulcânicas ali acorridas foram há mais de 200 mil anos mas, bem mais recentemente, outro tipo de explosão era bem comum por lá. Isso porque, durante a 2ª Guerra Mundial, os americanos a transformaram num local de prática de tiros. Pior, na década de 70, resolveram explodir toda a munição encontrada por lá, sob as águas, remanescentes desse “treino” de 30 anos antes. O estouro resultante destruiu uma enorme área de corais e a reação pública foi grande. O lado bom da história é que, com a controvérsia, toda a área foi transformada em um parque marinho. Para a alegria dos mergulhadores, já que a visibilidade em Molokini raramente cai abaixo dos 30 metros, estando muitas vezes perto dos 50 metros.
Chegando à cratera semi-submersa de Molokini, na costa de Maui, no Havaí
Início de mergulho em Molokini, na costa de Maui, no Havaí
Os dois mergulhos foram ótimos, principalmente o primeiro, quando ainda éramos o único barco por lá e os seres marinhos ainda não tinham se assustado com tanto movimento. Vimos centenas de peixes, um polvo (adoro ver polvo embaixo d’água”), barracudas e vários tubarões de Galápagos. No segundo mergulho, já com vários outros grupos mergulhando por perto, os peixes maiores sumiram e a diversão maior foi com os pequenos mesmo, além das formações de corais. O único porém do programa foi que nossa máquina subaquática pifou logo no início do primeiro mergulhos. Temos filmes, mas a edição ainda vai demorar. Enquanto isso, as belas imagens subaquáticas de Molokini vão ficar só na nossa memória, mesmo. Só posso dizer que, para quem gosta de mergulhar e vem à Maui, é um programa imperdível.
Momentos antes da nossa câmera pifar de vez, durante mergulho em Molokini, na costa de Maui, no Havaí. As cores já estão distorcidas...
De volta à terra firme, fomos conhecer o litoral ao sul de Kihei. Eu e a Ana já tínhamos ido até a Big Beach, mas a estrada segue mais ao sul, até um local chamado La Perouse Bay. É um bom local para se praticar snorkel e tentar ver golfinhos. Para seguir adiante, só à pé, pois a estrada termina. A trilha segue sobre um enorme campo de lavas endurecidas, prova que o passado vulcânico de Maui não é tão distante assim.
Um delicioso fim de tarde na praia de Big Beach, ao sul de Kihei, litoral de Maui, no Havaí
Fim de tarde despreocupado na Big Beach, ao sul de Kihei, litoral de Maui, no Havaí
A gente, depois da correria dos últimos dias, achamos melhor sossegar um pouco o facho. Como snorkel após o mergulho da manhã não nos sensibilizou, voltamos para a Big Beach e aí passamos a tarde. Nossos corpos combalidos estavam merecendo o descanso!
Botando a conversa em dia, depois dez meses sem se ver (na Big Beach, em South Kihei, em Maui, no Havaí - foto de Laura Schunemann)
Voltando da Little Beach para a Big Beach, ao sul de Kihei, em Maui, no Havaí
A Ana ainda foi levar o Rafa e a Laura para conhecer a Little Beach, do outro lado da encosta. Eu preferi ficar esperando, só observando os surfistas darem seu show na praia. Na verdade, as ondas nem estavam tão propícias assim ao esporte, mas pareciam ótimas para aqueles que vem correndo pela areia e jogam suas pranchas na onda que retorna ao mar. Ali, eles encontram uma outra onda que vem e é nessa que fazem suas manobras. São craques nisso!
Surfistas dão show na Big Beach, em South Kihei, em Maui, no Havaí (foto de Laura Schunemann)
Feliz da vida nana Big Beach, em South Kihei, em Maui, no Havaí. Quem não estaria? (foto de Laura Schunemann)
Os três voltaram da Little Beach e ficamos ali, jogando conversa fora, fotografando, botando assuntos em dia e esperando o entardecer. Por fim, voltamos ao hotel e resolvemos celebrar o reencontro num belo jantar num restaurante mais invocado, ali ao lado. Foi um investimento, mas certamente valeu a pena. Três de nós optamos por um salmão que estava uma delícia, vindo diretamente do Alaska. Engraçado que, agora, quando ouço que vem do Alaska, tenho um sentimento quase patriótico, como se aquele estado também já fosse meu. Pois é, aos poucos, roda a América vai parecendo a nossa casa. Sinal de que a viagem está funcionando!
Delicioso jantar em Kihei, em Maui, no Havaí
Se preparando para mergulhar no Dean's Blue Hole - Bahamas
Está havendo um torneio com os melhores atletas do mundo em mergulho livre (só com o ar dos pulmões) no Dean's Blue Hole, no sul de Long Island. Todas as manhãs, por cerca de uma semana. Começou ontem. A nossa idéia era chegar lá para assistir ao finalzinho da sessão de hoje. Por isso a nossa saída tinha sido antecipada em uma hora, na noite anterior.
Foi cerca de uma hora de viagem, o Robert servindo de guia turístico. Estreita como é a ilha, às vezes enxergávamos o mar do lado esquerdo, às vezes do lado direito, às vezes dos dois lados. Passamos por pequenas e pacatas vilas, algumas com apenas uma dezena de casas. Todo mundo vendo a vida passar com aquele mar maravilhoso ali no quintal. E aí, finalmente, saímos da estrada principal em direção ao Blue Hole. Caminho todo sinalizado, pronto para receber o torneio internacional.
Lá chegando, a grande surpresa do dia. Eu vi uma moça bonita, biquini típico de brasileiras. E canga verde-amarela. Era muito parecida com a Carol, nossa professora de apnéia. Não, não podia ser! Ela era para estar em Cuba, guiando um grupo de mergulhadores. E, de lá, era para ir às Ilhas Cayman, para uma competição. Não podia ser ela. Mas... era!!! Que mundo pequeno!!! Quando chegamos, ela estava entrando num carro para voltar ao seu hotel. A Ana teve de sair correndo da nossa van e ir bater no vidro do carro onde ela estava. Um minutinho mais tarde que tivéssemos chegado e não a teríamos encontrado. Foi demais!!! Tanto para nós como para ela, que pode mostrar seus amigos e alunos brasileiros para os outros atletas, europeus e americanos. Tiramos fotos, fizemos mita festa e curtimos muito esse momento tão especial, não só do nosso dia mas de toda a viagem. Que legal que foi esse encontro!
Encontro com a Carol na competição de mergulho livre no Dean's Blue Hole - Bahamas
Depois, fomos admirar essa verdadeira obra-prima da natureza que é o Blue Hole. Ele é uma pequena enseada dentro de outra enseada, que por si só já é uma praia linda, águas claras protegidas por um banco de corais e areias bem brancas. Pois bem, dentro dessa enseada, quase como um pequeno anexo, outra enseadinha, circular, com menos de 50 metros de diâmetro. Na borda, água bem clarinha, onde se vê o chão de areia. De repente, a água fica azul escura. É o abismo! Mais de 200 metros de profundidade. Nadar sobre ele dá até medo. Apesar da transparência da água, só vemos aquel azul bem escuro abaixo de nós. O que será que há lá embaixo?
Dean's Blue Hole - Long Island - Bahamas
E lá fomos nós explorar esse buraco. Primeiro, fazendo apnéia. Sem muito esforço, cheguei aos 20 metros. Só faltam 200 para o fundo!!! Não quis tentar ir mais fundo. Sem minha professora por perto, melhor me comportar. Falando em professora, ela já tinha chegado hoje aos 60 metros. E nos prometeu que, nos dias seguintes, iria a mais de 70! Com certeza vai! Está numa forma danada.
Em seguida, nos paramentamos para o mergulho com garrafas. Aí, acompanhados do Robert, do Doug (falo dele em outro post) e de outro americano, fomos até 35 metros de profundidade. Não é um mergulho onde vemos muita vida, mas achei fantástico. O Blue Hole é uma gigantesca caverna que vai ficando cada vez mais larga quanto mais fundo chegamos. E escura também. Mas tínhamos nossas lanternas. A nossa sensação de insignificância lá dentro é total. Total também é nossa admiração péla beleza peculiar do lugar, da água, da forma como a luz chega ali, filtrada, disfarçada e tênue. Lá de baixo, olhando para cima, ver a boca da caverna é uma visão quase mágica, a porta que nos leva de volta ao nosso mundo. Em poucas palavras, foi incrível e inesquecível.
Escalando para saltar no Blue Hole
Escalando para saltar no Blue Hole
De volta à superfície, ainda bricamos bastante nesse lugar cuja beleza é tão difícil de descrever. Até mesmo escalamos uma escada de cordas para, de 8 metros de altura, nos atirar no enorme buraco de mais de 200 metros de profundidade.
Saltando no Blue Hole - Bahamas
Saltando no Blue Hole - Bahamas
Saltando no Blue Hole - Bahamas
E a tarde ainda não estava completa. No caminho de volta, o nosso filósofo-motorista parou num barzinho super legal, na estrada. Um quiosque decorado com camisetas e placas de automóvel. Bem pitoresco. Ali, todos tomamos algumas long neck de Guiness, cerveja preferida do Robert, que é feita aqui mesmo nas Bahamas. A mesma Guiness famosa da Irlanda. Uma delícia!!! Eu e a Ana batendo o maior papo com os outros hóspedes que foram conosco, alguns para mergulhar, outros só para passear. Pessoas interessantes e sempre interessadas na nossa viagem de 1000 dias. São perguntas e mais perguntas, muita admiração e novos leitores do nosso site, que em breve terá aquela ferramenta de tradução do google. Vamos ficar internacionais!!! Falando nisso, o nosso inglês está cada vez menos enferrujado e mais fluente. Principalmente depois de algumas Guiness tão inspiradoras. Fechando com chave de ouro uma tarde tão memorável para nós!
Entrando em piscina natural na base de uma das Trafalgar Falls, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe
Acordamos hoje numa espécie de residência estudantil de frente para o mar! Portsmouth, no norte de Dominica, é sede de uma importante faculdade de medicina que atrai estudantes de todos os lugares, inclusive americanos. Acho que parte do apelo está no hotel criado para hospedá-los, ao lado da faculdade e de frente ao mar. Além dos estudantes, o hotel também hospeda intrépidos viajantes que chegam por aqui. Hoje, no café, não vimos muitos estudantes não. Segundo apuramos, estavam todos em seus quartos se preparando para a temporada de provas. E nós, entre uma torrada e uma fruta, entre o suco e o chá, aproveitamos para tirar fotos da praia e do píer do hotel. Quem sabe, estudantes brasileiros também se animem a vir passar seis anos por aqui, hehehe!
Nosso hotel em Portsmouth, no norte de Dominica, no Caribe
A maior atração turística da região é o Cabrits National Park, uma pequena península formada por dois antigos vulcões (extintos!), a poucos quilômetros ao norte de Portsmouth. Além das atrações naturais da mata, dos vulcões e da água cristalina que cerca a península, há também as ruínas de um antigo forte que protegia a baía. Foi o nosso destino na manhã de hoje.
A Ana caminha no pier do nosso hotel em Portsmouth, no norte de Dominica, no Caribe
O forte foi construído a quatro mãos, entre franceses e ingleses. Quem conquistava a ilha construía mais um pedaço, até que os ingleses finalmente o terminaram, assim como ficaram com a posse definitiva de Dominica. A parte principal do forte foi reconstruída e é atração muito visitada pelos cruzeiros que aportam por aqui na alta temporada. Agora na baixa, só havíamos nós e os operários que estão refazendo o telhado de um dos prédios.
Chegando ao forte Shirley, no Cabrits National Park, em Portsmouth, no norte de Dominica, no Caribe
Vista maravilhosa da baía, a mesma que os soldados tinham há duzentos anos, atrás de seus canhões que ainda estão por lá, sempre vigilantes. Mas para mim, ainda mais interessante é a trilha pela mata que reconquistou seu espaço original, depois que o forte foi abandonado na metade do séc XIX. Ela nos leva até a antiga casa do comandante, hoje em ruínas e totalmente tomada pela mata. Até parecem ruínas pré-colombianas, como as que vimos no México. A trilha segue mais longe, até um mirante para a baía do outro lado da península e, por fim, até o alto de um dos vulcões, onde mais canhões nos esperam. Na época do forte, toda a mata havia sido cortada. É incrível ver o poder de recuperação da natureza quando lhe dão chance. Em menos de dois séculos e quase já apagou todos os sinais de civilização.
Vista do alto do forte no Cabrits National Park, região de Portsmouth, em Dominica, no Caribe
Visitado o parque, estrada novamente, seguindo para o sul pela rota litorânea, no lado caribenho da ilha. Cruzamos algumas pequenas vilas, passamos por praias de areia escura e chegamos a um lugar com o singelo nome de “Massacre”. O nome vem de um fato ocorrido na metade do século XVII, quando a supremacia da ilha era disputada por franceses, ingleses e os valentes índios Caribs.
Ruínas da antiga casa do comandante do forte, retomada pela floresta do Cabrits National Park, região de Portsmouth, em Dominica, no Caribe
Dominica foi o último bastião desses índios que dominavam todo o leste do Caribe quando Colombo aqui chegou. Por mais de cem anos, eles conseguiram impedir que os espanhóis se estabelecessem por aqui, mas agora também tinham de se defender de colonizadores ingleses e franceses. As vizinhas Guadalupe e Martinica já tinham sido tomadas por franceses, assim como Barbados e Antigua por ingleses. Em St. Kitts, apenas vinte anos antes, colonizadores das duas nações europeias haviam se unido para massacrar centenas de índios Caribs num triste episódio conhecido como “Bloody River Massacre”. Adivinha de onde veio o “bloody”... Eu e a Ana passamos por lá e contamos a história nos nossos posts da época.
Águas transparentes no Cabrits National Park, em Portsmouth, no norte de Dominica, no Caribe
Pois bem, um nobre inglês da época, governador de St Kitts, teve um filho bastardo com uma índia Carib. Conhecido como “Indian Walter”, ele foi criado junto com os irmãos, na casa do pai. Mas quando o pai morreu, a madrasta o expulsou de casa, quando ele tinha apenas 15 anos. Acabou vindo para Dominica, para a terra de seus antepassados. Aqui, virou um grande líder, principalmente por conhecer tão bem as três culturas que disputavam o poder na região. Uma vez, quando liderou seu povo numa batalha vitoriosa contra franceses, foi até nomeado pelo líder ingês de Barbados como o “Governador de Dominica”. Mas ele também vencia ingleses em batalha, e isso causou a ira de seu meio irmão, Philip Walter, governador de Antigua.
Caranguejo se enrola em trilha do Cabrits National Park, em Portsmouth, no norte de Dominica, no Caribe
Philip trouxe suas tropas para cá, marcou um encontro amistoso com o irmão, mas o traiu. Além de massacrar toda a tribo, matou também o irmão, acetando desavenças que vinham desde a infância. Em sua honra, lá está a vila de “Massacre”, para que não esqueçamos nunca de sua traição e do fratricídio... Os Caribs restantes ainda tentaram resistir, mas duas gerações mais tarde, com franceses e ingleses entrando de pouco em pouco na ilha, desrespeitando tratados que definiam Dominica como “uma ilha neutra, a ser deixada no domínio dos índios”, tiveram de se render. De qualquer maneira, aqui é a única ilha onde sobrou um resquício da população indígena original...
Praia em Roseau, capital de Dominica, no Caribe
Continuamos a viagem até à capital Roseau. Mas foi só de passagem! Logo pegamos uma estrada no sentido do interior, de volta à região do Parque Trois Pitons, com sua mata tropical, montanhas e cachoeiras. Nosso destino eram as Trafalgar Falls, duas enormes cachoeiras, de rios diferentes, que caem em paralelo em meio à mata exuberante. É uma visão impressionante, quando chegamos ao mirante, uma pequena trilha de cinco minutos a partir do estacionamento.
Observando as majestosas Trafalgar Falls, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe
Como nós gostamos de sentir, além de ver, encaramos a escorregadia caminhada pelas pedras para conseguir chegar até a base de uma delas. Ali, um banho refrescante nos esperava. Um verdadeiro prêmio pelo esforço de se chegar até lá. Antes do banho, momentos de quase devoção olhando aquela maravilha da natureza aonde tão poucos chegam, barrados por pedras enormes e líquens traiçoeiros.
Explorando as Trafalgar Falls, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe
Devidamente refrescados e escorregando pedras abaixo, chegamos à outro “prêmio” lá embaixo, esse repartido com os demais turistas. Ao lado desses dois rios paralelos, prestes a se juntar um pouco abaixo, existe uma terceira fonte de águas. Nasce ali mesmo, em meio à mata e é quente! Pois é, um pequeno riacho que forma diminutas piscinas e banheiras naturais, tudo isso a poucos metros dos rios maiores.
Entrando em piscina natural na base de uma das Trafalgar Falls, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe
Achamos uma banheira só para nós e relaxamos naquela água quente, cercados pela mais exuberante natureza por todos os lados. Uma delícia!
Banho relaxante em riacho com águas quentes no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe
Para completar esse fim de tarde, só faltou dar uma paradinha num simpático restaurante na entrada do parque, também ao lado da mata tropical, uma varanda sobre um profundo vale completamente recoberto pela vegetação. Aí, comemos um delicioso sanduíche, como há muito não comíamos, acompanhado de cerveja estupidamente gelada. Não poderia ter caído melhor!
Uma vistosa flor no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe
Finalmente, voltamos para Roseau, dessa vez para ficar. A gente se instalou num hotel no sul da cidade, um resort de mergulho. Ainda temos muita coisa para ver e fazer aqui em Dominica, e só temos um dia para isso. Então, foram vários telefonemas para cá e para lá para tentar agilizar nossa maratona de amanhã. Aparentemente, deu certo! Vamos começar às 5 da manhã e, na programação tem caminhada, mergulho, canyon e até um lago de águas ferventes! Será um dia intenso, daqueles que faz tempo que não temos, mas adoramos!
Relaxando em barzinho no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe
Estamos tão ansiosos que já até fomos celebrar em antecipação: um delicioso rum punch assistindo um pôr-do-sol inesquecível sobre a baía de Roseau! Sinal de boa sorte, sem dúvidas!
Admirando o lindo entardecer em praia de Roseau, capital da Dominica, no Caribe
Um grande Elk macho se alimenta na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Tempo chuvoso pela manhã, ficamos na dúvida se começávamos o dia pela mata ou pela praia. Depois de pouco pensar, decidimos pela mata, afinal, a floresta mais úmida do continente combina com chuva mesmo. E ainda dávamos uma chance para o tempo melhorar um pouco até chegarmos à praia, todas atrações do Olympic National Park, aqui no extremo noroeste dos Estados Unidos.
Chegando à floresta temperada úmida de Hoh, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
A Hoh Temperate Rainforest, ou floresta temperada (de climas frios) úmida de Hoh é uma das maiores atrações do parque e, durante a temporada, está sempre lotada de turistas, ao menos nas proximidades do centro de visitantes. Não era o caso, hoje, e poucos foram os felizardos que cruzamos por lá.
A magnífica Hoh Forest, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Como eu já disse, chovia. Nada mais comum para um lugar que recebe, em média, cerca de 4 metros de chuva por ano. Para se ter uma ideia, isso é o dobro da média de uma das cidades mais chuvosas do Brasil, a querida “Ubachuva”. Mas era uma chuva fraca, quase uma garoa. Protegidos pelas árvores e densa folhagem da mata, ela não nos atrapalhava em nada.
A floresta de Hoh é tão úmida que galhos e troncos estão sempre cobertos de musgos, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
A floresta é maravilhosa, como tantas outras que temos visto nessa viagem. Mas aqui, com tanta umidade, a mata tem uma peculiaridade: quase todos os troncos e galhos são cobertos por musgos e líquens, um verdadeiro tapete verde que deixa tudo aveludado. Até parece que as árvores estão vestidas para o frio, hehehe.
A magnífica Hoh Forest, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Fomos “recebidos” por uma daquelas gigantes, umas das maiores e mais velhas árvores da floresta, uma Sitka Spruce de mais de 70 metros de altura. Ela fica ali, tão silenciosa e tão soberana, vendo os séculos passarem. Quase virou lenha no início do século passado, quando a península começou a ser explorada pelo homem branco. Em pouco tempo, muitas gigantes centenárias foram ao chão, assim como boa parte da fauna quase foi extinta. Felizmente, alguns conservacionistas conseguiram convencer o governo a criar um parque nacional por ali, antes que fosse tarde demais. Hoje, pelas fotos de satélite, nem é preciso desenhar os limites do parque, pois a diferença entre as áreas exploradas e as protegidas é visível a olho nu. É impressionante o poder destrutivo da nossa espécie...
Admirando a gigantesca Sitka Spruce de 600 anos e 70 metros de altura, na Hoh Forest, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Mas nem só de machadadas cai uma gigante. Uma forte ventania pode ter o mesmo efeito. Assim, logo ali do lado outra gigante repousa, deitada. Provavelmente, há muitas décadas. Podemos caminhar por toda a extensão do tronco e, aí sim, podemos confirmar que essas árvores chegam aos 80 metros de altura. Caída, uma verdadeira floresta cresceu sobre o seu tronco. Ela tem nutrientes armazenados capazes de sustentar gerações de árvores menores. É lindo demais!
Orientações para o caso de encontrarmos um puma na Hoh Forest, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Depois dessas boas vindas, fomos fazer alguma trilha pela floresta. Logo no início do caminho, o aviso sobre os pumas e de como proceder se encontrarmos um. São raros aqui por perto, mas estão por aí. Depois de tantos ursos, os pumas não parecem tão ameaçadores, mas é sempre bom saber as dicas desse raro encontro.
Primeira visão da manada de Elks, na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Puma, talvez não encontrássemos, mas logo dois turistas que terminavam a trilha que estávamos apenas começando nos alertaram. “Há uma grande manada de elks andando por aí”. “Elks” são uma espécie de veado, parecidos com as renas do Papai Noel. Existiam aos milhares na região, mas foram caçados quase até a extinção. A criação do parque e programas de acompanhamento os salvaram e hoje eles já são bem mais comuns na área do parque, Só aqui, pois basta colocarem uma pata para fora dos limites que já se tornam alvos dos caçadores.
Aproximando-se dos Elks na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Eles não costumam ficar tão perto do centro de visitantes, onde começam as trilhas. Mas hoje, aparentemente, um grande grupo estava por aqui, talvez por estarmos fora de temporada. Eu e a Ana partimos ansiosos e, pouco à frente, outro grupo de pessoas nos alertou sobre eles. Aceleramos o passo, mais ansiosos ainda. Mas a ansiedade foi sendo substituída pela decepção enquanto percorríamos a trilha circular de um quilômetro e nada encontrávamos. Só vimos um turista percorrendo a trilha em sentido contrário, também procurando pela manada, cara meio desanimada.
Uma das muitas Elks fêmeas na manada que encontramos na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Completamos a volta e nada! Partimos para uma segunda volta, quem sabe? Fomos até o trecho mais “suspeito” e nada, além da bela floresta, claro. Quem sabe em outra trilha, talvez? Os animais estão sempre se movimentando... Foi aí que, quando já iniciávamos a volta, a Ana viu uns galhos se movendo estranhamente. Fixou os olhos e mandou que eu ficasse quieto. Não eram galhos, mas chifres! Lá estava a manada!
Uma das muitas Elks fêmeas na manada que encontramos na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
A partir daí, a sorte começou a sorrir para nós! Ficamos um tempo por ali, a tirar fotos e admirar aqueles incríveis animais. Mas eles estavam bem longe e não podíamos sair da trilha. Voltamos ao ponto inicial e pegamos outra trilha, na direção em que os animais caminhavam. Bingo! Não demorou muito e encontramos o mesmo grupo, agora já bem mais perto de nós. Novas fotos, nova contemplação! Até eles sumirem na mata outra vez. Voltamos e resolvemos arriscar pegar uma terceira trilha...
Uma das muitas Elks fêmeas na manada que encontramos na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Foi o auge! Agora, cruzamos com eles cara a cara. Mantendo a devida distância, ficamos ali, maravilhados. Que experiência, cruzar esses animais, tão de perto, em meio à floresta. Que bom é ver, com os próprios olhos, que outras espécies dividem o mesmo planeta conosco. Não estamos sós! Eles nos olham nos olhos. Imagino que avaliam o perigo. Algumas fêmeas são mais assustadiças. Ao machos, cheios de pose, certamente sabem que são bem mais forte do que nós. E realmente são. Acidentes acontecem e temos de guardar distância, perceber os sinais de que os bichos estão incomodados. Mas, com minha esposa tão lindaa perto, que animal se assustaria, hehehe!
Cara a cara com um Elk na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Assim, apenas a floresta foi testemunha desse incrível e pacífico encontro. Saímos de lá leves, felizes e com uma exultação contida, além de muitas fotos na máquina. Um verdadeiro presente do destino Um momento mágico e inesquecível nesses 1000dias de viagem pela América.
Emocionante encontro com Elks na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Praça em Oeiras, antiga capital do Piauí
Quanto mais conheço, mais reconheço o tanto que desconheço. Quando levava uma vida mais normalzinha, aquela rotina de acordar, ir trabalhar, voltar para casa e dormir, o meu mundo do dia à dia era mais limitado e, dentro desses limites, havia pouco para aprender. Parecia-me que eu sabia muito. Agora, todos os dias são diferentes. Todos os dias aprendo. Todos os dias fica claro o tanto que não sei, a minha mais profunda ignorância.
Igreja em Oeiras, antiga capital do Piauí
Falo de história, de geologia, de culinária, da botânica, da arquitetura, da literatura e de qualquer outro assunto que eu queira me aprofundar. No caso, acabo de aprender que o valoroso estado do Piauí teve como primeira capital a cidade de Oeiras. Aprendo também que Teresina foi a primeira cidade planejada do Brasil, muito antes de BH e Goiânia e mais de um século antes de Brasília. Aprendo que não foi apenas a Bahia que teve de lutar pela independência do Brasil. Não! No Piauí morreram centenas de brasileiros em guerra contra os portugueses, principalmente na Batalha do Jenipapo, quando combateram praticamente sem armas contra o exército lusitano.
Nossa pousada em Oeiras, antiga capital do Piauí
"Descobri" Oeiras ainda na Serra da Capivara, quando ela me foi apontada como um bom ponto para dormir, no nosso caminho para o Ceará. Foi aí que me disseram que era uma cidade histórica, antiga capital do estado. Para lá rumamos, eu e a Ana. Ficamos hospedados numa casa do séc. XIX, atualmente uma pousada (Pousada do Cônego), restaurada e bastante charmosa, bem na praça principal da cidade.
Com o João Oeiras, em Oeiras, antiga capital do Piauí
Em Oeiras, conhecemos o Bill e o Joca Oeiras. O primeiro ficou muito interessado na Fiona e assim nos conheceu. Gostou de nossa história e nos apresentou ao Joca Oeiras, paulista radicado em Oeiras, jornalista. Fizemos uma entrevista recíproca. A dele, logo a Ana colocará no site. A nossa, ele foi bem mais ágil que nós, já está no link:
http://www.fnt.org.br/artigos.php?id=677
Pena ter ficado tão pouco tempo. A parte histórica da cidade está muito bem conservada, casario antigo com cores vivas e harmoniosas. Como não poderia deixar de ser, faz um calor danado e o chuveiro do hotel nem tem necessidade de torneira de água quente. A fria já é morna. Cidade tranquila e religiosa. Visita bem agradável para quem está a caminho da Capivara.
Deixando Oeiras, antiga capital do Piauí
É uma vergonha que nem conste no Guia Quatro Rodas. Assim como é uma vergonha que eu não conhecesse a história da Batalha do Jenipapo. Felizmente, para a ignorância há remédio: aprende-se.
Chegando ao Alaska, depois de mais de 2 mil quilômetros na Alaska Highway através do Canadá
Acordamos cedo no dia 5, ainda em Hinton, na saída do Jasper National Park, prontos para iniciar a longa maratona à nossa frente: os 3 mil quilômetros que nos separavam de Fairbanks, no Alaska. Boa parte desse caminho seria através da mítica Alaska Highway, com cerca de 2.400 km, ligando Dawson Creek, na British Columbia, à Delta Junction, já no coração do Alaska.
Nosso longo caminho até o Alaska
Nossa ideia era fazer todo esse caminho em apenas 3 dias, ou seja, 1.000 km por dia, em média. A estrada é de pista simples, mas o asfalto é de boa qualidade e, quanto mais ao norte, menos movimento. Então, o que precisávamos eram de 10 horas de direção por dia. Bastante tempo para conversarmos e pensarmos na vida, hehehe.
Ponto inicial da rodovia Alaska Highway, em Dawson Creek, pequena cidade na British Columbia, no Canadá
O primeiro trecho, ainda no estado de Alberta, não foi na famosa rodovia. Na verdade, ela só começa em Dawson Creek, já na Columbia Britânica. Foram cerca de 450 km até lá, passando por belas paisagens e estradas praticamente desertas. Muitas vezes, não só aqui mas em toda a viagem até o Alaska, passamos por trechos e até 200 km sem postos de combustível, então é muito importante prestar atenção nesse aspecto. A Fiona, com sua autonomia de cerca de 700 km, tirou de letra. Mas um olho nosso estava sempre no marcador de combustível.
Placa informativa sobre a Alaska Highway, em Dawson Creek, na British Columbia, no Canadá
Pensativo, saindo do centro de informações no marco zero da rodovia Alaska Highway, em Dawson Creek, na British Columbia, no Canadá. Só faltam 2.400 quilômetros...
Enfim, chegamos em Dawson Creek já no início da tarde e aí, oficialmente, estávamos na famosa rodovia. Um monumento, um museu e um centro de informações marcam o ponto 0 da estrada, parada obrigatória para fotos e também para pegarmos mapas e informações sobre o caminho. O principal é uma tabela mostrando exatamente onde estão as cidades, restaurantes, motéis e postos de combustível ao longo dos 2,4 mil quilômetros a frente e, informação essencial, que época do ano estão abertos ou fechados. Pois é, estamos no final da temporada de verão e, bem agora em Setembro, vários dos estabelecimentos deixam de funcionar para só abrir novamente em maio do ano que vem.
A linda paisagem da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá
Interessante também é ver e ler sobre a história da longa rodovia. Depois da corrida do ouro no final do século XIX, os Estados Unidos nunca tinham dado muita bola para o Alaska, que vivia em isolamento no extremo norte do continente. O acesso era feito apenas por avião e barcos. Mas a 2ª Guerra veio a mudar tudo isso. O risco de uma invasão japonesa do continente fez o exército americano se apressar em construir uma estrada, para facilitar o envio de tropas para lá.
A linda paisagem da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá
Aliás, foi para minha grande surpresa que descobri que, realmente, os japoneses chegaram a invadir o Alaska. Na verdade, não a parte continental, mas duas das ilhas Aleutas, aquela longa cadeia de ilhotas que parece ligar o Alaska à Ásia. Quando chegarmos à Anchorage, vou tentar descobrir mais detalhes e escrevo sobre isso. Mas, enfim, logo no primeiro verão após o início da guerra, os americanos vieram para o Canadá e, em apenas 11 meses, construíram essa enorme estrada. Ainda era de terra, mas suficientemente boa para garantir a defesa do território frente à ameaça de invasão. Não só isso, serviu também para a construção da base área americana de onde partiram todos os aviões arrendados pelos americanos à união Soviética de Stalin, que travava uma luta de vida ou morte com Hitler. Os mais jovens podem não saber, mas Estados Unidos e União Soviética já foram aliados...
A linda paisagem da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá
Fiona resolve se refrescar na água gelada e aproveita para posar ao lado de um barco e um hidroavião, em lago ao longo da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá
Depois da guerra, paulatinamente, a estrada foi passando para mãos civis e sendo asfaltada. Apesar do nome, o seu maior trecho está no Yukon Territory (ou seja, o nome mais justo para ela seria “Yukon Highway”!) e o segundo, na British Columbia, restando apenas um pequeno trecho no Alaska propriamente. Mas foi para chegar ao Alaska que ela foi construída, nesse gigantesco e memorável esforço de guerra com mais de 25 mil pessoas envolvidas nos trabalhos. É a prova viva de que, quando não faltam dinheiro e vontade, o homem pode muito...
Deve´se ter cuidado com alces na Alaska Highway!
Cuidado com bisões! (Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá)
Bom, depois dessa parada para respirar, completamos o dia com mais 500 km até Fort Nelson, ainda na Columbia Britânica. É justamente até aí que ainda encontramos movimento na estrada, pois são várias pequenas comunidades ao longo do caminho. A partir de Fort Nelson, a estrada ganha ares de isolamento e aventura, a natureza nos cercando por todos os lados. E que natureza!
Bisões descansam ytanquuilamente ao lado da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá
São paisagens magníficas e grandiosas. Florestas se alternam com montanhas, sempre com lagos e rios bem azuis cortando a região. As cores do outono vão aparecendo, conforme seguimos para o norte. O verde vai ficando amarelado, e o amarelo vai ficando avermelhado. É um verdadeiro deleite para os olhos e posso até imaginar o porquê da Nova Inglaterra ser tão famosa no Outono...
A fabulosa paisagem ao longo da Alaska Highway, no Yukon Territory, no Canadá
Num dos mais belos trechos que passamos, um lago com cores de piscina brilhava entre montanhas. Turistas aí chegam de hidroavião, para uma temporada no lodge construído na orla do lago. Imagino que seja bom para a pesca, pelo menos no verão, mesmo com a água geladíssima. Mas a Fiona não tem medo de água fria e até arriscou um “mergulho”, hehehe. Para tirá-la da água, só na tração 4x4. Além do susto, ótimas fotografias!
A fabulosa paisagem ao longo da Alaska Highway, no Yukon Territory, no Canadá
Nem só de belezas naturais vive a rodovia. Na pequena cidade de Watson Lake, está uma das principais atrações da Alaska Highway. Um americano que vivia que na época da guerra, saudoso da sua casa, colocou uma placa que apontava para a sua cidade, com nome e tudo. De certo, isso o fazia sentir mais perto do lar. A moda pegou e, ao longo de décadas e décadas, pessoas foram trazendo placas e sinais de todo o mundo para deixar ali. Hoje, são milhares de placas, com lembranças de lugares e cidades de todo o mundo. Uma verdadeira floresta de placas, batizada de “Sign Post Forest”. Virou uma tradição todos os viajantes deixarem algo por lá. A gente não podia ser diferente e, depois de uma boa meia hora passeando pela floresta, procurando por sinais de cidades conhecidas, resolvemos deixar por ali, além do nosso adesivo, uma das placas da Fiona, comprada lá em Miami. Prova concreta de que nossa valente companheira passou por aqui, hehehe!
A famosa Sign Post Forest, em Watson Lake, pequena cidade na Alaska Highway, no Yukon Territory, no Canadá
Placa da fiona, junto com milhares de outras, na Sign Post Forest, em Watson Lake, cidade do Yukon Territory, no Canadá, por onde passa a Alaska Highway
A parada no segundo dia, depois de outros 1000 km percorridos, foi na cidade de Whitehorse, já em pleno Yukon Territory. Nas estradas, além de uns poucos carros, a fauna estava sempre presente. Bisões de floresta, um pouco menores que os bisões das pradarias e, pelo menos em teoria, muitos alces, embora só o tenhamos visto em placas e, ao vivo, bem longe, do outro lado de um lago.
Encontro com o fotógrafo de ursos alemão e sua esposa na Alaska Highway, no Yukon, no Canadá
Acordamos hoje dispostos a fazer os últimos 1.000 km e chegar, enfim, ao Alaska. A paisagem continuava de tirar o fôlego e, por muitas vezes, dirigíamos por longos períodos sem cruzar ninguém. Uma notável exceção foi um trailler dirigido por um casal de alemães. Paramos no mesmo posto e conversamos um pouco. Ele é fotógrafo de natureza, especializado em ursos. Mostrou-nos um livro seu, com incríveis fotos de ursos negros, grizzlies e até polares. Incrível! Eles seguiam para nova expedição fotográfica, dessa vez na ilha de Kodiak, onde estão os maiores ursos grizzly do mundo.
Cores e paisagens de Outono, no trecho americano da Alaska Highway
Fairbanks está cada vez mais próxima, na Alaska Highway. Mas agora, as distâncias voltam a ser em milhas!
Enfim, chegamos à fronteira com o Alaska. Novo ponto de parada obrigatório para fotos e mais painéis explicativos sobre a rodovia, a fauna e a flora de região. Enfim, chegávamos ao Alaska, o estado com dimensões de país, o território mais isolado do continente, a ponta da América do Norte. Depois daqui, um pedacinho de mar e lá está a Rússia. Não dá nem para acreditar...
Chegando ao Alaska, depois de mais de 2 mil quilômetros na Alaska Highway através do Canadá
Montanhas nevadas começaram a aparecer no nosso horizonte. De certa forma, isso parecia nos dizer: “Pois é, vocês chegaram! Isso é o Alaska!”. Só para “conferir”, paramos logo no Centro de Informações, na primeira cidade do estado, Tok. Aì nos abastecemos de mapas e informações com a simpática atendente. E, conforme desconfiávamos, está tudo fechando por aqui. Chegamos praticamente na última semana de trabalho de muita gente em hotéis, parques e centros de informação. Em outubro, já será inverno por aqui, com a neve chegando rapidamente e o sol se escondendo por vários meses.
Nosso prineiro fim de tarde no Alaska, trecho final da Alaska Highway
Montanhas nevadas na Alaska Highway, sinal de que já estamos no Alaska!
Mas não hoje! Pelo contrário, tivemos luz até as 9 da noite. E olha que atrasamos o relógio duas horas desde que saímos de Jasper, há três dias. Mesmo assim, já estava escuro quando chegávamos à Fairbanks, a maior cidade na parte norte do estado. Uns poucos quilômetros antes, passamos por outra cidade, com o sugestivo nome de North Pole. Pois é, Fairbanks é tão longe, mas tão longe que, para chegar lá, precisamos ir primeiro ao “Polo Norte”. Quinze milhas depois, só aí chegamos. By the way, North Pole recebe dezenas de milhares de cartas em dezembro. É o endereço “oficial” do Papai Noel aqui nos Estados Unidos.
Viajando pela Alaska Highway no Yukon, no Canadá
Finalmente chegávamos à Fairbanks. Cidade meio estranha, principalmente de noite, com boa parte do centro em obras e as ruas bem desertas. Tivemos um certo trabalho em achar um hotel mas, enfim, nos instalamos. Sem dúvida, emocionados por termos chegado depois da epopeia de 3 mil km em apenas três dias. Mas a maior emoção foi na noite anterior, ainda do lado canadense, em Whitehorse.
Antes de chegar à Faibanks, no Alaska, passamos pelo Polo Norte! (na Alaska Highway)
Aí tivemos nosso primeiro contato com um fenômeno que há muito ansiávamos por ver: a mágica Aurora Boreal, ou “Northern Lights”, como dizem por aqui. Batemos na trave lá na Groelândia e Islândia, primeiro por causa do sol, que nunca se punha por lá, e depois pela lua cheia que nossa acompanhou na nossa semana islandesa. Mas a Aurora não nos escaparia aqui, no norte da América do Norte! Só não imaginávamos que seria tão cedo...
Nossa inesquecível primeira Aurora Boreal, em Whitehorse, Yukon Territory, no Canadá, ao longo da Alaska Highway
Alertados pelo gerente do hotel dessa possibilidade, ficamos animados. Mas, até um pouco depois da uma da madrugada e nada! A Ana foi dormir e eu, trabalhar um pouco. Depois, um banho para dormir. Antes de entrar na cama, para desencargo de consciência, um último passeio pelo estacionamento mais escuro do hotel. Bingo! Lá estava o show de mágica cósmica! No começo, os olhos não querem acreditar. Num só fôlego, voltei correndo para o quarto e avisei a Ana aos berros. Segundos depois, já estávamos lá fora, completamente extasiados com o que nos olhos viam. Luzes verdes com o aspecto de nuvens rodavam pelo céu, as vezes mais, as vezes menos brilhantes. Para quem está acostumado com elas, essa noite não parece ter sido grande coisa. Mas para nós, brasileiros, que nunca vimos nada parecido, foi uma das maiores emoções desses 1000dias. Dá vontade de chorar! E isso foi só o começo! Depois de vê-las em Whitehorse, nos convencemos de vez a seguir mais para o norte, de onde se tem uma melhor visão do fenômeno. Amanhã, depois da nossa noite em Fairbanks, seguimos para o Círculo Polar Ártico e, daí, ainda mais para cima. Queremos ver neve, queremos ver tundra e, acima de tudo, queremos ver mais auroras!!!
Absolutamente maravilhados com a nossa inesquecível primeira Aurora Boreal, em Whitehorse, Yukon Territory, no Canadá, ao longo da Alaska Highway
Caminhando na Praia da Conceição rumo à Praia da Cacimba, em Fernando de Noronha - PE
Metade da beleza de Noronha está acima do mar e a outra metade está abaixo do mar. Então, nada melhor do que poder aproveitar as duas partes, os dois mundos do arquipélago. Muita gente mergulha pela primeira vez exatamente aqui. Faz um batismo e fica encantado com o universo subaquático. Mas, melhor ainda é já saber mergulhar antes de vir para cá. Vai poder aproveitar bem mais a quantidade de mergulhos que a ilha oferece.
Preparando-se para mergulhar na Corveta, em Fernando de Noronha - PE
Além disso, quem mergulha a primeira vez por aqui vai ficar meio decepcionado com os outros mergulhos espalhados pela costa brasileira. O melhor é se acostumar com um mergulho "normal" para depois vir conhecer o paraíso. Senão, vai ficar muito mal acostumado.
Praia do Leão. em Fernando de Noronha - PE
Além dos mergulhos, Noronha possui algumas das mais belas praias do Brasil, como as praias da Cacimba, do Leão e do Sancho. Cada uma maravilhosa à sua maneira. Para os surfistas a época que começa agora é a melhor e muitos dizem que a Cacimba tem as melhors ondas do Brasil. É o nosso Hawaii. Mesmo com tantas ondas, a água continua limpa e para quem sabe nadar, entar no mar na Cacimba é inesquecível. Poder observar essas belas ondas com clareza de debaixo d'água é incrível. O desenho da onda vista por baixo, quando ela passa sobre nossas cabeças e estoura um pouco adiante é hipnotizante. Até perdemos um pouco a noção do perigo.
Fim do mergulho na Lage Noronha, em Fernando de Noronha - PE
Eu e a Ana já somos mergulhadores experientes, assim como conhecedores do arquipélago. É minha quarta vez por aqui e a segunda dela. Viemos para conhecer um pouco do que ainda não conhecíamos mas, sobretudo, ver e rever as maravilhas que já conhecemos. Além disso, estamos "apresentando" a ilha ao Haroldo, que viaja para cá pela primeira vez. A gente o convenceu a fazer um curso de mergulho antes de chegar aqui, para que pudesse nos acompanhar nas nossas explorações embaixo d'água.
Praia da Conceição, em Fernando de Noronha - PE
Montamos então nossa programação nesses seis dias tentando maximizar as duas Noronhas. Marcamos saídas de mergulho para quatro dias pela manhã, ficando com todas as tardes livres, além de um dia inteiro para explorar a superfície e suas praias. Nas noites, exploraremos os restaurantes e a vida noturna.
Magnífico fim de tarde nos Dois Irmãos, em Fernando de Noronha - PE
Nada mal a programação, né?
Rua movimentada no centro histórico de Quebec, no Canadá
Geralmente, imaginamos o nosso continente americano colonizado por portugueses (Brasil), ingleses (EUA e Canadá) e espanhóis (os outros países, da Argentina até o México). Franceses e holandeses seriam apenas “curiosidades históricas”. Na verdade, essa denominação deveria ser dada a suecos e dinamarqueses, que também estiveram por aqui (quem acompanhou nossa passagem por St. Barth e Ilhas Viirgens Americanas sabe disso!), enquanto holandeses e franceses, esses sim, tiveram uma participação bem importante na formação do nosso continente. Os primeiros, em várias ilhas do Caribe, além de uma importante passagem pelo Nordeste do Brasil e na criação da cidade de Nova York, e os últimos, também no Caribe e em boa parte da América do Norte.
Pessoas fantasiadas passeiam pelo centro histórico de Quebec, no Canadá
Pois é, os gauleses tem uma rica participação na história, não só do Canadá, mas também dos Estados Unidos. Foram os seus exploradores os primeiros a se aventurar pelo interior do continente, chegando aos Grandes Lagos, navegando pelo Mississipi e cruzando as Montanhas Rochosas. Fundaram importantes cidades como Quebec e Montreal, no Canadá, Chicago e New Orleans, nos Estados Unidos e até hoje o francês é a língua falada por milhões de habitantes da América do Norte, especialmente no leste do Canadá.
Pessoas fantasiadas passeiam pelo centro histórico de Quebec, no Canadá
Depois do primeiro ímpeto exploratório no início do séc XVI, o que trouxe os franceses ao Canadá 100 anos mais tarde foi o lucrativo comércio de peles, principalmente de castor A demanda europeia por chapéus gerava tanta riqueza que foi capaz de sustentar a vinda de milhares de famílias para o novo continente., estabelecidas na região ao sul da província de Quebec, principalmente na cidade de mesmo nome.
Pessoas fantasiadas passeiam pelo centro histórico de Quebec, no Canadá
Mas o comércio de peles era tão lucrativo que atraiu as ambições de outra nação: a Inglaterra. Um pouco depois dos franceses, eram os ingleses que chegavam, proclamando-se também senhores daquelas novas terras. Enquanto a rivalidade e disputa entre as duas nações europeias aumentavam, os franceses foram fazendo uma rede de alianças com as populações indígenas locais. E foram esses índios que ensinaram a seus aliados os caminhos e rotas do novo continente. Não demorou muito para que os franceses chegassem aos Grandes Lagos, quase um oceano de água doce em pleno coração do continente. Dos lagos, chegaram ao Mississipi e, descendo o rio, atravessaram a região central dos Estados Unidos, chegando ao Golfo do México. No caminho, foram fundando entrepostos comerciais e fortes que deram origem às cidades de Detroit, Chicago, St. Louis e New Orleans.
Pessoas fantasiadas passeiam pelo centro histórico de Quebec, no Canadá
Mais ao norte, as disputas com os ingleses culminaram com a Guerra dos 7 Anos, vencida pela Inglaterra em 1763. A batalha lutada ao lado dos muros da cidade de Quebec, nas “Plains of Abraham”, em 1759, definiu os rumos da guerra, do continente e, quiçá, do mundo. Foi tão sangrenta e decisiva que os comandantes dos dois exércitos morreram na luta. A suada vitória inglesa, consolidada no Tratado de Paris em 1764, fez com que a França reconhecesse a soberania inglesa em todo o Canadá. Em troca, pôde manter a posse de Guadalupe, no Caribe. Na época, a ilha era mais importante para os planos coloniais franceses do que o Canadá...
A guarda da Citadela de Quebec, no Canadá
Os ingleses colocaram em prática, então, o seu plano de suprimir a cultura francesa da região. Católicos (franceses eram católicos e ingleses, anglicanos) eram proibidos de ocupar cargos públicos, a imigração de franceses para fora do Canadá era incentivada (e às vezes, forçada) e o uso da língua, reprimido. Essas medidas tiveram o efeito contrário ao desejado, a comunidade francófona se unindo ainda mais na defesa de sua cultura e modo de vida. Foi nessa hora que acontecimentos mais ao sul do continente fizeram os ingleses mudar sua política.
Pessoas fantasiadas caminham pelo centro de Quebeq, no Canadá
Era a Guerra de Independência das 13 colônias. Cientes de que a confusão chegaria até lá, os ingleses trataram de ganhar a simpatia dos habitantes franceses, revogando a política de supressão da sua cultura. Estavam certos! Não demorou muito para que revolucionários americanos ocupassem Montreal e tentassem o mesmo em Quebec. Mas, para sua surpresa, os franceses ainda se sentiam menos simpáticos a eles do que aos ingleses. Nem a lábia de Benjamim Franklin, nem o fato dos exércitos da própria França lutarem ao lado dos revolucionários americanos comoveram os franco-canadenses. Eles não se juntaram à revolução, repeliram os americanos em Quebec e os expulsaram de Montreal, com a ajuda dos exércitos ingleses que chegaram à região.
O interessante Museu da América Francesa, num seminário em Quebeq, no Canadá
Bom, ao final da guerra, os Estados Unidos eram um país livre e o Canadá permanecia inglês, agora com a população reforçada por milhares de realistas (fiéis ao rei) que emigraram das colônias rebeldes. Enquanto isso, ao oeste do Mississipi, a região conhecida como Louisiana permanecia uma colônia francesa. Essa região era muito maior que o atual estado da Louisiana, no sul dos Estados Unidos. Ela se estendia do Mississipi até as Montanhas Rochosas, e da fronteira do Canadá até o golfo do México. Com exceção das cidades ao longo do rio e na costa do Golfo, era povoada basicamente por povos indígenas, que desconheciam seu status de “súditos do rei da França”. Na verdade, de Napoleão, que era quem mandava na França naquela época.
O interessante Museu da América Francesa, num seminário em Quebeq, no Canadá
Mas Napoleão, após ter seu exército derrotado pela febre amarela no Haiti e, com isso, ver cair por terra seus sonhos de um império colonial na América, achou por bem vender suas posses da Louisiana para os Estados Unidos. Além de precisar de dinheiro para sustentar suas guerras contra os ingleses, ele não via possibilidade de defender suas vastas e despopuladas terras na América do Norte contra as futuras ameaças. Foi assim que cidades francesas como New Orleans e St. Louis passaram a ser americanas.
O muro que cerca o centro histórico de Quebec, no Canadá
Uma outra guerra, que este ano completa 200 anos, ainda marcaria a relação de americanos e canadenses. Vou falar mais sobre ela quando passar em Toronto, mas o fato é que ela serviu de vez para criar um sentido de “identidade canadense”, ajudando a cimentar os laços entre dois povos para a criação de uma só nação. Enquanto isso, na poderosa nação que se formava no sul, foram “guias franceses” que ensinaram aos americanos os tortuosos caminhos que levavam do Mississipi à Califórnia e ao Pacífico, principalmente as secretas passagens pelas Montanhas Rochosas. A ligação com o oeste da América continuava forte entre os franco-canadenses até a época da grande corrida do ouro, na metade do século XIX. Entre os primeiros imigrantes, estavam aqueles de língua francesa e, no auge do boom, Los Angeles e San Francisco tinham 20% de sua população falando francês, além de prefeitos oriundos da província de Quebec. Também para a região da Nova Inglaterra eles migraram (o nome Vermont vem do francês “Verdes Montes”) e apenas no estado do Maine, na virada dos séc XIX para o XX, mais de 100 jornais e revistas eram editados na língua francesa.
Altar da Catedarl Holy Trinity, em Quebec, no Canadá
Já no Canadá, a relação entre os habitantes de língua inglesa e francesa sempre teve seus altos e baixos. A política atual, de valorização de culturas diferentes, é relativamente recente e os francófonos sempre reclamaram de uma certa perseguição. Mesmo bem recentemente, falava-se e defendia-se abertamente a separação da província e a criação de um novo país. Por duas vezes foram realizados referendos, o último deles em 1995, perguntando à população sobre o desejo de um país independente. Uma diferença menor que 1% manteve o país unido. Felizmente, desde então as novas gerações tem tido outras preocupações enquanto o país se preocupa cada vez mais em valorizar suas diferenças culturais. Aprendeu que, com isso, só tem a ganhar, a começar pelo turismo, nacional e internacional.
O famoso Chateau Frontenac, um dos mais fotografados hoteis do mundo, em Quebec, no Canadá
Nós, por exemplo, estamos maravilhados com a cultura que encontramos por aqui, desde estilos arquitetônicos até a culinária saborosa, passando pela música, vestuário e, enfim, todo um modo de vida característico. E a cidade de Quebec, ou Ville de Quebec, é o melhor exemplo disso, o centro irradiador da cultura francesa na América, a prova viva de que nós, americanos, também sabemos fazer queijo e vinho, falar francês e fazer biquinho. É uma delícia se sentir em Paris estando no nosso continente. Depois da verdadeira aula que tivemos no Museu da América Francesa e das refeições deliciosas que estamos tendo na cidade, só podemos dizer, am alto e bom francês: “Vivre L’Amérique Française!”
Show de fogos animam mais uma noite de verão em Quebec, no Canadá
Maravilhoso entardecer na área da Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Saímos hoje, meio sem pressa, do nosso hotel em Jackson, cidade com ares de cawboy ao sul do parque de Grand Teton. Antes de seguir para o norte, nosso eterno rumo, voltamos para o centro da cidade, para fazer algumas fotos. Das carruagens com cara de séc. XIX, do bar que fomos ontem, um autêntico saloon e dos portais na principal praça da cidade. São feitos inteiramente de chifres de elks. Aliás, os “elks” daqui não devem ser confundidos com os “elks” da Europa, que são os nossos alces. Por aqui, os nossos alces são chamados de “moose”. Já os “elks” daqui são um pouco maiores que as nossas renas (aquelas do Papai Noel). Por falar nisso, as “renas” são chamadas de “caribou” por aqui e de “reindeer” na Europa. Que confusão! Porque não chamam todo mundo de veado e pronto? Demorou um tempo para a gente entender, mas com a ajuda do google, resolvemos. Santo google...
Portal em praça na cidade de Jackson, feito apenas com chifres de renas (ao sul do Grand Teton National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos)
Portal em praça na cidade de Jackson, feito apenas com chifres de renas (ao sul do Grand Teton National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos)
Voltando aos portais, eles são feitos de chifres de elks (elks daqui!!!) coletados na natureza por escoteiros, já há várias décadas. Com uma galharia daquele tamanho, não deve ser difícil ficar preso nos galhos das florestas onde vivem e, depois de espernear (a cabeça!) um pouco, deixar os chifres para trás, para serem recolhidos por algum escoteiro mais atento. O resultado disso, podemos ver e admirar nos portais: um verdadeiro emaranhado de chifres que merece ser fotografado!
Nossa última visão da linda cadeia de montanhas Teton, no parque Grand Teton, em Wyoming, nos Estados Unidos
Feito isso, rumo ao Polo Norte, passando por Yellowstone! A estrada corta todo o parque Grand Teton, de sul a norte, e nós não resistimos a parar algumas vezes para fotografar e admirar mais uma vez a majestosa cadeia de montanhas que dá nome ao parque. Não tem jeito, um bom mineiro nunca vai deixar de se impressionar com as montanhas. Serão sempre uma referência em nossas vidas. Não é a toa que, quando não há uma no nosso horizonte, ficamos meio incomodados, às vezes até sem entender o porquê.
Chegando ao Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Grand Teton ficou para trás e, meia hora depois, entrávamos no primeiro Parque Nacional do mundo, o Yellowstone, criado em 1872. Não foi fácil convencer o Congresso americano e o presidente da época, o famoso general Grant, a desistir da ideia de lotear a área do futuro parque. Felizmente, a região não era muito propícia à agricultura. Além disso, uma grande expedição voltou à Washington com fotografias e relatos de uma terra de incríveis belezas. Olhar, hoje em dia, essas fotografias com mais de 140 anos de idade, é até emocionante! Enfim, o bom senso prevaleceu e a área foi declarada Parque Nacional, protegida pelo exército da cobiça de caçadores e grileiros. Estava criado um novo conceito, o da preservação da natureza para o usufruto das pessoas, não só daquela geração, mas também para filhos, netos e daí por diante.
Lewis Falls, nossa primeira cachoeira no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
É difícil imaginar isso hoje, quando esse conceito de preservação está tão bem estabelecido em nossa cultura (embora, muitas vezes, desrespeitado), mas naquela época, quando se matavam milhões de bisões por esporte, ou se derrubavam florestas da noite para o dia para novas plantações e pastos, isso foi uma revolução digna de se tirar o chapéu, até hoje! Parabéns aos americanos, dentre tantas barbaridades cometidas (por eles mesmos) nessa segunda metade de século XIX. Felizmente, a moda pegou e logo outros países estavam criando seus próprios parques, como o Canadá e a Austrália, e o próprio Estados Unidos, criando o parque de Yosemite (ainda chegamos lá...).
Encontro com uma rena no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
É claro que, estando na pátria do capitalismo e das oportunidades, eles não ficaram só na preservação e trataram de fazer dinheiro com isso. Como? Turismo, é claro! Rapidamente, criaram a infraestrutura necessária para receber pessoas com conforto e segurança, principalmente aquelas com dinheiro, mais exigentes, que querem sua boa comida e chuveiro quente ao final do dia, mas são as que mais gastam, gerando recursos para o parque. Estradas foram feitas, até o parque e “pelo” parque, facilitando o acesso às maiores atrações, e uma boa propaganda espalhou país afora as notícias desse lugar mágico. Não demorou muito e Yellowstone passou a ser autossustentável economicamente para sorte das gerações vindouras, pois foi isso que ajudou o parque a durar até hoje. Mais sorte ainda teve a variada fauna do local, que pode sobreviver também. Talvez, tenha sido a criação de Yellowstone que salvou, por meios diretos e indiretos, o bisão da extinção. As manadas, que até o final do séc XVII, contavam com dezenas de milhões de bisões, quando da criação do parque, não passavam de míseros milhares. Ainda hoje, é aqui que se encontram os maiores grupos desses magníficos animais.
O público aguarda, ansioso, a erupção do mais famoso geiser do mundo, o Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
O público aguarda, ansioso, a erupção do mais famoso geiser do mundo, o Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Mas não foi esse status de último santuário da fauna e nem as paisagens maravilhosas de Yellowstone os responsáveis pelo primeiro desejo de proteger aquela região. Foi outra coisa, que vinhas das entranhas da terra. A enorme quantidade de fontes termais, piscinas coloridas e gêiseres que se espalhavam pela área do parque. Os primeiros relatos sobre esses fenômenos, vindos de caçadores ou exploradores, foram recebidos com ceticismo pela sociedade da época. Puro exagero ou invenção, imaginavam. Foram preciso expedições patrocinadas pelo governo, com pesquisadores e cientistas, para que a as “lendas” fossem aceitas como fato.
Conforme esperado, o Old Faithful faz sua "apresentação", para a alegria do público, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Conforme esperado, o Old Faithful faz sua "apresentação", para a alegria do público, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Ainda hoje, é essa a primeira imagem que Yellowstone evoca: um gêiser entrando em erupção. O mais famoso do mundo, conhecido como “Old Faithful”, está lá, atraindo milhares de pessoas diariamente, milhões ao ano, todas com suas máquinas fotográficas para captar aquele momento mágico, que se repete a cada 90 minutos, mostrando a todos que algo está bem vivo sob os nossos pés.
A estranha paisagem de fontes termais ao redor do geiser Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Observando fontes ferventes na área do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Também era essa a imagem que eu tinha, dentro da minha infinita ignorância. Mas bastaram algumas horas pelo parque, as primeiras de muitas que virão, para perceber que isso é apenas a ponta do iceberg, que Yellowstone tem muito mais a oferecer, muitas vezes até bem mais interessantes que o venerável Old Faithful.
Mais um pequeno geiser entra em erupção na área do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Há muitos outros geisers na região do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
As estradas no parque formam um grande formam um grade oito e, percorrendo esse oito, chegamos às atrações principais. Nós viemos do sul e, já antes de chegar ao tal “oito”, tivemos a chance de ver algumas das atrações que fazem desse o parque mais famoso do mundo. Belas cachoeiras e grandes animais vagando tranquilamente pelo parque. Aliás, baste ver carros parados na estrada que já sabemos: algum grande bicho anda por ali! Dessa vez, era um bisão caminhando entre a mata e a estrada e, um pouco depois, um elk (ou seria um caribou?), também ao lado da estrada, já acostumado com o acesso dos paparazzi que o cercavam.
Lindas piscinas coloridas, de águas transparentes e ferventes, na área do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Lindas piscinas coloridas, de águas transparentes e ferventes, na área do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Nós tiramos nossas fotos também, assim como fizemos a pequena caminhada até a cachoeira. Mas queríamos mesmo era chegar à região do Old Faithful, no “oito” Essa é a área mais concorrida do parque, com hotéis, restaurantes e um centro de informações. Chegamos um pouco antes da erupção das 16:30 e uma verdadeira plateia estava lá, máquinas, celulares e ipads prontos. Juntamo-nos à torcida e vibramos juntos com a erupção. Estava registrado, para o site 1000dias, aquele momento mágico, que só ocorre 16 vezes ao dia, 365 vezes ao ano. Ironias à parte, é mágico mesmo. A primeira vez, ninguém esquece!
Lindas piscinas coloridas, de águas transparentes e ferventes, na área do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Admirada com as lindas piscinas coloridas, de águas transparentes e ferventes, na área do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Cumprida a obrigação com diversão, passamos à diversão sem obrigação. Longas passarelas nos levam, com segurança, por entre fontes de água fervente, piscinas com cores mágicas, riachos com líquidos tóxicos e gêiseres imprevisíveis. A sensação é de se estar em outro mundo. Ou então, no nosso mundo, mas em outra época, há alguns bilhões de anos atrás.
Painel explicativo sobre a formação e funcionamento dos geisers, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Diversas fontes de água fervente na área do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
As cores das piscinas são, simplesmente, inacreditáveis. Pena que sejam tão quentes, temperaturas próximas da ebulição (que nessa altitude, é de cerca de 94 graus centígrados), pois a vontade que dá é de um bom mergulho. Azul ou verde transparentes, sempre rodeados de vermelho ou amarelo. As cores vem dos microrganismos que ali vivem, cada um com sua cor característica a adaptado para uma certa temperatura. O resultado, só se pode descrever por fotografias que, nesse caso sim, valem por mil palavras.
Noventa minutos mais tarde, o Old Faithful entra novamente em erupção, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Veículos para transporte de turistas no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
A beleza das piscinas se alterna com a excentricidade da lama borbulhante em alguns casos, ou dos gêiseres em outros. Um deles, o Grand Gêiser, é até mais belo que o vizinho Old Faithful, embora menos previsível. Um outro, ali perto, depois de tanto tempo na ativa, até construiu um minivulcão para ele. Muito legal!
Cachoeira de água fervente encontra rio de águas geladas, na área da Prismatic Pool, em Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Tão enfeitiçados que ficamos, caminhando por essa passarela, que perdemos a noção do tempo. Quem nos trouxe à realidade foi a nova erupção do “relógio” Old Faithful, ali perto. Era o lembrete de que 90 minutos já haviam se passado desde que tínhamos nos perdido naquele mundo mágico. Tempo de seguir em frente, então.
as incríveis piscinas de água fervente em Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Primeiro, um almoço tardio ali mesmo. Tem o restaurante dos ricos, muito disputado e caro, e o dos pobres, mais tranquilo. Nem preciso dizer onde comemos, certo? O que não nos impediu de entrar e admirar o lodge chique que fizeram, bem em frente ao Old Faithful. Ali, pode-se saborear um bom whisky enquanto se espera a próxima erupção. Coisa de gente bacana!
Terraços de calcita formados ao lado da Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Bem, devidamente alimentados e ainda sem hotel para dormir (quase ficamos no tal lodge. Tinham só para uma noite, por 180 dólares), seguimos para outra atração, que rivaliza em fama com o Old Faithful. É uma enorme piscina colorida conhecida como “Prismatic Pool” ou “Prismatic Spring”. Bem maior do que uma piscina olímpica, constantemente escondida sob o fog que brota dela mesma. As pessoas ficam ali, esperando que o vento leve a neblina embora para poder ter uma rápida visão (e uma rápida fotografia!) daquele espetáculo da natureza.
A colorida e sempre nebulosa Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Nós tivemos as nossas chances também. Mas amanhã, vamos subir um morro aqui do lado para ver de novo. Lá de cima, conseguimos ver o panorama todo, por cima dos vapores e da fumaça. E com a luz do dia, que começava a faltar hoje. De qualquer maneira, toda a região ao redor da Prismatic Pool é incrível. Enormes terraços de calcita (formados pela água que vaza da piscina) avermelhados formam uma paisagem surreal. Ainda mais quando, logo ali do lado, outras piscinas de águas incrivelmente translúcidas e coloridas atraem, como imã, a nossa atenção.
A colorida e sempre nebulosa Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Para completar, como se a beleza não fosse o bastante, ainda tivemos um incrível pôr-do-sol, desses de cinema, justo quando caminhávamos entre os as piscinas coloridas e sobre os terraços de calcita (sem sair da passarela, claro!)
caminhando pela área da Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Já no escuro, extasiados de tantas paisagens extraterrestres, ainda pareceu a lua, majestosa, só pela metade. Realmente, foi um dia de tirar o fôlego... Mesmo tendo conhecido só esse pedacinho de Yellowstone, um quarto da metade de baixo do “oito”, já deu para entender porque aqui foi criado o primeiro parque nacional do mundo. E porque são mais de 3 milhões de visitantes por ano. Principalmente nessa época, verão no hemisfério norte.
Enorme piscina de águas ferventes na área da Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Isso nos fez lembrar que ainda não tínhamos hotel para ficar. Com os lodges do parque totalmente ocupados ou excessivamente caros e com uma preguiça danada de dormir em barraca ou na Fiona, a solução foi seguir para outro estado, Montana.
Maravilhoso entardecer na área da Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Pode parecer longe, mas nem é. A área de Yellowstone é tão grande que atravessa a fronteira de Wyoming (onde está a maioria do parque) e chega até Montana. Ali, logo depois da entrada oeste do parque, está a cidade de West Yellowstone. Depois de três tentativas, achamos um hotel razoável e nos instalamos. Prontos para voltar para o “oito” amanhã e continuarmos nossas explorações desse lugar especial, sobre a caldeira de um supervulcão (falo disso em outro post) chamado Yellowstone National Park, conhecido mundialmente como a casa do simpático urso Zé Colmeia (e do atrapalhado Catatau também, claro!)
Uma maravilhosa lua crescente nos céus limpos do Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
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