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Blog do Rodrigo - 1000 dias

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San Salvador e as Maras

El Salvador, El Tunco, San Salvador

O belo interior da moderna Igreja do Rosário, no centro de San Salvador, capital de El Salvador

O belo interior da moderna Igreja do Rosário, no centro de San Salvador, capital de El Salvador


Céu absolutamente sem nuvens, típico daqueles dias em que vamos deixar a praia e voltar para a cidade grande. Aproveitamos para um último mergulho na praia de El Tunco, hoje já bem mais vazia que ontem. A maré baixa deixa o mar bem tranquilo e eu e a Ana pudemos nadar tranquilamente no Oceano Pacífico, uma despedida por um bom tempo. Acho que a próxima vez, só no México.

Trãnsito pesado na volta à San Salvador, capital de El Salvador

Trãnsito pesado na volta à San Salvador, capital de El Salvador


Rumamos para San Salvador, a capital do país, a meros quarenta minutos dali, dirigindo. Mesmo antes do início da nossa viagem, há quase dois anos, a gente vem ouvindo sobre a má fama do país e, principalmente da capital, na questão de segurança. Junto com Guatemala e México, são os países de que mais ouvimos: “Nossa, vai passar por lá? Não tem medo? Cuidado, hein!”. São informações que nos chegam pela imprensa e noticiário e que vão, pouco a pouco, nos formando uma imagem e um conceito sobre um país...

O belo interior da moderna Igreja do Rosário, no centro de San Salvador, capital de El Salvador

O belo interior da moderna Igreja do Rosário, no centro de San Salvador, capital de El Salvador


Eu não costumo dar muita bola para isso não. Sempre penso no Brasil e no Rio como exemplos. Se fôssemos acreditar em tudo o que a TV ou os jornais parecem intuir sobre a cidade e o país, como muitos gringos acreditam, o melhor a fazer seria nunca pisar na Cidade Maravilhosa e passar longe do Brasil. Cansamos de ouvir perguntas de gringos sobre a segurança em nosso país, sobre se é possível viajar pelo Brasil. Bom, se não tivermos o azar de estarmos no lugar errado na hora errada, com certeza não só é possível, mas também altamente recompensador viajar no Brasil. Por analogia, uso o mesmo raciocínio para os outros países, apesar das constantes notícias sobre massacres e de pessoas que andam armadas e etc, etc, etc.

De qualquer maneira, o seguro morreu de velho e sempre é bom se precaver. Assim, em San Salvador, fomos diretamente à Zona Rosa, uma espécie de Jardins da capital salvadorenha. É onde estão os melhores hotéis, restaurantes, lojas e onde se concentra a night life de San Salvador. Não demorou muito e já estávamos muito bem instalados no Clarion, com uma magnífica vista da cidade e do vulcão vizinho, chamado San Salvador também.

A Catedral de San Salvador, capital de El Salvador

A Catedral de San Salvador, capital de El Salvador


Voltando à questão da segurança, enquanto o problema maior no México e, mais recentemente na Guatemala, são os cartéis de drogas, aqui em El Salvador são as “Maras”, ou gangues. A maior e mais famosa delas tem o peculiar nome de “Salvatrucha”. Surgiu na década de 80, na periferia de Los Angeles, EUA. Foi criada por imigrantes salvadorenhos fugidos da guerra civil que assolava o país e cansados de serem explorados por gangues mexicanas já há muito estabelecidas na cidade. Esteticamente, a principal característica de seus membros é a pele toda tatuada. A gangue logo cresceu, se tornando uma das mais violentas e poderosas por lá. A polícia americana, assustada, não pensou dias vezes: deportação em massa! O que parecia ser a solução foi, na verdade, a ampliação do problema. Os membros da Salvatrucha deportados para San Salvador logo se estabeleceram na própria cidade natal, angariando novos membros num ambiente de pobreza e falta de perspectivas num país afundado na guerra civil e governado por uma oligarquia corrupta. A Salvatrucha continuou se expandindo e cruzando fronteiras e hoje, segundo estimativas, conta com mais de 30 mil membros, do Canadá à América Central. Sua principal fonte de renda é a “proteção”, de contratação obrigatória por todos os comerciantes da área. Quem não paga, nem preciso dizer o que acontece, né?

A imponente Catedral de San Salvador, capital de El Salvador

A imponente Catedral de San Salvador, capital de El Salvador


Bom, muito bem instalados na Zona Rosa e com a Fiona devidamente guardada na garagem do hotel, fomos de taxi para o centro da cidade, conhecer um pouco do mundo “real”. O primeiro ponto, sugestão do nosso livro-guia foi a Igreja do Rosário. O guia foi categórico: “Se for conhecer apenas uma igreja na cidade, e mesmo em todo o país, que seja essa!” O engraçado foi que nem o pessoal do hotel, nem o motorista de taxi souberam identificar a igreja pelo nome. Mas, como tínhamos o endereço, para lá fomos. Um igreja moderna, feia por fora mas muito bonita e interessante por dentro! Gostamos bastante.

Pintura na parede externa da Catedral de San Salvador, capital de El Salvador

Pintura na parede externa da Catedral de San Salvador, capital de El Salvador


De lá seguimos para a vizinha Plaza Barrios, centro nervoso da capital, onde estão o Palácio Nacional e a Catedral Metropolitana. Ainda hoje, é lá que ocorrem as grandes manifestações políticas e religiosas. Foi lá também que ocorreu o funeral do arcebispo Oscar Romero, que terminou em carnificina, em 1980. No dia de hoje, o ambiente estava bem mais tranquilo mas, mesmo assim, as ruas no seu entorno são um verdadeiro caos, totalmente tomadas pelo comércio ambulante. Depois de passear e fotografar a praça, andamos um pouco pelas redondezas sem nunca conseguir escapar da confusão. O ponto positivo foi que, depois de tantos turistas em El Tunco, aqui no centro de San Salvador não encontramos nenhum. Zero! A minha querida esposa, armada de sua Nikon a tiracolo, passou a ser uma das atrações turísticas do local, hehehe!

O Palacio Nacional, sede do governo no centro de San Salvador, capital de El Salvador

O Palacio Nacional, sede do governo no centro de San Salvador, capital de El Salvador


Pouco mais de uma hora de caos e sentimos saudades da tranquilidade de novo. Voltamos ao oásis da Zona Rosa, diretamente para o Multiplaza, um dos maiores sho´pings da cidade. Objetivo: comprar um computador. E assim fizemos, o que vai facilitar bastante meu trabalho daqui para frente! Meu presente de natal! A Ana foi mais modesta e, como presente de natal, se deu uma sessão dupla de massagem, uma hoje e outra marcada para amanhã. De volta ao nosso hotel, não foi difícil achar lugar gostoso para comer, carne de muito boa qualidade. Amanhã, faremos uma day-trip para uma cidade histórica aqui perto, Suchitoto, e voltamos para nosso refúgio na Zona Rosa. De noite tem mais massagem e até cinema!

Ringue de patinação do gelo no shopping Multiplaza, em San salvador, capital de El Salvador

Ringue de patinação do gelo no shopping Multiplaza, em San salvador, capital de El Salvador



P.S. Já ía esquecendo... a segurança. Não, não vimos ninguém tatuado nas ruas e nem nos sentimos ameaçados, em qualquer momento. No centro, ruas cheias e caóticas, mas assim também é em várias outras grandes cidades latino-americanas. O que nos faz lembrar sobre esta questão é a quantidade de guardas públicos e seguranças privados portando suas escopetas nas ruas e lojas. Já tinha sido assim em El Tunco também. No começo achamos meio estranho, mas depois acostumamos. Ver uma escopeta ou um rifle passou a ser como ver uma árvore ou um poste de luz. Faz parte da paisagem...

El Salvador, El Tunco, San Salvador, Praia

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Mais Fotos do Sufoco

Brasil, Tocantins, São Félix do Tocantins, Maranhão, Alto Parnaíba

Chegando à 3a ponte, um importante ponto de referência no segundo dia da travessia Maranhão-Jalapão

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Capturamos mais algumas fotos, tiradas dos vídeos que fizemos do segundo dia da travessia Maranhão-Jalapão, pelo P.N Nascentes do Parnaíba

Passando por uma das muitas grotas esburacadas, na travessia Maranhão-Jalapão

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Mais uma vez, a estrela das fotos é a valente Fiona! Tem foto da ponte, das grotas e da mãe de todas as ladeiras, conhecida como Ladeira Piauí, apesar de ser no Maranhão. Aliás, havia uma Ladeira Maranhão também, a chamada Ladeira Velha. Nós chegamos até ela, (em uma de nossas "erradas" de caminho) numa antiga estrada. Amedrontadora! E hoje, intransponível

Enfrentando a Ladeira Velha, ou Ladeira Piauí, com marcha reduzida, na travessia Maranhão-Jalapão

Enfrentando a Ladeira Velha, ou Ladeira Piauí, com marcha reduzida, na travessia Maranhão-Jalapão


Por fim, uma última foto, no delicioso Fervedouro do Alecrim. Estava em plena sessão de relaxamento!

Testando o Fervedouro do Alecrim, em São Félix do Tocantins, no Jalapão - TO

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Brasil, Tocantins, São Félix do Tocantins, Maranhão, Alto Parnaíba, Estrada, Fervedouro do Alecrim, Jalapão, Nascentes do Parnaíba, Parque

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Lagos, Geleiras e Cachoeiras

Canadá, Lake Louise, Jasper National Park

O belíssimo Lake Moraine, na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá

O belíssimo Lake Moraine, na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá


Ontem, depois da longa e maravilhosa caminhada na região do Lake Louise, ficamos sem tempo de voltar à outra das maravilhas da natureza do parque: o Lake Moraine. Tínhamos estado lá rapidamente, com chuva, no final do dia de anteontem. E juramos que iríamos voltar, de tão bonito que era. Então, hoje cedo, ainda antes de partirmos para Jasper, mais ao norte, retornamos ao Lake Moraine.

O belíssimo Lake Moraine, na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá

O belíssimo Lake Moraine, na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá


O nome vem da sua origem glacial. “Moraine” é o nome que se dá ao acumulo de pedras e entulho que uma geleira vai construindo ao longo do tempo. Esses verdadeiros rios de gelo carregam em suas costas pedaços das montanhas e vales pelos quais atravessa. Na sua luta para alargar o canal por onde passa, vai gerando desabamentos e as pedras que caem ficam sobre o gelo, que se desloca uns poucos metros por ano. Em algum ponto, na extremidade da geleira, o gelo derrete, É aí que ficam todas as pedras carregadas durante séculos. Acabam formando um monte de entulho que é o que chamamos de “Moraine”. Quando a geleira retrocede, por causa das mudanças climáticas, e deixa em seu lugar um rio, as “Moraines” acabam se transformando em diques naturais, favorecendo a formação de lagos. Como não tivemos glaciares no Brasil, essa não é uma palavra muito comum no nosso vocabulário, mas “moraine” em português é “morena”.

Caminhada pelo incrível Lake Moraine, na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá

Caminhada pelo incrível Lake Moraine, na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá


Fascinado pelas cores do Lake Moraine, na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá

Fascinado pelas cores do Lake Moraine, na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá


Bom, ainda bem que voltamos lá, pois o lago é uma das coisas mais lindas que já vimos nessa viagem. Ainda mais bonito que o Lake Louise, para falar a verdade. O seu verde é mais escuro e, sem vento por ali, é um verdadeiro espelho gigante, refletindo a paisagem de florestas verdes e montanhas nevadas ao seu redor. Uma verdadeira pintura! Palavras não podem fazer jus àquilo, mas as fotos mostram, pelo menos em parte, a beleza magnífica do lugar.

Pessoas esperam companheiros para poder completar o grupo e caminhar em área de ursos, na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá

Pessoas esperam companheiros para poder completar o grupo e caminhar em área de ursos, na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá


Aviso de que apenas grupos com 4 pessoas, no mínimo, podem caminhar nessa área na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá

Aviso de que apenas grupos com 4 pessoas, no mínimo, podem caminhar nessa área na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá


Nós fizemos uma curta trilha pela sua orla, pela floresta de pinheiros, o lago maravilhoso sempre ao nosso lado. Como ainda estava cedo, quase não havia turistas por ali e a sensação de contato com a natureza era ainda maior. Pelo caminho, outras trilhas saiam em direção às montanhas, mas nós não teríamos tempo de percorrê-las. Nem que quiséssemos, seria muito simples. Isso porque somos apenas dois e, nessa época do ano, o mínimo por grupo são quatro pessoas. Tudo por causa dos ursos, que tendem a respeitar grupos maiores de pessoas. Se um ranger (o guarda do parque) te pega fazendo a trilha fora de um grupo, as multas são pesadíssimas. E, pelo jeito, as pessoas respeitam pois, numa das entradas, lá estava um casal acompanhado de seu cão esperando que mais gente aparecesse, para poder fazer a trilha. Até olharam com esperança para nós, mas teriam de esperar mais um pouco...

Mirante de observação do magnífico Lake Moraine, na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá

Mirante de observação do magnífico Lake Moraine, na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá


feliz, durante passeio pelo Lake Moraine, na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá

feliz, durante passeio pelo Lake Moraine, na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá


Fizemos essa trilha na orla do lago e subimos novamente no alto da “morena”, onde está o mais acessível mirante para observar todo o lago. Um colírio para os olhos, muita fotos e até um encontro com um grupo de brasileiras que viajava pelo local. Conversamos bastante com a guia, que mora no verão por aqui, recebendo turistas enviados por agências brasileiras e, no inverno, na California, de onde acompanha turistas brasileiros para o Havaí. Que bela vida! Literalmente!

O magnífico cenário da estrada entre Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá

O magnífico cenário da estrada entre Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá


Um dos muitos belos lagos na estrada entre Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá

Um dos muitos belos lagos na estrada entre Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá


Ainda “flutuando” com tanta beleza, voltamos para a Fiona e pegamos a estrada em direção à Jasper, no norte. Logo que saímos da cidade de Lake Louise, mudamos de parques: deixamos o Banff National Park e entramos no Jasper National Park. O principal centro de apoio desse parque é a cidade de Jasper, 230 km ao norte de Lake Louise.

A incrível paisagem atravessada pela estrada que liga Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá

A incrível paisagem atravessada pela estrada que liga Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá


Pode parecer longe, mas a estrada que liga as duas cidades passa por paisagens tão incríveis que a gente nem vê o tempo passar. São montanhas, lagos e geleiras que vão prendendo a nossa atenção, fazendo a gente querer parar em cada curva, fotografar ou simplesmente respirar aquela beleza incrível.

A geleira de Crowfoot, agora com apenas dois dedos, na estrada entre Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá

A geleira de Crowfoot, agora com apenas dois dedos, na estrada entre Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá


Foto antiga mostra a geleira de Crowfoot ainda com três dedos, na estrada entre Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá

Foto antiga mostra a geleira de Crowfoot ainda com três dedos, na estrada entre Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá


A primeira parada foi em frente a geleira conhecida como Crowfoot, ou “pé do corvo”. Não demora muito para adivinhar a razão do nome. Mas, infelizmente, está faltando um dedo do corvo, que estava lá quando a geleira foi batizada, há um século. Podemos ver as fotos antigas e perceber como o gelo recuou nesses últimos 100 anos. Prova irrefutável de que algo está mudando no nosso planeta. O segundo dedo também está diminuindo, mas mesmo assim, a magnitude da geleira, pendurada na montanha, impressiona.

Lagos e montanhas na estrada entre Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá

Lagos e montanhas na estrada entre Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá


Mas à frente, passamos por diversos lagos, cada um mais belo do que o outro. Todos da família do Lake Louise, pela cor. Aliás, essa cor vem dos minerais presentes nas pedras trazidas pelas pequenas geleiras atuais. As pedras acabam se dissolvendo na água e tingindo o lago com essa cor mista de azul e verde. Uma beleza!

Estrada que corta as montanhas e a belíssima paisagem entre Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá

Estrada que corta as montanhas e a belíssima paisagem entre Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá


Seguindo adiante, chegamos à maior geleira da região, originada em um enorme campo de gelo por detrás das montanhas chamado de Columbia Icefields. Olhando bem de longe, já ficamos impressionados com sua envergadura, principalmente quando, com muito trabalho e esforço, conseguimos discernir pessoas caminhando sobre ela, minúsculos pontos escuros naquela vastidão branca e gelada.

Admirado com a grandiosidade da paisagem entre Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá

Admirado com a grandiosidade da paisagem entre Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá


minúsculas pessoas caminham na geleira de Columbia Ice Fields, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá

minúsculas pessoas caminham na geleira de Columbia Ice Fields, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá


Para lá seguimos com a Fiona, loucos para matar nossa saudade de caminhar me geleiras. A última vez tinha sido na Islândia (trecho da nossa viagem que, vergonhosamente, eu ainda não relatei. Mas chego lá, pois as fotos do país são absolutamente maravilhosas e merecem ser mostradas!), em maio desse ano. Conforme vamos chegando mais perto, mais tomamos ciência do tamanho do rio de gelo. É de tirar o fôlego...

Pessoas caminham pelo Columbia Ice Fields, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá

Pessoas caminham pelo Columbia Ice Fields, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá


Temos de estacionar a mais de um quilômetro de onde a geleira está e caminhar o resto do tempo. Primeiro, subir uma antiga e enorme “moraine” e depois, descer do lado de lá, até chegar ao ponto em que o gelo encontra a terra. No caminho, diversas placas marcam o ponto onde estava a geleira nos anos anteriores. É bem triste passar pelas marcas de 1982 e 1992 e ver o quanto a geleira retrocedeu nessas ultimas décadas. Triste e preocupante.

A caminho da geleira em Columbia Ice Fields, a placa marca até onde o gelo chegava em 1982 (no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá)

A caminho da geleira em Columbia Ice Fields, a placa marca até onde o gelo chegava em 1982 (no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá)


Explorando a geleira de Columbia Ice Fields, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá

Explorando a geleira de Columbia Ice Fields, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá


Preocupação é o que sente os administradores do parque, colocando diversos cartazes dizendo que é proibido caminhar sobre a geleira, devido ao perigo de se cair em alguma das diversas fissuras escondidas por neve ou gelo fino. Mas os avisos são simplesmente ignorados pelas pessoas e nós fomos na onda, claro! Afinal, chegar até ali e não seguir para ver de perto seria um pecado. Com todo o cuidado, claro!

Caminhando pela fantástica geleira de Columbia Ice Fields, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá

Caminhando pela fantástica geleira de Columbia Ice Fields, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá


Seguimos uns quinhentos metros geleira acima, pelo menos até o ponto onde não havia mais turistas ou pessoas à minha frente. Só aí, vendo aquela imensidão puramente branca defronte a mim, me dei por satisfeito. Aqui, o gelo é mais branco, pois até onde as pessoas caminham ele está bem sujo de pó e pedras. A beleza e a sensação de solidão são indescritíveis. A força da natureza que sentimos sob os nossos pés também. Ao contrário da Islândia, onde as geleiras eram cheias de fissuras e buracos em fundo, aqui ela era bem mais homogenia, uma enorme massa de água congelada em movimento. Uma força primordial da natureza, a qual só podemos respeitar e admirar.

Riacho atravessa a geleira de Columbia Ice Fields, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá

Riacho atravessa a geleira de Columbia Ice Fields, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá


Rio corta canyon através de diversas camadas de rocha, em Athabasca Falls, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá

Rio corta canyon através de diversas camadas de rocha, em Athabasca Falls, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá


Os pequenos riachos que correm sobre o gelo são o lembrete de que ela está derretendo. De pouco em pouco, mas está derretendo. Esses pequeno riachos tornam o cenário ainda mais belo, formando até pequenas corredeiras e cachoeiras. Mas também nos alertam do perigo do gelo que pode ceder, então caminhamos cuidadosamente de volta à terra firme.

Atravessando antigo canyon criado (e abandonado) pelo rio, em Athabasca Falls, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá

Atravessando antigo canyon criado (e abandonado) pelo rio, em Athabasca Falls, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá


Ainda havia mais atrações pelo caminho, antes de chegarmos à Jasper, então seguimos em frente. Agora, depois de tantas montanhas, lagos e geleiras, a próxima parada foi numa grande cachoeira, no principal rio da região, o Athabasca. Ao longo de milhares de anos de erosão, ele formou um impressionante canyon nessa parte do rio. Através de várias passarelas, podemos caminhar sobre essa maravilha natural e, através dos painéis explicativos, podemos viajar no tempo e entender como se dá a eterna luta entre a água e a rocha que tenta cercar o seu caminho.

O balé das águas na Athabasca Falls, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá

O balé das águas na Athabasca Falls, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá


Normalmente, tendemos a ver essas paisagens de forma estática, como se aquilo tivesse nascido assim, como que por uma passe de mágica e que continuará da mesma maneira, pela eternidade. Nada disso! Pode ser assim na ridícula escala de tempo de nossas vidas, mas considere alguns poucos milhares de anos e logo percebemos o quão dinâmico e efêmero é isso tudo. As cachoeiras e canyons que estávamos vendo tem essa idade. E, para a nossa surpresa, não é apenas a água que vence essa luta. Ao lado do canyon onde passa o rio atualmente está um outro canyon, seco. Por ali passou a água por um bom tempo, mas acabou perdendo a batalha para a dureza da pedra e acabou seguindo por outro caminho, onde a rocha era mais mole. Caminhar por ali e imaginar os antigos turbilhões de água moldando e arranhando as paredes é bem legal. Entender como se dá todo o processo o torna ainda mais interessante, ao invés de “destruir a poesia”, como pensam alguns.

Um dos mirantes de Athabasca Falls, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá

Um dos mirantes de Athabasca Falls, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá


Enfim, tantas atrações haviam no caminho que chegamos já de tarde em Jasper, sem tempo para ver uma sequência de lagos coloridos que requeriam uma trilha de meia hora para ser percorrida. Fomos diretamente para a cidade. Final de feriado, foi um pouco mais fácil encontrar hotel. Ainda tivemos forças para um jantar com vinho no bar do próprio hotel, com direito à música ao vivo da melhor qualidade. O músico mandava muito bem no francês e inglês, além de tocar diversos instrumentos, inclusive uma espécie de cavaquinho e um pandeiro que se toca com os pés. Incrível! Valeu cada gotinha do nosso vinho! Aliás, o dia de hoje valeu cada minuto do nosso tempo. Viva o Canadá!

Olha só a gente 'perdido' no meio do Canadá!

Olha só a gente "perdido" no meio do Canadá!

Canadá, Lake Louise, Jasper National Park, Aathabasca Falls, Alberta, Columbia Icefields, Lake Moraine, Parque, trilha

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A Trilha do Rio do Boi

Brasil, Santa Catarina, Praia Grande

1000dias na trilha do Rio do Boi, ao longo do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

1000dias na trilha do Rio do Boi, ao longo do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


Uma das regiões mais belas do Brasil se encontra na fronteira entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a poucos quilômetros do Oceano Atlântico. Aí estão os maiores cânions do país, escarpas rochosas com centenas de metros de altura que fazem a transição entre o planalto gaúcho e a Serra Geral e a planície litorânea. Nomes como “Itaimbezinho”, “Malakara” e “Fortaleza”, alguns dos cânions mais conhecidos dessa região, enchem os olhos de turistas e visitantes e frequentam o imaginário de aventureiros já há dezenas de anos.

Mapa do Parque Nacional Aparados da Serra, cercado por trechos do Parque Nacional da Serra Geral, nos dois lados da fronteira entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os principais canyons dos dois parques estão apontados no mapa

Mapa do Parque Nacional Aparados da Serra, cercado por trechos do Parque Nacional da Serra Geral, nos dois lados da fronteira entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os principais canyons dos dois parques estão apontados no mapa


Região dos parques Aparados da Serra e Serra Geral. A parte alta fica no Rio Grande do Sul e a parte baixa, onde está Praia Grande, em Santa Catarina. A trilha do Rio do Boi percorre o interior do canion Itaimbezinho

Região dos parques Aparados da Serra e Serra Geral. A parte alta fica no Rio Grande do Sul e a parte baixa, onde está Praia Grande, em Santa Catarina. A trilha do Rio do Boi percorre o interior do canion Itaimbezinho


Para proteger esse incrível patrimônio natural do país foi criado, já no final da década de 50, o Parque Nacional Aparados da Serra, hoje com cerca de 13 mil hectares. Em 1992, foi a vez do Parque Nacional da Serra Geral, com porções separadas ao norte e ao sul do Parque Aparados da Serra. Tomado em conjunto os dois parques, a área protegida chega aos 30 mil hectares, ou 300 km2 de campos, matas, florestas, rios, planaltos, planícies e claro, as grandes estrelas dos parques, cânions majestosos resguardados da exploração humana (exceto pelo turismo!).


Nosso guia dá as últimas instruções antes de iniciarmos a trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina

Nosso guia dá as últimas instruções antes de iniciarmos a trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina


Ambos os parques se estendem pelos dois estados, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. De modo geral, podemos dizer que a parte alta, de planalto, se encontra em terras gaúchas, enquanto que a parte baixa, o fundo dos cânions, se encontra em terras catarinenses. Para visitar o trecho de planalto e se embasbacar com a vista lá de cima, a melhor cidade de apoio é Cambará do Sul, norte do rio Grande do Sul. Para quem quer se aventurar por dentro dos cânions, a cidade base é Praia Grande, sul de Santa Catarina. Apesar do nome, nada de praias por aqui. O mar está a cerca de 30 quilômetros de distância.

Colocando as caneleiras para se proteger de picadas de cobra, no início da trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina

Colocando as caneleiras para se proteger de picadas de cobra, no início da trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina


Entrada do canyon do Itaimbezinho, trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina

Entrada do canyon do Itaimbezinho, trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina


Para quem acompanha os 1000dias faz tempo, sabe que nós já visitamos os cânions na sua parte gaúcha, lá no alto. Foi em Julho de 2011, em pleno inverno. Temperatura gelada e paisagens deslumbrantes. Para quem quiser rever a história e as fotos, o post está aqui. Tem até uma foto em que aparece a cidade de Torres, ao fundo, bem distante. Naquela oportunidade, nós concentramos nossa visita no cânion Fortaleza, que fica dentro dos limites do parque da Serra Geral. Apesar de ser uma escolha difícil, esse é provavelmente o mais bonito dos cânions, quando vistos de cima. O Itaimbezinho, o mais famoso e turístico de todos eles, estava fechado naquele dia. Nós nos prometemos naquela época que, ainda durante os 1000dias, nós voltaríamos à região, agora para ver e caminhar pela base dos cânions.

A primeira de muitas travessias de rio na trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina

A primeira de muitas travessias de rio na trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina


Subindo a trilha ao longo do Rio do Boi, na parte baixa do canyon do Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

Subindo a trilha ao longo do Rio do Boi, na parte baixa do canyon do Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


Pode ter demorado, mas promessa feita é promessa cumprida! Agora, com a companhia do sobrinho João Pedro e sua namorada Bruna, finalmente voltamos para cá, do outro lado da fronteira, muitas centenas de metros abaixo de onde havíamos estado quase três anos antes. Já havíamos reservado, três dias atrás, um passeio para entrar no parque, pois para fazer a trilha mais famosa da região, a chamada Trilha do Rio do Boi, que entra dentro do cânion Itaimbezinho, é obrigatório a companhia de um guia credenciado. Saímos pela manhã de Torres, no litoral gaúcho, e menos de quarenta quilômetros de estradas já nos trouxeram para o município de Praia Grande, em Santa Catarina.

Divertindo-se no rio durante a trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina

Divertindo-se no rio durante a trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina


A Bruna se refresca no rio durante a trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina

A Bruna se refresca no rio durante a trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina


Aqui chegando, fomos diretamente à agência que havíamos contratado para encontrar nossos guias e companheiros de caminhada. Ainda estamos no verão e esta é uma época concorrida por aqui. São várias agências na cidade e mais de cem turistas por dia dispostos a percorrer os quase 15 quilômetros da trilha. Ainda em pleno carnaval, fizemos muito bem em fazer a reserva com antecedência. Os grupos não podem ser muito grandes e, conforme o número de pessoas, seguem um ou dois guias conosco. Nosso grupo tinha cerca de 10 pessoas e por isso seguimos com dois guias, os simpáticos Fred e Aline, todos levando seu lanche, prontos para seis ou sete horas de caminhada.

Subindo a trilha ao longo do Rio do Boi, na parte baixa do canyon do Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

Subindo a trilha ao longo do Rio do Boi, na parte baixa do canyon do Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


Com o sobrinho João Pedro e a Bruna na trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina

Com o sobrinho João Pedro e a Bruna na trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina


São 12 quilômetros de estrada de terra da cidade até a entrada do parque, já bem próxima da boca do cânion Itaimbezinho. Aí os guias nos dão as últimas orientações e todos vestimos nossas polainas, ou caneleiras. É uma medida de segurança para nos proteger de picadas de cobra. Até onde soube, é uma ocorrência extremamente rara por aqui, mas vale o ditado: muito melhor prevenir do que remediar. Outro ponto importante é estar usando calçados resistentes e que possam se molhar. Boa parte da trilha é sobre pedras e o tempo todo cruzamos o rio que corre no fundo do cânion (o “Rio do Boi”!), para lá e para cá. Totalmente impensável tirar e recolocar o tênis (ou botas) a cada travessia. O rio não é fundo, mas em algumas travessias, chega à altura da cintura. Ou seja, calças e bermudas também vão se molhar!

Todo cuidado é pouco em mais uma travessia do rio na Trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, na Praia Grande, em Santa Catarina

Todo cuidado é pouco em mais uma travessia do rio na Trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, na Praia Grande, em Santa Catarina


Uma das cachoeiras ao longo da trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina

Uma das cachoeiras ao longo da trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina


O início da trilha é em uma mata fechada. Um pouco de barro aqui e ali, mas nada difícil de ser vencido. Caminhamos todos juntos, fila indiana, uma guia na frente e outra atrás. Por enquanto, só estamos esquentando. Até que, pouco mais de um quilômetro adiante, chegamos à primeira travessia. É onde começa toda a graça e beleza da caminhada. A mata se abre, passamos a caminhar sempre ao lado ou dentro do rio e as paredes cada vez mais altas do cânion Itaimbezinho se tornam visíveis. Um cenário para nenhum filme tipo “O Senhor dos Anéis” botar defeito!

O belo cenário da trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em ]Praia Grande, em Santa Catarina

O belo cenário da trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em ]Praia Grande, em Santa Catarina


Banho de cachoeira na trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina

Banho de cachoeira na trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina


A cada travessia do rio, nova diversão. O leito do rio é cheio de pedras e a corrente é forte. Para não cairmos, a melhor tática é nos darmos a mão formando uma grande corrente humana. Mas nada impede que sigamos solitários, em busca de mais emoção. Já molhados, cair na água não é mais um problema. Talvez a melhor solução, apenas para variar, seja intercalar travessias de mãos dadas com outras solitárias.

O belo cenário da trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em ]Praia Grande, em Santa Catarina

O belo cenário da trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em ]Praia Grande, em Santa Catarina


Todos de mãos dadas, travessia de rio na trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

Todos de mãos dadas, travessia de rio na trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


O banho no rio é sempre uma opção, mas o guia sabe onde estão os melhores lugares ao longo da caminhada. Nessa época do ano, a água não é fria, mas imagino que no inverno seja dureza. O melhor lugar para o banho é num trecho onde a correnteza nos leva através de uma rampa até uma piscina um pouco mais funda. Uma delícia!

Mais uma travessia de rio na trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina

Mais uma travessia de rio na trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina


A Ana, o João e a Bruna na trilha do Rio do Boi, dentro do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

A Ana, o João e a Bruna na trilha do Rio do Boi, dentro do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


Outros bons trechos, tanto para se refrescar como para admirara, são os pontos onde há cachoeiras. São várias delas, escorrendo pelas paredes do cânion. Quando chove, estão por toda parte. Nas épocas secas, restam apenas algumas. São os pontos de referência que temos, quanto já andamos e o quanto nos resta.

Trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

Trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


O belíssimo visual da trilha do Rio do Boi, dentro do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

O belíssimo visual da trilha do Rio do Boi, dentro do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


A partir da metade do caminho, começamos a cruzar com grupos que partiram mais cedo e já estão retornando. Mas, de maneira geral, estamos sós dentro daquela paisagem deslumbrante. O único “congestionamento” foi já perto do final da trilha, onde muitos grupos param para descansar, lanchar ou simplesmente admirar a paisagem.

O João e a Bruna em um dos trechos mais belos da trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

O João e a Bruna em um dos trechos mais belos da trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


Caminhando entre os gigantescos paredões, aguns com centenas de metros de altura, na trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

Caminhando entre os gigantescos paredões, aguns com centenas de metros de altura, na trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


Na verdade, o caminho continua cânion adentro, mas os turistas desses passeios “normais” não são levados até lá. O cânion fica cada vez mais estreito e grandioso, seus paredões ultrapassando incríveis 700 metros de altura. Em tese, é possível ir até quase o fim e seguir a trilha parede acima, até a parte alta do cânion, já dentro do Rio Grande do Sul. Mas pouca gente faz isso. Na verdade, um pouco mais normal seria descer lá de cima, sentindo inverso. Mas é necessária uma autorização especial do parque, algo que precisa ser organizado com antecedência. Ainda não foi dessa vez, mas quem sabe na próxima vez que voltarmos aqui...

Entre os altos paredões do canyon Itaimbezinho, a trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina

Entre os altos paredões do canyon Itaimbezinho, a trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina


A majestosa paisagem do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

A majestosa paisagem do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


Temos, então, o longo caminho de volta, pouco mais de 7 quilômetros. Passamos a reconhecer as cachoeiras e curvas de rio que havíamos passado. Mas a vista é bem diferente da vinda. Ao invés do fundo do cânion, agora caminhamos olhando para a sua boca. As imensas paredes e escarpas e a mata que se agarra a elas se tornam ainda mais impressionantes.

Momento de descanso ao longo da maravilhosa trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

Momento de descanso ao longo da maravilhosa trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


1000dias na trilha do Rio do Boi, ao longo do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

1000dias na trilha do Rio do Boi, ao longo do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


Seis horas depois de começarmos a caminhar, estamos de volta ao nosso carro deixado na portaria do parque. Trilha fantástica, diversão garantida! Nem uma cobra no caminho, mas muitas cachoeiras e piscinas para nos banhar. Depois de tanto esforço e de um lanche pequeno, estamos com fome. Voltamos para a cidade e, antes de seguirmos viagem de volta ao litoral, encontramos uma boa lanchonete para recobramos a energia. Fome saciada, a Fiona nos leva novamente para a praia. Praia de verdade e não “Praia Grande”. Vamos iniciar nossas explorações do tão famoso e belo litoral de Santa Catarina. Primeira parada: Farol de Santa Marta!

1000dias na trilha do Rio do Boi, ao longo do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

1000dias na trilha do Rio do Boi, ao longo do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

Brasil, Santa Catarina, Praia Grande, cachoeira, cânion, Itaimbezinho, Parque, Rio, trilha

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Ecos do Passado

Brasil, Rio Grande Do Norte, Soledade

"Por milhares de anos, provavelmente, as pinturas do Lajedo permaneceram intactas, perenes e mudas testemunhas de uma cultura desaparecida; símbolos de rituais, de sobrevivência, de árduas lutas; representações da mentalidade, das esperanças e dos sonhos de grupos humanos há muito desaparecidos na amplidão do tempo.

Habitantes de um mundo sem divisões políticas, suas pinturas estão repletas de sentido universal, memórias atávicas de todos os homens, herança de nossa ancestralidade".


Pinturas rupestres no Lajedo da Soledade, região de Apodi - RN

Pinturas rupestres no Lajedo da Soledade, região de Apodi - RN


Estivemos hoje, no caminho entre Galinhos e Mossoró, no Lajedo da Soledade, próximo à cidade de Apodi, interior do Rio Grande do Norte, quase fronteira com Ceará. É mais uma região onde se encontram fósseis de animais pré-históricos, principalmente da megafauna, como preguiças gigantes e trigres dente-de-sabre, e pinturas rupestres com milhares de anos de idade, deixadas por paleoíndios há muito desaparecidos. Logo na entrada do parque há um museu bem informativo. E na entrada do museu, um texto que eu gostei muito, do qual reproduzo alguns trechos mais marcantes, e para mim muito significativos, no início e no final deste post.

Com a Ana, da pousada Ilha do Pisassal, em Galinhos - RN

Com a Ana, da pousada Ilha do Pisassal, em Galinhos - RN


Antes de lá chegar, tivemos de deixar a tranquila Galinhos. Despedimo-nos da simpática Ana, da Pousada Ilha do Pisassal, que tinha nos recebido tão bem e que se esmeirava em nos fazer bem alimentados no café da manhã e tomamos o barco de volta a Pratagi, onde estava a nossa Fiona. Mais uma vez, deliciosas reminiscências da Ilha do Mel.

A caminho do barco para deixar Galinhos - RN

A caminho do barco para deixar Galinhos - RN


No barco com toda a nossa bagagem dos dois dias em Galinhos - RN

No barco com toda a nossa bagagem dos dois dias em Galinhos - RN


A estrada para o interior cortou uma enorme área de exploração de petróleo. A própria estrada é obra da Petrobrás. Aos poucos, vamos nos acostumando com a exótica figura de bombas de petróleo instaladas no meio da caatinga. O Rio Grande do Norte é o maior produtor de óleo em terra do Brasil.

Lajedo da Soledade, em Soledade, região de Apodi - RN

Lajedo da Soledade, em Soledade, região de Apodi - RN


Passamos por Apodi e fomos direto ao distrito de Soledade. Lá, já no museu, nos providenciaram um guia, o Cézar, para nos levar ao Lajedo. Um grande campo de rochas caucárias formado sob o mar que há muito recuou, deixando as rochas e sedimentos sobre o efeito das intempéries. O resultado foi que vários canais, pequenos canyons, se formaram nas rochas. Esses canais formam pequenas tocas que serviam de abrigo aos habitantes de outrora. Eles se aproveitavam do teto, das paredes e mesmo do piso para deixar suas marcas.

O Cézar nos mostra o Lajedo da Soledade, região de Apodi - RN

O Cézar nos mostra o Lajedo da Soledade, região de Apodi - RN


O resultado é um tesouro arqueológico, belas pinturas rupestres que nos contam um pouco a história desse povo e nos faz tentar imaginar quem eram e como viviam. A região já era seca e quente e, provavelmente, só era usada nos meses de chuva por esse povo de características nômades. Ali faziam seus rituais e representavam seus sonhos e angústias. Essas pinturas acabaram por perpetuá-los (pelo menos até hoje!), uma ligação direta com um passado que já teria desaparecido por completo, não fosse por essas incríveis pinturas.

Pintura de lagarto no teto de uma toca bem baixa no Lajedo da Soledade, região de Apodi - RN

Pintura de lagarto no teto de uma toca bem baixa no Lajedo da Soledade, região de Apodi - RN


São formas geométricas, calendários e contagens. São figuras humanas e também de animais, maravilhosamente representados. Há uma arara que é uma obra de arte! Muitas figuras de mãos que denotam que esse povo deveria ser de pequena estatura, prova de uma vida difícil com poucos alimentos.

A bela pintura da Arara, no Lajedo da Soledade, região de Apodi - RN

A bela pintura da Arara, no Lajedo da Soledade, região de Apodi - RN


Ali do lado há outro sítio, chamado Olho d'Água, uma espécie de armadilha para animais. Eles íam ali beber água, caíam na piscina e de lá não saíam. Azar deles, sorte nossa! Acabaram virando fósseis e hoje podem ser estudados por nós. Gigantescos animais que um dia dominaram essa região. Pelo porte, são prova inequívoca que o sertão já foi muito mais úmido, com uma vegetação muito mais densa.

Observando o Olho d'Água, local onde foram encontrados muitos fósseis no Lajedo da Soledade, região de Apodi - RN

Observando o Olho d'Água, local onde foram encontrados muitos fósseis no Lajedo da Soledade, região de Apodi - RN


Puxa... quando é que vão inventar a máquina do tempo? Eu não pensaria duas vezes em trocar os nossos 1000dias pela América por 1000dias pelos últimos 100 mil anos...

Explorando toca no Lajedo da Soledade, região de Apodi - RN

Explorando toca no Lajedo da Soledade, região de Apodi - RN


Fileira de pássaros voando em direção ao sol, pintura rupestre no Lajedo da Soledade, região de Apodi - RN

Fileira de pássaros voando em direção ao sol, pintura rupestre no Lajedo da Soledade, região de Apodi - RN


Há uma mensagem nas ravinas coloridas de pinturas. Uma mensagem de outra época, de outros homens que, no ato de se perpetuarem, parecem gritar, maravilhosamente humanos: "Estivemos aqui! Cuidem de nós!"

Brasil, Rio Grande Do Norte, Soledade, Apodi, Lajedo da Soledade

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Flores, Frutas, Cachoeiras e o Calor. Voltamos aos Trópicos!

Hawaii, Big Island-Hilo

Chegando perto do mar pela primeira vez no Hawaii, no Jardim Botânico de Hilo, em Big Island

Chegando perto do mar pela primeira vez no Hawaii, no Jardim Botânico de Hilo, em Big Island


Aproveitamos que nossos corpos ainda estavam no fuso horário da Califórnia e acordamos bem cedo aqui no Hawaii, para nosso primeiro dia de explorações. Ele prometia ser longo, com direito a matas e cachoeiras, mercados e vulcões, do nível do mar até os 4 mil metros de altitude. Ainda bem que aqui, mais ao sul, o dia dura mais e nos dá tempo de fazer mais coisas. Ficar escuro às cinco da tarde, nenhum viajante merece! É o que estava acontecendo na Califórnia. Aqui no Hawaii, ganhamos ao menos uma hora no final da tarde!

Nosso jipão em Big Island, no Hawaii (a Fiona que não veja essa foto!)

Nosso jipão em Big Island, no Hawaii (a Fiona que não veja essa foto!)


Experimentando frutas no mercado de Hilo, em Big Island, no Hawaii

Experimentando frutas no mercado de Hilo, em Big Island, no Hawaii


Já saímos de mala e cuia do nosso simpático hostal em Hilo, uma tradicional cidade havaiana que ainda se mantém razoavelmente livre dos turistas. Aqui na Big Island, eles preferem Kona, na costa leste. Como a noite de hoje não será mais por aqui, já desocupamos o quarto. Mesmo que fosse para dirigir apenas uns poucos quarteirões, até o mercado da cidade, uma espécie de feira livre que acontece todos os dias, pela manhã.

Frutas tropicais no mercado de Hilo, em Big Island, no Hawaii

Frutas tropicais no mercado de Hilo, em Big Island, no Hawaii


Venda de longon (a amarelinha) e rambutan (a vermelha) no mercado de Hilo, em Big Island, no Hawaii

Venda de longon (a amarelinha) e rambutan (a vermelha) no mercado de Hilo, em Big Island, no Hawaii


Foi a melhor maneira de já entramos no clima de um país tropical. Apesar de ainda estamos nos Estados Unidos, a cara da feira era a mesma de qualquer país de terceiro mundo, cheio de bancas com frutas tropicais. Algo totalmente exótico para os americanos do continente que aqui chegam. Para nós, brasileiros, nem tanto. Bananas, abacaxis, papayas e outras frutas do nosso “repertório”. Mas tem também as diferentes, com mais cara de Ásia do que América, como as deliciosas longons e rambutans. Experimentamos todas e já fizemos nossa compra para o dia, incluindo até um delicioso suco de maracujá fresco, feito na hora!

Depois de tanto tempo, de volta à vegetação tropical, na região de Hilo, na Big Island, no Hawaii

Depois de tanto tempo, de volta à vegetação tropical, na região de Hilo, na Big Island, no Hawaii


Dali, a bordo do nosso jipão vermelho, fomos explorar a região ao oeste de Hilo. As estradas são cercadas de muito verde, mas ao contrário dos pinheiros e outras coníferas americanas, o que vemos aqui são palmeiras, samambaias, bambus e outras árvores tropicais. Depois de tanto tempo longe da linha do equador, os olhos custam a acreditar no que estão vendo. Mais estranho ainda é conciliar aquela paisagem com o padrão da estrada e os sinais em inglês. Parece que algo não está combinando, hehehe

Muito verde na região de Hilo, na Big Island, no Hawaii

Muito verde na região de Hilo, na Big Island, no Hawaii


Depois de alguns mirantes para se observar o mar, que é a coisa que todo mundo quer ver quando chega ao Havaí pela primeira vez (não, não há ondas gigantes em todas as praias daqui!), seguimos um pouco para o interior, para ver uma das maiores cachoeiras do arquipélago. Não dessas que escorrem pela pedra, mas das que caem diretamente para o fundo. São as Akaka Falls, com mais de 100 metros de altura em um “single drop”.

A bela Akaka Falls, perto de Hilo, em Big Island, no Hawaii

A bela Akaka Falls, perto de Hilo, em Big Island, no Hawaii


Mais impressionados do que com a cachoeira, ficamos com os peixes que a escalam, para poder depositar seus ovos lá encima, no mesmo lugar em que nasceram alguns anos antes. Impressionante! Só vendo para acreditar mesmo (nós não vimos!). Eles têm uma ventosa e com ela, literalmente, escalam o paredão atrás da cachoeira, enquanto se molham e se hidratam com a água e vapor que estão sempre por ali. Fico imaginando quanto tempo dura a tal escalada... Será que eles não podiam colocar seus ovos na parte de baixo mesmo? Depois dessa, passei a achar o esforço dos salmões em subir as corredeiras dos rios do Alaska se desviando das mandíbulas dos ursos e bicos das águias coisa de amador. Esse peixinho daqui faria isso com uma mão nas costas!

Uma das belíssimas flores no Jardim Botânico de Hilo, em Big Island, no Hawaii

Uma das belíssimas flores no Jardim Botânico de Hilo, em Big Island, no Hawaii


Flores de todas as cores e formas no magnífico  Jardim Botânico de Hilo, em Big Island, no Hawaii

Flores de todas as cores e formas no magnífico Jardim Botânico de Hilo, em Big Island, no Hawaii


Das cachoeiras, já no caminho de volta para Hilo, fomos para o Jardim Botânico da região. Obra de um casal que se mudou para cá na década de 80. Depois de acharem um lugar para morar e curtir a aposentadoria, encontraram esse terreno numa encosta em frente ao mar, completamente tomada pelo mato. Amantes das plantas, eles o compraram e passaram as décadas seguintes remodelando aquela bagunça, levando ordem e beleza ao lugar. E trouxeram a “beleza” dos quatro cantos do mundo, inclusive muita coisa do Brasil.

Flores de todas as cores e formas no magnífico  Jardim Botânico de Hilo, em Big Island, no Hawaii

Flores de todas as cores e formas no magnífico Jardim Botânico de Hilo, em Big Island, no Hawaii


Flores de todas as cores e formas no magnífico  Jardim Botânico de Hilo, em Big Island, no Hawaii

Flores de todas as cores e formas no magnífico Jardim Botânico de Hilo, em Big Island, no Hawaii


Sorte nossa e de todos os que visitam essa verdadeira obra de arte. Para quem entende de plantas e flores, certamente poderia passar ali o dia inteiro. A quantidade, qualidade, diversidade e beleza das flores impressionam. De todas as cores, formas e tamanhos, muitas que eu nem imaginava poder existir. Dezenas de espécies de bromélias e orquídeas e outras flores tropicais, todas lado a lado, um verdadeiro colírio para os olhos.

Prestando reverência ao deus Ku, no Jardim Botânico de Hilo, em Big Island, no Hawaii

Prestando reverência ao deus Ku, no Jardim Botânico de Hilo, em Big Island, no Hawaii


Na parte de baixo do parque, chegamos outra vez perto do mar. Um lugar que já foi uma vila havaiana, virou uma fazenda, descambou para um terreno baldio e hoje é um jardim dos deuses. Com vista para o mar do Havaí. Espetacular! Falando em deuses, impossível não comentar que encontramos um deles. Na verdade, a estátua de um deles. Representa uma importante divindade havaiana, que atende pelo sugestivo nome de Ku. Assim como faríamos com Odin, Zeus ou Toutatis, prestamos as devidas reverências. Não poderia ter escolhido um lugar melhor para seu altar!

Piscinas naturais se formaram em antigo lençol de lava que avançou sobre o mar, ao sul de Hilo, em Big Island, no Hawaii

Piscinas naturais se formaram em antigo lençol de lava que avançou sobre o mar, ao sul de Hilo, em Big Island, no Hawaii


Do Jardim Botânico voltamos para Hilo, atravessamos a cidade e seguimos rumo ao litoral, um pouco mais ao sul. É um litoral relativamente novo, resultado de erupções vulcânicas bem recentes. A lava escorreu até o mar, aumentando o tamanho da ilha e criando terraços de pedra (lava endurecida) que hoje formam piscinas naturais durante a maré alta. Quem aproveita são pequenos peixes e crustáceos, que aí ficam protegidos dos predadores maiores. No lugar deles, hoje tem de lidar com os turistas, que vão até aí com suas máscaras e snorkel para poder observá-los.

Caranguejo descansa sobre lava endurecida no litoral ao sul de Hilo, na Big Island, no Hawaii

Caranguejo descansa sobre lava endurecida no litoral ao sul de Hilo, na Big Island, no Hawaii


Não era o nosso caso. Nós estávamos mais interessados nas próprias formações rochosas que nos seus habitantes marinhos. Estar ali tão perto dessa recente batalha entre o fogo e a água, numa guerra que já dura alguns milhões de anos, atiça nossa imaginação. Certamente, ainda vou falar muito disso nos próximos posts, principalmente aqui na Big Island, o campo atual de batalha entre esses dois elementos naturais.

O primeiro banho de mar no Hawaii a gente nunca esquece! (no Isaac Hale Beach Park, ao sul de Hilo, na Big Island)

O primeiro banho de mar no Hawaii a gente nunca esquece! (no Isaac Hale Beach Park, ao sul de Hilo, na Big Island)


As piscinas são bem rasas e resolvemos seguir um pouco adiante, até um parque estadual onde há uma praia um pouco mais funda. Aí a Ana deu seu primeiro mergulho no mar havaiano com cara de Caribe (é a nossa referência!). Havia uns poucos surfistas na área, mas o dia era de mar calmo. Eu ainda deixei a minha estreia mais para frente, mas a Ana se esbaldou na água de temperatura agradável.

Estrada secundária atravessa túnel de árvores ao sul de Hilo, em Big Island, no Hawaii

Estrada secundária atravessa túnel de árvores ao sul de Hilo, em Big Island, no Hawaii


Mas ela teve de ser rápida. Afinal, já estávamos no meio da tarde e ainda tínhamos uma montanha para subir. E não era uma morro qualquer, mas a maior montanha do mundo! Estou falando do Mauna Kea, uma elevação colossal, assunto do próximo post...

No topo do Mauna Kea, mais alto que as nuvens, na Big island, no Hawaii

No topo do Mauna Kea, mais alto que as nuvens, na Big island, no Hawaii

Hawaii, Big Island-Hilo, Big Island, cachoeira, Hilo, Parque

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Ushuaia e o Reencontro com a Fiona

Argentina, Buenos Aires, Ushuaia, Pilar

O porto de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina

O porto de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina


Acordamos na manhã de ontem, dia 23, já navegando no tranquilo canal marítimo entre as ilhas ao sul da Terra do Fogo. Mais um pouco e chegávamos a Ushuaia, a cidade mais austral do mundo, ponto de referência para qualquer aventureiro que se preze. Ainda tínhamos tempo para um saudável café da manhã e as últimas arrumações de nossas malas que seriam coletadas enquanto tomássemos nosso café.

A cidade de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina

A cidade de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina


Pois é... era chegada a hora do fim da nossa viagem à Antártida. De volta ao continente americano, mas ainda bem longe da nossa querida e saudosa Fiona. Ele nos esperava muito ao norte, em Pilar, cidade ao norte de Buenos Aires. Infelizmente não pudemos apresentá-la ao Sea Spirit, hehehe. Ainda vamos trazê-la até aqui, mas duvido que o barco navio esteja no porto daqui a mais de um mês...

O Sea Spirit é preparado para nova viagem em poucas horas, no porto de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina

O Sea Spirit é preparado para nova viagem em poucas horas, no porto de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina


Quando compramos nosso pacote para a Antártida e decidimos que a Fiona ficaria em Buenos Aires, precisamos decidir como seria nosso roteiro sem o carro aqui no sul, como e quando voltaríamos para a capital argentina. A decisão foi a de voltar o mais rápido possível para ficarmos logo motorizados e aí, com calma, ir descendo o país até Ushuaia. Queremos chegar ao fim do continente com nossas quatro rodas mais queridas do mundo e não de barco, com todo o respeito ao Sea Spirit! Explorações próximas a Ushuaia, também resolvemos deixar para depois. Então, compramos nossas passagens aéreas logo para o dia seguinte, hoje, dia 24. Na verdade, poderíamos ter comprado até para o dia 23, mas ficamos com medo do navio atrasar e perdermos a passagem. Inocência nossa, claro! Faça chuva ou faça sol, independente do tamanho das ondas e do mar na Drake Passage, o Sea Spirit chega sim na data marcada. Até porque, nessa mesma tarde de ontem ela já está saindo novamente de viagem com 100 novos passageiros. Mas nós não sabíamos disso...

Desembarcando do Sea Spirit em Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina

Desembarcando do Sea Spirit em Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina


O adeus de nossos guias na expedição à Antártida no porto de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina

O adeus de nossos guias na expedição à Antártida no porto de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina


Então, chegou a hora do desembarque. Nossos queridos guias se perfilaram ao lado do navio para um último adeus. Também foi a última despedida de todos aqueles passageiros que acreditaram na data de regresso e compraram suas passagens para hoje mesmo. Seguiram diretamente para o aeroporto. Para os outros, que reservaram um dia ou mais por aqui, sempre restava a chance de mais um reencontro pelas ruas e hotéis da simpática Ushuaia. Quase todos eles já tinham seus hotéis reservados, o que não era o nosso caso nem de outros poucos gatos pingados. Assim, nossa primeira tarefa foi encontrar um lugar para ficar.

Chegamos a Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina

Chegamos a Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina


Com a Kim (África do Sul) e a Pam (Austrália) em Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina

Com a Kim (África do Sul) e a Pam (Austrália) em Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina


Ainda no início da temporada, não foi tão difícil achar lugar para nós. A procura serviu também para já caminharmos um pouco pelas ruas da cidade. O centro é compacto e não demora muito para nos acharmos na cidade. Mais difícil mesmo é nos acostumarmos a estar novamente na civilização. Ver outras pessoas nas ruas, carros, motos, prédios, essas coisas típicas do ser humano. Por um bom tempo, ainda nos sentimos peixes fora d´água. Mas, enfim, temos de nos acostumar. Atravessar uma rua toma mais tempo, mas reaprendemos isso também.

Anúncios de viagens 'baratas' à Antártida em murais de hostels em Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina

Anúncios de viagens "baratas" à Antártida em murais de hostels em Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina


Nos hotéis, vários anúncios nos murais anunciam viagens baratas à Antártida. São promoções de última hora, para partida amanhã ou depois. Por 3-4 mil dólares é possível ir até lá e voltar numa viagem de 10 dias. Quarto coletivo. Não deixa de ser um bom negócio. A Ana já estava se animando, mas ela também sabe que muitas outras aventuras nos esperam...

Um magnífico céu sobre a orla de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina

Um magnífico céu sobre a orla de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina


Depois de instalados, a Ana foi passear pela cidade com a Kim e eu fiquei no hostel fazendo bom uso da internet, coisa que já não via há 3 semanas. Mais tarde, fui me juntar a elas. Era engraçado caminhar pelas ruas do centro e reconhecer, de longe, os outros passageiros do Sea Spirit que estavam na cidade, quase todos ainda com a jaqueta amarela que ganhamos da expedição. Trocávamos sorrisos ou abraços, mesmo com aqueles que mal havíamos falado antes. Uma espécie de cumplicidade nos une agora, a jaqueta amarela funcionando como elo de ligação.

Um magnífico céu sobre a orla de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina

Um magnífico céu sobre a orla de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina


De noite, nos reunimos alguns em um dos bares da cidade. No grupo, a Rowan, aquela escocesa que viajou conosco. Embora não tenhamos conversado muito durante a viagem, sempre a achei simpática. Agora ele nos contava dos seus planos: tinha alguns dias para viajar pela Argentina e seguiria a viagem sozinha, de ônibus. Uma das poucas a não sair daqui de avião. Então, combinamos de nos encontrar em Bariloche daqui a uns dias e, quem sabe, viajarmos juntos por alguns dias naquela região. Vamos ver se dá certo...

Indo para o aeroporto e observando as montanhas nevadas ao redor de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina

Indo para o aeroporto e observando as montanhas nevadas ao redor de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina


A baía de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina

A baía de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina


Despedimo-nos da Kim, a melhor amiga da Ana e companheira fiel das baladas no Sea Spirit e voltamos para o hostel. Hoje cedinho repartimos um táxi com a australiana Pam e fomos para o aeroporto, de onde se tem uma bela vista de Ushuaia e as montanhas nevadas ao fundo. Em breve estaremos de volta, de carro, para explorar essa linda cidade e seus arredores! No saguão do aeroporto, novos encontros com passageiros do Sea Spirit e logo já estávamos voando nos céus da Argentina atravessando o país de sul a norte.



Pouco mais de 3 horas de voo e pousamos no Aeroparque, o aeroporto no centro de Buenos Aires. De lá, táxi para Belgrano, onde moram o Marcelo e a Carola, os “periodistas viajeros” que tanto nos ajudaram com a Fiona. No carro deles seguimos para Pilar, cerca de uma hora de viajem a noroeste do centro da capital portenha. Ali mora a mãe da Carola e ali estava nossa querida Fiona, devidamente estacionada no jardim do quintal deles, em meio a um chique condomínio.

Junto com o Marcelo, a Carola e sua família na casa de seus pais em Pilar, ao norte de Buenos Aires, na Argentina. Aí ficou a Fiona nas 3 semanas que viajamos à Antártida

Junto com o Marcelo, a Carola e sua família na casa de seus pais em Pilar, ao norte de Buenos Aires, na Argentina. Aí ficou a Fiona nas 3 semanas que viajamos à Antártida


É sempre uma delícia rever nossa companheira de viagens! Ela também parece bem feliz e o motor pegou logo na primeira tentativa. Acho que está com saudades da estrada. Tiramos fotos e contamos muitas histórias para nossas amigos argentinos, mas tínhamos logo de tomar nosso rumo. Um longo caminho nos espera e já queríamos comer um pedaço dele ainda hoje. Então, mais uma vez, um muito obrigado aos nossos amigos periodistas viajeros, vocês nos salvaram e a Fiona e nós lhe seremos eternamente gratos. Esperamos vocês de braços abertos no Brasil! E agora, de volta a estrada, vamos tratar de nos esquecer do balaço do Sea Spirit e nos reacostumar ao doce sacolejar da Fiona!

Reencontro com a Fiona na casa dos pais da Carola, em Pilar, norte de Buenos Aires. Ela e o Marcelo, os 'Periodistas Viajeros' nos levaram até lá de BS

Reencontro com a Fiona na casa dos pais da Carola, em Pilar, norte de Buenos Aires. Ela e o Marcelo, os "Periodistas Viajeros" nos levaram até lá de BS

Argentina, Buenos Aires, Ushuaia, Pilar, Fiona, Sea Spirit

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Visitando Brennand e a Veneza Brasileira

Brasil, Pernambuco, Recife

Armaduras medievais no museu Ricardo Brennand, em Recife - PE

Armaduras medievais no museu Ricardo Brennand, em Recife - PE


Hoje retornamos ao Recife. Passamos 5 dias muito agradáveis por lá há quase um ano. Ficamos muito bem instalados em Boa Viagem e, além do curso de mergulho, pude correr bastante pela orla, visitamos o centro antigo, conhecemos a night de Boa Viagem e do centro.

Cafeteria do museu Ricardo Brennand, em Recife - PE

Cafeteria do museu Ricardo Brennand, em Recife - PE


Confesso termos ficado agradavelmente surpresos com a beleza do centro antigo e a riquesa de sua história, principalmente da época de domínio holandes. O Conde de Nassau, principal governante holandes do período, trouxe para cá pintores, arquitetos e cientistas para que explorassem e entendessem o Novo Mundo. Aqui, nesta época, foram construídas as primeiras grandes pontes da América. A cidade foi planejada, grandes prédios públicos levantados e até o primeiro jardim zoobotânico implantado. Havia tolerância religiosa e até uma colônia judaica se estabeleceu. Com a reconquista portuguesa, os judeus foram expulsos de Recife indo se instalar numa cidade que acabava de nascer: Nova Amsterdam, que depois virou Nova York. Pois é, os judeus expulsos daqui deram origem aos poderosos judeus novaiorquinos que na visão de muitos conspiracionistas, controlam o mundo. Recifences...

Estátua no museu Ricardo Brennand, em Recife - PE

Estátua no museu Ricardo Brennand, em Recife - PE


Essa guerra de reconquista portuguesa, além de expulsar os futuros "donos do mundo", também é considerada marco do início do sentimento da nacionalidade brasileira. Afinal, negros, índios e brancos portugueses se uniram para expulsar o invasor. Na mais importante das batalhas desse período, a Batalha dos Guararapes, nasce o exército brasileiro. Também é dessa época outra importante personagem da nossa história, o famoso Calabar. Para muitos, sinônimo de traidor (passou para o lado dos holandeses), para outros um visionário, tem uma história interessantíssima.

museu Ricardo Brennand, em Recife - PE

museu Ricardo Brennand, em Recife - PE


Para lá voltamos eu e a Ana hoje. Primeiro para o Museu do Instituto Ricardo Brennand. Coisa de primeiro mundo! Uma pinacoteca e uma biblioteca contendo rico acervo da época do período holandes e um "castelo" com uma das mais completas coleções de armamentos dos períodos medieval e moderno que existe no mundo. Tudo isso numa bela área na periferia de Recife. Com certeza, vale a visita!

Parque de esculturas de Francisco Brennand no porto de Recife - PE

Parque de esculturas de Francisco Brennand no porto de Recife - PE


Mais tarde, fizemos um passeio de catamaran pelos rios de Recife conhecendo e revendo praças, prédios históricos, pontes e o parque de esculturas de Francisco Brennand (primo de Ricardo - que família!) no porto. Recife, que com algum exagero se intitula a Veneza do Brasil, está construída sobre várias ilhas formadas pelos rios Jaguaribe, Pina e outros e navegar por esse rios nos leva a ter uma outra visão da cidade. Vários prédios e pontes já ostentam a iluminação natalina e o passeio é muito agradável, além de informativo, pois um guia vai contando a história dos locais avistados.

Decoração natalina da cidade vista durante passeio de catamarã no rio Capibaribe, em Recife - PE

Decoração natalina da cidade vista durante passeio de catamarã no rio Capibaribe, em Recife - PE


Terminamos a noite no Bar Central, perto da Assembléia Legislativa, que é o prédio que ostenta mais luzes natalinas. Ambiente universitário e intelectualizado, aperitivos da melhor qualidade e até aquela deliciosa cerveja argentina (Quilmes).

Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco vista durante passeio de catamarã no rio Capibaribe, em Recife - PE

Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco vista durante passeio de catamarã no rio Capibaribe, em Recife - PE


Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco vista durante passeio de catamarã no rio Capibaribe, em Recife - PE

Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco vista durante passeio de catamarã no rio Capibaribe, em Recife - PE


Logo ali perto, um monumento em honra a Chico Science. Aliás, isso me faz lembrar de um coisa: eu costumo medir a efervescência cultural de uma cidade pela grossura do caderno de cultura do principal jornal da ciade. A gente lá do sul não tem muita idéia, mas Recife transborda em cultura. Acho que, pela minha medida, só fica para trás das gigantes São Paulo e Rio e deixa para trás outros centros culturais como Salvador, BH, Brasília e Porto Alegre. Programas e variedade cultural autêntica não faltam por aqui. Viva a cultura e história do Recife!

Monumento a Chico Science, em Recife - PE

Monumento a Chico Science, em Recife - PE

Brasil, Pernambuco, Recife,

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Choquequirao - 1o Dia

Peru, Choquequirao

Com o Gustavo, nas primeiras horas da longa caminhada para Choquequirao, no Peru

Com o Gustavo, nas primeiras horas da longa caminhada para Choquequirao, no Peru


Uma vez mais, o dia começou bem cedo hoje. Como queremos fazer o máximo de coisas possíveis enquanto o Gustavo está conosco, nada de moleza ou preguiça! Com o céu ainda escuro, deixamos Ollantaytambo para trás rumo à pequena vila de Cachora, acessada por uma estrada de terra a partir do ramo da rodovia transoceânica que liga Cusco à capital Lima e ao Oceano Pacífico. Essa parte da rodovia ainda está em construção e fica o dia inteiro fechada para obras. Tínhamos de passar por lá antes das 8 da manhã, senão os nossos planos de iniciar a trilha ainda hoje de manhã iriam por água abaixo, comprometendo toda nossa apertada programação. Então, pé na estrada de madrugada mesmo, ainda que tenhamos dormido tão tarde, vindos de trem noturno de Aguas Calientes, após toda a caminhada de Machu Picchu. Sabíamos que o esforço e as poucas horas de sono valeriam a pena.


Nosso caminho de Ollantaytambo (A) para a pequena vila de Cachora (B), onde se inicia a trilha para as ruínas incas de Choquequirao

E valeram mesmo! Conseguimos passar pela barreira ainda aberta da estrada e chegamos à Cachora perto das nove da manhã. Agora, só faltava encontrar nosso contato por lá, que providenciaria um arriero e duas mulas para nos ajudar com a caminhada dos próximos três dias. Ainda em Ollantaytambo, tínhamos conseguido, por telefone, o nome dessa pessoa em Cachora, tudo arrumado pela Hilaria, da Aita Peru, nossa agente de turismo em Cusco. Não demorou muito para achá-lo e ele logo chamou o rapaz que seria o condutor de nossas mulas (o “arriero”), para que já começasse a carregar os animais. Isso depois que arrumássemos nossas mochilas, que não estavam prontas ainda, claro! Nessa correria, sem chance...

Carregando as mulas para a caminhada às ruínas de Choquequirao, no Peru

Carregando as mulas para a caminhada às ruínas de Choquequirao, no Peru


Um menino nos observa quando iniciamos, na vila de Cachora, nosso caminho para Choquequirao, no Peru

Um menino nos observa quando iniciamos, na vila de Cachora, nosso caminho para Choquequirao, no Peru


Ele nos explicou também sobre um “pequeno” problema que teríamos de enfrentar. O caminho para Choquequirao, basicamente, desce um profundo vale, atravessa um rio, e sobe tudo de novo do lado de lá. Para quem gosta de altimetria, saímos de 2.600 metros (Cachora), subimos até os 2.900 m, despencamos até os 1.600 m (o fundo do vale) e subimos até os 3.100 metros, onde estão os setores mais belos das ruínas, tudo isso em cerca de 32 quilômetros de trilhas. Depois, são mais 32 quilômetros para voltar, pelo mesmo caminho. O “pequeno” problema é que a ponte que atravessava o caudaloso rio lá embaixo foi levada por uma enchente já há mais de um ano. Para atravessá-lo agora, há um rústico sistema de teleférico. Nós, as pessoas e bagagens, conseguimos passar. Mas as mulas não! Então, temos de ter duas equipes de mulas, uma de cada lado do rio. O problema é que a comunicação por rádio com o lado de lá não estava funcionando esta semana e, portanto, nós estávamos sem mulas do outro lado do rio. Teríamos de arrumar isso lá embaixo (ou que pode tomar bastante tempo) ou encarar a longa subida para as ruínas sem mulas, carregando barracas, sacos de dormir e comida. Como são 1.500 metros de desnível, não ficamos muito animados com essa última opção, principalmente pela pressa que estamos. Vamos ver como vai ser...

Atravessando a vila de Cachora, início do caminho para Choquequirao, no Peru

Atravessando a vila de Cachora, início do caminho para Choquequirao, no Peru


O início da trilha para Choquequirao é, na verdade, uma estrada rural com paisagens grandiosas (no Peru)

O início da trilha para Choquequirao é, na verdade, uma estrada rural com paisagens grandiosas (no Peru)


Vou ter mais chances de falar de Choquequirao nos próximos posts, mas essas ruínas vem sendo vendidas como uma “nova Machu Picchu”. Na verdade, dizem os arqueólogos, em tempos incas, ela foi muito mais importante que sua irmã mais famosa. E assim como Machu Picchu, foi preservada dos espanhóis, que nunca chegaram até lá. Com isso, a cidade não foi pilhada e nem teve construções destruídas pelos conquistadores. Outra semelhança é o fato de que ambas as cidades estão localizadas no alto de montanhas, em meio à paisagens cinematográficas, montanhas e vales por todos os lados. As semelhanças param por aí e aqui começam as diferenças, todas em favor de Choquequirao. A principal delas é a dificuldade de acesso. Aqui, são precisos dois ou três dias de caminhada apenas para se chegar até lá. Caminhada árdua, subindo e descendo montanhas. A consequência é que, enquanto em Machu Picchu chegam 2.500 pessoas por dia, vindas em confortáveis trens e ônibus (na parte final), em Choquequirao chegam, em média, uns 15 afortunados por dia. Enfim, é como se tivéssemos uma Machu Picchu particular para explorar, sem ter que dividi-la com infindáveis turistas. Outra diferença é que Machu Picchu já está quase que totalmente restaurada. Fica mais bonita, sem dúvidas, mas um tanto quanto artificial. Choquequirao também foi parcialmente restaurada, mas preserva bem mais de seu estado “natural”.

Entrando na trilha para as ruínas de Choquequirao, no Peru

Entrando na trilha para as ruínas de Choquequirao, no Peru


Primeiro dia de caminhada para Choquequirao, no Peru

Primeiro dia de caminhada para Choquequirao, no Peru


Tudo isso deve mudar muito em breve, conforme planos do governo peruano. Em 2014, pretendem iniciar a construção de um grande teleférico sobre o vale que protege Choquequirao do mundo exterior. Os dois ou três dias de caminhada serão substituídos por um passeio de 15 minutos de teleférico que passaram a amsi de um quilômetro de altura sobre o fundo do vale. Apenas para o primeiro ano de funcionamento, espera-se cerca de 200 mil turistas. Então, se você quer conhecer Choquequirao antes dessa verdadeira invasão, venha logo!!!

A grandiosa paisagem no início do caminho para Choquequirao, no Peru

A grandiosa paisagem no início do caminho para Choquequirao, no Peru


Bem, nós, felizmente, chegamos antes desse teleférico (que, espero, nunca saia do papel!!!). Carregadas as mulas, começamos nossa caminha, os 32 quilômetros até a “nova Machu Picchu”. Indo apenas com um arriero, conseguimos economizar um bom dinheiro. A primeira vez que checamos a possibilidade de vir para cá, foi na internet, comprando um dos pacotes oferecidos por agência. Incluia tudo: transporte desde Cusco, guias, mulas, arrieros, comida, etc... mas o preço, era mais de 200 dólares por dia, por pessoa!!! Então, decidimos acertar isso em Cusco mesmo, pessoalmente. Aí, conversando com a Hilaria, dispensamos o transporte, o guia e o cozinheiro. Ficaríamos apenas com o arriero. O preço final caiu estrondosamente, e ainda teríamos o conforto de não ter de carregar peso. Foram, 630 soles, mais o preço da comida e do combustível. Ou seja, cerca de 300 dólares para os três. Muito melhor!!!

Fim da estrada e início da trilha para Choquequirao, no Peru

Fim da estrada e início da trilha para Choquequirao, no Peru


Montanhas e vales no nosso caminho para Choquequirao, no Peru

Montanhas e vales no nosso caminho para Choquequirao, no Peru


Para melhorar mais ainda, estamos viajando com o Gustavo, um especialista em vídeos! E ele decidiu que vai fazer um vídeo dessa nossa caminhada, que certamente sairá bem mais profissional que os outros vídeos que temos feito nessa viagem. Logo estará no ar, mostrando as belezas desse caminho ainda quase desconhecido aqui no Peu. Mal posso esperar para ver o resultado, hehehe.

Trilha para as ruínas incas de Choquequirao, no Peru

Trilha para as ruínas incas de Choquequirao, no Peru


Gustavo admira a paisagem da trilha para as ruínas de Choquequirao, no Peru

Gustavo admira a paisagem da trilha para as ruínas de Choquequirao, no Peru


Voltando a caminhada, logo no início descobrimos que os primeiros dez quilômetros são feitos em uma estrada rural, e não em uma trilha. Vamos em direção ao vale do rio Apurimac, aquele que a ponte foi destruída por uma enchente. Uma caminhada bem agradável, em que vamos subindo lentamente, sempre com incríveis montanhas como pano de fundo. Ali está o nevado Salcantay, com mais de 6 mil metros de altitude e sempre coberto de gelo e neve. Uma visão grandiosa, que nos faz esquecer que estamos caminhando ou fazendo esforço. Aliás, para quem dispões de mais tempo, é possível continuar a caminhada depois de Choquequirao, passar aos pés dessa montanha magnífica, superar os 5 mil metros de altitude e descer do lado de lá, alcançando a linha férrea e chegando até Aguas Calientes e Machu Picchu. Isso mesmo, é possível conhecer as duas cidades incas em apenas uma caminhada! Dura perto de 8 dias e, dizem, é o mais belo dos caminhos que foram desenvolvidos para quem quer chegar em Machu Picchu. Certamente, é o mais difícil também, mas as belezas compensam. Os mais corajosos, seguem sem guias e arrieros, fazendo tudo na unha mesmo. Só precisa levar bastante comida! Para nós, infelizmente, virou apenas um plano para o futuro. De preferência, sem o “bendito” teleférico...

Trilha por montanhas e desfiladeiros no caminho para Choquequirao, no Peru

Trilha por montanhas e desfiladeiros no caminho para Choquequirao, no Peru


Bem, 10 quilômetros de caminhada e chegamos aos 2.900 metros de altitude, onde termina a estrada e começa a trilha, um mirante com vistas esplendorosas do vale do Apurimac e das montanhas onde se esconde Choquequirao. Ali, há uma casinha que serve refeições e cujo domo disse que poderia ter guardado a Fiona. Se soubéssemos disso antes, poderíamos ter economizado esses dez quilômetros da ida e os dez da volta. Na pressa que estamos, teria sido uma boa. De qualquer maneira, como disse, o caminho foi muito lindo até aqui!

Um condor reina absoluto nos céus sobre a trilha para Choquequirao, no Peru

Um condor reina absoluto nos céus sobre a trilha para Choquequirao, no Peru


Um condor reina absoluto nos céus sobre a trilha para Choquequirao, no Peru

Um condor reina absoluto nos céus sobre a trilha para Choquequirao, no Peru


Agora, do mirante em diante, era só descida. O nosso plano era dormir na beira do Apurimac, lá embaixo, para amanhã, no dia de maior esforço, chegarmos até as ruínas. Aqui, nos separamos, pois eu queria descer o mais rápido possível para tentar conseguir as mulas do lado de lá do rio. A pressa não me impediu de saborear cada minuto da incrível ´paisagem, condores voando nos céus, o sol pintando de prateado o rio lá embaixo e a visão da trilha serpenteando montanha acima do outro lado do Apurimac assustando qualquer um.

O sol deixa o rio prateado, no fundo do vale, lá embaixo, onde iremos passar a noite no nosso caminho para Choquequirao, no Peru

O sol deixa o rio prateado, no fundo do vale, lá embaixo, onde iremos passar a noite no nosso caminho para Choquequirao, no Peru


Na descida, passamos por dois acampamentos, um deles onde pretendemos passar nossa terceira noite e, no outro, o maior deles, um divertido encontro com turistas peruanos, empresários limenhos que vieram conhecer as belezas de seu país. Já estavam voltando de Choquequirao e fizeram muita festa para mim, principalmente ao saber de nossa jornada pelas Américas. Prometeram que tirariam uma foto com a Ana, quando ela ali passasse e deixaram que eu seguisse.

Um dos acampamentos na trilha para as ruínas de Choquequirao, no Peru

Um dos acampamentos na trilha para as ruínas de Choquequirao, no Peru


Chegando lá embaixo, tratei de conversar com as pessoas. Ai estão construindo a nova ponte, que deve ficar pronta no início do ano que vem. Por enquanto, só mesmo no pequeno teleférico. Do outro lado do rio, além da trilha, não há nada. Teria de subir uma hora, mais de 300 metros de altitude, para encontrar as primeiras casas e tentar contratar um arriero. Já estava tarde a o cansaço bem forte. Preferi ficar por ali mesmo e conversar com quem chegava do lado de lá, dois ou três grupos de turistas que retornavam com seus arrieros. Nada consegui com o primeiro (mulas muito cansadas), bati na trave com o segundo (amanhã, era seu sagrado dia de descanso) e, no segundo tempo da prorrogação, encontrei um bem simpático que postergou suas férias para fazer mais esse serviço. Viva! Finalmente, poderia me esquecer dos problemas e me concentrar unicamente nas belezas do caminho!

Encontro caloroso com turistas peruanos que já voltavam de Choquequirao, no Peru

Encontro caloroso com turistas peruanos que já voltavam de Choquequirao, no Peru


Logo depois, chegaram o nosso arriero do lado de cá e, um pouco depois, a Ana e o Gustavo. Enquanto montávamos a barraca, a Ana me contava do engraçado encontro com os simpáticos turistas peruanos, que a haviam reconhecido assim que ela entrou no outro acampamento. Também, não há muitas outras Anas por aqui para eles se confundirem, heheh.

Arrieros descansam e conversam em um dos acampamentos na trilha para Choquequirao, no Peru

Arrieros descansam e conversam em um dos acampamentos na trilha para Choquequirao, no Peru


Ainda antes do nosso jantar, um macarrão com molho de sopa que devoramos intensamente, ainda deu tempo de relaxarmos um pouco na beira do rio, pés na água gelada. O momento agora era para nos prepararmos psicologicamente para a subida de amanhã. Vê-la do lado de cá do rio realmente impressiona. E assusta. Dá até para entender porque querem fazer o tal do teleférico! Mas, para nós, serão as pernas mesmo! Com a muito benvinda ajudas das mulas, claro!

Molhando os pés na água fria no final da tarde e do primeiro dia de caminhada para as ruínas de Choquequirao, no Peru

Molhando os pés na água fria no final da tarde e do primeiro dia de caminhada para as ruínas de Choquequirao, no Peru

Peru, Choquequirao, Parque, trilha

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Curtindo St. Pierre

Martinica, Saint-Pierre

Prédio histórico de St. Pierre, antiga capital de Martinica

Prédio histórico de St. Pierre, antiga capital de Martinica


Impossível não pensar no Mount Pelée e na tragédia de 1902 aqui em St. Pierre. Mas nem só disso vive a cidade! Lá se vão 110 anos daquele fatídico 08 de Maio, a cidade foi reconstruída e seus habitantes levam uma vida muito normal!

Com o nosso carro nas estradas de St. Pierre, antiga capital de Martinica

Com o nosso carro nas estradas de St. Pierre, antiga capital de Martinica


Caminhando em rua de St. Pierre, antiga capital de Martinica

Caminhando em rua de St. Pierre, antiga capital de Martinica


A população de hoje é apenas 1/6 do que era ao final do século XIX, quando St. Pierre era a orgulhosa capital da Martinica, com 30 mil habitantes. Hoje, é uma tranquila cidade do interior, com belas praias de águas transparentes e calmas, excelentes para um banho ou para fazer snorkel.

Mercado de St. Pierre, antiga capital de Martinica

Mercado de St. Pierre, antiga capital de Martinica


Nas ruas do centro, um movimentado mercado, alguns restaurantes e bares de frente à orla e ao porto. Bastam uns 15 minutos de caminhada para percorrer as duas ruas principais, onde estão a igreja, o antigo teatro, o museu e alguns prédios históricos.

Cardápio de restaurante em St. Pierre, antiga capital de Martinica

Cardápio de restaurante em St. Pierre, antiga capital de Martinica


Nosso lanche predileto na Martinica: saunduíche na baguete!

Nosso lanche predileto na Martinica: saunduíche na baguete!


Depois do mergulho pela manhã, nós estivemos um pouco por ali. O almoço foi o tradicional e delicioso sanduíche na baguete. Afinal, estamos na França! Depois, uma cerveja gelada no boteco copo sujo na orla.

Nosso hotel em St. Pierre, no norte de Martinica

Nosso hotel em St. Pierre, no norte de Martinica


De volta o nosso hotel, no sul da cidade, uma deliciosa tarde na praia de areias escuras. Tínhamos de repartir toda aquela praia com no máximo outras 4-5 pessoas. Cenário ideal para relaxar e não pensar em nada.

Tranquila praia de areias escuras ao sul de St. Pierre, no norte de Martinica

Tranquila praia de areias escuras ao sul de St. Pierre, no norte de Martinica


Banho de mar no fim de tarde em praia no sul de St. Pierre, no norte de Martinica

Banho de mar no fim de tarde em praia no sul de St. Pierre, no norte de Martinica


Melhor ainda foi ir nadar no mar, levando nossas máscaras e câmera fotográfica. Enquanto o sol se punha, a gente perseguia linguados e caranguejos ou simplesmente se deliciava naquela água quase morna com visibilidade de mais de 15 metros. Uma enorme piscina.

Fazendo snorkel nas águas azul-transparentes de St. Pierre, no norte de Martinica

Fazendo snorkel nas águas azul-transparentes de St. Pierre, no norte de Martinica


Fazendo snorkel nas águas azul-transparentes de St. Pierre, no norte de Martinica

Fazendo snorkel nas águas azul-transparentes de St. Pierre, no norte de Martinica


Foi nossa última tarde em St. Pierre e na Martinica. Não poderia ter sido mais gostoso! Amanhã, nosso barco para Sta. Lúcia só sai de tarde, então ainda vamos poder pegar uma prainha pela manhã! Depois, algum tempo para ver a capital Fort-de-France e para o sul seguimos, a última perna de barco nessa etapa da viagem. De volta à fala inglesa e ao lado esquerdo da estrada...

Fazendo snorkel no fim de tarde em praia ao sul de St. Pierre, no norte de Martinica

Fazendo snorkel no fim de tarde em praia ao sul de St. Pierre, no norte de Martinica

Martinica, Saint-Pierre, cidade, Praia

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