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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Com o Gustavo, caminhando em rua do centro de Cusco, no Peru
Durante o dia de hoje, além de visitarmos o antigo palácio Qorikancha (ver post anterior), fizemos uma das melhores coisas que se pode fazer em Cusco: caminhar sem rumo por suas ruas, ruelas, praças e ladeiras. Por aqui, respira-se história por todo lado, afinal estamos numa cidade com mais de 800 anos. Além disso, inspira-se contemporaneidade, pois vemos pessoas de todos os cantos do mundo, alguns apenas visitando, outros passando uma temporada mais longa, apaixonados por essa cidade tão cativante. Para receber e entreter gente tão diversa, são inúmeros bares e restaurantes, comida de 1ª categoria das mais diversas cozinhas, do barato ao descolado, do caro ao requintado.
Em Cusco, ficamos hospedados em frente à Plaza San Francisco (A), bem pertinho da Plaza de Armas (B). Mas a nossa vizinhança preferida foram as ruelas e escadarias do bairro de San Blás, ao redor da pequena igreja com o mesmo nome(C)
Há também as igrejas coloniais, museus sobre os mais diversos assuntos, lojas de produtos típicos ou internacionais e um sem número de agências de viagem para nos ajudar ou empurrar algum passeio entre as infinitas possibilidades por aqui e ao redor da cidade. Enfim, estamos numa cidade internacional, uma das mais esplendorosas urbes do séc XV e fortíssima candidata ao título imaginário de “capital do continente”.
Pátio interno de museu em Cusco, no Peru
Artesãs trabalham em pátio interno de museu em Cusco, no Peru
Para ajudar a conhecer tantas atrações espalhadas na cidade e região, vende-se um bilhete com desconto que dá acesso à várias delas. Ontem, quando fomos à Sacsayhuaman (uma das atrações incluídas no tal bilhete), resolvemos comprá-lo. Hoje, para fazer valer o investimento, tratamos de visitar outras atrações que já estão incluídas. São pequenos museus aqui no centro de Cusco. As outras (e mais empolgantes) atrações estão espalhadas pelo Valle Sagrado, aonde iremos amanhã.
Visita a um dos muitos museus de Cusco, no Peru
A incrível arte da micropintura em cabaças, em museu de Cusco, no Peru
Entre os museus, o que mais me atraiu foram os históricos. Um deles, sobre o vida de Topa Inca, filho do grande Pachacuti. Foi em seu reinado que os incas teriam chegado à Galápagos e Ilha de Páscoa, algo que ainda é matéria em discussão. De qualquer maneira, para mim foi uma grande surpresa, pois jamais imaginei que eles tivessem sido navegadores. Quem sabe, se tivessem um pouco mais de tempo, não teriam chegado à China? Quais teriam sido as consequências históricas desse encontro?
A incrível arte da micropintura em cabaças, em museu de Cusco, no Peru
Hábeis artesãs praticam o tear em pátio interno de museu em Cusco, no Peru
Outro museu tratava da história da cidade na época colonial, já sob domínio espanhol. Aqui, o que mais me interessou foi o relato da revolta liderada por Tupac Amaru II. Esse foi o “nome de guerra” de um mestiço que se dizia descendente direto do último dos imperadores incas, Tupac Amaru, morto pelos espanhóis em 1572. A revolta de Tupac Amaru II foi a maior enfrentada pelos espanhóis no séc XVIII, em toda a América Latina. Ele liderou um exército com dezenas de milhares de indígenas e mestiços e centenas de espanhóis foram mortos. Entre eles, o governador da província, executado por seu próprio escravo, sob as ordens de Tupac Amaru. Mas ao final, ele foi capturado e os espanhóis não tiveram dó. A sentença do julgamento, exposta no museu, impressiona. Tupac Amaru teve de assistir a sua esposa e filho mais velho serem mortos em praça pública. Depois, teve sua língua cortada. Finalmente, amarrado a quatro cavalos, foi esquartejado. Tenho a impressão que a jurisprudência evoluiu um pouco, desde então... Um enorme quadro no museu nos “ajuda” a visualizar a cena, ocorrida bem ali, na Plaza de Armas, no mesmo lugar onde, duzentos anos antes, fora executado o Tupac Amaru original.
Representação bastante clara da morte por esquartejamento do líder revolucionário Tupac Amaru, em museu de Cusco, no Peru
Além de museus e igrejas, fomos também à uma agência de viagens, a Aita Peru, indicada por um amigo que nos segue no Facebook. Muito eficiente mesmo, a Hilaria nos ajudou com hotéis e reservas para os próximos dias. Com isso, estamos com nosso roteiro fechadíssimo. Amanhã, dormimos em Ollantaytambo. Depois, Águas Calientes e Ollantaytambo novamente. Por fim, a caminhada em Choquequirao, onde a Hilária ficou de nos arrumar um “arriero” (condutor de mulas). Programação decidida e fechada, pudemos relaxar e aproveitar as horas seguintes caminhando sem destino pelo centro de Cusco.
Foto tradicional nas ruas de Cusco, no Peru, com uma lhama e algumas cholas
Experimentando chapeu em lojinha de Cusco, no Peru
Quer dizer, “sem destino” é modo de falar, pois tínhamos um “destino” sim! Era o bairro de San Blas, do outro lado da Plaza de Armas. É um dos bairros mais antigos e tradicionais da cidade, construído sobre uma colina que se ergue por ali. São ruas estreitas e escadarias por onde não quase não passam carros. Muitos restaurantes e pousadas e uma simpática praça, justamente onde está a pequena igreja de San Blás. Sem dúvida, a mais charmosa vizinhança da cidade, um enorme prazer simplesmente caminhar por suas ruelas.
Caminhando pelas ruas e escadarias do bairro de San Blas, em Cusco, no Peru
A deliciosa e tradicional cerveja local, em Cusco, no Peru
Aí tivemos um delicioso almoço tardio e daí, numa rua mais alta, admiramos a cidade de Cusco e seus telhados vermelhos. Longe das multidões da Plaza de Armas e da confusão da região do Mercado Central, aqui vimos um lado mais autêntico da cidade e, se não fosse pela Fiona, concluímos que seria o lugar certo para nos hospedarmos. Quem sabe, da próxima vez. Só vai ser difícil escolher entre as tantas pousadas.
Praça de San Blas, em Cusco, no Peru
Bonecas a venda na praça de San Blas, em Cusco, no Peru
Foi aqui que vimos também que nem todo mundo em Cusco gosta de tantos turistas em suas ruas e restaurantes. Uma frase simples e emblemática escrita na parede, nos fez parar e pensar. Difícil não concordar com ela, principalmente quando, com tantos restaurantes espalhados pelo centro histórico, é tão difícil encontrar alguma mesa que esteja ocupada por gente local. Isso vinha me incomodando e, ao ler a frase, encontrei a tradução do que me afligia. Mesmo sabendo, ainda que não querendo, que nós também somos parte disso...
Nem todos concordam com todo esse turismo em Cusco, no Peru
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