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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuÃna é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
O famoso farol de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Duas caracterÃsticas fazem de Cabo Polonio um lugar muito especial no litoral do Uruguai. Em primeiro lugar, as enormes dunas de areia que praticamente isolam a região do resto do mundo, algo único no paÃs. Em segundo, a marca registrada da vila, o farol centenário que se ergue na colina e ilumina a noite escura, uma vez a cada 12 segundos, e que orienta não apenas os navegantes em alto mar, mas também os habitantes em terra, referência segura e constante, 365 dias por ano, a quem quer que esteja a seus pés ou a 20 milhas de distância.
O famoso farol de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
O famoso farol de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Essas duas atrações podem e devem ser visitadas por quem viaja a Cabo Polonio. Afinal, são as maiores atrações do lugar, literalmente. O farol está a cinco minutos de caminhada da vila e é aberto à visitação durante o dia. As dunas estão um pouco mais distantes, mas basta meia hora de caminhada pela praia, sentido norte, para se chegar à região onde estão as maiores delas. É justamente do alto do farol e das dunas que se tem as vistas mais impressionantes do parque e do oceano e valem cada gota de esforço para se chegar até lá.
Mar agitado e as dunas ao longe, em Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
O famoso farol de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Nós fomos ao farol na manhã do nosso segundo dia em Cabo Polonio. O dia amanheceu com o céu azul e sol radiante, um estÃmulo a mais para se chegar ao topo do farol e aproveitar a vista desimpedida lá de cima. Além disso, é de dentro da área do farol que temos a melhor chance de chegar mais perto da colônia de lobos-marinhos. A maioria deles prefere ficar em uma ilha rochosa a uns metros da costa, mas mesmo a essa distância se pode ouvir bem a barulheira que fazem por lá. Para nós, acostumados com o som desses mamÃferos em nossa viagem para a Antártida, foi uma doce reminiscência. Um pequeno grupo deles estava mais próximo, bem na pontinha da penÃnsula, mas cercas e avisos nos impedem de aproximar. A ideia é dar o máximo de sossego aos animais, interferindo ao mÃnimo com sua rotina. O remédio, então, é usar o zoom de nossa máquina fotográfica.
Lobos-marinhos descansam em pequena ilha rochosa em frente a Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Lobos marinhos na encosta rochosa de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
De qualquer maneira, estávamos mais interessados em subir o farol do que ver e ouvir os lobos. Uma estreita escada em caracol com quase 100 degraus nos leva até o topo da torre de 26 metros de altura. Meus pais preferiram ficar embaixo, onde já há informações técnicas e históricas do farol que foi inaugurado em 1881, enquanto eu e a Ana encaramos a pequena escalada. Antes que ficássemos tontos, já estávamos no alto tirando fotografias, tanto do enorme espelho usado para amplificar a luz do farol como da própria e ampla vista que se tem lá de cima.
Visto de baixo, o farol de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Escadaria do farol de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Dali ainda é possÃvel ver mais lobos-marinhos, não só aqueles se aquecendo ao sol nas ilhas e na ponta da penÃnsula, mas também grupos de animais refrescando-se e nadando no mar ao longo da costa. Mas vemos muito mais longe do que isso. Milhas e milhas mar adentro. No sentido oposto, todo o desenho da penÃnsula onde se localiza o farol. Contornada pelo campo de dunas. A pequena cidade quase aos pés da torre, as casas pequenas espalhadas na campina e ao longo da praia do norte. Aliás, é para esta direção que o campo de dunas se estende mais adiante. Em um dia de céu azul como hoje, a visão é sublime.
O grande espelho refletor do farol de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
A bela vista do alto do farol de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Satisfeitos com a vista, descemos a torre para reencontrarmos meus pais que pacientemente nos aguardavam na base. Juntos, caminhamos uma vez mais para a praia do sul, aquela onde estivemos ontem. Com o dia lindo que fazia hoje, ela estava ainda mais cheia. Tinha até serviço de aluguel de guarda-sol e nós pegamos o nosso. Uma caipirinha, um mergulho no mar, conversa jogada fora e eu animei de fazer uma longa caminhada para as dunas na praia do norte. A Ana ficou com meus pais e eu parti, em ritmo acelerado, para ver até onde animava de ir.
No alto do farol de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
No alto do farol de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Atravessei novamente a campina e logo estava com os pés na areia novamente. O inÃcio da praia do norte ainda tem algum movimento, mas 15 minutos de passos rápidos e eu já estava sozinho naquela praia quase infinita. As dunas ao longo da costa eram cada vez mais altas, mas eu preferia caminhar pela praia mesmo, pé na água. Só não resisti quando percebi uma espécie de vale entre as dunas, com direito a riacho e até uma pequena cascata. Era como um caminho entre as montanhas de areia e a duzentos metros da praia ele desembocava em uma pequena lagoa. Lindo! Na volta para a praia, resolvi subir a duna mais alta e ter uma visão geral de onde estava. Foi aà que vi dunas ainda mais altas ao longe e também que a praia infinita não era tão infinita assim. Pelo menos, percebi uma grande curva no horizonte e decidi que, ao menos até ali, eu iria caminhar.
Do alto do farol se pode ver, ao mesmo tempo, as duas praias ao redor da penÃnsula de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
E assim foi, uns três ou quatro quilômetros a mais e eu cheguei à tal curva. Nesse ponto, as dunas de areia já chegavam quase até o mar, restando apenas uma praia bem estreita. Estava até meio difÃcil de caminhar. Subi na duna então e, lá do alto, já bem próximo, vi as maiores dunas da região. Para minha surpresa, tinha gente em cima delas! Então, deixei o mar para trás e fui caminhando até lá, cortando caminho pelo campo de dunas. Uns quinze minutos mais tarde, cheguei ao topo da maior delas e a vista era impressionante. Para minha surpresa, tinha uma cidade ali perto!
Trilha de 15 kms entre Cabo Polonio e Valizas, ida e volta, no litoral do Uruguai. Na ida, acompanhando a praia, na volta, cortando caminho pelas maiores dunas do paÃs
Barra do rio Valizas, alguns quilômetros ao norte de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai (foto da internet)
Pois é, era Valizas. Esse é o nome não só da cidade, mas também de um rio que delimita a parte norte do parque de Cabo Polonio. Para mim, surpresa total, pois não tinha reparado isso no mapa. Desci a duna para o lado de lá e fui averiguar mais de perto. Quanto mais perto do rio, mais gente na praia. O visual é lindo, montanhas de areia caindo sobre o mar, bem ao lado desse pequeno rio de águas limpas. Atravessei o rio para o lado de lá e useis meu único dinheiro para comprar uma refrescante água mineral e uma deliciosa cerveja.
As dunas de Valizas, alguns quilômetros ao norte de Cabo Polonio, são as maiores do Uruguai (foto da internet)
As dunas chegam quase até o mar nas proximidades de Valizas, perto de Cabo polonio, no litoral do Uruguai (foto de Uruguay Anti Natural)
Até Valizas é possÃvel chegar de carro. E ela está ainda mais próxima das dunas gigantes do que Cabo Polonio. Basta atravessar o rio e caminhar uns cinco minutos para se chegar até elas. Se Cabo Polonio é ainda quase desconhecida fora do Uruguai, a pequena Valizas, então, nem se fala. Eu nunca tinha ouvido falar e foi uma gratÃssima surpresa chegar até aqui. Daria para ficar horas ao lado daquele rio, hora mergulhando em água doce, ora mergulhando em água salgada, intercalado com passeio nas dunas.
No fim de tarde, a Ana sobe em duna de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
No fim de tarde, a Ana sobe em duna de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Já era o meio da trade e eu tinha de voltar. Mas fui por um caminho diferente dessa vez. Ao invés de seguir pela linha da costa, cruzei pelo longo campo de dunas, quase em linha reta, em direção a Cabo Polonio. Nas partes baixas, me perdia um pouco, mas nas partes altas, eu me localizava a acertava o prumo. Até que descobri uma espécie de trilha, com pegadas e tudo, e segui por ela. Adivinha só onde eu fui chegar? Quase naquela pequena lagoa que eu havia estado mais cedo! Segui pelo vale encantado e cheguei à praia. Dez minutos de caminhada com o pé no mar em direção ao cabo e cruzei com uma pessoa caminhando na minha direção. Era a Ana!
Fim de tarde nas dunas de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Fim de tarde nas dunas de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Não tive dúvidas! Inverti a marcha e levei a Ana até o vale que eu havia descoberto e até o alto da duma ali do lado. A luz do fim de tarde tornava tudo mais bonito e a sensação era de estarmos em Jericoacoara (CE), Itaúnas (ES) ou Manque Seco (BA). Aquela pequena lagoa dava até um quê de Lençóis Maranhenses (MA). Mas não era nada disso, não! Nem estamos no Brasil! Isso aqui é o Uruguai e nós estamos no belÃssimo Parque Nacional Cabo Polonio. Foi uma caminhada para não me esquecer mais, muito especial dentro esses 1000dias. Ainda mais finalizando com esse fim de tarde mágico, no meio das dunas, junto com a Ana. Cabo Polonio ficará, para sempre, no coração!
Fim de tarde nas dunas de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Quando fui andar nas dunas fiquei com vontade de andar até Valizas, mas o vento estava forte e tive a impressão das dunas mudarem de lugar, fiquei com medo de me perder (estava sozinha)..aà depois de muitas fotos, brincar na areia e levar uma surra dela também com o vento rssrs..resolvi assistir o pôr do sol da praia! Quando cheguei lá estava rolando um casamento pé na areia (tipo o de vcs na Ilha do Mel), e aquele pôr do sol incrÃvel no mar...Foi lindo <3
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