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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
O belíssimo Lake Moraine, na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá
Ontem, depois da longa e maravilhosa caminhada na região do Lake Louise, ficamos sem tempo de voltar à outra das maravilhas da natureza do parque: o Lake Moraine. Tínhamos estado lá rapidamente, com chuva, no final do dia de anteontem. E juramos que iríamos voltar, de tão bonito que era. Então, hoje cedo, ainda antes de partirmos para Jasper, mais ao norte, retornamos ao Lake Moraine.
O belíssimo Lake Moraine, na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá
O nome vem da sua origem glacial. “Moraine” é o nome que se dá ao acumulo de pedras e entulho que uma geleira vai construindo ao longo do tempo. Esses verdadeiros rios de gelo carregam em suas costas pedaços das montanhas e vales pelos quais atravessa. Na sua luta para alargar o canal por onde passa, vai gerando desabamentos e as pedras que caem ficam sobre o gelo, que se desloca uns poucos metros por ano. Em algum ponto, na extremidade da geleira, o gelo derrete, É aí que ficam todas as pedras carregadas durante séculos. Acabam formando um monte de entulho que é o que chamamos de “Moraine”. Quando a geleira retrocede, por causa das mudanças climáticas, e deixa em seu lugar um rio, as “Moraines” acabam se transformando em diques naturais, favorecendo a formação de lagos. Como não tivemos glaciares no Brasil, essa não é uma palavra muito comum no nosso vocabulário, mas “moraine” em português é “morena”.
Caminhada pelo incrível Lake Moraine, na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá
Fascinado pelas cores do Lake Moraine, na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá
Bom, ainda bem que voltamos lá, pois o lago é uma das coisas mais lindas que já vimos nessa viagem. Ainda mais bonito que o Lake Louise, para falar a verdade. O seu verde é mais escuro e, sem vento por ali, é um verdadeiro espelho gigante, refletindo a paisagem de florestas verdes e montanhas nevadas ao seu redor. Uma verdadeira pintura! Palavras não podem fazer jus àquilo, mas as fotos mostram, pelo menos em parte, a beleza magnífica do lugar.
Pessoas esperam companheiros para poder completar o grupo e caminhar em área de ursos, na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá
Aviso de que apenas grupos com 4 pessoas, no mínimo, podem caminhar nessa área na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá
Nós fizemos uma curta trilha pela sua orla, pela floresta de pinheiros, o lago maravilhoso sempre ao nosso lado. Como ainda estava cedo, quase não havia turistas por ali e a sensação de contato com a natureza era ainda maior. Pelo caminho, outras trilhas saiam em direção às montanhas, mas nós não teríamos tempo de percorrê-las. Nem que quiséssemos, seria muito simples. Isso porque somos apenas dois e, nessa época do ano, o mínimo por grupo são quatro pessoas. Tudo por causa dos ursos, que tendem a respeitar grupos maiores de pessoas. Se um ranger (o guarda do parque) te pega fazendo a trilha fora de um grupo, as multas são pesadíssimas. E, pelo jeito, as pessoas respeitam pois, numa das entradas, lá estava um casal acompanhado de seu cão esperando que mais gente aparecesse, para poder fazer a trilha. Até olharam com esperança para nós, mas teriam de esperar mais um pouco...
Mirante de observação do magnífico Lake Moraine, na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá
feliz, durante passeio pelo Lake Moraine, na região de Lake Louise, em Alberta, no Canadá
Fizemos essa trilha na orla do lago e subimos novamente no alto da “morena”, onde está o mais acessível mirante para observar todo o lago. Um colírio para os olhos, muita fotos e até um encontro com um grupo de brasileiras que viajava pelo local. Conversamos bastante com a guia, que mora no verão por aqui, recebendo turistas enviados por agências brasileiras e, no inverno, na California, de onde acompanha turistas brasileiros para o Havaí. Que bela vida! Literalmente!
O magnífico cenário da estrada entre Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá
Um dos muitos belos lagos na estrada entre Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá
Ainda “flutuando” com tanta beleza, voltamos para a Fiona e pegamos a estrada em direção à Jasper, no norte. Logo que saímos da cidade de Lake Louise, mudamos de parques: deixamos o Banff National Park e entramos no Jasper National Park. O principal centro de apoio desse parque é a cidade de Jasper, 230 km ao norte de Lake Louise.
A incrível paisagem atravessada pela estrada que liga Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá
Pode parecer longe, mas a estrada que liga as duas cidades passa por paisagens tão incríveis que a gente nem vê o tempo passar. São montanhas, lagos e geleiras que vão prendendo a nossa atenção, fazendo a gente querer parar em cada curva, fotografar ou simplesmente respirar aquela beleza incrível.
A geleira de Crowfoot, agora com apenas dois dedos, na estrada entre Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá
Foto antiga mostra a geleira de Crowfoot ainda com três dedos, na estrada entre Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá
A primeira parada foi em frente a geleira conhecida como Crowfoot, ou “pé do corvo”. Não demora muito para adivinhar a razão do nome. Mas, infelizmente, está faltando um dedo do corvo, que estava lá quando a geleira foi batizada, há um século. Podemos ver as fotos antigas e perceber como o gelo recuou nesses últimos 100 anos. Prova irrefutável de que algo está mudando no nosso planeta. O segundo dedo também está diminuindo, mas mesmo assim, a magnitude da geleira, pendurada na montanha, impressiona.
Lagos e montanhas na estrada entre Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá
Mas à frente, passamos por diversos lagos, cada um mais belo do que o outro. Todos da família do Lake Louise, pela cor. Aliás, essa cor vem dos minerais presentes nas pedras trazidas pelas pequenas geleiras atuais. As pedras acabam se dissolvendo na água e tingindo o lago com essa cor mista de azul e verde. Uma beleza!
Estrada que corta as montanhas e a belíssima paisagem entre Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá
Seguindo adiante, chegamos à maior geleira da região, originada em um enorme campo de gelo por detrás das montanhas chamado de Columbia Icefields. Olhando bem de longe, já ficamos impressionados com sua envergadura, principalmente quando, com muito trabalho e esforço, conseguimos discernir pessoas caminhando sobre ela, minúsculos pontos escuros naquela vastidão branca e gelada.
Admirado com a grandiosidade da paisagem entre Lake Louise e Jasper, em Alberta, no Canadá
minúsculas pessoas caminham na geleira de Columbia Ice Fields, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá
Para lá seguimos com a Fiona, loucos para matar nossa saudade de caminhar me geleiras. A última vez tinha sido na Islândia (trecho da nossa viagem que, vergonhosamente, eu ainda não relatei. Mas chego lá, pois as fotos do país são absolutamente maravilhosas e merecem ser mostradas!), em maio desse ano. Conforme vamos chegando mais perto, mais tomamos ciência do tamanho do rio de gelo. É de tirar o fôlego...
Pessoas caminham pelo Columbia Ice Fields, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá
Temos de estacionar a mais de um quilômetro de onde a geleira está e caminhar o resto do tempo. Primeiro, subir uma antiga e enorme “moraine” e depois, descer do lado de lá, até chegar ao ponto em que o gelo encontra a terra. No caminho, diversas placas marcam o ponto onde estava a geleira nos anos anteriores. É bem triste passar pelas marcas de 1982 e 1992 e ver o quanto a geleira retrocedeu nessas ultimas décadas. Triste e preocupante.
A caminho da geleira em Columbia Ice Fields, a placa marca até onde o gelo chegava em 1982 (no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá)
Explorando a geleira de Columbia Ice Fields, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá
Preocupação é o que sente os administradores do parque, colocando diversos cartazes dizendo que é proibido caminhar sobre a geleira, devido ao perigo de se cair em alguma das diversas fissuras escondidas por neve ou gelo fino. Mas os avisos são simplesmente ignorados pelas pessoas e nós fomos na onda, claro! Afinal, chegar até ali e não seguir para ver de perto seria um pecado. Com todo o cuidado, claro!
Caminhando pela fantástica geleira de Columbia Ice Fields, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá
Seguimos uns quinhentos metros geleira acima, pelo menos até o ponto onde não havia mais turistas ou pessoas à minha frente. Só aí, vendo aquela imensidão puramente branca defronte a mim, me dei por satisfeito. Aqui, o gelo é mais branco, pois até onde as pessoas caminham ele está bem sujo de pó e pedras. A beleza e a sensação de solidão são indescritíveis. A força da natureza que sentimos sob os nossos pés também. Ao contrário da Islândia, onde as geleiras eram cheias de fissuras e buracos em fundo, aqui ela era bem mais homogenia, uma enorme massa de água congelada em movimento. Uma força primordial da natureza, a qual só podemos respeitar e admirar.
Riacho atravessa a geleira de Columbia Ice Fields, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá
Rio corta canyon através de diversas camadas de rocha, em Athabasca Falls, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá
Os pequenos riachos que correm sobre o gelo são o lembrete de que ela está derretendo. De pouco em pouco, mas está derretendo. Esses pequeno riachos tornam o cenário ainda mais belo, formando até pequenas corredeiras e cachoeiras. Mas também nos alertam do perigo do gelo que pode ceder, então caminhamos cuidadosamente de volta à terra firme.
Atravessando antigo canyon criado (e abandonado) pelo rio, em Athabasca Falls, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá
Ainda havia mais atrações pelo caminho, antes de chegarmos à Jasper, então seguimos em frente. Agora, depois de tantas montanhas, lagos e geleiras, a próxima parada foi numa grande cachoeira, no principal rio da região, o Athabasca. Ao longo de milhares de anos de erosão, ele formou um impressionante canyon nessa parte do rio. Através de várias passarelas, podemos caminhar sobre essa maravilha natural e, através dos painéis explicativos, podemos viajar no tempo e entender como se dá a eterna luta entre a água e a rocha que tenta cercar o seu caminho.
O balé das águas na Athabasca Falls, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá
Normalmente, tendemos a ver essas paisagens de forma estática, como se aquilo tivesse nascido assim, como que por uma passe de mágica e que continuará da mesma maneira, pela eternidade. Nada disso! Pode ser assim na ridícula escala de tempo de nossas vidas, mas considere alguns poucos milhares de anos e logo percebemos o quão dinâmico e efêmero é isso tudo. As cachoeiras e canyons que estávamos vendo tem essa idade. E, para a nossa surpresa, não é apenas a água que vence essa luta. Ao lado do canyon onde passa o rio atualmente está um outro canyon, seco. Por ali passou a água por um bom tempo, mas acabou perdendo a batalha para a dureza da pedra e acabou seguindo por outro caminho, onde a rocha era mais mole. Caminhar por ali e imaginar os antigos turbilhões de água moldando e arranhando as paredes é bem legal. Entender como se dá todo o processo o torna ainda mais interessante, ao invés de “destruir a poesia”, como pensam alguns.
Um dos mirantes de Athabasca Falls, no Jasper National Park, em Alberta, no Canadá
Enfim, tantas atrações haviam no caminho que chegamos já de tarde em Jasper, sem tempo para ver uma sequência de lagos coloridos que requeriam uma trilha de meia hora para ser percorrida. Fomos diretamente para a cidade. Final de feriado, foi um pouco mais fácil encontrar hotel. Ainda tivemos forças para um jantar com vinho no bar do próprio hotel, com direito à música ao vivo da melhor qualidade. O músico mandava muito bem no francês e inglês, além de tocar diversos instrumentos, inclusive uma espécie de cavaquinho e um pandeiro que se toca com os pés. Incrível! Valeu cada gotinha do nosso vinho! Aliás, o dia de hoje valeu cada minuto do nosso tempo. Viva o Canadá!
Olha só a gente "perdido" no meio do Canadá!
Uaaaalllll....
"viajar" com vocês por esse cantinho espetacular do Canadá só aguçou mais ainda esse meu sonho de conhecê-lo!
Poderia informar, o custo, em média, para percorrer esses parques e trilhas?
Obrigada por partilhar conosco a magnitude que vai além do nosso mundinho!
Resposta:
Olá Bell
É um prazer para nós compartilhar essa nossa viagem. Principalmente quando recebemos comentários assim!
Então, não é caro não. Dependendo do parquet, a entrada custa entre 0 e 10 dólares. AS trilhas qause sempre são bem marcadas e não necessitam guia.
Caro mesmo é só viajar do Brasil até lá!
Um abraço
Lindas imagens
Resposta:
Oi Monyse
Obrigado! Ao vivo, são ainda mais lindas!!!
Um abraço
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