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A ocupação de Tocantins iniciou-se, assim como várias outras regiões ...
Deixamos a Fiona guardadinha numa vaga que só a Ana consegue manobrar, n...
Enquanto não chegava a hora do médico da Ana, no meio da tarde, aprovei...
Jonas (13/09)
Muito bom ler acerca desses fatos históricos, onde há muitas versões, ...
santiago (09/09)
Parabens pela viagem! linda fantastica, amei esse bloc. Felecidade a voce...
mabel (09/09)
Muito gostoso ter novamente os relatos. Lugares muito diferentes!!!! A...
Ana Christ (09/09)
Rodrigo e Ana, venho por meio dessa (rsrs), dar notícias sobre minha via...
Ana Friedl (07/09)
Gostaria de saber se vocês atravessam panamá , Costa Rica . E se sim di...
Fila na fronteira entre o México e os Estados Unidos, em Tijuana
A passagem de Tijuana para os Estados Unidos é considerada a fronteira mais movimentada do mundo. Na verdade, são dois locais de passagem: San Ysidro, bem no centro, a poucos quarteirões do nosso hotel e Otay, a uns 15 km a leste. A primeira tem muito mais movimento, mas também com muito mais oficiais de imigração. Otay é a preferida para quem está de carro, já que se pode chegar lá rapidamente através de grandes avenidas.
Um dos muitos monumentos nas praças de Tijuana, no México. Esse em homenagem ao último imperador asteca, Cuauhtémoc
Um serviço por telefone informa a todo momento a quantidade de carros nas duas passagens e com isso dá para estimar um tempo de espera. Normalmente, Otay tem sido mais rápida porque San Ysidro está passando por uma grande reforma e quase metade de suas cancelas está fechada. Não é a toa que, quando ligamos para o serviço telefônico pela manhã, a informação foi de uma fila de 80 carros em Otay e 200 carros em San Ysidro (nos dois casos, o número de carros para cada uma das muitas filas de cada passagem).
Dirigindo pela cidade de Tijuana, na fronteira do México com os Estados Unidos
Bom, diante disso, partimos para Otay. A avenida segue ao lado da fronteira por muitos quilômetros, um enorme muro com arame farpado separando os dois países. Parece até uma penitenciária. Encaixamo-nos em uma das filas, que agora pareciam ter mais de 80 carros, e nos preparamos psicologicamente para uma longa espera. Ela foi andando mesmo bem devagar e, quando chegamos a uma distância civilizada da fronteira, deixei a Ana no carro e segui a pé para ver se adiantava a burocracia da Fiona do lado mexicano.
O muro que separa Tijuana, no México, de San Diego, nos Estados Unidos
Resolvi fazer isso porque 99,99% dos carros que ali passam são americanos ou mexicanos e não tem burocracia nenhuma do lado de cá. Não era nosso caso. Quando entramos no México, vindos da Guatemala, fizemos um depósito de quase 400 dólares. É a garantia do governo mexicano de que não vamos vender a Fiona por aqui sem um processo próprio de importação. Se não retirarmos o carro do país num período de seis meses, perdemos esse dinheiro. Pois bem, estava na hora de acertar as contas e recuperar essa boa bufunfa!
O muro que separa Tijuana, no México, de San Diego, nos Estados Unidos
Para minha indignação, foi só aí que descobri que esse processo não é feito aqui em Otay. Apenas em San Ysidro. Pior! No ponto onde a Fiona estava, já não dava mais para sair da fila. A única escolha (ou não-escolha) era seguir na fila e entrar nos EUA. Bom, numa hora dessa, só podemos rir para não chorar... E assim fomos, rindo do nosso infortúnio, até a fronteira. Ali fomos recebidos por um simpático oficial que ficou muito curioso com a Fiona e a nossa viagem. Mas isso não o impediu de nos enviar para um processo mais rigoroso, logo em frente. Depois das duas horas na fila, esses quinze minutos a mais nem deram para o cheiro. Estávamos, oficialmente, dentro do Tio Sam! Para quem saiu de uma longínqua Curitiba, lá no sul do Brasil, não é pouca coisa não! Viva!!!
Fila na fronteira entre o México e os Estados Unidos, em Tijuana
Mas não deu muito tempo de comemorar não. Ainda não tínhamos esquecido dos 400 dólares! E nem desistido deles! Assim, já dentro dos EUA, fomos seguindo pelas freeways até a fronteira de San Ysidro, tão pertinho do hotel que passamos a noite. Aí, resolvemos arriscar! Deixamos a Fiona num estacionamento, tiramos fotos para provar que ela estava nos EUA e passamos pela fronteira a pé mesmo. Quer dizer, no shuttle do estacionamento. Infinitamente mais rápido e fácil que passar do sul para o norte, dessa vez, quando nos demos conta, já estávamos no México, de volta à Tijuana.
O nome combina com a profissão... Anúncio na fronteira entre México e Estados Unidos, em Tijuana
Encontramos a aduana e fomos chorar a nossa situação. Obviamente que de nada adiantou. Precisavam do carro ali, ao vivo e à cores! Ao menos, nos ensinaram como fazer o processo. Primeiro, sem passar pela fila, precisávamos ir ao Banjército. Aí fariam a checagem do carro e o estorno do dinheiro. Depois, para a fila! Pelo menos, serviu de consolo que, caso tivéssemos vindo por aqui hoje de manhã, teríamos tido o mesmo problema, pois não passaríamos no banco (que fica a alguns quarteirões da passagem!) antes e acabaríamos nos EUA sem ter dado baixa na Fiona da mesma maneira.
Um dos muitos vendedores ambulantes na fronteira entre o México e os Esrados Unidos, em Tijuana
Enfim, tínhamos de ir lá do outro lado buscar a Fiona. Mas, para isso, outra fila enorme na fronteira, dessa vez para pedestres. Mais uma hora e meia de fila. Haja paciência! Pelo menos, dessa vez, o oficial nos liberou diretamente, compadecido com nossas caras de cansados. Já estava escuro quando caminhos os quinhentos metros até o estacionamento e, já à bordo da Fiona, entramos no México uma vez mais, processo que leva 30 segundos.
O GPS aponta: estamos quase lá! (fronteira de México e EUA, em Tijuana)
Seguimos diretamente para o Banjercito, passamos pela burocracia em 15 minutos, passamos no McDonald´s que estava no caminho e seguimos para o fim da fila, pela terceira vez hoje. Outra hora e meia de fila e entramos nos EUA pela terceira vez no dia. Já somos gatos escaldados nessa fronteira tão conhecida e temida que separa o terceiro do primeiro mundo. Ufff, não queremos ver fronteiras mais por um bom tempo!
Dirigindo nas freeways de San Diego, na Califórnia - EUA
Agora sim, em definitivo, estávamos nos Estados Unidos. O nosso GPS nos guiou tranquilamente pelas freeways até o nosso hotel em San Diego. Finalmente, estávamos usando o mapa que veio dentro do aparelho, quando o compramos em Miami há quase 2 anos. Antes tarde do que nunca!
Foto em estacionamento nos EUA para mostrar na aduana mexicana que a Fiona estava lá. Não adiantou!
É, antes tarde do que nunca mesmo! Eram quase 11 da noite quando nos instalamos no hotel, a primeira noite de uma longa temporada que pretendemos passar neste gigantesco e maravilhoso país, tão diferente de tudo o que vimos até agora. Hasta la vista, querida América Latina, hello, América anglo-saxônica!
Chegando de noite em San Diego, no sul da Califórnia - Estados Unidos
A magnífica paisagem da estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile
Saímos hoje de Santiago rumo a Mendoza, na Argentina. No caminho, uma parada importante: a famosa estação de esqui de Portillo, já bem perto da fronteira, a quase 3 mil metros de altitude nos Andes, sonho de muitos brasileiros e cidadãos de outros continentes, principalmente na temporada de inverno.
O hotel e a estação de esqui foram abertos ao público em 1949, a exatos 2.880 metros de altitude. Mas os teleféricos aí instalados levam os esquiadores bem mais alto, até os 3.300 metros. Daí, eles podem esquiar quase 800 metros para baixo, até os 2.550 metros, de onde um teleférico os leva de volta ao hotel ou ao alto da pista novamente.
Rumo ao Paso Cristo Redentor, sobre os Andes, entre Santiago (Chile) e Mendoza (Argentina)
O famoso hotel da estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile
A estação de Portillo ganhou fama internacional depois que foi sede de um campeonato mundial em 1966. Desde então, tornou-se um dos locais prediletos para treinos de diversas equipes de países do hemisfério norte, principalmente quando é verão por lá e inverno por aqui. Entre os fregueses costumeiros estão equipes dos Estados Unidos, Áustria e Itália.
Cadeirinhas desligadas na estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile
Agora, em plena primavera, a estação de esqui está fechada. Mesmo assim, parar por aqui é um colírio para os olhos. O hotel fica ao lado da Laguna del Inca, um lago alpino espremido entre várias montanhas cobertas de neve. É uma paisagem magnífica, um verdadeiro colírio para os olhos. Para quem se hospeda no hotel, pode até tomar banho de piscina aquecida no meio de todo esse visual. Para quem não é hóspede, a opção é comer no restaurante, que também tem suas janelas voltadas para esta paisagem deslumbrante. E se você não quiser ver as montanhas, pode ver os diversos quadros que adornam as paredes, mostrando todos os esquiadores famosos que já passaram por aqui.
A magnífica paisagem da estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile
A gente foi só conhecer o lugar, mas não comemos. Preferimos nos divertir com o enorme São Bernardo que recepciona os visitantes. Nesta época do ano, ele deve achar o movimento meio caído e fica fazendo cara de enfadado. Mas que é um cão que combina com aquela paisagem, isso ele é!
A magnífica paisagem da estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile
Bom, depois da nossa parada em Portillo (o hotel fica na beira da estrada!), seguimos mais uns poucos quilômetros e passamos pela aduana chilena. Nem precisamos nos deter ali, pois toda a aduana e burocracia, chilena e argentina, é feita do lado de lá, dentro de um acordo entre os dois países. Seguimos adiante, subimos mais um pouco até que, aos 3.200 metros, chegamos à fronteira propriamente dita, o Paso Cristo Redentor, também conhecido como Paso Los Libertadores.
Piscina do hotel da estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile
A curiosidade é que essa fronteira está dentro de um túnel com cerca de 3 quilômetros de extensão. Entramos no Chile e saímos na Argentina, assim, num passe de mágica. Essa é a fronteira mais utilizada entre os dois países, sempre com muito tráfego pesado, caminhões e ônibus. Do lado chileno, temos de vencer uma verdadeira ladeira inclinada, muitas idas e voltas num ziguezague interminável. Na verdade, termina sim, são pouco mais de 30 voltas no tal caracol que serpenteia montanha acima. Já no lado argentino, a descida é bem mais suave.
Algumas das equipes de esqui internacionais que já se hospedaram e treinaram na estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile
Mas não foi sempre assim. O túnel foi inaugurado em 1980 e, antes dele, a estrada subia muito mais alto, até os 3.800 metros, com mais 65 voltas no ziguezague. Lá encima estava (e continua lá!) uma estátua do Cristo Redentor, com 7 metros de altura sobre um pedestal com outros 6 metros. Daí vem o nome dessa importante ligação entre os dois países.
A Ana com o cão São Bernardo que é o mascote da estação de esqui de Portillo, próximo ao Paso Cristo Redentor, entre Argentina e Chile
Foi por aí que passaram as tropas do general argentino San Martin em 1817, na campanha militar que liberou o Chile do jugo espanhol. Essa estrada foi solenemente inaugurada em 1904, uma celebração entre os dois países que, pouco tempo antes, quase chegaram à guerra por questões fronteiriças. Ao invés da guerra, veio e paz e, com ela, essa estrada por onde já transitaram milhões de pessoas entre os dois países vizinhos, Primeiro, lá por cima, ao lado da estátua. Mais tarde, pelo túnel, por onde passamos eu, a Ana e a Fiona hoje, de volta ao país dos hermanos que tanto amamos! Começa mais uma etapa dos nossos 1000dias!
Chegando à fronteira entre Chile e Argentina no Paso Cristo Redentor, na estrada que liga Santiago a Mendoza
Rodrigo e Ana na barca para a Ilha do Mel
Três semanas antes do início da viagem, fui com a Ana à estação ferroviária de Curitiba. Fomos comprar nossas passagens para Morretes. Nosso plano era iniciar os 1000 dias com uma viagem de trem. Desceríamos na estação do Marumbi e subiríamos o Monte Olimpo. Depois, desceríamos até Morretes, mataríamos a fome com um Barreado e dormiríamos em Paranaguá. No dia seguinte, cedinho, barca para Superagui.
Passagens compradas, tudo certo, era o que pensávamos. Nada disso! São Pedro não ajudou e subir o Olimpo com chuva não é tarefa fácil. Além disso, não conseguimos fazer a mudança do apartamento a tempo. E, a pá de cal nos nossos planos, descobrimos que não tinha barca de Paranaguá para Superagui no sábado. Perdemos as passagens compradas com tanto zelo e antecedência e o Marumbi ficou para depois.
O plano B, feito às pressas, não ficou devendo nada ao plano inicial. Decidimos partir no dia 28 cedinho, a bordo da Fiona, para a Ilha do Mel e de lá para Superagui. Desta maneira, faríamos duas homenagens que consideramos muito importantes. Primeiro, à Fiona, o carro que vai nos levar por toda América. Nada mais justo que iniciar a viagem com ela. Segundo, à Ilha do Mel. Foi lá que eu me apaixonei pelo Paraná, foi lá que eu comecei a namorar a Ana, foi lá que escolhemos nos casar (http://www.icasei.com.br/roana).
Justas homenagens feitas, não ficamos muito tempo na Ilha nâo. Vinte minutos depois de chegarmos, chegou o nosso "taxi" para Superagui: uma voadeira pilotada pelo Flavinho que, já com 19 anos, agora deveria ser o Flavião. Em tempo: em dois dias voltamos para a Ilha do Mel para, aí sim, curtir esse lugar tão especial.
Praia de Fora, vista do alto do Farol
Vinte minutos de voadeira e chegamos à Pousada Sobre as Ondas, dos sempre atenciosos Carioca e Denise. Um casal admirável, que parece ter a metade da idade que tem e que sempre faz a gente se sentir em casa.
Superagui, pelo menos o que eu conheço, é sempre aquela calma danada. Depois do nosso stress da última semana, alguns minutos por lá logo nos faz lembrar que o tempo pode passar muito mais devagar, de forma muito mais saborosa e real. Acredito ser este o tempo de verdade, não o que estamos acostumados, na nossa atribulada vida de cidade grande.
Atravessando de voadeira, da Ilha do Mel para Superagui
Atravessando dunas na viagem entre Paulino Neves e Barreirinhas - MA
Onze anos depois, finalmente fiz a travessia Paulino Neves - Barreirinhas no próprio carro. Da outra vez, bastaram alguns quilômetros na saudosa Maria (Pampa 4x4) para eu desistir. Ainda era no percurso Tutóia-Paulino Neves, qu hoje está asfaltado. Bastou uma ponte quebrada e uma água mais funda para eu desistir. E bastou andar alguns quilômetros no areial depois de Paulino neves, já a caminho de Barreirinhas para eu agradecer aos céus por não ter insistido.
Com a Dona Mazé, dona da pousada em Paulino Neves - MA
Hoje, com a Fiona, a história foi diferente. Esse caminho muda constantemente, seja pelas dunas que vagarosamente se movem, seja pelas chuvas que criam novas lagoas e charcos. Um track de GPS do ano passado é inútil esse ano. A melhor estratégia e seguir a Toyota de linha, que faz o caminho diariamente. Assim fizemos, depois de combinar com o motorista da Toyota, claro.
Atravessando ponte na viagem entre Paulino Neves e Barreirinhas - MA
Para carros baixos, até que dá passar pelas águas do caminho. O problema maior são os areais. O fluxo de Toyotas cria trilhas com a parte central muito alta. Tem de ser carro alto. E traçado, claro. Mesmo assim, patina bastante. Mas a Fiona passou bem, sem mesmo ter de abaixar os pneus. É uma valente, hehehe!
Atravessando areial na viagem entre Paulino Neves e Barreirinhas - MA
Em Barreirinhas, a gente se instalou na Pousada Lins. Por um dia. Amanhã, seguimos para Atins, no encontro do rio Preguiças com o mar. Lá será nossa base para explorar o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. Passamos algum tempo discutindo sobre como chegar lá: de barco ou de carro. E, se for de carro, com o nosso ou na Toyota de linha? E se for de barco, numa voadeira ou no barco de linha? Conversamos com amigos, o pessoal do hotel e da pousada que vamos ficar lá. A decisão foi pelo barco de linha mesmo, que desce preguiçosamente o rio Preguiças, hehehe. Fiz isso da última vez e tenho boas lembranças. Vamos ver como será dessa vez...
Orla do rio Preguiças, em Barreirinhas - MA
Aqui em Barreirinhas, passeamos pela orla do rio, cheia de restaurantes. A cidade cesceu, sem dúvida. Mas, fora de temporada, está bem tranquila. Fomos verificar a possibilidade de fazer um sobrevôo do parque, mas para hoje, o avião estava em manutenção. Quem sabe na volta, na segunda?
Rio Preguiças, em Barreirinhas - MA
Por fim, fomos comemorar nosso 1o ano de casados ao contrário (21 meses) num jantar em um hotel chique daqui, o Porto Preguiças. Indicação do primo Haroldo. Hmmm... o risoto de camarão estava maravilhoso! Valeu cada centavo!
Jantar de comemoração em Barreirinhas - MA
Para os próximos dias (vamos passar pelo menos três noites por lá), parece que não teremos internet. Então, vamos ficar meio silenciosos. Mas, não se preocupem! Voltamos com a corda toda, cheio de histórias e fotos!
Com o Sven e a Karen no Witti Creek, na Reserva Natural de Brownsberg, no Suriname
Hoje, o programa era fazer alguma caminhada no parque e voltar para Paramaribo no meio da tarde. Lá, tínhamos de atualizar nossas coisas na internet, preparar nossas mochilas para mais uma volta no Caribe e a Fiona para um mês de descanso no estacionamento do hotel. Nosso avião parte às 06:15, mas o ônibus que nos leva do hotel ao aeroporto sai às 02:45 da madrugada!
Atravessando a densa floresta da Reserva Natural de Brownsberg, no Suriname
Para a caminhada de hoje, escolhemos a mais bela e também a mais longa delas, de acordo com o mapa e informações do parque. Desocupamos nossa enorme casa, recolocamos nossas roupas e botas ainda molhadas da chuva de ontem, empacotamos tudo na Fiona e iniciamos a trilha para Witti Creek. Junto conosco, o Sven e a karen, a belga que madrugou conversando com a Ana ontem.
Atravessando a densa floresta da Reserva Natural de Brownsberg, no Suriname
O caminho é realmente mais longo, mas a descida é muito mais suave do que ontem. A trilha é menos batida e erodida que a trilha para as cachoeiras, já que é bem menos frequentada. Isso a torna mais "natural", de alguma maneira parece que estamos mais integrados à natureza. Árvores gigantescas e muito verde nos rodeiam todo o tempo, assim como os sons de sapos, insetos, pássaros e macacos. A descida dura um pouco mais de uma hora, eu e o Sven à frente, trocando algumas impressões enquanto a Ana e a Karen conversam o tempo todo lá atrás. O Sven se impressiona com a quantidade de assunto, já que a conversa já tinha ido até às três da manhã da noite anterior. Rimos juntos.
Delicioso banho no Witti Creek, na Reserva Natural de Brownsberg, no Suriname
O Witti Creek é um riacho de águas verdes que cruza a floresta lá embaixo. A trilha termina bem em um ponto onde há uma pequena queda d'água e uma piscina formada pelo riacho. Ao contrário de ontem, quando só podíamos tomar uma ducha nas cachoeiras, hoje foi possível mergulhar. Uma delícia!
Com o Sven e a Karen no Witti Creek, na Reserva Natural de Brownsberg, no Suriname
Mas não pudemos ficar muito tempo. Quer dizer, eu, a Ana e a Karen, que iria voltar de carona conosco. O Sven ficou mais um tempo por lá enquanto nós iniciamos o caminho de volta. Como ontem, fomos atingidos pela chuva, mas dessa vez a mata densa conseguiu nos proteger da água que vinha do céu. Eu vinha na frente e, de tempos em tempos esperava as meninas ao lado de uma enorme árvore. Realmente, estamos numa floresta amazônica!
Admirando a "arvorezinha", na trilha do Riacho Witti, na Reserva Natural de Brownsberg, no Suriname
Ainda pudemos tomar uma chuveirada lá no acampamento e voltamos para Paramaribo. Agora, aproveitando o asfalto de de qualidade, finalmente as meninas desistiram um pouco da conversa e dormiram um pouco. O sono e o esforço da caminhada fizeram seu efeito.
Delicioso banho no Witti Creek, na Reserva Natural de Brownsberg, no Suriname
Deixamos a Karen em sua guesthouse em Paramaribo e voltamos ao nosso hotel, já perto das seis da tarde. Aí, descarregamos a Fiona, rearrumamos nossas mochilas, deixamos as roupas molhadas e fedidas para lavar no hotel, lanchamos e trabalhamos um pouco. Quando finalmente desligamos nossos computadores e fechamos nossas mochilas, ainda muitos posts por fazer, já era meia noite. Mergulhamos na cama para um cochilo de duas horas...
Depois de tanto tempo, de volta à califórnia, nos Estados Unidos
No dia 26 de Março desse ano, nós entrávamos nos Estados Unidos com a Fiona pela primeira vez. Foi na fronteira Tijuana/San Diego e o post está no arquivo contando a história dessa epopeia. San Diego está no sul do estado da Califórnia, estado que tem encantado brasileiros por gerações, principalmente surfistas e amantes da vida mansa. Passamos quase duas semanas explorando o sul do estado, diversos parques nacionais e algumas cidades antes de deixar o estado rumo à Las Vegas, onde tínhamos um encontro marcado.
Nosso caminho de hoje. Infelizmente, nem o Google Maps tem as pequenas estradas de terra que passamos para chegar mais diretamente as cavernas do Oregon (B)
Sete meses mais tarde, após uma enorme volta por todo o país, incluindo o Alaska, viajar pelo Canadá, fazer um tour pelo Caribe e ir conhecer os rincões gelados da Groelândia e Islândia, hoje era o dia de voltarmos ao Golden State. Mas dessa vez chegaríamos pelo norte, vindos do Oregon, sem complicações de fronteira. O que não mudou foi a trilha musical que embalou esse momento, a deliciosa música de Lulu Santos, “Garota, Eu Vou Prá Califórnia”.
O gerente do nosso motel em Ashland, que consertou o computador da Ana (sul do Oregon, nos Estados Unidos)
Mas antes disso, ainda tínhamos uma programação pelo sul do Oregon! Pela manhã, saímos da simpática, teatral e colorida Ashland. Uma foto de despedida do gerente do nosso motel que ontem, com toda a simpatia, consertou o computador da Ana, tomado por um irritante e teimoso vírus. Enquanto passeávamos por entre as árvores coloridas da cidade, o computador foi vacinado e já está pronto para ir até a Argentina! E nós, prontos para o dia de viagem!
A bela região onde está o Oregon Caves National Monument, no sul do estado, nos Estados Unidos
Saímos em direção ao Oregon Caves National Monument, uma região famosa por suas cavernas. Mais interessante que o próprio parque foi o caminho para chegar até lá. Nada de autoestradas que davam uma longa volta! Nosso GPS resolveu seguir pelos atalhos, estradas rurais e caminhos que cortam a National Florest vizinha ao parque. Estradas feitas para combater incêndios, nada acostumadas a receber turistas brasileiros dirigindo seu carro nacional, hehehe. As raras pessoas que cruzamos nesse caminho completamente perdido do mundo devem ter se perguntado de onde a gente tinha aparecido! Mas, enfim, mesmo por aquele emaranhado de estadas de terra subindo montanhas e descendo desfiladeiros, a Fiona nos levou direitinho até a entrada do parque! Tração aqui e ali, para vencer trechos com neve ou gelo, no meio de matas de pinheiros, o que importa é que chegamos ao nosso destino, provavelmente no mesmo tempo que levaria dando a longa volta asfaltada.
Fechado para a estação, Oregon Caves National Monument, no sul do estado, nos Estados Unidos
Era o dia da eleição no país, deputados, senadores, governadores e o presidente sendo escolhidos pelo voto de 200 milhões de pessoas. Por aqui, dia de eleição é feito numa terça-feira, dia normal de trabalho. Mesmo assim, algo nos dizia que o parque não estaria aberto. Pois é, não estava mesmo! E nem podemos colocar a culpa no Obama ou no Romney. Não, a culpa é de São Pedro, que inventou as estações. O parque havia fechado no último final de semana e será reaberto somente em Março do ano que vem. Para nós, meio difícil de esperar...
Centro de visitantes vazio e fechado no Oregon Caves National Monument, no sul do estado, nos Estados Unidos
Bom, na verdade, não é o parque que fecha. Os parques nacionais americanos ficam abertos o ano inteiro. O que fecha é a infraestrutura: restaurante, centro de visitantes, lojas e, o mais chato de tudo, as estradas. Fecham para os carros, mas quem quiser entrar andando, vai conseguir. O problema é que, muitas vezes, as atrações estão dezenas de quilômetros parque adentro e caminhar até elas não é uma boa opção. Principalmente com neve caindo na cabeça!
Caverna fechada no Oregon Caves National Monument, no sul do estado, nos Estados Unidos
Seria o caso desse parque daqui, em anos normais. O Park Ranger que encontramos nos disse que, normalmente, já teríamos uns trinta centímetros de neve no chão nessa época. Porém, não neste ano! Mas não importa! Regras e prazos existem para serem cumpridos e a estrada estava fechada. O que, nesse pequeno parque, não importa muito. São menos de 500 metros de caminhada da cancela até a caverna principal. Pois é, cavernas, esse foi o problema! Elas fazem parte da “infraestrutura” e só podemos entrar acompanhados de um guia, em tours com hora marcada. E o próximo tour está marcado para Março!
Respirando o ar puro das montanhas do Oregon Caves National Monument, no sul do estado, nos Estados Unidos
Paciência! A caverna estava fechada, mas éramos livres para percorrer as trilhas acima da terra. Escolhemos uma delas, justamente aquela que nos levaria para o alto, para termos uma visão geral da região. No caminho, painéis explicativos nos ensinam sobre a geologia, a história das montanhas e o processo de formação das cavernas. Sempre fico impressionado com a quantidade de conhecimentos que a humanidade já tem dos processos naturais em nosso planeta e o quão antigo rochas e montanhas podem ser. Aqui, por exemplo, tudo começou abaixo do mar. Bactérias, no seu processo de sobrevivência, foram retirando cálcio da água do mar e formando corais e recifes, ao longo de milhões de anos. Uma reviravolta no movimento das placas tectônicas e esses corais vão parar embaixo da terra, sob a pressão d algumas bilhões de toneladas. Eles se recristalizam, formando mármore. Novo choque de placas, o oceano escorre para o lado, o mármore se levanda da terra e forma a base de uma montanha. Outros milhões de anos de ação da erosão, lençõeis freáticos e o frio e calor das estações, as pedras racham, dão passagem a rios subterrâneos que formam galerias. Os rios afundam ainda mais, e as galerias, agora vazias, são cavernas para serem exploradas pelo mais novo animal do planeta, o bicho-homem! Pelo menos aqui nesse parque, não no inverno, mas na primavera, a partir de Março!
Visita ao Oregon Caves National Monument, no sul do estado, nos Estados Unidos
Assim, depois de muito aprender sobre rochas metamórficas, ígneas ou sedimentares, mas sem ver as cavernas por dentro, seguimos caminho para o próximo destino, a Califórnia! A ideia era recomeçar nossas andanças pelo terceiro maior estado americano (depois do Alaska e do Texas) pelo norte, pelo Redwood National Park.
Estrada de terra corta o Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Pois foram exatamente essas gigantes que nos deram as boas vindas depois de 7 meses fora da Califórnia. O parque nacional se estende por boa parte da região costeira ao norte do estado e a principal cidade-base é Crescent City. Para lá seguíamos já no fim de tarde quando tivemos a chance de deixar a estrada principal de lado e tomar uma estrada alternativa, de terra, que cortava um dos trechos do parque.
Um magnífico exemplar de Redwood, no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Quase já não havia luz, principalmente abaixo daquela floresta de árvores gigantes. As Redwoods, primas das Sequoias que já conhecemos, são as mais altas árvores do planeta, ultrapassando com facilidade a marca dos 100 metros de altura. Não são tão “gordas” como suas parentes e, apesar do nome, também não são tão vermelhas. O “vermelho” do nome vem da cor da madeira no seu interior, que não conseguimos ver. A grossa casca que a protege (“bark”, em inglês) de todos os insetos, parasitas e até incêndios tem vários tons de cinza, do mais claro ao mais escuro, e faz dessas gigantes um ser praticamente imortal. Não é a toa que chegam a viver mais de 2 mil anos!
A Fiona fica pequena perto das árvores do Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Então, bem no final de tarde, passando por entre essas gigantes, praticamente sós naquele parque, tivemos nosso momento de magia nesse dia que nos trouxe de volta ao ponto inicial de nossa viagem pelos Estados Unidos. Parece ter sido ontem quando estivemos entre as Sequoias! E hoje, entre as maravilhosas Redwoods! Foi fantástico! Já no escuro, chegamos à Crescent City, ansiosos para que o dia raie novamente. Amanhã, vamos ver o parque com a ajuda do sol. Essa tarde foi apenas o aperitivo entre as silenciosas e imponentes Redwoods!
Nossa primeira árvore gigante no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
A charmosa Goiás Velho - GO
Goiás Velho, Cidade de Goiás ou Vila Boa são todos nomes da mesma bela cidade, antiga capital do estado e patrimônio histórico da humanidade. Como não poderia deixar de ser, sua fundação está diretamente ligada à mineração, ocorrida principalmente no séc XVIII, para infortúnio dos índios goiases que ocupavam ateriormente a região e foram rapidamente extintos.
A charmosa Goiás Velho - GO
A cidade logo se desenvolveu, tornando-se capital da recém criada Capitania de Goiás, desmembrada da Capitania de São Paulo. E assim continuou por gerações, até a construção de Goiânia, no segundo quartil do séc XX. Mas, ainda hoje, como forma de homenagem, a velha cidade volta a ser a capital do estado por alguns dias, todos os anos.
Grande praça em Goiás Velho - GO
Nós também quisemos passar por lá, para render nossa homenagem à cidade. Normalmente muito menos badalada do que Pirenópolis, Goiás Velho também tem seus momentos de ferveção. Um deles é durante o FICA, Festival Internacional de Cinema Ambiental. Pousadas lotadas, ruas movimentadas, programação variada, a cidade se enche de vida. O FICA ocorre sempre no início de Junho e, neste ano, será na semana que vem. Deste modo, pegamos a cidade ainda vazia, mas se preparando para a intensa semana que está para começar...
Fiona descansa na sombra na quente Goiás Velho - GO
Estacionamos a Fiona na deliciosa sombra de uma árvore frondosa e fomos caminhar pelas ruas históricas. Como hoje é segunda, dia internacioal de fechamento de museus e outras atrações, estava quase tudo fechado, salvo umas poucas igrejas. Até a casa da poetisa Cora Coralina, que conheci a outra vez que aqui estive, estava fechada. Já início da tarde, fomos logo atrás de comida, antes que os restaurantes fechassem também. Comemos um delicioso empadão, uma das especialidades da culinária goiana e especialmente gostoso em Goiás Velho.
O delicioso empadão, comida típica em Goiás Velho - GO
Bem alimentados, a Ana foi fazer a digestão num salão, que há meses ela ansiava. Enquanto ela ficava ainda mais bonita, eu caminhei pela pacata cidade, procurando sempre as sombras para fugir do intenso calor e fotografando as ruas de pedra e construções históricas.
Igreja em Goiás Velho - GO
Já no fim da tarde estávamos juntos novamente, hora de partir para Rio Verde. Com a luz bem bonita, passamos pelo mirante de onde se pode admirar a famosa Serra Dourada, ao lado da cidade e que dá nome ao estádio em Goiânia. Exatamente na hora em que ela fica mesmo dourada.
A famosa Serra Dourada, região de Goiás Velho - GO
Depois, a paciente viagem até Rio Verde, uma das capitais da rica agricultura do estado, já bem no sul de Goiás. É aqui que vamos, amanhã, fazer a revisão dos 40 mil km da Fiona. Depois de tantas estradas de terra, bem que estava na hora de um bom alinhamento/balanceamento e também de uma limpeza do ar condicionado, que tem castigado bastante a Ana. Na cidade, fomos muito bem recebidos pelo Chico e pelo Nando no bar do Capim, no centro de Rio Verde. A conversa se estendeu bastante, acompanhada de boa comida e bebida. Finalmente, rumamos para a fazenda, céu absolutamente estrelado, maravilhoso, longe das luzes da cidade. Dormir numa fazenda é sempre rejuvenescedor!
O Nando e o Chico nos recepcionaram em Rio Verde - GO
Straw Market - Nassau - Bahamas
Voltamos mais uma vez para Nassau. Já nos sentimos locais, he he he. Caminhamos pelas ruas de forma malandra, sabemos onde estão as lojas, bares, praias. No aeroporto, acho que devido às nossas caixas pretas de mergulho, o pessoal já nos reconhece. Ao invés do "Welcome to Nassau", ouvimos "Welcome back!".
Aqui no hotel, também já nos sentimos em casa e somos tratados como tal. Até a arara acho que nos reconheceu. Hoje, ela veio andando para perto de mim e, bem baixinho, de forma respeitosa, disse o seu conhecido "Hello". Quase um cochicho. Cochichei de volta. Já somos amigos!
Aproveitamos o dia para descançar na praia, lavar roupa, pegar dinheiro no banco, colocar a internet em dia, rever "antigos" amigos, tirar algumas fotos. Bem tranquilo.
Straw Market - Nassau - Bahamas
Amanhã, um novo país. Ou quase. Turks e Caicos ainda é parte do Reino Unido. Vamos ficar lá 5-6 dias. Aos poucos, vou dando informações do país.
Deixamos as Bahamas já com saudades. Poderíamos ter passado um mês por aqui, facilmente. Ilhas e lugares paradisíacos não faltam. Talvez a gente volte, quando chegarmos à Flórida, com a Fiona. Para ir à outras ilhas. Bimini, Ábacos, Exumas... opções não faltam. Mas, ao voltarmos, certamente este é um lugar que devemos passar novamente, centro do país. Back to Nassau ou, como eles falam, "Bék t'Néssa".
Cervejas das Bahamas
Cartaz no bar do Fred
Pôr-do-sol na Praia do Forte - BA
Demorou um pouco mais para conseguirmos partir hoje já que toda a bagagem estava fora do Fiona. Com paciência e muito jeitinho arrumamos toda a nossa casa, bem mais limpa depois do banho, e partimos de Salvador depois de nos despedirmos mais uma vez da Mônica. Afinal, já tínhamos nos despedido na hora do café da manhã e só partimos quando ela já estava em casa para o almoço.
Praia de Itapoã, em Salvador - BA
Rumo ao litoral norte, deixando Salvador para trás. Antes disso, uma paradinha em Itapoã para fotos, já que no dia de Arembepe nossos planos de passar a tarde em Itapoã tinham ido por água abaixo.
Praia de Itapoã, em Salvador - BA
Depois, rápida viagem até a Praia do Forte, a uns 50 km de Salvador. Eu tinha estado com a Ana lá (aqui) há pouco mais de um ano. Na época, ainda trabalhava e tive um congresso no Iberostar, um dos grandes resorts da região. Esquemão diretoria, tudo pago, só mordomia. Mal saímos do hotel e só viemos um dia até a vila, caminhando, bem rapidinho.
Igreja da Praia do Forte - BA
Desta vez, estamos mais simplezinhos e viemos para uma pousada simpática, chamada Pousada dos Artistas. A vila, que estamos conhecendo de verdade só agora, parece um shopping a céu aberto. Lembra-me a Disneylandia, apesar de nunca ter estado lá, juro! Cheio de lojinhas, restaurantes e pousadinhas, tudo muito arrumadinho. Turismo bem família, todo mundo andando naqueles mistos de quadriciclos e bicicletas nas ruas por onde carros são proibidos. Bem diferente de onde temos passado...
Maré baixa na Praia do Forte - BA
A praia é cheia de pedras mas o visual é bem bonito. A principal atração do local são o Projeto Tamar e as piscinas naturais, que vamos visitar amanhã. Hoje, só deu tempo de caminhar pela praia até um ponto onde não há pedras e podemos nadar. Água bem gostosa, praia com temperatura agradável, sem vento. E um pôr-do-sol magnífico que valeu a caminhada.
Saindo do mar na Praia do Forte - BA
Amanhã, depois das piscinas e o Tamar, partimos rumo ao Mangue Seco, fronteira de Bahia e Sergipe. Terra de Tieta do Agreste...
Visita ao forte da família, em Corumbá, no Mato Grosso do Sul
A cidade de Corumbá, no extremo oeste do Mato Grosso do Sul, é considerada uma das principais portas para o Pantanal. Mas é o fato de estar na fronteira com a Bolívia que a faz mais conhecida entre jovens e estudantes que estão fazendo o seu primeiro mochilão pelas Américas: a popular viagem por terra até Machu Picchu. Alguns desses viajantes preferem voar até La Paz e daí começar sua odisseia, mas assim perdem uma das mais duras e “aventurescas” partes da viagem que é justamente o celebrado “trem da morte”, que liga Quijarro à Santa Cruz de la Sierra. Quijarro é vizinha de Corumbá, do outro lado da fronteira.
A bela orla de Corumbá, no Mato Grosso do Sul
O rio Paraguai, em Corumbá, no Mato Grosso do Sul
Mas a história e a fama de Corumbá são muito mais antigas que o turismo à Machu Picchu ou ao Pantanal. A cidade foi fundada no final do séc. XVIII, ainda quando espanhóis e portugueses disputavam a área. A região era estratégica justamente pelo acesso a toda a bacia do Pantanal e pelo excelente porto nas margens do rio Paraguai. Por fim, conforme previa o Tratado de Madrid, foram mesmo os portugueses que consolidaram sua presença por lá.
Equipe de TV portuguesa filma em antigo prédio em Corumbá, no Mato Grosso do Sul
O maior desafio à soberania veio quase um século mais tarde, quando a cidade foi ocupada por tropas paraguaias, assim permanecendo durante boa parte da guerra. Foi o território brasileiro que mais tempo esteve sob domínio estrangeiro. Mas ao final, com a quase aniquilação da nação vizinha, Corumbá voltou a ser brasileira e sua importância não parou mais de crescer, até o auge no final do século.
Casario centenário em Corumbá, no Mato Grosso do Sul
Corumbá tornou-se o principal porto fluvial da América Latina e um dos mais importantes do mundo. Navios de grande calado subiam o rio Paraguai até a cidade, para onde traziam mercadorias a serem distribuídas até Cáceres e Cuiabá. Levavam de volta a produção agrícola e parte da borracha produzida na Amazônia. A forte movimentação econômica trouxe riqueza para a cidade, o que ainda pode ser observado no casario centenário na orla de Corumbá, assim como na sua parte alta. Mas a chegada da linha ferroviária e o declínio do ciclo da borracha tiraram o vigor do porto e da cidade, o fim dos anos dourados de Cuiabá.
Restaurante na estrada, em Miranda, onde deixamos o carro do Chico e encontramos caravana de viajantes, no caminho para Corumbá, no Mato Grosso do Sul
Bom, por essa mesma linha de trem passaram gerações de aventureiros de primeira viagem em busca da fronteira da Bolívia, o trem da morte e do caminho para La Paz, o Titicaca e Machu Picchu. A saudosa linha de trem saía de Bauru, em São Paulo, passava por Campo Grande e seguia para Corumbá. Eu estive entre os felizardos dessa viagem, nos seus últimos anos de funcionamento, em 1990. A gente passava boa parte da viagem no vagão-restaurante, tomando cerveja gelada e observando o paisagem pelas grandes janelas. Um espetáculo! Depois, já meio ressaqueados, íamos dormir na cabina para já acordar em Campo Grande. Mais uma esticada, chegávamos ao Pantanal, cruzávamos a grande ponte sobre o rio Paraguai e chegávamos à Corumbá. Doces memórias e total indignação com o inexplicável descaso dos nossos governos com o transporte ferroviário de passageiros no país. Essa, como tantas outras linhas de trem, foi cancelada ainda naquela década.
Cruzando o rio Paraguai, a caminho de Corumbá, no Mato Grosso do Sul
Levando o Chico na carona, a caminho de Corumbá, no Mato Grosso do Sul
Enfim, não consegui ver muito da cidade daquela vez. Na nossa pressa para continuarmos a viagem, logo pegamos um táxi para a fronteira, 12 km distante dali. Só para descobrir que os carimbos no passaporte tinham de ser feitos no centro da cidade. Assim, foram mais duas corridas de táxi para conseguirmos, enfim, entrar na Bolívia, na horrorosa Quijarro daqueles anos. Parece que hoje melhorou um pouco. Enfim, era esse o meu conhecimento visual de Corumbá: da janela do trem e do táxi. A saudade e admiração pela linha de trem Bauru-Corumbá já começaram no dia seguinte, quando enfrentamos as 17 horas de trem da morte até Santa Cruz. Mas isso já é outra história...
Os primos Junqueira chegam ao Forte Junqueira, em Corumbá, no Mato Grosso do Sul
Visitando o Forte Junqueira, em Corumbá, no Mato Grosso do Sul
De volta aos dias de hoje, não estávamos mais de trem, mas de carro. Carro não, de Fiona, hehehe! Saímos ontem pela manhã de Campo Grande, rumo ao oeste (veja o mapa no post anterior). Na metade do caminho, em Miranda, outra importante ponto de acesso às belezas do Pantanal, paramos em um restaurante de estrada e os simpáticos donos ofereceram o lugar para deixarmos o carro do Chico até que voltássemos, dois dias depois. Como teremos de passar por aqui novamente, no nosso caminho para Bonito, achamos melhor seguir em um só carro. Menos combustível e mais tempo juntos, fazia todo o sentido! Para completar, um pouco antes de partirmos do restaurante, apareceu uma caravana de jipes com simpáticos casais rumo à Machu Picchu. Ao verem a Fiona e saber de suas e nossas aventuras, fizeram muita festa para nós, um estímulo para que continuassem sua própria viagem. Foi joia!
Vista do rio Paraguai, do alto do Forte Junqueira, em Corumbá, no Mato Grosso do Sul
Bom, e nós continuamos a nossa, adentrando a área do Pantanal, atravessando o rio Paraguai e chegando à cidade no fim da tarde. Antes mesmo de acharmos um hotel, aproveitando a última hora em que ainda estaria aberto, seguimos ao Forte Junqueira, uma das atrações da cidade. Com esse nome, para mim, é uma das atrações do continente e do universo, hehehe! O forte foi um dos construídos depois da guerra do Paraguai, para impedir novas invasões, e seu nome é homenagem a um dos ministros de estado daquela época. Quem diria que eu já tive primo ministro, hein?
Vista do rio Paraguai, do alto do Forte Junqueira, em Corumbá, no Mato Grosso do Sul
Quartel onde se localiza o antigo Forte Junqueira, em Corumbá, no Mato Grosso do Sul
Para mim e para o Chico, orgulhosos Junqueiras, era uma visita obrigatória! O forte da família, ficamos até meio corujas, hehehe. Mas, brincadeiras a parte, a visita é bem interessante, principalmente pela vista que o local oferece do rio Paraguai e da infinita planície pantaneira à nossa frente. O forte fica dentro de um destacamento do exército e um simpático militar nos acompanha o tempo todo, dando explicações sobre a história do próprio forte, mas também sobre o destacamento militar e a atuação do exército na região. Foi bem legal!
Fim de tarde no Forte Junqueira, em Corumbá, no Mato Grosso do Sul
Depois do forte, aí sim fomos procurar um hotel. Devidamente instalados, fomos conhecer a night da cidade, que fica na orla do rio. Boa parte de Corumbá está na parte alta da cidade, ruas amplas e arborizadas, praças enormes ladeadas de prédios históricos. Mas é na parte baixa que está o casario mais bonito e colorido, resquício dos tempos de glória do maior porto fluvial de sua época. É aí que estão bares e restaurantes e onde fomos tomar uma cerveja bem gelada e nos informar sobre possíveis passeios de barco pela região.
Caminhando pela movimentada night de Corumbá, no Mato Grosso do Sul
Com o Chico, tomando uma cerveja gelada na night de Corumbá, no Mato Grosso do Sul
Tomamos nossa cerveja e decidimos não fazer o passeio nos barcos grandes, turísticos demais para o nosso gosto, além de não adentrarem muito o Pantanal. Decidimos, ao contrário, voltar de carro até a ponte sobre o rio Paraguai e, aí mesmo, encontrar uma voadeira que nos levasse para um passeio no rio. E assim foi, hoje de manhã; depois de mais uma sessão de fotos na bonita orla da cidade, fomos atrás da nossa voadeira para iniciarmos nossas explorações do Pantanal Sul. Amanhã, tem mais, quando vamos percorrer a estrada-parque. Enfim, tem muito de Pantanal pela frente!
Barcos que transitam pelo rio Paraguai, vistos do Forte Junqueira, em Corumbá, no Mato Grosso do Sul
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