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O primeiro programa do dia, logo depois do sadio café da manhã com vist...
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Sheila Moralles (07/10)
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Guto Junqueira (02/10)
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Tereza (30/09)
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Adorei seu blog , ams aidna não entendi direito como fazer um roteiro de...
Rodrigo Freire (29/09)
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Assistindo à erupção do geiser Strokkur na área de Geysir, parte do Golden Circle, na Islândia
Sempre achei a palavra “gêiser” engraçada, diferente e distante de todas as outras palavras do nosso idioma. Aqui na Islândia, terra de tantos vulcões e atividade geológica, sempre soube que encontraríamos gêiseres pela frente, mas não imaginei que descobriria, enfim, o significado da simpática palavra.
Esperando a erupção do Strokkur, um dos mais importantes gêiseres em Geysir, uma das atrações do Golden Circle, na Islândia
O Strokkur entra em eupção na área de Geysir, uma das atrações do Golden Circle, na Islândia
Depois do nosso mergulho espetacular na falha geológica que divide América e Europa e do longo passeio nas terras sagradas de Thingvellir, nós pegamos o carro e continuamos a fazer o circuito do Golden Circle. A próxima parada era exatamente no mais importante campo de gêiseres da Islândia, uma ilha profícua nesses fenômenos geológicos. Um gêiser necessita de condições bem específicas para acontecer e são bastante raros no mundo. Primeiro, é preciso magma por perto, para aquecer a água que será ejetada do solo. Depois, é preciso uma câmara subterrânea perto do magma ligada à superfície por um canal bem estreito. Por fim, é preciso uma fonte contínua de água para alimentar o sistema.
Região termal de Geysir, parte do Golden Circle, na Islândia
O processo funciona mais ou menos assim: a água na câmara subterrânea esquenta pela proximidade com o magma enquanto que a água fria, acima, serve como uma tampa, aumentando a pressão interna. Quase como se fosse uma panela de pressão. Com isso, a água na câmara pode ultrapassar em muito o ponto de ebulição e continuar líquida. É o que chamamos de “superaquecimento”. Finalmente, de tão quente, ela começa a formar bolhas que sobem coluna acima. Ao chegar no alto, fazem a água fria “derramar” para fora da piscina. Menos água encima, menos peso, menos pressão embaixo. Sem a pressão, a água de baixo que estava superaquecida se transforma em vapor rapidamente e sobe que nem um raio para cima, causando a erupção do gêiser. Bingo! Com a erupção, todo o sistema fica vazio. Mas a água que vem de entradas laterais enche a câmara novamente e todo o ciclo recomeça. É por isso que os gêiseres funcionam como um reloginho, entrando em erupção em intervalos regulares.
PLaca informativa na área de Geysir, parte do Golden Circle, na Islândia, mostra os principais gêiseres do mundo
Isso tudo vimos nos painéis explicativos espalhados pela área. Nós já tínhamos visto gêiseres no Atacama e eu, muito tempo atrás, na Nova Zelândia. Em breve estaremos também no Parque Yellowstone (EUA), outro lugar famosos por seus gêiseres. Lá está o gêiser mais famoso do mundo, o “Old Faithful”, que tem praticamente a mesma altura do gêiser mais regular daqui, o Strokkur. Foi esse que vimos por aqui entrando em erupção várias vezes, ao longo de mais de meia hora.
Assistindo à erupção do geiser Strokkur, na área de Geysir, parte do Golden Circle, na Islândia
Assistindo à erupção do geiser Strokkur, na área de Geysir, parte do Golden Circle, na Islândia
Strokkur pode ser o mais regular, mas não é o maior aqui da Islândia. Esse posto cabe a outro, que só entra em erupção depois de muita atividade vulcânica na área. Aí, ele pode chegar aos 80 metros de altura! E sabem o nome dele? “Geysir”! Daí nasceu a palavra “gêiser”, e não o contrário! Ele é que deu nome ao fenômeno, a todos os da sua espécie. “Geysir” é uma palavra viking e quer dizer “jorrar”. Faz sentido! E, quem diria, temos uma palavra em português que tem origem viking!
O Strokkur "descansa" entre duas erupções, em Geysir, na Islândia
Uma última curiosidade que aprendemos ali foi sobre um incrível mergulho que fizeram no Strokkur. Isso mesmo! Se vocês já nos acham louco por ter mergulhado na água gelada da fenda, hoje de manhã, isso não é nada comparado com o maluco do islandês que mergulhou nas águas ferventes do Strokkur. Ele desenvolveu uma roupa que aguentasse altas temperaturas, mas esse não era o maior perigo. O problema é que o Strokkur entra em erupção a cada 8 minutos. Então, esse era o tempo que ele tinha, pois mesmo a roupa não o salvaria do vapor em ebulição. Então, assim que o gêiser jorrou, ele pulou lá dentro, ficou uns poucos minutos e tratou de sair. A cor da água é linda, mas só de chegar perto já sentimos o calor. Isso sim é loucura!
A majestosa Gullfoss, uma das principais atrações do Golden Circle, na Islândia
A majestosa Gullfoss, uma das principais atrações do Golden Circle, na Islândia
Bom, depois da área de Geysir, seguimos um pouco adiante para chegarmos à outra grande atração do Golden Circle: a cachoeira de Gullfoss. Uma das mais populares do país, foi alvo durante décadas de uma grande polêmica. Queriam fazer uma Usina Hidrelétrica ali. Olhando tanta água caindo no estreito desfiladeiro, a tentação é mesmo grande. Ao mesmo tempo, imaginar aquela beleza toda embaixo d’água é de cortar o coração. Era isso o que pensava Sigrídur Tómasdóttir, filha de um antigo proprietário da área. Ela foi a maior ativista na luta contra a ideia da hidrelétrica e ameaçava se jogar na cachoeira caso o projeto fosse levado adiante. O fato da cachoeira ainda estar ali mostra quem ganhou a batalha! Sigridur é homenageada com um monumento no alto da Gullfoss.
Visitando a cachoeira Gullfoss, uma das principais atrações do Golden Circle, na Islândia
São vários mirantes espalhados pela área para podermos admirar essa obra da natureza. Interessante também é ver as fotos de Gullfoss no inverno, quase toda coberta de gelo e neve. Além de gelada, deve ser linda!
Visitando a cachoeira Gullfoss, uma das principais atrações do Golden Circle, na Islândia
Com esse dia espetacular, terminamos nosso turismo de natureza aqui na Islândia. Mas não era ainda o fim da viagem. Uma semana tão intensa merecia uma comemoração. Então, voltamos para Reykjavik ainda com luz e resolvemos tirar a mão do bolso e investir em um belo jantar, com direito a vinho e vista da cidade. Nosso último jantar no país, já que amanhã voamos de volta aos EUA. Foi maravilhoso, mas isso é um assunto para o próximo post.
Foto invernal da Gullfoss, uma das principais atrações do Golden Circle, na Islândia, coberta de gelo e neve
O Lago Negro, em Gramado - RS
Era ainda meados da década de 70 quando ouvi falar pela primeira vez nessa região que agora visitamos. Eu vivia em Belo Horizonte, ainda na tenra infância, quando meus pais visitaram a cidade de Gramado. Se não me engano, vieram de carro. Fico imaginando as estradas e os carros daquela época. Fico imaginando o caminho e as cidades em que passaram. Fico imaginando a Gramado daquela época... Nostálgico que sou, mesmo em relação àquilo que não vi e conheci, sempre tenho a impressão que preferiria as coisas do passado. Daquela viagem, lembro das histórias, de algumas fotos, de alguns nomes. Nomes que, de certa forma, criaram uma atmosfera meio mágica no cérebro de uma criança de seis anos. O "Lago Negro", envolto em mistérios, ou "Laje de Pedra", o maior hotel que minha mãe já tinha visto...
A Cachoeira do Caracol, em Canela - RS
Escadaria para a Cachoeira do Caracol estava fechada, em Canela - RS
Agora, 35 anos depois, cá estou eu transitando com a minha esposa entre as cidades de Canela e Gramado. O engraçado é que eu estava falando para ela sobre o tal maior hotel que minha mãe havia conhecido, mas que eu não me lembrava o nome quando, bingo!, lá estava a placa para o Laje de Pedra! Muito legal!
Visitando o parque do Caracol, em Canela - RS
Parque do Caracol, em Canela - RS
Bem, nós saímos cedo de Nova Petrópolis, nossa "base de operações" em direção à Canela, passando pelo centro de Gramado. O primeiro destino foi exatamente o mais conhecido, a Cachoeira do Caracol, uma das mais belas do país. A visão realmente é magnífica, do alto do mirante. Infelizmente, a longa escadaria de mais de 700 degraus que leva até a base da cachoeira está em manutenção. Da outra vez que estive aqui, há seis anos, pude descer. Vale à pena, pela paisagem espetacular. Pena que a água do rio não é das mais cheirosas, mas dizem que já foi pior...
O belo canyon da Ferradura, em Canela - RS
A cachoeira fica em um parque com o mesmo nome e é possível fazer uma trilha bem agradável por entre corredeiras, bosques e campos. Tudo muito arrumadinho. De lá, seguimos para a segunda atração natural mais famosa, que para mim é até mais bonita: o canyon da Ferradura. É um raro canyon onde o rio, como o prórpio nome diz, serpenteia por entre íngrimes encostas em forma de ferradura. Uma obra-prima da natureza que também pode ser admirada por mirantes construídos pelo homem em pontos estratégicos. Para os mais energéticos, uma trilha leva até o fundo do canyon. Descer é fácil, mas subir...
Um dos mirantes do canyon da Ferradura, em Canela - RS
Na volta para Canela, outra parada obrigatória: o Castelinho. É uma casa centenária de uma família de imigrantes alemães que foi transformada em museu. Uma das maiores atrações é o fato de que todo o primeiro andar foi construído com madeira de araucária apenas na técnica do encaixe, sem o uso de pregos ou parafusos. Uma lição de arquitetura!
Visitando o Castelinho, em Canela - RS
Mas o maior de todos os atrativos do Castelinho é o apfel strudel que é servido ali, considerado o melhor do Brasil. Não sei sei é o melhor, mas que é muito bom, isso é! Para quem gosta (eu gosto, a Ana não?!?), é um programa obrigatório!!!
O melhor apfel strudel do Brasil, no Castelinho, em Canela - RS
Em Canela, a grande atração, em todos os sentidos, é a belíssima Igreja de Pedra. Linda por fora, simples por dentro. Num dia de céu azul como hoje, parecia uma pintura! E, logo ali perto, um café delicioso, o Empório, cheio de guloseimas quentinhas a ainda um monte de livros interessantes para se folhear e comprar. Coisa de primeiro mundo!
A famosa Catedral de Pedra, em Canela - RS
De Canela para a vizinha mais famosa, Gramado. As duas cidades estão praticamente coladas. Já era fim de tarde, o frio apertando, e seguimos diretamente para o mitológico (pelo menos para mim) Lago Negro. Ar geladíssimo, nós éramos os únicos corajosos a estar dando uma volta no lago naquela hora. Bela paisagem, no espaço e no tempo. Além das minhas lembranças das vezes em que não estive ali, tem também as da Ana. Ela tem uma foto linda ali no Lago Negro, com um ano de idade, engatinhando ao lado do lago. Até pensamos em fazer uma foto parecida, mas achamos que a posição de engatinhamento não lhe cairia muito bem hoje, então deixamos para lá, hehehe.
Visitando o Lago Negro, em Gramado - RS
Com a noite já ocupando o céu, seguimos para o centro movimentado da cidade, cheio de lojas, restaurantes e galerias, além de turistas, claro. Por ali, passeamos na Rua Coberta, onde está ocorrendo a Feira do Livro, pela bela Igreja Matriz, onde ocorria uma missa e até o Palácio de Eventos, em reforma para estar pronto para mais um Festival de Cinema, em agosto.
Araucárias no céu noturno de Gramado - RS
Por fim, seguimos para o principal atrativo da cidade na minha opinião, sua gastronomia. Resolvemos nos banquetear num fondue de queijo especial em um dos restaurantes mais conhecidos, o Le Chalet de la Fondue. O queijo usado é o maasdan com um toque muito suave de gorgonzola. Uma delícia! Acompanhado de bom vinho, então... Não é à tôa que dormimos como anjos depois, de volta ao nosso delicioso hotel em Nova Petrópolis.
Delicioso fondue de queijo na noite fria de Gramado - RS
Ana aproveitando a sombra para ler sobre USVI, em para de Luquillo - Porto Rico
Nosso plano hoje era ir conhecer Culebra e a praia Flamenco, considerada a mais bonita do país. Culebra é uma ilha a cerca de uma hora de barco, na costa leste de Porto Rico. Antigamente, junto com outra ilha, Vieques, era conhecida como Ilhas Virgens Espanhóis.
Confusão para abordagem do Ferry para Culebra - Porto Rico
São três ferries diários indo para lá, saindo aqui de Fajardo. O primeiro horário de saída é às 9 da manhã. Seguindo as recomendações aqui da nossa pousada, chegamos ao porto com uma hora de antecedência. Doce ilusão! As passagens já se haviam esgotado fazia tempo e, mesmo assim, havia uma enorme fila para um possível ferry extra. Hoje é sábado e nós subestimamos isso. Famílias inteiras indo para lá passar o dia, toda a farofa acomodada em isopores e coolers. Uma enorme confusão no porto. Basicamente, um programa de índio (com todo o respeito!).
Desistindo do Ferry para Culebra - Porto Rico
Não dava para encarar e partimos para o plano B: ir à praia em uma cidade aqui pertinho, chamada Luquillo. Não poderíamos ter tomado decisão melhor! Praia super tranquila, muito sol, água limpa, bonita e com temperatura agradável. Aliás, é impressionanmte como a água do mar em Porto Rico é mais quente que nas Bahamas e em Turks e Caicos.
Playa del Sur, em Luquillo - Porto Rico
A praia é toda ladeada de palmeiras que fornecem sombras refrescantes. A gente se aboletou em uma delas e lá ficamos por várias horas, se revezando em corridas pela praia, natação no mar, leitura do guia sobre nosso próximo destino e um soninho também. Horas preguiçosas e deliciosas, sob medida para nos ajudar a nos recuperar da correria dos últimos dias. E que fique registrado: o trecho da praia entre Playa del Sur e Luquillo é dos mais bonitos da viagem! Escapamos da farofa e caímos no paraíso.
As fantásticas cores de Outono nas ruas de Ashland, no sul do Oregon, nos Estados Unidos
Depois do inesquecível entardecer de ontem lá no Crater Lake (veja o post anterior), nós ainda esticamos até a cidade de Ashland, no sul do estado, já bem próxima da fronteira com a Califórnia.
Ashland, no sul do Oregon, nos Estados Unidos, a terra americana de Shakespare
Para quem chega nessa época do ano, já em Novembro, pode achar que é apenas mais uma pequena cidade do interior, igual às outras centenas espalhadas pelo país. Doce ilusão. Ou doce ignorância. Ashland é internacionalmente conhecida como a pátria de Shakespeare fora da Inglaterra. Não que o famoso poeta inglês tenha estado alguma vez por ali (de fato, na época do bardo inglês, os britânicos ainda nem haviam começado a colonizar os Estados Unidos!), mas um movimentado festival de teatro traz milhares de artistas, turistas e amantes da mais bela das artes à pequena cidade, onde tudo gira em torno das peças shakespearianas.
Ashland, no sul do Oregon, nos Estados Unidos, a terra americana de Shakespare
Tudo começou na década de 30, quando a cidade e seus habitantes viviam em plena crise da Grande Depressão. Um professor de artes teve uma ideia para movimentar e animar a população e, quem sabe, criar oportunidades de emprego. Conseguiu que a prefeitura investisse na produção de uma peça de teatro de Shakespeare com artistas locais. O sucesso foi muito maior do que o esperado e o professor não só conseguiu pagar o seu empréstimo como também dinheiro suficiente para financiar outras três peças para o ano seguinte. Daí para frente, a coisa só foi dando certo, as peças cresceram para virar um festival, a fama foi ganhando a nação e o mundo e hoje movimenta cultural e economicamente toda a região. Do amadorismo ao profissionalismo, de uma simples peça para nove meses quase ininterruptos de teatro da melhor qualidade, só uma coisa não mudou: Shakespeare! Continua sendo o tema central, o patrono e a inspiração desses 9 meses de arte.
Teatro shakespereano em Ashland, no sul do Oregon, nos Estados Unidos
Programação do festival de teatro para o ano que vem, em Ashland, no sul do Oregon, nos Estados Unidos
Mas, como vocês podem imaginar, nós chegamos atrasados! O festival desse ano terminou há poucos dias. A programação do próximo ano já está pronta, já se pode comprar bilhetes e, nesses próximos três meses, dezenas de pessoas estarão ocupadas produzindo os cenários e figurinos das longa jornada cultural do ano que vem.
As fantásticas cores de Outono nas ruas de Ashland, no sul do Oregon, nos Estados Unidos
Enfim, pegamos a cidade vazia, ótimos preços e excelentes restaurantes acostumados a servir os exigentes turistas que vem de todo o mundo para assistir Shakespeare. Mas sem chance de ver alguma peça, apenas desenhos e gravuras espalhados pela cidade.
A incrível beleza das cores em parque de Ashland, no sul do Oregon, nos Estados Unidos
Ficamos sem Shakespeare, mas ganhamos as cores de Outono. A cidade é conhecida também por seus parques e jardins e, nessa época do ano, com as folhas ficando amarelas, vermelhas e caindo, esles estão absolutamente espetaculares.
Caminhando sob uma chuva de folhas em parque de Ashland, no sul do Oregon, nos Estados Unidos
As cores marcantes da mudança de estações, em Ashland, no sul do Oregon, nos Estados Unidos
Já faz quase dois meses que a gente vem acompanhando essa maravilha da natureza, tão pouco frequente no Brasil. Mas aqui foi especial! Os jardins são especialmente preparados para que as cores se misturem. Verde e os vários tons até o amarelo. Amarelo e os vários tons até o vermelho. São de uma beleza de perder o fôlego!
As cores marcantes da mudança de estações, em Ashland, no sul do Oregon, nos Estados Unidos
Ou, na verdade, para ganhar o fôlego! Nada melhor para a lama e espírito do que sentar em um dos bancos no parque e ficar admirando essa beleza toda. Quase dá para esquecer Shakespeare. Acho que ele mesmo se esqueceria. Pelo menos, nesses três meses de folga...
A incrível beleza das cores em parque de Ashland, no sul do Oregon, nos Estados Unidos
Deixando Santa catarina e voltando definitivamente ao Paraná. A última fronteira da expedição 1000dias
Hoje, dia 1º de Abril, dia da Mentira, atravessamos a última fronteira dos 1000dias. Pois é, parece mesmo mentira que está tudo acabando. Depois de 1.400 dias fora de casa, de dezenas de países percorridos de carro, de cruzarmos a América de ponta a ponta, de quase 180 mil km de estradas, caminhos e trilhas, estamos chegando ao ponto de partida. Curitiba é logo ali, a menos de uma hora de carro, quase já dá para ver a cidade, embora ainda vamos passar alguns dias aqui na planície litorânea do estado.
Despedida da tia Walkiria, que nos recebeu tão bem em Joinville, Santa Catarina
Despedida de Santa Catarina, de Joinville, da tia Wal e dos primos Luis Felipe e Vitoria. Rumo ao Paraná e ao fim dos 1000dias
Pois é, chegamos ao estado do Paraná. Essa foi a última fronteira a que me referi, Santa Catarina ficando para trás. Não é uma fronteira internacional, claro! Desse tipo, a última que cruzamos foi lá no Chuí, vindos do Uruguai e entrando no Rio Grande do Sul no dia 24 de Fevereiro, há exatos 36 dias (ver post aqui). Também foi um momento emocionante. De volta ao país, a última das mais de 120 fronteiras internacionais que passamos durante a viagem, 59 delas a bordo da nossa Fiona.
Nossa última fronteira nesses 1000dias, na viagem entre Joinville (SC) e Guaratuba (PR)
Voltando ao Paraná nos últimos dias de nossa volta pelas Américas
Mas hoje, dia da mentira, foi a vez de mais uma fronteira estadual. Depois de tantas fronteiras internacionais, uma fronteira estadual não parece grande coisa. Pode ser... Mas para um país com dimensões continentais como o Brasil, viagens interestaduais também têm o seu valor. Nossos estados são maiores do que a maioria dos outros países americanos que visitamos, principalmente as ilhas caribenhas e as pequenas nações da América Central. Estados como o Pará e a Amazonas só são menores, na nossa América do Sul, que a Argentina.
Divisa de estado entre Pernambuco e Alagoas, chegando em Maragogi
Divisa entre Pernambuco e Ceará, na Chapada do Araripe
Chegamos longe! Fronteira de Pernambuco e Piauí
Quando eu era pequeno e viajava de carro com a minha família, saíamos lá de Belo Horizonte e era preciso quase cinco longas horas de estrada para chegarmos ao estado vizinho, São Paulo, Rio ou Espírito Santo. Era uma verdadeira jornada! Passar por mais de dois estados na mesma viagem, então, era um feito! É claro que estou falando de viagens de carro e não de avião. Lá de cima, fica tudo pequenino mesmo, voamos sobre as fronteiras e nem as percebemos. O choque está só no aeroporto de chegada. Mas de carro, a cada vez que nos aproximamos de alguma fronteira e lá está a placa anunciando um novo estado, pelo menos para mim, sempre foi uma emoção.
Fronteira Minas-São Paulo em estrada de terra
Chegamos na divisa Bahia-Sergipe!
rio Guaju, na fronteira entre Rio Grande do Norte e Paraíba
A diferença com as fronteiras internacionais é que não há papelada e burocracia no caminho. Apenas uma placa para anunciar a novidade. É muito mais ágil. Além disso, claro, é a mesma língua falada dos dois lados da linha imaginária. Por isso, não resta dúvida, cruzar uma fronteira internacional de carro é muito mais marcante. Mas as fronteiras estaduais também são um importante ponto de referência e nos indicam, deixam claro, o quanto já andamos e o quanto estamos longe de casa.
Entrando no estado do Acre
Chegando á fronteira de Rondônia e Mato Grosso, o penúltimo estado que ainda não havíamos visitado
Depois de nos despedir de nossos queridos anfitriões em Joinville, a tia Wal e seus filhos Luís Felipe e Vitória, nós pegamos logo a estrada para o Paraná. Mas ao invés de seguirmos pela rodovia principal, a BR-376 que subiria e Serra do Mar e nos levaria diretamente a Curitiba, optamos pela pequena estrada de Garuva, que segue pelo litoral e nos leva para Guaratuba, o mais movimentado balneário paranaense. Menos de meia hora de strada e chegamos na temida fronteira, essa tal que está merecendo um post especial. Mas o post não é só para ela não. É também para as outras 74 fronteiras estaduais que passamos aqui no Brasil, lá do Acre e do Amapá até o Rio Grande, do Mato Grosso à Paraíba. Apesar de serem “apenas” 27 estados, nessas nossas idas e vindas, “vais e voltas”, ziguezague país afora, o número de fronteiras acabou sendo bem maior.
Chegando ao Maranhão!
Placa receptiva na fronteira do Espírito Santo
Com essa derradeira de hoje, foram 75, das quais, 71 com a Fiona. Quais foram as outras quatro? Bom, para quem não se lembra, logo no início da nossa viagem, na nossa primeira fronteira estadual dos 1000dias, nós nadamos entre o Paraná e São Paulo, mais especificamente entre a Barra do Ararapira e a Ilha do Cardoso, ida e volta (post aqui). Foi em 30 de Março de 2010, 4 anos atrás! A outra vez foi caminhando, entre o Espírito Santo e a Bahia, lá em Itaúnas, indo e voltando para Riacho Doce (post aqui). As outras todas foram com a Fiona mesmo, seja numa estrada, seja numa balsa.
Fronteira entre Maranhão e Pará. Estamos longe!
Chegando ao Rio Grande do Sul, nosso 23o estado nesta viagem
Chegando ao Mato Grosso do Sul, o último estado que nos faltava conhecer nesses 1000dias pela América e Brasil
As fotos desse post, com exceção das primeiras, são a nossa lembrança desses momentos especiais explorando todos os cantos e confins do nosso gigantesco e maravilhoso país. Rever essas fotos e ler essas placas nos faz viajar e nos emocionar novamente. Ainda mais agora que estamos tão pertos do fim...
Sorria, você está na Bahia! (fronteira de Itaúnas - ES com Bahia)
O charme do centro histórico de Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
Poucas cidades no continente tiveram um início de história mais conturbado do que Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai. Para quem caminha nas ruas tranquilas de seu centro histórico nos dias de hoje, é ainda mais difícil de imaginar as guerras e tensões que, durante o primeiro século e meio de existência, cercaram esse que foi o primeiro povoamento de importância no país. Seja por sua posição estratégica às margens do Rio da Prata, seja pela rivalidade centenária entre as potências europeias e seus herdeiros americanos, a pequena Colonia del Sacramento sempre foi alvo da cobiça de forças antagônicas em jogo. Hoje, ao contrário, é um mar de tranquilidade e faz a alegria de turistas em busca de história, boa comida, charme e paz num local que pode ser conhecido a pé em poucas horas de caminhada preguiçosa.
Como eu já havia dito no post passado, nós saímos ontem da pequena Carmelo, mais ao norte, logo depois do almoço, rumo a Colonia del Sacramento. Seria uma rápida passagem e nosso objetivo principal era encontrar um hotel e deixar quartos reservados para o final de semana, daqui a três dias. Aí, já acompanhados dos meus pais, que chegam hoje a Montevideo, vamos ter toda a tranquilidade e tempo para conhecer a mais bela cidade do Uruguai. A pressa, ontem, era porque ainda tínhamos de viajar até a capital do país e, também aí, encontrar um hotel para os próximos dias, para nós e nossos “visitantes”.
O centro histórico de Colonia del Sacramento é uma península que avança sobre o Rio da Prata, no sul do Uruguai
Mapa do centro histórico de Colonia del Sacramento, no Uruguai. São apenas alguns poucos quarteirões em uma pequena península que avança sobre o Rio da Prata
Mesmo em uma visita rápida, é um verdadeiro mergulho na história. A Colonia de hoje não é uma cidade propriamente pequena. São cerca de 30 mil habitantes que se espalham pelas praias do Rio da Prata, justamente em frente à capital argentina de Buenos Aires, distante 50 km daí em linha reta, do outro lado do rio. De noite, é até possível ver as luzes da grande metrópole portenha. Mas a parte que realmente interessa ao turista que aqui chegou é o chamado “casco histórico”, alguns poucos quarteirões que ocupam uma pequena península que avança sobre o rio que, de tão largo, mais parece o mar. Foi para lá que nos dirigimos dispostos a encontrar um hotel charmoso e com bom preço no coração da parte mais interessante da cidade.
Torres de uma das igrejas de Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
Carros antigos estacionados no centro histórico de Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
Até meados da década de 60, o centro histórico de Colonia del Sacramento era território abandonado pelo poder público e ocupado por ruínas, prostituição e criminalidade. Felizmente, alguém com mais visão percebeu o potencial turístico da área e um grande processo de revitalização foi implementado. Na medida do possível, prédios históricos foram refeitos com suas próprias pedras que jaziam inertes ali em frente. O trabalho foi bem feito e toda a área foi designada Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco, na década de 90. Hotéis, restaurantes e lojas se instalaram e os turistas não pararam mais de chegar. O passado recente indigno da criminalidade foi esquecido enquanto o passado glorioso dos tempos coloniais foi valorizado. Alguns minutos caminhando por ali logo nos fazem agradecer as mudanças dessas últimas décadas.
Uma das casas centenárias do centro histórico de Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
O farol de Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
Ainda vou falar com mais detalhes da história colonial dessa cidade quando voltarmos aí com meus pais, mas o fato é que ela nasceu falando português em 1680 e esse foi seu idioma oficial durante por parte do tempo até o ano de 1828, quando o Uruguai conquistou sua independência definitiva. A herança lusitana deixou marcas e características que a tornam única na América Espanhola. Suas ruas são estreitas, quase vielas, para facilitar a defesa militar. Isso se contrapõe às ruas largas que eram a norma das cidades espanholas no Novo Mundo. O domínio português e espanhol se alternou diversas vezes ao longo do período colonial e a influência e fusão arquitetônica das duas escolas se percebem com facilidade. Museus homenageando as duas heranças são pontos de visita quase obrigatória para os visitantes que chegam à cidade.
Carros antigos estacionados no centro histórico de Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
Rua antiga de Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai, às margens do Rio da Prata
Nós caminhamos por todas as ruas e ruelas do casco histórico, fotografando e admirando, mas nosso foco era mesmo a procura por hotéis e pousadas. Sendo uma terça-feira, a cidade estava relativamente vazia e estamos curiosos para ver como será no fim de semana. Os hotéis também tinham muitas vagas, para ontem e mesmo para o final de semana. Mas o problema, ao mens opa a nós, não foram as vagas, mas o preço. Muitas das pousadas transbordam de charme e sabem precificar muito bem isso e também a ótima localização. Ficamos muito tentados com algumas delas, mas o bolso falou mais alto e resolvemos tentar outras opções, a poucos quarteirões de distância. Acabamos por achar uma bem joia, prédio bem antigo e charmoso também, mas com preço mais em conta por já estar ligeiramente fora do casco histórico. Reservas feitas, quartos garantidos, missão cumprida. Quer dizer, metade dela. Ainda faltava Montevideo.
Fim de tarde no Rio da Prtata, em Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
Ilha com farol no gigantesco Rio da Prata, em frente à Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
Já escurecia quando pegamos a autoestrada rumo à capital. A beleza colonial de Colonia del Sacramento ficava para trás e nós já estávamos com saudades. Mas logo estaríamos de volta! Foco agora em Montevideo! Já tínhamos algumas indicações de hotéis na cidade e até conseguimos mais uma, aparentemente muito boa, com a gerente do nosso hotel em Colonia. Ela disse que a área central da capital vem sendo revitalizada também e nos deu o endereço de um hotel novo por lá, bem “in”! Foi nossa primeira opção e havia vagas. O hotel, aliando modernidade com história, nos agradou muito. Mas a vizinhança, pelo menos naquela hora da noite, ainda precisa ser bastante “revitalizada”. Ruas escuras e que não inspiravam segurança. A sensação é que estaríamos sitiados de noite. Então, seguimos em frente. As opções seguintes eram alguns hostels sugeridos pelo Lonely Planet, bem localizados no centro da cidade. A vizinhança realmente melhorou, mas eles não passaram no quesito qualidade, para receber meus octogenários pais.
Rua arborizada de Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
Chafariz de praça em Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
Pela internet, descobrimos que nossas opções em Pocitos, a melhor parte da cidade na nossa opinião, estão lotadas. A preocupação aumenta. Vamos para Carrasco, um bairro mais chique e na direção do aeroporto. Ali há muitas opções e a região é a preferida de quem vem à cidade a negócios ou quer estar perto de uma praia menos urbanizada. Ganha-se em espaço, mas perde-se em charme. Nada há para se fazer a pé, a não ser caminhar na praia ou ir até o fast-food americano na esquina. Não era o que tínhamos em mente, mas era o que havia no momento. Achamos alguns hotéis, mas bem caros. Na dúvida, deixamos para continuar a busca pela manhã, antes que o avião com meus pais cheguem. Para passar a noite, ficamos no único hotel barato da região, o Bahamas. Ele também não passa no crivo de qualidade para meus pais, além de também estar longe das partes interessantes de Montevideo.
Uma das praças do charmoso centro histórico de Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
Restaurante com mesas na calçada no centro histórico de Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
Hoje cedo, bem cedo, saímos à caça novamente. Eu já estou quase conformado com algum hotel sem alma ali mesmo, em Carrasco. Mas a Ana insiste. Descobre algo na internet. Fica em Punta Carretas, ao lado de Pocitos. Vamos até lá e bingo! Preço razoável, excelente localização, quartos vagos e muito estilo! A razão para todas essas qualidades é que é um empreendimento novo e ainda desconhecido dos viajantes. Estávamos salvos e felizes! Viva a insistência e perspicácia da Ana. Já temos uma base para explorar Montevideo pelos próximos dias. Bem a tempo de buscar as visitas que chegam em meia hora ao aeroporto!
Em busca de hotéis, caminhando nas ruas arborizadas de Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
O belo cenote Dos Ojos, em Tulum, na costa caribenha do Yucatán, no México
A palavra “cenote” vem do termo maya “ts’onot”, que quer dizer “poço”. Refere-se a qualquer fonte subterrânea de água, mas estão especialmente associadas à estas belas formações geológicas tão comuns na península do Yucatán. Aqui, eles podem ou não estar ligados à rios subterrâneos, uma entrada para um gigantesco sistema de cavernas e túneis, geralmente alagados. Muitas vezes, eram a principal fonte de água para cidades inteiras da civilização maya, já que o Yucatán é, de forma geral, uma região bem seca, sem muitos rios perenes.
Cenote Jardin del Eden, em Tulum, na costa caribenha do Yucatán, no México
Um pequeno jacaré mora no cenote Car Wash, em Tulum, na costa caribenha do Yucatán, no México
Tão importantes eram para os mayas que ganharam até uma conotação religiosa. Eram a entrada para os diversos níveis do Inframundo, uma conexão direta com os deuses que lá habitavam, como Chaac, o deus da chuva. A mais importante cidade maya do Yucatán, Chichen-Itzá, foi construída ao lado de um cenote, chamado de “Cenote Sagrado”. Além de ser a principal e mais confiável fonte de água para as dezenas de milhares de habitantes, era também um ponto de reverência e sacrifícios para os deuses. Em suas águas, foram encontradas milhares de oferendas, além de ossadas de animais e de seres-humanos, prova irrefutável do culto que ali se realizava.
Raios de sol entram no cenote THe Pit, em Tulum, na costa caribenha do Yucatán, no México
Cenote Car Wash, em Tulum, na costa caribenha do Yucatán, no México
A formação dos cenotes vem da lenta dissolução do calcário pela água que se infiltra pelo solo. O calcário dissolvido vai dando espaço a um grande vazio, as cavernas! Quando uma câmara muito grande se forma e o nível da água abaixa, muitas vezes o teto não aguenta seu próprio peso e desaba, abrindo uma passagem da caverna para o exterior, o cenote! Aqui no Yucatán, muitas vezes essas cavernas ainda estão tomadas pela água, assim quando a caverna se abre para o exterior, formando o cenote, lá está um grande lago ou piscina natural, que nada mais é que um trecho de rio ou lago subterrâneo que fica exposto ao ambiente. Como a água que forma esse rio vem da chuva que se infiltrou lentamente pelo solo , algumas vezes levando dezenas de anos para chegar ao lençol freático, ela está limpíssima, uma espécie de super filtro natural. Por isso, quase sempre a água do cenote é tão limpa e bela, de cor azul quando seu fundo é de areia, ou verde, quando está cercado de vegetação. Mas, azul ou verde, a visibilidade abaixo d’água costuma ser uma das melhores do mundo, atingindo mais de 50 metros.
O magnífico cenote Pet Cementery, cheio de formações, em Tulum, na costa caribenha do Yucatán, no México
O magnífico cenote Pet Cementery, cheio de formações, em Tulum, na costa caribenha do Yucatán, no México
Há uma outra característica que tornam os cenotes e cavernas alagadas do Yucatán os mais belos do mundo. Toda a região está apenas a poucos metros acima do nível do mar, então os rios que lá correm não podem se infiltrar mais a continuam a preencher os túneis e passagens. Ocorre que, nos diversos períodos glaciais que nosso planeta atravessou nas últimas centenas de milhares de anos, o nível do mar variou bastante, chegando a ficar cerca de 100 metros mais baixo do que é hoje. Assim, nessas épocas, os rios que hoje correm pelas cavernas do Yucatán eram bem mais baixos e boa parte das cavernas era seca. E ficaram secas por longos períodos, dando tempo para que as mais diversas formações espeleológicas lá ocorressem, como estalactites, estalagmites, travertinos e muitas outras. Quando o nível do mar voltava a aumentar, as cavernas eram alagadas novamente e essas formações se estagnavam, até uma nova era glacial. E assim tem sido esse ciclo de formação, até o período em que vivemos hoje, em que elas estão alagadas, mas com as formações ocorridas nos períodos secos ali, para quem puder admirar.
Gran Cenotel, em Tulum, na costa caribenha do Yucatán, no México
Mergulhando em cenotes na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto divulgação, de Luis Leal)
Não é a toa que o Yucatán se tornou o destino preferido dos amantes de mergulhos em cavernas. É difícil descrever a magia que é nadar por esses túneis tão belamente decorados, ao mesmo tempo tão próximos e tão distantes do nosso mundo exterior. Essa é uma atividade para poucos, que exige muito treinamento e equipamentos confiáveis. É claro que há diversos níveis de dificuldade, dependendo da profundidade que se queira ir, da distância da entrada da caverna e da largura dos túneis que se percorre. Existe os percursos próprios para iniciantes, mas também aqueles apenas para poucos profissionais e exploradores, lugares tão isolados e técnicos que se pode contar nos dedos as pessoas que teriam a perícia e sangue frio de lá chegarem e voltarem em segurança.
Mergulhando em cenotes na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto divulgação, de Luis Leal)
Mergulhando em cenotes na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto divulgação, de Luis Leal)
O prêmio é estar em lugares com uma beleza indescritível e onde quase ninguém jamais esteve. Bem, aqui no Yucatán, com essa história das cavernas secarem e se alagarem novamente em ciclos que podem demorar 10 mil anos, é possível chegar a lugares onde, a última que que alguém lá esteve, foi quando ainda existiam mamutes andando sobre a terra. Isso mesmo! É possível mergulhar em cavernas que foram frequentadas por homens pré-históricos, que lá deixaram suas fogueiras, ossos e pontas de lança. É emocionante!
Mergulhando em cenotes na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto divulgação, de Luis Leal)
Mergulhando em cenotes na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto divulgação, de Luis Leal)
Por isso, escolhemos o Yucatán para terminar nosso curso de mergulhos em caverna, o melhor lugar do mundo para as aulas práticas. Depois da mina de ouro de Mariana e das cavernas sem formações da Flórida, finalmente chegamos ao local onde tudo faz valer à pena. Não vamos nos tornar os super exploradores que encontram estreitas passagens secretas e chegam até onde ninguém chegou, mas poderemos ver parte dessa verdadeira maravilha natural, nadando na água mais limpa do mundo, por entre estalactites formadas na última era glacial.
Mergulhando pelos túneis e passagens do Cenote Pet Cementery, em Tulum, no Yucatán, sul do México
O farol visto do alto do Morro do Sabão, na Ilha do Mel, no litoral do Paraná
Resolvemos passar nossos últimos dias da expedição ao redor das Américas na nossa querida Ilha do Mel. Nada mais justo! Afinal, foi aí que eu e a Ana demos nosso primeiro beijo, foi aí que casamos numa linda cerimônia na praia e foi aí também que começamos nossos 1000dias (post aqui). Então, o que havia começado com chave de ouro, deveria terminar também com chave de ouro.
A Ilha do Mel fica na entrada da Baía de Paranaguá, no litoral do Paraná. a menos de 100 km da capital Curitiba. Para chegar até lá, só de barco, a partir de Pontal do Sul ou de Paranaguá
Mapa da parte sul da Ilha do Mel, com suas praias e vilas. Nós ficamos próximos ao Farol e fomos caminhando pelas praias até Encantadas
Havíamos estado uma outra vez por aqui também, durante os 1000dias. Foi no casamento da Laura e do Rafa, nossos padrinhos de casamento e que também nos convidaram para ser seus padrinhos (post aqui). Enfim, dizem que figurinha repetida não preenche álbum. Mas, no álbum dos 1000dias, a Ilha do Mel é ó único lugar que tem vários espaços para se colar a mesma figura. Estamos preenchendo o último espaço agora, hehehe.
Embarcando para a Ilha do Mel, no litoral do Paraná
A tradicional cerveja na barca para a Ilha do Mel, no litoral do Paraná
É claro que já estivemos na Ilha dezenas de vezes e praticamente não há nada de novo para conhecermos. Mas aquilo que conhecemos já nos satisfaz bastante e é por isso que sempre retornamos. Repetimos um passeio ou outro, mas na maioria das vezes, ficamos a toa mesmo. Revemos amigos, vamos às praias, subimos no farol, comemos no restaurante que adoramos. Vida boa, despretensiosa, despreocupada.
A caminho do nosso lugar preferido no universo, a Ilha do Mel, no litoral do Paraná
A caminho da Ilha do Mel, no litoral do Paraná, local onde começamos e terminaremos os 1000dias
Pois bem, depois do passeio pelas ruas de Antonina, pegamos estrada e vencemos em pressa os 80 km até Pontal do Sul. Daí saem a maioria dos barcos em direção à Ilha do Mel. A outra opção seria por Paranaguá, mas são menos barcos diários e a travessia dura o dobro do tempo. Chegando ao terminal, estacionamos a Fiona (carros não chegam á Ilha!) e compramos as passagens para “Nova Brasília”, uma das vilas na Ilha. Outros barcos partem para a vila de Encantadas que, inegavelmente, tem um apelo sonoro dezenas de vezes melhor do que Nova Brasília. Acho que é a escolha que faz a maioria dos turistas que ainda não conhece a Ilha, não tem indicações e aqui tem de se decidir. Mas para a grande maioria das pessoas que já conhece a Ilha do Mel, a escolha fica mesmo com Nova Brasília.
Alegria ao voltar para nossa querida Ilha do Mel, no litoral do Paraná
Dia de muito sol na Ilha do Mel, no litoral do Paraná
Entrando na balsa, trato de cumprir a tradição que venho mantendo desde que comecei a frequentar esse pedaço de paraíso: abro uma cerveja! É como um grito de liberdade. Temos de comprar antes, ali na área de embarque. Depois, temos 30 minutos de navegação para saborear a vista e a cerveja gelada. É claro que, com um tempo tão grande, eu não compro apenas uma cerveja. Seja como for, quando piso nas areias da ilha, já estou flutuando. Simplesmente, adoro! Tanto o momento de abertura da primeira latinha como quando pisamos na Ilha.
Nas trilhas da Ilha do Mel, no litoral do Paraná
Nas trilhas da Ilha do Mel, no litoral do Paraná
Na Ilha, deixamos logo Nova Brasília e vamos para a região do Farol. Para nós, o melhor lugar para se hospedar, com muitas pousadas charmosas, bons restaurantes, opções de bares à noite e acesso rápido às melhores praias. Desa vez, ficamos hospedados numa casa encantadora, muito perto da trilha do Farol, de uma amiga da Patrícia. Por falar nela, a mãe da Ana veio nos encontrar e passar esse restinho de 1000dias conosco aqui na Ilha do Mel.
Na praia Grande, a caminho de Encantadas, na Ilha do Mel, no litoral do Paraná
A mãe orgulhosa e a filha feliz na Ilha do Mel, no litoral do Paraná
Ela chegou no dia seguinte, ontem de manhã. O sol estava radiante e nós aproveitamos bastante a praia de Fora e a praia Grande. Revimos antigos amigos e contamos bastante da viagem. Passeamos pelas trilhas sombreadas que cortam essa parte da ilha e nos refrescamos com caipirinhas e mais cervejas. Abastecemos nossa casinha com frutas, pães e iogurtes para um saudável café da manhã. Foi uma delícia!
Praia do Miguel e Praia Grande vistas do alto do Morro do Sabão, na Ilha do Mel, no litoral do Paraná
Praia de Encantadas vista do alto do Morro do Sabão, na Ilha do Mel, no litoral do Paraná. Não muito tempo atrás, quase não havia verde por aí
Hoje, nosso último dia na ilha, resolvemos caminhar um pouco mais. Fomos até Encantadas caminhando pelas praia Grande e do Miguel. Depois, do alto do Morro do Sabão, admiramos a bela vista para os dois lados, Encantadas de um lado e Farol do outro. Que ilha mais linda! realmente, quem fala que o litoral do Paraná não vale a pena, não conhece a Ilha do Mel!
Mais um casamento sendo preparado na Ilha do Mel, no litoral do Paraná, no mesmo local onde casamos há 5 anos
Um mergulho no Mar de Dentro no final de tarde na Ilha do Mel, no litoral do Paraná
No fim de tarde, o triste momento da partida. Vamos para Curitiba amanhã, mas decidimos passar essa última noite no apartamento de uma outra amiga da Patrícia, lá em Caiobá. Isso porque vai haver uma competição de triatlo por lá bem cedo e um primo irá participar. Vamos lá prestigiar e, de tarde, seguimos para Curitiba. Enfim, hoje foi a hora da despedida da Ilha.
As lindas cores do final de tarde no Mar de Dentro, na Ilha do Mel, no litoral do Paraná
As lindas cores do final de tarde no Mar de Dentro, na Ilha do Mel, no litoral do Paraná
Ir embora daqui, ainda mais em dias bonitos como hoje, sempre é triste. Triste, mas muito bonito, especialmente se for no fim de tarde. A luz do sol ilumina essa parte da Ilha voltada para o Mar de Dentro, de onde partem os barcos para Pontal do Sul. Por algum motivo, hoje estava especialmente lindo. Acho que era o recado da Ilha do Mel para nós: “Voltem logo!”. Sim, nós voltaremos!
Com a Patr[icia, a mãe da Ana, nossa despedida da Ilha do Mel, no litoral do Paraná
Vôo no pôr-do-sol sobre o mar do Caribe, em direção ao Suriname. Fim da temporada caribenha...
Entre alugar um carro por algumas horas e rodar a ilha ou ficar tranquilamente na própria praia de Philipsburg, capital de Sint Maarten, escolhemos a segunda opção como forma de passar nosso dia de despedida no Caribe, hoje.
Philipsburg, capital de Sint Maarten - Caribe
Philipsburg, mesmo sendo a maior cidade da ilha, é bem pacata, preparada para receber navios-cruzeiro e distribuir esses turistas por toda a ilha. Há muitos passeios de barco e empresas para aluguel de carros, scooters e quadriciclos. Além, claro, das lojas de duty-free. E bares e restaurantes na beira da praia. Esses restaurantes fecham cedo, de noite, já que a balada mesmo não é aqui, mas em Simpson Bay, no caminho para o aeroporto, e em Maho Bay, onde estão os maiores cassinos, bem ao lado de Juliana.
Philipsburg, capital de Sint Maarten - Caribe
A praia tem areias brancas e o mar não tem ondas, já que é uma longa baía. Cor de água característica, aquele azul de piscina que parece pintado. Mas é natural. De onde virá essa cor? Não resisti e tomei minha primeira cerveja em uma semana, desde a febre dos 42. Foi também a última Carib durante muito tempo. Não poderia deixar de tomar, né?
Feliz da vida: de óculos novo, saindo de compras numa farmácia em Philipsburg, capital de Sint Maarten - Caribe
A Ana aproveitou nosso tempo por lá para, finalmente, comprar seus tão almejados óculos novos. Uma beleza! E ela ficou felicíssima! Mais feliz ainda quando fomos fazer compras numa farmácia, o ponto fraco dela, hehehe!
Bateria formada apenas por crianças, em rua de Philipsburg, capital de Sint Maarten - Caribe
Outra coisa muito legal foi uma banda, na verdade uma bateria, só de crianças, fazendo a maior batucada, que encontramos no meio da rua. Um verdadeiro show. Destes de arrepiar. Tendo sempre a achar que vou guardar alguma memória, algum momento especial de cada cidade que visitamos. Pois bem, sem dúvida, esse foi o momento Philipsburg, aquela imagem que, quando tiver meus 80 anos, vou ter na cabeça quando ouvir falar o nome dessa cidade. E um sorriso discreto vai aparecer em meus lábios. Tenho certeza que, a Ana ao meu lado, neste momento distante, vai se lembrar e sorrir também Essa soma de momentos serão os 1000dias, daqui a 10 mil, 15 mil dias. Quem viver, verá!
Reencontro com o Andreas, em Philipsburg, capital de Sint Maarten - Caribe
Para completar, em pleno momento da batucada, apareceu o Andries, dono do El Momo, lá de Saba. Fizemos festa e fomos conversar um pouco, na praia. Ele era para ter viajado ontem de noite, mas o vôo foi cancelado pelos fortes ventos. Com isso, o destino conspirou para que encontrássemos nosso amigo mais uma vez. Legal!
Despedida do Caribe em pier da praia de Philipsburg, capital de Sint Maarten - Caribe
Fim de tarde, adeus Caribe, adeus aeroporto de Juliana, mais uma vez. Melodramático e nostálgico, até despedidas de aeroportos me emocionam. O vôo até Trinidad foi lindo, passando por todas aquelas ilhas que agora conhecemos de perto, e por outras tantas que ainda vamos conhecer. No horizonte, a mais de 5 mil metros de altura, um último pôr-do-sol, maravilhoso. Um "até logo" dessa região tão lnda do nosso continente americano.
Despedida do Caribe em pier da praia de Philipsburg, capital de Sint Maarten - Caribe
Nem saímos do avião em Port of Spain. Um pouco mais tarde e já voávamos para Paramaribo, no Suriname. De volta à América do Sul! O ônibus do hotel nos esperava e a outros poucos passageiros. Era cerca de meia noite e meia quando chegamos ao Eco Resort Inn e reencontramos nossa querida Fiona, esperando pacientemente por nós. Estava ali, são e salva, inteiraça, pronta para colocar o pé na estrada novamente. Mas ainda não será amanhã. Vamos tirar o domingão para descanso. A gente também merece!
O feliz reencontro com a Fiona no nosso hotel em Paramaribo - Suriname
Visão do centro histórico de Ouro Preto - MG
Deixamos a Pousada da Serrinha depois de sermos muito bem tratados pela Cris e seguimos para a vizinha Ouro Preto, a cidade mais rica e movimentada do Brasil e do continente durante todo o séc. XVIII. Não é à tôa que tinha o nome de Vila Rica.
Pousada da Serrinha, em Mariana - MG, com a Cris
No finalzinho do século anterior, por volta de 1695, foi descoberto ouro em grandes quantidades em um dos rios da região. Era a tão esperada notícia por Portugal por quase 200 anos! Antes tarde do que nunca. Em pouquíssimo tempo a notícia se espalhou pelo reino, pela colônia e até para outros países, atraindo aventureiros em busca de riqueza rápida de todos os cantos. A situação foi tal que a colônia ficou despovoada em outros lugares e superpovoada na região de Vila Rica. Também de Portugal vieram dezenas de milhares de pessoas. Esse rápido e forte fluxo migratório para uma região sem a menor infraestrutura fez com que pessoas com bolsos abarrotados de ouro morressem de fome, já que simplesmente não havia alimentos para todos. Causou também a Guerra dos Emboabas, entre paulistas e portuguêses, todos disputando os melhores pontos de lavras e garimpos. Minas virou uma terra sem lei onde valia a lei do mais forte. Muito pior que o faroeste americano de cem anos mais tarde.
Uma das igrejas em Ouro Preto - MG, com o Pico do Itacolomi ao fundo
Aos poucos, o Estado foi ocupando seus espaços, organizando a produção e, principamente, coletando seus impostos. O ouro extraído de Minas sustentou Portugal pelo século seguinte, causou uma inflação mundial e foi parar no bolso da burquesia inglêsa, abrindo caminho para a revolução industrial.
A famosa igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto - MG
Aqui no Brasil, e principalmente nas cidades da região, toda essa riqueza ajudou a construir belas igrejas e criar e fortalecer uma classe média ávida por cultura e liberdade. Escolas foram criadas, assim como teatros e obras de infraestrutura.
Detalhe da fachada da igraja de S. Francisco de Assis, obra de Aleijadinho, em Ouro Preto - MG
O ouro acabou, o Brasil ganhou sua independência e Ouro Preto entrou em lento processo de decadência. Uma decadência meio charmosa, eu diria, Continuou a atrair escritores, estudantes, poetas e outros boêmios. Tinha uma vida vibrante cem anos após o fim do ciclo do ouro e ainda hoje é conhecida pelas suas festas e repúblicas de estudantes. E, claro, pelo patrimônio cultural e arquitetônico que abriga.
As famosas "repúblicas" de Ouro Preto - MG
Foi essa Ouro Preto que eu fui passear com a Ana. Igrejas, ladeiras, largos e o delicioso restaurante do Passo onde almoçamos como reis, atrasando nossa saída para Tiradentes. A viagem que era para ser feita de dia, foi quase toda de noite mesmo.
Cerveja Teresópolis, em Ouro Preto - MG
Sempre que visito Ouro Preto, ou a saudosa Vila Rica, desde os tempos em que lá estive numa festa do Doze (festa anual realizada em 12 de Outubro), presto homenagem a um parente longíncuo. Acho que seu nome era Pedro. Era o irmão mais velho do meu bisavô e primogênito do meu abastado trisavô. Foi para Ouro Preto em fins do séc XIX, estudar. Época áurea da terceira fase do romantismo, quando a boemia era valorizada ao máximo. A cidade era um celeiro de poetas. Imagino a vida que teve por ali. Deve ter sido intensa. Terminou como a maioria dos poetas daquela época, pego pela combinação fatal da tuberculose com a boemia. Fico só imaginando a Vila Rica daqueles dias...
Admirando Ouro Preto - MG
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