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Arquitetura Bichos cachoeira Caverna cidade Estrada história Lago Mergulho Montanha Parque Patagônia Praia trilha vulcão
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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
O casal 1000dias com o vulcão Popocatépetl ao fundo, perto de Amecameca, na região central do México
Há muito tempo atrás, quando os europeus ainda não haviam chegado à América e os astecas ainda iniciavam a construção de seu império, um importante chefe local tinha uma linda filha, chamada Iztaccihuatl. O mais bravo guerreiro desse chefe local, chamado Popocatépetl era apaixonado pela princesa e queria muito casar-se com ela. Para permitir esse casamento, o chefe local impôs uma condição: seu povo estava em guerra e ele enviou o valente guerreiro para a batalha. Deveria retornar com a cabeça do inimigo em mãos e aí sim, poderia casar-se com sua filha.
Quadro representando a lenda de criação dos vulcões Popo e Itza, um guerreiro e uma mulher deitada, em exposição no centro de visitantes do parque onde estão esses dois vulcões, perto de Amecameca, na região central do México
Destemido, Popocatépetl partiu para sua missão. Mas um outro guerreiro, também apaixonado pela princesa e invejoso de Popocatépetl, resolveu voltar antes que a batalha terminasse, dizendo que o destemido guerreiro havia sido morto na luta. A bela princesa não resistiu a dor de perder o seu amado e acabou morrendo de desgosto. Alguns duas depois, chegava Popocatépetl, alegre e saltitante, com a cabeça do inimigo em mãos, pronto para reclamar o seu prêmio e casar-se com sua amada. Ao descobri-la morta, não se conformou. Levou o corpo sem vida da princesa para uma região no campo, deitou-a no solo e ajoelhou-se ao seu lado, prometendo não mais sair daí para todo o sempre.
Izta, a mulher de branco deitada, vulcão próximo à Amecameca, na região central do México
Comovidos com a história, os deuses intervieram. Transformaram os dois amantes em enormes montanhas que ficariam, para sempre, lado a lado. Iztaccihuatl quer dizer “mulher de branco” e tem a forma de uma mulher deitada, vestida de branco, dormindo pacificamente. Popocatéptl, ou “montanha fumegante”, é o vulcão ao seu lado, nervoso e irrequieto, pronto para sempre proteger a sua amada. E o guerreiro invejoso que causou essa tragédia? Não, os deuses não se esqueceram dele! Também foi transformado em uma montanha, a mais alta do México, para que, de longe, pudesse sempre ver os dois amantes juntos, unidos para sempre. É ele o Pico Orizaba, condenado à solidão eterna, mas não tão longe que não pudesse ver os amantes juntos.
Chegando perto do vulcão Popo, que solta funaça há 15 anos, na região de Amecameca, no centro do México (foto de Geraldo Ozorio)
Uma bela visão do Izta, a terceira mais alta montanha do país, na região de Amecameca, no centro do México (foto de Geraldo Ozorio)
Foi nesse cenário shakespeariano que chegamos ontem de noite, junto a 2ª e a 3ª maiores montanhas do país, com a maior de todas elas um pouco mais distante, a nos observa E hoje cedo o Gera nos levou para o parque cuja sede fica bem no meio das duas montanhas sagradas, o Popo (diminutivo de Popocatépetl) e o Izta (apelido de Iztaccihuatl), de onde se tem uma vista fantástica e privilegiada desses dois vulcões.
Aos pés do fumegante vulcão Popo, no dia da nossa subida ao Izta, perto de Amecameca, na região central do México
Rodrigo, muito feliz entre a Ana e a Valéria, com o vulcão Iztaccihuatl ao fundo, perto de Amecameca, na região central do México
Pois é, as montanhas são mesmo vulcões. O Izta, como a lenda diz, dorme pacificamente há mais de 10 mil anos. Com pouco mais de 5.200 metros de altura, é a única montanha mexicana, além do Pico Orizaba, a possuir glaciares permanentes. Seu cume é formado por diversos picos, todos com nomes das partes da mulher deitada com que se parece. Os “pés”, o “joelho”, o “umbigo”, os “peitos” (os mais altos!) e a “cabeça”. O Popo, também em acordo com a lenda, é um vulcão muito ativo. Com mais de 5.400 metros de altitude, já teve ao menos 15 grandes erupções desde que os espanhóis chegaram à região, em 1519. Quando “descansa” um pouco, as geleiras logo se formam, como ocorreu na segunda metade do século XX. Mas ele despertou novamente em 1991 e, desde 93, emite uma fumaça tóxica sem parar. A geleira permanente derreteu, restando a neve que sempre cai naquelas grandes altitudes. A intensa atividade turística nas encostas da montanha também foram suspensas e, de tempos em tempos, quando a montanha se torna ainda mais ativa, grandes evacuações são realizadas nos povoados próximos. Todos temem a fúria do antigo guerreiro.
Preparando quesadillas em um restaurante aos pés do vulcão Izta, perto de Amecameca, na região central do México
Restaurante rústico aos pés do vulcão Izta, perto de Amecameca, na região central do México
Antes de subir o vulcão, comendo quesadillas de massa escura em um restaurante aos pés do vulcão Izta, perto de Amecameca, na região central do México
Bom, se não podemos nos aproximar muito do Popo, sua linda amante recebe muito bem os visitantes. O Gera já havia estado por aqui e, novamente, foi nosso excelente guia no dia de hoje, não só pelos caminhos e trilhas no Izta, mas também na programação completa, que incluiu uma passagem pelo centro de visitantes e um café da manhã reforçado aos pés da montanha, numa rústica e tradicional lanchonete. Aí nos alimentamos de quesadillhas preparadas com uma massa escura e saborosa, típica da região. Nós e os diversos outros montanhistas e turistas que foram passar o dia nessa magnífica montanha.
O mapa da trilha que sobe a mulher deitada, o vulcão Iztaccihuatl, perto de Amecameca, na região central do México
Início da subida no vulcão Izta, perto de Amecameca, na região central do México
Nossa ideia era subir a montanha o mais alto que pudéssemos, de preferência superando os 5 mil metros de altura. Tudo parte do processo de aclimatação para subir o Pico Orizaba em alguns dias. Em teoria, passaremos dois dias por aqui, fazendo caminhadas. Depois, um dia de descanso, subida até o refúgio no Orizaba e, de madrugada, partir para seu cume. A Ana e a Valéria, sem essa “noia” de chegar ao cume da mais alta montanha mexicana, hoje estavam aqui mais tranquilas, quase a passeio. Amanhã, partem para a Cidade do México e depois de dois dias por lá, voltam para me reencontrar em Puebla, de onde seguimos viagem para o sul.
Início da subida no vulcão Izta, perto de Amecameca, na região central do México
De camarote, em rochedo do Izta, admirando o maravilhoso vulcão Popo, perto de Amecameca, na região central do México
Saímos então para a bela caminhada, cada um com seu objetivo. As meninas ficaram logo para trás, tirando fotos e conversando. Ainda precisavam de muito tempo para botar o papo de 3 anos em dia! Um lugar bonito e inspirador como esse não poderia ser melhor para isso, com toda a calma de um dia inteiro a ser vivido.
Com o vulcão Popo ao fundo, admirada e feliz com a paisagem na subida do vulcão Izta, perto de Amecameca, na região central do México
durante a subida do vulcão Izta, temos vistas magníficas do vulcão Popocatéptl, perto de Amecameca, na região central do México
Eu e o Gera seguimos em frente, cada um em seu ritmo também. A trilha é bem marcada e com várias outras pessoas pelo caminho. Mas, o melhor de tudo, é como ela se desenrola. A montanha tem uma área enorme e, além de subirmos, também temos de nos deslocar bastante horizontalmente. Desse modo se intercalam vários trechos de subida tranquila com algumas ladeiras íngremes que temos de vencer. De tempos em tempos, chegamos a trechos ou pontos chamados de “portais”. De aí, sempre uma vista magnífica grandiosa nos espera, cada hora para um lado da montanha. É sempre um objetivo a ser alcançado, como se “quebrássemos” a caminhada até o cume em trechos menores, cada um com sua recompensa. Muito joia!
Subindo o vulcão Iztaccihuatl e com visão para o vulcão Popocatépetl, perto de Amecameca, na região central do México
Visão da crista que leva ao cume do Izta, vulcão perto de Amecameca, na região central do México
E assim segui, passando e fotografando o 1º portal, o 2º e o 3º, cada vez mais alto, chegando e ultrapassando a simbólica marca dos 5 mil metros. Quanto mais alto também, mais bela a vista do Popo ali do lado, sempre com uma coluna de fumaça saindo por sua cratera, como que avisando para ninguém abusar de sua amada. Bem ao longe, no horizonte, por cima de uma capa de céu acinzentado, também apareceu o Pico Orizaba, majestoso. Enfim, para onde se olhasse, era de encher os olhos.
Do alto do Izta, a visão da maior montanha mexicana, o Pico Orizaba, na região central do país
Ao longo do caminho eu ía perguntando aos que desciam sobre as condições da trilha adiante, principalmente por causa da neve e do gelo que começavam a tomar conta da paisagem. Perguntava pelo tempo para se chegar ao alto também, mas logo vi que as informações ou estimativas eram bem conflitantes e, geralmente, pessimistas. Melhor perguntar apenas das condições do caminho, logo percebi.
Para chegar ao cume do Izta, é preciso atravessar essa grande geleira (perto de Amecameca, na região central do México)
Dois alpinistas atravessam a geleira que dá acesso ao cume do Iztaccihuatl, vulcão próximo à Amecameca, na região central do México
Fui subindo, subindo, deixando os portais para trás, assim como os pés e o joelho da “mulher de branco”. Finalmente, cheguei à crista do alto da montanha, de onde já podia observar os peitos e o caminho para se chegar até lá. A vista para os dois lados era estupenda, o ar da altitude bem claro, já acima dos 5.400 metros. O problema era o gelo no solo, que eu tinha de lidar sem sapatos feitos para isso. Aliás, apenas depois de 20 minutos de trilha que eu percebi que tinha esquecido de colocar minhas botas. Estava de tênis mesmo! Não quis voltar para o carro e decidi seguir calçado assim mesmo, até onde desse.
Quase no cume do vulcão Iztaccihuatl, perto de Amecameca, na região central do México
Bom, e deu bastante, com mais cuidado aqui e ali. Cheguei ao segundo ponto mais alto do Izta, mas daí a trilha abaixava para cruzar um glaciar. Glaciar de tênis, realmente não dá. Mas já estava bem feliz de chegar ali, sentindo-me pronto para o Orizaba que me observava de longe. Iniciei o caminho de volta e, ao chegar às ruínas de um antigo refúgio, ainda no alto da crista da montanha, encontrei o Gera.
Com o Gera no alto do vulcão Izta, com o Popo ao fundo, na região de Amecameca, no centro do México (foto de Geraldo Ozorio)
Daí voltamos juntos até um refúgio que ainda está em funcionamento e, na verdade, bem concorrido, com dezenas de montanhistas disputando o espaço de seus dois triliches. Essa é a principal base para quem parte de madrugada rumo ao cume verdadeiro, pouco mais de meia hora à frente de onde eu havia retornado. Agora, de tarde, o que acontecia por ali era uma grande “social”. Imaginei o quanto minha adorada esposa não gostaria de estar ali, conversando com tanta gente de tantos lugares ao mesmo tempo...
Na parte alta do vulcão Iztaccihuatl, na região de Amecameca, no centro do México (foto de Geraldo Ozorio)
Descendo uma das encostas do vulcão Izta, região de Amecameca, no centro do México (foto de Geraldo Ozorio)
Falando nela, nesse ponto me separei do Gera novamente, dessa vez acelerado para encontrar a Ana e a Valéria. Eu as achei no 1º portal, depois de terem chegado até o 2º e retornado para lá. Um pouco depois chegava o Gera, tiramos nossas fotos e seguimos caminho até a fiel Fiona, todos muito felizes com o dia de caminhadas.
O refúgio de alta altitude no vulcão Iztaccihuatl, na região de Amecameca, no centro do México (foto de Geraldo Ozorio)
Tão felizes que até mudamos nossos planos. Não achamos mais necessário voltar aqui amanhã, para nova sessão de aclimatação. O Gera até aventou a hipótese de voltarmos amanhã e tentarmos subir parte do Popo, apesar de ser proibido. Mas ao descobrirmos que tem até uma cerca eletrificada para dificultar o acesso, achamos melhor não. Então, decidimos que ele voltaria com as meninas para a Cidade do México, amanhã cedo, já que tem coisas para resolver por lá, enquanto eu vou passar o dia viajando para Puebla e encontrando um lugar para fazer o bendito alinhamento da Fiona, que ainda não fizemos desde a malograda tentativa lá no Texas. Depois de amanhã pela manhã, o gera vai me encontrar em Puebla e vamos juntos para o Orizaba, já dormir no refúgio da montanha. Subimos ela na madrugada seguinte, voltamos para Puebla, de onde ele retorna à capital e eu encontro a Ana e a Valéria, que viajam para lá no mesmo dia.
Nas encostas do Izta, com o Gera e a Val, com o Popo ao fundo, perto de Amecameca, na região central do México
Enquanto acertávamos nossa nova programação, já no caminho de volta para Amecameca, ainda fomos presenteados com um duplo espetáculo celeste: de um lado, uma maravilhosa lua cheia nascendo, prateada e inspiradora, enquanto do outro, no mesmo momento, um sol avermelhado se escondia atrás do horizonte. O difícil era saber para que lado olhar! Uma maravilha!
A belíssima montanha de Iztaccihuatl, perto de Amecameca, na região central do México
Uma belíssima lua cheia nasce perto de Amecameca, na região central do México
Final de dia perfeito no meio dessa montanhas mágicas que nasceram de um romance que, de tão bonito e sincero, foi eternizado pelos deuses. Popo, com todo o respeito, a sua Izta é mesmo linda!
A lua nasce de um lado e o sol se pôe do outro, num fim de tarde glorioso perto de Amecameca, na região central do México
Muito legal esta matéria. O vulcão Popocatepetl é uma linda montanha. Coberto de gelo, lembra bem o monte o monte Fuji, no Japão. Curiosamente, tanto Popo quanto o Fuji podem ser vistos das capitais de seus respectivos países, sendo que estas são as duas maiores cidades do mundo.
Uau. Belas fotos!
Nesse vulcão que você subiu, dá para iniciantes percorrerem sem perigos? Claro que não até o topo, porém até uma determinada parte?
Aguardo!
Estou engolindo todos os posts do México e já finalizando a grande maioria dos locais que irei.
Muito, muito obrigada!
Resposta:
Oi Suzi
Vc vai adorar o México, tenho certeza! O país é incrível! Daria para passar um ano por lá, vendo coisa nova todos os dias!
Então, para subir esse vulcão, pelo menos até o ponto que eu fui, não é preciso habilidade técnica. Tem de ir na época certa do ano (inverno não pode!) e precisa estar aclimatado com altitude, o que já já para fazer na Cidade do México e cercanias. De qualquer maneira, qualquer caminhada por lá já vale muito a pena, pois vamos subindo, subindo e vendo mais e mais longe. É lindo!!!
Um abs
INCRIVEL relato.... quero voltar !! ABraços
Resposta:
Oi Gera
Legal que vc tenha gostado!
Nós também queremos voltar! A Ana me disse hj que tembém quer ir até lá encima!
Um grande abraço
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