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Acordamos hoje para nossos últimos 11 quilômetros de trilha no Parque N...
A noite passou rápida no nosso refúgio na Hosteria Las Torres, parque N...
Ventou muito durante a noite aqui em Paine Grande, local do nosso acampam...
Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Mesmo em dia nublado, as paisagens grandiosas do parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Em 1878 chegava ao sul da Patagônia o primeiro grupo de turistas de que se tem notícia. Entre os integrantes, a famosa escritora, jornalista e feminista inglesa Florence Dixie. Naquela época, Dixie já dizia que homens e mulheres deveriam ter os mesmos direitos, de votar, de estudar, de trabalhar, de como se vestir e até de viajar. Seus livros, mesmo os de viagens, faziam muito sucesso na época. Sua descrição sobre as belezas da patagônia, especialmente sobre a região de Torres del Paine, cativaram e interessaram muitos leitores e incentivaram a vinda para cá de inúmeros cientistas, como geólogos e glaciologistas. As enormes torres de granito que fazem a fama do parque foram chamadas por ela de “As Agulhas de Cleópatra”.
Foto clássica do parque Torres del Paine, tirada em dia de sol e do lago Pehoe (foto da internet)
Foto clássica do parque Torres del Paine, tirada em dia de sol e do lago Nordenskjold (foto da internet)
Esse era o nome que se dava (e continua assim!) aos obeliscos egípcios que foram enviados a Paris, Londres e Nova York poucos anos antes da viagem de Dixie à patagônia. Na verdade, eles são muito anteriores à Cleópatra e quando a famosa rainha egípcia nasceu eles já tinham quase 1.500 anos. Mas no final do séc. XIX, tudo que vinha do Egito era associado à sua mais conhecida rainha e assim foi com os obeliscos também. As enormes montanhas em forma de torres no sul do Chile realmente se parecem com os obeliscos, mas o nome sugerido por Dixie não pegou e eles ficaram mesmo conhecidos como Torres del Paine. “Paine” é uma forma antiga de dizer “azul” e se refere á cor do granito em dias nublados, coisa muito comum por aqui.
Estrada interna do parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Estrada que corta o parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Mesmo com a chegada de cada vez mais visitantes para conhecer essas formações tão belas, a área não era protegida até 1959. Ao contrário, várias fazendas de pastoreio ocupavam a região, a mata nativa sendo destruída para dar lugar para comida de ovelha. Finalmente, com a criação do parque de 2.500 km2, a situação começou a se reverter. A flora e a fauna local se recuperaram e o número de turistas não parou mais de crescer, algum número perto de 170 mil pessoas por ano, mais de 60% delas estrangeiros. A absoluta maioria desses visitantes vem durante os meses de verão, de Dezembro a Março, quando o clima é mais ameno e o dia tem muito mais horas de luz. O resultado é um certo congestionamento no parque, principalmente ao longo das atrações, trilhas e refúgios mais conhecidos.
Lagoas e montanhas do parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Lago Sarmiento, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
O parque protege uma área de lagos, rios, geleiras e estepes, mas a grande estrela é, sem dúvida o maciço Paine. Suas torres de pedra atraem alpinistas do mundo inteiro enquanto a chance de vê-las mais de baixo atrai pessoas do mundo inteiro. Uma rede de trilhas foi criada para dar acesso a todos os ângulos possíveis de observação dessas montanhas, enquanto refúgios e campings atendem a todos os caminhantes. A organização é quase americana, com opções para todos os bolsos. A única necessidade é fazer a reserva com bastante antecedência, principalmente nos meses de verão.
Pousadas mais chiques dentro do parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Pousada com direito a hidromassagem na beira do lago no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Há também uma rede de estradas, para aqueles que não querem fazer muito exercício. Elas levam a lagos, cachoeiras, mirantes de observação e aos hotéis mais caros. Sim, exatamente como nos EUA e diferentemente do que ocorre no Brasil, há hotéis chiques dentro da área do parque nacional para aqueles que querem conhecer um dos lugares mais belos do mundo em alto estilo. Mas para quem quiser ver essa maravilha de perto mesmo, aí não tem jeito: vai ter de botar o pé na trilha e suar um pouco (ou, muitas vezes, passar frio!).
Mesmo em dia nublado, as paisagens grandiosas do parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Parada em mirante ao lado da estrada no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Geleira desce montanha no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Já faz alguns anos que esse parque passou a ser o queridinho dos gringos que visitam a nossa América do Sul. Tanto por suas belezas naturais como pela infraestrutura e organização criada para desfrutá-la. O Torres del Paine virou um símbolo e motivo de orgulho para o Chile. Mas com tanta gente entrando no parque e caminhando livremente por suas trilhas, a chance de acontecer algo errado não é pequena. Por duas vezes em anos recentes, turistas que acampavam não cuidaram bem de seus fogareiros e inadvertidamente botaram fogo no parque, queimando mais de 150 km2 de vegetação e, inclusive, matas nativas. Em 2005 foi um turista tcheco e em 2011, um viajante de Israel. A repercussão foi tão grande que, nos dois casos, seus países de origem arcaram com os custos e enviaram especialistas para ajudar na recuperação da vegetação destruída. Hoje, fogueiras são proibidas em qualquer lugar de Torres del Paine e fogareiros só podem ser acesos em locais de camping. Turistas são terminantemente proibidos de caminhar fora das trilhas designadas e o acesso a algumas regiões mais sensíveis do parque só pode ser feita acompanhada de guias credenciados.
Mesmo queimada, a bela vegetação do parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Nosso roteiro (de carro e pequenas trilhas) no primeiro dia no Parque Torres del Paine: Portaria Sarmiento - Mirante - Salto Chico - Praia do Lago Grey - Salto Grande - Refúgio Las Torres. Amanhã, começamos o famoso trekking do W, também mostrado no mapa
Eu já tinha estado aqui uma vez, há pouco mais de 20 anos. Foi durante uma viagem de um mês por Argentina e Chile e as memórias das andanças no Torres del Paine ainda estão vivas, um dos pontos altos daquela jornada. Ainda não havia tantos turistas naquela época e os refúgios eram bem mais rústicos que os de hoje. Mas sempre sonhava em voltar. Aquela história de que figurinha repetida não preenche álbum não vale para esse lugar especial. Enfim, agora tão bem acompanhado da Ana, finalmente o sonho se realizou.
Passarela de madeira que leva ao Salto Chico, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Salto Chico (nem tão "chico" assim!) no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Mesmo com chuva e frio, visita ao Salto Chico, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Como chegamos bem na semana do natal, o parque não está assim, tão lotado. Nós viemos para percorrer o famoso circuito do W, o trekking mais conhecido e disputado do Torres del Paine. O circuito tem esse nome, “W”, exatamente porque o caminho se parece com essa letra do alfabeto, contornando a parte sul do maciço de montanhas e entrando no centro delas, justamente a perna do meio do W. Ainda vou falar disso nos próximos posts, mas decidimos pelo W pelo tempo que dispúnhamos, não mais do que quatro dias.
Praia do lago Grey, sempre com muitos icebergs, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
A Ana atravessa praia do lago Grey rumo a um iceberg, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Pois bem, a gente chegou hoje aqui no meio da tarde e não poderíamos começar a caminhar ainda hoje. Ao mesmo tempo, nessa época do ano a tarde vai longe por aqui e resolvemos aproveitar essas horas extras. Hoje foi o dia de percorrermos as estradas do parque no conforto da nossa Fiona, parar em locais estratégicos e percorrer pequenas trilhas. Ficamos longe das montanhas, mas elas estão sempre ali, no nosso horizonte. E estariam gloriosas, se o tempo não estivesse tão fechado, muitas vezes até chovendo. Então, o maciço e suas torres estavam sempre entre nuvens, mostrando parcialmente sua cara uma vez ou outra.
A Ana fica pequena perto de um iceberg em praia do lago Grey, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Um enorme iceberg flutua no lago Grey, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
O parque tem muitos lagos, mas são quatro os principais: Sarmiento, Nordenskjold, Pehoe e Grey. As estradas circulam entre eles e as atrações tem sempre relação com esses lagos. Nós entramos no Torres del Paine pela portaria Sarmiento e logo paramos em um belo mirante com vista para pequenas lagos e para o Nordenskjold, com as montanhas ao fundo. Aliás, esse nome esquisito é uma homenagem ao jovem cientista sueco que veio no início do séc. XX na esteira do livro da Florence Dixie e passou um bom tempo por aqui estudando a região. Daqui ele partiu para uma viagem ainda mais ao sul e vários acidentes geográficos na Geórgia do Sul e Antártida também o homenageiam.
Debaixo de chuva, caminhando em praia do lago Grey, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Observando icebergs no lago Grey, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Daí seguimos para o Salto Chico, uma poderosa cachoeira que de pequena não tem nada. É ela que traz as águas do lago Pehoe para o rio Pehoe. Uma rápida caminhada na chuva em uma passarela de madeira nos levou até lá. Tiramos nossas fotos molhadas e voltamos para a Fiona, agora para passar pela administração do parque e seguir até o fim da estrada. É daí que sai uma trilha de uns três quilômetros que atravessa uma praia do lago Grey e dá visão para a geleira Grey, lá no fundo, a maior da região. Quando fizermos o W, vamos chegar lá perto! Hoje, por causa chuva, mal deu para ver ela direito.
Icebergs parecem formar uma frota de navios-fantasma em praia do lago Grey, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Um turista se aproxima de iceberg em praia do lago Grey, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
De qualquer maneira, o ponto alto dessa trilha não era ver a geleira de longe, mas sim a praia e os diversos e grandes icebergs que boiam por ali. Esses enormes pedaços de gelo vieram justamente da geleira alguns quilômetros adiante e ficam ali perto da praia, encalhados, pelo menos até derreterem, ficarem menores e seguirem rio abaixo. São de gelo azul e num dia acinzentado como hoje, estavam lindos e elegantes, uma cena quase surreal diante da lente de nossa câmera, uma pintura no lugar de uma fotografia.
Iceberg e seu reflexo nas águas do lago Grey, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Icebergs que parecem pinturas flutuam no lago Grey, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Como havíamos chegado ao final da estrada, só nos restava voltar. Já passava das 19:00 e ainda nem tínhamos lugar para dormir. Mas isso não nos impediu de fazer uma última parada, dessa vez no Salto Grande, o estreito canyon que faz a ligação entre as águas do Nordenskjold e do Pehoe. Já o tínhamos fotografado de longe, mas agora eu queria chegar lá pertinho. A Ana se rendeu ao cansaço do dia longo e à chuva e decidiu esperar na Fiona. Uma rápida corrida em meio a chuva, várias fotografias e outra corrida, agora na descida, encerraram rapidamente essa última etapa do passeio pelo parque.
Icebergs que parecem pinturas flutuam no lago Grey, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Faltava só o lugar para dormir. Como pretendemos começar o W logo pela manhã, tínhamos de dormir em alguma de suas extremidades. Logisticamente, é muito mais fácil ir até o lado leste da trilha, pois o carro chega até aí. Para chegar ao lado oeste, só de barco e, a esta hora, é claro que não havia mais barcos. Então, ficou fácil: rumo à Hosteria Las Torres, no extremo leste do circuito.
Visto de longe, o Salto Grande, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
O salto Grande, onde as águas do lago Nordenskjold caem no lago Pehoe, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
O salto Grande, onde as águas do lago Nordenskjold caem no lago Pehoe, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
A hosteria é, na verdade, um complexo. Há um hotel mais caro, um refúgio com quartos coletivos e um camping. Tudo para atender a demanda que não para de crescer. A chuva e o frio nos desestimularam a buscar o camping (montar barraca naquele estado de cansaço, frio, chuva e escuridão, ninguém merece!) e o hotel, mesmo com preços salgados, estava lotado. Já os refúgios, só por que era a semana de natal e estava chovendo, havia umas últimas vagas para nós. O preço? O roubo de 50 dólares por pessoa, sem direito a cobertor! Realmente, a barraca teria saído muito mais em conta, mas nossa falta de ânimo valeu esses 100 dólares. Àquela hora, o restaurante tipo bandejão já tinha fechado e a gente se virou com um lanche mesmo. Depois, fomos achar nosso beliche em um quarto cheio de gringos, alguns começando a caminhada, outros terminando. Dormindo em nossos sleepings, buscamos descansar porque, a partir de amanhã, não tem mais moleza não. Uma longa trilha de 3 dias em meio às Agulhas de Cleópatra, uma das mais cênicas do mundo, nos aguarda...
Atrás de uma colina, as famosas montanhas de granito do parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Olá,
Adorei o roteiro que fizeram!
Estou indo para o parque dia 20. Irei para Puerto Natales primeiro...Gostaria de saber onde vocês alugaram o carro para fazer a parte sul do parque (salto grande ...etc), pois não consigo achar informações sobre o aluguel de carro
Obrigada!
Como o dia estava nublado e chuvoso , tive que usar a imaginaçãoara fazer jus ao nome Payne .Achei a infraestrutura
turística a desejar .para um lugar tâo famoso ! Nos EEUU , você
teria recebido melhor acomodaçâo por um preço menor .Tenho
vontade de conhecer esta regiâo . Levarei um cobertor extra ,
Bjs
Resposta:
Olá Dona Helen querida!!!
Como sempre, uma honra receber comentários seus!!!
Então, também passamos por parques nos EEUU que estavam completamente lotados e que tivemos de dormir na Fiona! O Torres del Paine é igual, se vc fizer a reserva com antecedência, vai encontrar quartos ótimos. Se deixar para última hora, aí é bom mesmo levar cobertor extra!
Quando vc for conhecer a região, eu me candidato como guia!!!
Beijos e saudades
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