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Morro do Cabeludo, no Parque dos Pirineus, em Pirenópolis - GO
Pouca gente fora de Goiás sabe, mas os Pirineus, essa famosa cadeia de montanhas, não fica entre a França e a Espanha, mas aqui pertinho de Goiânia, na pequena, histórica e charmosa Pirenópolis, ou cidade dos Pirineus.
Pirenópolis é um destino turístico super concorrido para os goianos e brasilienses. Cidade histórica, com origem no séc XVIII ligado à mineração, ainda em tempos coloniais, tem um casario antigo que lembra muito as cidades históricas mineiras, ou mesmo Parati, no Rio de Janeiro. Além do charme, o outro grande atrativo da cidade são suas belezas naturais, como as dezenas de cachoeiras e o P.E dos Pirineus.
Vista dos Pirineus, no Parque dos Pirineus, em Pirenópolis - GO
Nosso objetivo era sair hoje de São Jorge, na Chapada, e chegar à Pirenópolis em tempo para visitar esse parque que dá nome à cidade. Das minhas lembranças de uma visita que fiz há uns oito anos, era um programa rápido e relativamente fácil de fazer...
Muitos "chuvirinhos" no Parque dos Pirineus, em Pirenópolis - GO
Saímos mais tarde que o planejado mas, mesmo assim, ainda tínhamos a intenção de dar uma paradinha no Vale da Lua, ao lado de São Jorge e a mais conhecida atração da Chapada dos Veadeiros fora dos limites do parque. Mas hoje era sábado e, assim que chegamos na estrada que dá acesso á atração, lá estavam dois ônibus abarrotados rumando para o Vale da Lua. Era a deixa que precisávamos para desistir do programa, ainda mais que seria uma visita de pouco tempo, mas paga do mesmo jeito. O Vale da Lua é para ser curtido durante a semana, longe das multidões e com tempo para admirar cada um de seus recantos.
Com o Chico, no alto do "Pai", no Parque dos Pirineus, em Pirenópolis - GO
Passamos em Alto Paraíso, na nossa pousada Catavento, para pegar o carro do Chico e seguimos em comboio para Pirenópolis, passando pelo Distrito Federal e ao largo de Brasília. Impossível não lembrar da inesquecível Legião Urbana e de seu "Santo Cristo" ao passar ao lado de Planaltina e de Ceilândia. É fácil perceber que a crítica social contida naquela música continua mais atual do que nunca, especialmente nestas cidades da periferia de Brasília.
Com a tarde avançando, chegávamos perto de Pirenópolis e já podíamos observar os Pirineus. E não é que lembram mesmo as montanhas européias? É claro que numa escala muito menor! Foram europeus passando pela região que notaram a semelhança e contribuíram para a mudança de nome da antiga vila para o nome atual.
Uma das quedas d'água do Sorrizal, no Parque dos Pirineus, em Pirenópolis - GO
Não daria tempo de ir até a cidade para depois voltar ao parque. A saída era passar por lá primeiro. O problema é que nossos dois livros-guia advertiam que um guia (de carne e osso)era obrigatório. Não nas minhas memorias! Lembrava-me de trilhas curtas e bem indicadas. Dito e feito! Apesar das placas avisando sobre a necessidade de guia, essa ridícula regra não é seguida. As portarias aparentam estar abandonadas e seguimos tranquilamente até o pé do "Pai, Filho e Espírito Santo", as três montanhas principais dos Pirineus.
Um dos poços do Sorrizal, no Parque dos Pirineus, em Pirenópolis - GO
Encima do Pai está uma igreja e uma trilha de 15 minutos nos leva até lá, de onde se tem belíssimas vistas das paisagens ao redor. Há uma procissão em Julho em que as pessoas vem até aqui, à pé, desde Pirenópolis, a 20 km de distância. Isso sim é um belo esforço!
De lá seguimos, ainda dentro do parque, para o Sonrizal, uma sequência de pequenas quedas d'água (principalmente para quem está acostumado com as cachoeiras da Chapada!) e diminutos poços de água cristalina. A gente se refrescou rapidamente e seguimos para Pirenópolis, onde nos instalamos na Pousada Cavalhada, bem no centro histórico.
No mirante do Parque dos Pirineus, em Pirenópolis - GO
Fim de semana, cidade movimentada por goianos e brasilienses. Mais do que isso, estamos em período de festas que antecedem as famosas cavalhadas da cidade, então o centro se enche de pessoas montadas em seus cavalos enfeitados. Muito jóia! Comemos num dos muitos bons restaurantes de preços inflacionados da cidade e esticamos para uma boate onde se tocava "legítima" música goiana: jazz! Muito boa, a banda, e foi foi uma surpresa agradabilíssima encontrar essa boa música por aqui, em pleno interior de Goiás. Acabou embalando nosso sono tardio, já quatro da manhã. Vai ser difícil acordar para poder seguir explorando as belezas da cidade...
No mirante do Parque dos Pirineus, em Pirenópolis - GO
Chegando à ilhota de caiaque, em Little Cayman, nas Ilhas Caiman
Como ontem, começamos o dia de hoje mergulhando. Ainda aproveitando a calmaria do vento, que faz a alegria dos mergulhadores e a tristeza dos kitesurfistas, tivemos nova oportunidade de mergulhar na Bloody Bay, do outro lado da ilha. Com vento, o mar fica quase intrafegável neste lugar e os mergulhos acabam sendo feitos na parte protegida da ilha, longe da parede que é o melhor lugar para se mergulhar. Mas sem vento, esse é o lugar! E para aí seguimos. Mas, foi cair na água e tentar ligar nossa nova máquina que descobrimos que eu não tinha carregado a bateria durante a noite. Resultado: mergulho maravilhoso, mas sem fotos...
Animada para uma sessão de caiaque na baía em frente ao nosso hotel em Little Cayman, nas Ilhas Caiman
A Ana aproveita o fim de tarde para remar na baía em frente ao nosso hotel em Little Cayman, nas Ilhas Caiman
Hoje, resolvemos mergulhar apenas duas vezes, para poder aproveitar também o pedaço da ilha acima da água. Assim, logo que retornamos ao píer do resort, lá estavam a Isabelle e o Paul nos esperando, para nos levar de volta ao Sunset Cove. Os dois são ótimos e nos levam de carro para lá e para cá, quando precisamos. A isabelle voltou ontem para cá, depois de fazer um curso da Cruz Vermelha em Grand Cayman. Ela é voluntária dessa organização e, se passar um furacão por aqui, será a responsável da Cruz vermelha por toda Little Cayman. A Ana já pegou várias dicas com ela, já que quer se voluntariar por alguns dias quando passarmos pelo Haiti.
Voltando à terra firme depois de remar pelo entardecer na baía em frente ao nosso hotel em Little Cayman, nas Ilhas Caiman
Enfim, voltamos para nosso hotel para aproveitar um pouco desse pedaço de paraíso que tanto nos lembra da nossa querida Ilha do Mel, onde nos casamos. Não contei no post anterior, mas ontem, no final de tarde, já deu para curtir bastante o local. A Ana saiu de caiaque pela baía à nossa frente e assistiu ao pôr-do-sol lá da água mesmo. Um verdadeiro espetáculo! Eu vi tudo do píer mesmo, cenário paradisíaco, o sol se pondo no fundo e garças cruzando a baía para se reunirem todas numa árvore aqui perto, onde passam a noite.
Preparando churrasco no início da noite no Sunset Cove, nosso hotel em Little Cayman, nas Ilhas Caiman
Em volta da fogueira no Sunset Cove, nosso hotel em Little Cayman, nas Ilhas Caiman
Meia hora mais tarde e o Paul já acendia a fogueira ao redor da qual confraternizamos com o casal de ingleses, o Johnny e a Gil, além do próprio Paul e a Isabelle. Uma delícia! Um pouco antes, a Isabelle ainda fez um churrasco de salsichas para comermos todos uns cachorros-quentes. Sob o céu estrelado, conversamos bastante sobre kite, mergulhos, viagens, pousadas em ilhas paradisíacas e sonhos. Muito joia.
A inglesa Gil entra no mar em frente ao nosso hotel em Little Cayman, nas Ilhas Caiman
Voltando ao dia de hoje, dessa vez eu também me animei em sair de caiaque. Fomos eu e a Ana num barco duplo, remando cerca de uma milha para chegar até uma pequena ilhota no meio da baía. Aí, uma pequena praia nos deu as boas vindas, suas areias brancas mergulhando gentilmente nas águas azul-esverdeadas do mar caribenho que a rodeia. Cenário idílico de filme!
Chegando à praia idílica de caiaque, em Little Cayman, nas Ilhas Caiman
Passamos um tempo gostoso por aí e difícil foi tomar a decisão de ir embora sem saber se ou quando voltaríamos ali. O que nos animava era que outro pôr-do-sol maravilhoso nos esperava no píer, devidamente acompanhado da cerveja gelada que compramos quando chegamos à ilha.
Praia paradisíaca em pequena ilha na costa de Little Cayman, nas Ilhas Caiman
Esses momentos incríveis, lá no píer, passamos outra vez na companhia agradável e interessante do Johnny e da Gil. Os dois tem mais de 50 anos mas tem, especialmente ela, aparência e corpo de 30. Segundo ela, fruto da dieta de brócolis, champagne (de boa qualidade!), muita salada, ausência de trigo e derivados, além de temporadas de kitesurf.
Admirando e explorando pequena praia em ilha na costa de Little Cayman, nas Ilhas Caiman
Mar caribenho em paraia de ilha na costa de Little Cayman, nas Ilhas Caiman
Ficamos tão interessados que ela até ofereceu o jantar de hoje, com vegetais trazidos diretamente da Inglaterra, ainda frescos! Só ficou meio triste por não ter trazido o champagne. Nosso quarto de hotel tem uma mini-cozinha e ela rapidamente providenciou uma salada com frango e brócolis. Ficou uma delícia! A Gil, em muitos aspectos, incluindo esse de ter feito rapidamente uma salada deliciosa, nos lembrou muito da minha querida cunhada Íris. Engraçado que o Johnny também lembrava um pouco o Pedro, meu irmão. Será a saudade que está me fazendo ver parentes a torto e a direito? Até a minha mãe nós “vimos” outro dia. Só foi meio estranho porque foi embaixo d’água, coisa que jamais imaginei minha mãe fazer, hehehe. Mas não foi só eu que vi, não! Logo que saímos da água, a Ana disse: “Nossa! Aquela senhora parecia a Dona Nilza!”.
Praia paradisíaca em pequena ilha na costa de Little Cayman, nas Ilhas Caiman
Hora de remar de volta ao hotel em Little Cayman, nas Ilhas Caiman
Bom, assim terminou nosso segundo dia inteiro nesse lugar maravilhoso, uma boa conversa noite adentro acompanhado de comida bem sadia. Amanhã cedinho, começamos nova etapa da viagem. Voo rápido para Grand Cayman e de lá para Cuba, a ilha do Fidel. Vamos nos encontrar já no aeroporto com o Rafa e a Laura, que chegam do Brasil. Todos ansiosos para viajar por esse belo país que tenta combinar a utopia comunista com as necessidades do capitalismo. Vamos ver as quantas anda esse experimento...
Admirando o espetáculo diário do pôr-do-sol em Little Cayman, nas Ilhas Caiman
Caminho de terra entre Barra do Turvo e Iporanga
Hoje foi o dia! Mesmo com quase tudo arrumado, dia lindo com céu azul, ainda ficamos nos enrolando. Deu até para passear com a Diana uma última vez. Carregamos os eletrônicos no carro, tiramos fotos de despedida e partimos, GPSs prontos para registrar tudo. Depois de tanto tempo parado, mal cabia na minha felicidade e alívio de estar partindo. Até esqueci o problema do visto canadense, tanta coisa para acontecer e ver antes disso.
Fiona pronta para partir
Pois bem, passando do lado do Marcelo, do nosso site, cogitei ligar para ele. Foi quando a Ana se ligou que o celular tinha ficado para trás. Que beleza! Imaginem o meu ânimo. Achei que nunca mais sairia de Curitiba. Ela, sentindo-se meio responsável, deu a brilhante idéia de me deixar no Marcelo enquanto ela buscava o celular. Topei na hora! Assim, mais uns acertos sobre o site e, meia hora depois ela estava lá, já com o celular. Finalmente partimos. Desta vez, para valer. Aleluia, irmãos!!!
Marcelo, responsável pelo site 1000dias
O dia de céu azul fez a estrada ainda mais bonita. Cinquenta quilômetros mais tarde, ultrapassamos uma Defender toda adesivada, do Equador, em viagem pela América do Sul. Interpretamos como um sinal de boa sorte. Nunca tinha visto um carro do Equador no Brasil. Muito legal! Buzinamos, fizemos festa e logo retribuíram. Adorei tê-los visto, mas gostei também de ter escolhido viajar de Hilux. Mais rápida e confortável. Pelo menos,por enquanto!
Nossa primeira fronteira com a Fiona
Mais uns 80 quilômetros e deixamos a Régis para trás. Resolvemos chegar no Petar pelo caminho mais curto, via Barra do Turvo. Para isso, deveríamos enfrentar 30 km de estrada de terra. Mas a Fiona foi feita para isso, certo? A estrada, após período de chuvas, não seria fácil para carros mais baixos. Mas para a Fiona foi brincadeira de criança. Nada como carro alto!
Fiona enfrenta sua primeira estrada de terra
Chegamos ao Petar pouco depois das três da tarde. Se fosse em outros tempos, poderíamos ainda pegar uma caverninha. Dentro de caverna, tanto faz se é dia ou noite. Mas, isso são outros e saudosos tempos... Agora é tudo controlado, "civilizado". O parque fecha às cinco e não tem conversa. Visitas, apenas devidamente acompanhados de monitores. Das trocentas cavernas existentes, apenas uma dezena delas abertas à visitação. E, mesmo estas, apenas trechos mais seguros. Continua um espetáculo mas, para quem viu antes, dá uma dor no coração. Tudo em prol da conservação, já que bandos de vândalos frequentavam o local em feriados, não deixando pedra sobre pedra.
Já marcamos nossos programas para os próximos dois dias. Serão intensos, mas sempre com monitores. Precisamos dançar conforme a música. Mesmo assim, tenho certeza que vai ser legal. O Petar está bem vazio, o tempo está ótimo e vamos até uma caverna que eu ainda não conheço, no Núcleo Caboclos. As outras que vamos, já conheço todas, mas elas valem mais visitas. E ainda temos um bóia-cross pela frente.
Merecida cerveja após a viagem de 3 horas entre Curitiba e Iporanga, onde está o Petar
É a nossa viagem que começa a entrar no ritmo novamente...
Um pequeno pinguim gentoo e um gigantesco elefante-marinho dividem a mesma praia em Prion Island, na Geórgia do Sul (foto de Marla Barker)
Nosso passeio de caiaque terminou na pequena praia de pedras na ilha de Prion Island, na costa noroeste da Geórgia do Sul. Prion Island é famosa pelos albatrozes que aí se reproduzem e foi construída uma trilha de madeira sobre a vegetação para que possamos caminhar da praia até o alto da ilha, num percurso curto de 10-15 minutos cheios de pequenos mirantes para que possamos admirar não apenas a vida selvagem, mas também a paisagem grandiosa que cerca a ilha.
O magnífico cenário visto de Prion Island, na Geórgia do Sul
Típico cenário da Geórgia do Sul, visto de Prion Island
Nós pudemos percorrer toda a trilha com nossas roupas de caiaque mesmo, sem ter de recorrer à famosa parka amarela ou às grandes botas de borracha. Ficamos mais “fashion” assim e quem nos vê pode pensar que chegamos aqui pilotando nossos próprios jatos supersônicos, hehehe.
Prion Island, na Geórgia do Sul
Placa para os visitantes de Prion Island, na Geórgia do Sul
O resto da ilha, além da praia, escadaria de madeira e pequenos mirantes é “off-limits” para turistas. Toda coberta com uma grama alta, é o terreno santo dos albatrozes, que usam esse mato para esconder seus ninhos e filhotes. Não apenas os albatrozes, mas também as outras aves que habitam e se reproduzem em Prion Island, como alguns gansos a aves endêmicas.
Um pequeno pato vaga pela praia de Prion Island, na Geórgia do Sul (foto de France Dionne)
Um grupo de pinguins gentoo em praia de Prion Island, na Geórgia do Sul
Além de todas essas aves que voam, temos, claro, os pinguins! São aqueles que já conhecíamos lá de Falkland, da espécie gentoo. Eles não se arriscam na grama alta da ilha e preferem mesmo a pra de pedras, que dividem de bom grado com elefantes e lobos-marinho. Depois daquele oceano de pinguins com manchas amarelas que vimo9s pela manhã, lá em Salisbury Plain, os olhos até demoram a se acostumar com esses pinguins “apenas” preto e branco. Parece até que mudamos de uma TV colorida para outra sem cores!
Pinguins gentoo em praia de Prion Island, na Geórgia do Sul
Um pinguim gentoo sai do mar em Prion Island, na Geórgia do Sul
Os pinguins gentoo são a terceira maior espécie desse tipo de ave, quase do mesmo tamanho dos pinguins rei, que são a segunda maior. Algumas vezes, as duas espécies até socializam juntas e na internet é possível achar fotos de um gentoo caminhando no meio de um grupo de pinguins rei, mas quase sempre eles preferem a própria espécie.
Um simpático pinguim gentoo na praia de Prion Island, na Geórgia do Sul
Pinguins gentoo nadam no mar ao redor de Prion Island, na Geórgia do Sul
Eles não têm super colônias com centenas de milhares de indivíduos, como os pinguins rei, mas se espalham por uma parte mais ampla do globo que seus primos coloridos, em um número muito maior de colônias. Aqui em Prion Island eram poucas dezenas, e não só caminhavam na praia e entre seus amigos gigantes (os elefantes e lobos), como também davam seu show dentro d’água, nadando com a habilidade que lhes é particular.
O Sea Spirit ancorado ao lado de Prion Island, na Geórgia do Sul
Lobos-marinho e pinguins gentoo em praia de Prion Island, na Geórgia do Sul
Falando nos amigos gigantes, mas gigantes mesmo, lá estavam os elefantes-marinho, um grande macho dominador e seu séquito de fêmeas apaixonadas, algumas com os filhotes gerados na estação passada. Como já chegamos na Geórgia no fim da estação de acasalamento, o clima está bem tranquilo entre eles, sem as brigas titânicas entre os machos para garantir território. Só podemos perceber as cicatrizes deixadas por essas grandes batalhas. Dizem os guias que, com sorte, ainda poderemos ver alguma delas em um desembarque que faremos mais adiante, onde se encontram grupos maiores dessa enorme espécie de mamíferos semi-aquáticos, semi-terrestres.
Elefantes-marinho em praia de Prion Island, na Geórgia do Sul
Elefantes-marinho descansam em praia de Prion Island, na Geórgia do Sul
Por aqui, o máximo que vimos foram dois adolescentes da espécie brincando de brigar. É, o que parece brincadeira hoje, um dia será muito sério, podendo até levar a morte. Entre esses jovens, é apenas peito com peito, tentando derrubar o adversário. Na vida adulta, há muitas mordidas também, principalmente quando nenhum dos lutadores quer ceder ou desistir. Essas mordidas podem gerar muitos estragos e até mutilações, não sendo incomum que levem a morte alguns dias depois, após infeccionarem. Mas, como disse, por aqui era só brincadeira, a gente até podendo notar um certo sorriso maroto no rosto dos adolescentes.
Elefantes-marinho adolescentes medem forças em praia de Prion Island, na Geórgia do Sul
Um filhote de elefante marinho troca de pele em Prion Island, na Geórgia do Sul
Quem parecia machucado, mas não estava, eram os filhotes mais novos. Alguns deles estão passando por uma “troca de pele” e, para olhos destreinados, parece que estão com alguma doença. Mas lá estava nossa guia para dizer que não, que era só a pele antiga caindo e descascando, enquanto outra surge logo abaixo. Coitados! Com aqueles olhos enormes que têm, ficam olhando para nós, curiosos. E nós para eles, com pena. Mas não aprecem se importar muito, não. E os olhos grandes, vão ajudá-los a encontrar comida na escuridão das grandes profundezas, quando forem mais velhos...
Época de troca de pele para os pequenos elefantes-marinho em Prion Island, na Geórgia do Sul (foto de France Dionne)
Com seus enormes olhos, um filhote de elefante-marinho em Prion Island, na Geórgia do Sul (foto de Vladimir Seliverstov)
Onde a briga era muito mais séria era entre os lobos-marinho. Ao contrário dos elefantes, a estação de acasalamento deles está apenas começando e, por enquanto, estão na fase de garantir um território na praia, uma das principais “qualidades” para atrair um fêmea. Uma não, várias! Lobos-marinho chegam a formar haréns com até uma dezena delas. E para isso, é necessário garantir um bom lugar na praia, longe da variação da maré, mas perto o suficiente para um mergulho rápido.
Lobos-marinho em praia de Prion Island, na Geórgia do Sul
Um lobo-marinho e um pinguim gentoo dividem a mesma praia em Prion Island, na Geórgia do Sul
Pois bem, lá estavam os brigões. Ficam frente a frente, se medindo e tentando assustar o adversário. O clima de tensão se perceber no ar, eles se mirando meio de lado. Quando um deles não cede, a briga é certa. De repente, em movimentos rápidos, trocam mordidas violentas, como dois cachorros brigando. Logo vemos o vermelho do sangue aparecer em suas espessas penugens. Após um ou dois embates assim, um deles acaba se afastando, meio a contragosto. Quase podemos entender seus rugidos: “Ainda não acabou! Espera só eu voltar...”.
Lobo-marinho sangrando depois de briga com outro lobo em praia de Prion Island, na Geórgia do Sul
Elefantes-marinho descansam em praia de Prion Island, na Geórgia do Sul
O estranho é ver isso tudo acontecer num espaço tão pequeno, lobos brigando e os elefantes e pinguins ali do lado pouco se importando com o que está ocorrendo. Devem estar bem acostumados. Também não ligam para nós, exceto os próprios lobos, que parecem nos ver como uma ameaça ao seu território duramente conquistado. Então, o negócio e não nos aproximar muito deles...
Nosso grupo de caiaque faz a trilha de Prion Island, na Geórgia do Sul
Com a roupa de caiaque, explorando Prion Island, na Geórgia do Sul
Mas que são indos, isso são! Com sua imponência e juba de leão, um focinho e rosto de urso e sons de lobo. Não é a toa que são chamados por esses três nomes e todos lhe caem bem, apesar da cor da penugem lembrar mais um urso negro que um leão bege. Em inglês não há essa confusão e eles são chamados de “fur seal”, uma espécie de foca com casaco de pele.
O Sea Spirit ancorado na paisagem majestosa de Prion Island, na Geórgia do Sul (foto de Mitch Jasechko)
O Sea Spirit em meio a montanhas geladas, perto de Prion Island, na Geórgia do Sul
Bem, depois de um bom tempo admirando essa praia movimentada e cheia de vida, era hora de seguirmos para a atração principal, os albatrozes gigantes. Para isso, lá fomos trilha acima. Conforme fomos ganhando altura, a paisagem ao nosso redor foi se torando mais linda. Ver o Sea Spirit de longe, navegando em estreitos canais entre montanhas nevadas é absolutamente fantástico. Tivemos de parar mais uma vez para admirar esse cenário arrebatador. Depois, foi respirar fundo e subir mais um pouco. Não queríamos perder as aulas de voo que estavam ocorrendo um pouco acima de nós...
Um preguiçoso filhote de elefante marinho em praia de Prion Island, na Geórgia do Sul
Os orgulhosos pais com a Luiza (Curitiba - PR)
Assim que chegamos mais perto do Perequê e do centro de Ilha Bela ontem, após a maravilhosa "temporada" no Bonete, o celular começou a apitar. Tínhamos ficado alguns dias fora do ar e quando chegamos à área com sinal, foram mensagens e mais mensagens chegando. Nem precisamos ler ou ouvir, só poderia ser uma coisa: a sobrinha tinha chegado ao mundo, quatro dias antes do previsto!
Com a sobrinha Luiza, que acaba de chegar! (Curitiba - PR)
A Luiza nasceu saudável, 3,4 kg e 50 cm de altura! Viva! A tristeza da Ana de não ter estado lá no momento foi logo substituída pela alegria e emoção de ver a foto dela chegando pelo celular. Viva a tecnologia!
Com o Dudu e o Leslen na casa em Ilha Bela - SP
Deste modo, programamos nossa partida para Curitiba para hoje cedo, ansiosos por enfrentar e vencer as cerca de sete horas de viagem. Dito e feito! A gente se despediu do Dudu e do Leslen e no final da tarde já estávamos no apartamento da Dani e do Dudu para conhecer nossa linda sobrinha.
Com a sobrinha Luiza, que acaba de chegar! (Curitiba - PR)
Agora, o plano é ficar por aqui cerca de uma semana, curtindo a sobrinha, a cidade, a família e amigos, resolvendo algumas burocracias, botando os blogs em dia e tentando deslanchar partes do site que ainda não entraram no ar.
Aproveitamos também para respirar um pouco e pegar fôlego para entrar pelo interiorzão do país. Rapidinho a Fiona vai estar na estrada novamente!
Placa de distâncias em posto em Registro - SP. Um dia chegaremos lá!
Água limpa e cheia de vida no naufrágio Artemides, em Salvador - BA
Hoje fomos ver Salvador de outro ângulo: de dentro da baía, acima e abaixo d'água. Salvador é a capital dos naufrágios no Brasil, a visibilidade pode chegar a mais de trinta metros e as oportunidades de mergulho por aqui são infindáveis! Além disso, aqui foi o local do primeiro mergulho da Ana, do seu batismo, então tínhamos de ir para a água.
Mergulho no naufrágio Artemides, em Salvador - BA
Mergulhamos com a Dive Bahia, estrategicamente instalada no Porto da Barra, já ao lado de vários dos naufrágios. São quase oitenta deles catalogados por aqui, vinte bastante "frequentados". Aparentemente, é só a ponta do iceberg. Afinal, há relatos de que, durante a guerra entre portugueses e holandeses, houve dias mais "acalorados" em que mais de cinquenta navios foram afundados em apenas uma batalha!
Parada de segurança, ao final do mergulho no Artemides, em Salvador - BA
Fomos guiados pelo simpático e eficiente Gianpaolo, dono da Dive Bahia, por um cargueiro grego afundado no início dos anos 80. Com seus mais de 150 metros, é o maior naufrágio mergulhável descoberto nas águas brasileiras. Visibildade fantástica e uma vida riquíssima, além do visual daquele enorme navio afundado fizeram desse mergulho um dos melhores que tivemos aqui no Brasil. A profundidade varia dos 26 aos 10 metros, fazendo desse um mergulho bem tranquilo. Principalmente com uma visibilidade beirando os 30 metros. Como se diz entre mergulhadores, a água estava roxa!
Final de mergulho, ao lado do Farol da Barra, em Salvador - BA
O Gianpaolo nos explicou que Salvador está muito próximo da beirada da plataforma continental, algumas poucas milhas apenas, com suas águas oceânicas e correntes marítmas cheias de vida. O movimento das marés faz com que, todos os dias, essa água "lave" a Baía de Todos os Santos, trilhões de litros de água entrando e sando, renovando e almentando a vida local e mantendo a água muito limpa, principalmente no verão, fazendo a alegria dos mergulhadores.
Foto da turma após mergulho em Salvador - BA
Campo de Polo Aquático armado em praia em Salvador - BA
A água é tão lmpa que, na volta, chegando à Praia do Porto da Barra, lotada num domingão, a água continuava cristalina, um convite ao mergulho. Ao mergulho e ao polo aquático também! Pois é, pela primeira vez uma partida de polo aquático do campeonato nacional estava sendo realizado no mar. Muito legal! Quem sabe, uma maneira de popularizar este esporte no Brasil?
Com a Mônica, Wilson e Livia em Salvador - BA
Depois do maravilhoso mergulho, deixamos nossas coisas secando na Dive Bahia e fomos encontrar a Mônica, a Lívia e o Wilson (namorado da Livia) na marina, para almoçar com vista para a baía. Num calor como o de hoje, não poderia haver melhor lugar para almoçar...
Fiona no Terreiro de Jesus, em Salvador - BA
Depois do almoço e após pegarmos nosso material de mergulho, fomos passear no centro de carro, com a Mônica. Foi ótimo! Ela foi nos dando uma aula sobre as construções a praças que passávamos. Completamente diferente do dia em que eu e a Ana fizemos tudo à pé, mas sem ela como guia. Terminamos o tour na Praça Castro Alves, admirando o pôr-do-sol na baía. Na minha memória, só aquela confusão que vejo pela TV do carnaval nesta praça. Hoje, ao contrário, a paz reinava absoluta, magnífico fim de tarde.
Com a Mônica na Praça Castro Alves, em Salvador - BA
Dali seguimos para ver uma peça de teatro numa antiga igreja, a Barroquinha, bem ao lado da praça. Três atrizes, duas delas reconhecemos da série e filme "Ó pai, ó!". Muito boa mesmo. Quase fui levado para o meio do palco no meio da peça, mas percebendo meu olhar desesperado, a atriz que veio me puxar resolveu levar outro. Ufa! hehehe. A peça era sobre a lei Maria da Penha, que trata da violência contra a mulher.
Peça de teatro em Salvador - BA
Amanhã, é dia de banho na Fiona e de darmos uma volta pelo Recôncavo Baiano.
Praça Castro Alves, em Salvador - BA
O Lago Negro, em Gramado - RS
Era ainda meados da década de 70 quando ouvi falar pela primeira vez nessa região que agora visitamos. Eu vivia em Belo Horizonte, ainda na tenra infância, quando meus pais visitaram a cidade de Gramado. Se não me engano, vieram de carro. Fico imaginando as estradas e os carros daquela época. Fico imaginando o caminho e as cidades em que passaram. Fico imaginando a Gramado daquela época... Nostálgico que sou, mesmo em relação àquilo que não vi e conheci, sempre tenho a impressão que preferiria as coisas do passado. Daquela viagem, lembro das histórias, de algumas fotos, de alguns nomes. Nomes que, de certa forma, criaram uma atmosfera meio mágica no cérebro de uma criança de seis anos. O "Lago Negro", envolto em mistérios, ou "Laje de Pedra", o maior hotel que minha mãe já tinha visto...
A Cachoeira do Caracol, em Canela - RS
Escadaria para a Cachoeira do Caracol estava fechada, em Canela - RS
Agora, 35 anos depois, cá estou eu transitando com a minha esposa entre as cidades de Canela e Gramado. O engraçado é que eu estava falando para ela sobre o tal maior hotel que minha mãe havia conhecido, mas que eu não me lembrava o nome quando, bingo!, lá estava a placa para o Laje de Pedra! Muito legal!
Visitando o parque do Caracol, em Canela - RS
Parque do Caracol, em Canela - RS
Bem, nós saímos cedo de Nova Petrópolis, nossa "base de operações" em direção à Canela, passando pelo centro de Gramado. O primeiro destino foi exatamente o mais conhecido, a Cachoeira do Caracol, uma das mais belas do país. A visão realmente é magnífica, do alto do mirante. Infelizmente, a longa escadaria de mais de 700 degraus que leva até a base da cachoeira está em manutenção. Da outra vez que estive aqui, há seis anos, pude descer. Vale à pena, pela paisagem espetacular. Pena que a água do rio não é das mais cheirosas, mas dizem que já foi pior...
O belo canyon da Ferradura, em Canela - RS
A cachoeira fica em um parque com o mesmo nome e é possível fazer uma trilha bem agradável por entre corredeiras, bosques e campos. Tudo muito arrumadinho. De lá, seguimos para a segunda atração natural mais famosa, que para mim é até mais bonita: o canyon da Ferradura. É um raro canyon onde o rio, como o prórpio nome diz, serpenteia por entre íngrimes encostas em forma de ferradura. Uma obra-prima da natureza que também pode ser admirada por mirantes construídos pelo homem em pontos estratégicos. Para os mais energéticos, uma trilha leva até o fundo do canyon. Descer é fácil, mas subir...
Um dos mirantes do canyon da Ferradura, em Canela - RS
Na volta para Canela, outra parada obrigatória: o Castelinho. É uma casa centenária de uma família de imigrantes alemães que foi transformada em museu. Uma das maiores atrações é o fato de que todo o primeiro andar foi construído com madeira de araucária apenas na técnica do encaixe, sem o uso de pregos ou parafusos. Uma lição de arquitetura!
Visitando o Castelinho, em Canela - RS
Mas o maior de todos os atrativos do Castelinho é o apfel strudel que é servido ali, considerado o melhor do Brasil. Não sei sei é o melhor, mas que é muito bom, isso é! Para quem gosta (eu gosto, a Ana não?!?), é um programa obrigatório!!!
O melhor apfel strudel do Brasil, no Castelinho, em Canela - RS
Em Canela, a grande atração, em todos os sentidos, é a belíssima Igreja de Pedra. Linda por fora, simples por dentro. Num dia de céu azul como hoje, parecia uma pintura! E, logo ali perto, um café delicioso, o Empório, cheio de guloseimas quentinhas a ainda um monte de livros interessantes para se folhear e comprar. Coisa de primeiro mundo!
A famosa Catedral de Pedra, em Canela - RS
De Canela para a vizinha mais famosa, Gramado. As duas cidades estão praticamente coladas. Já era fim de tarde, o frio apertando, e seguimos diretamente para o mitológico (pelo menos para mim) Lago Negro. Ar geladíssimo, nós éramos os únicos corajosos a estar dando uma volta no lago naquela hora. Bela paisagem, no espaço e no tempo. Além das minhas lembranças das vezes em que não estive ali, tem também as da Ana. Ela tem uma foto linda ali no Lago Negro, com um ano de idade, engatinhando ao lado do lago. Até pensamos em fazer uma foto parecida, mas achamos que a posição de engatinhamento não lhe cairia muito bem hoje, então deixamos para lá, hehehe.
Visitando o Lago Negro, em Gramado - RS
Com a noite já ocupando o céu, seguimos para o centro movimentado da cidade, cheio de lojas, restaurantes e galerias, além de turistas, claro. Por ali, passeamos na Rua Coberta, onde está ocorrendo a Feira do Livro, pela bela Igreja Matriz, onde ocorria uma missa e até o Palácio de Eventos, em reforma para estar pronto para mais um Festival de Cinema, em agosto.
Araucárias no céu noturno de Gramado - RS
Por fim, seguimos para o principal atrativo da cidade na minha opinião, sua gastronomia. Resolvemos nos banquetear num fondue de queijo especial em um dos restaurantes mais conhecidos, o Le Chalet de la Fondue. O queijo usado é o maasdan com um toque muito suave de gorgonzola. Uma delícia! Acompanhado de bom vinho, então... Não é à tôa que dormimos como anjos depois, de volta ao nosso delicioso hotel em Nova Petrópolis.
Delicioso fondue de queijo na noite fria de Gramado - RS
Muitas cores em praia de Isla Mujeres, no litoral sul do México, do lado do Caribe
A grande atração de Isla Mujeres é, sem dúvida, o mar que a cerca. A gente já pôde conferir isso antes mesmo de chegar lá, no ferry que nos leva de Cancún até lá.
Ferry para Isla Mujeres, no litoral sul do México, do lado do Caribe
Os barcos para a ilha partem de quatro lugares diferentes, com preços e horários distintos, dependendo do conforto e velocidade que se queira, além da praticidade do ancoradouro estar mais perto ou mais longe da região hoteleira.
Admirando a beleza do mar no caminho para Isla Mujeres, no litoral sul do México, do lado do Caribe
No ferry a caminho de Isla Mujeres, no litoral sul do México, do lado do Caribe
Para nós, que queríamos ir de Fiona, não havia escolha. O ferry para carros só sai de um lugar, quatro vezes ao dia. É justamente no porto mais longe da cidade. Então, apesar de ser o mais barato para quem atravessa sem carro, quase ninguém se dá ao trabalho de ir até lá. São poucas pessoas também que se dispõe a atravessar o próprio carro e, portanto, o ferry estava bem tranquilo.
Chegando à paradisíaca Isla Mujeres, no litoral sul do México, do lado do Caribe
Barco lotado em Isla Mujeres, no litoral sul do México, do lado do Caribe
Isso nos deu a falsa ilusão de que o movimento na ilha seria pequeno. Até parecia que estávamos indo para a Ilha do Mel, mas com um mar cem vezes mais bonito. Para manter o ritual que temos quando vamos à ilha paranaense, até compramos uma latinha de cerveja para nos acompanhar enquanto observávamos aquele cenário paradisíaco à nossa volta.
A caminho de um mergulho num mar com cara de piscina, na Isla Mujeres, no litoral do Yucatán, no sul do México
A ilusão de uma ilha vazia acabou assim que nos aproximamos dela. Na verdade, até antes, já que começamos a ver, de longe, a quantidade de construções na ilha (algumas altas!). Mas foi lá perto, ao ver o tanto de gente nas praias de areias brancas e as pessoas apinhadas em catamarãs sobre o mar com cor de piscina, aí tive certeza que aquela não era a nossa Ilha do Mel. Talvez, trinta anos atrás...
Voltando do mergulho em um mar que mais parece uma piscina, na Isla Mujeres, na costa caribenha no sul do México
Satisfeita com a vida, voltando de um magnífico mergulho na Isla Mujeres, na costa caribenha no sul do México
Enfim, é movimentada mesmo, mas também tem seus encantos. Afinal, não é a toa que tem tanta gente querendo passar uns dias por lá. O mar é simplesmente maravilhoso, um azul que nossos olhos não querem acreditar.
Cenário perfeito para massagens em Isla Mujeres, no litoral sul do México, do lado do Caribe
As melhores praias estão no lado norte da ilha. Águas bem tranquilas, areias branquinhas, muitas infraestrutura de bares e restaurantes, comida para todos os gostos e bolsos, cadeiras para lugar ou bastante espaço para colocarmos nossas cangas.
Aproveitando o delicioso mar de Isla Mujeres, no litoral sul do México, do lado do Caribe
Observando wind surf wm Isla Mujeres, no litoral sul do México, do lado do Caribe
No lado sul e no leste da ilha, voltados para mar aberto, a costa é mais rochosa e o mar, agitado. Barcos e pessoas preferem mesmo o norte e a face voltada ao continente. Lá moram a maioria das pessoas e é onde está a cidade de verdade. É onde a maioria das pessoas se hospeda (inclusive nós) e estamos a poucos quarteirões do mar.
Delicioso fim de tarde em Isla Mujeres, no litoral sul do México, do lado do Caribe
Chegamos à ilha no dia 6 e saímos no dia 11. Todos os dias, a melhor parte do dia era exatamente quando estávamos perto do mar, seja na praia, mergulhando, andando ou caminhando pela orla, nadando em suas águas cintilantes.
Última visão das praias paradisíacas da Isla Mujeres, no litoral sul do México, do lado do Caribe
Enfim, do momento que chegamos até a hora de partida, o mar foi a primeira razão de estarmos aqui e, basta ver as fotos, motivos tínhamos para isso.
Mar totalmente caribenho ao redor da Isla Mujeres, no litoral sul do México
Não tivemos a tranquilidade que queríamos, mas a beleza do que nos rodeava certamente compensou isso. Após quatro dias de nos esbaldarmos por aqui, agora sim vamos achar um lugar tranquilo para ficar.
Vida tranquila em Isla Mujeres, no litoral sul do México, do lado do Caribe
Cão meio triste com a neve em estrada próxima à Susanville, na Sierra Nevada, Califórnoa, nos Estados Unidos
Ontem, após nosso passeio pela neve do Mt. Shasta, nós seguimos viagem para outro vulcão, mais ao sul, também na região da Sierra Nevada. Estou falando do Mount Lassen, o único vulcão a entrar em erupção nos Estados Unidos (sem contar o Alaska e Hawaii) durante o século XX, além do Mt. St. Helens, claro! Foi no ano de 1915 e suas cinzas foram parar a mais de 300 km de distância. Ele passou mais alguns anos mandando sinas de fumaça, mas desde então parace estar dormindo. Mas não se enganem, os cientistas americanos dizem que, dentre todos os vulcões do noroeste americano, ele é o que tem mais chances de entrar em erupção novamente, no curto prazo.
Nosso percurso nos últimos dias: Do litoral para o Mt. Shasta, cruzando a Sierra Nevada. Daí para o Mt. Lassen e Susanville. Finalmente, para Truckee e Squaw Valley, já no Lake Tahoe
Mas não foi por isso que nós passamos por lá rapidamente. Na verdade, nosso plano era conhecer o parque nacional criado em sua volta, tanto para proteger suas belezas como também a área devastada pela erupção de quase 100 anos atrás, para futuros estudos. Só que, para variar, a estrada que corta o parque já estava fechada para a estação. Além disso, uma teimosa neblina teimava em encobrir a montanha. Com a estrada fechada até abril do ano que vem, quase todos os hotéis em volta do parque também fecham. Resolvemos então seguir viagem até a próxima cidade, Susanville, já na rota para o Lake Tahoe.
Fiona, depois de uma noite de neve em Susanville, na Sierra Nevada, Califórnoa, nos Estados Unidos
Hoje cedo, a surpresa! A Fiona amanheceu branquinha de neve, capô e vidros completamente cobertos. Deu até dó ter de ligar o limpador de para-brisas para limpá-la. Claro que tiramos umas fotos antes disso, a primeira vez que vimos nossa querida Fiona dessa maneira. Mesmo com a neve, ela pegou de primeira e pegamos a estrada para o sul.
Vidro da Fiona coberto de neve em Susanville, na Sierra Nevada, Califórnoa, nos Estados Unidos
Limpando a neve da Fiona em Susanville, na Sierra Nevada, Califórnoa, nos Estados Unidos
No caminho, muita neve ao redor da estrada. O cenário pode ser muito comum para na região, vastas planícies branquinhas, o gado se esforçando para achar alguma grama para comer, pinheiros com os galhos carregados de neve, lagos congelados. As outras pessoas que encontramos na estrada não pareciam dar a mínima para isso. Mas para nós, brasileiros que somos, era como um conto de fadas!
Gado pasta em campo nevado próximo à Susanville, na Sierra Nevada, Califórnoa, nos Estados Unidos
Não resistimos a parar várias vezes para tirar mais fotos. Um cão brincando na neve, motivo para parar! Um carro “fantasiado” de morro de neve, motivo para parar! Um galho de árvore com uma enorme quantidade de neve, motivo para parar! Nesse último caso, a Ana até desceu do carro e foi “ajudá-lo”. Afinal, nós lemos que uma das causas de morte de árvores é quando elas não aguentam o peso de tanta neve em seus galhos... Pelo menos para essa aí, não custava dar uma mãozinha, né?
Ym fusca coberto de neve em estrada próxima à Susanville, na Sierra Nevada, Califórnoa, nos Estados Unidos
Enfim, seguimos viagem para nosso destino final, a famoso Lake Tahoe. A fome apertava e resolvemos parar logo na primeira cidade da região, Truckee. A ideia era um lanche rápido e avaliar se ficaríamos por lá ou não. A neve continuava a cair, o nosso livro-guia recomendava a cidade, mas nós não ficamos muito impressionados, não. De qualquer maneira, queríamos comer. Então, achamos um restaurante joia e fizemos o pedido.
A Ana derruba um bloco de nece de cima de uma árvore em uma estrada próxima à Susanville, na Sierra Nevada, Califórnoa, nos Estados Unidos
A Ana derruba um bloco de nece de cima de uma árvore em uma estrada próxima à Susanville, na Sierra Nevada, Califórnoa, nos Estados Unidos
Quando começamos a conversar em português, atraímos a atenção do casal ao nosso lado. O Don e a Barbara ficaram muito curiosos conosco e, ao saber da viagem, o interesse só aumentou. Logo já dividíamos a mesma mesa e, em seguida, o Don já nos oferecia uma garrafa de vinho. A conversa continuou a fluir e agora foi a vez deles oferecerem champagne. Ao final, nossa parada rápida de 20 minutos se estendeu por quase duas horas. Muita conversa e dois novos amigos! Em compensação, perdemos a luz do dia e a chance de ver, ainda hoje, as águas do Lake Tahoe. Foi no final da tarde que nos despedimos e foi só no escuro que chegamos ao Squaw Valley, sede dos Jogos Olímpicos de Inverno de 1962. Como chegamos exatamente uma semana antes da abertura oficial da temporada de inverno e de esqui, os preços ainda estavam muito camaradas. Com uma chance dessa, resolvemos ficar por três noites, aproveitando o belo visual de neve. Assim, teremos dois dias para conhecer um dos mais famosos cartões postais da Califórnia!
Nossos amigos Don e Barbara, que nos ofereceram vinho e champagne em um restaurante de Truckee, na região do Lake Tahoe, na Califórnia, nos Estados Unidos
Fim de tarde sobre o rio Madre de Dios, em Puerto Maldonado, na amazônia peruana
Para quem já viajou na Europa de carro, sabe como é fácil passar de um país para o outro. Não estou falando das questões burocráticas, passaportes e documentos. Nesse quesito, então, nem se fala. Estou falando da infraestrutura, das estradas que nos levam a um país vizinho. Na Europa, as estradas simplesmente “continuam do lado de lá”, como se estivéssemos cruzando de Minas para São Paulo ou da Paraíba para Pernambuco. É como deveria ser em qualquer lugar do mundo, na minha humilde opinião.
Estrada de Rio Branco (A), no Acre, até a fronteira em Assis Brasil (B) e, de lá, para Puert0 Maldonado (C), na Amazônia peruana
Já aqui na nossa América do Sul, as coisas não são assim tão simples. Mas tem melhorado, quando comparamos com a situação de poucas décadas atrás, até onde vão minhas lembranças. Falo principalmente do Brasil. A situação é melhor nas nossas fronteiras do sul, com Argentina e Uruguai, onde a integração é mais antiga. Mas com os países do norte, a situação ainda é, no mínimo, precária. Com a Venezuela e Guiana, há ligação rodoviária desde Roraima. O problema é que, de Roraima, só se chega até Manaus. Daí para o sul do país, só rios (a não ser para quem se aventure pela péssima estrada de Manaus à Porto Velho, como nós fizemos). Então, a rigor, para quem mora nos estados do sul, não dá para ir “só de carro” para esses países. Vai precisar da ajuda de um barco. O mesmo vale para a Guiana Francesa, só que agora é via Amapá. Uma ponte liga esse estado ao país vizinho, mas está fechada por problemas burocráticos. De qualquer maneira, para se chegar ao Amapá, só de barco. Com o Suriname, então, nem se fala. Apesar de nossa longa fronteira comum, chegar até lá, nem de carro e nem de barco. É como se fossem países em continentes diferentes. A mesma coisa vale para a Colômbia. Pelo menos, aí se chega de barco, mas de carro, só em sonho (ou dando a volta por países vizinhos).
O rio Madre de Dios, em Puerto Maldonado, na amazônia peruana
Senhoras se admiram com a bela paisagem de Puerto Maldonado, na amazônia peruana
A grande novidade nesse assunto foi a construção da Estrada do Pacífico, ou Interoceânica, que nos liga a um outro vizinho, o Peru. Antes dela, mais uma vez, só de barco. Mas em meados da década passada, essa situação mudou, com a construção da ponte que liga Assis Brasil, no Acre, com Iñapari, no Peru. Além disso, claro, construiu-se e asfaltou-se uma estrada de Rio Branco até a fronteira, e de Iñapari até o litoral do Peru, vencendo a majestosa cordilheira dos Andes. Lembro-me da felicidade ao ver esse acordo celebrado, no início da década passada e, meio incrédulo, mas contente, de perceber que as obras estavam saindo mesmo do papel. Depois, ao ler notícias de viajantes que passavam por essa nova rota, jurei que chegaria a minha vez. Desde o início dos 1000dias, sempre planejamos viajar ao Peru, de carro, diretamente do Brasil. Tanto que, quando passamos da outra vez pelo país, ficamos apenas ali pertinho do litoral, deixando a região de Cusco e do Titicaca para uma segunda etapa, vindos do Acre pela Rodovia Transoceânica. Esse dia finalmente chegou!
A bela ponte que atravessa o rio Madre de Dios, em Puerto Maldonado, na amazônia peruana
Parte da Carretera Transoceanica, a ponte Billinghurst, sobre o rio Madre de Dios, em Puerto Maldonado, na amazônia peruana
E assim foi! No dia 16, orgulhosos e curiosos, atravessamos a ponte em Assis Brasil e entramos no Peru. Basicamente, saímos da Amazônia e entramos na Amazônia. Pois é, a fronteira é só imaginaria, pois a natureza continua a mesma! Nos primeiros quinhentos quilômetros em território peruano, ainda estamos no meio de florestas tropicais, rios caudalosos e altitudes de no máximo 350 metros. Aquela imagem romântica e idealizada das montanhas e altiplano andino, isso fica mais para frente. Para quem quer ver algo diferente, tem de se contentar com a mudança da língua. E só. Pelo menos, nessa primeira parte.
Admirando o pôr-do-sol do alto da ponte sobre o rio Madre de Dios, em Puerto Maldonado, na amazônia peruana
Fim de tarde sobre o rio Madre de Dios, em Puerto Maldonado, na amazônia peruana
A primeira (e única!) cidade grande nessa parte amazônica do Peru é a simpática Puerto Maldonado. Aqui, a Rodovia Transoceânica teve de vencer um de seus maiores obstáculos: o rio Madre de Dios. É, de longe, a maior ponte qu ultrapassamos desde Rio Branco e não há nada parecido até Cusco. Formosa, é uma das grandes atrações turísticas da cidade e assistir o fim de tarde sobre ela, as cores vermelhas do céu refletidas no rio abaixo, é simplesmente um espetáculo! Foi o que fizemos na nossa primeira tarde por ali, já que resolvemos passar uma noite na cidade antes de seguirmos viagem até a subida da Cordilheira dos Andes.
O simpático bicho-preguiça que vive nos jardins do nosso lodge em Puerto Maldonado, na amazônia peruana
Na verdade, chegamos dispostos a passar mais de um dia, já que daqui saem lindos passeios a um Parque Nacional nas redondezas, área de floresta e de animais como onças, araras e ariranhas. Como nós acabamos de chegar de uma temporada amazônica no Brasil, isso não soava tão interessante, até meio repetitivo, mas queríamos sim dar uma olhada. Rápida, pois o interesse mesmo eram os Andes, isso sim muito mais exótico para nós.
O simpático bicho-preguiça que vive nos jardins do nosso lodge em Puerto Maldonado, na amazônia peruana
Chegamos a checar passeios e decidimos que iríamos passar um dia inteiro por aqui, para seguir viagem no dia 18. Mas, essa não era a ideia que tinha o destino, senhor de todos nós. Eis que a Ana adoeceu e ficou ruim de verdade. Vomitando muito, nada parando no seu estômago. Ou saia por aqui, ou saia por ali. Ficou fraca e com febre. Nossa farmácia que viaja conosco não deu conta e não houve remédio que não fosse levá-la ao hospital. Dali, não a deixaram sair. Entrou no soro e antibióticos, para combater a infecção misteriosa.
O ativo bicho-preguiça que vive no nosso lodge em Puerto Maldonado, na amazônia peruana
Socializando com um simpático bicho-preguiça no nosso lodge em Puerto Maldonado, na amazônia peruana
Hospital público, atendimento gratuito, exceto pelos medicamentos e outros materiais, que era eu que deveria providenciar. Alguns, conseguia comprar ali no hospital mesmo. Outros, fazia uma peregrinação pelas farmácias (ou “boticas”) da cidade. Acabei conhecendo boa parte delas. Enquanto isso, a Ana descansava em um leito simples do hospital. Passou pelas mãos de três médicos, nos seus respectivos horários de plantão. Finalmente, quase 24 horas depois de dar entrada, consegui liberação para tirá-la de lá, diretamente para o conforto do nosso quarto num delicioso lodge na beira do rio Madre de Dios, quase ao lado da ponte que o atravessa.
O hospital que atendeu a Ana em Puerto Maldonado, na amazônia peruana
Uma das muitas farmácias visitadas pelo Rodrigo em Puerto Maldonado, na amazônia peruana
Foram vários dias de descanso ali mesmo, até ganhar forças paras seguirmos viagem. A única diversão para ela, além de ficar tomando o soro isotônico que eu lhe trazia, era observar e fotografar uma simpática bicho-preguiça branca que vive lá no lodge. Uma das mais ativas que já conhecemos. Subia e descia árvores e telhados com agilidade surpreendente (para padrões de bicho-preguiça, claro!).
A Ana descansa em leito de hospital em Puerto Maldonado, no Peru
Um dos muitos exames feitos pela Ana durante sua estadia no hospital de Puerto Maldonado, no Peru
Por fim, ganhou força e coragem (e liberação da mãe-médica, via Skype) para seguirmos viagem. Nós temos um encontro marcado com um amigo curitibano que está voando para Cusco, para passar dez dias conosco. Nossa primeira ideia era já conhecermos a área do Titicaca para depois, voltarmos à Cusco para encontrá-lo. Mas com esse “descanso” em Maldonado, deixamos o Titicaca para depois, mesmo. Vamos ver como a Ana reage à altitude em Cusco e ter mais uns dias de descanso até o Gustavo chegar, porque depois, vai ser pauleira, programação intensa pelas montanhas e ruínas incas da região. Então, com alguns dias de atraso, adeus Amazônia, Andes, aí vamos nós!
Admirando o pôr-do-sol do alto da ponte sobre o rio Madre de Dios, em Puerto Maldonado, na amazônia peruana
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