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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Foto aérea do Salto Yucumã, na fronteira entre Rio Grande do Sul e Argentina, no rio Uruguai. É o maior salto do mundo em extensão horizontal, mas hoje, estava completamente tapado pelo rio cheio. (foto retirada da internet)
Há muitos anos, um amigo do antigo emprego em Curitiba fez uma longa viagem pelo sul do país. Na volta, interessado que sou em viagens, quis saber detalhes do seu roteiro. Entre tantas atrações visitadas, uma que eu nunca havia ouvido falar, um tal de “Salto Yacumã”. “O que é isso? Onde fica?” – quis logo saber. A resposta, com um sorriso maroto na boca e um tom de gozação, veio logo: “Não conhece o Salto Yacumã? Justo você que se acha o mais viajado? Que vergonha! Fica na fronteira do Brasil com a Argentina, lá no noroeste do Rio Grande do Sul. É a maior cachoeira horizontal do mundo!”.
Foto de divulgação do Salto Yucumã, a maior queda d'-agua em extensão horizontal do mundo, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
Eu não tinha a menor ideia do que significava “cachoeira horizontal”, mas aquela história de ser a maior do mundo logo me interessou. Uma rápida pesquisa na internet e logo entendi: cachoeira horizontal quer dizer largura e esta tinha quase dois quilômetros de ponta a ponta. Fica no Rio Uruguai, mas vendo as fotos, entendi que não era que o rio fosse tão largo assim, mas que toda a sua água cai sobre uma enorme fenda que há dentro de seu próprio leito. Difícil explicar, mas é fácil de entender quando se vê as fotos. Tão impressionante como esse fenômeno é o fato dele ser tão pouco conhecido em nosso país. Os nossos hermanos, que dividem conosco o Salto Yacumã (assim como as Cataratas do Iguaçu) sabem valorizá-las muito mais!
Uma linda foto do Salto Yucumã, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
Bom, identificada a minha ignorância, tratei de viajar até lá no mesmo ano. Dirigi até o pequeno município de Derrubadas, onde fica o Parque Estadual que protege essa maravilha e me deslumbrei com o que vi. A queda tinha pouco menos de 10 metros, mas se estendia por 1,8 quilômetros. Ao contrário das intermináveis filas de turistas que se vê em Iguaçu, aqui era apenas eu, por mais de uma hora. Não sabia se ficava mais boquiaberto com o que via a minha frente, o maior salto horizontal do mundo, ou com o que não via, turistas!
Centro de visitantes do Parque Estadual do Turvo, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
A fiona na estrada que corta o parque do Turvo, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
Bom, muitos anos depois e estamos iniciando a fase final dos 1000dias, indo ao sul do continente. O Salto Yacumã não poderia faltar nesse roteiro, claro! Tinha de mostrar ele para a Ana e documentá-lo no site. Assim, saímos de Treze Tílias rumo à pequena Derrubadas, fronteira com a Argentina. Mas, antes de chegarmos lá, ainda em Santa Catarina, passamos por outra surpresa entre as tantas que esse nosso Brasil tem: a segunda maior cratera de meteoro do país.
O Domo do Vargeão, a segunda maior cratera de meteoro no Brasil, no oeste de Santa Catarina
Outra vez, foi uma surpresa total. Um cartaz, no meio da estrada, nos alertou para ela. É a cratera do Vargeão, com 12 quilômetros de diâmetro e mais de 200 metros de profundidade. Formada há cerca de 50 milhões de anos, já está totalmente tomada pela vegetação e, aos olhos menos atentos, passa despercebida. Mas quando se sabe que está lá e a vislumbramos do alto de um mirante construído em um posto de gasolina, pode-se ver claramente seus contornos. Chega a ser emocionante. Por quê essas coisas não são propagandeadas? Fico só imaginado o tanto de coisas que ainda estão por aí, esperando ser descobertas... Fosse nos EUA, haveria um museu por aqui e dezenas de painéis explicativos, ônibus de turistas e estudantes, lojinhas, restaurantes, dinheiro movimentando a economia, etc, etc... Mas aqui, há um só cartaz na estrada, colocado apenas para quem estiver prestando atenção. E um posto de gasolina que resolveu fazer uma torre de madeira com uns quinze metros de altura. Viva o posto de gasolina!
Nosso acampamento em um pesque-pague no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
Bom, depois dessa mega descoberta geológica, retomamos o caminho para Derrubadas, onde chegamos já no final da tarde. Imagina, o turismo é tão desenvolvido por lá que já não há mais pousadas. Aquela que eu tinha ficado na década passada já não existe. O que há são dois pesqueiros, onde se pode acampar ou alugar quartos rústicos. Nós, de barraca quase nova, não pensamos duas vezes a armamos nossa casinha em frente ao lago de pescaria. Não havia mais ninguém por lá e foi uma delícia, um lago só para nós, bem na nossa varanda!
O rio Uruguai transbordando, com suas águas passando sobre o Salto Yucumã, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
O rio Uruguai transbordando, com suas águas passando sobre o Salto Yucumã, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
Hoje cedo, finalmente, fomos lá ver o Salto. A intenção era boa, mas a época não! Estamos no período de cheias, que agora já não seguem a ordem natural, mas o humor das diversas hidrelétricas rio acima. O fato é que o rio está cheio por aqui e a água, simplesmente, engole o Salto Yacumã. Resumindo, tudo embaixo d’água, só podemos ver as fotos e tentar imaginar como seria no período de secas. Para mim, que já estive aqui antes, não é difícil, mas para a Ana, ainda bem que as fotos estão lá, no pequeno Centro de Visitantes.
cascata no Parque do Turvo, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
muitas flores no Parque do Turvo, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
Fotos e explicações para o fenômeno. Toda a água de um rio com cerca de 200 metros de largura escorre para uma fenda com menos de 20 metros de largura. Na época de seca, as quedas chegam a 15 metros de altura, mas o mais impressionante não é a altura acima da água, mas a profundidade abaixo dela! A tal fenda chega a ter 170 metros de profundidade! Tudo escondido embaixo d’água. Só de imaginar aquele buraco todo já dá calafrios! Isso explica como cabe toda aquela água lá dentro! Para nós, hoje, foi só um exercício de imaginação, pois tudo o que víamos era um rio bem largo com suas águas invadindo as bordas e alagando a floresta ao seu lado. Lá no meio, bem acima da fenda, redemoinhos e espuma mostravam que algo se escondia. Pedras? Não, uma fenda com 170 metros de profundidade!
Com o Sérgio, nosso guia no Parque do Turvo, onde está o Salto Yucumã, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
Uma das muitas espécies de pássaros que vive na região do Salto Yucumã, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
Bom, não se podia ver o Yacumã, mas o parque estadual não é só isso. Há uma grande área de mata ao redor do rio que também é protegida. No lado argentino, ainda é muito maior e, com tanto verde, uma rica fauna vive por lá, inclusive pumas. Infelizmente, ainda não foi dessa vez que vimos esses animais. O que vimos foram suas fezes e pegadas. Nas fezes, pelos e unhas da sua última refeição, alguma paca ou porco do mato.
Fezes de onça pintada no meio da estrada que atravessa o Parque do Turvo, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
Pelos e ossos, tudo o que sobrou da última vítima de uma onça pintada no Parque do Turvo, onde está o Salto Yucumá, na fronteira do rio Grande do Sul com a Argentina
Quem nos disse onde procurar os rastros da onça e também nos levou para caminhar na mata até uma pequena cascata foi o simpático Sergio, um guarda-parque do Parque Estadual do Turvo. Ele discorreu sobre a história do Turvo, a fauna que lá vive e até sobre o lado argentino do parque, muito mais desenvolvido. Os hermanos chegaram a construir, por três vezes, passarelas sobre o rio, para dar acesso ao Salto, mas o rio Uruguai foi mais forte e, durante as cheias, destruiu seguidamente as tais passarelas. Então, a melhor visão que se tem do Yacumá ainda é mesmo do Brasil, hehehe.
Antigas fotos de balseiros no rio uruguai, onde está o Salto Yucumã, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
Mas é do lado argentino que se pode tomar barcos que se arriscam dentro da fenda, quando não há muita água por lá. Do lado brasileiro, famosos foram os barcos e barcaças que levavam madeira pelo rio, na metade do século passado. Foi nessa época que se cunhou o termo “ponto de balsa”, que é o nome que se dá ao rio quando se encontra da maneira que o vimos hoje. Ou seja, quando os saltos estão submersos e uma balsa pode passar tranquilamente por cima deles. Essa foi a grande atividade econômica da região naqueles tempos, corte de madeira e seu transporte pelo rio Uruguai até o Rio da Prata. Felizmente, um trecho da mata foi salvo, justamente esse que visitamos hoje.
cascata no Parque do Turvo, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
Bom, depois da verdadeira aula do Sergio, do agradável passeio na mata, da visita à cascata, do cocô de onça e do Salto e da fenda que não vimos, mas que muito imaginamos, era hora de seguirmos viagem. O destino agora é São Miguel das Missões, o coração da região missioneira brasileira, conhecida como Sete Povos das Missões. Será nossa última escala no Brasil antes de entrarmos na Argentina rumo ao sul do continente. Chega de natureza, agora vamos atrás de cultura, hehehe.
Nossa viagem rumo à Argentina e Ushuaia. De Curitba (A) para Treze Tílias (C), já em Santa Catarina, passando pela Lapa (B). Depois, rumo à Derrubadas (D), já no Rio Grande do Sul, onde está a maior cachoeira em extensão horizontal do mundo. Por fim, uma passada em São Miguel das Missões (E)
E aí, Belô? Nos reunimos neste final de ano com colegas da EE88 e perguntaram de voce. Daí alguém falou desta sua viagem de 1000 dias. O Caneppele me mandou a página do facebook e de lá vim aqui para o site. Muito legal. Mas vou precisar de um tempo para conseguir ver por onde voce já passou.
Ainda se lembra das partidas no Contra?
Grande abraço,
Pedro Fei Chau
Resposta:
Grande Pedro!!!
Que legal ter notícias suas!!! Precisamos nos falar, nos reencontrar e lembrar das muitas histórias daquele tempo!!!
Mande notícias suas lá no Face.Onde mora, o que faz, etc...
Um grande abraço para vc!
Aí Rodrigo...e a viagem continua! Maravilha!!!
Mando pra vc o link da nossa trip pelo Perú.
Abraço.
http://www.mochileiros.com/lima-choquequirao-machupicchu-caral-huaraz-trujillo-huanchaco-cusco-vale-sagrado-em-nov-2013-de-carro-em-23-dias-t89498.html
Resposta:
Fantástico, Luis. Fantástico!
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