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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
A maior colônia de albatrozes-de-sobrancelha do mundo, em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas
Enfim, tiramos nossas fotos de todas essas aves, divertimo-nos com os sempre engraçados pinguins, principalmente quando caminham, e seguimos para nosso principal objetivo nesse desembarque: a gigantesca colônia de albatrozes. Mas para chegar até lá, tínhamos uma caminhada pela frente. Caminhada toda já marcada com as tais bandeirinhas sinalizadoras para evitarmos pisar fora da trilha.
Caminhada rumo à colônia de albatrozes em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas
Chegando à colônia de albatrozes em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas
A vegetação de Steeple Jason, e de forma geral de todo o arquipélago, é muito frágil, já tendo que aguentar condições extremas de temperatura ao longo de todo o ano. Muito vento, chuva e neve e temperaturas que oscilam tremendamente ao longo do mesmo dia criaram um ambiente sem árvores, apenas fungos, liquens, gramíneas e arbustos. Aí vivem e dele dependem vários tipos de aves, como os gansos que não voam. Destruir a vegetação, mesmo que seja apenas caminhando sobre ela, vai afetar muito mais do que simplesmente aquela grama ou arbusto que você danificou. Temos de lembrar que não são apenas os passageiros do Sea Spirit a passar por lá, mas de dezenas de outros navios. A vantagem que temos é que somos o primeiro barco da temporada e todos os lugares que passamos ou vamos passar estão com essa aparência quase virgem, pois desde a última temporada que não passam turistas por aqui. De qualquer maneira, temos de cuidar para que o ecossistema se afete ao mínimo com nossa passagem por aqui.
O Brian e sua pequena máquina fotográfica em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas
Visita à maior colônia de albatrozes-de-sobrancelha do mundo, em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas
Hoje são muito mais pessoas a visitar essas ilhas isoladas do que éramos há um século. Mas, seguindo os cuidados e regras, temos sido bem menos danosos também. Há 150 anos, por exemplo, houve uma “exploração” dos pinguins das Jason islands. Em apenas dois anos, mais de 2 milhões deles foram mortos e cozinhados, para extração de óleo. Felizmente, essa prática semibárbara ficou para trás. Já faz mais de uma década que toda a ilha de Steeple Jason foi comprada por um milionário americano que a doou para um instituto de defesa da vida animal. Por isso vemos as aves tão tranquilas por aqui. A única coisa que causa um certo distúrbio no seu ecossistema são esses estranhos seres amarelos que vem aos milhares durante o verão para chegar perto deles par observar e tirar fotos. Somos quase todos “amarelos” pois essa é a cor da nossa “parka”, nome dado a espessa jaqueta que nos é presenteada no navio. Além de servir para nos proteger do frio, com essa cor “forte”, ajuda também os guias a nos vigiar de longe. Mas há espaço também para aqueles que gostam de se sentir diferentes. Eu, por exemplo, sempre que posso, prefiro minha jaqueta azul. Primeiro, pela história e conforto dela. Segundo, exatamente para não ser igual a todo mundo. Sou a ovelha azul no rebanho amarelo, hehehe. Freud explica...
Os passageiros do Sea Spirit observam a maior colonia mundial de albatrz-de-sobrancelha, em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas (foto de Vladimir Seliverstov)
Com tantos pássaros a sua volta, o Jim, ornitologista do Sea Spirit, só poderia estar sorrindo! (em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas)
Visita à maior colônia de albatrozes-de-sobrancelha do mundo, em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas
Enfim, tivemos a chance de caminhar um pouco, com o devido cuidado, por essa paisagem magnífica da ilha, exatamente como eu imaginava que seria as ilhas Malvinas. Vento, muitas colinas, algumas escarpas e sensação de isolamento, A falta de árvores nos ajuda a ver longe e, para onde olhamos, não há sinal de civilização. Apenas a natureza. A natureza e as “ovelhas amarelas”, ou pinguins amarelos, como é o jeito que nos denominamos, andando sempre em fila, como eles. Para fugir disso, basta andar na frente ou olhar para o outro lado, hehehe. Mas a preocupação com os pinguins amarelos acaba quando viramos a curva e damos de frente com um verdadeiro mar de albatrozes, nossos olhos e ouvidos tomados pela visão e audição de uma cena quase bíblica.
A Ana fotografa a maior colônia do mundo de albatroz-de-sobrancelha em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas (foto de Jeff Orlowski)
A maior colônia de albatrozes-de-sobrancelha do mundo, em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas
São mais de 200 mil deles, até onde a vista alcança. Os albatrozes-de sobrancelha são a espécie mais comum desse tipo de ave e aqui é seu principal lar. O nome da espécie certamente vem dos olhos marcados, quase como se tivessem feiro uma maquiagem “matadora” para sair de noite e achar um parceiro. Chegam a ter cara de mal. Mas não são. Ao contrário, são extremamente graciosos no ar, sua envergadura uma das maiores do mundo, perdendo apenas para outras espécies de albatrozes. E em terra, nos poucos meses que moram por aqui, estão apenas preocupados em defender seus ovos e seus espaço.
Um albatroz-de-sobrancelha toma conta de seu ovo em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas (foto de Melissa Bartlett)
Um albatroz-de-sobrancelha choca seu ovo em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas
O engraçado é que, entre eles, numa mostra clara de cooperação, vive um outro tipo de pinguim, bem menor que os gentoo. São os “Rockhoppers”, ou “saltadores de pedras”. O nome vem justamente daí. Enquanto outras espécies de pinguins preferem dar a volta em obstáculos como pequenas pedras e buracos, os rockhoppers não se intimidam e logo arriscam seu saltos. Se já são desajeitados caminhando, imagina pulando! Enfim, eles não parecem ter esse inútil senso de ridículo que nós temos, e pulam mesmo. Umas fofuras, na falta de melhor palavra!
Pinguins rockhopper caminham tranquilamente em meio à colônia de albatrozes em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas
Pinguins rockhopper em meio à colônia de albatrozes em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas
Pois bem, medindo apenas 50 cm e pesando 3 kg, eles são muito mais vulneráveis aos ataques de aves de rapina. Mas não aqui, no meio dos barulhentos, mas pacíficos albatrozes. E estes parecem apreciar sua companhia também, mais um par de olhos para proteger seu espaço e ovos. Os rockhoppers se caracterizam por umas penas, ou penacho amarelo na altura da sobrancelha. Também ficam com uma cara de mal, assim como os albatrozes. As vezes, é até por isso que combinam, hehehe. Numa primeira olhada, parece que as penas amarelas são seus olhos. Mas, na verdade, os olhos estão um pouco abaixo e tem coloração avermelhada. Quando fitamos os olhos de verdade, eles até parecem mais simpáticos. Quando fitamos as penas amarelas, aí parecem vilões. Ou que fazem parte de alguma banda de rock heavymetal!
Um dos pássaros com maior envergadura de asas do mundo, um albatroz-de-sobrancelha voa sobre sua colônia, em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas
Um dos pássaros com maior envergadura de asas do mundo, um albatroz-de-sobrancelha voa sobre sua colônia, em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas
O “black-browed albatroz” (nome em inglês) mede cerca de 90 cm de altura, mas tem uma envergadura de asas que chega aos 2,4 metros. Seu peso não chega aos 5 kg e ele vive quase 70 anos. Eles vivem em várias ilhas ao redor da Antártida, nos três oceanos, mas a maioria está aqui, nas Malvinas, em Steeple Island. Pelo menos na estação da reprodução. Senão, o seu ambiente é mesmo o mar aberto, onde acham a sua comida, frutos do mar em geral. Voltam à terra firme para se reproduzir e o casal se reveza para chocar o ovo da família. Serão 70 dias de encubação e depois, mais quatro meses até que o filhote aprenda a voar e tomar conta de si. Essa filhote retornará a colônia onde nasceu depois de dois ou três anos, para começar a praticar o namoro. Mas só estará realmente apto ao acasalamento depois de 10 anos.
Casal de albatrozes-de-sobrancelha em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas
Um casal de albatrozes troca carinhos em sua colônia em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas
Bom, aí ficamos, ao lado desse gigantesca colônia, observando, aprendendo e nos divertindo com os hábitos dessa lindas aves. O Jim respondia nossas perguntas e nos apontava coisas interessantes, ele mesmo felicíssimo de estar ali e podendo observar essa verdadeira maravilha da natureza. A soma dos barulhos é incrível, uma intensa comunicação entre eles, sempre dizendo: “Ei, chega para lá! Esse lugar é meu! Você viu minha esposa por aí? Não vem que não tem!”. Enfim, ao mesmo tempo que percebemos a tensão entre vizinhos, o carinho e confiança entre o casal também é explícito. E a fila de pinguins rockhoppers andando no meio essa confusão geral é hilária!
Albatrozes-de-sobrancelha descansam em sua colônia em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas
Um albatroz-de-sobrancelha emite um som estridente em sua colônia em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas
Por fim, era hora de partirmos, muita coisa nos esperando pela frente, Isso foi apenas o começo. Um começo com chave de ouro, com tantos pinguins, caracarás e, principalmente, albatrozes. Todo mundo de volta para o barco onde um reconfortante chá quente nos espera. Depois, temos o almoço enquanto navegamos para a próxima ilha, Carcass Island.
Depois do passeio no frio da ilha de Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas, um chá quente a bordo do Sea Spirit
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