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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuÃna é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Entrada do P.N do Monte Pascoal, próximo à Itamaraju - BA
Depois da nossa "noitada" em Itamaraju, era chegada a hora de visitar o Parque Nacional do Monte Pascoal, a uns 30 km da cidade. Nos nossos últimos dias, a silhoueta dessa montanha, o primeiro ponto de terra a ser avistado pela esquadra de Cabral, foi presença constante em nosso horizonte. Cada hora com uma forma diferente, ele parecia estar sempre repetindo: "Dessa vez, não vá embora sem me visitar!". Pois é, nem uma volta pelas Américas seria completa sem visitar o ponto onde o Brasil começou...
Artesanato indÃgena no P.N do Monte Pascoal, próximo à Itamaraju - BA
Outras duas vezes eu tinha estado por aqui. Há vinte e um e há onze anos. Das duas vezes, o Monte Pascoal estava interditado. Problemas com os Ãndios, me diziam. Mas não dessa vez! E lá fomos nós em direção ao pequeno parque, criado não apenas pelo seu óbvio seignificado histórico, mas também para proteger uma das poucas matas nativas remanescentes do sul da Bahia. Afinal, o desmatamento por aqui começou há 500 anos. Hoje, são as plantações de eucaliptos que se vêem para todos os lados. Já foi o cacau, o café, pastos, ou o puro extrativismo de pau brasil. O resultado é que mata atlântica se tornou mercadoria rara por aqui...
Com Ãndios Pataxó na portaria do P.N. do Monte Pascoal, próximo à Itamaraju - BA
Chegando ao parque, somos recebidos por Ãndios pataxós vestidos a caráter. Há pouco mais de dez anos eles colocaram o pessoal do Ibama para correr e passaram a administrar o parque eles mesmos. De certa forma, ficou bem mais interessante e autêntico. O grande atrativo do parque é, claro, a trilha que leva ao cume do Pascoal. Todos devem ser acompanhados por um guia Ãndio que, no caminho, vai nos explicando coisas sobre árvores, bichos e cultura pataxó. Principalmente para os curiosos como eu e a Ana, que vamos bombardeando-o com perguntas.
Subindo o Monte Pascoal com a Timiniá, no P.N do Monte Pascoal, próximo à Itamaraju - BA
O nosso guia, na verdade, foi "nossa". A jovem Timiniá, 31 anos, mãe de quatro filhos. Quando a vimos pela primeira vez, confesso, não dei o menor crédito. Pensei: "Pô, vai ser essa baixinha gordinha, de havaianas, que vai nos levar lá? Vamos demorar umas três horas!". Afinal, a caminhada de cerca de dois quilômetros tem quase 400 metros de desnÃvel. Não é pouca coisa não!
Com a Timiniá, no P.N do Monte Pascoal, próximo à Itamaraju - BA
Bastou a subida começar que eu paguei a minha lÃngua! O Timiniá imprimiu um ritmo aluciante de subida. Eu grudei atrás dela, tentando disfarçar a minha respiração acelerada. Para minha sorte, de tempos em tempos ela parava. Era para esperar a "jokana", como ela chamava a Ana."Jokana" significa "mulher". Ela dizia: "Vamos esperar jokana. Ela quer "mianga" (água). Eu olhava para trás e via a minha linda jokana vinte, trinta metros para baixo na vardadeira pirambeira que estávamos subindo. Eu aproveitava auqles segundos preciosos para descançar e me preparar para o próximo pique da Timiniá, que com suas havaianas Ãa vencendo aquela subida como se estivesse indo comprar pão na padaria da esquina.
Com a Timiniá, no P.N do Monte Pascoal, próximo à Itamaraju - BA
E olha que a jokana também subia rapidamente. A Ana está em forma! Foram uns 40 min para vencer esses 400 metros de desnÃvel, até os 530 metros de altura do Monte Pascoal e uma visão maravilhosa do mar verde esmeralda lá na frente, a mais de 20 km em linha reta. ImpossÃvel não ficar procurando caravelas no horizonte, ou imaginar a cena de 510 anos atrás. Momento mágico na história, esse de encontro de civilizações. Pena que terminou tão mal para os pataxós e seus parentes...
Visual do alto do Monte Pascoal, no P.N do Monte Pascoal, próximo à Itamaraju - BA
Lá em cima, aprendemos outras palavras como "cakuçu" (homem) e "kitoki" (criança, filho) ou "jokana baixu" (mulher bonita, a Ana!). Coversamos sobre cultura e religião. Quase todos são católicos. As igrejas evangélicas também chegaram, na cinco ou seis aldeias da região. A antiga religião, poucos conhecem. Cabe ao pagé guardar esse conhecimento inestimável.
Foi uma visita rápida que valeu muito à pena. Um banho de cultura, um mergulho prático na história e inesquecÃveis momentos com a pequena e valente Timiniá, uma brasileira muito mais antiga do que todos nós. Com ou sem havaianas.
O mar visto do alto do Monte Pascoal, no P.N do Monte Pascoal, próximo à Itamaraju - BA
Rodrigo.
Simplismente, fantástico!!!
Bjs
Resposta:
Oi Lucia
Estava sumida, hein?
Realmente, foi emocionante para nós estar no Monte Pascoal
Bjs
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