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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Depois da chuva, o sol ilumina o glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
Um dos grandes argentinos de seu tempo, Francisco Pascacio Moreno nasceu em 1852, filho de uma família abastada de Buenos Aires. Desde criança e adolescente, levado pelo pai, saía a pesquisar no campo recolhendo artefatos e fósseis e, aos 14 anos, já tinha criado seu primeiro museu em uma sala da casa dos pais. Era a vocação de pesquisa de campo que seguiria por toda a sua vida.
Fotografia de Francisco "Perito" Moreno
Busto de Francisco Moreno na região do glaciar Perito Moreno, região de El Calafate, no sul da Argentina
Em 1872, logo após sua graduação e de ter ajudado a fundar a Sociedade Científica Argentina, Francisco embarcou na sua primeira grande expedição exploratória e científica da Patagônia, mais especificamente da atual Província de Rio Negro, onde está Bariloche. Esse era um território praticamente novo e desconhecido dos argentinos. Como já contei em outro post, até aquela época o país, na prática, era muito menor do que é hoje. Contava apenas com as regiões próximas a Buenos Aires e com as províncias do norte. Toda a enorme região patagônica, apesar de reclamada pelo governo argentino (e chileno também!), era ocupada por indígenas hostis a Buenos Aires, os mapuches e os tehuelches. Foi a época da chamada “Conquista do Deserto”, uma série de campanhas militares para ocupar os pampas ocidentais e a patagônia. A expedição científica de Moreno foi a primeira a chegar aos novos territórios. Em 1876 ele chegou ao lago Nahuel-Huapi (Bariloche) e no ano seguinte descobriu o lago San Martín. No mesmo ano descobriu a linda montanha que os indígenas chamavam de Chaltén e que ele rebatizou de Fitz Roy, o comandante do barco de pesquisas Beagle (aquele onde viajou Charles Darwin em 1831-36). Foi uma forma de homenagear um dos seus ídolos da infância.
A Fiona também conheceu o glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
Depois de uma viagem a Europa para apresentar o resultado de suas pesquisas, Moreno voltou para a Patagônia em 1881 em sua segunda grande expedição exploratória. Mas dessa vez ele foi capturado por índios tehuelches ainda em guerra com o governo central. Foi quando ele conheceu o grande cacique Inacayal, o último dos grandes líderes da resistência. Mas Inacayal era de outro bando e a tribo que capturou Moreno o condenou a morte. Na véspera da execução o explorador conseguiu escapar. Mesmo assim, por toda a sua vida, ele advogou em defesa dos direitos indígenas junto ao governo central. Foi por sua intervenção que o cacique Inacayal foi liberado da prisão militar onde estava depois de sua rendição em 1884. Inacayal viveu os anos restantes de sua vida na casa que seria transformada no Museu de História Natural de La Plata, o mais importante do gênero no continente, fundado por Francisco Moreno poucos meses após sua morte do cacique, em 1888.
Estrutura de passarelas para se observar o glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
Admirando o glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
Visita ao glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
Francisco Moreno fez várias outras expedições à Patagônia e isso o fez o maior conhecedor dessa região em sua época. Ele se tornou um “perito” e, aos poucos, passou a ser conhecido como Perito Moreno. Nessa época Chile e Argentina disputavam várias áreas da Patagônia e o tratado de 1881 entre as duas nações dizia, de forma genérica, que os Andes seriam a fronteira entre as duas nações. As bacias hidrográficas que corressem para o Pacífico seriam chilenas e as que corressem para o Atlântico seriam argentinas. Esse critério dava muitas margens de interpretação e as disputas foram levadas à arbitragem internacional. O “Perito” Moreno defendeu a causa argentina e os próprios árbitros ingleses reconheceram que foi sua defesa estudiosa e convincente que fez com que a Argentina ganhasse milhares de quilômetros quadrados na disputa. O Chile não contava com o seu próprio “Perito Moreno”... Foi também Francisco o idealizador do plebiscito realizado na colônia galesa de Trevelin, localizada em território disputado pelos dois países, sobre a questão da soberania, com ampla vitória argentina.
Turistas ficam minúsculos perto das paredes de gelo do glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
1000dias no famoso glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
Turistas observam o glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
Como reconhecimento aos seus préstimos, o governo argentino presenteou Francisco com uma vasta área na região de Bariloche. Anos mais tarde, influenciado pela criação do Parque Nacional Yellowstone, nos EUA, Moreno doou essas mesmas terras de volta ao governo federal, mas com a condição que elas fossem protegidas e também transformadas em parque. Desde aquela época, nos primeiros anos do séc. XX, ele já via o turismo como a melhor maneira de sustentar financeiramente áreas de proteção ambiental. Ele não viveu para ver seu sonho implementado, mas o Parque Nacional Nahuel Huapi foi o primeiro a ser criado no sistema de parques argentino, em meados da década de 30. Poucos anos mais tarde, um outro parque, ainda mais ao sul, foi criado e batizado em sua homenagem: Parque Nacional Perito Moreno, justamente protegendo uma área que Francisco muito ajudou para que fosse argentina na disputa fronteiriça com os vizinhos chilenos.
A grandiosidade e a força do glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
A grandiosidade e a força do glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
As paredes de gelo de 60 metros de altura do glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
Esse parque, assim como a pequena cidade que é a base para quem quer chegar até lá, rebatizada Perito Moreno na década de 50, são apenas algumas das homenagens hoje visíveis a este grande explorador e cientista. Mas há uma outra, muito mais famosa e conhecida. É uma geleira colossal, o glaciar mais visto e visitado da América do Sul, uma atração que traz dezenas de milhares de visitantes de todo o mundo para a pequena cidade de El Calafate, no sul da Patagônia. Ironicamente, o Perito Moreno original talvez nunca tenha estado aí. Na verdade, ele foi o descobridor do Lago Argentino em 1877, o maior do país e onde desemboca a famosa geleira, mas por um azar do destino ele não se aventurou um pouco mais longe para encontrar essa verdadeira maravilha da natureza. O famoso glaciar foi batizado com seu nome em 1899, mas não consegui saber se os homônimos chegaram a se encontrar alguma vez antes que Francisco falecesse, em 1919, aos 67 anos.
O labirinto de torres de gelo do glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
As belas torres de gelo do glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
A miríade de torres de gelo do glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
Bom, não sei se Francisco Moreno lá esteve, mas nós não poderíamos perder essa chance. Para quem quer conhecer toda a América, o glaciar Perito Moreno é absolutamente um “must”. Localizado a cerca de 80 km a leste de El Calafate, foi para lá que seguimos hoje de manhã, meio desanimados com o tempo chuvoso. Ao longo do dia, enquanto explorávamos o local, o tempo foi melhorando e o sol até chegou a dar as caras. Enfim, mesmo num dia com chuva, a visão desse glaciar é absolutamente fantástica e avassaladora. Um conjunto de passarelas nos permite vê-lo de diversos ângulos e alturas e, de onde quer que seja visto, a geleira impressiona e emociona. Milhões de toneladas de gelo em constante, inexorável e lento movimento rumo ao Lago Argentino, na ponta da chamada Península de Magallanes, onde está construída toda a infraestrutura para observá-lo.
Um pedaço da parede de gelo desaba sobre o lago em frente ao glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
Um pedaço da parede de gelo desaba sobre o lago em frente ao glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
O gelo que caiu das paredes do glaciar Perito Moreno se acumulam nas águas do lago, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
O Perito Moreno, assim como todos os glaciares dessa região, nasce no Campo de Gelo Sul. Por exemplo, ali também nascem o Viedma, onde estivemos ontem, e o Grey, que vamos visitar em breve, no Parque Torres del Paine, no Chile. O Perito está longe de ser o maior deles, mas seus números impressionam de qualquer maneira. Ele tem cerca de 60 quilômetros de comprimento e se move a uma velocidade próxima de 2 metros por dia. Sua linha de frente, ao desembocar no lago Argentino, tem quase cinco quilômetros! Ainda mais impressionante são suas paredes, que chegam a 70 metros de altura sobre o nível do lago. Mas isso é apenas um pedaço delas, pois abaixo da água o gelo chega a 170 metros de profundidade!
Um barco de dois andares quase desaparece quando comparado à linha de frente do glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
Um grande barco com turistas fica pequeno perto das paredes de gelo do glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
O lago Argentino, onde deságua o glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
Uma característica importante do Perito Moreno é que ele é um glaciar de tamanho estável. Enquanto a maioria das geleiras tem retrocedido nas últimas décadas, essa manteve aproximadamente o mesmo tamanho desde que foi descoberto há 120 anos. Houve pequenas variações, diminuindo e aumentando poucas centenas de metros. O estranho é que, a apenas poucos quilômetros daqui, o Upsala, o outro grande glaciar que alimenta o Lago Argentino e que é maior que o Perito Moreno, está dramaticamente diminuindo. A possível explicação é que as áreas de acumulação de neve dos dois gigantes gelados se encontram em altitudes diferentes e, portanto, sob condições climáticas distintas.
O ponto onde o glaciar Perito Moreno faz contato com terra firme, quase isolando duas partes do lago Argentino, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
Um túnel de água liga as duas partes do lago quase bloqueadas pelo glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
A bandeira argentina tremula orgulhosamente sobre o glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
O Upsala também pode ser visitado, só que de barco. Ambos fazem parte do Parque Nacional Los Glaciares, o mesmo em que estivemos vários dias caminhando na região de El Chaltén. Mas aqui mais ao sul, praticamente toda a visitação do parque gira mesmo em torno de sua maior estrela: o Perito Moreno. O aeroporto de Calafate recene aviões de grande porte e a estrada de asfalto que liga a cidade ao glaciar é muito bem cuidada, assim como as passarelas de madeira que levam os turistas aos pontos de observação. Os carros (e ônibus) ficam estacionados já dentro do parque em uma área a poucos quilômetros das passarelas e pequenos micro ônibus trazem os turistas nesse trecho final.
Placa de orientação para as passarelas de madeira que levam ao glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
Visita ao fabuloso glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
As paredes de 60 metros de altura do glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
Aqui chegando, há um complexo turístico com lojas e um restaurante bem ao estilo americano, onde centenas de turistas se digladiam entre si. Do lado de fora, mapas mostram todas as rotas e caminhos do verdadeiro labirinto de passarelas. A frente do glaciar é tão grande que ela acaba se dividindo aqui perto e os caminhos nos levam para todas essas faces distintas de gelo.
O sol ilumina o gelo do glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
O fantástico glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
Um arco de gelo se forma na frente do glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina. Antes de pertirmos, ele seria destruído
Do alto dos mirantes, a gente perde um pouco a noção de escala dessa coisa tão gigantesca. Mas quando vemos alguns barcos grandes repletos de turistas navegando nas águas do lago e se aproximando cuidadosamente das paredes de gelo do glaciar, aí sim temos a noção extada de seu tamanho. Barcos grandes tornam-se barcos de brinquedo. Os icebergs que víamos flutuando na água e que pareciam pequenos, agora sim, comparados aos barcos, não são tão pequenos assim.. E o absoluto emaranhado de torres de gelo à nossa frente, gelo torcido e retorcido que forma um verdadeiro labirinto na superfície do glaciar e se estende por quilômetros a fio ganha um novo e real significado. Sem querer parecer prolixo, é de tirar o fôlego.
Visita ao glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
Linha de frente do glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
Torres de gelo torcem e se retorcem no glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
Por falar em tirar o fôlego, há uma outra característica, um “evento”, que torna o Perito Moreno ainda mais especial. É a chamada ruptura, algo que só ocorre de anos em anos., algumas vezes em intervalos de 2 anos, outras em intervalos muito maiores. Para os sortudos que já presenciaram, é algo que não se esquece nunca mais. Ela ocorre quando o Perito Moreno avança um pouco mais e chega a tocar a Península de Magalhães. Quando faz isso, a geleira isola uma parte do lago, o chamado Brazo Rico, do resto do Lago Argentino. Como o gelo se estende até o solo do lago, a água não consegue mais passar de um lado ao outro. E aí essa parte isolada, que não tem nenhum outro ponto de vazão de sua água, começa a encher, encher, encher...
Um arco de gelo entra em colapso no glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina (foto 1 de 10)
Um arco de gelo entra em colapso no glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina (foto 2 de 10)
Um arco de gelo entra em colapso no glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina (foto 3 de 10)
O desnível entre o Brazo Rico e o Canal de Los Tempanos já chegou a incríveis 30 metros! Tempano é o nome que se dá aos blocos de gelo que se desprendem de um glaciar e o Canal de Los Tempanos é o canal que faz a ligação do Brazo Rico e o resto do Lago Argentino, sempre tão cheio de pedaços de gelo que ganhou esse nome. Pois bem, tamanho desnível de água causa uma pressão gigantesca e o dique natural de gelo acaba cedendo, desmoronando na verdade, e toda a água flui de um lado para o outro. É um evento de proporções quase cataclísmicas que pode ser visto em vários vídeos na Internet. Nem todas as vezes em que esse dique natural se formou houve uma diferença tão grande entre as colunas de água, mas sempre o seu rompimento é muito festejado. Primeiro, a força da água constrói um túnel no gelo. Depois, com sucessivos desmoronamentos, o túnel vai aumentando, formando arcos cada vez mais amplos. Até que a ponte natural sobre o arco desmorona. Aí, é preciso esperar mais alguns anos para o dique se formar novamente.
Um arco de gelo entra em colapso no glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina (foto 4 de 10)
Um arco de gelo entra em colapso no glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina (foto 5 de 10)
Um arco de gelo entra em colapso no glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina (foto 6 de 10)
Hoje, quando estivemos no Perito Moreno, a glaciar está firmemente ancorado na Península Magallanes, mas há um túnel sobre ela que dá vazão à água. Ela corre de forma extremamente violenta ali embaixo e acho que uma nova ruptura não demorará a ocorrer. Mas não foi hoje. Teria sido muita sorte! Mas não ficamos a ver navios, não. O tempo todo ocorrem “pequenos” desabamentos na parede do glaciar, blocos com dezenas de metros e toneladas despencando na água, levantando muito vapor e fazendo barulhos ensurdecedores, para a alegria dos turistas. Mas o ponto alto foi a destruição de um belo arco de gelo com uns 20 metros de altura. Desde que chegamos estávamos de olho nele. Passeamos, fomos em todas as passarelas, mas estávamos sempre de olho. Até que, quando já pensávamos em partir, quem começou a partir foi ele.
Um arco de gelo entra em colapso no glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina (foto 8 de 10)
Um arco de gelo entra em colapso no glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina (foto 9 de 10)
Um arco de gelo entra em colapso no glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina (foto 10 de 10)
Aí, foi um corre-corre, todos os turistas que perceberam o movimento tentando se posicionar para tirar fotos. Em menos de um minuto, aquela verdadeira obra de arte deixou de existir, virou pó, vapor e tempanos e sumiu nas águas violentas do Canal de Los Tempanos. Foi um gostinho que tivemos de uma verdadeira ruptura. Um lembrete de como tudo nesse mundo é fugaz e que, portanto, precisamos aproveitar cada momento como se fosse o último. É o que dá mais beleza às nossas vidas...
A Fiona também conheceu o glaciar Perito Moreno, no parque Nacional Los Glaciares, região de El Calafate, no sul da Argentina
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