1 Blog do Rodrigo - 1000 dias

Blog do Rodrigo - 1000 dias

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A Verdadeira Los Angeles

Estados Unidos, Califórnia, Los Angeles

Tranquilidade no sol de fim de tarde em Venice Beach, em Los Angeles, na Califórnia - EUA

Tranquilidade no sol de fim de tarde em Venice Beach, em Los Angeles, na Califórnia - EUA


Eu sempre tive um certo preconceito contra Los Angeles. Nos Estados Unidos, mesmo antes de ter viajado para cá, cidades como Nova Iorque, New Orleans, San Francisco, Boston e Seattle atraiam minha curiosidade enquanto para Los Angeles, Miami e Chicago eu torcia meu nariz. Filmes de Hollywood, documentários de TV, comentários de amigos e outras fontes ajudavam a moldar minha opinião mesmo antes de eu colocar meus pés fora do Brasil.

Praia de Santa Monica, em Los Angeles, na Califórnia - EUA

Praia de Santa Monica, em Los Angeles, na Califórnia - EUA


Na minha primeira viagem aos EUA, vinte anos atrás, fui logo conferir algumas dessas cidades. Nova Iorque e San Francisco eram mesmo maravilhosas. Só não digo que foi paixão a primeira vista porque a paixão já existia muito antes da vista. Já Miami, não era tão mal assim. Bastava ir aos lugares certos que ela também tinha seus encantos. Nas viagens seguintes, agora com muito menos tempo, acabei ficando só na Big Apple mesmo. Em time que está ganhando não se mexe!

Depois das águas quentes do Havaí, testando as águas geladas de Santa Mônica, em Los Angeles, na Califórnia - EUA

Depois das águas quentes do Havaí, testando as águas geladas de Santa Mônica, em Los Angeles, na Califórnia - EUA


Criando coragem para entrar na água fria da praia de Santa Monica, em Los Angeles, na Califórnia - EUA

Criando coragem para entrar na água fria da praia de Santa Monica, em Los Angeles, na Califórnia - EUA


Agora, nesses 1000dias, já não podia reclamar do tempo para viajar nos EUA. Aliás, acabamos ficando muito mais tempo do que tínhamos imaginado inicialmente. Com isso, pude rever as paixões antigas de Nova Iorque e San Francisco (cada vez melhores!), realizar o sonho antigo de conhecer New Orleans e Boston (espetaculares!), curtir Miami e matar a curiosidade com Seattle. Pudemos conhecer também Chicago, cidade que me surpreendeu muito e para qual tiro o meu chapéu. Faltava, então, Los Angeles, justo aquela que menos me atraía.

Chegando à Venice Beach, em Los Angeles, na Califórnia - EUA

Chegando à Venice Beach, em Los Angeles, na Califórnia - EUA


Sempre imaginei Los Angeles como um monte de freeways engarrafadas e gigantescas indo para lá e para cá, uma Hollywood no meio sem charme algum, uma Beverly Hills esnobe e artificial perdida em algum lugar, bairros periféricos sem lei pertencentes à gangues violentas e nem uma mísera esquina charmosa onde se pudesse caminhar tranquilamente. Uma cidade para carros onde pedestres eram malvindos.. Enfim, nada que me atraísse...

O movimentado calçadão de Venice Beach, em Los Angeles, na Califórnia - EUA

O movimentado calçadão de Venice Beach, em Los Angeles, na Califórnia - EUA


Ocorre que minha razão adora desafiar meus preconceitos irracionais. Minha curiosidade argumentava que um lugar que atrai dez milhões de pessoas para lá morar deve ter seus motivos. Algo me dizia que havia muitos outros lados de Los Angeles além daqueles que queriam me manter afastado da cidade. Pois é, chegava a hora de eu mandar meus preconceitos às favas e conhecer a Los Angeles de verdade.

Show de horrores em Venice Beach, em Los Angeles, na Califórnia - EUA

Show de horrores em Venice Beach, em Los Angeles, na Califórnia - EUA


Show de horrores em Venice Beach, em Los Angeles, na Califórnia - EUA

Show de horrores em Venice Beach, em Los Angeles, na Califórnia - EUA


Para viajar ao Havaí, nós já tínhamos ido até o aeroporto da cidade, onde a Fiona ficou nos esperando pelos últimos 17 dias. Lá no arquipélago, alguém brincou que, após conhecermos o Kalalau e as belezas do Havaí selvagem, uns dois ou três dias em Honolulu seriam uma boa forma de transição para chegarmos à selva de concreto de Los Angeles. Assim foi e ontem de tarde chegamos à maior cidade da costa oeste novamente, dessa vez para passar alguns dias e, finalmente, conhecermos a cidade dos anjos. O PriceLine nos arrumou um hotel bem localizado (depois de bater cabeça um pouco), mas o cansaço e o tempo ruim nos fizeram ficar mesmo no nosso quarto. O máximo que fizemos foi cruzar a larga avenida para irmos até o supermercado e só. Depois de vinte anos, eu teria de esperar mais um dia...

Arte nas ruas de Venice Beach, em Los Angeles, na Califórnia - EUA

Arte nas ruas de Venice Beach, em Los Angeles, na Califórnia - EUA


Passeio de bicicleta em Santa Monica e Venice Beach, em Los Angeles, na Califórnia - EUA

Passeio de bicicleta em Santa Monica e Venice Beach, em Los Angeles, na Califórnia - EUA


Hoje, já não havia mais desculpas. Só tínhamos de escolher um lado para começar. E o lado que escolhemos conseguiu, num único e certeiro golpe, liquidar completamente com a imagem negativa que eu tinha da cidade. Fomos para Santa Monica, junto à praia. Nada de freeways e nada de trânsito engarrafado para chegar lá. Nada de gangues pelo caminho, nem dificuldade de estacionar. E depois do carro estacionado, longas caminhadas por vizinhanças cheias de esquinas charmosas, ideais para pedestres. Certamente, não era a mesma Los Angeles que me amedrontara por tanto tempo.

Para quem estiver interessado... (Venice Beach, em Los Angeles, na Califórnia - EUA)

Para quem estiver interessado... (Venice Beach, em Los Angeles, na Califórnia - EUA)


Caminhamos pela areia por um bom tempo, praia típica americana, com aqueles piers ao fundo avançando sobre o mar e parques de diversão junto à areia (porque será que eles gostam disso?). A água estava fria (saudades do Havaí!!!) e uns poucos surfistas encaravam o mar de poucas ondas. A gente alugou uma bicicleta para a Ana enquanto eu resolvi esticar as pernas e segui correndo pela orla até Venice Beach.

Pier de Santa Monica, em Los Angeles, na Califórnia - EUA

Pier de Santa Monica, em Los Angeles, na Califórnia - EUA


Ali, outra ducha de água fria nos meus preconceitos. Uma cidade super viva, nenhum carro à vista, centenas de pessoas caminhando ao lado de uma simpática feira de artesanato, dezenas de artistas de rua, gente cantando, vendendo poesias e camisetas coloridas. Mais adiante, passada a feirinha, toda uma vizinhança com casinhas simpáticas, em frente à praia. Casas pequenas e coloridas, pequenas varandas, clima relaxado. Um lugar em que eu moraria tranquilamente! Morar em Los Angeles? Eu? Pois é... como fazer picadinho de um preconceito arraigado de 20 anos em apenas uma tarde de passeios...

O tradicional carrossel do pier de Santa Monica, em Los Angeles, na Califórnia - EUA

O tradicional carrossel do pier de Santa Monica, em Los Angeles, na Califórnia - EUA


Chegamos ao final da Rota 66, no pier de Santa Monica, em Los Angeles, na Califórnia - EUA

Chegamos ao final da Rota 66, no pier de Santa Monica, em Los Angeles, na Califórnia - EUA


Sentamos na varanda de um dos muitos restaurantes simpáticos do bairro, vimos a vida passar deliciosamente à nossa frente, comemos e tomamos uma cervejinha, brindando à Venice Beach e à Los Angeles que estávamos conhecendo. Depois, para queimar as novas calorias adquiridas, nova corrida e nova pedalada de volta à Santa Monica e ao mais movimentado píer daquele pedaço de litoral que vai de San Diego à San Francisco.

Pier de Santa Monica, com a sempre presente roda gigante, em Los Angeles, na Califórnia - EUA

Pier de Santa Monica, com a sempre presente roda gigante, em Los Angeles, na Califórnia - EUA


Ali no píer encontramos o final da Route 66, aquela histórica estrada que ligava Chicago à Los Angeles, a primeira rodovia asfaltada a cruzar todo o país e que virou ícone de toda uma época. Para nós, era como completar uma jornada, afinal, tínhamos visto o início dela, lá na terra de Al Capone, e viajado por um bom pedaço do meio dela, logo que entramos nos Estados Unidos, nove meses atrás. Foi como rever uma velha amiga. Além disso, divertimo-nos com o movimento do fim da tarde, o sol se pondo, o infinito Oceano Pacífico à nossa frente (esse também, cada vez mais “íntimo”) e as luzes da bendita roda-gigante ao nosso lado. A gente se despediu desse mar que tem sido nosso companheiro por tanto tempo e que, agora, ficaremos tanto tempo sem ver. Como a nossa descida pelas Américas tende a ser mais pelo lado do Atlântico, sabe-se lá quando cruzaremos o Pacífico outra vez. Se bem que a América Central é tão fininha que, nunca se sabe...

Decoração natalina na 3rd St. Promenade, a movimentada rua comercial de Santa Monica, em Los Angeles, na Califórnia - EUA

Decoração natalina na 3rd St. Promenade, a movimentada rua comercial de Santa Monica, em Los Angeles, na Califórnia - EUA


Deixamos o píer e o mar para trás e fomos conhecer a movimentada 3rd Street de Santa Monica, rua comercial fechada para carros. Mais uma vez, lá estávamos numa Los Angeles para se caminhar e não para se dirigir. Tão perto de Venice Beach mas, em muitos aspectos, exatamente o oposto. Diversas lojas de marca, todas enfeitadas para o natal, luzes coloridas de alto a baixo, todo mundo muito bem vestido fazendo suas compras e, com o sol já bem abaixo do horizonte, um frio cortante que há muito não sentíamos. De semelhante, o clima de animação, artistas fazendo seus shows e disputando a atenção de quem passava por ali.

vitrine decorada de bandeira na 3rd St. Promenade, a rua comercial de Santa Monica, em Los Angeles, na Califórnia - EUA

vitrine decorada de bandeira na 3rd St. Promenade, a rua comercial de Santa Monica, em Los Angeles, na Califórnia - EUA


Depois de nos impressionarmos com a beleza das luzes e com a classe de alguns desses artistas de rua, era a hora de voltar ao hotel. De novo, sem freeways e sem engarrafamentos. Finalmente, eu começava a conhecer Los Angeles. Uma Los Angeles infinitamente mais humana do que aquela que eu imaginava. Já até pensamos em esticar nossa estadia por aqui. Depois desse dia em Santa Monica, porque não?

Passeando pela 3rd St. Promenade, a rua comercial de Santa Monica, em Los Angeles, na Califórnia - EUA

Passeando pela 3rd St. Promenade, a rua comercial de Santa Monica, em Los Angeles, na Califórnia - EUA

Estados Unidos, Califórnia, Los Angeles, Santa Monica, Venice Beach

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Pétion-Ville e o Le Perroquet

Haiti, Port-au-Prince

Arte nas ruas de Pétion-Ville, bairro mais chique de Port-au-Prince, no Haiti

Arte nas ruas de Pétion-Ville, bairro mais chique de Port-au-Prince, no Haiti


Depois de acordarmos em frente ao mar na praia Obama e passarmos pelo vibrante mercado de rua de Cabaret, voltamos para nossa “casa” na cidade de Port-au-Prince, o hotel Le Perroquet. Na verdade, ele fica no subúrbio da cidade, no bairro chamado Pétion-Ville (fala-se “Péchion-Vil”), o mais famoso da capital haitiana.

Muito equilíbrio nas ruas de Pétion-Ville, bairro mais chique da capital Port-au-Prince, no Haiti

Muito equilíbrio nas ruas de Pétion-Ville, bairro mais chique da capital Port-au-Prince, no Haiti


Pétion-Ville é o bairro chique da cidade, onde moram a maioria dos diplomatas e expatriados e onde se hospedam boa parte das pessoas que visitam Port-au-Prince. Esses visitantes dos dias de hoje são, na maior parte, pessoas ligadas à ONGs que atuam no país, pois o número de turistas ainda é bem pequeno, embora venha crescendo ultimamente e, esperamos todos, continue a crescer.

Principal praça de Pétion-Ville, bairro mais chique da capital Port-au-Prince, no Haiti

Principal praça de Pétion-Ville, bairro mais chique da capital Port-au-Prince, no Haiti


Igreja na praça principal de Pétion-Ville, bairro mais chique da capital Port-au-Prince, no Haiti

Igreja na praça principal de Pétion-Ville, bairro mais chique da capital Port-au-Prince, no Haiti


Mesmo sendo considerado chique, já faz tempo que também ele foi tomado pelos haitianos mais pobres, que vieram em busca de oportunidades de emprego e comércio. O bairro é cercado de favelas coloridas em todas as encostas ao redor e seus habitantes passam o dia no bairro, seja trabalhando em hotéis, restaurantes ou supermercados, seja no comércio ambulante. Ou então, simplesmente perambulando por ali, para ver se aparece alguma oportunidade.

Área de mansões em Pétion-Ville, bairro mais chique da capital Port-au-Prince, no Haiti

Área de mansões em Pétion-Ville, bairro mais chique da capital Port-au-Prince, no Haiti


As favelas de Pétion-Ville, no subúrbio da capital Port-au-Prince, no Haiti

As favelas de Pétion-Ville, no subúrbio da capital Port-au-Prince, no Haiti


O resultado é aquele contraste que tanto caracteriza o país: pobreza e riqueza convivendo lado à lado. Para quem acha que isso é bem claro no Brasil, precisa vir ao Haiti. Vizinhos separados por alguma cerca, muro ou encosta, algumas das maiores mansões que se possa imaginar e extensas favelas onde moram milhares de pessoas. Nas ruas, quarteirões inteiros tomados por feiras livres e sua característica confusão e supermercados e lojas exclusivas, com produtos trazidos diretamente da França, com custos que devem valer o salário anual da maioria das poucas pessoas que tem emprego fixo.

Uma das muitas escolas em Pétion-Ville, bairro mais chique da capital Port-au-Prince, no Haiti

Uma das muitas escolas em Pétion-Ville, bairro mais chique da capital Port-au-Prince, no Haiti


Embora isso possa assustar quem não está acostumado, nossa experiência e sensação, após dois dias caminhando por lá foi de total segurança. Nas ruas, logo chamamos a atenção pela nossa cor de pele, mas não tanto assim dentro dos supermercados mais chiques, que quisemos conhecer também. A poucos quarteirões do hotel, a principal praça de Pétion-Ville, com igreja, escola, floricultura, muita arte nas esquinas e centenas pessoas nesse grande espaço público, aparentemente apenas vendo a vida passar. Fizemos o mesmo, observando a movimentação na escola em frente e o belo dia que fazia.

Socializando em floricultura em Pétion-Ville, bairro mais chique da capital Port-au-Prince, no Haiti

Socializando em floricultura em Pétion-Ville, bairro mais chique da capital Port-au-Prince, no Haiti


Além da praça, não há muitas atrações turísticas por aqui. Talvez, a maior delas seja simplesmente perambular sem rumo, observar o comércio e cruzar as feiras agitadas. Ver que, de alguma maneira, a vida anda por aqui, com sua dinâmica própria.

Socializando em floricultura em Pétion-Ville, bairro mais chique da capital Port-au-Prince, no Haiti

Socializando em floricultura em Pétion-Ville, bairro mais chique da capital Port-au-Prince, no Haiti


Ficamos amigos (A Ana, principalmente! Claro!) do vendedor de quadros da praça e também do pessoal da floricultura. No último dia, a Ana não resistiu e comprou uma bela gravura por lá, a lembrança que sempre teremos desse país nas paredes da nossa futura casa. Ela comprou também, lá na floricultura, flores de bananeira. Um presente para a Lana, que usa essas flores em alguns de seus exóticos e deliciosos pratos.

Feliz após a compra de um quadro em Pétion-Ville, no subúrbio da capital Port-au-Prince, no Haiti

Feliz após a compra de um quadro em Pétion-Ville, no subúrbio da capital Port-au-Prince, no Haiti


O hotel Le Perroquet, nossa casa em Pétion-Ville, no subúrbio da capital Port-au-Prince, no Haiti

O hotel Le Perroquet, nossa casa em Pétion-Ville, no subúrbio da capital Port-au-Prince, no Haiti


A Lana e seu marido, o Eric, possuem um verdadeiro oásis bem no coração desse agitado bairro. Para conseguir chegar à porta do hotel, temos de passar por vendedores de sapatos e motoristas de mototáxi, mas quando subimos os poucos degraus até a recepção, o barulho alto fica para trás e é substituído por boa música e um ambiente de paz e tranquilidade, onde fomos recebidos na primeira vez com um coquetel de boas vindas e aonde sempre parávamos um pouco para nos refrescar com uma cerveja gelada ou nos esbaldar com alguma comida.

Vista do telhado do nosso hotel em Pétion-Ville, no subúrbio da capital Port-au-Prince, no Haiti

Vista do telhado do nosso hotel em Pétion-Ville, no subúrbio da capital Port-au-Prince, no Haiti


Port-au_Prince vista do telhado do nosso hotel em Pétion-Ville, no subúrbio da capital, no Haiti

Port-au_Prince vista do telhado do nosso hotel em Pétion-Ville, no subúrbio da capital, no Haiti


Do alto do telhado do prédio de quatro andares, uma excelente vista, não só do bairro com suas favelas e mansões dividindo o mesmo espaço, mas também do centro da cidade, lá longe, no vale a uns 5 quilômetros de distância.

Com a Lana e o Eric, donos do hotel Le Perroquet, em Pétion-Ville, no subúrbio da capital Port-au-Prince, no Haiti

Com a Lana e o Eric, donos do hotel Le Perroquet, em Pétion-Ville, no subúrbio da capital Port-au-Prince, no Haiti


Com a simpática funcionária do hotel Le Perroquet, em Pétion-Ville, no subúrbio da capital Port-au-Prince, no Haiti

Com a simpática funcionária do hotel Le Perroquet, em Pétion-Ville, no subúrbio da capital Port-au-Prince, no Haiti


O Eric e a Lana vieram para o Haiti há pouco tempo, para transformar o imóvel da família nesse simpático hotel. O Eric é haitiano, mas viveu boa parte da vida fora do país. Conheceu a russa Lana na Tailândia, onde vivam os dois. Depois, tiveram um hotel em Bali. Mas o chamado de um tio os fez voltar à pátria do Eric, onde desejam contribuir para a retomada do turismo no Haiti. O Le Perroquet foi o primeiro e importante passo: o primeiro bom hotel com preços acessíveis nesse bairro. Antes, era preciso pagar o dobro para ficar em locais bem menos agradáveis. O plano é abrir outros hotéis, em cidades de praia e montanha do país, um verdadeiro tesouro turístico ainda inexplorado.

Com a Lana, no hotel Le Perroquet, em Pétion-Ville, no subúrbio da capital Port-au-Prince, no Haiti

Com a Lana, no hotel Le Perroquet, em Pétion-Ville, no subúrbio da capital Port-au-Prince, no Haiti


Despedida do Le Perroquet, em Pétion-Ville, no subúrbio da capital Port-au-Prince, no Haiti. Hora de seguir para o aeroporto com a Elise

Despedida do Le Perroquet, em Pétion-Ville, no subúrbio da capital Port-au-Prince, no Haiti. Hora de seguir para o aeroporto com a Elise


Nós fomos embora do Le Perroquet no dia 24, já com saudades do lugar a da companhia. Não só deles, mas também dos funcionários. A sensação é que voltaremos a nos ver, seja aqui no Haiti, no Brasil ou em algum lugar do mundo. Quem sabe na Ucrânia? A descrição que a Lana fez de sua cidade natal foi tentadora! Vamos ver... Eric e Lana, muito obrigado por nos receber tão bem em sua casa e nos ajudar a compreender um pouco mais desse lindo país que vocês estão ajudando a construir!

Com a Lana, no hotel Le Perroquet, em Pétion-Ville, no subúrbio da capital Port-au-Prince, no Haiti

Com a Lana, no hotel Le Perroquet, em Pétion-Ville, no subúrbio da capital Port-au-Prince, no Haiti

Haiti, Port-au-Prince,

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O Buraco do Padre

Brasil, Paraná, Castro, Ponta Grossa

Venerando a cachoeira do Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR

Venerando a cachoeira do Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR


Manhã gelada em Castro, aproveitamos para trabalhar um pouco no nosso quarto quentinho! Castro, uma das mais antigas cidades do Paraná, originou-se na metade do séc. XVIII, intimamente ligada à rota dos tropeiros, que traziam gado do Rio Grande do Sul para a cidade paulista de Sorocaba. Essas verdadeiras "caravanas" pousavam às margens do rio Iapó, onde logo surgiu uma pequena igreja e, posteriormente, uma pequena vila. Para homenagear sua origem, a cidade criou o primeiro museu do Tropeiro, contando a história desse movimento tão importante para a colonização e desenvolvimento do sul do Brasil.

Moinho, símbolo da holandês, em Castrolanda, distrito de Castro - PR

Moinho, símbolo da holandês, em Castrolanda, distrito de Castro - PR


Já a partir de meados do séc XIX, a cidade começou a atrair sucessivas levas de imigrantes, como alemães, japoneses e holandeses. O último grande grupo de imigrantes holandeses chegou em 1951, fundando o distrito de Castrolanda, hoje muito importante para a economia da cidade, com sua cooperativa, produtos lácteos, artesanato e turismo. O cinquentenário da sua chegada, em 2001, foi comemorado com a construção do maior moinho de vento da América Latina, com mais de 30 metros de altura. Ali foi nossa primeira parada hoje, admirando a pacata vizinhança de arquitetura rural holandesa. Pena que, segunda-feira, restaurantes de comida típica e museus estavam fechados...

Admirando o Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR

Admirando o Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR


Em seguida rumamos para Ponta Grossa, mais precisamente para uma interessante formação geológica próxima à cidade que atende pelo estranho nome de "Buraco do Padre". Trata-se de uma cachoeira que despenca quase 40 metros sobre uma antiga caverna que teve seu teto desmoronado. A água cai em um grande salão e sai por uma pequena fresta no paredão. Para chegar até lá, caminhamos ao lado do rio e entramos por esta fresta na parede para dentro do salão, "teto solar" em formato de coração bem acima de nós. Uma beleza!!!

O famoso Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR

O famoso Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR


A luz do sol só atinge diretamente o fundo do salão por volta do meio-dia e, mesmo assim, não durante todo o ano. O resultado dessa sombra toda é um ambiente frio e muito úmido, principalmente durante o inverno. Mas como não há muita água, é possível chegar até lá bem agasalhado e molhando-se apenas os pés. O visual vale cada suor (ou calafrio!) do esforço! E, se for no verão, o banho de cachoeira também será um prêmio!

Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR

Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR


Também é possível ver o tal buraco pelo alto. Para isso, é preciso escalaminhar pela lateral. Falando nisso, há diversos paredões na região, com rotas já fixadas que fazem a festa de escaladores de Ponta Grossa e Curitiba.

Buraco do Padre visto por cima, próximo à Ponta Grossa - PR

Buraco do Padre visto por cima, próximo à Ponta Grossa - PR


Voltando ao estranho nome do local, sua origem está no fato de que um padre, há muito tempo atrás, costumava ficar lá no alto do buraco e admirar a paisagem magnífica como inspiração para suas reflexões. Faz sentido, né? O problema é que, inspirados por esse nome, foi dado um nome ainda mais capicioso para outra formação geológica logo ali do lado: a "Fenda da Freira". Bom, aí já virou esculhambação, hehehe

A bela região do Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR

A bela região do Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR

Brasil, Paraná, Castro, Ponta Grossa, Buraco do Padre, Castrolanda, trilha

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Prisões e Reencontro

Guiana Francesa, Saint Laurent, Yalimopo

Ruínas da antiga prisão em St. Laurent, na Guiana Francesa

Ruínas da antiga prisão em St. Laurent, na Guiana Francesa


Nossa primeira noite em rede, devidamente protegidos dos mosquitos, foi muito agradável. Acordamos com a luz do dia e logo já estávamos tomando café com o Silvan, que é quem gerencia o local. Muito simpático e interessado em nossa viagem, foi uma ótima tentativa de conversa em francês. Ele é um apaixonado pela região e nos deu aula sobre a rica fauna do local. Até um jaguar andou por lá recentemente, almoçando algumas tartarugas. Nós adoramos ter estado neste lugar, onde tivemos a chance de conhecer uma Guiana Francesa bem diferente da que tínhamos visto até agora. Ao final, até gravamos um vídeo do Soy Loco com ele. A sessão já está ficando bem "internacional", com depoimentos em quatro línguas! Para quem quiser conferir e praticar um pouco: http://www.1000dias.com/soylocoportiamerica/

Com o Silvan, em Yalimopo, na Guiana Francesa

Com o Silvan, em Yalimopo, na Guiana Francesa


Deixamos Yalimopo sem muita vontade de partir, seguindo para Saint Laurent du Maroni. "Maroni" é o nome do rio que divide a Guiana do Suriname e é de lá que se atravessa para o país vizinho. A principal atração da cidade é uma antiga e enorme prisão desativada. Não para nós! A gente queria mesmo era rever a amiga Marjorie, lá de Algodoal, no Pará.

Rio em St. Jean, região de St. Laurent du Maroni, na Guiana Francesa. O outro lado é o Suriname!

Rio em St. Jean, região de St. Laurent du Maroni, na Guiana Francesa. O outro lado é o Suriname!


A gente se instalou no hotel Star, que mais parece um colégio, e ligamos para ela. Marcamos o reencontro para de noite e seguimos de carro pela orla do rio, para conhecer o porto de onde vamos zarpar amanhã cedinho. Aproveitamos o embalo e fomos segundo rio acima, em busca de outra atração, um zoológico interativo com uma anaconda que se pode brincar. É o que dizia o guia, mas o zoológico já era. O que será que aconteceu com a anaconda que fazia a festa dos turistas? Bom, seguimos até a pequena cidade de St. Jean onde paramos num atrativo restaurante beira-rio, com uma bela vista para o Suriname. Ali ficamos ilhados por uma chuva amazônica e, reparando na TV ligada, ficamos sabendo da tragédia no Japão. Por um momento, olhei aquele rio atrás de nós, imaginando uma onda enorme, tipo pororoca, vindo da direção do mar. Mas lembrei-me que ainda estamos no Atlântico, protegidos do tsunami que, naquela hora, chegava ao Hawaii. Por uma hora ficamos ali, vendo aquelas imagens impressionantes em que carros e barcos parecem peças de brinquedo levados pela força da água que invade as cidades. Impressionante...

Ouvindo as notícias do terremoto e tsunami no Japão (em St. Jean, região de St. Laurent du Maroni, na Guiana Francesa)

Ouvindo as notícias do terremoto e tsunami no Japão (em St. Jean, região de St. Laurent du Maroni, na Guiana Francesa)


De volta à St. Laurent, enfrentando a chuva fina, saímos à pé pela cidade que foi, durante um bom tempo, uma enorme colônia penal. A grande maioria dos presos franceses do final do séc XIX e início do XX eram enviados para cá, para construir a colônia. Napoleão III é que teve essa idéia: já que a escravatura havia sido abolida, por que não usar os presos como mão-de obra? Assim, matava dois coelhos com um tiro só: livrava a França de pessoas indesejáveis e conseguia alguém para trabalhar na Guiana Francesa. E "matava" mesmo, já que a maioria dos presos não resistia às péssimas condições de trabalho e às doenças tropicais. Enquanto os presos políticos e os mais famosos íam direto para as Îles du Salut, a grande maioria vinha para cá mesmo. Ao longo do tempo, quase 70 mil!

Placa informativa da antiga prisão em St. Laurent, na Guiana Francesa

Placa informativa da antiga prisão em St. Laurent, na Guiana Francesa


Fomos visitar os prédios em que viviam e aprender um pouco sobre eles. Por exemplo, nos primeiros anos após chegarem, os mais duros, dormiam em camas coletivas, um espaço de 50 cm para cada um. Os que conseguiam resistir e tinham bom comportamento, ao longo dos anos as condições melhoravam. Podiam até trabalhar na cidade, em regime semi-aberto. Aprendemos também que até delitos menores, se fossem reincidentes, eram o bastante para uma passagem só de ida para a Guiana. Por exemplo, o crime de "vagabundagem". Nossa, se esse crime fosse tipificado no Brasil...

Visitando a antiga prisão em St. Laurent, na Guiana Francesa

Visitando a antiga prisão em St. Laurent, na Guiana Francesa


Finalmente, de noite, encontramos nossa amiga Marjorie. Fomos num restaurante de comida típica creoulla, onde comemos carne de caça. Depois, para um bar na orla do rio, com vista para as luzes de Albina, lá no Suriname. Experimentamos a gostosa cerveja do país vizinho, a Parbo. E conversamos bastante sobre a Guiana. Afinal, a Marjorie, de partida para a França em Abril, viveu aqui por quatro anos e gosta muito desse "departamento" francês. Foi muito legal ter essa "visão interna" do país, sua gente e cultura. Um país que vai tentando apagar o pesado estigma de colônia penal e criando uma imagem de paraíso ecológico, com flora e fauna muito bem conservadas. Desse país partimos amanhã, em direção a uma terra que também já foi Guiana, mas que hoje é Suriname. Um lugar em plena América do Sul onde brancos, negros, índios, chineses, indonésios e indianos não falam nem português nem espanhol. É, vai ser estranho ver esse povo falando holandes...

Pequena praia em St. Laurent, na Guiana Francesa

Pequena praia em St. Laurent, na Guiana Francesa

Guiana Francesa, Saint Laurent, Yalimopo,

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Retorno à Pura Vida

Costa Rica, Arenal

Pássaro se alimenta de banana em terreno de hotel na região da Laguna de Arenal, na Costa Rica

Pássaro se alimenta de banana em terreno de hotel na região da Laguna de Arenal, na Costa Rica


No início de Dezembro de 2011 entramos na Costa Rica, vindos do Panamá e a caminho da América do Norte. Foram onze dias intensos pelo país, percorrendo praias, subindo montanhas, conhecendo a capital e nadando em rios azuis. A Costa Rica é, de longe, o país na América Central com a infraestrutura turística mais desenvolvida, o maior número de visitantes e a maior quantidade de atrações já exploradas. Nossos onze dias por aqui foram pouco, só nos dando uma ideia de tudo o que o país pode oferecer. Temos uma segunda chance agora, ver um pouco do que deixamos para trás há mais de dezesseis meses.


Atravessando novamente a Costa Rica, passando pela região de Arenal (B), pelo parque de Manuel Antonio (C) e pela Península de Osa (D)

Infelizmente, nosso tempo não é grande o suficiente para ver tudo o que queríamos e, uma vez mais, vamos ter de escolher entre alguns lugares. Mesmo descontando tudo o que já tínhamos visto da vez anterior, teremos de deixar algo para trás. Motivos para voltar algum dia, hehehe.

Em praia do lago Nicarágua, prontos para seguirmos à Costa Rica, a alemã Tanya na carona

Em praia do lago Nicarágua, prontos para seguirmos à Costa Rica, a alemã Tanya na carona


Nosso roteiro dessa vez começa com a laguna e o Parque Nacional de Arenal, onde está o vulcão mais ativo do país. Depois, vamos conhecer algumas das praias consideradas as mais belas da Costa Rica, no Parque Nacional Manuel Antonio, na costa do Pacífico. Por fim, vamos passar uns dias na famosa Península de Osa, um dos melhores lugares do continente para se observar a vida selvagem. Na vinda, quase passamos nela e a Ana até brigou comigo por não termos parado por lá. Desde então, virou um ponto obrigatório na nossa volta. Fazendo esse roteiro, vamos deixar de lado a costa caribenha do país. Devido à geografia do Costa Rica, para ir até lá depois da Península de Osa, só fazendo uma enorme volta, retornando até San Juan para pegar a estrada até o litoral do lado de lá. Infelizmente, não temos esse tempo. Por toda a América Central, a costa caribenha é de acesso bem mais complicado que a costa do Pacífico. Por razões históricas, aquela região se desenvolveu menos, longe dos centros políticos de seus respectivos países. As exceções são Belize (claro!) e Panamá, aonde vamos sim até o lado do Caribe, para conhecer Bocas del Toro.

Caravana de carros holandeses na fronteira Nicarágua - Costa Rica

Caravana de carros holandeses na fronteira Nicarágua - Costa Rica


Placa holandesa na fronteira Nicarágua - Costa Rica

Placa holandesa na fronteira Nicarágua - Costa Rica


Ontem, depois de deixarmos nossos amigos do Kiki Around the World em Rivas, embicamos para o sul, rumo à fronteira. Conosco estava a Tanee, uma alemã que mora em San Jose dando aulas na escola alemã da cidade. Ela tinha conhecido a Carol e o Alexis em Ometepe. Por coincidência, quem também os conheceu por lá foram duas outras professoras, uma alemã e outra espanhola, que trabalham na escola alemã de San Salvador, capital salvadorenha. Ficamos todos amigos no hotel de San Juan del Sur e a Tanee veio conosco de carona para a Costa Rica.

Casal holandes na fronteira Nicarágua - Costa Rica

Casal holandes na fronteira Nicarágua - Costa Rica


Uma das poucas lembranças chatas que tínhamos do país era a entrada complicada em sua fronteira, excessivamente burocrática. Pois, dessa vez foi a mesma coisa. Só que a chatice começou antes, para sair da Nicarágua. Chegamos ao posto de fronteira cinco minutos depois de uma verdadeira caravana de vans holandesas, que vem cruzando o continente de sul à norte. São diversos casais na melhor idade viajando da Argentina ao Alaska. Um por um, cada um deles teve de registrar seu carro com a única mulher responsável por isso. Só para escrever os complicados nomes holandeses já era um parto. Uma hora de espera para, finalmente, em 30 segundos, ela dar conta dos nossos papéis, que eram só de saída, ao contrário dos europeus, que estavam entrando no país.

Posto de fumigação na fornteira Nicarágua - Costa Rica

Posto de fumigação na fornteira Nicarágua - Costa Rica


A bela vista do nosso hotel na região da Laguna de Arenal, na Costa Rica

A bela vista do nosso hotel na região da Laguna de Arenal, na Costa Rica


Enfim, Lei de Murphy total! Depois, já do lado da Costa Rica, foi um tal de ir para lá e para cá atrás dos papéis e burocracias, seguro, alfândega, passaporte, fumigação, cópias de documentos, assinaturas e carimbos. Santa paciência! Quem achou melhor seguir em frente foi a Tanee, com medo de perder o ônibus e só chegar de madrugada na sua casa. Embarcou ali mesmo, na fronteira. Muito simpática, vamos ver se a gente ainda se vê. Ela está indo para Osa em dias parecidos com os nossos. Veremos...

Muitos tipos de pássaros nos jardins de hotel na região da Laguna de Arenal, na Costa Rica

Muitos tipos de pássaros nos jardins de hotel na região da Laguna de Arenal, na Costa Rica


Vencida a selva burocrática, todos nós (eu, a Ana e a Fiona) devidamente regularizados no país, seguimos em frente, rumo à laguna de Arenal. O primeiro trecho da viagem foi na estrada principal, a famosa pan-americana, e foi bem tranquilo. Depois, uma pequena estrada secundária até o lago. Pouco antes de chegar lá, ansiosos por assistir o entardecer em suas águas, eis que um acidente com um ônibus em uma ponte estreita fechou o trânsito nos dois sentidos. Outra vez, chegamos cinco minutos atrasados. O Murphy estava mesmo com a macaca! O acidente era bem simples, um amassadinho só, no ônibus e no táxi que teimaram em disputar uma ponte que só dá espaço para um veículo de cada vez. Aí ficaram, esperando a polícia técnica chegar. Eles e a interminável fila de carros dos dois lados da ponte.

Pássaro se alimenta de banana em terreno de hotel na região da Laguna de Arenal, na Costa Rica

Pássaro se alimenta de banana em terreno de hotel na região da Laguna de Arenal, na Costa Rica


Finalmente, a polícia chegou, mediu o que deveria medir e a ponte foi liberada. Mas aí, já estava escuro e nada de podermos ver lago, teoricamente tão bonito. A ideia original era chegarmos até a ponta sul dele, já bem perto do parque nacional e do famoso vulcão. Mas o cansaço, a irritação e o bom senso nos fizeram mudar de ideia e achamos um hotel ali na costa norte mesmo, de um alemão há muito radicado por aqui, mas que ainda fala melhor sua antiga língua do que a nova. Foi só o tempo de comermos deliciosas salsichas com batatas e desabarmos na cama.

A bela vista do nosso hotel na região da Laguna de Arenal, na Costa Rica

A bela vista do nosso hotel na região da Laguna de Arenal, na Costa Rica


Aí dormimos, aí acordamos. Agora sim, descansados e com a ajuda da luz do dia, pudemos admirar e nos encantar com a bela paisagem que nos rodeava. Com um delicioso e sadio café da manhã, pudemos ver o lago lá embaixo e todas as montanhas que o rodeiam. Muito verde e muita vida, principalmente de pássaros. O hotel do alemão é famoso na região por ser frequentado pelas mais variadas espécies aladas, coloridas e cantantes. Vêm eles atrás também do café da manhã, um enorme prato de frutas que lhes é servido religiosamente todas as manhãs. Para nós, foi um espetáculo. Agora sim, sentíamo-nos de volta à “pura vida”, o inteligente mote turístico que o governo costarriquenho criou para o seu país. É isso aí, no meio de todos aqueles pássaros coloridos e daquela natureza exuberante, é impossível negar: “Costa Rica, é pura vida!”.

Muitos tipos de pássaros nos jardins de hotel na região da Laguna de Arenal, na Costa Rica

Muitos tipos de pássaros nos jardins de hotel na região da Laguna de Arenal, na Costa Rica

Costa Rica, Arenal,

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Tudo que Desce, Sobe!

Estados Unidos, Arizona, Grand Canyon

Observando a luz do sol entrar, aos poucos, pelo fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Observando a luz do sol entrar, aos poucos, pelo fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Acampados, passamos uma noite fria no fundo do Grand Canyon. Ontem, quando voltamos da nossa caminhada vespertina até o mirante da Clear Creek Trail, já estava escuro. Mas antes do nosso jantar, ainda caminhamos até a borda do rio Colorado. Ali passamos quase uma hora, contando as estrelas e conversando sobre esses maravilhosos últimos 1000dias que tivemos, todos os lugares que passamos e pessoas que conhecemos. Mas nem toda essa elucubração resistiu ao frio que apertava e voltamos para a nossa barraca. Com muita eficiência e nosso fogareiro novo que agora funciona, a Ana rapidamente fez nosso jantar quentinho. Uma delícia! Pura energia para recuperar as calorias que perdemos ontem e as que precisaríamos hoje. Na verdade, parte delas já usamos de noite mesmo, tentando nos esquentar dentro dos sacos de dormir. Aliás, a Ana, sempre precavida, teve o bom senso de carregar até o fundo do Grand Canyon o meu saco de dormir antigo, além do dela. Assim, enquanto eu estreava o meu novo, comprado na REI de Seattle, próprio para temperaturas mais baixas, ela se enfiava em dois sacos de dormir, mais um saco-lençol que compramos também. Mesmo assim, reclamou do frio.

Acampando no Bright Angel Canyon, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Acampando no Bright Angel Canyon, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Esquentando água para o chá, no acampamento no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Esquentando água para o chá, no acampamento no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Hoje, antes de iniciarmos o caminho de volta, resolvemos nos esquentar com uma caminhada matutina. Seguimos pela trilha que adentrava o canyon em que está o acampamento. É a North Kaibab Trail, que segue até o alto do North Rim, 1.750 metros acima de nós, ao longo de 22 quilômetros. Certamente, não queríamos chegar até lá, até porque o North Rim está completamente fechado pela neve e gelo. Mas seguir alguns quilômetros canyon adentro, em trecho quase plano, seria um bom exercício. Além disso, conforme haviam nos dito, o visual era muito belo, um canyon estreito com paredes com centenas de metros. É aqui que temos a verdadeira sensação de um canyon pois, no Grand Canyon propriamente dito, tudo é tão amplo e vasto que a sensação é outra.

Percorrendo trilha ao longo do Bright Angel Canyon, um dos 'afluentes' do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Percorrendo trilha ao longo do Bright Angel Canyon, um dos "afluentes" do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Percorrendo trilha ao longo do Bright Angel Canyon, um dos 'afluentes' do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Percorrendo trilha ao longo do Bright Angel Canyon, um dos "afluentes" do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


A Ana seguiu mais lentamente, esquentando os músculos, tirando fotos e se poupando para a longa subida que nos esperava. Eu, ao contrário, me empolguei e, duma caminhada, passei a uma corrida. Correr por aquela trilha naquele canyon estreito e vazio, as primeiras luzes do sol iluminando as paredes mais altas foi, realmente, um momento mágico. Àquela hora, não havia ainda ninguém por ali, exceto o orvalho da manhã. Difícil foi tomar a dura decisão de parar e retornar. Algo dentro de mim quer sempre seguir em frente, ir até o final da trilha, qualquer que seja ela. Esses 1000ias e 1000 trilhas que temos passado tem sido um exercício contínuo de aprender a parar, respirar fundo e voltar, mesmo com a trilha me chamando a continuar. Que dureza! Enfim, já imaginei o belo desafio que seria, num mesmo dia, descer pela South Kaibab e subir pela North Kaibab. Atravessar todo o Grand Canyon em uma pernada só. Mais um desejo para a minha lista que, dificilmente, terei a chance de tentar. Mas a lista está lá, guardadinha. Crescendo a cada dia e pronta, quem sabe, para ser, hmmm... deixa prá lá.

Encontrando um pequeno cervo no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Encontrando um pequeno cervo no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Despedida de amigos na trilha ao longo do Bright Angel Canyon, um dos 'afluentes' do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Despedida de amigos na trilha ao longo do Bright Angel Canyon, um dos "afluentes" do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Enfim, corri de volta pela trilha, encontrei a Ana e juntos, voltamos para a barraca. Como bem haviam dito nosso casal amigo de ontem, pelo menos duas noites devem ser passadas lá embaixo. Mas nós tínhamos de voltar. Desarmamos a barraca, empacotamos tudo e partimos para a dura subida. Já era quase uma da tarde e estávamos bem atrasados para a trilha, os últimos a partir no dia de hoje.

Vista do acampamento no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Vista do acampamento no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


O rio Colorado no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

O rio Colorado no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Nos primeiros dois quilômetros, apenas acompanhamos o rio no seu longo caminho para o mar. Finalmente, quando chegamos no canyon lateral conhecido como Bright Angel, aí começa a subida. Como ontem, primeiro vem a subida do canyon interior, depois atravessamos o platô intermediário para, finalmente, enfrentarmos as temíveis paredes do canyon exterior.

A trilha serpenteia desfiladeiro acima, na subida do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

A trilha serpenteia desfiladeiro acima, na subida do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


A bela luz do fim de tarde bate nas paisagens grandiosas do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

A bela luz do fim de tarde bate nas paisagens grandiosas do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


De pouquinho em pouquinho fomos subindo, o caminho de hoje num canyon bem mais fechado que o de ontem. Paisagens bem diferentes, igualmente e diferentemente belas. Hoje, por um bom trecho, seguimos ao lado de um córrego, com cachoeiras e pequenas corredeiras. Passamos também por mais acampamentos e pontos de parada intermediários. Isso é bom, pois sempre nos dá um objetivo mais próximo a ser alcançado.

Metade do caminho na subida do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Metade do caminho na subida do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


A dura subida do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

A dura subida do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Apesar da saída tardia, o ritmo foi muito bom. Estamos em forma! Fomos subindo pelas encostas do canyon junto com as luzes de um sol que, cada vez mais, se aproximava do horizonte. Cruzamos com pessoas que também desciam atrasadas, elas bem mais longe do seu objetivo do que nós. Ultrapassamos pessoas que saíram bem antes, mas seguiam mais vagarosamente. Um zeloso pai carregava seu filho em uma mochila de crianças, enquanto a mãe vinha com a filha mais velha, perto de dez anos de idade. Incrível que tenham feito esse caminho. O pobre menino reclamava, chorava de frio ou de tédio. Só parava para ver, curioso, aquelas estranhas pessoas que passavam por ele. Mas logo retornou ao choro, que ecoava pelas paredes do canyon e podiam ser ouvidas por quem estava muitas voltas do ziguezague acima da família.

Trecho final da subida do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Trecho final da subida do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Já quase no alto, trecho de neve da trilha que sobre o Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Já quase no alto, trecho de neve da trilha que sobre o Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Já sem a luz do sol, um pouco antes da noite chegar, alcançamos o trecho de neve e gelo. Realmente, para subir, eles não atrapalham tanto. Poderíamos devolver nossas correntes antiderrapantes no supermercado e receber o dinheiro de volta. Tivemos ainda tempo para umas últimas fotos e, finalmente, chegamos ao alto do canyon. Felizes, sãos e salvos. Tudo o que desce, sobe! Outro quilômetro e chegávamos a Fiona, mais uma hora (com uma parada no supermercado!) e estávamos no nosso novo hotel, já na cidade de Cameron, no nosso caminho para o Zion National Park, alguns degraus e entrávamos no nosso quarto, o ponto mais alto do dia de hoje. O jantar foi o resto do macarrão de ontem, igualmente delicioso, e os sonhos, os sonhos foram sobre o Grand Canyon, merecidamente considerado uma das sete maravilhas do mundo natural.

Já quase escuro, chegando ao alto do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Já quase escuro, chegando ao alto do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Estados Unidos, Arizona, Grand Canyon, Canyon, Parque, trilha

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Navegando pelo Amazonas

Brasil, Amazonas, Manaus

Navegando no 'encontro das águas', ponto de encontro entre o Rio Negro e o Rio Solimões, formando o Rio Amazonas

Navegando no "encontro das águas", ponto de encontro entre o Rio Negro e o Rio Solimões, formando o Rio Amazonas


A chuva não deixou que saíssemos do hotel pela manhã, hoje. Desde a noite de ontem, foi água que não acabava mais. E a gente pensando no estado da Transamazônica... Bom, a estrada pode ficar interditada, mas o rio, nossa "estrada" de hoje e amanhã, para ele a chuva é só uma aguinha a mais.

Fiona já embarcada, pronta para seguir para Santarém (no  porto de Manaus - AM)

Fiona já embarcada, pronta para seguir para Santarém (no porto de Manaus - AM)


Bem na hora de ir, já pensando num táxi, a chuva virou chuvisco e pudemos seguir à pé mesmo. Chegando ao porto, lá estava a nossa Fiona, muito bem embarcada no convés inferior do barco, o Luiz Afonso. Ao redor dela, um intenso movimento de vai-e-vem de marujos e estivadores carregando mercadorias no porão do barco. O segundo andar já estava todo tomado por redes e o convés superior ainda tinha algum espaço. É ali que fica o bar e a TV do Luiz Afonso.

Ana filmando o movimento de embarque no porto de Manaus - AM

Ana filmando o movimento de embarque no porto de Manaus - AM


Nós colocamos nossas mochilas na Fiona, felicíssima de nos ver, e ficamos a curtir toda aquela agitação, no porto e no barco. Naquela hora, vários barcos partiam, o que multiplicava o movimento do cais, entre vendedores, trabalhadores e viajantes. Uma cena intensa e interessantíssima, que só vai entender realmente quem já passou por isso. Tudo captado pelas lentes da Ana que promete fazer mais um dos belos filmes que ela tem editado.

Barco deixa o  porto de Manaus - AM carregado de passageiros

Barco deixa o porto de Manaus - AM carregado de passageiros


Nós, na dúvida entre comprar duas redes e dormir na Fiona, acabamos optando pela 2a opção, para testar essa possibilidade. Afinal, já se vão 400 dias de viagem e ainda não dormimos no nosso carro. Decidimos que hoje seria a estréia!

Redes ocupam o convés superior do nosso barco de Manaus à Santarém

Redes ocupam o convés superior do nosso barco de Manaus à Santarém


Com meia hora de atraso, partimos. Os potentes motores do Luiz Afonso, que promete chegar à Santarém em apenas 30 horas, logo nos tiram de Manaus. Em menos de meia hora, já estamos atravessando o famoso "encontro das águas", o ponto onde as águas escuras do Rio Negro se encontram com as águas barrentas do Rio Solimões para, juntas, formarem o maior rio do planeta, o Amazonas. Por alguns quilômetros, é possível ainda ver dois rios correndo dentro de apenas um. Mas, aos poucos, a cor barrenta vai se sobressaindo, a cor negra cada vez mais restrita à margem norte. Por fim, tudo vira uma coisa só, um rio a se perder de vista.

O canto mais interessante do nosso barco para Santarém

O canto mais interessante do nosso barco para Santarém


Depois, foi ver o tempo e o rio passarem. Pode-se caminhar pelos três conveses, ver televisão, socializar, comer e beber no bar do barco. Enfim, o tempo acaba passando bem mais rápido do que a gente imagina. Logo a tarde chegou e, em seguida, uma noite estrelada. Naquele mundão isolado, longe das luzes da cidade, as estrelas parecem mais perto do que nunca. Lindas!

Filmando o famoso 'encontro das águas', ponto de encontro entre os rios Negro e Solimões, formando o Rio Amazonas

Filmando o famoso "encontro das águas", ponto de encontro entre os rios Negro e Solimões, formando o Rio Amazonas


E nós nos recolhemos aos nossos aposentos, digo, a Fiona. Lá dentro, viva a tecnologia, conseguimos acessar a internet. Meio capenga, mas conseguimos! Incrível! O rio Amazonas, essa enorme "rodovia" no meio da floresta, tem uma cobertura de celular mais eficiente do que muitas estradas no sul do país! Quem diria...

Descendo o rio Amazonas entre Manaus e Santarém, à bordo do barco Luiz Afonso

Descendo o rio Amazonas entre Manaus e Santarém, à bordo do barco Luiz Afonso


Fim de tarde em dia nublado no Rio Amazonas, à caminho do Pará

Fim de tarde em dia nublado no Rio Amazonas, à caminho do Pará


Por fim, dormimos. Nossa última noite no estado do Amazonas. Amanhã logo cedo voltamos ao Pará, um pouco mais de dois meses depois de deixá-lo, rumo ao Amapá. Saímos de avião, voltamos de barco!

Fiona no convés inferior do barco Luiz Afonso, à caminho de Santarém - PA

Fiona no convés inferior do barco Luiz Afonso, à caminho de Santarém - PA

Brasil, Amazonas, Manaus,

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Os Pontões Capixabas

Brasil, Espírito Santo, Pancas

A magnífica região dos Pontôes Capixabas, em Pancas, noroeste do Espírito Santo (foto da internet)

A magnífica região dos Pontôes Capixabas, em Pancas, noroeste do Espírito Santo (foto da internet)


Dia de seguir viagem rumo à Itaúnas, no litoral norte capixaba. Muito relutamos, mas acabamos por desistir de voltar à região de Pancas e dos Pontões Capixabas, no noroeste do estado. Tínhamos passado por ali ainda antes dos 1000dias, no reveillon de 2008. A região nos impressionou tanto que juramos um dia voltar. A promessa continua de pé!

A famosa Pedra do Camelo, a mais conhecida na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

A famosa Pedra do Camelo, a mais conhecida na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Tempo nublado na grandiosa paisagem da região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Tempo nublado na grandiosa paisagem da região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Caminhando sobre uma das grandes rochas na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Caminhando sobre uma das grandes rochas na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Mas, infelizmente, não será dessa vez. Com todas as “visitas” ao nosso redor e o relógio do 1000dias fazendo um contínuo tic-tac, esse longo desvio na rota para o norte tornou-se muito difícil. Porém, as memórias e as fotos da viagem anterior ainda estão frescas. Frescas o bastante para escrever um post sobre uma das regiões mais belas desse nosso imenso país. E olha que quem disse isso não fui eu, mas “um tal” de Burle Marx, o paisagista mais afamado do Brasil.

Caminhando na pacata cidade de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Caminhando na pacata cidade de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Caminhando e explorando a belíssima região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Caminhando e explorando a belíssima região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Caminhando e explorando a belíssima região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Caminhando e explorando a belíssima região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Quem viajou pelo leste de Minas Gerais e pelo interior do Espírito Santo certamente já se impressionou com a principal característica geológica dessa área: gigantescos rochedos que parecem brotar do solo e querer atingir os céus. Alguns com centenas de metros de altura, formam imensos paredões de pedra exposta, paraíso de alpinistas, fotógrafos e amantes da natureza.

Caminhando e explorando a belíssima região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Caminhando e explorando a belíssima região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Caminhando e explorando a belíssima região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Caminhando e explorando a belíssima região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Caminhando e explorando a belíssima região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Caminhando e explorando a belíssima região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Tecnicamente, esse tipo de montanha é conhecido como “Inselberg”, uma palavra de origem alemã que significa, literalmente, “monte-ilha”. Têm origem pré-cambriana, ou seja, têm mais de 600 milhões de anos! São monolitos (uma “única peça”) de gnaisse e granito, materiais extremamente duros e que, por sua resistência, continuam de pé enquanto todo o material que os cercavam foi erodido pelas intempéries do tempo através das eras geológicas. O resultado, então, lembra mesmo um ilha, esse enorme bloco de pedra circundado por uma vasta planíce muito abaixo de si.

A famosa Pedra do Camelo, a mais conhecida na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

A famosa Pedra do Camelo, a mais conhecida na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Os enormes rochedos que caracterizam a região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Os enormes rochedos que caracterizam a região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


A famosa Pedra do Camelo, a mais conhecida na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

A famosa Pedra do Camelo, a mais conhecida na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


No Brasil, o mais conhecido inselberg é o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro. Por isso, pelo menos entre nós, esse tipo de formação geológica é conhecida como da “classe Pão de Açúcar”. Eles se espalham pelo leste do país, do Rio ao semi-árido nordestino, mas é justamente nessa região noroeste do Espírito Santo onde são mais abundantes. Tanto que aí até receberam uma designação regional. São os “pontões”! No estado, o pontão mais conhecido, e nós passamos por lá poucos posts atrás, é a Pedra Azul. Essa enorme e proeminente rocha faz a alegria visual de quem viaja pela rodovia que liga Belo Horizonte à Vitória, mas não pertence à área dos chamados pontões capixabas. Pouco mais de 100 quilômetros ao norte, eles se concentram ao redor da pequena cidade de Pancas, praticamente desconhecida da grande maioria dos brasileiros, mesmo aqueles mais viajados.

A proeminente e belíssima Pedra da Agulha, em Pancas, na região dos Pontôes Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto da internet)

A proeminente e belíssima Pedra da Agulha, em Pancas, na região dos Pontôes Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto da internet)


Tempo nublado na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Tempo nublado na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Mas não de nós! Quase dois anos atrás, planejamos passar nosso reveillon na cidade de Itaúnas, última localidade capixaba antes de se atingir o litoral baiano. Era uma longa viagem para fazermos em poucos dias de férias, saindo lá de Curitiba. Então, esquadrinhando o mapa para descobrir a roa mais interessante, eis que me deparei com o Parque Nacional dos Pontões Capixabas, uma pequena mancha verde no meu atlas e que se colocava justamente no nosso caminho. Lendo mais a respeito, logo mudamos os nossos planos e resolvemos passar alguns dias por lá antes de chegarmos ao litoral, motivo primeiro da nossa viagem. Interior do estado e em meio às montanhas, seria o contraponto perfeito para quem passaria outros tantos dias na praia. Aliás, é uma rota e combinação perfeita que recomendo a todos os que viajam por essas paragens: Pancas e Itaúnas!

Atravessando rio durante caminhada na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Atravessando rio durante caminhada na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Caminhando e explorando a belíssima região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Caminhando e explorando a belíssima região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Pausa para foto durante caminhada na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Pausa para foto durante caminhada na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Pois bem, foram dois dias de explorações dos vales entre os pontões, mas São pedro não quis cooperar conosco. O tempo esteve quase sempre nublado e não tivemos as melhores vistas dessa paisagem quase jurássica. Mesmo assim, foi possível perceber a incrível beleza da região e assinar embaixo da declaração de Burle Marx. O mais incrível é pensar em como, até hoje, esse pedaço de paraíso ainda seja tão pouco explorado para o turismo. Brasileiros viajam longe para conhecer paisagens distantes na Argentina e no Colorado e desconhecem que, aqui no seu quintal, paisagens igualmente grandiosas aguardam para serem exploradas e admiradas.

Corredeira na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Corredeira na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Uma das muitas cachoeiras da região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Uma das muitas cachoeiras da região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Delicioso banho de cachoeira na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Delicioso banho de cachoeira na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Nós contratamos um guia que nos levou por diversas trilhas por entre as monumentais montanhas de pedra. Exploramos rios e vales e nos deliciamos em algumas de suas diversas cachoeiras. Chegamos à mirantes de onde se pode melhor observar os inselbergs mais famosos da região, como a Pedra do Camelo e a pedra da Agulha. esses são apenas dois exemplos mais conhecidos das quase duas dezenas de “montes-ilhas” que se espremem em uma área tão pequena. O visual enche os olhos de qualquer turista que aí chegue, mas quem se esbalda mesmo são os alpinistas e amantes do voo livre, asa delta ou paraglider. Pelo menos nesse meio a fama da região já chegou, talvez a melhor do país para essas duas atividades radicais. São dezenas e dezenas de vias de escalada já conhecidas e outras centenas para serem estabelecidas. Para quem voa, essa profusão de rochas aquecidas pelo sol e que se colocam no meio do caminho do vento criam as condições ideais para as famosas térmicas que levam pássaros e os humanos mais intrépidos para as alturas. E lá de cima, que ninguém duvide, é de onde se tem a melhor visão dessa paisagem de beleza crua e quase inacreditável.

Mais um delicioso banho de cachoeira na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Mais um delicioso banho de cachoeira na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Banheira de hidromassagem natural na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Banheira de hidromassagem natural na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Delicioso banho de cachoeira na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Delicioso banho de cachoeira na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Nós acabamos ficando mais embaixo, com as trilhas e as cachoeiras, e apenas com um gostinho das visões mais amplas, quando São Pedro nos dava uma folga. Mas também tivemos a chance de aprender um pouco sobre a interessante história da região e da complicada problemática que atingia os moradores locais justamente naquele época.

Região rural de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Região rural de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Pequena propriedade rural em meio à grandiosidade da paisagem na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Pequena propriedade rural em meio à grandiosidade da paisagem na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


No meio da caminhada, pausa para uma legítima cachaça da terra na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

No meio da caminhada, pausa para uma legítima cachaça da terra na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Quem colonizou a região de Pancas, ainda em meados do século XIX, foram os pomeranos. Era uma época em que ainda não existia a Alemanha como país, antes de sua unificação planejada e brilhantemente executada por Otto von Bismark. A nação se dividia em dezenas e dezenas de pequenos estados. Todos falantes da língua germânica, cada um com seu diferente sotaque. Um deles era a Pomerânia e foi ainda como pomeranos que muitos migraram para o Brasil. Por isso o orgulho da antiga e extinta nacionalidade ainda sobrevive por aqui. Pois bem, os pomeranos se espalharam por esses vales e por quase um século mantiveram firme sua cultura. Mas a chegada da 2a Guerra Mundial fez com que essa cultura germânica fosse perseguida em diversos países e regiões do mundo, inclusive na distante e pequena Pancas. Falar em “pomerano” em público passou a ser “desestimulado” e as novas gerações perderam boa parte do vínculo que as unia ao passado. Hoje, meio século após esses tempos difíceis para a comunidade, tenta-se recobrar os elos quase perdidos com essa cultura deixada para trás, no tempo e no espaço.

Criação de gado na área do parque na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Criação de gado na área do parque na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Criação de gado na área do parque na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Criação de gado na área do parque na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Os enormes rochedos que caracterizam a região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Os enormes rochedos que caracterizam a região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Enfim, é uma luta valorosa, mas não é a principal preocupação atual dos habitantes de Pancas. Algo muito mais terreno os aflige. Por incrível que pareça, tem a ver com a criação do Parque Nacional que pretende, justamente proteger o meio ambiente e a linda região que seus antepassados desbravaram. Para nós, viajantes e amantes da natureza, sempre vemos Parques Nacionais como soluções e jamais como problemas. mas um pouco de contato com o lado prático da vida nos fez ver como a teoria é sempre muito mais simples e bonita do que a prática das coisas. Aquela rápida passagem por Pancas foi como um tapa, com luvas de película, em nossas faces ingênuas.

Mesmo com tempo nublado, a incrível beleza da região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Mesmo com tempo nublado, a incrível beleza da região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Vamos nos alimentando com frutas silvestres durante caminhada na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Vamos nos alimentando com frutas silvestres durante caminhada na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Muitas flores na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Muitas flores na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


A criação do parque se deu por uma canetada já nos estertores do governo FHC, em 2002. Provavelmente por gente muito bem intencionada, mas que, muitos deles, nunca estiveram por aqui. Sem uma ampla discussão local, a notícia simplesmente chegou de que aquela terra em que suas famílias trabalhavam e da qual tiravam seus sustento há gerações deveria, num futuro próximo, ser abandonada. Isso porque o conceito de “Parque Nacional” não combina com o de exploração da terra, nem que seja de maneira tradicional ou de subsistência. Parque Nacionais são criados para proteger fauna, flora e paisagens originais e não hortas, pequenas plantações de mandioca ou criação de porcos e galinhas. Indenizações são pagas na desocupação de terras, mas os valores pagos são sempre muito discutíveis e, muitas vezes, irrisórios. Isso quando o pagamento não atrasa e acaba ficando para os netos.

Pausa para foto durante caminhada na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Pausa para foto durante caminhada na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Uma das muitas cachoeiras da região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Uma das muitas cachoeiras da região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Uma das muitas cachoeiras da região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Uma das muitas cachoeiras da região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Enfim, a notícia caiu como uma bomba para os habitantes locais. O clima de confusão foi muito bem manipulado por políticos locais e a opinião pública dali, justamente a que mais interessa, se colocou totalmente contra a criação do parque. Como diz tão bem o ditado, “de boas intenções o inferno está cheio”. O que veio como uma boa ideia tornou-se uma fonte de problemas. No meio da confusão, os maiores resquícios de Mata Atlântica do estado, além de uma rica fauna, ficaram numa espécie de vácuo jurídico.

A famosa Pedra do Camelo, a mais conhecida na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

A famosa Pedra do Camelo, a mais conhecida na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Caminhando sobre uma das grandes rochas na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Caminhando sobre uma das grandes rochas na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Os enormes paredões de pedra que fazem a alegria de alpinistas na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)

Os enormes paredões de pedra que fazem a alegria de alpinistas na região de Pancas, nos Pontões Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto de Dez/2008)


Esse ainda é um problema atual. Uma região tão linda e com um potencial turístico tão grande perdida em discussões teóricas e juridiquês da pior qualidade.. Enquanto isso, iniciativas privadas de turismo parecem começar a funcionar, embora ainda haja um longo caminho a ser percorrido, uma solução que englobe a proteção ás belezas naturais da região, assim como os legítimos interesses da gente simples que aí vive há tanto tempo, um verdadeiro patrimônio cultural e desconhecido do nosso país. De lá para cá, a denominação de Parque Nacional mudou para a de “Monumento Nacional”, não tão rígido como o anterior. É claro que não é apenas a classificação que deve mudar, mas tudo aquilo que afeta a vida prática que quem vive e de quem visita a região. Experiências no mundo inteiro mostram que preservação, herança cultural e exploração responsável podem coexistir e gerar frutos para todos. É o que se espera para uma região tão magnífica como essa, um dos tesouros desconhecidos desse nosso Brasil que estamos explorando nessa longa viagem pelas Américas.

Prática de paragliding em Pancas, na região dos Pontôes Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto da internet)

Prática de paragliding em Pancas, na região dos Pontôes Capixabas, noroeste do Espírito Santo (foto da internet)

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Viajando para Acadia

Estados Unidos, Maine, Bar Harbor


Acadia National Park, no litoral do Maine

Ignorante que sou, até há poucos meses eu nunca tinha ouvido falar do Acadia National Park. Para alguém que se julga um viajante e amante da natureza, um desconhecimento lamentável. Isso começou a mudar em Março, quando entramos nos EUA e começamos a passar por alguns parques nacionais. No Joshua Tree, na California, conhecemos uma americana que adorou nossa viagem. Ao saber que viajaríamos até a Costa Leste, disse que não poderíamos perder, de maneira nenhuma, esse parque no Maine, chamado Acadia.

Atravessando a região dos lagos, em Maine, nos Estados Unidos

Atravessando a região dos lagos, em Maine, nos Estados Unidos


Bom, pelo menos, passei a saber da sua existência. Mesmo achando que se chamava “Arcadia” (com “r”) e que era um parque no interior montanhoso do estado. Desde então, ele passou a figurar no nosso roteiro. Mas, com tantas outras coisas para planejar, nada mais lemos sobre ele. Até voltarmos do Caribe para encontrar a Bebel e, finalmente, planejar nos detalhes a viagem pela Nova Inglaterra.

Chegando à Bar Harbour, no Acadia National Park, no Maine, nos Estados Unidos

Chegando à Bar Harbour, no Acadia National Park, no Maine, nos Estados Unidos


E eis que já passamos por Vermont e New Hampshire e hoje, entramos no Maine. Apenas cruzamos a bonita região dos lagos no centro-sul do estado e seguimos diretamente para seu litoral. Pois é lá que está o famoso Acadia National Park, sem “r”. Que interior que nada!

Banda se apresenta no coreto da praça de Bar Harbour, no Acadia National Park, no Maine, nos Estados Unidos

Banda se apresenta no coreto da praça de Bar Harbour, no Acadia National Park, no Maine, nos Estados Unidos


Ao contrário, o parque fica numa ilha, a Desert Island, já quase na fronteira do Canadá (um dia chegamos lá!). A ilha tem uma natureza exuberante e há mais de cem anos atrai conservacionistas que lutam pela sua preservação. A tática desses benfeitores era comprar terrenos e propriedades pela ilha para protegê-los do “desenvolvimento”. Há exatos 100 anos, ganharam um poderoso aliado. O filho do homem mais rico do mundo na época (e talvez de toda a história!), John Rockfeller Jr. Comprou uma vasta propriedade na ilha. Encantado pelos esforços dos conservacionistas locais, ele se juntou à causa e passou a adquirir terrenos por toda a região para doá-los ao parque. Assim foi formado o primeiro parque nacional à leste do Mississipi, advindo totalmente de terrenos privados.

Banda se apresenta no coreto da praça de Bar Harbour, no Acadia National Park, no Maine, nos Estados Unidos

Banda se apresenta no coreto da praça de Bar Harbour, no Acadia National Park, no Maine, nos Estados Unidos


Pois é, a riqueza gerada na Standard Oil, a “mãe de todas as empresas petrolíferas”, acabou por ajudar na formação desse fantástico parque nacional. Não só isso, Rockfeller também foi o responsável por boa parte da infraestrutura do parque, incluindo a construção da rodovia que dá a volta na ilha, além de dezenas de quilômetros de estradas próprias para carruagens (e bicicletas), que permitem ao público chegar ao coração dessa belíssima região de montanhas, florestas, rios e lagos a beira mar.

Fim de tarde na movimentada praça fr Bar Harbour, no Acadia National Park, no Maine, nos Estados Unidos

Fim de tarde na movimentada praça fr Bar Harbour, no Acadia National Park, no Maine, nos Estados Unidos


A principal cidade na Desert Island é Bar Harbor. Aí chegamos no fim da tarde, ainda em tempo de nos instalarmos e passearmos por suas ruas agradáveis e bem movimentadas no verão americano. Lojas, restaurantes, praças e um porto de onde saem barcos para avistamento de baleias e golfinhos. No coreto da praça principal, uma banda se apresentava, para delírio dos moradores locais e visitantes, todos sentados no gramado da praça.

Fim de tarde na movimentada praça fr Bar Harbour, no Acadia National Park, no Maine, nos Estados Unidos

Fim de tarde na movimentada praça fr Bar Harbour, no Acadia National Park, no Maine, nos Estados Unidos


No jantar no restaurante irlandês a beira mar, além da deliciosa música ao vivo com direito a violino e música celta, ainda ficamos amigo de um garçom que já nos indicou as melhores trilhas pelo parque. Assim, já sabemos para onde seguir amanhã. Já sabemos também que ficaremos um dia a mais por aqui. O Acadia merece!

Jantando em restaurante de Bar Harbour, no Acadia National Park, no Maine, nos Estados Unidos

Jantando em restaurante de Bar Harbour, no Acadia National Park, no Maine, nos Estados Unidos

Estados Unidos, Maine, Bar Harbor, Acadia National Park, história, Parque

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De Volta ao Paraná

Brasil, São Paulo, São Carlos, Paraná, Tibagi

Com o Gêra e o Antônio em São Carlos - SP

Com o Gêra e o Antônio em São Carlos - SP


A manhã começou bem preguiçosa em São Carlos, friozinho gostoso de ficar na cama. Aliás, desde Rio Verde a gente já vem se acostumando com o frio que deve ser nosso companheiro nos próximos meses. Até Ribeirão Preto estava fria!!! Imagina Curitiba... Imagina a Bolívia a 5 mil metros de altura! Brrrrrrrrrr...

Com os sobrinhos João Pedro e Antônio, em São Carlos - SP

Com os sobrinhos João Pedro e Antônio, em São Carlos - SP


De volta à São Carlos, a manhã se estendeu comigo atazanando o Antônio, brincando com a Lola (a cadelinha) e batendo papo com a Lalau. Mais tarde, Gêra e João se uniram à nós mas, infelizmente, era tempo de ir, iniciar a longa viagem até Tibagi, no Paraná.

Cruzando um rio Tietê já bem mais limpo, no interior de São Paulo, próximo à Jaú

Cruzando um rio Tietê já bem mais limpo, no interior de São Paulo, próximo à Jaú


Seguimos pelo interior, passando por cidades como Jaú e Bauru e até pelo rio Tietê, neste ponto bem mais bonito e limpo do que quando cruza a capital do estado. Incrível o poder de renovação da água, um rio que parece morto ganha vida novamente, pouco mais de uma centena de quilômetros à frente. Outro lugar interessante que passamos foi o centro geodésico de São Paulo, marcado por um pequeno monumento sem muitas informações. Bom, estávamos na metade de São Paulo, no meio do caminho de volta ao Paraná!

Cruzando um rio Tietê já bem mais limpo, no interior de São Paulo, próximo à Jaú

Cruzando um rio Tietê já bem mais limpo, no interior de São Paulo, próximo à Jaú


E já era noite quando chegamos à pequena Tibagi, pacata cidade de carnaval muito agitado, principal base para se explorar uma das maravilhas naturais do estado e do país, o canyon do Guartelá. Belo programa para amanhã, após uma confortável noite em quarto aquecido. O sonhos serão facilitados pelo vinho que tomamos antecipando o dia dos namorados e comemorando a volta ao estado de onde iniciamos nossas peripécias há 440 dias!

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