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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Rua movimentada no centro histórico de Quebec, no Canadá
Geralmente, imaginamos o nosso continente americano colonizado por portugueses (Brasil), ingleses (EUA e Canadá) e espanhóis (os outros países, da Argentina até o México). Franceses e holandeses seriam apenas “curiosidades históricas”. Na verdade, essa denominação deveria ser dada a suecos e dinamarqueses, que também estiveram por aqui (quem acompanhou nossa passagem por St. Barth e Ilhas Viirgens Americanas sabe disso!), enquanto holandeses e franceses, esses sim, tiveram uma participação bem importante na formação do nosso continente. Os primeiros, em várias ilhas do Caribe, além de uma importante passagem pelo Nordeste do Brasil e na criação da cidade de Nova York, e os últimos, também no Caribe e em boa parte da América do Norte.
Pessoas fantasiadas passeiam pelo centro histórico de Quebec, no Canadá
Pois é, os gauleses tem uma rica participação na história, não só do Canadá, mas também dos Estados Unidos. Foram os seus exploradores os primeiros a se aventurar pelo interior do continente, chegando aos Grandes Lagos, navegando pelo Mississipi e cruzando as Montanhas Rochosas. Fundaram importantes cidades como Quebec e Montreal, no Canadá, Chicago e New Orleans, nos Estados Unidos e até hoje o francês é a língua falada por milhões de habitantes da América do Norte, especialmente no leste do Canadá.
Pessoas fantasiadas passeiam pelo centro histórico de Quebec, no Canadá
Depois do primeiro ímpeto exploratório no início do séc XVI, o que trouxe os franceses ao Canadá 100 anos mais tarde foi o lucrativo comércio de peles, principalmente de castor A demanda europeia por chapéus gerava tanta riqueza que foi capaz de sustentar a vinda de milhares de famílias para o novo continente., estabelecidas na região ao sul da província de Quebec, principalmente na cidade de mesmo nome.
Pessoas fantasiadas passeiam pelo centro histórico de Quebec, no Canadá
Mas o comércio de peles era tão lucrativo que atraiu as ambições de outra nação: a Inglaterra. Um pouco depois dos franceses, eram os ingleses que chegavam, proclamando-se também senhores daquelas novas terras. Enquanto a rivalidade e disputa entre as duas nações europeias aumentavam, os franceses foram fazendo uma rede de alianças com as populações indígenas locais. E foram esses índios que ensinaram a seus aliados os caminhos e rotas do novo continente. Não demorou muito para que os franceses chegassem aos Grandes Lagos, quase um oceano de água doce em pleno coração do continente. Dos lagos, chegaram ao Mississipi e, descendo o rio, atravessaram a região central dos Estados Unidos, chegando ao Golfo do México. No caminho, foram fundando entrepostos comerciais e fortes que deram origem às cidades de Detroit, Chicago, St. Louis e New Orleans.
Pessoas fantasiadas passeiam pelo centro histórico de Quebec, no Canadá
Mais ao norte, as disputas com os ingleses culminaram com a Guerra dos 7 Anos, vencida pela Inglaterra em 1763. A batalha lutada ao lado dos muros da cidade de Quebec, nas “Plains of Abraham”, em 1759, definiu os rumos da guerra, do continente e, quiçá, do mundo. Foi tão sangrenta e decisiva que os comandantes dos dois exércitos morreram na luta. A suada vitória inglesa, consolidada no Tratado de Paris em 1764, fez com que a França reconhecesse a soberania inglesa em todo o Canadá. Em troca, pôde manter a posse de Guadalupe, no Caribe. Na época, a ilha era mais importante para os planos coloniais franceses do que o Canadá...
A guarda da Citadela de Quebec, no Canadá
Os ingleses colocaram em prática, então, o seu plano de suprimir a cultura francesa da região. Católicos (franceses eram católicos e ingleses, anglicanos) eram proibidos de ocupar cargos públicos, a imigração de franceses para fora do Canadá era incentivada (e às vezes, forçada) e o uso da língua, reprimido. Essas medidas tiveram o efeito contrário ao desejado, a comunidade francófona se unindo ainda mais na defesa de sua cultura e modo de vida. Foi nessa hora que acontecimentos mais ao sul do continente fizeram os ingleses mudar sua política.
Pessoas fantasiadas caminham pelo centro de Quebeq, no Canadá
Era a Guerra de Independência das 13 colônias. Cientes de que a confusão chegaria até lá, os ingleses trataram de ganhar a simpatia dos habitantes franceses, revogando a política de supressão da sua cultura. Estavam certos! Não demorou muito para que revolucionários americanos ocupassem Montreal e tentassem o mesmo em Quebec. Mas, para sua surpresa, os franceses ainda se sentiam menos simpáticos a eles do que aos ingleses. Nem a lábia de Benjamim Franklin, nem o fato dos exércitos da própria França lutarem ao lado dos revolucionários americanos comoveram os franco-canadenses. Eles não se juntaram à revolução, repeliram os americanos em Quebec e os expulsaram de Montreal, com a ajuda dos exércitos ingleses que chegaram à região.
O interessante Museu da América Francesa, num seminário em Quebeq, no Canadá
Bom, ao final da guerra, os Estados Unidos eram um país livre e o Canadá permanecia inglês, agora com a população reforçada por milhares de realistas (fiéis ao rei) que emigraram das colônias rebeldes. Enquanto isso, ao oeste do Mississipi, a região conhecida como Louisiana permanecia uma colônia francesa. Essa região era muito maior que o atual estado da Louisiana, no sul dos Estados Unidos. Ela se estendia do Mississipi até as Montanhas Rochosas, e da fronteira do Canadá até o golfo do México. Com exceção das cidades ao longo do rio e na costa do Golfo, era povoada basicamente por povos indígenas, que desconheciam seu status de “súditos do rei da França”. Na verdade, de Napoleão, que era quem mandava na França naquela época.
O interessante Museu da América Francesa, num seminário em Quebeq, no Canadá
Mas Napoleão, após ter seu exército derrotado pela febre amarela no Haiti e, com isso, ver cair por terra seus sonhos de um império colonial na América, achou por bem vender suas posses da Louisiana para os Estados Unidos. Além de precisar de dinheiro para sustentar suas guerras contra os ingleses, ele não via possibilidade de defender suas vastas e despopuladas terras na América do Norte contra as futuras ameaças. Foi assim que cidades francesas como New Orleans e St. Louis passaram a ser americanas.
O muro que cerca o centro histórico de Quebec, no Canadá
Uma outra guerra, que este ano completa 200 anos, ainda marcaria a relação de americanos e canadenses. Vou falar mais sobre ela quando passar em Toronto, mas o fato é que ela serviu de vez para criar um sentido de “identidade canadense”, ajudando a cimentar os laços entre dois povos para a criação de uma só nação. Enquanto isso, na poderosa nação que se formava no sul, foram “guias franceses” que ensinaram aos americanos os tortuosos caminhos que levavam do Mississipi à Califórnia e ao Pacífico, principalmente as secretas passagens pelas Montanhas Rochosas. A ligação com o oeste da América continuava forte entre os franco-canadenses até a época da grande corrida do ouro, na metade do século XIX. Entre os primeiros imigrantes, estavam aqueles de língua francesa e, no auge do boom, Los Angeles e San Francisco tinham 20% de sua população falando francês, além de prefeitos oriundos da província de Quebec. Também para a região da Nova Inglaterra eles migraram (o nome Vermont vem do francês “Verdes Montes”) e apenas no estado do Maine, na virada dos séc XIX para o XX, mais de 100 jornais e revistas eram editados na língua francesa.
Altar da Catedarl Holy Trinity, em Quebec, no Canadá
Já no Canadá, a relação entre os habitantes de língua inglesa e francesa sempre teve seus altos e baixos. A política atual, de valorização de culturas diferentes, é relativamente recente e os francófonos sempre reclamaram de uma certa perseguição. Mesmo bem recentemente, falava-se e defendia-se abertamente a separação da província e a criação de um novo país. Por duas vezes foram realizados referendos, o último deles em 1995, perguntando à população sobre o desejo de um país independente. Uma diferença menor que 1% manteve o país unido. Felizmente, desde então as novas gerações tem tido outras preocupações enquanto o país se preocupa cada vez mais em valorizar suas diferenças culturais. Aprendeu que, com isso, só tem a ganhar, a começar pelo turismo, nacional e internacional.
O famoso Chateau Frontenac, um dos mais fotografados hoteis do mundo, em Quebec, no Canadá
Nós, por exemplo, estamos maravilhados com a cultura que encontramos por aqui, desde estilos arquitetônicos até a culinária saborosa, passando pela música, vestuário e, enfim, todo um modo de vida característico. E a cidade de Quebec, ou Ville de Quebec, é o melhor exemplo disso, o centro irradiador da cultura francesa na América, a prova viva de que nós, americanos, também sabemos fazer queijo e vinho, falar francês e fazer biquinho. É uma delícia se sentir em Paris estando no nosso continente. Depois da verdadeira aula que tivemos no Museu da América Francesa e das refeições deliciosas que estamos tendo na cidade, só podemos dizer, am alto e bom francês: “Vivre L’Amérique Française!”
Show de fogos animam mais uma noite de verão em Quebec, no Canadá
Olá meus amigos viajantes,muito charmosa esta cidade,flores lindas,uma boa viajem
Resposta:
Oi Lurdes!
Quebec e Montreal são realmente deliciosas!
Vale muito a visita!
Abs
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