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Hoje o nosso caminho de metrô era mais curto. Apenas duas estações nos...
Juntos com a Rosana, armamos um roteiro para passar um dia inteiro explor...
Mariana Gomes (13/06)
Oi, Rodrigo! Tudo bem? Sou jornalista da Rede Record e farei um document...
Tatiana de Queiroz (13/06)
Lucia (10/06)
Que coisa mais linda estas fotos das flores. Eu amo flores, sou maluca po...
helder (09/06)
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Kerley (08/06)
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Céu estrelado e Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG
Todas as noites aqui no Vale do Matutu foram espetaculates. Estou me referindo ao céu estrelado. Com a lua nova, o céu sem núvens, longe da energia elétrica e a uma altitude considerável, nunca vimos tantas estrelas brilhando.
Céu estrelado no Vale do Matutu - MG
A única coisa que atrapalhava um pouco a observação do céu estrelado era o frio, muito próximo de zero grau! Mas nessa nossa última noite por aqui a Ana enfrentou o frio, armou o tripé e tirou belas fotos da noite estrelada. Até que ficou bem legal, não? Pelo menos passam parte da beleza que nos envolvia todas as noites...
Céu estrelado no Vale do Matutu - MG
Um enorme grizzly macho caminha pelo Denali National Park, no Alaska
Eram 08:20 da manhã e nós já estávamos no centro de visitantes do Denali National Park, esperando nosso ônibus. Foi um café da manhã bem corrido e uma correria até o parque, porque não poderíamos arriscar perder nossa única chance de conhecer o Denali por terra. Amanhã é o último dia dos ônibus e os ingressos já estão esgotados. Era hoje ou hoje, já que de carro não podemos entrar, pelo menos não agora, com a estrada reservada apenas para os tais ônibus.
Nosso ônibus no Denali National Park, no Alaska
Assim, com nossos casacos e lanche para o dia (o passeio leva onze horas!), junto a outras 15 pessoas, entramos no nosso ônibus que nos levaria até o coração do Denali National Park, acompanhados da Liza, nossa motorista e guia pelo dia. A trajeto é de cerca de 80 milhas parque adentro, a maior parte em estrada de terra, com ótimas possibilidades de avistar vida selvagem, além de cruzar umas das mais belas paisagens do Alaska. No caminho, vários mirantes para observar a mais alta montanha da América do Norte, o Denali, cada vez mais de perto, pois é em sua direção que segue a estrada.
Guarda-parque recebe nosso ônibus no Denali National Park, no Alaska
Sobre nossa admiração e experiência com a montanha, tratei no post anterior. Nesse, vou tratar da segunda (para muitos, a primeira!) atração do parque, sua rica vida selvagem, notadamente os ursos grizzlies. Todos que vem até aqui querem ver e fotografar o maior carnívoro terrestre do continente, e o Denali é o melhor lugar para isso!
Muitos tios cortam o Denali National Park, no Alaska
E foi exatamente isso que aconteceu, enquanto cruzávamos as fantásticas paisagens do parque. Nossa guia disse que demos muita sorte pois, mesmo ela que já trabalha na região há mais de 10 anos, nunca tinha visto a paisagem do jeito que estava. Muita nesse havia caído alguns dias atrás, então tudi estava branquinho, neve bem fresca. Ao mesmo tempo, a estrada ainda estava aberta, uma rara possibilidade de ver o parque pintado de branco. Normalmente, quando neva o parque é fechafo para veículos motorizados e só entram pessoas com seus dog sledges (por exemplo, a nossa guia, que é especialista no assunto!).
Bela paisagem no Denali National Park, no Alaska
E no meio daquela paisagem grandiosa, lá estava a fauna que todos procurávamos. Nós tivemos uma segunda grande sorte, pois entre os passageiros estava um “avistador profissional”. De olhos atentos, não deixava passar um animal, ave ou mamífero, sem gritar para que o ônibus parasse e todos pudéssemos observar e fotografar. Águias, corujas, alces e ursos, muitos ursos! A nossa guia também nos dava informações sobre eles e eu aproveitei para saber mais de duas histórias que muito me impressionam.
Paisagens sempre grandiosas no Denali National Park, no Alaska
A primeira, sobre um fotógrafo que foi comido por um urso há pouco menos de um mês, justamente aqui no Denali. Foi o primeiro incidente desse tipo aqui no parque ou, pelo menos, o primeiro que terminou em morte. O fotógrafo era de San Diego e voltava ao parque pela quinta vez. Viajava só e estava acampado perto de uma das bases que passamos hoje. Pelas fotos achadas em sua máquina, conclui-se que ele se descuidou a se aproximou muito do urso. Por trás de uma máquina fotográfica, temos a tendência de achar que estamos protegidos, fora da realidade, assistindo tudo pela TV. Além disso, depois de muito observar, esquecemos que ursos são selvagens e perigosos. Pois é, o cara acabou virando almoço. O urso foi morto no dia seguinte. Tentava proteger a sua “carcaça”, refeição garantida por vários dias. O procedimento de matar um urso que ataca e come um ser humano é uma norma nos parques. Afinal, aquele urso aprendeu que se pode comer pessoas, que são alvos fáceis. Passará a ser um perigo para qualquer turista. Pior, pode influenciar outros ursos com seu comportamento, agora que descobriu o “mapa da mina”. Assim, não há outro remédio, senão matá-lo, infelizmente. É por isso também que não podemos deixar nossas mochilas de lado, nem que seja para distrair um urso enquanto escapamos de um ataque. Ao aprender que mochilas são “interessantes”, ele passará a perseguir qualquer pessoa que tenha uma mochila. Afinal, para um urso sem “senso de propriedade”, qualquer coisa que ele possa “tomar”, é sua.
Avistamos nosso primeiro urso no Denali National Park, no Alaska
Urso atravessa correndo leito de rio no Denali National Park, no Alaska
O segundo caso é ainda mais impressionante. Trata-se da história de Timothy Treadwell, retratada no aclamado documentário de Werner Herzog, Grizzly Man. Timothy ficou famoso nos EUA, aparecendo em documentários do Discovery Channel e em programas como Late Show With David Letterman. Viveu por 13 anos com os ursos do Katmai National Park, no sul do Alaska (ainda vamos lá...). Ele costumava chegar bem perto de ursos e até tocá-los. Ao longo de tantos anos, desenvolveu até uma relação com diversos ursos que conhecia de tantas temporadas. Mas acabou morto e comido por um urso que não era da região. O urso atacou a sua barraca a agarrou Treadwell. Sua namorada conseguiu afastá-lo, aos gritos. Mas o urso voltou em seguida e abocanhou Treadwall de vez, levando-o noite adentro. Pior, pouco tempo depois voltou e pegou a namorada também. Toda a trágica cena foi gravada em áudio, nunca liberado para o público.
Uma águia plaina pelos ares do Denali National Park, no Alaska
Caminhando um pouco no parque e aproveitando a vista magnífica do Denali National Park, no Alaska
Bem, hoje estávamos na segurança do nosso ônibus, fora do alcance desses incríveis animais. Aliás, é muito maior a chance de uma pessoa ser morta por um raio do que por um urso. Dentro de um ônibus, então, as estatísticas são amplamente favoráveis! E assim, com a ajuda do nosso “avistador oficial”, pudemos ver mais de dez ursos, entre mães e seus filhotes, um urso adolescente correndo em desvairada pelo leito seco de um rio e uma gigantesco e amedrontador macho solitário. A cena mais incrível foi mesmo a do adolescente. Se eu tinha alguma iusão que era possível fugir de um urso, agora não tenho mais. O animal correu por uns 500 metros de terrenos acidentado com a maior desenvoltura, cena de documentário. Teria me alcançado com o pé nas costas!
Ursa caminha com seu filhote no Denali National Park, no Alaska
Ursa caminha com seu filhote no Denali National Park, no Alaska
Bem, além dos encontros com a fauna, de podermos admirar a montanha e a incrível paisagem, também passamos por um centro de visitantes com uma magnífica exposição sobre todos os aspectos do parque, fotos históricas e painéis explicativos de geologia, geografia, flora e fauna. Muito interessante mesmo e ótimo ponto para fotos.
Um enorme grizzly macho caminha pelo Denali National Park, no Alaska
A bela paisagem do Denali National Park, no Alaska
Onze horas de estradas, paradas e até uma pequena caminhada e voltamos ao ponto inicial onde a Fiona nos esperava. Fomos para uma deliciosa cervejaria quase ao lado do nosso hotel para comemorar as experiências daquele dia cheio, mas ainda não sabíamos que as surpresas não tinham acabado...
As fantásticas luzes da Aurora Boreal iluminam os céus de Healey, próxima ao Denali National Park, no Alaska
A Aurora Boreal faz desenhos nos céus de Healey, perto do Denali National Park, no Alaska
Pois não é que, de madrugada, temperatura próxima de zero, tivemos mais uma aurora? Foi a mais bela que tivemos até agora, as ondas de luzes verdes fazendo vários desenhos no céu escuro que nos rodeava. Aos poucos, vamos pegando o jeito de fotografá-la e os retratos cada vez mais se parecem com a realidade. Estamos entendendo ela melhor, também. Assim, já está cada vez mais fácil encontrá-la no céu e, mais tarde, depois que está mais forte, prever para onde vai, no céu, e que tipo de formas vai tomar. Mas, o fato é, ela é sempre um show!
A Aurora Boreal faz desenhos nos céus de Healey, perto do Denali National Park, no Alaska
Admirado com o maior dos quadros na Capilla del Hombre, em Quito, no Equador
Hoje cedinho fui levar a Fiona na CasaBaca, a maior concessionária Toyota do país. Revisão dos 60 mil km. A última tinha sido em Salta, na Argentina. Onde será a próxima? México? E a última da viagem? Será que chegaremos aos 120 mil km?
Com a Maria, visitando a Capilla del Hombre, em Quito, no Equador
Depois, encontramos com a Maria, nossa amiga sueca que mora na Dinamarca e esteve conosco em Galápagos. Será nossa companhia nesses dois dias que ainda pretendemos ficar em Quito. O programa de hoje foi uma dica (ótima dica!) do Cristian, o empresário equatoriano de quem ficamos amigos lá em Montañita, no litoral equatoriano. Fomos à Capilla del Hombre.
Retratos de Guayasamin na Capilla del Hombre, em Quito, no Equador
O Cristian tinha nos falado desse lugar que fica no alto de uma das serras de Quito, com uma belíssima vista da cidade. Apesar do nome, não é uma igreja. Na verdade, é um "templo" em homenagem aos povos da América Latina. Seu idealizador e construtor (infelizmente, morreu antes de terminar a obra) foi o fantástico pintor e escultor Oswaldo Guayasamin.
Um dos muitos quadros retratando Quito, de Guayasamin, na Capilla del Hombre, em Quito, no Equador
Esse é um daqueles casos que que eu me impressiono e me envergonho com o tamanho da minha ignorância. Nunca tinha ouvido falar desse que é, provavelmente, o maior pintor do nosso continente na segunda metade do séc XX. Personalidade controversa, grande fã de Fidel Castro, de origem humilde e mestiça, retratou com maestria em seu trabalho os povos americanos, mostrando seu sofrimento com grande realismo. As suas diversas pinturas da Quito que tanto amava também são um trabalho genial.
Capilla del Hombre, em Quito, no Equador
Sua última obra foi exatamente a Capilla del Hombre, localizada ao lado da sua residência. Ele mesmo projetou o prédio (também era arquiteto) e as obras que ali deveriam ser expostas, pinturas e esculturas. Mas um repentino ataque do coração enquanto se encontrava em viagem aos Estados Unidos, já com 80 anos, o impediu de ver essa obra finalizada.
Túmulo de Guayasamin na Capilla del Hombre, em Quito, no Equador
Hoje, a Capilla é um colírio para os olhos de quem a visita, uma verdadeira inspiração para nossos espíritos. Seus gigantescos paineis, o espaço em que está, o espaço que criou, tudo isso mostra claramente a genialidade artística desse homem. Seus ideais podiam ser controversos, mas a genialidade não. Valeu, Cristian, essa foi uma bela dica!
Capilla del Hombre, em Quito, no Equador
Com o Jorge na fazenda em Ribeirão Preto - SP
Dia de continuar nossa trajetória rumo à Curitiba, onde temos tantas coisas para resolver antes se iniciarmos de vez nossa etapa internacional da viagem. Mas a etapa planejada para hoje foi bem tranquila: seguir para a vizinha São Carlos, para um pit-stop na casa da minha irmã e família.
Despedida da Rita e da Ivone, na casa em Ribeirão Preto - SP
No caminho, bastante tempo para ficar na sempre deliciosa fazenda da família, onde já passamos uma vez nessa viagem. Assim, despedimo-nos da Rita e da Ivone, na casa de Ribeirão e, vinte minutos mais tarde, já éramos recepcionados pelo Jorge, Néia e os filhos Maria Júlia e Lucca na fazenda, onde nos ofereceram um almoço.
A fazenda em Ribeirão Preto - SP
Depois, caminhamos um pouco por ali, aproveitando a bela tarde para uma sessão de fotos. De volta à casa do jorge, pudemos acompanhar a família se preparando para a festa junina da escola das crianças. Vestuário bem apropriado para uma fazenda, hehehe!
Na fazenda em Ribeirão Preto - SP
Por fim, foi a nossa vez de recepcionarmos a prima Cláudia, que chegava com o marido Betinho e uma numerosa turma de amigos, todos motociclistas que vieram passar o fim de semana na fazenda e já fazer um pequeno ensaio para a viagem que querem fazer para o Atacama, em Setembro.
Caminhando no terreiro de café em Ribeirão Preto - SP
Nova sessão de fotos e de tietagem recíproca, eles impressionados com nossa viagem, nós impressionados com as máquinas que pilotavam.
Prontos para festa junina, na fazenda em Ribeirão Preto - SP
Às seis horas partimos, bem em tempo de chegar às sete em São Carlos para cumprir o compromisso de estarmos na frente do computador para uma conversa pelo Skype com os pais e a irmã, em terras inglesas. Viva a tecnologia, lá estávamos uma boa parte da família reunídos, não em carne e osso, mas em som e imagem, para matarmos um pouco da saudade.
Lucca, pronto para a festa junina, em Ribeirão Preto - SP
Terminada a seção de Skype, a conversa continuou até depois da meia noite, agora apenas com a Lalau e o cunhadão Gêra, acompanhados de bom vinho e de um casal de amigos que chegou mais tarde. Isso tudo sem falar da convivência sempre gostosa dos sobrinhos e campeões de tenis, João e Antônio.
Com a turma de motoqueiros amigos da Cláudia e Betinho, na fazenda em Ribeirão Preto - SP
Enfim, um dia bem gostoso em meio à família para tentar botar um pouco das conversas em dia mas, mais do que isso, manter sempre forte os vínculos que nos unem em sangue e espírito, não importa o quanto o tempo e o espaço teimem em nos separar.
Com a Cláudia e Betinho na fazenda em Ribeirão Preto - SP
Treze Tilias, um pedacinho do Tirol austríaco em Santa Catarina
Começo da década de 30. São anos difíceis na Europa. O crash da bolsa de Nova York derrubou a economia mundial e atingiu com força os países do Velho Mundo, especialmente aqueles que haviam sido derrotados na 1ª Guerra Mundial e forçados a pagar pesadas indenizações pelo Tratado de Versalhes. A Áustria é um deles. Um século antes e Viena era a capital do poderoso Império Austro-húngaro. Agora, os habitantes da antiga potência passam fome.
Visitando a praça central de Treze Tilias, em Santa Catarina
Visitando a praça central de Treze Tilias, em Santa Catarina
Já há várias décadas que a solução encontrada para fugir dessas crises que assolam a Europa é a imigração. Estados Unidos, Brasil, Argentina e Austrália recebem centenas de milhares de viajantes que vêm apenas com a passagem de ida, em busca de uma nova pátria e de uma nova chance de viver. Assim, não é de se estranhar que, outra vez, a solução para a mais nova crise seja a imigração.
A prefeitura de Treze Tilias, em Santa Catarina
Homenagem ao ministro austríaco da agricultura que, no início da década de 30, organizou a imigração de seus conterrâneos para Treze Tilias, em Santa Catarina
Dessa vez, quem lidera o movimento é Andreas Thaler, presidente da Associação de Agricultores e Ministro da Agricultura da Austria. Ele mesmo já não vê futuro em seu país e decide que imigrar é a melhor coisa a fazer. Já havia viajado pela América do Sul nas décadas anteriores e negocia com o governo brasileiro uma área no centro-oeste do estado de Santa Catarina. Junto com diversas famílias do Tirol, região alpina na fronteira entre Áustria e Itália, viaja de navio para o Brasil e, no dia 13 de Outubro de 1933, funda a cidade de Treze Tílias.
A igreja matriz de Treze Tilias, em Santa Catarina
Roupas típicas austríacas vendidas em Treze Tilias, em Santa Catarina
A ideia era replicar por aqui o modo de vida austríaco. A região onde foi fundada Treze Tílias foi escolhida pelo clima parecido com o da antiga pátria. Até a neve era comum por aqui naquela época, caindo em todos os invernos, o que já não ocorre mais. As famílias trataram de tocar sua fazendas e construir suas casas, sempre com o estilo arquitetônico do país europeu. Aprenderam a falar português, mas não esqueceram o alemão. Não só isso, os filhos e netos continuaram a falar o idioma, para ajudar a preservar a cultura trazida do hemisfério norte.
Prédios típicos em Treze Tilias, em Santa Catarina
Os primeiros anos, claro, não foram fáceis. Algumas famílias chegaram a desistir e voltaram para a Europa. Não tinham ideia do buraco em que estavam se metendo. Os mais teimosos aqui ficaram, inclusive Andreas Thaler. Com isso, escaparam de ver seu país ser anexado pela Alemanha de Hitler para, alguns anos mais tarde, participar da 2ª Guerra Mundial. É, mesmo com as dificuldades de adaptação, muito melhor mesmo era ter ficado no Brasil do que ir lutar na temida frente russa...
Prédios típicos em Treze Tilias, em Santa Catarina
Quem não viu esse trágico destino da antiga pátria foi o fundador de Treze Tílias. Andreas Thaler morreu em uma grande cheia que atingiu Treze Tílias em 1939. Mas seus filhos e netos prosperaram e ainda podem ser encontrados na cidade em que chegamos ontem de noite e conhecemos melhor hoje pela manhã.
Maquete da cidade de Treze Tilias, no parque Lindendorf, em Santa Catarina
Nossa viagem de 1000dias é apenas pelas Américas, mas nem por isso deixamos de conhecer o resto do mundo. Afinal, o continente que conhecemos hoje foi feito por imigrantes de todos os outros continentes. Vimos pedacinhos da Alemanha e da Itália no Brasil, EUA e até no Paraguai, entre outros. Chineses estão por toda a parte. Na Guiana, há quarteirões que parecem ter saído da Índia e o Caribe, em alguns lugares, é totalmente africano. Até um pedacinho da Rússia visitamos no Alaska. França e Holanda também estão bem representadas no Caribe, há pedacinhos suecos e dinamarqueses espalhados por aí. Pois bem, hoje foi a vez de chegarmos à Áustria!
Uma deliciosa cerveja Bock, feita em Treze Tilias. Perfeito para o clima frio da cidade, em Santa Catarina
Goulash e Spatzle, deliciosos pratos típicos servidos em Treze Tilias, em Santa Catarina
A arquitetura realmente não engana, estamos muito perto do Tirol. Mas ontem de noite, o que nos fez sentir em terras tirolesas foi mesmo a comida e a bebida. Cerveja da melhor qualidade e pratos típicos suculentos como o Spätzle com goulash. Hmmmmm... uma delícia! Cardápio e garçons falando alemão, claro! Mas com a devida tradução em português, afinal, estamos ao sul do equador!
Uma Tilia, árvore comum na Áustria e, agora, em Treze Tilias, em Santa Catarina
Hoje sim, passeamos pelas ruas admirando a arquitetura dos prédios, da prefeitura, dos grandes hotéis e das igrejas. Assim como as Tílias, a árvore trazida da Áustria e que deu nome à cidade. É bem fácil encontrá-las nos jardins, nas praças e nos parques.
Um sempre curioso avestruz, no parque Lindendorf, em Treze Tilias, em Santa Catarina
Parque Lindendorf, em Treze Tilias, em Santa Catarina
Aliás, falando em parques, foi no principal deles que terminamos nossa visita à Treze Tílias. O Lindendorf tem uma enorme maquete da cidade, trilhas ao redor de um lago e cercados onde vivem animais como um avestruz, além de um restaurante típico. Ainda não tínhamos fome para almoçar, mas não resistimos e nos refestelamos com uma deliciosa apfelstrudel na beira do lago. Queríamos ir embora com um gostinho bem austríaco e, para isso, a torta de maçã fazia bem mais sentido que o desengonçado avestruz, hehehe. Gula saciada, rumo ao Rio Grande do Sul. A maior cachoeira horizontal do mundo nos espera por lá...
Apfelstrudel, ou torta de maçã, a sobremesa típica e deliciosa servida em Treze Tilias, em Santa Catarina
Reencontro com o imponente Aconcágua, a mais alta montanha do continente, na região de Mendoza, a oeste da Argentina
Pela segunda vez nesses 1000dias, eu e a Ana estamos no Parque Provincial Aconcágua, região de Mendoza, no oeste da Argentina. Tenho certeza de que quase todo mundo que lê esse texto sabe, mas nunca é demais lembrar: o Aconcágua é a mais alta montanha do continente americano. Não só isso, ela é a maior montanha do hemisfério sul do planeta, assim como do hemisfério ocidental. Para achar algo mais alto que ela, só voando um pouco mais de 16 mil quilômetros na direção leste para chegar ao Hindu Kush, uma cadeia de montanhas entre o Afeganistão e o Paquistão, literalmente do outro lado da Terra.
De volta ao belíssimo mirante na área da Laguna Horcones e a caminho da base da maior montanhas das Américas, o Aconcágua, na região de Mendoza, a oeste da Argentina
Uma bela vista do Aconcágua, a maior montanha do hemisfério, na região de Mendoza, a oeste da Argentina
Com todos esses predicados, não é a toa que a montanha atraia tantos visitantes, quase todos nos poucos meses do verão andino, do final de Novembro ao início de Março. São os meses da chamada “temporada” de andinismo, quando muita gente faz trekking pelas trilhas do parque e, muitas vezes, tentam chegar ao cume do Aconcágua. Chegar até lá não é fácil e requer quase duas semanas de muito esforço, já incluindo o tempo necessário de aclimatização às altas altitudes. Nosso corpo não nasceu para passear aos 7 mil metros de altitude, então é necessário uma adaptação biológica para ter a chance de chegar lá. Isso demanda tempo, principalmente para as pessoas que vivem abaixo dos 1.000 metros de altitude, ou seja, 99% da população mundial.
Mapa 3D da região do Aconcágua, na Argentina. Aí percebe´se claramente que a trilha se divide em Confluencia, à direita seguindo para Plaza Francia (nosso caminho de agora) e à esquerda para Plaza de Mulas (caminho que fiz em 1999)
Mapa de trilhas e altitudes da região do Aconcágua, a maior montanha das Américas, nos Andes argentinos. Nós caminhamos de Horcones até Confluencia no 1o dia. No 2o dia, fomos até Plaza Francia, em frente à Parede Sul e retornamos à Confluencia. No 3o dia
Nós havíamos passado por aqui no dia 17 de Outubro do ano passado (post aqui), portanto, antes do início da temporada. O acesso ao parque, fora dos meses de verão, é bastante limitado e nós só pudemos fazer uma pequena caminhada até o mirante da Laguna Horcones, de onde se tem uma vista magnífica da montanha que dá nome ao parque. Mesmo estando a cerca de 30 km de distância, sua imponência surpreende, um verdadeiro gigante diante de nós. Desde aquele dia, estávamos esperando a chance de passar por aqui de novo, dessa vez com o parque totalmente aberto, para poder chegar bem mais perto do Aconcágua. Essa oportunidade chegou!
Na entrada do parque, o helicóptero usado para resgates na região do Aconcágua, área de Mendoza, a oeste da Argentina
De volta ao belíssimo mirante na área da Laguna Horcones e a caminho da base da maior montanhas das Américas, o Aconcágua, na região de Mendoza, a oeste da Argentina
Início de Fevereiro, o período mais movimentado da temporada do parque já passou. Ele acontece no final do mês de Dezembro e ao longo de todo o mês de Janeiro. Nesses dias, os acampamentos na montanha ficam lotados e, quando o clima está favorável nas altitudes mais altas, são centenas de pessoas tentando chegar ao ponto mais alto do continente, formando-se quase uma fila indiana nas trilhas da chamada “rota normal”. Ainda vou falar mais sobre isso nos próximos posts, mas há, basicamente, três rotas para se chegar ao topo do Aconcágua. De longe, a mais popular é a “rota normal”, que sai de um acampamento a nordeste do Aconcágua, chamado Plaza de Mulas, rumo ao cume. Foi a primeira a ser desbravada, em 1897, e é a que menos exige tecnicamente do alpinista. Roupa apropriada, muita força e determinação e um par de grampões. Outra rota que vem ganhando popularidade na última década é a rota dos polacos, que ascende a montanha através do glaciar dos polacos. Aí sim é preciso piquetas e encordoamento para caminhar sobre o rio de gelo. Por fim, há a temida rota pela Parede Sul, saindo de um acampamento chamado Plaza Francia. Por aí, é preciso vencer uma parede de gelo e rocha de dois quilômetros de altura, um dos maiores desafios do alpinismo mundial. São pouquíssimos os alpinistas que se atrevem a tentar e menos ainda os que conseguem. Em anos bons, seria possível contá-los com os dedos das mãos. Em anos ruins, absolutamente nenhum.
Reencontro com o imponente Aconcágua, a mais alta montanha do continente, na região de Mendoza, a oeste da Argentina
Início da caminhada para Confluencia, o primeiro acampamento para quem se dirige ao Aconcágua, ma região de Mendoza, a oeste da Argentina
Eu e a Ana adoraríamos tentar chegar ao cume dessa montanha, mas simplesmente não temos o tempo necessário para tentar isso agora. Como eu já disse em outros posts, daqui a oito dias deveremos estar no aeroporto de Montevideo para pegar os meus pais. Eles vão viajar conosco duas semanas pelo Uruguai e Rio Grande do Sul. Ou seja, não temos as duas semanas necessárias para nos aclimatizar e tentar subir o Aconcágua. Mas podemos ficar por aqui alguns dias e fazer alguma trilha até a base da montanha. A vantagem é que vai sair bem mais barato, já que a permissão para se tentar subir a montanha está ficando mais cara a cada ano que passa. Agora em Fevereiro, chamado por eles de Temporada Media, o custo para brasileiros (só a permissão!) para subir o cume é de 300 dólares, enquanto que para fazer um trekking de 3 dias, que é o que vamos fazer, é de 40 dólares. Se fôssemos gringos e estivéssemos na temporada alta, esses valores seriam de 750 e 120 dólares, respectivamente. Para o ano que vem, estão previstos novos aumentos. É a maneira que os argentinos têm encontrado de controlar um pouco o número de pessoas que entram no parque, além de ganhar um dinheirinho também, claro!
Aconcágua, a maior montanha das Américas, na região de Mendoza, a oeste da Argentina
Atravessando o rio Horcones, a caminho do acampamento de Confluencia, na rota do Aconcágua, região de Mendoza, a oeste da Argentina
Para se ter uma ideia, quando eu subi o Aconcágua em 1999, na temporada alta, a permissão me custou cerca de 70 dólares. Naquela época, não se fazia distinção de preços entre brasileiros (ou latino-americanos) e gringos. Hoje, além dessas duas categorias, há uma terceira, a mais barata, que é a dos “nacionais”. Certo estão eles de cobrar menos deles próprios. Enfim, é isso mesmo, eu já subi essa montanha no passado. Depois de escrever como foi esse nosso trekking por aqui, vou fazer um post contando como foi aquela aventura de se chegar ao cume do Aconcágua. A memória ainda está fresca, ainda mais agora que estou caminhando pelo mesmo cenário, e as fotos estão todas digitalizadas, então não deverá ser difícil fazer esse relato.
Um muleiro e suas mulas levam carga para os acampamentos na base do Aconcágua, na região de Mendoza, a oeste da Argentina
Um muleiro e suas mulas levam carga para os acampamentos na base do Aconcágua, na região de Mendoza, a oeste da Argentina
Mas agora, quero falar do presente! Já que não temos tempo de tentar o cume, pelo menos até a base da montanha resolvemos ir. Faltava decidir qual o lado: Plaza de Mulas ou Plaza Francia. Como eu já conhecia a Plaza de Mulas, a decisão ficou mais fácil. Além disso, a visão da Parede Sul, todo mundo diz, é inesquecível. É uma caminhada mais curta também, o que nos dá mais tempo para curtir a paisagem, tirar fotos, etc.. Ficou então decidido: no primeiro dia, iríamos até Confluencia, o nome do acampamento que fica bem no lugar onde a trilha se bifurca, de um lado para Plaza de Mulas, do outro para Plaza Francia. Praticamente todo mundo para por aí mesmo, uma noite ao menos. Já faz parte do processo de aclimatação. No segundo dia, amanhã, vamos até Plaza Francia sem peso nenhum, exceto pela máquina fotográfica e algum lanche, fazemos nossas fotos e voltamos para dormir novamente em Confluencia. No terceiro dia, é só voltar até a Fiona e pagar estrada novamente, finalmente rumo ao Uruguai.
Primeiro dia de caminhada rumo ao Aconcágua, região de Mendoza, a oeste da Argentina
Perfil da caminhada até Plaza Francia, campo base para quem for enfrentar a famosa Parede Sul do Aconcágua, nos Andes argentinos, região de Mendoza
Da outra vez que viemos, compramos as entradas mais baratas, as que valem apenas até o mirante da Laguna Horcones. Era o mais longe que poderíamos ir naquela época do ano, de qualquer maneira. Essas entradas simples, podemos comprar na entrada do parque. Já as entradas que nos permitem ir até a base do Aconcágua ou aquelas que nos dão permissão de tentar o cume, essas só são vendidas na sede do parque que fica lá em Mendoza. Então, estávamos realmente preocupados que eles nos fizessem ir até lá e voltar, muitas horas de estrada por uns pedacinhos de papel. Mas o guarda-parque, para nosso alívio, disse que poderia sim vender os tickets para Plaza Francia ali, 400 pesos por pessoas. Mas se quiséssemos tentar o cume, não tinha remédio: teríamos mesmo de ir até Mendoza.
Chegando ao acampamento de Confluencia, a meio caminho do Aconcágua, região de Mendoza, a oeste da Argentina
Chegando ao acampamento de Confluencia, a meio caminho do Aconcágua, região de Mendoza, a oeste da Argentina
Dessa vez, pudemos seguir de carro para dentro do parque e economizar quase um quilômetro de caminhada sem graça numa estrada de asfalto, o que tivemos de fazer em Outubro passado. Agora a Fiona já ficou bem mais perto de Horcones, estacionada quase ao lado de um helicóptero que fica ali para o caso de ser necessário algum resgate na montanha. Dali para o mirante onde já havíamos estado foram apenas uns 15 minutos de caminhada. Novamente, tínhamos o Aconcágua à nossa frente. Mas ele estava muito mais bonito hoje, por causa do horário, a luz do sol tornando as fotos ainda mais belas. Éramos os únicos a estar entrando no parque para fazer essa caminhada a esta hora da manhã.
O acampamento de Confluencia, a 3.400 metros de altitude, no caminho para o Aconcágua, região de Mendoza, a oeste da Argentina
Pequenas barracas e grandes tendas no acampamento de Confluencia, na trilha que leva à base do Aconcágua, região de Mendoza, a oeste da Argentina
Impossível não parar ali para tirar algumas fotos. E que legal que foi saber que, dessa vez, poderíamos seguir em frente. Barraca, sacos de dormir, material de cozinha, roupas e comida divididos em nossas duas mochilas, estávamos mais prontos do que nunca. A caminhada de hoje não seria longa, cerca de seis quilômetros, saindo de uma altitude um pouco abaixo dos 3 mil metros e chegando um pouco acima dos 3.400 metros. Ideal para um início de aclimatização.
Tendas de expedições em Confluencia, acampamento na metade do caminho para a base do Aconcágua, região de Mendoza, a oeste da Argentina
O acampamento de Confluencia, a 3.400 metros de altitude, no caminho para o Aconcágua, região de Mendoza, a oeste da Argentina
A caminhada é toda pelo vale do rio Horcones. Depois de uns 15 minutos do início, chegamos à ponte que cruza o rio e, a partir daí, ficamos sempre na sua margem direita (para quem está subindo!). É uma subida lenta e gradual, com uns poucos trechos onde ela se acentua. O Aconcágua some da nossa vista, encoberto por montanhas mais baixas, porém bem mais próximas. A vegetação é sempre baixa, o que nos possibilita visões amplas todo o tempo. Para quem não está com pressa, é um caminho super agradável.
Montanhas na região de Confluencia, o acampamento que fica a meio caminho da base do Aconcágua, região de Mendoza, a oeste da Argentina
A bela região de Confluencia, metade do caminho para se chegar à base do Aconcágua, região de Mendoza, a oeste da Argentina
Quase não cruzamos com pessoas no caminho. Quase todos eles, descendo. O único que nos passou, subindo também, foi um muleiro. Ele leva mulas carregadas de mochilas e equipamentos para os acampamentos mais acima. Muita gente faz isso, contrata mulas para levar sua bagagem, principalmente até Plaza de Mulas. Eu mesmo fiz assim, em 1999, quando vim para a montanha com meu primo. É muito peso para se levar até lá, comida para quase duas semanas, roupas e equipamentos. Normalmente, para quem não vem em expedições, só se carrega uma barraca, roupas e comida para dois dias. O resto vai nas mulas. Para quem vem com expedições, o que virou quase a norma para quem vai tentar o cume, nem a barraca é carregada, pois a agência já vai deixá-la montada nos pontos de parada.
Montanhas na região de Confluencia, o acampamento que fica a meio caminho da base do Aconcágua, região de Mendoza, a oeste da Argentina
Pouco mais de duas horas depois de iniciarmos nossa caminhada, chegamos a Confluencia. Bem diferente da Confluencia que eu conhecia. Na verdade, o acampamento mudou mesmo de lugar, meio quilômetro antes. Agora há aí um posto de guarda-parques e nós devemos logo nos reportar a eles. Fazem um exame médico rápido e, se não há problemas, podemos armar nossa barraca. Foi o que aconteceu. Aí já estão várias barracas armadas, quase todas de expedições. Tem umas tendas bem grandes, que funcionam como refeitórios de grupos maiores. Outras, são quase como hotéis, alugando quartos. A maior estrutura! Antes, não havia nada remotamente parecido com isso...
Fim de tarde, esbanjando vitalidade aos 3.400 metros de altitude, em Confluencia, a meio caminho da base do Aconcágua, região de Mendoza, a oeste da Argentina
Achamos um lugar um pouco mais protegido do vento para a nossa barraca e fomos caminhar pelas redondezas. Quem está por ali gosta de subir um pequeno morro de onde se pode ver muito bem o Vale de Horcones, o próprio acampamento de Confluencia e as montanhas mais acima no vale. Tudo grandioso, tudo lindo. Ar puro, sensação de se estar longe de tudo. Uma delícia! A Ana até se inspirou e arrumou uma lugar ótimo para fazer ioga e relaxar. Com aquele cenário ao seu redor, acho que foi a ioga mais energética que ela já fez!
No fim de tarde, aproveitando a beleza e grandiosidade da paisagem na área de Confluencia, a caminho da base do Aconcágua, para se inspirar e fazer ioga (região de Mendoza, a oeste da Argentina)
No fim de tarde, aproveitando a beleza e grandiosidade da paisagem na área de Confluencia, a caminho da base do Aconcágua, para se inspirar e fazer ioga (região de Mendoza, a oeste da Argentina)
No acampamento, há banheiro público e também uma fonte de água pura e gelada. Banho, só no rosto e mãos. Agua muito fria! Tenho a impressão que para quem for de expedição, há possibilidade de banho quente sim, aquecimento solar. Um conforto a mais para quem pretende passar tantos dias no meio da montanha. Para quem vai por apenas 3 dias, dá para ficar na água fria mesmo!
Descansando para combater a dor de cabeça aos 3.400 metros de altitude, na barraca montada no acampamento de Confluencia, a meio caminho da base do Aconcágua, região de Mendoza, a oeste da Argentina
Noite estrelada no acampamento de Confluencia, a caminho da base do Aconcágua, região de Mendoza, a oeste da Argentina
A noite foi de lua quase cheia. Espetacular! Eu me recolhi antes da Ana, a altitude me dando dor de cabeça. Tive de apelar para a neosaldina. Um par de comprimidos e já estava melhor. A Ana não precisou. Nessa viagem, em várias oportunidades, deu para perceber que ela se adapta mais rapidamente do que eu à altitude. Enquanto eu fui logo dormir, ela ainda circulou um pouco, ficou amiga dos guarda-parques e ainda ficou tirando fotos da nossa barraca iluminada apenas pelas estrelas e pela lua. Depois, o frio a venceu e ela veio para o calor do saco de dormir. Amanhã cedo, tudo isso fica por aqui enquanto nós seguimos para Plaza Francia ver bem de perto a famosa Parede Sul, temida e admirada por todos os grandes alpinistas do mundo!
Um forte luar ilumina nossa barraca no acampamento de Confluencia, a caminho do Aconcágua, região de Mendoza, a oeste da Argentina
Entrando na Colômbia, na cidade de Ipiales
Nosso plano hoje era sair cedinho para a Colômbia e já chegar na cidade de Popayan ou, pelo menos, Pasto, já a quase 100 km da fronteira. Mas, ficamos só nas boas intenções... Na verdade, até que acordamos cedinho, mas toda a nossa manhã foi gasta na procura do nosso celular.
Paisagem equatoriana chegando perto da fronteira com a Colômbia
Voltamos até Mitad del Mundo, para ver se não tínhamos deixado lá. De nada adiantou o pente fino no carro, no hotel ou na metade do mundo. Foi-se. Evaporou-se. Escafudeu-se. E, dessa vez, nem podemos colocar a culpa no Lampião, como fizemos na fronteira entre Alagoas e Sergipe, quando perdemos o outro celular. Uma pena, pois a Ana já estava ficando craque nele. Bom, pelo menos vamos economizar na conta telefônica... Quanto às nossas cabeças, felizmente estão muito bem presas aos nossos pescoço!
Viagem entre o Equador e Colômbia
Enfrentamos então nossas últimas horas de bonitas e complicadas estradas equatorianas. Muitos caminhões, muitas curvas. Chegando mais perto da fronteira, o trânsito diminuiu e o ritmo melhorou. Enchemos o tanque do carro uma última vez para aproveitar o preço (cinquenta centavos por litro!) e nos despedimos do país.
Vista do belo vulcão Cayambe, na viagem entre o Equador e Colômbia
Cruzar a fronteira foi, mais uma vez, relativamente tranquilo. Não estão muito acostumados com carros brasileiros por aqui e chamamos bastante a atenção. Agora, já estamos os três regularizados na Colômbia, eu, a Ana e a Fiona. Mas, para ela, vamos ter de comprar um seguro daqui a 10 dias, já que o nosso brasileiro está chegando ao final do prazo.
Chegando à fronteira entre Equador e Colômbia
Já com o dia terminando, dormimos mesmo na tranquila Ipiales, quase ao lado da fronteira. Amanhã, numa viagem que promete ser muito bonita, vamos até Popayan, por uma estrada que já foi considerada muito perigosa por causa da ação da guerrilha mas que hoje é bem tranquila, dizem os colombianos. A conferir...
Chegando à fronteira entre Equador e Colômbia
Final de trilha: Cachoeira do Alcantilado em Mauá - RJ
Hoje partimos o grupo todo para um programa em Mauá. As premissas eram que deveríamos caminhar um pouco (pero no mucho, por causa da Bebel), ver e nadar em alguma cachoeira e voltar a tempo para ver o jogo do Brasil.
Cachoeira no Vale do Alcantilado em Mauá - RJ
Após alguma pesquisa decidimos pelo Vale do Alcantilado. A região de Visconde de Mauá é formada por vários vales, todos com casinhas charmosas, restaurantes gostosos, cachoeiras e trilhas. Poderíamos passar aqui uma semana e fazer um passeio diferente por dia. E de noite, em Maringá, ficar experimentando as diversas opções de restaurantes para jantar: fondue, pizza, truta, picanha, comida mineira, enfim, comida para todos os gostos.
Haroldo em cachoeira no Vale do Alcantilado em Mauá - RJ
Buenas, entre vales como o das Flores, o do Pavão, Sto. Antônio, etc, acabamos ficando com o Alcantilado. Lá chegando, todos na Fiona, fomos fazer a trilha do vale que passa por nove cachoeiras. Hora e pouco para ir, hora e pouco para voltar, incluindo o tempo para um banho gelado.
Carregando a Bebel trilha acima no Vale do Alcantilado em Mauá - RJ
Com algum trabalho de persuasão levamos a bebel até lá encima, na última cachoeira. Justamente a cachoeira do Alcantilado. Viemos todos curiosos sobre a origem do nome, mas ninguém sabia explicar. Vistas todas as cachoeiras, decidimos enfrentar a água fria na quarta, onde havia um poço mais convidativo. Desta vez, foi o Haroldo que não quis entrar. O Pedro, após um certo escândalo, entrou. Eu, Ana e Íris mantivemos a tradição de não deixar de batizar a cachoeira, por supuesto.
Íris experimentando a água em cachoeira no Vale do Alcantilado em Mauá - RJ
Pedro mergulhando em cachoeira no Vale do Alcantilado em Mauá - RJ
Após a trilha lanchamos pastéis e pinhão no restaurante abaixo da trilha. Lá, finalmente a explicação: "alcantilado" quer dizer "escarpado", e se refere a cachoeira mais alta que é bem mais escarpada mesmo.
Cachoeira do Alcantilado em Mauá - RJ
Depois, voltamos para torcer juntos pelo Brasil. Findo o jogo (Brasil 3x1 Costa do Marfim) o Haroldo se mandou para S. Paulo, Pedro e família para o Rio e eu e a Ana para a banheira de hidromassagem. Gostosa como sempre, mas parecendo meio vazia, com a ausência dos companheiros do fim de semana. Bom, tem sido sempre assim, vamos conhecendo ou encontrando pessoas para logo depois nos separarmos. Sempre na esperança de revê-los em breve.
Assistindo ao jogo Brasil x Costa do Marfim em Mauá - RJ
rafting no Rio de Contas, em Taboquinha, região de Itacaré - BA
A Ana tirou algumas fotos do vídeo que ela está fazendo do rafting. Dão uma boa idéia da emoção que passamos.
Salto no canyon durante o rafting no Rio de Contas, em Taboquinha, região de Itacaré - BA
A Ana se atira nas corredeiras durante o rafting no Rio de Contas, em Taboquinha, região de Itacaré - BA
Quem filmou foi o Lilton, da Planeta Turismo. Ele tinha uma câmera acoplada ao seu capacete.
rafting no Rio de Contas, em Taboquinha, região de Itacaré - BA
rafting no Rio de Contas, em Taboquinha, região de Itacaré - BA
Mais uma vez quero agrader à ele, ao Rânio, o nosso guia e à toda equipe da Planeta Turismo, que nos tratou muito bem e nos cedeu suas filmagens! Foi um dia e tanto!
rafting no Rio de Contas, em Taboquinha, região de Itacaré - BA
rafting no Rio de Contas, em Taboquinha, região de Itacaré - BA
Tartaruga durante mergulho em Babylon, na costa de Saba - Caribe
Novamente, logo cedo, já estávamos embarcando para mais dois mergulhos. E, novamente também, foram dois mergulhos excepcionais. Além do tubarão-lixa, aquele dorminhoco, cruzamos com um Caribbean Reef Shark, que ficou nos rondando durante um bom tempo, desaparecendo no azul infinito e reaparecendo logo depois, mais adiante. Estava tão curioso sobre nós como nós com ele.
Caribbean Reef Shark em Twilight Zone, na costa de Saba - Caribe
No mergulho mais raso, encontramos tarpons, barracudas, moréias, lagostas e uma tranquila e fotogênica tartaruga. A visibilidade de cerca de 30 metros ajudava bastante. Nesse segundo mergulho, num local conhecido como Babylon, é possível ver os "lava fingers" (dedos de lava), resultado de alguma antiga erupção. São como dedos gigantes de pedra, encrustados de corais coloridos, estendendo-se sobre dunas de areia. Uma visão e tanto! Num certo ponto, onde a areia é mais amarelada, nosso guia nos pediu que enterrássemos nossas mãos. É possível sentir o calor da Terra. Não é à tôa que este vulcão não é considerado extinto!
A sempre feroz moréia defende sua toca em Babylon, na costa de Saba - Caribe
A única coisa estranha durante o mergulho foi que senti muito mais frio que no dia anterior. Apenas eu, não a Ana. De volta ao El Momo, não demorou muito para que eu capotasse na cama. Duas horas de sono mais tarde e resolvemos medir minha temperatura: 38,4! Junto com a febre, muito cansaço.
O nosso cotagge ma Pousada El Momo, em Windwardside, Saba - Caribe
Tomei um paracetamol e a temperatura baixou para a casa dos 37. Com isso, consegui aproveitar o churrasco organizado pelo El Momo para seus hóspedes, onde pudemos socializar com franceses, holandeses, canadenses, americanos e até uma húngara.
Noite de churrasco na Pousada El Momo, em Windwardside, Saba - Caribe
Mas o cansaço voltou a bater forte e eu voltei para o quarto mais cedo. A temperatura agora era de 38,7. E o pior é que amanhã tem mais mergulhos, tudo pago dentro do pacote. Mais um paracetamol e fui dormir com a esperança de melhorar até amanhã. Afinal, além da febre, não sentia mais nada, nenhuma dor, nada no ouvido ou na garganta. Enfim, amanhã veremos...
Casal francês nos acompanha em noite de churrasco na Pousada El Momo, em Windwardside, Saba - Caribe
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