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Cavernas, Mayas e Morcegos

Guatemala, Semuc Champey

Impressionados com a amplitude e formações dos salões da Caverna de Lanquin, na região de Semuc Champey, na Guatemala

Impressionados com a amplitude e formações dos salões da Caverna de Lanquin, na região de Semuc Champey, na Guatemala


Saindo de Semuc Champey de volta à Lanquín, passamos por um simpático hotel bem no meio da mata, o El Zapote. Não poderia haver melhor lugar para um lanche e uma cerveja, depois das horas passadas caminhando e nadando em Semuc Champey. Além da boa comida e cerveja gelada, ali conhecemos o Jairo, um dos donos do lugar, muito simpático e interessado no Brasil, na nossa viagem e, pasmem, em Curitiba! Isso porque ele gosta de ecologia e andou lendo umas reportagens em que a capital paranaense é citada como cidade ecológica

Pausa para cervejinha na Pousada El Zapote, próxima à Semuc Champey, na Guatemala

Pausa para cervejinha na Pousada El Zapote, próxima à Semuc Champey, na Guatemala


Ficamos conversando um bom tempo e ele até gravou um vídeo do Soy Loco, em espanhol e também na língua indígena local, que em breve a Ana vai postar. A empatia foi tão grande que ele até resolveu nos acompanhar até Lanquín e à sua famosa caverna de morcegos.

Parada para lanche na simpática pousada El Zapote, próxima à Semuc Champey, na Guatemala

Parada para lanche na simpática pousada El Zapote, próxima à Semuc Champey, na Guatemala


Essa caverna já é explorada turisticamente faz tempo e até colocaram uma iluminação nos primeiros trezentos metros. Mal precisamos de lanternas. Ela segue bem à frente disso e, até hoje, ainda não se descobriu o seu fim. Mas para observar seus incríveis salões e as enormes formações, nem é preciso ir além da parte iluminada. Estalactites, estalagmites e enormes colunas adornam a caverna por todos os lados. A iluminação tira um pouco daquela áurea de mistério das cavernas mas, ao mesmo tempo, facilita bastante a visualização de toda a grandiosidade de seus salões.

Caminhando com o Jairo na Caverna de Lanquin, na região de Semuc Champey, na Guatemala

Caminhando com o Jairo na Caverna de Lanquin, na região de Semuc Champey, na Guatemala


O Jairo, bem conhecedor das lendas mayas, foi nos contando vários causos durante a nossa caminhada. Dentro da caverna tem até um altar maya, ainda bastante utilizado pelos sacerdotes dessa cultura milenar. Os mayas vivem um ressurgimento da sua cultura, atualmente. Talvez seja essa história de 2012 e do tal fim do ciclo no calendário. O Jairo nos contou como eles podem se locomover rapidamente pela floresta, realizar trabalhos apenas com a força da mente e também se comunicar com os animais. Mas apenas aqueles que não foram batizados na fé católica. O batismo os priva de todo esse poder...

Observando uma gigantesca coluna na Caverna de Lanquin, na região de Semuc Champey, na Guatemala

Observando uma gigantesca coluna na Caverna de Lanquin, na região de Semuc Champey, na Guatemala


A Ana estava muito interessada nessas histórias, mas eu me interessava mais era nos morcegos que passavam por nós constantemente. Fomos visitar a caverna estrategicamente no horário da saída deles para se alimentar, no início da noite. Seriam mais de dois milhões de morcegos na caverna, segundo algumas estimativas. A gente ia entrando e eles saindo, ainda meio timidamente, importunados pela luz acesa que os deixa meio confusos sobre se já é noite ou não. Por isso, todos os dias, as luzes são apagadas às seis da tarde, para que eles possam sair tranquilos!

Impressionados com a amplitude e formações dos salões da Caverna de Lanquin, na região de Semuc Champey, na Guatemala

Impressionados com a amplitude e formações dos salões da Caverna de Lanquin, na região de Semuc Champey, na Guatemala


Nessa exata hora, já estávamos de volta na boca da caverna, esperando pelo espetáculo diário da saída deles. Poucas pessoas simpatizam com esses animais. No nosso imaginário, associamos eles à sangue, aos vampiros, ao escuro e ao medo. Nada de bom! Na verdade, são dezenas de espécies de morcegos e apenas uma minoria se alimenta de sangue. A maioria prefere frutas e insetos. Imagina quantos insetos esses dois milhões de morcegos não comem por noite? Olha só o bem que eles fazem!

Junto com o Jairo, observando as belezas da Caverna de Lanquin, na região de Semuc Champey, na Guatemala

Junto com o Jairo, observando as belezas da Caverna de Lanquin, na região de Semuc Champey, na Guatemala


Mais incrível ainda é a classe deles para voar e se desviar de obstáculos. Tudo no escuro, com ajuda do radar que possuem. Só assim para ser capaz de voar numa caverna, cheia de curvas, buracos e estalactites bem no meio do caminho. Isso quando não tem um chato de um turista andando por ali também. Mais um obstáculo para os morcegos. Hoje, por exemplo, dezenas deles se desviavam no último instante do meu rosto. No começo, fiquei meio receoso, mas depois, só podia admirar a perícia deles.

Milhares de morcegos saem da Caverna de Lanquin, na região de Semuc Champey, na Guatemala, para se alimentar durante a noite

Milhares de morcegos saem da Caverna de Lanquin, na região de Semuc Champey, na Guatemala, para se alimentar durante a noite


Agora, na boca da caverna, quase breu total, só podíamos ouvir o zunido de suas asas passando ao lado dos nossos ouvidos. Era acender as lanternas e podíamos vê-los passando por nós, às dezenas. Ou então, todos no escuro novamente, tirávamos fotos com flash, tentando captar aquele momento mágico. Pois é, um dia que começou com a mágica Semuc Champey e passou pela magia dos mayas só podia terminar assim, no escuro, cercados por centenas desses pequenos a incríveis mamíferos voadores. Puro encanto!

Posando na escuridão entre centenas de morcegos que saem da Caverna de Lanquin, na região de Semuc Champey, na Guatemala, para se alimentar durante a noite

Posando na escuridão entre centenas de morcegos que saem da Caverna de Lanquin, na região de Semuc Champey, na Guatemala, para se alimentar durante a noite

Guatemala, Semuc Champey, Caverna, Lanquin, maya, morcego, trilha

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Do Arizona à Utah

Estados Unidos, Arizona, Grand Canyon, Utah, Zion National Park

A bela paisagem no caminho entre o Grand Canyon, no Arizona, e o Zion Canyon, em Utah, nos Estados Unidos

A bela paisagem no caminho entre o Grand Canyon, no Arizona, e o Zion Canyon, em Utah, nos Estados Unidos


Ontem, dia 23, acordamos na pequena cidade de Cameron, no Arizona. Tínhamos chegado lá pela noite, depois de uma longa caminhada subindo o Grand Canyon, seguido de uma hora de estrada. A cidade é um conhecido centro comercial Navajo, um dos mais importantes povos nativos dessa área do país. Nosso pequeno hotel, o único da cidade, é também uma grande loja de artesanato, além de mercado e restaurante.

O rio Colorado cruza e esculpe o deserto no norte do Arizona, nos Estados Unidos (Marble Canyon)

O rio Colorado cruza e esculpe o deserto no norte do Arizona, nos Estados Unidos (Marble Canyon)


Como havíamos chegado de noite, não tínhamos ideia da paisagem em que estávamos. O amanhecer nos mostrou bem: estávamos em pleno deserto. Essa região entre os estados do Arizona e de Utah e uma das mais belas dos Estados Unidos. Paisagens grandiosas, horizontes a perder de vista, poucos sinais da civilização e uma natureza exuberante. Dá gosto de dirigir por aqui. Ainda mais que desertos quase sempre tem o céu limpo e a luz do dia fazem as cores ficarem mais fortes e vivas.

As incríveis cores e formas do deserto do norte do Arizona, quase fronteira com Utah, nos Estados Unidos

As incríveis cores e formas do deserto do norte do Arizona, quase fronteira com Utah, nos Estados Unidos


A gente saiu meio sem pressa e também sem ideia do quão bonita seria a viagem até o Zion National Park, já em Utah. Meio que por instinto, contrariamos o nosso GPS, seguindo por uma estrada que ele solenemente ignorava, apesar de nos parecer mais interessante. Acertamos na mosca!

Montanhas esculpidas pelo tempo no dserto entre o Arizona e Utah, nos Estados Unidos (Cliff Dwellers)

Montanhas esculpidas pelo tempo no dserto entre o Arizona e Utah, nos Estados Unidos (Cliff Dwellers)


Passamos primeiro pelo Marble Canyon, mais um dos tantos canyons escavados pelo rio Colorado. É exatamente aqui que passa a primeira ponte sobre o rio, para quem vem do Grand Canyon. Com cerca de 100 metros de altura e quase duzentos de comprimento, nós a atravessamos primeiramente a pé, para poder fotografar e admirar a beleza. Ali embaixo passou a expedição do Major Powell, em 1869, em seu caminho rumo ao Grand Canyon, muitas dezenas de quilômetros rio abaixo. Eles já devem ter ficado bem impressionados por aqui, imagina quando chegaram ao Big Canyon. Pois é, esse era o nome do Grand Canyon até então. O nome com que o conhecemos hoje vem exatamente da expedição de Powell.

As magníficas vastidões entre a fronteira de Arizona e Utah, na Kaibab National Forest, nos Estados Unidos

As magníficas vastidões entre a fronteira de Arizona e Utah, na Kaibab National Forest, nos Estados Unidos


Em pleno território Navajo, agora já ao norte do rio Colorado, continuamos a cruzar o deserto e suas paisagens fantásticas. Ainda no Arizona, mas cada vez mais perto de Utah, chegamos à Kaibab National Forest. Agora, ao vermelho e amarelo do deserto, se juntavam também o verde das floresta e o branco da neve nas partes mais altas. Outra vez, paisagens de perder o fôlego. Daqui sai a estrada para o North Rim do Grand Canyon. Agora no inverno, fechada a cadeado.

As magníficas vastidões entre a fronteira de Arizona e Utah, na Kaibab National Forest, nos Estados Unidos

As magníficas vastidões entre a fronteira de Arizona e Utah, na Kaibab National Forest, nos Estados Unidos


Finalmente, chegávamos à Utah, estado com diversos parques nacionais e que vínhamos “guardando” para essa parte final da nossa viagem pelos Estados Unidos, para fechar com chave de ouro nossa passagem pelo Tio Sam. E o primeiro destino no estado, de uma longa fila, era o Zion National Park.

Chegando a Utah, nos Estados Unidos

Chegando a Utah, nos Estados Unidos


Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos

Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos


Os Estados Unidos tem tantos parques famosos internacionalmente, como o Yosemite, Yellowstone e Grand Canyon, que muitos outros ficam “escondidos” atrás dessa fama. Muitos desses parques de “2ª linha”, na verdade, são de primeiríssima linha, paisagens cinematográficas, verdadeiros tesouros naturais que são tão magníficos como os parques mais famosos. Aqui em Utah estão alguns desses parques e o Zion certamente é um deles.

A paisagem grandiosa de Utah, chegando à área do Zion National Park, nos Estados Unidos

A paisagem grandiosa de Utah, chegando à área do Zion National Park, nos Estados Unidos


Para quem chega ao parque pela estrada principal, vindos do leste como foi o nosso caso, a primeira coisa com que nos deparamos são gigantescas dunas há muito petrificadas. Hoje, são como enormes montanhas amareladas, cortadas por fraturas horizontas e verticais, fazendo com que tenham uma aparência toda ondulada. Em pleno inverno que estamos, e nessa altitude, muita neve cai sobre o parque, especialmente na parte alta de Zion, onde estão as antigas dunas. O resultado é que o amarelo de mancha de branco, fazendo o cenário ficar ainda mais especial. Mas nas encostas que ficam mais tempo voltadas para o sol, aí a neve logo some e é mesmo o amarelo a cor dominante.

A neve cobre a parte alta do Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos

A neve cobre a parte alta do Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos


Encostas voltadas para o sol ainda estão sem neve no Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos

Encostas voltadas para o sol ainda estão sem neve no Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos


Mas não são as dunas que dão nome ao parque, mas algo ainda mais espetacular: o Zion Canyon. A estrada, após passar pelas dunas petrificadas, chega a esse fantástico vale e desce até o fundo, a parte baixa do Zion, onde está a maioria da infraestrutura do parque. Para chegar até lá, passamos primeiro por um enorme túnel escavado na rocha, uma impressionante obra da engenharia. O túnel tem algumas grandes janelas, de onde podemos observar, de relance, as enormes montanhas de maciços e cercam o canyon. A única tristeza é não poder parar por ali, mas não há acostamento. O jeito é dar uma freadinha e ver mesmo rapidamente. Ou então, passar várias vezes na estrada e no túnel, que foi o que fizemos nesses dias.

A vista de uma das 'janelas' do enorme túnel da principal estrada do Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos

A vista de uma das "janelas" do enorme túnel da principal estrada do Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos


As montanhas e paredões do Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos

As montanhas e paredões do Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos


Lá embaixo, uma estrada cênica nos leva através do canyon, ao longo do pequeno rio que esculpiu essa maravilha através dos milênios. Várias trilhas saem de estacionamentos ao longo dessa estrada, seja para subir em ziguezague as enormes paredes de pedras, seja para chegar em cachoeiras em pequenos canyons laterais. Como em todos os parques desse país, são centenas de quilômetros de caminhos, alguns pavimentados, outros bem rústicos, que te levam aos mais isolados rincões do parque, longe de qualquer outro turista.

Caminhada pelo canyon no fundo do Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos

Caminhada pelo canyon no fundo do Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos


Cachoeira completamente congelada no Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos

Cachoeira completamente congelada no Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos


Acontece que, com todo esse frio que está fazendo por aqui, boa parte das trilhas está fechada, pois literalmente congelaram. Asfalto ou cimento congelado ao lado de grandes precipícios é um convite à acidentes. Então, até segunda ordem, várias das trilhas mais “acessíveis”, por estarem temporariamente “inacessíveis”, estavam fechadas.

O gelo tomou conta das trilhas no Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos

O gelo tomou conta das trilhas no Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos


Muitas trilhas fechadas por causa do gelo no Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos

Muitas trilhas fechadas por causa do gelo no Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos


Ontem, já no final da tarde, fizemos um curto caminho até uma cachoeira completamente congelada e, depois, fomos até o final da estrada cênica, bem no fundo da canyon. Daí em diante, de tão estreito que fica, apenas uma trilha segue em frente, Pudemos seguir por ela quase dois quilômetros, mas também ela estava fechada. Aqui, o problema não era o cimento congelado, mas a quantidade de gelo nas paredes do canyon e que, a qualquer momento, podem desabar sobre um andarilho mais incauto. Tivemos que nos satisfazer apenas com as fotos que mostram paredes de quase 100 metros de altura, praticamente coladas uma na outra, com uma estreita fenda no meio, por onde passam o rio e a trilha.

Chegando à cachoeira semi-congelada no Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos

Chegando à cachoeira semi-congelada no Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos


Ponte cruza o rio que froma o canyon do Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos

Ponte cruza o rio que froma o canyon do Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos


Dormimos na pequena Springdale, na saída da parte baixa do parque e hoje, voltamos ao Zion para novas explorações. O que mais impressiona são mesmo as grandes paredes de pedra ao redor do canyon mas, mais uma vez as trilhas estavam fechadas. Caminhamos aqui e ali, tiramos fotos e enfrentamos o frio congelante. Quando o céu ameaçou abrir, aceleramos para a parte alta do parque, através daquele túnel novamente, para tentar fazer algo por lá. Mas fomos recebidos pela neve que caía do céu e nem animamos a sair da Fiona quentinha. Quando muito, nos divertimos com a própria neve que caía, o que para brasileiros, é sempre uma festa! Aproveitamos também, claro, a passagem pelo túnel e suas janelas.

Dia frio e nublado no magnífico Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos

Dia frio e nublado no magnífico Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos


O rio que formou o canyon principal do Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos

O rio que formou o canyon principal do Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos


Voltamos a Springdale e, numa espécie de presente de Natal antecipado, bem no finalzinho da tarde, algumas nuvens se abriram e deixaram passar os últimos raios de sol. O vale já estava na sombra, mas a luz do sol iluminou as montanhas mais altas, aquela luz mágica que deixa tudo meio amarelado. Foi incrível. Alguns poucos minutos e o tempo de tirar umas fotos, mas que já valeram o dia.

No final da tarde, o sol ilumina as montanhas mais altas do Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos

No final da tarde, o sol ilumina as montanhas mais altas do Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos


Por falar em dia, hoje é véspera de Natal. Longe de amigos e familiares, não queríamos deixar a data passar em branco. Na única loja da cidade que vendia vinhos (em Utah, álcool é super regulado!), compramos o nosso que, junto com queijos, pães e outras iguarias, compôs a nossa ceia natalina. São nesses momentos que a saudade bate mais forte, mas o vinho e a companhia um do outro servem um pouco para amenizar a falta da família e amigos. Amanhã, Papai Noel há de nos enviar um dia com muito sol e alegria.

Nosso delicioso jantar que queijos e vinhos celebrando a véspera de Natal, no Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos

Nosso delicioso jantar que queijos e vinhos celebrando a véspera de Natal, no Zion National Park, em Utah, nos Estados Unidos

Estados Unidos, Arizona, Grand Canyon, Utah, Zion National Park, Parque, trilha

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Para Dar a Volta no Darien Gap

Colômbia, Cartagena

Região do Darien Gap, na fronteira entre Panamá e Colômbia. Em vermelho, nossa pretendida rota de veleiro, entre Cartagena e Portobelo, passando pelo arquipélago de San Blás

Região do Darien Gap, na fronteira entre Panamá e Colômbia. Em vermelho, nossa pretendida rota de veleiro, entre Cartagena e Portobelo, passando pelo arquipélago de San Blás


Quando falamos por aí que estamos indo de carro até o Alaska, além do espanto natural, somos quase sempre recebidos com a pergunta: "Mas é possível ir até lá de carro? Tem estrada?". O maior obstáculo, pensam, seria o Canal do Panamá, que liga o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico. Na verdade, cruzar o canal nem é difícil. Ele é bem estreito e já passamos por rios centenas de vezes mais largos.

Existe uma rodovia que liga os dois extremos das Américas. É a chamada "Rodovia Panamericana", que tem sido nossa companheira nesses últimos meses de viagem. Do norte do Chile até o norte da Colômbia, foi por ela que seguimos em diversos trechos, as vezes com nomes diferentes, mas sempre rumo ao norte. Essa rodovia, imagino, é a mais longa do mundo. Mas, infelizmente, ele nunca foi terminada. Faltou vencer um obstáculo, no Panamá também, mas não é o famoso canal. É algo muito maior, mais largo e mais selvagem: o Darien Gap. Uma região de florestas praticamente impenetráveis no estreito istmo que liga a América do Sul à América Central. Uma enorme barreira natural que por séculos tem dificultado o trânsito de pessoas entre os dois continentes.

Primeira expedição a cruzar o Darien Gap, entre Panamá e Colômbia, em 1960. Foram precisos mais de 140 dias!

Primeira expedição a cruzar o Darien Gap, entre Panamá e Colômbia, em 1960. Foram precisos mais de 140 dias!


Pouco mais de cem quilômetros de mata, montanhas e pântanos separam as duas pontas da estrada. O governo do Panamá considera a região uma boa defesa contra os guerrilheiros do país vizinho enquanto o governo Colombiano fica feliz que as doenças tropicais da América central fiquem do lado de lá. E assim, o projeto de estrada que já tem 50 anos continua sendo postergado indefinidamente.

Alguns aventureiros já o fizeram! Mas são mega-expedições, com dezenas de pessoas que seguem abrindo caminho na selva para que carros possam, vagarosamente, segui-los. A primeira vez foi em 1960, como parte da campanha para que se fizesse uma estrada. Pelo visto, a campanha não adiantou. Normalmente, essas expedições duram mais de 100 (cem!) dias na selva. Literalmente, programa de índio.

Expedição britânica que cruzou o Darien Gap em mais de 100 dias, em 1972 (entre Panamá e Colômbia)

Expedição britânica que cruzou o Darien Gap em mais de 100 dias, em 1972 (entre Panamá e Colômbia)


Bom, não é o nosso caso. Gostamos de aventura, mas nem tanto. Assim, o nosso caminho é outro. O que as cerca de cinco expedições mensais (na sua maioria argentinos. Brasileiros, é coisa rara!) entre Colômbia e Panamá fazem é seguir de navio entre Cartagena e Colón, para de lá seguirem de carro. Para isso, precisamos todos enfrentar um outro pantano, dessa vez burocrático.

São duas opções: enviar o carro dentro de um container, muito mais caro e burocrático, porém bem mais seguro, ou enviá-lo como carga solta (sistema "ro-ro"), mais barato e simples, mas considerado inseguro. Isso porque temos de deixar a chave do carro no porto, para que o carro seja guiado para dentro do navio e depois, tirado de lá. Não é incomum desaparecem objetos pessoas neste percurso.

Desfile de 'carnaval' nas festas de independência de Cartagena, na Colômbia

Desfile de "carnaval" nas festas de independência de Cartagena, na Colômbia


A gente estava com a intenção de mandar a Fiona de container, procedimento em que precisamos de um despachante para nos guiar através da selva de documentos. mas um encontro fortuito com um casal argentino que está fazendo a mesma coisa nos fez mudar de idéia. Vamos de ro-ro mesmo, sem despachante. Nos dois primeiros dias aqui em Cartagena, passei um bom tempo entre a agência da Naves (a dona do cargueiro), a Aduana colombiana e um dos portos da cidade. Creio que já percorri 1/5 do "caminho". O que nos dificultou é que a cidade está em festa e tudo fechou entre os dias 10 e 14 do mês. Então, a próxima terça-feira, dia 15, será um dia-chave nessa nossa empreitada. Até seguro de vida vou ter de tirar, para poder entrar no porto onde a Fiona deverá ser embarcada.

Enfim, por enquanto esses são os planos: a Fiona será embarcada no dia 18, depois de vistorias da Aduana e da polícia anti-narcóticos. Dois dias depois chega em Colón, porto caribenho do Panamá.perto da entrada do canal. A gente está tentando seguir para lá de veleiro, passando por San Blás, um arquipélago paradisíaco na costa do Panamá. Uma viagem de cerca de 5 dias. Mas, para isso, ainda temos de achar algum veleiro que saia na data correta. O problema é que não podemos partir antes da Fiona. E também não podemos demorar muito para chegar do lado de lá. Desse modo, os 1000dias estão passando e a gente por aqui...

Fogos de artifício na PLaza del reloj, na entrada da cidade murada de Cartagena, na Colômbia

Fogos de artifício na PLaza del reloj, na entrada da cidade murada de Cartagena, na Colômbia


Bom, na terça dou mais notícias dos trâmites burocráticos. Enquanto isso, a festa corre solta nessa linda cidade...

Colômbia, Cartagena, Panamá

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Chegando à Grande Terre

Guadalupe, Sainte-Anne, Tròis Rivières, Pointe-à-Pitre

Arquitetura da Place de La Victoire, no centro de Pointe-à-Pitre, capital de Guadalupe

Arquitetura da Place de La Victoire, no centro de Pointe-à-Pitre, capital de Guadalupe


Ainda cedinho, depois do café com as frutas e iogurte que compramos ontem, fomos à praia mais bonita do sul de Basse terre, ali pertinho de Tròis Rivières. Por coincidência, também tem o nome de Grande Anse, mas ao contrário da praia no noroeste de Basse Terre, essa aqui tem as areias escuras e muitas ondas, com um aspecto bem mais selvagem.

Caminhando pelas areias escuras da praia de Grande Anse, na região de Tròis Rivières, sul de Basse Terre, em Guadalupe

Caminhando pelas areias escuras da praia de Grande Anse, na região de Tròis Rivières, sul de Basse Terre, em Guadalupe


A bela e selvagem praia de Grande Anse, na região de Tròis Rivières, sul de Basse Terre, em Guadalupe

A bela e selvagem praia de Grande Anse, na região de Tròis Rivières, sul de Basse Terre, em Guadalupe


Fizemos nossa tradicional caminhada até o final da praia e admiramos as pequenas ilhas que formam Les Saintes, bem na nossa frente. Foi o mais perto que chegaremos delas, pelo menos dessa vez. O programa de ir e voltar de lá no mesmo dia é bem popular por aqui, mas não temos esse dia. Aliás, acabamos desistindo também de Maria Galante, no sul de Grande Terre. Só teríamos o dia de amanhã para isso e preferimos usá-lo para explorar o belo litoral entre Sainte-Anne e Sainte-François, em Grande Terre também.

A bela e selvagem praia de Grande Anse, na região de Tròis Rivières, sul de Basse Terre, em Guadalupe. Ao fundo, as ilhas de Les Saintes

A bela e selvagem praia de Grande Anse, na região de Tròis Rivières, sul de Basse Terre, em Guadalupe. Ao fundo, as ilhas de Les Saintes


Enfrentando as ondas da praia de Grande Anse, na região de Tròis Rivières, sul de Basse Terre, em Guadalupe

Enfrentando as ondas da praia de Grande Anse, na região de Tròis Rivières, sul de Basse Terre, em Guadalupe


Depois de enfrentar as ondas fortes de Grande Anse para um bom mergulho, era hora de pegar estrada. Seguimos para o norte até o istmo que liga as duas asas da borboleta e entramos em Grande Terre, seguindo diretamente para a capital do país, Ponte-à-Pitre. A primeira parada foi no terminal de ferries. Afinal, daqui para frente, pelas próximas três ilhas, vamos viajar de barco e já estava na hora de providenciar as passagens. O problema é que estamos na baixa temporada e com isso o número de ferries cai bastante. Ao invés da linha diária, são apenas três viagens por semana. Como temos passagem de avião marcada de Santa Lúcia para San Vincent e Granadinas, acabamos ficando sem muitas opções de datas para passar e viajar entre Guadalupe, Dominica, Martinica e Santa Lúcia...

Nosso percurso de ferry de Guadalupe à Santa Lúcia, passando por Dominica e Martinica

Nosso percurso de ferry de Guadalupe à Santa Lúcia, passando por Dominica e Martinica


Feitas as contas de dias e as poucas datas de viagem, restou a solução de viajar mesmo dia 10 (depois de amanhã pela manhã) para Dominica, no dia 13 cedinho para Martinica e no dia 17, de tarde, para Santa Lúcia. Eu iria comprar apenas a primeira passagem, para Dominica, mas fui informado que é exigido uma passagem saindo da ilha também. Assim, já comprei o bilhete para Martinica. Cada trecho custa 75 euros e demora pouco mais de duas horas. Na verdade, esse é o custo para entrar no barco. Se comprarmos o bilhete diretamente para Martinica ou Santa Lúcia, sem descer nas paradas intermediárias, o preço é o mesmo! Pois é... vamos gastar 225 euros para chegar em Santa Lúcia, só porque queremos passar alguns dias nas duas ilhas no caminho. Um absurdo! Enfim, outra coisa a se notar é que as duas ilhas mais desenvolvidas da região, Martinica e Guadalupe, não tem frescura nenhuma de imigração, enquanto as outras exigem passagem de saída. Vai entender...

Igreja em Pointe-à-Pitre, capital de Guadalupe

Igreja em Pointe-à-Pitre, capital de Guadalupe


Resolvido as passagens de ferry, fomos passear um pouco em Point-à-Pitre, principalmente no seu centro histórico. Trânsito complicado nas estreitas ruas comerciais do centro, ao redor da Place de La Victoire. Mas, depois do horário comercial e nos fins de semana, a cidade morre, a grande maioria das pessoas morando em outras partes da ilha.

Arquitetura da Place de La Victoire, no centro de Pointe-à-Pitre, capital de Guadalupe

Arquitetura da Place de La Victoire, no centro de Pointe-à-Pitre, capital de Guadalupe


A gente deu umas voltas à pé na praça de frente ao mar, tiramos umas fotografias e seguimos viagem pelo litoral de Grande Terre, no sentido anti-horário. Passamos por Le Gosier, o principal destino turístico de Guadalupe, com seus grandes hotéis e resorts que recebem dezenas de milhares de franceses todos os anos e seguimos diretamente para Sainte-Anne, muito mais tranquila.

Orla marítima na Place de La Victoire, no centro de Pointe-à-Pitre, capital de Guadalupe

Orla marítima na Place de La Victoire, no centro de Pointe-à-Pitre, capital de Guadalupe


Tão tranquila que não conseguimos encontrar um hotel. Quando finalmente achamos um gite, eles não recebiam hóspedes por menos de 3 dias. Mas o simpático dono nos indicou um hotel numa praia vizinha, ligou para lá e já acertou tudo. A gente foi para lá, se instalou e voltamos correndo para a cidade, em tempo para encontrar um delicioso restaurante, cheio de caráter. Depois de dois dias de “comida em casa”, foi uma excelente variação. Voltamos para o nosso hotel e estamos prontos para um dia de praias amanhã. Praias com cara de Caribe!

Hora da sobremesa em Sainte-Anne, no litoral sul de Grande Terre, em Guadalupe

Hora da sobremesa em Sainte-Anne, no litoral sul de Grande Terre, em Guadalupe

Guadalupe, Sainte-Anne, Tròis Rivières, Pointe-à-Pitre, Basse Terre, Grande Terre, Praia

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Duas Rodas

Bermuda, Hamilton, San George

De scooter pelos campos de golfe de Bermuda

De scooter pelos campos de golfe de Bermuda


Entre os muitos preparativos que fizemos antes de iniciar nossa viagem pela América, um dos mais interessantes foi tirar nossa carteira de motorista de motos. Minha única experiência prévia era ter andado por um ano de Mobilete, ainda nos tempos de colegial em Ribeirão Preto. Fizemos as aulas dentro de um estacionamento, treinamos o ziguezague, a pranchinha, a largada na rampa e fomos para o Detran passar aquele frio na barriga. No final, deu tudo certo e conseguimos nossa habilitação.

De scooter pelas estradas de Bermuda

De scooter pelas estradas de Bermuda


Isso foi há mais de dois anos, no início de 2010. Desde então, nada mais de duas rodas. A Fiona nos levou através de todos os países continentais enquanto, nas ilhas, quase sempre alugamos carros. Ou então, enfrentávamos os ônibus ou andávamos à pé. Já estávamos quase conformados que nossa habilitação para motos de nada serviria.

Scooter é um meio muito popular de se locomover em Bermuda

Scooter é um meio muito popular de se locomover em Bermuda


Mas isso mudou aqui em Bermuda. Como não se aluga carros por aqui e com tanta gente de scooter pelas ruas e estradas, não foi possível segurar a coceira e decidimos que essa era a hora de botar em prática nossas habilidades sobre duas rodas. Hoje, logo de manhã, fui à uma loja especializada, a maior da ilha, que o destino quis que fosse quase vizinha do nosso Inn. Pode-se alugar scooter individuais ou para duas pessoas. Mas, para essa última, requere-se experiência no “assunto”. Não tive dúvidas e fui logo pedindo uma. O cara olhou, perguntou se eu tinha certeza e, diante da resposta, me levou até o pátio, para me mostrar a máquina. Acho que ficou meio desconfiado quando eu perguntei se a scooter era automática ou tinha marchas...

Pilotando uma scooter eplas estradas de Bermuda

Pilotando uma scooter eplas estradas de Bermuda


Preenchi os papéis e ele pediu para eu dar uma volta. Obviamente, dei aquela rateada para sair, ainda testando o acelerador. Dei a volta no quarteirão e, quando voltei, ele perguntou novamente: “Tem certeza que tem experiência?”. Com a minha insistência, ele só advertiu para ter cuidado nas curvas, lembrou que aqui funciona a mão inglesa e disse para eu orientar minha esposa a não se mexer muito na carona.

Passando de scooter pela cabeceira do aeroporto, quase chegando em San George, no norte de Bermuda

Passando de scooter pela cabeceira do aeroporto, quase chegando em San George, no norte de Bermuda


Feliz e motorizado, voltei para casa, peguei a Ana e partimos para uma volta pela ilha, rumo à San George, às praias paradisíacas e aos campos de golfe. Foi uma delícia! Sensação total de liberdade, vento nos olhos e as paisagens mais lindas passando na nossa frente.

De scooter pelos campos de golfe de Bermuda

De scooter pelos campos de golfe de Bermuda


Aos poucos, fomos nos acostumando, ganhando confiança e acelerando. A Ana já ia fotografando e filmando, lá atrás. No final, estava tirando de letra, só ficando um pouco mais preocupado na hora de passar nas rotatórias no sentido horário. Fora isso, apesar de não estar no plano inicial, até de noite dirigimos, empolgados com as novas possibilidades e asas que uma scooter nos dá.


Nosso trajeto de scooter pelas Ilhas Bermudas

Para sempre ficará na nossa memória esse dia de hoje, o mar azul passando de um lado, campos de golfe do outro, um avião pousando sobre nossas cabeças e um memorável pôr-do-sol enquanto acelerávamos de volta para casa. Tudo isso, assim quis o destino novamente, no Dia do Motociclista. Amanhã, dia da nossa partida de Bermuda, ainda vamos tirar uma casquinha do nosso briquedo e dar uma chegada rápida na praia. E só poderemos fazer isso porque, exatamente, estamos com asas!

Pôr-do-sol visto da nossa scooter, no caminho entre San George e Hamilton, em Bermuda

Pôr-do-sol visto da nossa scooter, no caminho entre San George e Hamilton, em Bermuda

Bermuda, Hamilton, San George,

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Réveillon em Alto Estilo

Estados Unidos, Utah, Moab, Colorado, Aspen

Celebrando os últimos minutos de 2012vna pequena basalt, ao lado de Aspen, no Colorado, nos Estados Unidos

Celebrando os últimos minutos de 2012vna pequena basalt, ao lado de Aspen, no Colorado, nos Estados Unidos


Último dia do ano! Mais um passado na estrada! Parece que foi ontem que estávamos em Antigua, na Guatemala, ou no Pai Mateus, lá na saudosa Paraíba. Viajando assim, por tanto tempo, faz com que os dias, da semana ou do mês, percam o sentido. Domingo ou segunda-feira, dia primeiro ou dia 15, janeiro ou setembro, não faz muita diferença para nós. O que importa mais é se está frio ou quente, ou se estamos no meio de algum feriado prolongado que lota estradas e hotéis. Fora isso, todo dia é dia. O réveillon é uma das poucas exceções. Afinal, marca uma passagem. Deixa claro para nós o quanto temos progredido e o tempo que já estamos fora de casa. Enfim, é um dia especial.

A bela estrada que segue ao lado do rio Colorado, no leste de Utah, nos Estados Unidos

A bela estrada que segue ao lado do rio Colorado, no leste de Utah, nos Estados Unidos


Céu azul e muito frio em estrada no leste de Utah, a caminho do Colorado, nos Estados Unidos

Céu azul e muito frio em estrada no leste de Utah, a caminho do Colorado, nos Estados Unidos


Até por isso, queremos celebrá-lo apropriadamente. Um mês antes, ainda não tínhamos muita ideia de onde estaríamos, mas na últimas semanas, ficou bem mais claro que estaríamos por aqui, viajando nesses estados do sudoeste americano. Planejamos, então, passar essa data em alto estilo, no mais famoso e badalado resort de esqui dos Estados Unidos, a cidade de Aspen, no Colorado.

A bela estrada que segue ao lado do rio Colorado, no leste de Utah, nos Estados Unidos

A bela estrada que segue ao lado do rio Colorado, no leste de Utah, nos Estados Unidos


Nossa programação acabou acertando direitinho e hoje cedo, partimos para o sonho de consumo de tantas pessoas do mundo. Mas, uma coisa é a intenção e a outra é a prática. Nossa procura pela internet só mostrou hotéis absurdamente caros ou lotados. Nem o Priceline estava nos salvando. De maneira nenhuma caberia no nosso orçamento, uma noite por 400, 600 e até 1.200 dólares. Teríamos de arrumar alguma solução quando chegássemos lá perto. Algum jeito daríamos...


Nosso percurso no dia de hoje, de Utah para Aspen, no Colorado

Esse não era nosso único problema assim que pegamos a magnífica estrada que sai de Moab e acompanha o curso do rio Colorado, primeiro para o norte, até a interestadual e depois para o leste, para o estado de Colorado. Do lado de fora, belas paredes de canyon, tudo branquinho de neve e um rio quase congelado, um convite para fotos. Do lado de dentro, no painel da Fiona, uma incômoda luz que avisava ser necessário trocar o filtro de óleo do carro. A luz se acendeu há alguns dias, justamente quando trafegávamos numa estrada deserta, de noite, sob uma temperatura de 18 graus negativos. Não seria o melhor lugar ou hora para o carro pifar... Bom, a Fiona jamais nos deixaria na mão, e não deixou mesmo. Apenas avisava que aquele velho filtro que usava já não cumpria seu papel.

Muita neve forma uma incrível paisagem invernal em estrada no leste de Utah, a caminho do Colorado, nos Estados Unidos

Muita neve forma uma incrível paisagem invernal em estrada no leste de Utah, a caminho do Colorado, nos Estados Unidos


Essa peça de reposição não existe nos Estados Unidos. Não há carros como a nossa Fiona por aqui, uma camionete de porte médio que usa diesel. Felizmente, trouxemos um de reserva, para situações como essa. Mas não podíamos trocar a peça nós mesmos, pois existe um procedimento para isso que não conhecemos, algo que resseta a luz e volte a funcionar, depois do filtro ser trocado. Tantos dias andando com essa bendita luz acesa e já estava mais do que na hora de fazer a troca. Mas, provavelmente, teríamos de esperar o fim do feriado e achar uma cidade maior, com uma concessionária da Toyota.

A Fiona nos leva confortavelmente através da neve e frio de estrada no leste de Utah, a caminho do Colorado, nos Estados Unidos

A Fiona nos leva confortavelmente através da neve e frio de estrada no leste de Utah, a caminho do Colorado, nos Estados Unidos


Pois bem, atravessamos as lindas estradas do leste de Utah rumo ao Colorado, um olho na luz do painel e outra na paisagem, a cabeça pensando em onde dormiríamos hoje. Nesse meio tempo, aproveitamos para falar com a família do outro lado do oceano, via Skype. Vinte e cinco dólares mensais nos dão acesso à rede da AT&T em quase 100% do território do país, uma verdadeira mão na roda. Um dos melhores investimentos que fizemos por aqui, quando compramos o ipad de segunda-mão, mas praticamente novo, da minha prima, lá em New Jersey. Por isso, pudemos ficar tão conectados aqui na terra do Tio Sam, a qualquer hora, em qualquer lugar. Mesmo a mais de 120 km/h numa estrada no meio do nada, entre Utah e Colorado. Via internet, a Inglaterra é logo ali e primos e irmãos parecem estar do nosso lado. Maravilhas da tecnologia...

Última noite de 2012 na iluminada e gelada Aspen, no Colorado, nos Estados Unidos

Última noite de 2012 na iluminada e gelada Aspen, no Colorado, nos Estados Unidos


Bom, entramos no Colorado, a paisagem cada vez mais branca, e chegamos a Glenwood Springs, cidade de onde pegamos o desvio para Aspen. Aí pensamos em dormir, bem mais barato que Aspen e ainda ao alcance para que fôssemos lá comemorar e voltássemos só para passar a noite. Era a nossa solução para aquele primeiro problema. Checamos o preço de um hotel e partimos para o segundo, ainda meio sem ter certeza do que fazer. Eis que, então, num passe de mágica, aparece uma concessionária da Toyota, aberta, já no final da tarde do dia 31! Sentindo o chamado do destino, paramos por lá e eu entro para perguntar se poderíamos fazer a troca da peça. O simpático atendente diz que, infelizmente, todos os mecânicos já se foram. A agenda deles estava meio lotada para o dia seguinte após o feriado, mas ele poderia tentar nos “encaixar”. De qualquer maneira, teríamos de esperar até o dia 2.. Desanimado, volto para o carro. Antes de ligar a Fiona, estacionada bem em frente a concessionária, um pequeno grupo de curiosos se aproxima. Estão fascinados por aquele belo carro que nunca tinha visto. Melhor ainda, um deles vestia roupas de mecânico! Abro a janela e digo: “Puxa... estava procurando alguém vestido exatamente como você...”. era o destino sorrindo novamente. Aquele era o chefe dos mecânicos da loja. Estava indo para casa, mas ficou hipnotizado pela Fiona. Explicada a situação, ele solta um firme: “Deixa comigo!”. Levou o carro para a garagem e uma rápida pesquisa pela internet o ensinou como fazer a troca e reprogramar os computadores do carro. Em quinze minutos a Fiona estava nova!

Reveillon em Aspen, no Colorado, nos Estados Unidos

Reveillon em Aspen, no Colorado, nos Estados Unidos


Sob neve, pessoas celebram o reveillon em praça de Aspen, no Colorado, nos Estados Unidos

Sob neve, pessoas celebram o reveillon em praça de Aspen, no Colorado, nos Estados Unidos


E isso não foi tudo! O destino ainda não havia terminado conosco. Enquanto esperávamos pelo carro, conversamos com outras pessoas da loja. Contamos que queríamos passar o réveillon em Aspen, mas não tínhamos hotel. Logo nos encaminharam para a mais baladeira das funcionárias, que não descansou enquanto não arrumasse um bom lugar para ficarmos, a preços palatáveis, bem mais perto de Aspen. Disse que o réveillon tinha de ser lá mesmo, que valia muito a pena. Tentou, tentou e conseguiu. Um hotel joia, na pequena Basalt, uma vila bem pertinho de Aspen. Bingo! Nossos dois problemas resolvidos de uma só vez, num mesmo lugar. Viva o acaso! Viva o destino! Viva o último dia do ano, hahaha!

Última noite do ano, caminhando nas ruas enfeitadas e nevadas de Aspen, no Colorado, nos Estados Unidos

Última noite do ano, caminhando nas ruas enfeitadas e nevadas de Aspen, no Colorado, nos Estados Unidos


Já estava escuro quando nos instalamos. Deixamos por lá as malas e seguimos diretamente para Aspen, alguns quilômetros para frente e para o alto, alguns graus ainda mais fria, completamente coberta pela neve. Típico cenário de tantos filmes de natal no hemisfério norte, bem combinado com um Papai Noel vestido com casacos grossos e vermelhos. Aqui sim, a figura do bom velhinho faz sentido!

Última noite do ano, caminhando nas ruas enfeitadas e nevadas de Aspen, no Colorado, nos Estados Unidos

Última noite do ano, caminhando nas ruas enfeitadas e nevadas de Aspen, no Colorado, nos Estados Unidos


A cidade estava bem movimentada, fogos de artifício no céus, iluminando as montanhas que cercam a região, muita gente nas ruas distribuindo sorrisos e simpatia, árvores enfeitadas com luzes e doces flocos de neve caindo do firmamento. Enfim, cenário mesmo de filmes e de sonhos. A gente, com nossas várias camadas de casacos, caminhava para lá e para cá, admirando e curtido aqueles momentos especiais. Que delícia de ano tivemos e que b om modo de passar a última noite. Aquecemo-nos um pouco na grande fogueira no meio da praça central, observamos as pessoas pulando e dançando ao som de DJs, ficamos maravilhados com a neve fina que caía, uma verdadeira chuva de prata, iluminada pela luz da fogueira.

Aconchegante restaurante em Aspen, no Colorado, nos Estados Unidos

Aconchegante restaurante em Aspen, no Colorado, nos Estados Unidos


Muito estilo na última refeição do ano, em Aspen, no Colorado, nos Estados Unidos. Fondue com vinho!

Muito estilo na última refeição do ano, em Aspen, no Colorado, nos Estados Unidos. Fondue com vinho!


Por fim, escolhemos um restaurante bem aconchegante e quentinho, ar jovial, e nos refestelamos em um delicioso fondue de queijo acompanhado, é claro de vinho. Uma das atendentes era brasileira e fez muita festa para nós. Foi uma comida deliciosa num ambiente cativante num dia especial. Tudo de bom!

Última noite do ano, caminhando nas ruas enfeitadas e nevadas de Aspen, no Colorado, nos Estados Unidos

Última noite do ano, caminhando nas ruas enfeitadas e nevadas de Aspen, no Colorado, nos Estados Unidos


Estômagos muito bem cuidados, demos mais uma volta nas ruas cobertas de neve fina, tiramos as últimas fotos e voltamos para a pequena Basalt; Ao lado do nosso hotel, um bar estava cheio de clientes para, juntos, celebrar a virada do ano. A gente se juntou a eles e, com a nossa champagne comprada lá no Napa Valley e guardada com tanto carinho, demos as boas vindas ao ano de 2013, o primeiro do resto das nossas vidas. Que ele traga muitas aventuras, felicidades e uma pitada de responsabilidade para o casal 1000dias. Para nós e para todos aqueles que nos seguem, acompanham e viajam conosco. Um feliz 2013 para todos nós!

Celebrando os últimos minutos de 2012vna pequena basalt, ao lado de Aspen, no Colorado, nos Estados Unidos

Celebrando os últimos minutos de 2012vna pequena basalt, ao lado de Aspen, no Colorado, nos Estados Unidos

Estados Unidos, Utah, Moab, Colorado, Aspen, réveillon

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San José

Costa Rica, San José

O Teatro Nacional, de inspiração francesa, o mais belo da América Central, em San José, capital da Costa Rica

O Teatro Nacional, de inspiração francesa, o mais belo da América Central, em San José, capital da Costa Rica


Ontem, dia 08, conforme imaginávamos, acordamos os dois com muitas dores musculares. "Uma dor saudável!", gosto de pensar e dizer. A Ana, além dessa dor "saudável", continua com as outras, nada saudáveis: bolhas, unhas e joelhos. Pelo menos, já estavam melhor que naquele sofrido quilômetro final do trekking no Chirripó.

A Av. Central no seu techo peatonal, em San José, capital da Costa Rica

A Av. Central no seu techo peatonal, em San José, capital da Costa Rica


Caminhando cuidadosamente, arrumamos a Fiona e deixamos a pequena e simpática San Gerardo. O destino era a capital do país, San José. SEguindo a nossa tática da variação de destinos, depois de uns dias na praia e outros na montanha, nada melhor que uma temporada na cidade grande. Ainda mais quando ela está justo no nosso caminho para o norte do país.

A preocupação com a reciclagem é muito comum na Costa Rica (foto na Av. Central de San José)

A preocupação com a reciclagem é muito comum na Costa Rica (foto na Av. Central de San José)


San José, que teimamos em confundir com "San Juan", capital de Porto Rico (isso expliaca a confusão?), é a segunda mais nova capital das américas, só perdendo para a nossa Brasília. Conhecida como Chepe pelos habitantes locais, é uma cidade de trânsito e ruas organizadas, o que contrasta bastante com as usualmente caóticas metrópoles latinas. Essa "vantagem" contrabalança um pouco a falta de um centro histórico ou de uma arquitetura mais interessante.

O Teatro Nacional, de inspiração francesa, o mais belo da América Central, em San José, capital da Costa Rica

O Teatro Nacional, de inspiração francesa, o mais belo da América Central, em San José, capital da Costa Rica


Uma exceção é o já centenário Teatro Nacional, de inspiração francesa. Considerado o mais belo teatro da América Central, está apresentando esses dias o "Quebra Nozes", com um grupo do Amertcan Ballet. Bom demais para ser verdade, né? Mas, claro, todos os ingressos estãop vendidos para suas quatro apresentações. Assim, tivemos que nos satisfazer em ver o belo prédio por fora e uma rápida visita em seu interior.

Visitando o Teatro Nacional em San José, capital da Costa Rica

Visitando o Teatro Nacional em San José, capital da Costa Rica


Nós chegamos na cidade ontem de tarde e nos instalamos no Kap's Place. Ainda cansados da caminhada dos dias anteriores, o máximo que fizemos foi ir a um restaurante ali do lado onde um cantor (muito bom!) tinha exatamente a mesma voz do Zé Ramalho. Incrível! Hoje, já mais descansados, fomos andando até o centro, passeamos pela Avenida Central, fechada só para pedestres, e fomos ver o Teatro Nacional. Bem em frente, o Café Paris, sob as arcadas do mais tradicional hotel do país, o Grand Hotel, é um ótimo lugar para se tomar uma taça de vinho e comer boa comida.

Teatro Nacional visto do Café Paris, em San José, capital da Costa Rica

Teatro Nacional visto do Café Paris, em San José, capital da Costa Rica


Aproveitamos também para consertar minha mochila e meu óculos enquanto a Ana fazia sua visita mensal ao salão de beleza. Acabamos por não visitar o Museu do Jade, muito recomendado. Quem sabe na volta, se passarmos por aqui...

Momento de reflexão no Café Paris, sob as arcadas do Gran Hotel, em San José, capital da Costa Rica

Momento de reflexão no Café Paris, sob as arcadas do Gran Hotel, em San José, capital da Costa Rica


Amanhã, rumamos para o norte. Vamos para a península de Nicósia, cheia de praias famosas. De lá, ainda queremos passar por um parque nacional com um lendário rio celeste e, finalmente, seguir para nosso próximo país, a Nicarágua. Cada vez mais na América Central!

Costa Rica, San José,

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Incas, Pukaos, Moais, Cavernas e a Praia

Chile, Ilha de Pascoa, Ilha De Pascoa, Hanga Roa

Ahu Akivi, o único local onde os Moais estão voltados para o mar em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Ahu Akivi, o único local onde os Moais estão voltados para o mar em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Um dos maiores mistérios sobre a história da Ilha de Pascoa é se seus antigos habitantes tiveram algum contato com os povos da América do Sul. O fato de a batata-doce ser um dos principais itens de seu cardápio e dessa planta ser originária da América parece ser uma boa pista que sim, mas sempre haverá aqueles que defendem que a planta pode ter chegado à ilha com a ajuda de pássaros ou pegando carona em um tronco que veio boiando pelo mar.

Ruínas de traços incas em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico. Terá havido algum contato?

Ruínas de traços incas em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico. Terá havido algum contato?


Mas existe uma outra “pista” na ilha que dificilmente pode ter vindo trazida por pássaros ou boiando pelo mar. Foi para aí que seguimos depois da visita ao vulcão Rano Kao (ver post anterior), ver de perto as ruínas de Vinapu. É um grande ahu (plataformas ou altares de pedra), como dezenas de outros espalhados por Rapa Nui, mas com uma “pequena” peculiaridade: a arquitetura é claramente incaica!

Ruínas de traços incas em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico. Terá havido algum contato?

Ruínas de traços incas em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico. Terá havido algum contato?


Os incas formaram a mais desenvolvida civilização pré-colombiana da América do Sul e se encontravam no seu auge na época da chegada dos espanhóis. Para quem já visitou as ruínas de Saqsaywamán (veja o post e as fotos aqui!), em Cusco, não terá dúvidas: a similaridade das duas ruínas, Vinapu aqui em Rapa Nui, e a fortaleza Inca em Cusco, não pode ser mera coincidência! E como terá sido esse contato? Sinceramente, essa é uma dedução minha, não acho que os incas tenham vindo até aqui. Para mim, parece lógico que se eles tivessem navegado até Ilha de Pascoa, também teriam chegado ao México, que é muito mais perto! E um contato entre as poderosas civilizações inca e asteca certamente teria deixado marcas mais claras. Nunca houve esse contato (pelo menos de forma direta), o que me faz concluir que também não chegaram aqui. Resta, então, a outra alternativa: foram os rapa nuis que chegaram ao Perú. Muito provavelmente, com alguma frequência. Não só trouxeram a batata-doce de lá como tiveram umas aulas de arquitetura e técnicas de encaixe perfeito de rochas gigantes com os incas. Vinapu está aqui para provar isso.

Nosso roteiro de carro por várias das atrações da Ilha de Páscoa, entre moais, pukaos, cavernas, um vulcão e uma praia

Nosso roteiro de carro por várias das atrações da Ilha de Páscoa, entre moais, pukaos, cavernas, um vulcão e uma praia


Puna Pau, onde eram fabricados dos Pukaos, ou cabelos dos Moais de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Puna Pau, onde eram fabricados dos Pukaos, ou cabelos dos Moais de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Bom, deixamos as teorias para trás e seguimos nosso passeio, agora em direção à fábrica de pukaos, os chapéus avermelhados dos moais. O lugar, uma antiga boca de vulcão, se chama Puna Pau. A rocha formada pela erupção desse vulcão é completamente distinta da rocha formada lá na fábrica de moais, tanto na cor como na estrutura. E os antigos rapa nuis souberam combinar muito bem as duas, nos seus Moais sagrados.

Puna Pau, onde eram fabricados dos Pukaos, ou cabelos dos Moais de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Puna Pau, onde eram fabricados dos Pukaos, ou cabelos dos Moais de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Um Pukao, ou o cabelo de um Moai (em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico)

Um Pukao, ou o cabelo de um Moai (em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico)


Puna Pau é bem menos visitada que Ranu Haraku, a fábrica de Moais. Estivemos ali meia hora, caminhando entre antigos pukaos sem ver mais ninguém. Aqui, como na fábrica de Moais, percebe-se uma linha de produção e vários pukaos prontos para a venda. E aqui também, tudo parece que parou de repente, como se os operários tivessem saído para o almoço e nunca mais voltado. Imensos blocos de pedra avermelhada com formato de chapéu (ou cabelo!) esperando, silenciosamente, há séculos, para serem transportados.

Com nosso carro alugado, dirigindo pelas estradas de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Com nosso carro alugado, dirigindo pelas estradas de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Entrando em área de parque nacional em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Entrando em área de parque nacional em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Bom, tiramos nossas fotos, fizemos nossas divagações e seguimos em frente. Agora para o Ahu Akivi, os sete Moais que olham para o mar, ao invés de olharem para a ilha. Aparentemente, são uma homenagem aos primeiros habitantes de Rapa Nui, aqueles que cruzaram o mar vindos do oeste, para colonizar a Ilha de Pascoa. É exatamente para oeste que miram os Moais. E exatamente como ocorre em tantas outras civilizações antigas, a precisão astronômica da construção chama a atenção! Os moais estão na exata direção do ponto onde o sol se põe no equinócio de primavera, enquanto suas costas apontam para o ponto onde o sol nasce no dia do equinócio de outono. Ninguém vai achar que isso é coincidência...

Ahu Akivi, o único local onde os Moais estão voltados para o mar em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Ahu Akivi, o único local onde os Moais estão voltados para o mar em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Outra razão que diferencia esse conjunto de Moais é o fato dele estar no interior da ilha, numa parte mais elevada. Isso propicia vistas magníficas do seu entorno e nos inspiram ainda mais à reflexão. Também é daqui que parte a trilha para subir o vulcão Terevaka que, com seus 500 metros de altura, é o mais alto da ilha.

Entrada principal de Ana Te Panu, uma das cavernas que servia de moradia e refúgio para os antigos habitantes de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Entrada principal de Ana Te Panu, uma das cavernas que servia de moradia e refúgio para os antigos habitantes de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


caminhando por Ana Te Panu, uma das cavernas que servia de moradia e refúgio para os antigos habitantes de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

caminhando por Ana Te Panu, uma das cavernas que servia de moradia e refúgio para os antigos habitantes de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Mas nosso pique, hoje, era outro! Seguimos para antigas cavernas, ou “anas”, ai perto. Eram antigos tuneis de lava, formando um verdadeiro labirinto embaixo da terra. A última atividade vulcânica da ilha já tem algumas dezenas de milhares de anos, assim que, quando os primeiros habitantes de Rapa Nui chegaram, os antigos tuneis já eram cavernas seguras. Nelas moraram gerações e mais gerações de rapa nuis, buscando proteção dos elementos e também de clãs rivais.

Observando uma das saídas de Ana Te Panu, caverna que servia de moradia e refúgio para os antigos habitantes de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Observando uma das saídas de Ana Te Panu, caverna que servia de moradia e refúgio para os antigos habitantes de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Saída de difícil acesso de Ana Te Panu, uma das cavernas que servia de moradia e refúgio para os antigos habitantes de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Saída de difícil acesso de Ana Te Panu, uma das cavernas que servia de moradia e refúgio para os antigos habitantes de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Passamos uma boa hora explorando alguns desses tuneis, sempre nos guiando pela luz que entra pelas diversas claraboias. Como estávamos sem lanternas, não pudemos ir nos tuneis mais escuros, mas caminhar pelos mais claros já foi o suficiente para termos uma ideia de como seria morar ali. Nas claraboias maiores, ainda hoje se cultivam bananeiras e outros vegetais, exatamente como faziam séculos atrás. Mais um link direto com esse passado não tão distante.

Ana Te Panu, uma das cavernas que servia de moradia e refúgio para os antigos habitantes de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Ana Te Panu, uma das cavernas que servia de moradia e refúgio para os antigos habitantes de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Por fim, seguimos com nosso carro para a praia de Anakena, nossa velha conhecida. Dessa vez, chegamos mais cedo, para ter mais tempo por lá, inclusive para entrarmos no mar, coisa que ainda não havíamos feito.

Correndo para saltar no mar na praia de Anakena, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Correndo para saltar no mar na praia de Anakena, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Pulando no mar na praia de Anakena, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Pulando no mar na praia de Anakena, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Dia de domingo, dia de praia cheia, como em qualquer lugar do mundo. E também, como em qualquer lugar do mundo, lá estavam crianças e adolescentes brincando com bola, fazendo o seu sagrado futebol. Nós passamos um bom tempo admirando e fotografando essas pessoas que são como todos nós, exceto pelo fato de terem nascido na Ilha de Pascoa. Trabalham e estudam nos dias de semana e se divertem no domingo, brincando com os amigos.

Praia de Anakena, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Praia de Anakena, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


A Ana nada na praia de Anakena, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

A Ana nada na praia de Anakena, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Nós também, entramos no clima e nos entregamos à praia, ao sol, ao final de tarde. Nadar em Anakena pode ser normal para eles, mas para nós, é especial sim. Ainda mais num final de tarde tão magnífico. Tendo nossas próprias rodas, não precisávamos nos preocupar com a volta. Falando em rodas e em entardecer, amanhã de madrugada, antes de devolvermos o carro, temos um compromisso: assistir ao nascer-do-sol em Ahu Tongariki, um dos programas obrigatórios para quem viaja a Rapa Nui.

Criança se diverte com bola na praia de Anakena, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Criança se diverte com bola na praia de Anakena, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Chile, Ilha de Pascoa, Ilha De Pascoa, Hanga Roa, Anakena, arqueologia, Caverna, história, Praia

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Visitando Taquile

Peru, Puno, Taquile

Um dos muitos arcos de pedras da ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru

Um dos muitos arcos de pedras da ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru


Depois de deixarmos a inesquecível ilha de Amantani hoje de manhã, rumamos para a outra grande ilha peruana no lago Titicaca, a vizinha Taquile. Ontem de tarde, do alto da montanha Pachatata, já havíamos visto essa ilha vizinha que, apesar da proximidade, tem características tão distintas, principalmente no modo de se vestir de seus habitantes. Infelizmente, teríamos apenas algumas horas para explorar essa ilha, já que logo depois do almoço teríamos de voltar para Puno, enfrentar a lenta navegação dos quase 45 quilômetros de lago até a cidade.


Nosso percurso no lago Titicaca hoje: saímos de manhã da ilha de Amantani (A), seguimos para a Ilha de Taquile (B) e, no final da tarde, voltamos para Puno (C), distante cerca de 45 quilômetros de Taquile

A ocupação de Taquile também remonta à períodos pré-incaicos e várias ruínas da antiga civilização pré-colombiana podem ser encontradas na ilha, terraços agrícolas e antigos caminhos. Depois, já no período colonial e até o início do séc. XX, Taquile foi usada como prisão, até que, ao longo do século passado, as terras foram devolvidas aos habitantes originais, os “taquileños”, um povo de fala quéchua. Desde então, a economia da ilha é levada de forma comunal, seja a agricultura, seja o turismo.

Uma frota de barcos se dirige de Amantani para a ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru

Uma frota de barcos se dirige de Amantani para a ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru


Chegando à ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru

Chegando à ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru


Assim como em Amantani, aqui não chegam carros nem outras “amenidades” da vida moderna. Mais recentemente, com a instalação de painéis solares, isso começou a mudar um pouco, mas ainda é a vida simples e tradicional que predomina. O turismo vem realmente crescendo, restaurantes e pequenas pousadas aparecendo por toda a ilha, principalmente na vila principal. Mas, mesmo aí, ainda percebemos que a maioria dos habitantes ainda está mais preocupado com a própria vida e afazeres do que com os turistas. Muito melhor assim!

Um dos arcos de pedra da ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru

Um dos arcos de pedra da ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru


Caminhando na Ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru

Caminhando na Ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru


O turismo em Taquile está bem mais desenvolvido que em Amantani, com quase 40 mil visitantes por ano, mais de 100 por dia. Muitos vem de Puno, para um day-tour, modalidade que ainda não existe em Amantani. Assim, é o destino principal dos turistas que querem apenas dar uma olhada rápida em uma das ilhas do lago. Eles vem atrás das paisagens rurais quase perfeitas de Taquile, do charme da vila e sua praça principal e, principalmente, dos famosos arcos de pedra espalhados por toda a ilha. Essa programação de algumas horas consiste, basicamente, em descer em um porto da ilha e caminhar para o outro lado, onde o barco vai esperar. No caminho, passamos pelos arcos, almoçamos na ilha e temos tempo para fotografar os arcos que encontramos pelas simpáticas trilhas que dão a volta em Taquile.

Ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru

Ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru


Ovelhas passeiam pela Ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru

Ovelhas passeiam pela Ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru


Como nós viemos de Amantani, muito mais próxima de Taquile do que Puno, estávamos entre os primeiros turistas do dia. Mas não deixamos de ficar impressionado ao observar, logo atrás de nós, uma verdadeira frota de pequenos barcos que se aproximava. Tratamos de acelerar para ver a ilha antes que todos chegassem. A ilha quase não tem praias, sendo rodeada de encostas íngremes com um platô mais no alto. Logo que desembarcamos, temos de subir até essa parte mais alta, e por aí caminhamos. A vantagem de se estar no alto é que, durante todo o tempo, a vista é magnífica, tanto do lago como da própria ilha e sua paisagem campestre.

A bela Ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru

A bela Ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru


Com suas roupas típicas habitantes locais caminham pela Ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru

Com suas roupas típicas habitantes locais caminham pela Ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru


Nós fomos caminhando na frente, cruzando as ovelhas que andam calmamente pelas trilhas, fotografando os pitorescos arcos de pedra e nos admirando com o vestuário dos habitantes locais. Por fim, chegamos na praça, ainda vazia e sem turistas. Para mim, lembrava alguma antiga vila da Sicília, apesar de eu nunca ter estado lá, hehehe. De certo, lembranças de alguma outra vida ou influência de algum filme hollywoodiano.

Arco de pedra da praça principal na vila em Taquile, no lago Titicaca, no Peru

Arco de pedra da praça principal na vila em Taquile, no lago Titicaca, no Peru


Igreja da praça central da vila em Taquile, no lago Titicaca, no Peru

Igreja da praça central da vila em Taquile, no lago Titicaca, no Peru


Ali na praça, a ideia era fazer uma hora para depois almoçarmos. Mas, chegamos com tempo suficiente para mais um passeio e alguns dos turistas mais intrépidos (nós incluídos, claro!) resolveram caminhar até o ponto mais alto de Taquile. Nós seguimos com nossos amigos espanhóis Alvaro e Valentin, sempre para o alto, seguindo pelas trilhas de pedra entre as plantações. Passeio maravilhoso, cada vez mais “siciliano”, hehehe

A belíssima paisagem da ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru

A belíssima paisagem da ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru


A belíssima paisagem da ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru

A belíssima paisagem da ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru


Por fim, chegamos no alto de Taquile, local cheio de ruínas e de um santuário, Ali, nos deliciamos com a vista de 360 graus, Amantani ali pertinho, as montanhas nevadas da Bolívia no horizonte e a imensidão azul do Titicaca ao nosso redor. Verdadeiros cartões postais para todos os lados!

Visitando o santuário no ponto mais alto da Ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru

Visitando o santuário no ponto mais alto da Ilha de Taquile, no lago Titicaca, no Peru


As ovelhas também visitam o santuário no alto da ilha Taquile, no lago Titicaca, no Peru

As ovelhas também visitam o santuário no alto da ilha Taquile, no lago Titicaca, no Peru


Meio a contragosto, hora de descer. Nosso almoço já estava marcado e nosso guia-capitão nos esperando meio preocupado na praça principal. Por aqui, funciona aquela regra de uma espécie de rodízio entre restaurantes para receber os grupos de turistas, para que todos possam se beneficiar. Assim, já pisamos todos na ilha com hora e local marcado para comer. Mas isso não impediu que tomássemos uma deliciosa cerveja gelada na própria praça. Cenário tão perfeito, só faltou o Don Corleone passar por ali, no seu passo lento, de um lado para o outro.

Empolgados com a beleza da ilha Taquile, no lago Titicaca, no Peru

Empolgados com a beleza da ilha Taquile, no lago Titicaca, no Peru


Almoçando com nossos amigos espanhóis a céu aberto em restaurante na ilha Taquile, no lago Titicaca, no Peru

Almoçando com nossos amigos espanhóis a céu aberto em restaurante na ilha Taquile, no lago Titicaca, no Peru


Depois da cerveja, seguimos o aflito capitão até o restaurante onde, a céu aberto, nos refestelamos com a comida e o cenário ao redor. Depois, o trecho final da caminhada, mais arcos de pedras, mais poses para fotos (impossível resistir!) e a descida até o porto. Chegava a vez da bela Taquile ficar para trás.

Caminhando pelas charmosas trilhas da ilha Taquile, no lago Titicaca, no Peru

Caminhando pelas charmosas trilhas da ilha Taquile, no lago Titicaca, no Peru


Um arco de pedra com direito a vista panorâmica do lago Titicaca, na ilha Taquike, no Peru

Um arco de pedra com direito a vista panorâmica do lago Titicaca, na ilha Taquike, no Peru


Voltamos para Puno, atravessando as águas azuis do Titicaca mais uma vez. Na cidade, retornamos ao mesmo hotel da estadia anterior para nossa última noite em Puno e no Peru. Afinal, a manhã é dia de seguirmos em frente, agora de Fiona, para Copacabana, já na Bolívia. Mudamos de cidade e de país, mas continuamos no mesmo lago, o majestoso Titicaca. Copacabana também fica na sua orla, tem um dos mais belos cenários do Titicaca e é o ponto de saída para a Isla del Sol, a maior ilha do lago.

Hora de descer para o porto da Ilha Taquile, no lago Titicaca, no Peru

Hora de descer para o porto da Ilha Taquile, no lago Titicaca, no Peru


Jantando com nossos amigos espanhóis em restaurante de Puno, no Peru

Jantando com nossos amigos espanhóis em restaurante de Puno, no Peru


Antes de dormir, ainda tivemos tempo para um reencontro de despedidas. Fomos jantar juntos com o Valentin e o Alvaro e a Ana finalmente teve a chance de experimentar um dos mais típicos pratos peruanos, o Cui. Fazia tempo que ela estava com vontade, mas faltava alguém para acompanhar. Eu já tinha feito essa “experimentação” há 23 anos e não tinha muita vontade de repetir. Agora, com a companhia dos espanhóis, a Ana devorou o pequeno roedor, muito osso e pouca carne, embora seja bem saborosa. Para quem não liga de ver um “rato assado” em seu prato, é com certeza uma boa pedida! Ao menos uma vez na vida...

Cui, prato típico peruano, em restaurante de Puno, no Peru

Cui, prato típico peruano, em restaurante de Puno, no Peru

Peru, Puno, Taquile, Titicaca

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Querosene

Brasil, Rio Grande Do Sul, São José dos Ausentes, Cambará do Sul (P.N Serra Geral)

Gelo deixado pela forte geada em Cambará do Sul - RS

Gelo deixado pela forte geada em Cambará do Sul - RS


Ontem, na metade do caminho entre São José dos Ausentes e Cambará do Sul, acendeu uma luz no painel da Fiona. O carro continuava andando e, se não fosse pela tal luz, eu nem desconfiaria que havia algo errado. Mas a luz estava lá, "gritando" no painel. Consultando no manual, descobrimos que a recomendação era procurar a concessionária o quanto antes...

Perdidos no mundo numa estrada rural, sem sinal de celular, a única coisa que podíamos fazer era continuar. Ainda mais com o carro aparentando estar tão bem. E assim fizemos, seguindo até Cambará. Lá chegando, liguei para o SAC da Toyota e eles logo quiseram "remover" a Fiona para a concessionária mais próxima, em Caxias do Sul. Nesse caso, como iríamos aos cayons da região no dia seguinte? Resolvi que nós mesmos levaríamos a Fiona para Caxias, depois de visitar os canyons. Bem, na verdade, iríamos apenas a um dos canyons, o Fortaleza, já que o Itaimbezinho só abre de quarta à domingo. Boa do jeito que estava a Fiona, estava seguro que não haveria problemas...

Gelo deixado pela forte geada em Cambará do Sul - RS

Gelo deixado pela forte geada em Cambará do Sul - RS


Pois bem, na madrugada de domingo para segunda em Cambará, a temperatura chegou à congelantes -5 graus! Dentro do nosso quarto aconchegante, embaixo das cobertas quentinhas, nem pareceu tanto. Mas, do lado de fora, era gelo para tudo quanto é lado. Geada forte! Logo de manhã, liguei para a concessionária em Caxias e eles não viam problema em eu passar mais um dia com a Fiona com a tal luz acesa. Tranquilamente, eu e a Ana entramos no carro, já quase 10 da manhã, para irmos ao canyon Fortaleza. Foi quando tivemos a surpresa...

Gelo no alto do mirante do canyon da Fortaleza, em Cambará do Sul - RS

Gelo no alto do mirante do canyon da Fortaleza, em Cambará do Sul - RS


A Fiona estava completamente sem forças. Não conseguia subir nenhum aclive mais acentuado. A rotação, quando chegava acima dos 2 mil rpm, logo rateava. A tal luz acesa indicava uma sujeira no filtro de combustível. Seria isso a causa do problema? Depois de 40 mil km, a Fiona nos deixaria na mão? Conseguimos levá-la até um mecânico e ele também ficou na dúvida. Mas disse também que poderia ser o frio, diesel congelado no tanque. Àquela hora, a temperatura ainda era de zero grau. Será??? Ainda nem sabíamos que a temperatura mínima na madrugada tinha sido de -5...

Igreja em em Cambará do Sul - RS

Igreja em em Cambará do Sul - RS


Deixamos o motor ligado por um bom tempo, para ir esquentando. A rotação, agora, já chegava aos 4 mil rpm. Mas logo rateava. Fomos até o posto de combustível e lá o frentista foi taxativo: é o frio! E qual o remédio? Querosene! Meio ressabiados, colocamos dois litros de querosene no tanque. E não é que ela melhorou logo? O sol e o motor ligado certamente ajudaram, mas impossível não admitir que o querosene foi fundamental! Hmmmmm...

Visitando o canyon Fortaleza, em Cambará do Sul - RS

Visitando o canyon Fortaleza, em Cambará do Sul - RS


Certamente vamos passar por lugares muito mais frios na viagem. No alto dos Andes, ainda mais no inverno, temperaturas de até -15 ou -20 graus não são raras. Pelo visto, querosene será o nosso elixir. Nosso não, da Fiona, hehehe! Nesses países, o próprio díesel vendido já vem misturado com produtos anticongenlates. Mas, para temperarturas tão baixas, a "ajudinha" do querosene será sempre necessária.É isso aí, vivendo e aprendendo. Até no sul do Brasil precisamos de querosene... Com foi com a ajuda dele que pudemos, finalmente, ir para a maravilha geológica chamada Canyon da Fortaleza!

No alto do canyon Fortaleza, a mais de 1.100 metros de altura, em Cambará do Sul - RS

No alto do canyon Fortaleza, a mais de 1.100 metros de altura, em Cambará do Sul - RS

Brasil, Rio Grande Do Sul, São José dos Ausentes, Cambará do Sul (P.N Serra Geral), Estrada

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