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Blog do Rodrigo - 1000 dias

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SHUFFLE Há 1 ano: Venezuela Há 2 anos: Venezuela

Chegando aos Llanos

Venezuela, Los Llanos

Capivaras vivem às milhares no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela

Capivaras vivem às milhares no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela


Os “llanos” são uma grande planície no sudoeste da Venezuela que é alagada sazonalmente durante as cheias do rio Orinoco e de seus principais afluentes. É uma área de fauna abundante, com centenas de espécies de pássaros, répteis e mamíferos que se aproveitam da rica vegetação que se renova a cada ano. Qualquer semelhança com o nosso Pantanal não é mera coincidência, já que os ecossistemas são extremamente parecidos.

Chegando às planícies alagadas da região dos llanos, na Venezuela

Chegando às planícies alagadas da região dos llanos, na Venezuela


A criação de gado é muito comum na região dos llanos, na Venezuela

A criação de gado é muito comum na região dos llanos, na Venezuela


Aliás, exatamente como o nosso Pantanal, a região se especializou na criação de gado, que também se adapta bem a esse tipo de terreno. Mas o potencial dessa incrível beleza da paisagem e, principalmente da fauna, não passaram desapercebidas dos fazendeiros locais e, na década de 90, popularizou-se o turismo em fazendas para se vivenciar um pouco dessa natureza exuberante.

Época de florada na região dos llanos, na Venezuela

Época de florada na região dos llanos, na Venezuela


Uma infinidade de espécies de aves vive na região dos llanos, na Venezuela

Uma infinidade de espécies de aves vive na região dos llanos, na Venezuela


As grandes fazendas na região são conhecidas por “Hatos” e vários desses hatos se transformaram em destinos turísticos procurados por viajantes de todo o mundo que vinham para cá para passar vários dias. Pagavam em dólares por pacotes completos que incluíam todas as refeições, a estadia e os passeios em jipes e barcos. A mais famosa e tradicional dessas fazendas era o Hato Piñero e nós, viajando ainda com o livro-guia que tínhamos comprado para nossa viagem de 2007, tínhamos escolhido ela para conhecer os llanos. Mas o livro estava desatualizado...

Época de florada na região dos llanos, na Venezuela

Época de florada na região dos llanos, na Venezuela


Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela

Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela


Além de empreendimentos turísticos, esses hatos também eram grandes fazendas produtoras. Todo o setor passou por uma profunda crise nesses últimos cinco anos de regime chavista. Seja por oposição ao governo, seja pela dificuldade em produzir em um país com regras, preços e câmbio instáveis e desfavoráveis, principalmente porque todos os insumos são importados, a produção de alimentos declinou bastante. O setor passou a ser o novo alvo do presidente, que ameaçou com a nacionalização das terras, promessa que realmente cumpriu. Uma a um, todos os hatos foram expropriados. A consequência: fim da atividade turística e um declínio ainda maior da produção de alimentos.

Um vistoso lagarto logo na entrada do Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela

Um vistoso lagarto logo na entrada do Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela


Um enorme jacaré no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela

Um enorme jacaré no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela


Foi dessa situação que começamos a nos inteirar, ainda em Mérida. Felizmente, não chegamos a viajar as centenas de quilômetros até o Hato Piñero para dar de cara com uma porta fechada. O estranho é que seu site de internet continua a funcionar, com seus preços em dólares e tudo. Mas, como a própria fazenda, aparentemente está inativo já há alguns anos.


O google não sabe traçar a rota, mas na foto por satélite, podemos observar o Hato El Cedral (C). Saímos de Barinas (A) e depois seguiremos por San Fernado de Apure (D), a capital dos llanos

O que descobrimos também foi que um último Hato ainda estava funcionando, o El Cedral, o que acabou por definir nosso caminho para cruzar o país pela rota sul, onde está a fazenda. Normalmente, esses hatos requerem reserva antecipada, feita e paga em Caracas, mas como estamos em um período de vacas magras para o turismo em geral no país, fomos aconselhados a seguir diretamente para lá.

Um jacaré muito bem alimentado no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela

Um jacaré muito bem alimentado no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela


Cegonha no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela

Cegonha no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela


Assim fizemos. Dormimos ontem em Barinas, já na metade do caminho, e hoje seguimos diretamente para a fazenda, onde chegamos no meio da tarde. Na entrada, demos de cara com soldados da Guarda Nacional, a mesma situação de todos os outros hatos “nacionalizados”. Mas esse aqui, como haviam nos dito, está mesmo funcionando. Porém, rnão estão mesmo acostumados com turistas chegando sem avisar. Telefona daqui, telefona dali e fomos autorizados a entrar. Viva, teríamos nossa chance de conhecer os llanos!

Criação de jacarés no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela

Criação de jacarés no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela


Criação de jacarés no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela

Criação de jacarés no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela


Os poucos quilômetros de estrada de terra que levam do portão da fazenda até a sede do Hato já foram uma bela amostra do que iríamos encontrar por ali, em termos de paisagem e vida animal. Capivaras, jacarés, iguanas, tartarugas e várias espécies de pássaros. Um verdadeiro show de natureza!

Uma pequena tartaruga no criadouro do Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela

Uma pequena tartaruga no criadouro do Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela


Uma serpente no criadouro do Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela

Uma serpente no criadouro do Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela


Chegando à sede, fomos acomodados e nos explicaram como funciona o turismo por ali. Toda manhã e toda a tarde um caminhão sai com os turistas presentes para poder ver os animais. Um guia acompanha e vai explicando tudo. Como nós chegamos no final da tarde, teríamos de esperar até o passeio de amanhã de manhã. A vantagem é que, para o passeio de amanhã, só estamos nós dois, enquanto que no passeio de hoje havia um grupo de venezuelanos.

Uma enorme sucuri no serpentário do Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela

Uma enorme sucuri no serpentário do Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela


A Ana tenta socializar com uma sucuri no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela

A Ana tenta socializar com uma sucuri no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela


Já que não podíamos mais fazer um passeio hoje, o gerente do hato nos levou até o criadouro de animais, logo atrás da sede da fazenda. Lá, encontramos filhotes de tartarugas e jacarés que, quando mais velhos, serão soltos nos rios e lagos do hato El Cedral. Mas o que mais nos chamou a atenção, sem dúvida, foram as sucuris do serpentário. Uma delas, com mais de cinco metros, repousava tranquilamente perto da grade, permitindo até mesmo que a tocássemos, ela dentro e nós do lado de fora, claro! Deu até um arrepio de pensar em encontrar um animal desses, solto, nos terrenos alagadiços dos llanos.

O nosso jantar na primeira noite no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela

O nosso jantar na primeira noite no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela


Preparando nosso jantar no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela

Preparando nosso jantar no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela


Depois da visita, fomos descansar na piscina da sede enquanto que, ali do lado, preparavam um churrasco que seria o nosso jantar de hoje. Foi quando aconteceu a coisa mais incrível do dia. Uma grande tempestade se aproximava, pintando o céu com um lindo tom de cinza. Antes da chuva, chegou uma forte ventania. Foi quando centenas de pássaros, grandes e pequenos, brancos e negros, das mais variadas espécies, aproveitaram para fazer suas revoadas e “brincar” com vento.

Uma tempestade se aproxima do Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela

Uma tempestade se aproxima do Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela


Centenas de pássaros de variadas espécies aproveitam a ventania trazida por uma tempestade para fazer suas revoadas, no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela

Centenas de pássaros de variadas espécies aproveitam a ventania trazida por uma tempestade para fazer suas revoadas, no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela


Que coisa mais incrível! Jamais nos esqueceremos dessa cena. Ficamos ali, dentro da piscina, maravilhados com o show que acontecia sobre nossas cabeças. Aquela mescla de cores e sons em meio às acrobacias aéreas. As árvores ao redor da piscina também se encheram de aves que se empoleiravam para passar a noite, muitas vezes várias espécies em uma mesma árvore e até, em um mesmo galho. Que abundância de vida e de energia!

Da piscina, maravilhada, a Ana acompanha as revoadas de pássaros sobre nossas cabeças, no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela

Da piscina, maravilhada, a Ana acompanha as revoadas de pássaros sobre nossas cabeças, no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela


Centenas de pássaros de variadas espécies aproveitam a ventania trazida por uma tempestade para fazer suas revoadas, no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela

Centenas de pássaros de variadas espécies aproveitam a ventania trazida por uma tempestade para fazer suas revoadas, no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela


Amanhã, então, já temos compromisso: bem cedinho, sol raiando, um passeio particular de caminhão pelas maravilhas do Hato El Cedral

Centenas de pássaros de variadas espécies aproveitam a ventania trazida por uma tempestade para fazer suas revoadas, no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela

Centenas de pássaros de variadas espécies aproveitam a ventania trazida por uma tempestade para fazer suas revoadas, no Hato El Cedral, na região dos llanos, na Venezuela

Venezuela, Los Llanos, Bichos, Hato El Cedral

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Cidade de Cowboys

Estados Unidos, Califórnia, Pioneertown

Chegando à Pioneertown, antigo setting de filme de faroeste ao lado do Parque Nacional de Joshua Tree, na Califórnia, nos Estados Unidos

Chegando à Pioneertown, antigo setting de filme de faroeste ao lado do Parque Nacional de Joshua Tree, na Califórnia, nos Estados Unidos


Finalmente, nosso primeiro dia de estradas nos EUA, um país conhecido por suas paisagens grandiosas e a beleza de seu outdoor. Estradas e caminhos é o que não falta nesse país de dimensões continentais, praticamente do tamanho do Brasil. E como pretendemos cruzá-lo de oeste à leste, de sul à norte e de norte à sul, vamos passar um bom tempo em suas estradas. Estrutura é o que não falta no caminho: ótimo asfalto e uma rede extensa de hotéis, restaurantes e postos por todos os cantos. Não é a toa que se vê tantos traillers viajando por aqui, todo mundo querendo conhecer seu belo país.

Primeira viagem pelas grandes paisagens americanas, entre San Diego e Pioneertown, na Califórnia, nos Estados Unidos

Primeira viagem pelas grandes paisagens americanas, entre San Diego e Pioneertown, na Califórnia, nos Estados Unidos




Nosso roteiro na primeira semana nos EUA

Essa nossa primeira viagem não foi longa, pelo menos não para padrões americanos. Cerca de 230 km entre San Diego e Pioneertown, cidade bem próxima do Joshua Tree National Park. Resolvemos começar nossa jornada pelos EUA fazendo um tour por vários parques nacionais aqui do sul da Califórnia. Depois do Joshua, vamos ao Sequoia e seu vizinho Kings Canyon e, finalmente, ao Death Valley. O prazo para essas visitas é o dia 8 de Abril, quando queremos chegar à Las Vegas para encontrar a Ju e o David, a irmã da Ana e o nosso cunhado, os mesmos que estiveram conosco há dois anos, em Miami. Depois dessa overdose de parques, vai ser engraçado chegar à Las Vegas...

Nosso motel em Pioneertown, na Califórnia, nos Estados Unidos

Nosso motel em Pioneertown, na Califórnia, nos Estados Unidos


Na viagem de hoje tivemos um pequeno aperitivo do que nos espera, principalmente ao cruzar as gloriosas montanhas do sul do estado. Lá estava a neve, bem no alto das montanhas, que há tanto tempo não víamos. Atrás delas, as vastas planícies desérticas onde pouca umidade consegue chegar, barrada pela alta cordilheira. Horizonte bem largo, exatamente como vemos nos famosos road movies americanos.

Pioneertown, setting hollywoodiano de cidade de faroeste, na Califórnia, nos Estados Unidos

Pioneertown, setting hollywoodiano de cidade de faroeste, na Califórnia, nos Estados Unidos


Enfim, chegamos ao nosso destino de hoje, a pequena cidade de Pioneertown. Ela é uma das três ou quatro que estão próximas do Parque Nacional, mas certamente a mais interessante delas. Nasceu como cenário de filme de Hollywood, há mais de 60 anos e aí foram filmados vários westerns em preto e branco, da época que que os índios eram os vilões e os cara-pálidas, os mocinhos.

Quase um cowboy! (em Pioneertown, na Califórnia, nos Estados Unidos)

Quase um cowboy! (em Pioneertown, na Califórnia, nos Estados Unidos)


Depois dos filmes, a cidade continuou a existir, uma atração turística no meio do deserto. Mudou muito pouco desde então e lá ainda estão o banco, o saloon, a rua de areia e tudo mais que faz uma cidade do antigo oeste. A todo momento, parece que vai haver um bang-bang, um duelo ou um assalto. Aliás, uma vez por semana, há sim um duelo, representado por atores, mas esse não tivemos a chance de ver.

Pioneertown, setting hollywoodiano de cidade de faroeste, na Califórnia, nos Estados Unidos

Pioneertown, setting hollywoodiano de cidade de faroeste, na Califórnia, nos Estados Unidos


Ficamos hospedados no único motel da cidade, o mesmo em que ficavam as grandes estrelas do passado. O nosso quarto era o do Roy Rogers. Você, talvez, nunca ouviu falar dele. Mas o seu pai, e com certeza o seu avô, ouviram! E nós, agora, também!

O 'mocinho' entra no bar na cidade de faroeste de Pioneertown, na Califórnia, nos Estados Unidos

O "mocinho" entra no bar na cidade de faroeste de Pioneertown, na Califórnia, nos Estados Unidos


Nós passamos a tarde passeando e fotografando a cidade e curtindo nosso quarto do Roy Rogers, cheio de peças de decoração antigas. De noite, fomos ao animado bar da cidade, o Pappy & Harriet, também com o maior clima country.

O agitado Pappy & Harriet, bar em Pioneertown, na Califórnia, nos Estados Unidos

O agitado Pappy & Harriet, bar em Pioneertown, na Califórnia, nos Estados Unidos


Show de música country no Pappy & Harriet, bar-restaurante em Pioneertown, na Califórnia, nos Estados Unidos

Show de música country no Pappy & Harriet, bar-restaurante em Pioneertown, na Califórnia, nos Estados Unidos


Todo de madeira, comida típica americana e banda de música desafinada. Desafinada de propósito, pois era uma legítima banda de música sertaneja, ou country, como se diz por aqui. Depois do fim da música, o delicioso silêncio do deserto, na nossa caminhada para o hotel. Silêncio acompanhado de uma incrível noite estrelada. Definitivamente, tínhamos escolhido a cidade certa para vir!

Uma legítima Joshua Tree na noite de Pioneertown, na Califórnia, nos Estados Unidos

Uma legítima Joshua Tree na noite de Pioneertown, na Califórnia, nos Estados Unidos

Estados Unidos, Califórnia, Pioneertown, cidade

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Início de uma Nova Etapa

Brasil, Paraná, Curitiba

Almoço com a Luiza, em Curitiba - PR

Almoço com a Luiza, em Curitiba - PR


Os últimos três dias passaram rápido. Foram os dias dos preparativos finais para uma nova etapa da viagem, bem mais internacional do que as anteriores. Finalmente estamos prontos para enfrentar os países hermanos da América Latina e também os primos ricos lá de cima. Alaska, aí vamos nós!

Vovô e netinha em almoço dominical em Curitiba - PR

Vovô e netinha em almoço dominical em Curitiba - PR


Meu passaporte com o aguardado visto canadense chegou às minhas mãos na segunda-feira. Como já tinha o mexicano e o americano, agora a América do Norte é um território livre para mim. Para minha esposa italiana, sempre foi.

Outra documentação importante foi o seguro do carro. Já estamos com a conhecida "Carta Verde", o que nos permite dirigir no Paraguai, Uruguai, Argentina e Chile. Para os outros países da América do Sul fizemos uma extensão de perímetro, o que deixa o nosso carro segurado nestes países, mas não cobre terceiros. Para eles devemos obter seguros nas respectivas fronteiras. Da América central para cima, aí precisaremos obter o seguro integral (Fiona + terceiros) em cada fronteira. Ao longo da viagem veremos como funciona na prática e passaremos a informação.

Brincando com a tia, em Curitiba - PR

Brincando com a tia, em Curitiba - PR


Falando em seguro, também já contratamos o nosso, de saúde, para os próximos 12 meses. Não é muito fácil achar esse seguro por aí. O normal é vendê-lo por períodos menores, até quatro meses. Enfim, quem procura acha e já podemos ficar doentes até Agosto de 2012. Depois disso, melhor não ficar doente nem ter acidentes. Ou voltar correndo para o Brasil, hehehe

Gostoso almoço em família, em Curitiba - PR

Gostoso almoço em família, em Curitiba - PR


Também já temos as carteiras de vacinação atualizadas, cartões de crédito válidos para o exterior e carteira internacional de motorista. Enfim, no quesito burocracia está tudo em ordem! Mas nem só de burocracia foram esses dias. Estamos com a nossa querida Sony (máquina fotográfica) de volta, depois de muitos meses parada. E o nosso equipamento de mergulho foi todo revisado também, pronto para mais uns 100 mergulhos pelos mares do continente, a começar por Galápagos em Setembro.

Todos na Fiona, em Curitiba - PR

Todos na Fiona, em Curitiba - PR


Outra coisa muito importante foram as reuniões com o pessoal do site. Vamos fazer uma grande reformulação e desta vez vai! A nova página de fotos está ficando muito boa e eficiente, com slide show e tudo. Deve ficar pronta ainda este mês. O resto do site vai entrando no ar aos poucos e esperamos ter tudo pronto até o fim de Agosto.

Reunião com a equipe do site 1000dias, em Curitiba - PR

Reunião com a equipe do site 1000dias, em Curitiba - PR


Nossa idéia era partir hoje de tarde, mas para variar não conseguimos. No fundo, eu já sabia, hehehe. Saímos amanhã bem cedo para Prudentópolis, terra das cachoeiras gigantes do Paraná. De lá para Foz do Iguaçu ver as cataratas, no Brasil e na Argentina. Depois, Paraguai, Bolívia, norte da Argentina e norte do Chile, incluindo o deserto do Atacama, claro. Em seguida, litoral do Peru e a belíssima Cordilheira Blanca e finalmente Equador, onde devemos chegar no início de Setembro, pois já temos compromisso por lá nesta época: mergulho em Galápagos! Depois Colômbia e América Central. E por aí vai. Em breve, no site, teremos uma sessão com um roteiro previsto mais detalhado.

Com a vovó, em Curitiba - PR

Com a vovó, em Curitiba - PR


A novidade deste início de viagem será que teremos companhia. A Patrícia, mãe da Ana, segue conosco por uma semana. Vai até Foz e, quem sabe, uns dias no Paraguai também. Vai ser legal!

Então é isso. A Fiona já está carregada na garagem, pronta para partir. Despertator preparado também. Despedidas feitas, post escrito, a sorte está lançada! Vamos que vamos!

Noite de despedida da Luiza, em Curitiba - PR

Noite de despedida da Luiza, em Curitiba - PR



P.S. As fotos que ilustram esse post foram das despedidas desses últimos dias. A mais difícil, claro, da querida Luiza. Coisinha mais fofa!

Despedindo-se da Luiza, Dani e Dudu, em Curitiba - PR

Despedindo-se da Luiza, Dani e Dudu, em Curitiba - PR

Brasil, Paraná, Curitiba,

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Curitiba, (pen)Última Vez

Brasil, Paraná, Curitiba, Ilha do Mel

Com os cunhados e a sobrinha na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná

Com os cunhados e a sobrinha na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná


A festa do casamento foi até às seis da manhã de hoje. Uma das grandes vantagens de se casar na Ilha do Mel é que por lá não há carros e nem Lei Seca. Assim, bebemos e nos divertimos o quanto queremos e não corremos o risco de sermos atropelados por algum bêbado e nem de trombar nosso próprio carro em algum poste. A sobriedade deve ser mantida até o limite de ainda termos a capacidade de encontrar o caminho de volta para a nossa pousada naquele emaranhado de trilhas que existe na ilha. Como o sol já havia raiado, o dia iluminado ajuda bastante nessa tarefa!

Deixando a Ilha do Mel, no litoral do Paraná

Deixando a Ilha do Mel, no litoral do Paraná


Partindo da Ilha do Mel, no litoral do Paraná

Partindo da Ilha do Mel, no litoral do Paraná


Acordamos perto do meio dia e fomos despertar de verdade num delicioso banho de mar na Praia de Fora. De corpo e alma lavados, era a hora de partirmos e deixarmos para trás mais uma vez esse lugar que tanto amamos. Mas ainda vamos voltar! Nossos 1000dias começaram aqui e terminarão aí também!

Com a vó Odila e a tia Dri, no apartamento delas em Curitiba, no Paraná

Com a vó Odila e a tia Dri, no apartamento delas em Curitiba, no Paraná


Com a irmã Daniella, na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná

Com a irmã Daniella, na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná


Com amãe e a irmã na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná

Com amãe e a irmã na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná


Pegamos a barca de volta ao continente e voltamos para Curitiba. Amanhã embarcamos de volta para Bariloche, onde nos espera a Fiona. Antes disso, ainda deu tempo de um último evento social, uma última despedida. Fomos jantar na casa da Tia Dri, irmã mais nova da Patrícia. Lá também estavam nossa queridíssima vó Odila, a Dani (irmã da Ana) e o Dudu (marido da Dani) e, claro, a Luiza, filha dos dois e nossa sobrinha querida.

Reencontro com a sobrinha Luiza na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná

Reencontro com a sobrinha Luiza na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná


A sobrinha Luiza não para de crescer! (casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná)

A sobrinha Luiza não para de crescer! (casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná)


Muita festa, muita bagunça, mais uma despedida. Essa é nossa última passagem por Curitiba antes do fim dos 1000dias. Ao longo de toda essa expedição, passamos por aqui cinco vezes, sempre procurando alguma maneira de colocá-la na rota de nossos ziguezagues pelas Américas. Além de termos de resolver algumas burocracias, o razão principal para isso é clara: reencontrar nossos familiares queridos.

Dani e a Luiza, que está chegando! (Maio de 2010)

Dani e a Luiza, que está chegando! (Maio de 2010)


Luiza com mamãe e titias, em Curitiba - PR (Julho de 2010)

Luiza com mamãe e titias, em Curitiba - PR (Julho de 2010)


Todas essas passagens por Curitiba, além de servir para revermos familiares e amigos, tem uma outra função: mostrar que o tempo está passando. Na estrada, sem muito tempo para acompanhar notícias do país ou do mundo, sempre em lugares diferentes, vivemos numa espécie de “lapso temporal”. É claro que sabemos que os dias do mês e da semana estão passando, mas nada na prática indica que o próprio tempo anda. No espelho, estamos sempre iguais. Adultos não mudam de um mês par o outro, não envelhecem de um ano para o outro. Pelo menos, não na nossa idade. Perdemos a referência, simplesmente nos movemos no espaço sem nos mover no tempo. Uma situação ideal!

Paparicando a Luiza em Curitiba - PR (Setembro de 2010)

Paparicando a Luiza em Curitiba - PR (Setembro de 2010)


Tios orgulhosos, em Curitiba - PR (Junho de 2011)

Tios orgulhosos, em Curitiba - PR (Junho de 2011)


Mas, não é bem assim. E percebemos isso claramente nas nossas passagens e repassagens por Curitiba. Isso porque aqui está o nosso “relógio”. Ele atende pelo nome de Luiza, esse pequeno ser que ainda morava no confortável ventre de sua mãe quando iniciamos os 1000dias e que, a cada vez que a vemos, está maior, mais pesada, mais inteligente, mais sapeca. Com uma luva de película, é um verdadeiro tapa na cara a cada vez que a vemos: sim, o tempo está passando!

Almoço com a Luiza, em Curitiba - PR (Julho de 2011)

Almoço com a Luiza, em Curitiba - PR (Julho de 2011)


A Luiza, nossa linda sobrinha, em Curitiba, no Paraná (Setembro de 2013)

A Luiza, nossa linda sobrinha, em Curitiba, no Paraná (Setembro de 2013)


Bom, amanhã partimos para os últimos quatro meses de viagem. Muita coisa pela frente ainda, todo o cone sul do nosso continente, as paisagens patagônicas, montanhas, geleiras, etc... Mais um tempo para “não” passar. Pelo menos, até voltarmos de vez à Curitiba e vermos a Luiza de novo. Enfim, nada mais justo... uma viagem maravilhosa dessa tem de ter o seu preço.

Brincando com a sobrinha Luiza na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná

Brincando com a sobrinha Luiza na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná


Brincando com a sobrinha Luiza na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná

Brincando com a sobrinha Luiza na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná

Brasil, Paraná, Curitiba, Ilha do Mel,

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Lapinha e Bicame

Brasil, Minas Gerais, Lapinha

Observando a represa na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG

Observando a represa na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG


Realmente, foi um enorme prazer hoje acordar e olhar a paisagem que nos cercava. Apesar de já sabermos que seria bonita, uma coisa é ouvir e outra é ver com os próprios olhos! O pequeno distrito está bem no pé de uma imponente serra,boa parte de pedra. Até serviu para afastar o sono de mais uma noite curta demais. Ai, ai, precisamos de dias mais longos... umas quarenta horas talvez.

Início da caminhada para a Cachoeira Bicame, na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG

Início da caminhada para a Cachoeira Bicame, na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG


A Lapinha era praticamente desconhecida até uns dez anos. De lá para cá, vem ganhando fama e atraindo turistas e gente que vem morar aqui ou simplesmente comparar um terreno para fazer uma casinha. Assim, percebe-se que o distrito está em pleno crescimento. as pessoas vem atrás da calma, ar puro e belezas naturais da região. Principalmente mineiros de BH que é tão pertinho daqui.

Área de convívio da Pousada Travessia, na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG

Área de convívio da Pousada Travessia, na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG


Nossa pousada éuma delícia e o café da manhã tinha leite da vaca, pães e bolos caseiros, iogurte recém feito, frutas recém colhidas, granola recém torrada e por aí vai. Mais saudável, impossível. Principalmente coma vista para a montanha aqui em frente. A minha definição de paraíso, pelo menos de café da manhã no paraíso, é bem próximo disso.

Cachoeira do Bicame vista por baixo, na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG

Cachoeira do Bicame vista por baixo, na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG


O programa de hoje foi conhecer a mais bonita cachoeira da região, a Cachoeira do Bicame. Dez quilômetros de Fiona mais sete caminhando pelo alto da montanha, paisagens deslumbrantes para todos os lados. Ainda na parte da Fiona,onde só carros 4x4 podem passar, demos carona para um simpaticíssimo casal de mineiros, o Flávio e a Gislei, que nos acompanharam então no resto do passeio.

Nosso guia Walter procurando uma sombrinha ao pé da Cachoeira do Bicame, na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG

Nosso guia Walter procurando uma sombrinha ao pé da Cachoeira do Bicame, na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG


A cachoeira realmente é linda, um poço bem grande de águas avermelhadas, parecido com Coca-cola. É possível caminhar atrás das duas quedas d'água e com tanta beleza junta, quem vai pensar em frio?

Tomando banho na Cachoeira do Bicame, na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG

Tomando banho na Cachoeira do Bicame, na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG


Depois do lanche de pão e nosso inseparável queijo mineiro voltamos para a Lapinha para o nosso passaeio da tarde, marcado para as 15:30. Mas levamos o cano do Ivan, que nos levaria de barco através represa pare ver as pinturas rupestres do outro lado e com isso o nosso quarto dia de maratona do Cipó ficou incompleto. Nadamos, nadamos para morrer na praia... Bem, fazer o quê? O passeio ficoupara amanhã cedo e nós fomos para o boteco tomar uma mais que merecida gelada. Há males que vem para bem e lá conhecemos mais dois casais muito simpáticos, o Dedé e a Flor e a Carina e seu namorado. Foi uma tarde agradabilíssima conversando e nos divertindo com eles, contando e ouvindo causos numa típica conversa mineira. Êta trem bom, sô!

Área da Cachoeira do Bicame, na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG

Área da Cachoeira do Bicame, na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG


Final de tarde trabalhando um pouco no computador (não há internet nem celular na Lapinha!) e de noite fomos encontrar os novos amigos no boteco novamente. Mais conversa, mais cerveja, mais petiscos mineiros, vidinha bem mais ou menos mesmo.

Novos amigos em boteco na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG

Novos amigos em boteco na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG


Amanhã, a idéia é fazer logo cedo o passeio das pinturas rupestres e seguir para BH. A nossa tão esperada manhã em que não precisaríamos acordar cedo foi mais uma vez adiada. Com exceção da falta de tempo para dormir, esses dias aqui na região do Cipó foram muito, mas muito mesmo, legais. Não sei quantos dias aguentaríamos neste ritmo. Conhecer tantas pessoas interessantes, tantos visuais aluciantes, tantas comidas saborosas, tantas camas confortáveis, tudo isso em 4 dias, parece que vivemos mum mês nesses 4 dias. Espero não ter envelhecido tanto... hehehe

Primeira visão da Cachoeira do Bicame, na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG

Primeira visão da Cachoeira do Bicame, na Lapinha, região da Serra do Cipó - MG

Brasil, Minas Gerais, Lapinha, cachoeira, Parque, Serra do Cipó, Trekking, trilha

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Caiaque em Tofino

Canadá, Tofino

Delicioso passeio de caiaque nas águas tranquilas e geladas de Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá

Delicioso passeio de caiaque nas águas tranquilas e geladas de Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá


Chegando ontem perto de Tofino, nas últimas luzes do dia, percebemos em primeira mão porque estamos na chamada “Wet Coast” do Canadá. O céu, que estava limpo até então, cobriu-se de espessas nuvens. Como em tantos outros lugares ao longo da costa do Pacífico no nosso continente, os ventos úmidos que vem do mar se chocam com as montanhas costeiras, criando as nuvens, a chuva e tornando o ambiente propício para uma densa vegetação que só não é “tropical” porque não estamos nos trópicos.

Preparando-se para nosso passeio de caiaque em Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá

Preparando-se para nosso passeio de caiaque em Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá


Vestida para o passeio de caiaque em Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá

Vestida para o passeio de caiaque em Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá


Hoje, o dia amanheceu nublado novamente. Nada que nos impedisse de começar a aproveitar a riquíssima natureza da região. O programa escolhido foi um passeio de caiaque pelos canais, baías e ilhas ao redor de Tofino. O mar, protegido do oceano aberto pelas várias ilhas, vira uma verdadeira lagoa, tornando-se um lugar ideal para a prática dessa atividade.

Passeio de caiaque em Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá

Passeio de caiaque em Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá


Passeio de caiaque em Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá

Passeio de caiaque em Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá


As ilhas e canais podem deixar as águas calmas, mas de nada adiantam em relação à temperatura congelante do mar. Própria para baleias e orcas, mas não para seres humanos. Assim, para andar de caiaque, vestimos uma espécie de saia que se acopla com a entrada do barco, vedando-a. Foi a primeira vez na vida que andamos com esse aparato todo e eu fiquei impressionado com a eficiência dele. Quase três horas de remadas entre a ida e a volta e chegamos sequinhos. Muito legal!

Passeio de caiaque nas águas calmas e geladas de Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá

Passeio de caiaque nas águas calmas e geladas de Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá


Kelps, as enormes algas na região de Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá

Kelps, as enormes algas na região de Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá


Nós fomos em um grupo de seis pessoas e um guia, o simpático Andrew. Eu e a Ana num caiaque duplo que, além das nossas “saias” anti-água gelada, tinha um pedal para controlar o leme. Junte-se a isso o tapete que era o mar e nós navegamos como se flutuássemos pelo ar. Bem gostoso. O destino final era uma ilha com uma trilha em meio a uma floresta de árvores multicentenárias, que nunca foi explorada.

Um passeio pela mata de uma ilha próxima à Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, nos leva até árvores centenárias, quase sagradas! (na Columbia Britânica.no Canadá)

Um passeio pela mata de uma ilha próxima à Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, nos leva até árvores centenárias, quase sagradas! (na Columbia Britânica.no Canadá)


No caminho, fomos parando ao largo de praias e baías para o Andrew nos explicar coisas sobre a fauna, flores e nativos da região. Uma verdadeira aula prática de história, geografia, antropologia e ecologia. Muito legal. Por exemplo, finalmente aprendemos algo sobre uma espécie de alga que cresce em verdadeiras florestas no mar daqui, chamadas de Kelp. A gente sempre vê algumas delas na praia e ficamos impressionados com o seu tamanho. Hoje, tivemos a oportunidade de vê-las ainda vivas e aprender um pouco sobre sua biologia. Passamos também em frente a uma aldeia que está no mesmo lugar há mais de 5 mil anos. Ou seja, uma cidade muito mais velha que qualquer uma das metrópoles mundiais, como Londres, Paris ou Roma (nem vou citar as do nosso continente, que ainda vivem na infância!). Os habitantes eram notórios baleeiros. Não iguais a esses modernos, japoneses, que atiram nas pobres baleias do alto de seus navios com armas apontadas com lazer. Não! Esses saíam em suas canoas para quase 100 pessoas (feitas em um único tronco!), atiravam uma lança envenenada na baleia. Aí, um deles pulava na água (geladaaaaaa!) e amarrava a boca da baleia, para que ela não afogasse e afundasse. A canoa puxava a baleia para a praia mais próxima onde os nativos tentavam aproveitar cada centímetro daquelas dezenas de toneladas de matéria orgânica. Sustentava toda a tribo por um bom tempo! Posso ser contra a caça a baleia, mas como não tirar o chapéu para esse cara que pulava na água para amarrar a boca do gigantesco animal?

Um passeio pela mata de uma ilha próxima à Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, nos leva até árvores centenárias, quase sagradas! (na Columbia Britânica.no Canadá)

Um passeio pela mata de uma ilha próxima à Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, nos leva até árvores centenárias, quase sagradas! (na Columbia Britânica.no Canadá)


Confraternizando com uma árvore de 800 anos de idade, perto de Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá

Confraternizando com uma árvore de 800 anos de idade, perto de Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá


Enfim, chegamos à ilha e fizemos a trilha. Aí pudemos ver, com os próprios olhos, as tais árvores com as quais os nativos faziam suas grandes canoas. Que maravilhosas! Em frente a cada uma delas, a vontade é ajoelhar e rezar. Árvores que já estavam aqui muito antes de Colombo chegar ao continente. Mil anos de imponência e sabedoria! E por muito pouco tudo isso não virou lenha, há pouco menos de 30 anos. Foram os protestos aqui realizados para salvar essas mesmas árvores de uma grande lenhadora que tinha comprado os direitos de exploração da ilha que alavancaram o movimento ecológico mundial, no início da década de 80. Uma mistura de hippies e de expatriados americanos que buscaram refúgio por aqui para fugir da Guerra do Vietnã, ajudados por nativos que declararam esse um local sagrado para eles, conseguiram evitar a derrubada desses gigantes e hoje, caminhando por ali, só pude me tornar eternamente grato a eles. Que dádiva é estar em frente a uma árvore de quase dois mil anos (a mais velha delas) que se tornou um verdadeiro Jardim Botânico, de tantas plantas que crescem pelos seus galhos hoje em dia.

Depois do caiaque, caminhando por ilha próxima à Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá

Depois do caiaque, caminhando por ilha próxima à Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá


Depois das árvores, voltamos todos aos nossos caiaques e daí para Tofino. Amanhã passaremos por aqui também, explorando um pouco as praias que fizeram esse lugar famoso por todo o Canadá. Parece que não vem sol, mas também não vem chuva. Por falar nisso, Tofino também é famosa por suas tempestades violentas. Tão violentas que um novo tipo de turismo nasceu por aqui. Pessoas vão para perto das praias justamente durante as tempestades, para observar a fúria do mar. São os chamados “storm watchers”. Bem que eu gostaria, mas terá de ser em outra oportunidade...

Essa árvore, que mais parece um Jardim Botânico, pode ter 2 mil anos de idade! (em Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá)

Essa árvore, que mais parece um Jardim Botânico, pode ter 2 mil anos de idade! (em Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá)

Canadá, Tofino, British Columbia, trilha, Vancouver Island

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A Intensa Córdoba

Argentina, Córdoba

Plaza San Martín, centro de Córdoba, na Argentina

Plaza San Martín, centro de Córdoba, na Argentina


Na manhã do dia 24 deixamos a tranquila San Marcos Sierras rumo à capital da província e segunda maior cidade do país. Com quase 1,5 milhões de habitantes, Córdoba tem ares de metrópole, história de metrópole e arquitetura de metrópole, embora seu imponente centro histórico possa ser conhecido a pé, em um passeio de um dia (sem contar tempos de visitas aos inúmeros museus, claro!).

Plaza San Martín, centro de Córdoba, na Argentina

Plaza San Martín, centro de Córdoba, na Argentina


Iglesia del Sagrado Corazón - Padres Capuchinos, em Córdoba, na Argentina

Iglesia del Sagrado Corazón - Padres Capuchinos, em Córdoba, na Argentina


Nós não fizemos os 160 km que separam a pequena cidade da grande metrópole diretamente. No meio do caminho estava a casa da Cristina e do Anibal, os pais da nossa amiga Marianela, que havíamos conhecido há poucos dias lá em San Juan. Eles nos tinham convidado para visitá-los e, promessa feita, promessa cumprida! Passamos uma deliciosa tarde de chás e conversas com eles, assunto que vou tratar no próximo post, quando for falar do período mais triste e trágico da história recente argentina, que os dois viveram na pele.

Café da manhã na casa da mãe do Jorge, em Córdoba, na Argentina

Café da manhã na casa da mãe do Jorge, em Córdoba, na Argentina


Com a irmã e sobrinha do Jorge, na casa deles em Córdoba, na Argentina

Com a irmã e sobrinha do Jorge, na casa deles em Córdoba, na Argentina


Enfim, já quase escurecia quando chegamos à Córdoba. Aí, seguimos diretamente para a casa da família do Jorge, um outro amigo que fizemos nesses 1000dias. Ele, junto com a sua querida namorada Belen, viajaram por toda a América Latina com um lindo projeto de fazer as pessoas rirem, principalmente as crianças. Os dois são artistas, fazem teatro de marionetes e levavam ou viajavam em seu palco ambulante: um autêntico Citroen 2CV, um dos mais tradicionais carros argentinos. Nós os conhecemos em Playa del Carmén, no México (veja o post aqui) e, desde então, mantemos algum contato pela internet. Eles já estavam de volta da viagem há algum tempo e, ao saber que passaríamos por perto, nos convidaram para ficar com eles.

Junto com o Jorge e seu possante veículo, que o levou até o México! (em Córdoba, na Argentina)

Junto com o Jorge e seu possante veículo, que o levou até o México! (em Córdoba, na Argentina)


Despedida de nosso amigo Jorge e sua família, em frente a sua casa em Córdoba, na Argentina

Despedida de nosso amigo Jorge e sua família, em frente a sua casa em Córdoba, na Argentina


O Jorge voltou a morar na casa da sua mãe e foi aí que nos receberam, toda a família, com muito carinho. Por aqui passamos duas noites, sempre uma delícia trocar um hotel por um lar, o que nos fazer sentir mais perto de casa. Por mais que estejamos acostumados com a rotina de viagem e de hotéis, nada substitui a convivência familiar. Até as pequenas coisas, como pedir uma pizza para comer em casa, todo mundo junto, como foi nosso primeiro jantar em Córdoba na casa deles. Só para jogar conversa fora, botar o papo em dia e falar de planos futuros. Muito joia!

Iglesia del Sagrado Corazón - Padres Capuchinos, em Córdoba, na Argentina

Iglesia del Sagrado Corazón - Padres Capuchinos, em Córdoba, na Argentina


Hoje pela manhã, enquanto os dois foram trabalhar, nós fomos com a Fiona para o centro da cidade, para ver de perto a mais bem conservada arquitetura colonial do país. Combinamos que, de noite, depois do trabalho, eles nos levariam para sentirmos um gostinho da afamada night cordobense.

A Catedral de Córdoba, na Argentina

A Catedral de Córdoba, na Argentina


Interior da Catedral de Córdoba, na Argentina

Interior da Catedral de Córdoba, na Argentina


Então, tratamos de encontrar um estacionamento no centro para começar a gastar sola de sapato. Córdoba foi fundada no final do séc. XVI e logo se tornou um importante centro na rota que unia a Argentina com o Peru, passando por Potosi. Como já disse em outro post, todo o comércio das colônias sul-americanas com a Espanha era centralizado em Lima. Assim, se esquecermos o contrabando (que não era pouco!), tudo o que se produzia em terras portenhas viajava no lombo de burro através do continente, passando por cidades como Córdoba.

O Cabildo, ou prefeitura de Córdoba, na Argentina

O Cabildo, ou prefeitura de Córdoba, na Argentina


Pátio interno do Cabildo de Córdoba, na Argentina

Pátio interno do Cabildo de Córdoba, na Argentina


Outro grande impulso à vida da cidade foi a chegada dos Jesuítas, já no início do séc. XVII. A mais importante ordem religiosa daqueles tempos transformou Córdoba em sua capital nessa parte do mundo, fundando, organizando e controlando todas suas missões religiosas a partir daqui. Na própria cidade, tinham uma área só para eles, a famosa “Manzana Jesuítica”, uma das principais atrações turísticas da cidade nos dias de hoje. Aí tinham sua bela igreja, seus colégios e até a primeira universidade do país e a terceira do continente.

Manzana Jesuítica, em Córdoba, na Argentina

Manzana Jesuítica, em Córdoba, na Argentina


O belo interior da igreja do sagrado Coração de Jesus, em Córdoba, na Argentina

O belo interior da igreja do sagrado Coração de Jesus, em Córdoba, na Argentina


Falando em universidades, Córdoba sempre se destacou pela vida estudantil, hoje sede de inúmeras outras universidades onde estudam milhares de pessoas. E vida estudantil, todos sabem, é sempre sinônimo de muita agitação. Agitação cultural e política! Por isso a cidade tem tantos bares, teatros, museus e restaurantes. E por isso também sempre foi palco de manifestações e movimentos que mudariam a cara do país. Como no caso da reforma universitária no início do séc. XX, ou do movimento que derrubou Perón na década de 50, ou do movimento que o trouxe de volta no início da década de 70, o famoso “Cordobazo”. Foi por isso também que Córdoba (e seus estudantes!) foi uma das cidades que mais sofreu com a repressão violenta do período militar do final da década de 70.

Caminhando em rua comercial de Córdoba, na Argentina

Caminhando em rua comercial de Córdoba, na Argentina


Propaganda de bar em Córdoba, na Argentina

Propaganda de bar em Córdoba, na Argentina


Bom, foi isso que fizemos durante todo o dia de hoje: caminhar pelas ruas e história da cidade. O cuidado era só não conseguir um belo torcicolo, de tanto olhar para cima, para admirar a arquitetura monumental dos prédios e fachadas.

O cachorro não parece muito preocupado com o ônibus do city-tour de Córdoba, na Argentina

O cachorro não parece muito preocupado com o ônibus do city-tour de Córdoba, na Argentina


Na Plaza San Martín, centro da cidade, destacam-se o Cabildo e a Catedral. Os dois prédios demoraram quase 200 anos para serem construídos, entre os sécs. XVI e XVIII e merecem ser vistos, por fora e por dentro! Aliás, a catedral certamente se destaca mais pelo seu belo interior enquanto, no Cabildo, o que chama a atenção são os seus arcos de pedra.

Manifestações de rua, muito comuns na Argentina de hoje (em Córdoba)

Manifestações de rua, muito comuns na Argentina de hoje (em Córdoba)


A mais bela igreja, entre tantas que que há, é a do sagrado Coração, dos irmãos Capuchinos. Arquitetura gótica, cheia de torres bem pontudas que parecem querer cortar o céu. Foi aí do lado, no Paseo Bom Pastor que presenciamos uma das mais curiosas cenas do dia, uma excursão de freiras bem animadas que queria ver e fotografar tudo virando, elas mesmas, alvo de fotografias!

Freiras posam para foto em Córdoba, na Argentina

Freiras posam para foto em Córdoba, na Argentina


Placa informativa sobre a terrível história da Passagem Santa Catalina, em Córdoba, na Argentina

Placa informativa sobre a terrível história da Passagem Santa Catalina, em Córdoba, na Argentina


Nosso último programa no centro, além de um delicioso almoço em um dos cafés da cidade, foi visitar a “Pasaje Santa Catalina”. Apesar do nome tão simpático, a história é pesadíssima por aí. Era onde se puniam escravos e indígenas que se revoltavam e onde estava a delegacia da cidade. O que nos atraiu foi um museu que homenageia as vítimas da repressão dos anos 70. Como já disse antes, esse será o assunto do próximo post...

O famoso Palacio Ferreyra, em Córdoba, na Argentina

O famoso Palacio Ferreyra, em Córdoba, na Argentina


Museu de Bellas Artes, em Córdoba, na Argentina

Museu de Bellas Artes, em Córdoba, na Argentina


Ao lado do centro e ainda bem perto para podermos caminhar até lá está o bairro de Nova Córdoba, construído no início do século passado para abrigar a nascente burguesia. Lá está o belíssimo museu de Bellas Artes e o Palacio Ferreyra, uma enorme mansão que simboliza o glamour daquela época. Também aí está o principal parque da cidade, com jardins verdes por onde correm e passeiam as pessoas que querem fugir do caos urbano. Foi o que fizemos também, descansando e respirando o ar puro do Parque Sarmiento, antes de voltar para a Fiona e irmos encontrar o Jorge e a Belen.

Passeando no Parque Sarmiento, o principal de Córdoba, na Argentina

Passeando no Parque Sarmiento, o principal de Córdoba, na Argentina


Paseo Bom Pastor, em Córdoba, na Argentina

Paseo Bom Pastor, em Córdoba, na Argentina


De noite, voltamos todos juntos para o centro da cidade, mas tivemos a honra de vir no valente Flecha Negra, o carrinho que os levou até o México. Eles nos levaram até uma vizinhança lotada de bares e escolhemos um para tomarmos nossa cervejas e continuarmos a conversa da noite anterior. Assunto inesgotável, claro! Só que eles tinham de trabalhar no dia seguinte, então voltamos para casa ainda em horário civilizado, enquanto a cidade ainda fervia de movimento. Córdoba não tem força econômica de Rosário, a terceira maior cidade do país, mas sua força cultural é imbatível.

Com a Belen, prontas para sair na noite de Córdoba, na Argentina

Com a Belen, prontas para sair na noite de Córdoba, na Argentina


Com nossos amigos Jorge e Belen, na agitada noite de Córdoba, na Argentina

Com nossos amigos Jorge e Belen, na agitada noite de Córdoba, na Argentina


No dia 26, pela manhã, era hora de continuarmos nossa viagem. Despedimo-nos mais uma vez dos nossos amigos e da amável família que nos recebeu tão bem. Estávamos com baterias carregadas e prontos para enfrentar os hotéis novamente. Se bem que, para o dia de hoje, era mais um amigo que nos esperava!

Com nossos amigos Jorge e Belen, na agitada noite de Córdoba, na Argentina

Com nossos amigos Jorge e Belen, na agitada noite de Córdoba, na Argentina

Argentina, Córdoba, Arquitetura

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Da Casa da Chica ao Armazém

Brasil, Minas Gerais, Diamantina

Chica da Silva, em Diamantina - MG

Chica da Silva, em Diamantina - MG


Um dos personagens mais interessantes das Minas Gerais do século XVIII, auge do ciclo do ouro e mineração do Brasil colonial, foi a mulata Chica da Silva. Nasceu escrava, filha de um delegado com uma escrava, ganhou sua carta de alforria aos 17 anos de um amante com quem teve dois filhos e depois conquistou o coração do principal representante da corôa na região de Diamantina, tornando-se a mulher mais poderosa da sociedade local.

Fachada da casa de Chica da Silva em Diamantina - MG

Fachada da casa de Chica da Silva em Diamantina - MG


Sua casa é bem maior que a de JK e lendo sobre sua história descobrimos que ela não era flôr que se cheirasse. Não sei o quanto há de exagero no que se fala sobre ela, imagino que há muito, mas ela judiava bastante de seus próprios escravos, mandando arrancar todos os dentes de uma escrava de quem tinha ciúmes e castrar outro escravo que a olhou desrespeitosamente. Bom, histórias à parte, ela parecia ser linda, assim como ainda é o casarão onde ela morava. Visita obrigatória para quem visita Diamantina!

Placa indicativa em Diamantina - MG

Placa indicativa em Diamantina - MG


A estrada para Milho Verde não está em boas condições. Mas não por muito tempo. O governo mineiro está asfaltando a estrada desde Serro até Diamantina, tornando os pequenos arraiais desta região muito mais acessíveis. Para felicidade de muitos e tristeza de outros tantos. Certamente, boa parte do romantismo e senso de aventura será perdido. Mas, para os moradores, o acesso à saúde e a um turismo maior trará suas benesses. Aos poucos, o Brasil dos nossos pais está morrendo e sendo substituído pelos Brasil dos nossos filhos. É a marcha inexorável do tempo, para tristeza dos nostálgicos...

Aqui em Milho Verde o frio chegou e o sol partiu. Já fazia muito tempo que não víamos nuvens. Nem nós nem a região, que não vê chuva desde março. Almoçamos no meio da tarde uma comida bem caseira, esquentada no fogão à lenha e de noite fomos ao Armazém, o mais conhecido bar da região. Mais do que bar, é um espaço cultural. Da outra vez que estive aqui, há dez anos, já era lá que as pessoas se encontravam. A dona é a simpática Rita e ela vende dezenas e dezenas de tipos de pinga. Tem até uma com uma cobra dentro! Ficamos nas mais normais, como a de jaboticaba e a de laranja. Uma delícia!

Lá, conhecemos o Paulinho, amigo da Rita. Uma verdadeira figura que nos rendeu uma boa hora de papo, até descobrirmos que ele tinha sido escoteiro. Aí, outra hora de papo com a Ana, outra ex-escoteira convicta. De tanta conversa, nasceu a idéia para o dia de amanhã: vamos subir o maior pico da região e de toda a Serra do Espinhaço, o Pico do Itambé, com mais de dois mil metros de altura. Vamos aproveitar o friozinho e dar um tempo nas cachoeiras e revisitar as montanhas. Para o alto e avante!

Brasil, Minas Gerais, Diamantina,

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Serra dos Órgãos - 1a Parte

Brasil, Rio De Janeiro, Serra dos Órgãos

Admirando a vista espetacular do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Admirando a vista espetacular do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


A Serra dos Órgãos, a cerca de uma hora de carro do Rio de Janeiro, é um pedacinho da Serra do Mar. Mas não é um pedacinho qualquer. Superando os 2 mil metros de altitude, possui algumas das mais belas e dramáticas paisagens dessa cadeia de montanhas que se estende de Santa Catarina até o próprio Rio de Janeiro, com quase 1.500 kms de comprimento. Nessa sua porção fluminense, localizada entre os municípios de Petrópolis, Teresópolis, Magé e Guapimirim, foi criado um Parque Nacional para proteger seu frágil ecossistema e suas paisagens grandiosas. É o terceiro parque mais antigo do Brasil, criado ainda em 1939, e tem justamente o nome de Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Entre seus mais famosos frequentadores e admiradores estão a antiga família real brasileira e o presidente Getúlio Vargas.

Nosso caminho entre o Rio de Janeiro e a portaria do Parque Nacional da Serra dos Órgãos em Petrópolis, passando pelo Dedo de Deus e por Teresópolis

Nosso caminho entre o Rio de Janeiro e a portaria do Parque Nacional da Serra dos Órgãos em Petrópolis, passando pelo Dedo de Deus e por Teresópolis


Na região de Teresópolis, o Dedo de Deus, formação rochosa mais conhecida da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Na região de Teresópolis, o Dedo de Deus, formação rochosa mais conhecida da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Passando pelo mirante do Dedo de Deus, a caminho de Teresópolis e da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Passando pelo mirante do Dedo de Deus, a caminho de Teresópolis e da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


A beleza lendária desse parque pode ser admirada de longe, já que suas enormes montanhas são facilmente avistadas desde a cidade do Rio de Janeiro. Para quem segue pela estrada até Teresópolis, sua mais famosa formação rochosa, o Dedo de Deus, nos cativa os olhos desde o primeiro momento que o avistamos. Ao longo da estrada há diversos mirantes e a profusão de montanhas logo explica o nome da região dado pelos antigos portugueses que aqui passavam. Encavaladas umas nas outras, elas se parecem com os órgãos das enormes catedrais européias.

Chegando à entrada do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no lado de Petrópolis, no Rio de Janeiro

Chegando à entrada do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no lado de Petrópolis, no Rio de Janeiro


Prontos para começar a caminhada de três dias até Teresópolis, ainda na entrada do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no lado de Petrópolis, no Rio de Janeiro

Prontos para começar a caminhada de três dias até Teresópolis, ainda na entrada do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no lado de Petrópolis, no Rio de Janeiro


Mas, muito mais belo do que vê-lo de longe, é vê-lo bem de perto. O parque tem duas entradas principais, uma em Teresópolis e outra em Petrópolis. As duas entradas dão acesso a atrações próximas, como cachoeiras e trilhas curtas através de bosques e florestas. Porém, a maior e mais famosa atração do parque é uma trilha com cerca de 30 km que atravessa o parque e liga essas duas portarias principais. Estou falando da famosa Travessia da Serra dos Órgãos, considerada por muitos como a trilha mais bonita do Brasil.

Mapa completo da travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Mapa completo da travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Mapa do nosso primeiro dia na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, saindo da Portaria Petrópolis e chegando ao Castelo do Açu

Mapa do nosso primeiro dia na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, saindo da Portaria Petrópolis e chegando ao Castelo do Açu


Eu já fiz essa trilha uma vez há quase quinze anos (vou falar disso mais adiante), e é mesmo inegável sua beleza cênica. Mas, tendo feito tantas outras trilhas pelo país afora, não me arriscaria a dizer que ela é mesmo a mais bela. Posso dizer, isso sim, que não há trilha mais bonita do que essa no Brasil, mas estamos falando de belezas distintas e incomparáveis entre si. Caminhar pela Chapada Diamantina ou dos Veadeiros, por Lençóis Maranhenses ou pelos cânions do sul do Brasil também são experiências especiais e inesquecíveis. Enfim, cada uma com a sua beleza.

Sinalização na trilha que corta o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Sinalização na trilha que corta o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Pequena cascata ainda na parte baixa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, lado de Petrópolis, no Rio de Janeiro

Pequena cascata ainda na parte baixa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, lado de Petrópolis, no Rio de Janeiro


E a beleza da Serra dos Órgãos é realmente de cair o queixo. Nós tentamos vir ao parque quando passamos pelo estado no início da expedição 1000dias, mas São Pedro não cooperou conosco. A melhor época para fazer essa travessia é durante o inverno, quando o tempo é mais frio, mas o céu é mais limpo. No verão, a chance de chuva é grande. No final de setembro de 2010, não tivemos a nossa chance. Agora, no início de Agosto, a previsão nos deu uma janela de 2-3 dias de céu azul e nós resolvemos aproveitar. Além do frio, só precisamos nos cuidar com tempestades elétricas, aquelas com muitos raios, bastante comuns nessa época. Lá no alto do parque, sem árvores, nós somos um verdadeiro magneto para os raios e, infelizmente, já houve diversos casos de pessoas atingidas e mortas por lá. Enfim, temos os nossos dias de tempo claro para tentar.

Chegando à Gruta do Presidente, local preferido de Getulio Vargas no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Chegando à Gruta do Presidente, local preferido de Getulio Vargas no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Momento de descanso e reflexão na Gruta do Presidente, início da trilha que atravessa o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Momento de descanso e reflexão na Gruta do Presidente, início da trilha que atravessa o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


A travessia pode ser feita em qualquer um dos dois sentidos, Petrô-Terê ou Terê-Petrô, mas a primeira alternativa é preferível. Não porque seja mais fácil, pois no quesito esforço, elas são bem equivalentes. Nos dois casos, começamos a caminhar na parte baixa do parque, a uns 1.100 metros de altitude, e temos de subir até os 2.200 metros. Aí, ficamos alternado entre vales e cristas de montanhas com diferenças de altitudes de 200 metros até que chegamos à descida do outro lado, para atingirmos a portaria de saída nos mesmos 1.100 metros. Na verdade, a diferença entre elas é que quando seguimos em direção a Teresópolis, temos as montanhas mais belas e emblemáticas à nossa frente, como o Dedo de Deus, o Garrafão e a Pedra do Sino. No sentido Petrópolis, essas montanhas passam a maior parte do tempo nas nossas costas e é bem mais trabalhoso ficar admirando-as.

Vegetação no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Vegetação no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Subindo o Morro do Açu, parada para admirar a vista do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Subindo o Morro do Açu, parada para admirar a vista do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Subindo o Morro do Açu, a vista começa a ficar mais ampla na trilha que corta o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Subindo o Morro do Açu, a vista começa a ficar mais ampla na trilha que corta o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Eu já sabia disso desde que comecei a me interessar em fazer essa caminhada, no início da minha vida de mochileiro no final da década de 80. Demorou, mas consegui vir para cá em meados da década de 90, em viagem solo. Não foi durante o inverno e era dia de semana. Resultado: não havia quase ninguém no parque. Numa época pré-nternet, desenhei mapas depois de conversas com gente que já havia feito a caminhada antes. Assim, me meti na trilha sem guia mesmo, seguro de que daria tudo certo. Começou tudo bem e, após o primeiro dia de caminhada, cheguei ao Castelo do Açu. Mas o tempo virou de madrugada e, na manhã seguinte, não se via um palmo diante do nariz. Trilha mal sinalizada, eu tentei, tentei, mas era impossível seguir adiante. Sem a referência das montanhas, não havia como saber a direção a seguir. Tive que botar o rabinho entre as pernas e abortar a tentativa, voltando para a mesma portaria e tentando me convencer que o que eu já tinha visto no dia anterior já era o bastante. Claro que o mais bonito tinha mesmo ficado para trás, escondido pelas nuvens. Mas fiz muito bem em voltar. É muito comum que pessoas se percam nesse trecho da trilha a partir do Castelo do Açu.

Aproveitando o ar puro do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Aproveitando o ar puro do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Cada vez mais altos no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro. Um pouco abaixo de nós, um outro grupo de turistas também descansa depois da forte subida

Cada vez mais altos no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro. Um pouco abaixo de nós, um outro grupo de turistas também descansa depois da forte subida


1000dias na trilha que atravessa o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

1000dias na trilha que atravessa o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Fiquei com essa trilha engasgada por mais meia década, quando tive nova chance. Dessa vez, acompanhado de primos e amigos, durante a temporada certa. Novamente, fomos sem guia. Só que dessa vez deu certo. Mas, mesmo com tempo limpo e mais pessoas, também chegamos a nos desviar da trilha e seguir por caminhos alternativos. O problema é que muita gente se perde por ali e essas trilhas secundárias vão se alargando cada vez mais. Com um pouco de senso de direção e as montanhas a nos guiar, voltamos ao caminho correto, mas o estrago à natureza já foi feito, infelizmente. Enfim, finalmente pude conhecer a trilha por inteiro e é realmente maravilhosa. Lá do alto da pedra do Sino, já na parte final da caminhada, pudemos vislumbrar toda a Baía da Guanabara. Foi espetacular!

Meio da tarde e uma belíssima lua quase cheia aparece para nos acompanhar no 1o dia de travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Meio da tarde e uma belíssima lua quase cheia aparece para nos acompanhar no 1o dia de travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Prestando a devida reverência à enorme lua que nos acompanha ao final do nosso 1o dia de caminhada na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Prestando a devida reverência à enorme lua que nos acompanha ao final do nosso 1o dia de caminhada na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Por isso, jamais pensamos em deixar esse parque fora dos 1000dias. Ainda mais que a Ana ainda não o conhecia. Ela, que caminhou pelo Grand Canyon e pelo Torres del Paine, era inconcebível que não passasse pelo nosso campeão. Então, já no nosso P.S. dos 1000dias, enfim chegamos à Serra dos Órgãos!

A paisagem grandiosa da parte alta do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

A paisagem grandiosa da parte alta do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


A paisagem grandiosa da parte alta do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

A paisagem grandiosa da parte alta do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Mapa topográfico da trilha no nosso 1o dia de caminhada na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, da entrada de Petrópolis ao Castelo do Açu. Nesse tipo de mapa, linhas próximas significam terreno mais íngrime

Mapa topográfico da trilha no nosso 1o dia de caminhada na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, da entrada de Petrópolis ao Castelo do Açu. Nesse tipo de mapa, linhas próximas significam terreno mais íngrime


Nós saímos do Rio bem cedinho rumo a Teresópolis. Nosso plano era fazer a caminhada a partir de Petrópolis, mas depois de muito confabular, decidimos que seria melhor deixar o carro na portaria de Teresópolis, no final da nossa trilha. Primeiro, porque ela é maior e o carro ficaria mais seguro. Segundo porque seria melhor enfrentar o trecho de ônibus entre as duas cidades agora, que estávamos descansados, que depois, quando estaríamos exaustos e famintos. Assim, pudemos aproveitar a beleza da estrada de Teresópolis agora e já começamos a entrar no clima da Serra dos Órgãos. Afinal, é dessa estrada que melhor se enxerga do Dedo de Deus, a montanha mais icônica desse parque. Depois, encontramos um bom lugar para deixar a Fiona lá dentro do parque, o mais perto possível do final da trilha. Por fim, descolamos um táxi para nos levar até a rodoviária da cidade. Aí tomamos um ônibus que nos levou até Petrópolis pela curvilínea estrada que rodeia a parte norte do parque. Não é longa, mas é bem demorada. Lá chegando, mais um táxi para nos levar à portaria desse outro lado do parque. O taxista nunca havia ido até lá, mas quem tem boca chega a Roma. Vamos pelo bairro de Correia e depois, ainda tem um bom trecho de estrada de terra. O táxi era bem baixo e o taxista não gostou nada disso. Corrida até lá, nunca mais, ele jurou! Como pode, mora na cidade faz anos e anos e nunca esteve no parque. Vai entender...

Marcações sobre as rochas nos ajudam a encontrar o caminho a seguir na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Marcações sobre as rochas nos ajudam a encontrar o caminho a seguir na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Trilha na parte alta do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, a caminho do Castelo do Açu

Trilha na parte alta do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, a caminho do Castelo do Açu


Fim de tarde na parte alta do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, a caminho do Castelo do Açu

Fim de tarde na parte alta do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, a caminho do Castelo do Açu


Depois dessa verdadeira epopeia, já era quase meio dia quando, enfim, pusemos nossos pés na trilha. Antes disso, pagamos nossos ingressos e os custos de dois dias de pernoite no parque. Nas mochilas, além da barraca e dos sacos de dormir, muita comida, fogareiro e, claro, roupas para o frio. Pesadas no início, sabemos que, aos poucos, vão ficar mais leves, conforme consumimos as frutas, pães, queijos, legumes, chocolates e massas que levamos.

A baía da Guanabara, a cidade do Rio e o maciço da Tijuca vistos do alto da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro.

A baía da Guanabara, a cidade do Rio e o maciço da Tijuca vistos do alto da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro.


A baía da Guanabara, a cidade do Rio e o maciço da Tijuca vistos do alto da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro. À esquerda, a silhueta inconfundível da Pedra da Gávea, onde estivemos poucos dias atrás

A baía da Guanabara, a cidade do Rio e o maciço da Tijuca vistos do alto da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro. À esquerda, a silhueta inconfundível da Pedra da Gávea, onde estivemos poucos dias atrás


A caminhada, como já disse, começa na parte baixa do parque. Seguimos ao lado de um rio subindo vagarosamente pelo Vale do Bonfim. São cerca de 40 minutos até a chamada Gruta do Presidente e, logo ao lado, a cachoeira do Véu da Noiva. Muita gente vem até aqui e retorna, um agradável passeio diário. Quem gostava de fazer esse percurso era Getúlio Vargas. Gostava de ir até a gruta, que posteriormente foi rebatizada para homenageá-lo. Aí, dizem, costumava se inspirar e refletir sobre os grandes problemas da nação. Nós também tivemos nossos momentos de inspiração na gruta famosa, além de irmos molhar nossos pés na cachoeira que, nessa época do ano, é praticamente seca.

Cada vez mais próximo do Castelo do Açu, ao final do 1o dia de caminhada na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Cada vez mais próximo do Castelo do Açu, ao final do 1o dia de caminhada na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


A paisagem montanhosa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

A paisagem montanhosa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Como tínhamos começado tarde a caminhar, não pudemos ficar muito tempo. Ainda mais que a parte dura da caminhada só começava a partir dali. Agora sim a trilha começa a subir, ziguezagueando montanha acima. São mais 50 minutos de esforços até chegarmos à chamada Pedra do Queijo, nome dado por algum mineiro, provavelmente. Sobre ela, podemos relaxar um pouco e ter nossa primeira visão mais ampla da paisagem, o Vale do Bonfim já ficando bem para baixo e podendo admirar as montanhas mais altas que cercam Petrópolis.

O Morro do Marco, à esquerda, e o castelo do Açu, à direita, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

O Morro do Marco, à esquerda, e o castelo do Açu, à direita, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


O famoso Castelo do Açu, onde passamos a primeira noite no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

O famoso Castelo do Açu, onde passamos a primeira noite no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Depois do descanso no Queijo, são outros 40 minutos de subida até um ponto conhecido como Ajax, onde encontramos uma parte mais plana e onde há um pouco de água corrente. Seria um ótimo lugar de acampamento, mas isso não é permitido por lá. Só podemos descansar e nos reenergizar para o próximo trecho, justamente aquele que tem a subida mais íngrime desse primeiro dia de caminhada. Já está bastante erodido e é conhecido como Isabeloca. O nome é uma homenagem à Princesa Isabel que, muito antes de Getúlio, costumava vir até aqui. Em lombo de burro, claro!

Na base do Castelo do Açu, iluminado pela última luz do sol, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Na base do Castelo do Açu, iluminado pela última luz do sol, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Entrando no salão interno do Castelo do Açu, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Entrando no salão interno do Castelo do Açu, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


No alto da Isabeloca chegamos ao chamado Chapadão, o nome do trecho alto do parque. Agora, já estamos acima dos 2.200 metros de altitude e a vista é sublime. Lá na frente, a silhueta inconfundível do Castelo do Açu, uma formação rochosa que lembra uma fortaleza de pedra. Minha terceira vez por aqui, já até começo e me sentir íntimo com ele.

Luz de fim de tarde ilumina as montanhas do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Luz de fim de tarde ilumina as montanhas do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


O sol se põe a 2 mil metros de altirude no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

O sol se põe a 2 mil metros de altirude no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Fomos uns dos últimos a chegar até aqui, um dos pontos oficiais de camping da travessia. Tem até um belo refúgio, inaugurado recentemente. Para quem prefere uma cama, é uma ótima pedida, desde que seja reservado com bastante antecedência. Não era o nosso caso, que carregávamos a barraca nas costas. Sem muita dificuldade, encontramos um lugar para armar nossa barraca atrás do Castelo e com vista para a Baía da Guanabara. Montamos ela rapidamente, aproveitando o resto de luz. Depois, eu fui apresentar para a Ana o incrível salão interno natural dentro do Castelo do Açu. Foi onde dormi naquela primeira vez por aqui, mas o piso não é muito confortável não, todo de pedra. Mas o salão me protegeu bastante da tempestade da noite!

Preparando nosso delicioso jantar na 1a noite da nossa travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, na nossa barraca no Castelo do Açu

Preparando nosso delicioso jantar na 1a noite da nossa travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, na nossa barraca no Castelo do Açu


Macarrão enriquecido com muitos legumes na nossa 1a noite na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, aos pés do Castelo do Açu

Macarrão enriquecido com muitos legumes na nossa 1a noite na travessia do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, aos pés do Castelo do Açu


Hoje, não tínhamos de nos preocupar com isso. O céu era só estrelas e uma lua maravilhosa. Aliás, a mesma lua que nos acompanhou no final de tarde enquanto subíamos a Isabeloca. Estava simplesmente divina no céu. A luz do luar até nos ajudou na iluminação enquanto cozinhávamos nosso substancioso jantar. Um macarrão enriquecido com muitos legumes, obra-prima da Ana. Bastante energia para a longa caminhada de amanhã.

Acima dos 2 mil metros de altitude, no Castelo do Açu, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, observando as luzes da baixada fluminense e da cidade do Rio de Janeiro

Acima dos 2 mil metros de altitude, no Castelo do Açu, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, observando as luzes da baixada fluminense e da cidade do Rio de Janeiro


Acima dos 2 mil metros de altitude, no Castelo do Açu, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, observando as luzes da baixada fluminense e da cidade do Rio de Janeiro

Acima dos 2 mil metros de altitude, no Castelo do Açu, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, observando as luzes da baixada fluminense e da cidade do Rio de Janeiro


Aos pés do Castelo do Açu, quase aos 2.200 metros de altitude, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, a nossa barraca e a Ana, no esculo, observando as luzes da Baixada Fluminense ao fundo

Aos pés do Castelo do Açu, quase aos 2.200 metros de altitude, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, a nossa barraca e a Ana, no esculo, observando as luzes da Baixada Fluminense ao fundo


Mas antes de dormirmos, ainda fomos curtir a noite do lado de fora. A Baixada Fluminense estava toda acesa, delineando os contornos da Baía da Guanabara. Tão longe e tão próxima! Difícil acreditar que ela estava a mais de 2 mil metros abaixo de nós, além de dezenas e dezenas de quilômetros de distância horizontal. Que beleza! Fomos dormir inspirados e preparados para levantar bem cedo. Afinal, perder o espetáculo do nascer-do-sol aqui em cima seria um verdadeiro pecado!

O Castelo do Açu iluminado pela lua e pelas estrelas, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

O Castelo do Açu iluminado pela lua e pelas estrelas, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro


Dormindo o sono dos justos, após um dia de caminhada até o Castelo do Açu, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Dormindo o sono dos justos, após um dia de caminhada até o Castelo do Açu, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

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Na Estrada Outra Vez

México, Morelia


Nosso caminho saindo da Cidade do México, passando por Morelia, Guanajuato e Guadalajara e chegando em Mazatlán, onde vamos pegar o ferry para La Paz, já na Baja California

Já estávamos meio desconfiados, quando chegamos tarde ao apartamento no dia 03. Mesmo quando o pessoal do conserto cumpriu a promessa e trouxe a Nikon bem cedinho na portaria do prédio, para que pudéssemos viajar, o ânimo não era forte. Fomos adiando, adiando e, já no final da manhã, concordamos em partir só na segunda, dia 05 (hoje!). O resto do dia 04 seria passado tranquilamente, sem stress, internet e tempo à vontade, no conforto do apartamento do Rodrigo.

Caminhando na praça da Catedral de Morelia, no México

Caminhando na praça da Catedral de Morelia, no México


Aproveitamos também para definir nosso roteiro até a Baja California. A primeira parada seria na colonial Morelia. De lá, seguiremos para Guanajuato, famosa por seus túneis. Depois, Guadalajara, a cidade mais brasileira do México desde a época de Pelé, Tostão, Gerson e Jairzinho. Por fim, vamos à Mazatlán, já na costa do Pacífico. De lá, pegamos um ferry que atravessa o Mar de Cortes em 16 horas de viagem e nos levará à Baja California. Serão 1.250 km de estradas para nos levar da capital para a boca do Golfo da California. Uma distância semelhante nos espera do lado de lá, subindo a península, até Tijuana e San Diego, já nos EUA. De pouco em pouco, chegaremos ao Tio Sam!

Interior da Catedral de Morelia, no México

Interior da Catedral de Morelia, no México


Enfim, hoje cedo não teve desculpas e saímos logo de viagem, nos despedindo do Rodrigo que nos recebeu tão bem aqui na Cidade do México. Jamais esqueceremos! Com pressa, optamos por seguir pelas caras estradas pedagiadas. Caras, mas bem conservadas e eficientes. Sempre existe uma alternativa de estrada livre. Tem tráfego bem mais pesado e cortam várias cidades pequenas. Para quem tem tempo e paciência, é uma boa opção. Não era o nosso caso e fomos pela “cuota” (como elas são chamadas aqui) mesmo. Muitas vezes as duas estradas correm em paralelo e temos aquela sensação de desperdício de dinheiro (não nosso, mas do país). Mas enquanto seguimos tranquilamente perto dos 130 km/h, o pessoal ali do lado segue nos 70-80km/h, isso quando não estão empacados atrás de um caminhão ou atravessando a zona de topes (quebra-molas) perto das pequenas cidades que tem de atravessar. É... que bom que viemos pela “cuota” mesmo.

A arquitetura clássica do centro de Morelia, no México

A arquitetura clássica do centro de Morelia, no México


Chegamos na colonial Morelia e, do carro, já ficamos impressionados com o centro histórico, com seus grandes edifícios de pedra com mais de 200 ou 300 anos. Não demorou muito e já estávamos instalados num hotel simples e justo (para compensar o preço que pagamos no pedágio!), localizado estrategicamente a poucas quadras da Praça da Catedral. A Fiona foi para um estacionamento ali do lado e nós, à pé e com muito tempo de sobra, diretamente ao centro.

Um dos muitos prédios antigos de Morelia, no México

Um dos muitos prédios antigos de Morelia, no México


Passeamos por praças bem cuidados e charmosas, igrejas e palacetes, prédios públicos e museus. Esse centro histórico está muito bem conservado e, por algum estranho motivo, a cidade ainda não atrai tantos turistas como outras belas cidades do país. Desse modo, tudo fica ainda mais autêntico, aumentando o prazer da visita e de andar por suas ruas centenárias.

Uma das grandes atrações de Morelia, no México: o centenário Aqueduto

Uma das grandes atrações de Morelia, no México: o centenário Aqueduto


Outras peculiaridade de Morelia é a existência de um grande aqueduto com mais de 200 anos de idade. Se o tivesse visto na Europa, acharia que era dos romanos. Mas como os romanos não chegaram aqui e os astecas não construíam aquedutos dessa forma, a conclusão é que ele é da época colonial mesmo, um grande esforço para trazer água de longe para uma cidade que crescia em tamanho necessidades. Para nossa sorte, a construção continua de pé, uma das grandes atrações turísticas da cidade. Dizem que, com a iluminação noturna, fica ainda mais bonito, mas isso não chegamos a ver. De qualquer maneira, de dia já é bem imponente!

Iluminação noturna da Catedral de Morelia, no México

Iluminação noturna da Catedral de Morelia, no México


Quem a gente viu iluminado de noite foi a bela Catedral. Tínhamos visitado de dia também. Aliás, essa é uma das coisas que chamou minha atenção no México: o catolicismo é bem mais forte por aqui do que nos outros países que passamos nesses 1000dias. Todas as igrejas que visitamos, qualquer que seja o horário, sempre estão com seus devotos nas suas orações de agradecimento ou pedindo graças. Nos outros países, fora do horário das missas, normalmente a igreja está vazia ou só se vê turistas. Aqui, turistas são a minoria. Igreja com movimento é sempre mais legal e interessante!

Restaurantes com mesas na calçada em praça de Morelia, no México

Restaurantes com mesas na calçada em praça de Morelia, no México


Movimentadas também são as praças! Visitá-las aqui no México é sempre uma delícia. Muitas tem um coreto central, ainda em atividade diária. É o melhor lugar para sentar e ver a vida passar. Aqui em Morelia, além da Praça da Catedral, a nossa preferida foi o Jardin de Las Rosas, com uma fileira de restaurantes com mesas na praça. Aí comemos, bebemos e vimos a vida passar...

Pausa para descanço em praça de Morelia, no México

Pausa para descanço em praça de Morelia, no México


Visita a um dos principais atrativos de Morelia, no México

Visita a um dos principais atrativos de Morelia, no México


Antes da noite chegar, ainda deu tempo de passar em outras dos grandes atrativos da cidade, o Mercado de Dulces e Artesanias. Para os formigões, um paraíso, doces de todas as cores e sabores Além disso, as famosas Catrinas, as caveiras que se tornaram um dos símbolos do país.

Visita ao famoso Mercado de Doces e Artesanatos de Morelia, no México

Visita ao famoso Mercado de Doces e Artesanatos de Morelia, no México


Venda de catrinas no famoso Mercado de Doces e Artesanatos de Morelia, no México

Venda de catrinas no famoso Mercado de Doces e Artesanatos de Morelia, no México


Apesar da vontade de ficar nessa cidade deliciosa, amanhã seguimos em frente. Não sei porque não tivemos a ideia dos 2000mil dias pela América, viu! Guanajuato, para aí vamos!

Pausa para descanço no fim de tarde em Morelia, no México

Pausa para descanço no fim de tarde em Morelia, no México

México, Morelia,

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