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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Um lindo dia de sol na Plaza de Mayo, em Buenos Aires, capital da Argentina
Acordamos hoje excitados! Afinal, era o dia do embarque, momento tão esperado nas últimas semanas de contagem regressiva mental. Um sonho prestes a se tornar realidade. Um barco rumo aos mares do sul, à Antártida. Antes mesmo de descermos para o café, as malas já estavam arrumadas e deixadas na porta do quarto, conforme havíamos sido orientados a fazer, na véspera. Enquanto tomássemos tranquilamente nosso café, a equipe da expedição se encarregaria de descer as malas para o saguão do hotel. Depois de tudo conferido e do okay de cada passageiro sobre sua mala, elas iriam para o ônibus e seguiriam diretamente para os nossos quartos no barco. Sim, elas iriam diretamente, nós não.
Em dia de sol, volta ao Cemitério da Recoleta, em Buenos Aires, capital da Argentina
Túmulos e mausoléus no Cemitério da Recoleta, em Buenos Aires, capital da Argentina
Ainda tínhamos um último compromisso na cidade. O pacote para a Antártida incluía também um rápido city tour por Buenos Aires, na manhã de hoje. Alguns poucos passageiros mais ansiosos optaram por pular isso e seguir para o barco diretamente. Mas a grande maioria quis sim fazer o belo passeio. Nós também! Apesar de já termos ido a boa parte das atrações do city tour nos últimos dias, havia dois bons motivos para seguirmos com eles. Em primeiro lugar, o dia estava lindo, céu azul e sol radiante. Ótimo para fotos, ao contrário do dia em que estivemos na Recoleta, que estava bem nublado. Em segundo lugar, o tour incluía uma passagem por La Boca, o tradicional bairro operário de Buenos Aires, onde está o famoso “Caminito” e também o estádio da Bombonera, casa do poderoso Boca Juniors. Como já sabíamos de antemão que o tour passaria por lá, não fizemos essa visita antes, aguardando o passeio de hoje.
Túmulos e mausoléus no Cemitério da Recoleta, em Buenos Aires, capital da Argentina
Mausoléus e túmulos sempre bem trabalhados no Cemitério da Recoleta, em Buenos Aires, capital da Argentina
Então, todos nos dois ônibus e lá fomos nós, a simpática guia com um inglês bem cucaracha tentando dar explicações pelo péssimo sistema de som e que pouca gente queria entender ou prestar atenção. Percorremos a grandiosa 9 de Julio, alguns grandes prédios históricos sendo rapidamente apontados até que, vira aqui, vira ali, chegamos ao Cemitério da Recoleta, a primeira parada agendada, como não poderia deixar de ser.
Nosso grupo caminha no Cemitério da Recoleta, em Buenos Aires, capital da Argentina
Em dia de sol, visitando o cemitério da Recoleta, em Buenos Aires, na Argentina
O dia estava realmente muito mais bonito que da outra vez e eu e a Ana tratamos de nos desvencilhar do grupo compacto que acompanhava a guia para tirarmos nossas fotos. Confesso que três dias atrás mal tive paciência de caminhar dentro do cemitério, pois já havia estado aqui em outras viagens. Mas hoje, com o sol ajudando, foi até divertido me perder no labirinto de ruelas e me ver cercado por tantos túmulos e mausoléus bem trabalhados, alguns uma verdadeira obra de arte, outros pequenos castelos macabros prontos para servir de cenário em algum filme B de terror sobre vampiros.
Cemitério da Recoleta, em Buenos Aires, capital da Argentina
Mausoléus e túmulos sempre bem trabalhados no Cemitério da Recoleta, em Buenos Aires, capital da Argentina
Cemitério é sempre uma coisa meio engraçada, serve para nos colocar um pouco em perspectiva, nossa insignificância na realidade das coisas. Aqui, não importa o quão importante você tenha sido na sua época, ou o quão anônimo e irrelevante para a história, todos passam a ser iguais, enterrados sob sete palmos de terra, muitas vezes vizinhos pela eternidade, apenas uma pequena placa para nos lembrar o nome que quem ali está. Pessoas que nunca se viram, ou que viveram em épocas diferentes, que tinham idade para ser pai e filho, ou tataravô e tataraneto, agora “vivem” juntos, como se fossem da mesma turma, do mesmo saco. Um grande presidente e líder da sua época, como Sarmiento, ao lado de um João Ninguém, um Zé Ruela qualquer. Hoje, para a grande maioria dos que caminham por aquela ruela e tem preguiça de ler o nome das placas, os dois são anônimos.
O mausoleu da família Duarte e de Evita, no Cemitério da Recoleta, em Buenos Aires, capital da Argentina
Homenagens a Evita no Cemitério da Recoleta, em Buenos Aires, capital da Argentina
Quem dificilmente ficará anônima por ali, pelo menos por mais umas poucas gerações, é a Evita. Seu mausoléu é sempre muito concorrido e é difícil passar por ele sem perceber que ali está alguém que foi importante. Ao perceber o nome, prestamos nossas homenagens e a tentação para fotografar também é grande. Além da interessante história em vida, também a história em morte é digna de um romance, com seu corpo sumindo e reaparecendo algumas vezes, viajando para a Europa secretamente e retornando com honras para depois quase sumir outra vez. Enfim, hoje ela está aqui e que descanse em paz. Tenho certeza que também ela, dê tempo ao tempo, será promovida a anônima algum dia.
PLaza de Mayo com sol, em Buenos Aires, capital da Argentina
Prédio do Cabildo, na Plaza de Mayo, em Buenos Aires, capital da Argentina
A Casa Rosada, sede do governo em Buenos Aires, capital da Argentina
Todos de volta ao ônibus para a próxima parada: a monumental Plaza de Mayo e todos os seus prédios históricos que a cercam. De novo as condições do tempo estão muito melhores que da outra vez, quando estivemos aqui no final da tarde e início da noite. Agora a Casa Rosada é rosa por seus próprios méritos e não pela iluminação noturna. Como sempre, muitos turistas a sua volta, assim como os intermináveis protestos, desde o das famosas “Madres da Plaza de Mayo”, com mais de 35 anos de luta ininterrupta, até os mais recentes, dos parentes de soldados da Guerra das Malvinas que querem suas pensões.
Na Plaza de Mayo, a Catedral Metropolitana de Buenos Aires, capital da Argentina
Interior da Catedral Metropolitana de Buenos Aires, capital da Argentina
Aproveitamos para fotografar novamente o Cabildo, o bicentenário prédio da prefeitura e governo local, e para entrar na Catedral Metropolitana, o que ainda não tínhamos feito. É só uma visita rápida, dentro de uma parada rápida, para voltarmos aos ônibus e seguirmos para a última parada, justamente a que mais nos interessava, no bairro de La Boca. Dali, já estaríamos quase no porto de embarque, onde já nos esperava o navio e as malas já acomodadas em nossas cabines.
Chegando ao Caminito, no bairro La Boca, em Buenos Aires, capital da Argentina
Cartão postal de La Boca, em Buenos Aires, capital da Argentina
A região da Boca, ao longo do rio Riachuelo e bem perto das docas, foi ocupada no final do séc. XIX por milhares de imigrantes italianos e espanhóis. Eles vieram trabalhar no porto e, principalmente, na indústria de processamento de carne que se localizava nessa região. Já nessa época criou-se o costume de pintar as paredes metálicas das casas com cores fortes e vivas, o que se tornou marca registrada do bairro e um dos principais cartões postais da cidade e do país. Infelizmente, também já é daquela época a fama de vizinhança perigosa e violenta. Ao contrário do Cemitério da Recoleta, não é um lugar para se vagar despreocupadamente pelo labirinto de ruelas...
Arte a venda, em La Boca, Buenos Aires, capital da Argentina
Venda de arte nas ruas de La Boca, em Buenos Aires, na Argentina
Na verdade, La Boca não está tão longe do centro. Ali de San Telmo, seriam quinze minutos mais de caminhada. Mas não é recomendável. Melhor ir de táxi ou tour, como nós, e ficar apenas nos locais mais turísticos, sempre de olho na carteira e na câmera. Fora essa “preocupação”, ´um passeio bem gostoso e fotogênico, não apenas pelas casas coloridas, mas também pelos artistas populares que ali se apresentam, principalmente os pintores e dançarinos de tango. Tudo completamente voltado ao turismo e aos turistas, claro. Mas não deixa de ser interessante.
A conhecida arquitetura colorida de La Boca, em Buenos Aires, na Argentina
A conhecida arquitetura colorida de La Boca, em Buenos Aires, na Argentina
Passamos ali uma meia hora caminhando e fotografando pelo “Caminito”, a rua mais famosa (e turística!) do bairro. Infelizmente, ainda não foi dessa vez que visitamos o estádio da Bombonera. Sempre um bom motivo para retornar a Buenos Aires. Preferencialmente, em dia de jogo, claro! Não era o caso, hoje. Então, todos de volta ao ônibus, nenhuma câmera ou carteira perdida e duas garrafas de vinho compradas e embaladas para serem devidamente consumidas em algum lugar e oportunidade especial. Ao que parece, serão muitas nas semanas que se seguem. Antártida, agora sim, aí vamos nós!
Uma pose que vale dinheiro, em La Boca, bairro de Buenos Aires, na Argentina
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