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Um Dia Para Não Esquecer - 1a Parte

Brasil, Maranhão, Carolina (P.N. Chapada das Mesas)

Na Cachoeira do Capelão, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA

Na Cachoeira do Capelão, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA


Hoje foi o dia de visitar a principal atração de Carolina: o complexo turístico da Pedra Caída. São várias cachoeiras, trilhas e possibilidades de tirolesas e rapel numa mesma propriedade. Entre todas as atrações, aquela que lhe dá o nome, a Cachoeira da Pedra Caída. Essa era a única que eu já conhecia, quando passei rapidamente por aqui no início do ano 2000. Mas, naquela época, as coisas não estavam tão desenvolvidas como hoje. Arrumei um guia e fomos diretamente para lá, sem portarias nem nada. A cachoeira foi umas das mais impressionantes que já vi.

Caminho pelo rio até a Cachoeira do Capelão, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA

Caminho pelo rio até a Cachoeira do Capelão, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA


Pois bem, chegou a hora de voltar, dessa vez com minha querida cara-metade. A propriedade onde está a cachoeira foi comprada por um rico empresário local que a repaginou por completo. Ele investiu nas trilhas antigas, criando passarelas de madeira. Criou novas, para outras belas cachoeiras que antes não eram visitadas. Instalou tirolesas, inclusive uma com 1.200 metros de extensão, vinda lá do alto do morro. Essas passarelas de madeira, que descem ao fundo do canyon da Pedra Caída ou ao alto do morro da tirolesa são de ótima qualidade, coisa de primeiro mundo. Todos os visitantes, em qualquer passeio dentro do complexo, devem estar acompanhados de guias locais.

Escalando a Cachoeira do Capelão, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA

Escalando a Cachoeira do Capelão, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA


Toda essa estrutura tem um preço, claro. Paga-se para entrar e, depois, por cada passeio. Esse preço tem duas funções; pagar por toda a estrutura e evitar que a farofa tome conta das cachoeiras, já que o acesso rodoviário ao local é muito fácil. Além disso, o número de visitantes é limitado por atração, sempre acompanhados por guias que levam grupos para estas atrações em horários pré-estabelecidos. Além de limitar o número de visitantes, os guias ainda tentam controlar para que os grupos que visitam as diversas atrações não se encontrem na mesma cachoeira. Deste modo, sempre que se chega à uma atração, ela está vazia, pelo menos na teoria.

Escalando a Cacheoira do Capelão, em Carolina, região da Chapada das Mesas - MA

Escalando a Cacheoira do Capelão, em Carolina, região da Chapada das Mesas - MA


Como hoje é sexta-feira, dia normal de semana, não havia muitos visitantes e foi mais fácil para nós armar um roteiro por lá. Escolhemos seguir primeiro para as cachoeiras do Capelão e da Caverna (mesmo passeio), depois para a Pedra Caída e, no fim da tarde, fazer a famosa tirolesa dos 1.200 metros. O Tino se voluntariou para nos guiar por esses lugares e lá fomos nós!

Curtindo a Cachoeira do Capelão, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA

Curtindo a Cachoeira do Capelão, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA


Passarela para a Cachoeira da Caverna, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA

Passarela para a Cachoeira da Caverna, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA


Para essas primeiras cachoeiras, segue-se de carro. Estar de Fiona ajuda bastante pois, do contrário, teríamos de ir no carro deles, que só parte com quatro pessoas. Viva a Fiona! Cinco quilômetros de terra e areia nos levam para bem próximo da Capelão, nome dado em homenagem aos macacos que tem esse nome por aqui (bugios gritadores, nossos velhos conhecidos). É uma trilha curta até um riacho de águas cristalinas que corre sobre um leito de areias vermelhas. Menos de cem metros de caminhada sobre este rio nos levam até uma cachoeira que é uma verdadeira pintura! Muito linda! E olha que nós conhecemos cachoeiras!

Cachoeira da Caverna, em Carolina, região da Chapada das Mesas - MA

Cachoeira da Caverna, em Carolina, região da Chapada das Mesas - MA


Ficamos ali por um tempo, realmente impressionados. A temperatura da água é muito gostosa e não dá vontade de sair. Mas, com tantas outras coisas para ver, não tem remédio: seguimos em frente. Mais um trecho de estrada e chegamos a uma longa passarela de madeira que depois desce uma encosta e chega a um outro riacho, Uma pequena caminhada rio acima e chegamos à Cachoeira da Caverna, mais um lugar mágico! O nome da cachoeira vem do fato de que, para se chegar até ela, temos de atravessar um túnel natural na rocha, quase uma caverna. As mesmas águas cristalinas, a mesma temperatura agradável, a mesma vontade de não ir embora, a mesma estupefação pela beleza do lugar.

Foto da Ana por detrás da cortina d'água, na Cachoeira da Caverna, em Carolina, região da Chapada das Mesas - MA

Foto da Ana por detrás da cortina d'água, na Cachoeira da Caverna, em Carolina, região da Chapada das Mesas - MA


Ao contrário das enormes cachoeiras de ontem, as de hoje são em riachos com pouca água, o que as tornam mais gostosas de serem "nadadas" e exploradas. Pequenos poços com profundidade de até 4 metros e água verde transparente, em cenários cinematográficos. O que mais pode-se esperar de uma cachoeira?

Saindo da Cachoeira da Caverna, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA

Saindo da Cachoeira da Caverna, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA


Voltamos então para próximo da entrada do complexo, deixamos a Fiona e seguimos para a Pedra Caída, também conhecida como Santuário. Para isso, é preciso descer um profundo canyon, o que antes era feito numa escada bem íngrime. Hoje, passarelas de madeira seguem em ziguezague e tornam essa descida muito mais agradável. Lá embaixo, seguimos canyon acima em direção à cachoeira. O visual é simplemente incrível: paredes de mais de cinquenta metros de altura, num canyon estreito com dez metros de largura. A mais bela entrada de "santuário" que já vi nesse mundo! Boa parte do caminho é feito no conforto de passarelas e o finalzinho com o pé na água, quando já se ouve o barulho da cachoeira ali perto.

Ponte sobre o canyon da Pedra Caída, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA

Ponte sobre o canyon da Pedra Caída, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA


O canyon da Pedra Caída, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA

O canyon da Pedra Caída, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA


O trecho final é maravilhoso. Uma curva à direita nos leva a uma câmera circular onde cai a cachoeira com seus 50 metros de altura. Uma piscina com vinte metros de diâmetro, toda cercada por essas enormes paredes, uma pequena abertura de um lado, por onde entramos e a água sai e a cachoeira do outro lado. Vapor para todo lado, o que dificulta muito as fotografias. Apenas com caixa estanque e, mesmo assim, pela pouca luz, quase todas tremidas e/ou embaçadas. Isso, de certa forma, a torna ainda mais especial, pois só vai entender realmente a sua beleza indescritível que lá for. As fotos não conseguem de maneira alguma fazer justiça àquela obra-prima da natureza.

Quase chegando à Cachoeira da Pedra Caída, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA

Quase chegando à Cachoeira da Pedra Caída, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA


A magnífica Cachoeira da Pedra Caída, ou Santuário, em Carolina, região da Chapada das Mesas - MA

A magnífica Cachoeira da Pedra Caída, ou Santuário, em Carolina, região da Chapada das Mesas - MA


Muitas pessoas nos pedem que façamos listas tipo as dez mais bonitas cachoeiras, praias, cavernas, etc, da nossa viagem. Não sou fã desse tipo de lista e, se tivesse de fazê-las, tenho certeza que estaria unjustiçando várias atrações. Mas hoje, visitando essas cachoeiras, as tais listas me vieram à cabeça. Essas cachoeiras teriam de estar lá, com certeza Na lista das cachoeiras mais belas e na lista de lugares de visita obrigatória antes de morrer.

A clarabóia da Cachoeira da Pedra Caída, em Carolina, região da Chapada das Mesas - MA

A clarabóia da Cachoeira da Pedra Caída, em Carolina, região da Chapada das Mesas - MA


Bom, findas as cachoeiras (há outras no complexo, nós é que, pela limitação do tempo, resolvemos ficar "só" com essas três), passamos à segunda parte do dia: as montanhas. Mas isso é assunto para outro post...

Aproveitando ao máximo a Cachoeira da Pedra Caída, em Carolina, região da Chapada das Mesas - MA

Aproveitando ao máximo a Cachoeira da Pedra Caída, em Carolina, região da Chapada das Mesas - MA

Brasil, Maranhão, Carolina (P.N. Chapada das Mesas), cachoeira, Capelão, Chapada das Mesas, Parque, Pedra Caída, Santuário

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Jantar Caseiro

Equador, Quito

Jantar na casa do Christian, em Quito, no Equador

Jantar na casa do Christian, em Quito, no Equador


Depois da visita à Mitad del Mundo, conseguimos finalmente nos comunicar com nosso amigo Christian, que nos convidou para jantar na casa dele hoje de noite, a nossa última no país. Ele passou no nosso hotel no começo da noite e, junto com uma de suas filhas, nos guiou para a sua casa. Ainda fez questão de, em nossa homenagem, nos levar pelo mesmo caminho em que uma expedição de conquistadores chegou, pela primeira vez, à parte alta do Rio Amazonas para, de lá, navegar até o Atlântico. Lá se vão quase 480 anos dessa épica expedição.
Na sua casa, fomos muitíssimo bem recebidos por toda a família, as outras duas filhas e um filho, a esposa, um irmão e também os pais. Foram horas de conversa muito agradável, boa comida e vinho num gostoso clima familiar e de "doce lar" que há muito não tínhamos.

A 'ala jovem' do jantar na casa do Christian, em Quito, no Equador

A "ala jovem" do jantar na casa do Christian, em Quito, no Equador


Na conversa, adorei conversar com o pai de Christan, um senhor de 90 anos contemporâneo do Guyasamin. Aliás, ele não gostava nada do pintor, localizado no extremo oposto do espectro político. Contou também sobre uma viagem de carro há mais de 50 anos desde Quito até La Paz, em um fusca. Muito jóia!

A ala idosa do jantar na casa do Christian, em Quito, no Equador

A ala idosa do jantar na casa do Christian, em Quito, no Equador


Christian, muito obrigado pelos conselhos sobre o que fazer em Quito e, mais ainda por nos receber de forma tão calorosa em sua casa. Sempre será uma das nossas mais emocionantes memórias desse lindo país que é o Equador, que nos tratou e recebeu de forma tão hospitaleira.

Equador, Quito,

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Mais Mendoza. História, Câmbio, Vinhos...

Argentina, Mendoza

Caminhando no Parque General San Martín, em Mendoza, na Argentina

Caminhando no Parque General San Martín, em Mendoza, na Argentina


Mendoza está situada em um deserto. Os Andes barram toda a umidade que vem do Pacífico e quase não chega chuva por aqui. Ao mesmo tempo, é a cidade mais arborizada da Argentina, com mais de 100 mil árvores delineando suas amplas alamedas e praças. Como é que pode?

Muitas alamedas arborizadas em Mendoza, na Argentina

Muitas alamedas arborizadas em Mendoza, na Argentina


A solução para lidar com o clima seco foi dada pelos índios que habitavam a região, muito antes da chegada dos colonizadores espanhóis. Os Huarpes imaginaram e implantaram um sistema de irrigação de toda a área, utilizando-se da água dos rios formados pelo degelo nos Andes, através de canais e trincheiras abertas que continuam funcionando ainda hoje. São as chamadas “acequias” e ao seu lado, paralelas, estão as ruas e avenidas da cidade. O que aos olhos destreinados dos turistas pode parecer apenas valas que dividem as calçadas das ruas, são na verdade as veias e artérias da cidade, de onde bebem água as árvores que fornecem sombra e frescor para os mais de um milhão de habitantes da Grande Mendoza.

Canaletas de irrigação em Mendoza, na Argentina

Canaletas de irrigação em Mendoza, na Argentina


Horário oficial da irrigação nesta área da cidade, em Mendoza, na Argentina

Horário oficial da irrigação nesta área da cidade, em Mendoza, na Argentina


Em um inteligente e planejado sistema de rotatividade, a água é desviada para cada uma dessas acequias conforme um calendário pré-estabelecido. Assim, é muito mais comum vê-las secas do que cheias de água, mas as árvores verdes não deixam dúvidas que água corre sim por ali. Quem se aproveita também desse sistema são as dezenas de vinícolas, usando a mesma água para irrigar suas plantações. Como já bem sabemos, um fator fundamental para se obter parreiras e uvas de boa qualidade é a água, na quantidade e tempo exatos durante o crescimento da planta. Nada de chuvas imprevistas! Uma irrigação planejada é o ideal. Por isso o clima seco de uma irrigada Mendoza é o paraíso para esse tipo de cultura!

Uma das muitas praças de Mendoza, na Argentina

Uma das muitas praças de Mendoza, na Argentina


A cidade foi fundada em 1561 e sempre foi uma das principais do país na era colonial e no primeiro século de independência, quando disputava influência e riquezas mesmo com a capital Buenos Aires. Aqui foi organizado e daqui partiu o exército que San Martín liderou através dos Andes para liberar o Chile e o Peru do domínio espanhol. Enfim, eram tempos gloriosos para Mendoza.

Parque General San Martín, em Mendoza, na Argentina

Parque General San Martín, em Mendoza, na Argentina


Mas uma grande tragédia se abateu sobre a cidade bem no ano em que completava 300 anos de idade. Um terremoto avassalador botou todas as construções abaixo e matou milhares de pessoas. Com tempo e paciência, a cidade soube se erguer novamente, mas aprendeu a lição. Toda a sua arquitetura foi repensada para poder resistir a um novo terremoto. Nada mais de construções altas. Ruas e avenidas, agora, seriam mais largas. Uma rede de praças e espaços foi criada. Hoje, Mendoza é a cidade argentina com as calçadas mais amplas do país. Por isso, é tão agradável caminhar em suas ruas: muito verde, sombra e espaço para os pedestres.

Muitas flores no Parque General San Martín, em Mendoza, na Argentina

Muitas flores no Parque General San Martín, em Mendoza, na Argentina


Foi nessa deliciosa cidade que caminhamos na manhã de hoje. Primeiro, em busca de câmbio, uma atividade rotineira para turistas na Argentina de hoje. O câmbio oficial, aquele que conseguimos nos bancos, lojas e restaurantes, quando usamos nossos cartões, está muito mais baixo que o câmbio negro, ou “blue”, como eles chamam por aqui. Resultado de uma política econômica desastrosa do governo, mas que para nós, turistas, tornam o país muito mais barato. Desde que troquemos nossos dólares na taxa blue, claro! E não devemos trocar muito de cada vez. Primeiro, pela segurança! Mas principalmente porque, amanhã ou depois, é bem capaz de conseguirmos uma taxa melhor, já que o dólar continua subindo. Na prática, esses dois câmbios podem significar que um mesmo hotel nos custe 100 ou 60 reais, um mesmo vinho nos custe 50 ou 30 reais e por aí vai. Enfim, nas grandes cidades, nunca é difícil encontrar um “arbolito”, como se chamam os cambistas que atuam nas ruas mais movimentadas. Um pouco de cuidado para não pegar notas falsas e pronto: o país ficou, de repente, 40% mais barato!

Sorvete para aguentar o calor em Mendoza, na Argentina

Sorvete para aguentar o calor em Mendoza, na Argentina


Salada de frutas refrescante no Parque General San Martín, em Mendoza, na Argentina

Salada de frutas refrescante no Parque General San Martín, em Mendoza, na Argentina


Com dinheiro no bolso, fomos caminhar nas ruas sombreadas, praças e no principal parque de Mendoza, o General San Martín. Para combater o calor, além da sombra das árvores, um sorvete das inúmeras sorveterias ajuda bastante. E também uma refrescante salada de frutas nos jardins do parque.

Visita à vinícola La Rural, em Mendoza, na Argentina

Visita à vinícola La Rural, em Mendoza, na Argentina


Depois, hora de seguirmos viagem. Não sem antes mais uma parada em uma das vinícolas ao redor de Mendoza. Já que estamos aqui, temos de aproveitar! Dessa vez, foi em uma das mais famosas, a La Rural. Como eu estava dirigindo, tive de me conter e dar só uns golinhos. Quem curtiu foi a Ana, sempre aproveitando para aprender mais sobre essa bebida que tanto admiramos. Até compramos uma garrafa para levar aos nossos amigos que visitaríamos na nossa próxima cidade: San Juan.

Wine tasting na vinícola La Rural, em Mendoza, na Argentina

Wine tasting na vinícola La Rural, em Mendoza, na Argentina


Wine tasting na vinícola La Rural, em Mendoza, na Argentina

Wine tasting na vinícola La Rural, em Mendoza, na Argentina


Pois é, hoje começamos nossa longa jornada para cruzar o país de oeste a leste, rumo a Buenos Aires. Queremos chegar lá com tempo para aproveitar a cidade e pegar nosso barco rumo à Antártida, no dia 3 de Novembro, daqui a duas semanas. Contagem regressiva para um dos nossos maiores sonhos desde que saímos de Curitiba, há mais de três anos. As passagens estão compradas, ainda vou falar muito disso daqui para frente, e perder essa viagem não é uma opção!

O charmoso museu da vinícola La Rural, em Mendoza, na Argentina

O charmoso museu da vinícola La Rural, em Mendoza, na Argentina


Ou seja, tudo planejado para os próximos dias. Temos muitos amigos para visitar nesse caminho, como em San Juan, Córdoba e Villa Nova. Amigos que conhecemos na estrada e que agora, nos aguardam ansiosamente em suas casas. Além disso, queremos passar por parques e montanhas, cidades históricas e metrópoles. Uma programação apertada e intensa que começa com San Juan, onde dormimos hoje. Assunto para o próximo capítulo!

Argentina, Mendoza, Arquitetura, história, Vinho

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Explorando a Serra do Catimbau

Brasil, Pernambuco, Buique (P.N da Serra do Catimbau)

Ao lado de paredão colorido no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE

Ao lado de paredão colorido no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE


Saímos cedo de Paulo Afonso em direção à Pernambuco, passando por Alagoas e bem ao lado da fronteira de Sergipe. Imagino que essa tenha sido a nossa despedida final de todos esses estados, pelo menos durante esses 1000dias. Aliás, despedidas não faltaram essa manhã. Ao cruzar a ponte entre Bahia e Alagoas, deixamos para trás também um velho companheiro de viagens, o rio São Francisco. Boas lembranças e muitas fotos desse rio nos acompanharão. Depois, alguns quilômetros à frente, deixamos para trás a estrada que daria acesso ao vizinho e próximo estado de Sergipe. Olhamos para ela uma última vez, garganta apertada, pensando no nosso celular que lá ficou, nas mãos de Lampião. Nesses quase 280 dias de viagem ele sempre nos ajudou, como telefone, máquina fotográfica e meio de acesso à internet. Vai deixar saudades... Por fim, quem ficou para trás foi o estado das Alagoas. Mais uma vez, uma estrada em boas condições nos levou através do sertão e da caatinga, grandes pontes sobre grandes rios temporários. Um cenário que, de alguma forma, sempre me traz um sentimento de nostalgia. Hmmm... acho que é o ano que termina que me faz ficar mais suscetível à saudades e nostalgias. Ou então, o distante sangue português...

Leiro quase seco de um rio no interior de Alagoas. Visão comum no sertão

Leiro quase seco de um rio no interior de Alagoas. Visão comum no sertão


Chegamos à pequena Buique, em pleno sertão pernambucano. O que nos trouxe aqui foi o Parque Nacional da Serra do Catimbau, logo ao lado da cidade. Eu sempre gostei de mapas e desde criança os devoro. No início da vida adulta, comecei a me interessar por "manchas verdes" nos mapas. Geralmente representam algum parque nacional ou estadual. Portanto, são uma ótima pista para lugares belos e/ou interessantes para serem visitados. Desde que comecei a viajar, há vinte anos, várias "manchas verdes" novas apareceram nos mapas. Uma destas foi exatamente esse parque aqui no meio de Pernambuco. Só isso já era motivo suficiente para, quando tivesse a chance, passar por aqui. Mas havia outro...

Morro do Cachorro, no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE

Morro do Cachorro, no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE


O nome do parque também me atraiu. "Catimbau" foi um nome muito forte na minha infância. Na fazenda da minha família, tinha um cavalo "sagrado" com esse nome. Sagrado porque eram poucas as pessoas que tinham acesso a ele. Primeiro, uma tia e depois, a irmã mais velha. Ninguém mais podia. Era um cavalo "bravo", diziam. Arisco e inteligente. O melhor marchador da fazenda e o que mais sabia "abrir porteiras". Além disso, invencível nas corridas de curta distância. Nas longas, cansava. Pois bem, esse cavalo foi envelhecendo e nós também. Com o tempo, todos nós passamos a montá-lo. Mesmo assim, ele mantinha uma dignidade. Quem nasce rei, morre majestade, já diz o ditado. E esse foi o caso do Catimbau. Lembro-me que, já bem velhinho, numa última corrida de uma temporada na fazenda, ele disparou na frente como era seu costume. Eu vinha atrás, em outro cavalo mais forte, jovem e resistente. Sabia que seria uma questão de tempo ultrapassá-lo. Ledo engano. Ele se manteve firme na ponta até a cocheira. Talvez porque quem o montava era o mais leve de nós. Ou, prefiro pensar assim, para mostrar aos cavalos jovens e aos meninos que adolesciam quem ainda mandava naquela cocheira. No dia seguinte, voltamos para nossas cidades. E, antes do início da próxima temporada de fazenda, chegou a notícia: o Catimbau tinha se "aposentado". Partiu como rei.

Pedras que lembram o casco de tartarugas, no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE

Pedras que lembram o casco de tartarugas, no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE


Olha aí o espírito do ano que termina me influenciando novamente... Bom, a gente se instalou na pousada e fomos logo para o pequeno distrito de Catimbau, 12 km de estrada de terra. Ali encontramos o Márcio, nosso guia neste parque nacional tão pouco conhecido aí no sul/sudeste do Brasil. É uma área de canyons e montanhas, estranhas formações rochosas, pinturas rupestres e muita caatinga. Caatinga que nesta época do ano está verdinha! Cenário magnífico!

Com o Márcio, nosso guia no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE

Com o Márcio, nosso guia no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE


O Márcio é um guia excelente. ALém da simpatia, foi nos dando verdadeiras aulas de geologia e de botânica, nos apresentando para as plantas da região, seus usos medicinais e alimentares. Ficamos boquiabertos com a riqueza deste bioma. Mais boquiabertos ainda ficamos com as formações rochosas, as vistas dos canyons e das torres de pedra. Para completar, as pinturas rupestres que mostram que os povos antigos também gostavam de frequentar esse lugar especial.

Pedras que lembram o casco de tartarugas, no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE

Pedras que lembram o casco de tartarugas, no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE


Hoje estivemos em quatro lugares incríveis. O primeiro foi numa área onde as pedras parecem cascos de tartaruga. Enormes áreas onde elas estão todas fraturadas em forma geométrica. Difícil acreditar que a natureza pode ser tão caprichosa. Mas foi. Cabe aos geólogos tentar entender como isso ocorre. Há várias explicações, algumas convincentes, mas nenhuma definitiva. E assim, podemos dar asas à imaginação...

Pinturas rupestres no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE

Pinturas rupestres no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE


Depois seguimos para uma pequena toca, a Casa de Farinha, onde pudemos observar pinturas da tradição agreste. Qual seria o intercâmbio que existia entre esses povos e aqueles que viviam na Serra da Capivara, tão distante daqui, há 5 mil anos? Certamente havia trocas. Culturais, inclusive. Nossa, é tão difícil imaginar como seria a vida cotidiana naquela época... É sempre bom lembrar que aquela cultura que fez essas pinturas por milhares de anos não é a mesma dos índios que habitavam o continente quando os portugueses chegaram. Nossos índios conhecidos não faziam e não fazem pinturas rupestres. O que terá acontecido com o povo que pintava?

Admirando o Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE

Admirando o Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE


No alto de formações rochosas no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE

No alto de formações rochosas no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE


Depois das pinturas visitamos as Torres, enormes pináculos de rocha que se erguem no alto da serra, nas mais variadas formas. Do alto, a visão de todo o vale é maravilhosa. Assim como o é caminhar por entre esse labirinto de pedras, a cada esquina uma nova forma e uma nova visão do vale lá embaixo.

Admirado com as incríveis rochas coloridas do Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE

Admirado com as incríveis rochas coloridas do Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE


Formações coloridas de erosão vertical no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE

Formações coloridas de erosão vertical no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE


Por fim, descendo das Torres para o vale passamos pelos "Lapiais", uma região de barrancos e encostas coloridas, vários tons indo do branco ao preto, do amarelo ao vermelho, tudo separado em faixas e camadas, sinal de uma história geológica complexa e variada. Soma-se a isso processos de erosão horizontal e vertical e o resultado, visualmente falando, é absolutamente fantástico. Parece que estamos no meio de grandes pinturas, carregadas nas cores vivas.

Cores fortes, quase surreais, nos rochedos do Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE

Cores fortes, quase surreais, nos rochedos do Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE


É um mundo magnífico, este que vivemos. É só sabermos para onde ir. Viva as manchas verdes no mapa. Viva os cavalos marcantes da infância. Viva o ano que se acaba e o outro que começa, trazendo mais tempo para que possamos conhecer mais manchas verdes...

Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE

Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE

Brasil, Pernambuco, Buique (P.N da Serra do Catimbau), Catimbau, Parque, Rio São Francisco, Trekking, trilha

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O Orinoco e Ciudad Bolívar

Venezuela, Los Llanos, Ciudad Bolívar

Ciudad Bolívar, na beira do rio Orinoco,  Venezuela. Ao fundo, a grande ponte que atravessa o rio

Ciudad Bolívar, na beira do rio Orinoco, Venezuela. Ao fundo, a grande ponte que atravessa o rio


Bem cedo, antes mesmo do sol nascer, já estávamos na estrada ontem, prontos para a longa viagem de mais de 1.000 quilômetros que nos esperava, dos llanos até Ciudad Bolívar. Entre as várias rotas possíveis, depois de muita conversa com quem conhece as estradas, optamos por seguir até San Fernando de Apure e, de lá, para o sul, até o rio Orinoco, na região de Puerto Ayacucho, fronteira com a Colômbia. Ali, de balsa, cruzamos o grande e rio e vamos acompanhando o fluxo de água, agora na margem sul, até Ciudad Bolívar, a antiga Angostura, primeira capital da Gran Colômbia, o país do sonho de Bolívar que unia Venezuela, Colômbia, Equador e Panamá, e até mesmo o Perú, na teoria.


Nossa rota cruzando o sul da Venezuela, saindo do Hato El Cedral, indo até San Fernado de Apure, descendo até o rio Orinoco e seguindo até Ciudad Bolívar

Com o sol nascendo, deixamos os llanos rumo à Ciudad Bolívar, mais de 1.000 km adiante

Com o sol nascendo, deixamos os llanos rumo à Ciudad Bolívar, mais de 1.000 km adiante


O nascer-do-sol foi visto sobre as planícies alagadas dos llanos, ainda bem próximos do Hato El Cedral, onde passamos dois maravilhosos dias. Depois, viagem tranquila até San Fernando de Apure, homenagem ao nome do rio que é um dos principais afluentes da margem norte do Orinoco. Aí conseguimos abastecer o carro (sempre difícil e sempre barato!), deixamos os llanos para trás e entramos na área de transição para a Amazônia venezuelana.

Cruzando um importante afluente do rio Orinoco, na região de Pueto Ayacucho, fronteira de Venezuela e Colômbia

Cruzando um importante afluente do rio Orinoco, na região de Pueto Ayacucho, fronteira de Venezuela e Colômbia


Pois é, esse país tem mesmo de tudo! Caribe, Andes, Saara, Pantanal e agora, Amazonia! Mas o “Amazonas” (rio) daqui não se chama “Amazonas”, mas “Orinoco”, um dos mais caudalosos rios do mundo. Aliás, esse foi o sinal para percebermos que tínhamos mudado de ecossistema: enormes rios e pontes com centenas de metros para atravessá-los. E olha que esses eram apenas os afluentes do Orinoco!

Balsa para cruzar o rio Orinoco, na região de Puerto Ayacucho, na Venezuela

Balsa para cruzar o rio Orinoco, na região de Puerto Ayacucho, na Venezuela


Balsa para cruzar o rio Orinoco, na região de Puerto Ayacucho, na Venezuela

Balsa para cruzar o rio Orinoco, na região de Puerto Ayacucho, na Venezuela


Rumávamos diretamente para o sul, para a fronteira de Venezuela e Colômbia, uma cidade chamada Puerto Ayacucho. Mas não chegamos até lá, nossa querida Colômbia ficando ainda a uns poucos quilômetros de distância. Fomos apenas até a balsa que cruza o grande rio e, já do lado de lá, tomamos o rumo nordeste, agora em direção à antiga Angostura (gosto mais do nome original que da homenagem ao grande libertador).

Reencontro com rios amazônicos, na estrada entre Puerto Ayacucho e Ciudad Bolívar, na Venezuela

Reencontro com rios amazônicos, na estrada entre Puerto Ayacucho e Ciudad Bolívar, na Venezuela


Reencontro com rios amazônicos, na estrada entre Puerto Ayacucho e Ciudad Bolívar, na Venezuela

Reencontro com rios amazônicos, na estrada entre Puerto Ayacucho e Ciudad Bolívar, na Venezuela


O Orinoco é o terceiro rio mais caudaloso do mundo, atrás apenas do Amazonas e do Congo. Em média, são 33 mil metros cúbicos por segundo de água despejada no mar do Caribe, mais do que qualquer afluente do Amazonas, incluindo o Rio Negro ou o Madeira, mas ainda bem longe do próprio Amazonas, que despeja 220 mil no Atlântico. Bem superior também aos 5 mil do Nilo, os 7 mil do Danúbio, os 16 mil do Mississipi-Missouri e até que os 32 mil do Yangtze, o maior da Ásia. Enfim, um rio de respeito!

de balsa, cruzando o rio Orinoco, na região de Puerto Ayacucho, fronteira de Venezuela e Colômbia

de balsa, cruzando o rio Orinoco, na região de Puerto Ayacucho, fronteira de Venezuela e Colômbia


A bela paisagem da estrada entre Puerto Ayacucho e Ciudad Bolívar, na Venezuela

A bela paisagem da estrada entre Puerto Ayacucho e Ciudad Bolívar, na Venezuela


No rio, quase extintos pela caça feroz do século passado, o maior predador das Américas, o crocodilo do Orinoco, que chegava a mais de 6 metros de comprimento. Tivemos a felicidade de ver alguns deles no El Cedral, mas hoje, vivendo em liberdade, eles se contam apenas às centenas. Outro animal que aqui vive é o boto cor-de-rosa. Logo me perguntei como ele teria chegado aqui, vindo da bacia do Amazonas. Teria dado a volta pelo mar? Que nada! Por mais incrível que possa parecer, as bacias dos dois maiores rios amazônicos são unidas por um “canal natural”, o rio Casaquiare. Ele se bifurca do rio Orinoco, a 120 metros de altitude e, 320 km adiante, desemboca no Rio Negro, a 90 metros de altitude. A humanidade só reconheceu esse caminho na metade do séc. XVIII, mas os botos já transitam por ali há milhares de anos! O engraçado é pensar que todo esse pedaço da América do Sul, entre o Orinoco, o Casaquiare e o Amazonas, que inclui Manaus e as três Guianas é, na verdade, uma grande ilha, como Marajó, por exemplo.

Com o nosso amigo e carona colombiano, o Jorge, em Ciudad Bolívar, na Venezuela

Com o nosso amigo e carona colombiano, o Jorge, em Ciudad Bolívar, na Venezuela


Nossa pousada em Ciudad Bolívar, na Venezuela

Nossa pousada em Ciudad Bolívar, na Venezuela


Bom, deixando essa viagem do rio de lado e voltando à nossa viagem, logo na saída da balsa demos carona para um simpático colombiano, o Jorge, que trabalha com ouro aqui na Venezuela. Ainda mais falante que a Ana, a conversa não parou um minuto pelas próximas cinco horas até Ciudad Bolívar, onde chegamos no final do dia. Ente tantas conversas, ele que viaja por diversas cidades do país, foi nos dando vários insights sobre a atual situação política. Pelo menos na sua roda de conhecidos, ninguém duvida que a eleição foi totalmente fraudada. Enfim, um dado a mais para a verdadeira salada de informações que vamos recebendo na nossa viagem pela Venezuela...

Rua central de Ciudad Bolívar, na Venezuela, com o rio Orinoco ao fundo

Rua central de Ciudad Bolívar, na Venezuela, com o rio Orinoco ao fundo


Praça no centro histórico de Ciudad Bolívar, na Venezuela

Praça no centro histórico de Ciudad Bolívar, na Venezuela


Chegando em Ciudad Bolívar, fomos tentar achar a mesma pousada onde ficamos seis anos atrás, no coração do centro histórico. Não achamos, mas encontramos outra, bem simpática. O centro histórico está todo renovado, a cidade se preparando para receber o Jogos Panamericanos de 2019. Não sei se a escolha já foi feita, mas andando por aqui, parece que sim!

Arquitetura colorida em Ciudad Bolívar, na Venezuela

Arquitetura colorida em Ciudad Bolívar, na Venezuela


Casarão histórico em Ciudad Bolívar, na Venezuela

Casarão histórico em Ciudad Bolívar, na Venezuela


Na beira do poderoso Orinoco, a antiga Angostura teve seus dias de glória quando foi sede do Congresso que redigiu a constituição da Gran Colômbia, no início da década de 20 do séc. XIX. Foi aqui também que se tramou e executou a separação da Venezuela dessa união. Depois, com a morte de Bolívar, a cidade mudou de nome para homenagear o libertador.

Rua no centro histórico de Ciudad Bolívar, na Venezuela

Rua no centro histórico de Ciudad Bolívar, na Venezuela


Igreja no centro histórico de Ciudad Bolívar, na Venezuela

Igreja no centro histórico de Ciudad Bolívar, na Venezuela


O dia de hoje foi tranquilo, caminhando pelas ruas da cidade, descansando na orla do rio, dando um merecido banho na Fiona, tirando fotos e admirando a vistosa ponte que atravessa o Orinoco aqui do lado, uma senhora obra de engenharia. Estão fazendo uma outra, rio abaixo, na altura de Ciudad Guyana. Obra de empreiteiras brasileiras!

Na orla do rio Orinoco, em Ciudad Bolívar, na Venezuela

Na orla do rio Orinoco, em Ciudad Bolívar, na Venezuela


Na orla do rio Orinoco, em Ciudad Bolívar, na Venezuela

Na orla do rio Orinoco, em Ciudad Bolívar, na Venezuela


Mas a principal atividade foi organizar nossa ida à Canaima e ao Salto Angel, a maior cachoeira do mundo. Até lá não chegam estradas e a única opção é seguir de teco-teco. Nós vamos amanhã, três dias e duas noites, uma delas acampados aos pés da cachoeira. Na verdade, é um retorno, pois já estivemos por lá em 2007. Mas, daquela vez, choveu tanto na noite em que estávamos acampados que, no dia seguinte, nem pudemos ver a cachoeira, coberta por nuvens de vapor. Dessa vez, ela não nos escapa!

Um simpático morador de Ciudad Bolívar, na Venezuela

Um simpático morador de Ciudad Bolívar, na Venezuela

Venezuela, Los Llanos, Ciudad Bolívar, Orinoco, Puerto Ayacucho

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O Antigo e Verdadeiro Chacaltaya (1990)

Bolívia, La Paz, Chacaltaya

Aos 5.300 metros de altitude, quase no topo do monte Chacaltaya, onde existia a mais alta pista de esqui do mundo, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)

Aos 5.300 metros de altitude, quase no topo do monte Chacaltaya, onde existia a mais alta pista de esqui do mundo, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)


Para quem acompanha nossas andanças por esse continente, sabe que quando nós passamos por La Paz, a capital da Bolívia, nós tentamos subir o Chacaltaya. Essa montanha ganhou fama internacional há algumas décadas porque nela se localizava a pista de esqui mais alta do mundo. Há um refúgio construído a 5.300 metros de altitude, quase no topo da montanha, e aí ficavam hospedados os esquiadores que vinham do mundo inteiro. Infelizmente, nos últimos anos, a montanha ganhou fama por outro motivo: um exemplo claro de como as mudanças climáticas estão afetando paisagens que antes eram cartões postais. O gelo e a neve simplesmente sumiram do Chacaltaya e a antiga e famosa pista de esqui é hoje apenas uma lembrança, um fantasma do passado a nos mostrar o que estamos fazendo com o nosso planeta.

A estrada que leva ao monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)

A estrada que leva ao monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)


Início da caminhada até o refúgio no alto do monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)

Início da caminhada até o refúgio no alto do monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)


Tanto eu como a Ana já havíamos estado no Chacaltaya em anos anteriores. Eu, em Julho de 1990, e ela, no inicio do milênio. Estávamos os dois ansiosos para voltar lá e ver com nossos próprios olhos as mudanças na montanha. Como eu disse no início do post, nós voltamos, mas não conseguimos subir novamente o Chacaltaya. Por um motivo meio estranho, devo admitir. Chegamos ao pé da montanha com a Fiona, mas na hora de fazer a caminhada, pegamos a trilha errada e subimos a montanha ao lado. O posts desta história inusitada estão aqui (1a parte) e aqui (2a parte), em duas partes. A experiência foi ótima, como está relatada nos posts, e pudemos ver muito bem como o gelo e neve sumiram lá de cima. Triste sensação. Mas ficou faltando também aquele gostinho de ter voltado ao cume do Chacaltaya. Como não estivemos lá, resolvi contar a história de quando estive lá, a montanha absolutamente cheia de neve e com esquiadores ao nosso lado. Foi durante meu primeiro mochilão pela América Latina, juntamente com o primo Haroldo e o amigo Marcelo.

O Marcelo descansa na caminhada até o topo do monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)

O Marcelo descansa na caminhada até o topo do monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)


Muita neve na região do monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)

Muita neve na região do monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)


Depois da nossa viagem desde Bauru até a Bolívia e pegando o famigerado Trem da Morte (veja essa história aqui), nós chegamos à La Paz no início da tarde do dia 6 de Julho. Da rodoviária, seguimos a pé para o centro, em busca de um hotel. Mas antes disso, já paramos no Club Andino para inquirir sobre o Chacaltaya. Pela nossa programação apertada, tínhamos apenas 3 noites na cidade e ir ao Chacaltaya era uma prioridade para nós, loucos para ultrapassar a barreira dos 5 mil metros. Até a véspera, estávamos a menos de 1.000 metros de altura, ou seja, não estávamos aclimatados de maneira alguma. Nossa primeira experiência com alta altitude havia sido justamente nesse dia, quando chegamos aos 4 mil metros da periferia de La Paz. Mas ali no centro, já estávamos a 3.600 m. O corpo demora alguns dias para se adaptar a estas alturas e nosso plano era seguir para o Chacaltaya em nosso último dia na capital boliviana. Até lá, já estaríamos muito melhores.

Caminhando na neve para chegar ao topo do monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)

Caminhando na neve para chegar ao topo do monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)


Muita neve na região do monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)

Muita neve na região do monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)


Mas planos são planos, realidade é realidade. No Club Andino fomos informados que havia nevado muito no Chacaltaya e que quase ninguém estava indo lá. Não havia excursões programadas para os próximos dias, exceto por uma, de esquiadores suíços. Eles já estavam em La Paz há quase uma semana e loucos para aproveitar essa neve toda na montanha. Partiriam no dia seguinte, bem cedo. Seria nossa única chance. Uma tática quase suicida, ir para cima dos 5 mil metros sem praticamente nenhum tempo de aclimatação, mas não tínhamos escolha. Para piorar, a estrada até o refúgio no topo da montanha estava interrompida pela neve e só se podia chegar de carro até a base do Chacaltaya, a 5 mil metros. Os últimos trezentos teriam de ser feitos caminhando mesmo. Era a oferta que tínhamos, pegar ou largar. Pegamos!

Muita neve na região do monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)

Muita neve na região do monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)


Lá no alto, o refúgio do monte Chacaltaya, a mais alta pista de esqui do mundo, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)

Lá no alto, o refúgio do monte Chacaltaya, a mais alta pista de esqui do mundo, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)


No dia seguinte, cedinho, a van do Club Andino passava no nosso hotel para nos buscar. Conosco, iriam três suíços e uma suíça, todos esquiadores. Estavam indo para ficar duas noites lá em cima. Ficaram muito (mau) impressionados quando souberam que nós só tínhamos chegado a La Paz na tarde anterior. A impressão piorou ainda mais quando falamos para eles que nem óculos escuros levávamos. “Indo para o meio da neve a mais de 5 mil metros de altitude, sem aclimatação e sem óculos, assim são os latino-americanos” – devem ter pensado. E o pior é que eles tinham razão...

Naquela época, ainda existia muita neve e gelo no topo do monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)

Naquela época, ainda existia muita neve e gelo no topo do monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)


O refúgio de apoio da antiga mais alta pista de esqui do mundo, quase no topo do monte Chacaltaya, aos 5.300 metros de altitude, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)

O refúgio de apoio da antiga mais alta pista de esqui do mundo, quase no topo do monte Chacaltaya, aos 5.300 metros de altitude, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)


Uma hora e meia de solavancos mais tarde na rústica estrada e chegamos ao pé da montanha, até um ponto onde o carro realmente não conseguia mais avançar. A neve fresca havia tampado tudo. Para nós, completamente desacostumados com neve, aquilo parecia o paraíso. Mas não podíamos nos excitar muito, pois isso acelera nossa respiração e o ar estava em falta por lá, já um pouco acima dos 5 mil metros. Nós carregávamos apenas um pequeno lanche e máquina fotográfica, enquanto os quatro suíços levavam nas costas grandes mochilas com o equipamento de esqui e suprimentos para os próximos dois dias. Dali para frente, tínhamos mesmo de caminhar. Inicialmente, pela estrada, ou o que aparecia dela por fora da neve. Depois, quando não havia mais vestígios dela, por meio da neve fofa mesmo, que em alguns pontos chegava na altura da nossa cintura. Para quem nunca tinha caminhado na neve, estávamos começando bem...

Com o Haroldo e o Marcelo, em frente ao refúgio da pista de esqui mais alta do mundo, aos 5.300 m de altitude, no monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)

Com o Haroldo e o Marcelo, em frente ao refúgio da pista de esqui mais alta do mundo, aos 5.300 m de altitude, no monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)


Naquela época, ainda existia muita neve e gelo no topo do monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)

Naquela época, ainda existia muita neve e gelo no topo do monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)


A dor de cabeça não demorou a chegar e foi logo combatida com um coquetel de aspirinas e pílulas para o “sorocho” (o mal da altitude). Isso pode ter ajudado contra a dor, momentaneamente, mas nada fez para recuperar o nosso fôlego, que insistíamos em perder depois de apenas alguns passos. Eu saí caminhando na frente, mas antes da metade do caminho, o Haroldo já me ultrapassava com folga. O Marcelo ficou bem para trás, sentindo bastante a altitude, e a simpática suíça com sua enorme mochila resolveu acompanhá-lo. O cansaço foi me pegando cada vez mais forte e, cinco minutos antes de chegar ao refúgio, dois dos suíços também me ultrapassaram. Naquela altura e condições, a minha máquina fotográfica parecia pesar do triplo das enormes mochilas que eles carregavam. Foi um esforço enorme para dar os últimos passos e a dor de cabeça já tinha voltado com força.

Com nossos conhecidos suiços, tentando recuperar as forças dentro do refúgio no alto do monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia. Eles iriam esquiar por lá nos próximos dias  (viagem de Julho de 1990)

Com nossos conhecidos suiços, tentando recuperar as forças dentro do refúgio no alto do monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia. Eles iriam esquiar por lá nos próximos dias (viagem de Julho de 1990)


Entrei no aconchegante refúgio e desabei no sofá. Dali ninguém me tiraria. O Haroldo estava muito melhor e eu ouvi de longe, no meio do meu torpor, os suíços o aconselhando e descer o quanto antes comigo e com o Marcelo, que só chegava agora e reclamava de dores e náuseas. Enquanto isso, a suíça já providenciava um chá de coca para todos nós, especialmente para os latino-americanos. Não sei se foi o chá ou os 10 minutos estatelados no sofá, mas eu comecei a melhorar. Se não me movimentasse muito rápido, até a dor de cabeça melhorava. Foi quando pude sair do refúgio a admirar aquela beleza impressionante ao nosso redor. Víamos La Paz ao longe, lagos congelados no pé da montanha, a pequena trilha que seguia para o topo logo ali e neve, muita neve, para todos os lados.

Com nossos conhecidos suiços, tentando recuperar as forças dentro do refúgio no alto do monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia. Eles iriam esquiar por lá nos próximos dias  (viagem de Julho de 1990)

Com nossos conhecidos suiços, tentando recuperar as forças dentro do refúgio no alto do monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia. Eles iriam esquiar por lá nos próximos dias (viagem de Julho de 1990)


Com o Haroldo e o Marcelo, em frente ao refúgio da pista de esqui mais alta do mundo, aos 5.300 m de altitude, no monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)

Com o Haroldo e o Marcelo, em frente ao refúgio da pista de esqui mais alta do mundo, aos 5.300 m de altitude, no monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)


Comparando com o que vi dessa vez, com a Ana, 23 anos depois, parecem lugares ou mundos diferentes. Nesses 1000dias, passamos por muitos lugares onde os efeitos do aquecimento global são visíveis, especialmente nas regiões polares. Mas nunca tínhamos tido um ponto de comparação que nós mesmos tivéssemos registrado. Sempre há fotos antigas desses lugares, mas é completamente diferente quando foram nossos próprios olhos que registraram a mudança. Foi realmente muito triste ver o estado do Chacaltaya que encontramos em 2013...

Naquela época, ainda existia muita neve e gelo no topo do monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)

Naquela época, ainda existia muita neve e gelo no topo do monte Chacaltaya, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)


Bom, para terminar a nossa história de 1990, o Marcelo também melhorou (só um pouquinho!) a ponto de sair em algumas fotos. Depois, sem escolha, tínhamos de descer rapidamente. Para baixo, todo santo ajuda. Mas ele continuou a vomitar durante a viagem de volta a La Paz. Não havia sido fácil, mas ninguém de nós estava arrependido. Aproveitamos a única chance que tínhamos de chegar ao topo dessa montanha e da mais alta pista de esqui do mundo. Naquela época, isso era apenas uma leve desconfiança, mas agora sabemos com certeza que aquela pista estava fadada a desaparecer. Outro bom motivo para termos estado lá, mesmo nessas duras condições, e ter testemunhado a pista ainda funcionando. Que bela pista de esqui o mundo perdeu...

Aos 5.300 metros de altitude, quase no topo do monte Chacaltaya, onde existia a mais alta pista de esqui do mundo, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)

Aos 5.300 metros de altitude, quase no topo do monte Chacaltaya, onde existia a mais alta pista de esqui do mundo, perto de La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)



P.S Para quem se interessar, os relatos dessa viagem de 1990 que estão no site dos 1000dias são:

1 - A viagem no Trem da Morte
2 - A subida do Chacaltaya, em La Paz (este post!)
3 - A Trilha Inca até Machu Picchu
4 - Viajando pelo rio Amazonas do Peru ao Brasil

Bolívia, La Paz, Chacaltaya, Montanha, trilha, ViagemAntiga

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Gente

Brasil, Paraná, Curitiba

Frequentador do boteco em Orominas, pequeno povoado na região de Nova Roma - GO

Frequentador do boteco em Orominas, pequeno povoado na região de Nova Roma - GO


Segunda-feira, nosso último dia em Curitiba! Muito importante, por sinal! O passaporte, junto com o resto do dossiê, seguiu para São Paulo. Amanhã será entregue no consulado. Tivemos também uma importante reunião com os fornecedores do site. Tudo acertado para a "próxima" etapa! De tarde, o primeiro filme (cinema) de qualidade nos últimos 500 dias! Já não era sem tempo, portanto. Meia Noite em Paris é ótimo! Principalmente para os nostálgicos como eu... E de noite, vinho e pizza na casa da Dani e Dudu, com muitas brincadeiras com a sobrinha maravilhosa e risonha, a Luiza

Amanhã, de volta à estrada, em direção à Urubici, em busca de gelo e neve. E aí, volto à rotina do blog, com relatos e fotos do dia. Hoje, portanto, faço a última homenagem. Dessa vez, às pessoas que encontramos nesses 450 dias de périplo pelas américas...

Sarah e Daniel, casal super atuante na comunidade!

Sarah e Sarah, em North Caico. Esse casal é show!

Sarah e Sarah, em North Caico. Esse casal é show!


O típico vaqueiro do sertão, saído de algum livro de Guimarães Rosa

Vaqueiro no Vale do Peruaçu, próximo à Januária - MG

Vaqueiro no Vale do Peruaçu, próximo à Januária - MG


Muito orgulhoso de de suas cocadas. Quem não estaria?

Vendedor de cocadas em Itacaré - BA

Vendedor de cocadas em Itacaré - BA


O arquétipo da baiana!

AS Baianas, em festa de rua em Cachoeira, no Recôncavo Baiano - BA

AS Baianas, em festa de rua em Cachoeira, no Recôncavo Baiano - BA


Imagina a história de vida!

Passageiro em viagem pelo Rio Preguiças, entre Barreirinhas e Atins, nos Lençóis Maranhenses (MA)

Passageiro em viagem pelo Rio Preguiças, entre Barreirinhas e Atins, nos Lençóis Maranhenses (MA)


Sabe tudo de pescaria!

Seu Domingos e sua pescaria, na praia da Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA

Seu Domingos e sua pescaria, na praia da Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA


Felicidade em Cayenne

Fantasia de carnaval em Cayenne, na Guiana Francesa

Fantasia de carnaval em Cayenne, na Guiana Francesa


Personagem tipicamente caribenho!

Socializando com o cozinheiro do Lion's Punch, bar em Cockleshell Bay, em St. Kitts, no Caribe

Socializando com o cozinheiro do Lion's Punch, bar em Cockleshell Bay, em St. Kitts, no Caribe


Tem mais flamenguistas no norte do que no Rio...

Explosão de alegria com a vitória do Flamengo! (em Presidente Figueiredo - AM)

Explosão de alegria com a vitória do Flamengo! (em Presidente Figueiredo - AM)


Difícil saber quem entende mais de peixe...

Visitando o mercado de peixes em Manaus - AM

Visitando o mercado de peixes em Manaus - AM


As mulheres são liiiindas!!!

Com a Januária, na Comunidade do Engenho, na Chapada dos Veadeiros, região de Cavalcante - GO

Com a Januária, na Comunidade do Engenho, na Chapada dos Veadeiros, região de Cavalcante - GO

Brasil, Paraná, Curitiba,

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Dentro da Terra e da Água (com Vídeo!)

Estados Unidos, Flórida, Peacock

A tradicional placa de advertência na caverna alagada em Peacock, na Flórida, Estados Unidos

A tradicional placa de advertência na caverna alagada em Peacock, na Flórida, Estados Unidos


A Louisiana foi o décimo primeiro estado da Fiona aqui nos Estados Unidos. Um a menos que eu e a Ana, que já havíamos estado na Flórida no comecinho da nossa viagem, dois anos atrás. Viemos de avião, passamos uma rápida temporada no sul do estado, com direito à passagem em Key West, fizemos nosso primeiro giro pelo Caribe e demos outra passada por Miami. Lá se vão dois anos! É até engraçado, para nós, ler os posts daquela época.

Chegando à Flórida, nos Estados Unidos

Chegando à Flórida, nos Estados Unidos


Agora, chegou a hora de entrarmos no estado dirigindo nosso próprio carro, diretamente do Brasil! Emocionante! Saímos de New Orleans um pouco antes da metade do dia e não demorou muito para entrarmos no “Sunshine State”, o auto apelido da Flórida. Depois, uma longa estrada cruzando a parte oeste do estado até chegarmos ao alto da península que forma boa parte da Flórida. Ali estava nosso objetivo dos próximos dias: as famosas cavernas inundadas da Flórida, as mais “mergulhadas” do mundo!

Nosso chalé no Dive Outpost, em Peacock, na Flórida, nos Estados Unidos

Nosso chalé no Dive Outpost, em Peacock, na Flórida, nos Estados Unidos


Antes de iniciarmos nossa viagem há dois anos, fizemos vários cursos para nos preparar para a nossa aventura pelo continente. Um deles foi o curso de mergulho em cavernas, uma das modalidades mais técnicas e perigosas da atividade. Acontece que, no Brasil, apesar de tantas cavernas maravilhosas para se mergulhar, não é possível fazer isso, pois dificuldades burocráticas acabaram por, na prática, proibir esse tipo de mergulho.

Roupas secam no capô da Fiona na nossa pousada em Peacock, na Flórida, nos Estados Unidos

Roupas secam no capô da Fiona na nossa pousada em Peacock, na Flórida, nos Estados Unidos


Assim, nosso curso (e também toda a nossa experiência) foi dado não numa caverna, mas numa antiga mina abandonada, na cidade de Mariana, em Minas Gerais. A mina, por não ser uma cavidade natural, escapa das burocracias criadas pelo Ibama, e acaba sendo a nossa única “caverna” para se mergulhar no Brasil. Ali treinamos e ganhamos nosso certificado. E por ali passamos novamente, quando estivemos em Minas Gerais. Quem quiser conferir, basta ver os posts de 28/08/2010.

Felizes e prontos para nosso primeiro mergulho numa caverna de verdade, em Peacock, na Flórida, nos Estados Unidos

Felizes e prontos para nosso primeiro mergulho numa caverna de verdade, em Peacock, na Flórida, nos Estados Unidos


Desde então, aguardamos a oportunidade do nosso batismo numa caverna de verdade. Poderia ter sido no México (ainda vamos passar lá, na volta!), mas acabou sendo aqui, em Peacock, no norte da Flórida. Insistência da Ana, pois eu já estava querendo deixar passar... Ainda bem que ela insistiu! Uma experiência maravilhosa dessa não dever ser desperdiçada!

Parque de Peacock, na Flórida, nos Estados Unidos

Parque de Peacock, na Flórida, nos Estados Unidos


A gente chegou nas últimas luzes do dia na entrada da estrada que dá acesso ao Parque Estadual de Peacock. Bem ali tem um alojamento, o Dive Outpost. O gerente Tim, muito simpático, rapidamente organizou um guia para nos levar na caverna amanhã cedo. Afinal, não somos bobos nem nada de entrar nesse ambiente pela primeira vez sem ter alguém para nos guiar e dar segurança naquele mundo alienígena.

Com o Tony, nosso guia nas cavernas alagadas em Peacock, na Flórida, Estados Unidos

Com o Tony, nosso guia nas cavernas alagadas em Peacock, na Flórida, Estados Unidos


O mergulho em cavernas realmente é uma atividade muito perigosa, mas ao longo dos anos, técnicas, treinamentos e equipamentos vêm sendo desenvolvidos para torná-la tão segura quanto o possível. E quase tudo isso foi feito, ou criado, aqui na Flórida, onde estão as cavernas mais mergulhadas do mundo. Regras, protocolos, equipamentos, tudo desenvolvido com base na experiência e nos acidentes ocorridos ao longo das últimas duas décadas pelos pioneiros desse esporte.

Pronto para entrar na água em Peacock, na Flórida, Estados Unidos

Pronto para entrar na água em Peacock, na Flórida, Estados Unidos


Assim, as cavernas só estão abertas para mergulhadores devidamente certificados. Todos mergulhamos com equipamentos em redundância, caso um deles falhe. Lanternas, cada um tem três! Além disso, sempre contamos uns com os outros. Antes do início do mergulho, todo o equipamento é checado e rechecado e quando entramos, acompanhamos sempre a famosa “Golden Line”, uma linha amarela que nos guia através do labirinto da caverna.

Começo de mergulho em Peacock, na Flórida, Estados Unidos

Começo de mergulho em Peacock, na Flórida, Estados Unidos


Por fim, para complementar toda essa segurança, ainda há outro item fundamental: a calma e o autocontrole. Numa caverna, está proibido entrar em pânico! Afinal, uma vez lá dentro, não há para onde correr! Em águas abertas, na pior das hipóteses, sempre se pode subir para a superfície. Aqui, se subirmos, damos com a cabeça no teto! Não há atalho! Se algo ocorrer, temos de sair pelo mesmo caminho que entramos. Se entramos 300-400 metros, essa é a distância que teremos de nadar novamente. Isso pode levar 20-30 minutos, dependendo do quanto se adentrou na caverna.

Mergulhando na caverna alagada em Peacock, na Flórida, Estados Unidos

Mergulhando na caverna alagada em Peacock, na Flórida, Estados Unidos


Enfim, tudo pela emoção de entrar nesse mundo “proibido”, tão pouco visitado e misterioso aos nossos olhos. É a sensação de exploração no seu máximo sentido. Havia anos que esperávamos pela oportunidade e estávamos prontos e ansiosos por isso.

Junto ao cabo guia na caverna alagada em Peacock, na Flórida, Estados Unidos

Junto ao cabo guia na caverna alagada em Peacock, na Flórida, Estados Unidos


Logo de manhã chegou o Tony, o nosso guia. Fizemos a checagem dos equipamentos e seguimos para o parque ali do lado. Ele nos deu o briefing para sabermos o que nos esperava, revisamos os sinais de comunicação, conversamos sobre a história do local e fomos, enfim, mergulhar. Peacock faz parte de um enorme sistema de cavernas, mas nós seguiríamos apenas pela parte principal. Deixamos a boca e a segurança da iluminação natural, afundamos até pouco mais de 10 metros de profundidade e entramos pelo túnel escuro em fila indiana, seguindo a Golden Line. O Tony na frente, a Ana no meio e eu atrás, tentando filmar aquele mundo estranho.

Chegando à saída da caverna alagada em Peacock, na Flórida, Estados Unidos

Chegando à saída da caverna alagada em Peacock, na Flórida, Estados Unidos


É muito difícil descrever o que sentimos lá embaixo. Certamente, a sensação é que não estamos no nosso mundo, que somos apenas visitantes. As luzes iluminam paredes, buracos e passagens e a gente fica imaginando como seria passar por lá se a caverna fosse seca. Engraçado, quando estamos numa caverna seca, é justamente o contrário: eu e a Ana sempre imaginamos como seria mergulhar por ali, se a caverna fosse inundada!

Saindo da caverna alagada em Peacock, na Flórida, Estados Unidos

Saindo da caverna alagada em Peacock, na Flórida, Estados Unidos


Os túneis são relativamente largos mas, ao contrário da mina da Passagem, em Mariana, aqui o arquiteto foi a natureza, então não há linhas retas ou passagens regulares. Muito mais bonito e impressionante assim, um túnel cavado através de milhares de anos pela água dissolvendo o calcário. No meio daquela escuridão, tão longe da luz e da atmosfera, nossa mente divaga e a gente apenas segue seus caminhos e pensamentos. Muita coisa passa pela cabeça e nosso trabalho é apenas filtrar o medo, que deve ser deixado para trás.

Fim do primeiro mergulho em Peacock, na Flórida, Estados Unidos

Fim do primeiro mergulho em Peacock, na Flórida, Estados Unidos


Mas, devo admitir, é um alívio quando fazemos meia volta e um alívio maior ainda quando vemos as primeiras luzes da boca da caverna, na hora da saída. Chegar a superfície, ver o verde das plantas, tirar o respirador e sentir o ar fresco entrando nos pulmões é uma verdadeira dádiva! Assim como são as memórias e experiências que acabamos de ter.

Carregando equipamento de mergulho em Peacock, na Flórida, Estados Unidos

Carregando equipamento de mergulho em Peacock, na Flórida, Estados Unidos


A gente descansou um pouco e logo partimos para um segundo mergulho, dessa vez por um outro túnel ainda mais bonito. Esse formava chaminés e enormes colunas d’água sobre nossa cabeças. Um verdadeiro show da natureza, escondido sobre a terra e a água, longe dos olhos dos simples mortais. Outra coisa bem legal desse segundo mergulho foi que atravessamos a caverna, chegando até outra saída. Por aí chegamos a superfície, admiramos um pouco o mundo e a luz e voltamos para as profundezas e para a escuridão, para voltarmos a nossa entrada original. Muito legal mesmo!

Passagem por 'janela' em caverna alagada em Peacock, na Flórida, Estados Unidos

Passagem por "janela" em caverna alagada em Peacock, na Flórida, Estados Unidos


Hoje dormimos bem mais leves. Tínhamos passado pelo nosso verdadeiro batismo nas cavernas alagadas. Sobrevivemos, hehehe! Amanhã seguimos para outra caverna, a pouco mais de uma hora de distância daqui. É, talvez, a mais famosa do mundo para essa tipo de atividade: Ginnie Springs. É como se fosse a Indianápolis do automobilismo, ou a Wimbledon do tênis. Lá, teremos uma diferença fundamental do mergulho de hoje. Aqui, não há corrente, é como se fosse um lago subterrâneo. Em Ginnie, ao contrário, há um rio. Vamos enfrentar uma forte corrente! Ainda bem que o Tony estará conosco novamente!

Estados Unidos, Flórida, Peacock, Caverna, Mergulho

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A Primeira Cidade Americana

Estados Unidos, Flórida, Saint Augustine

Vestido a carater no forte de San Marcos, em St Augustine, na Flórida - EUA

Vestido a carater no forte de San Marcos, em St Augustine, na Flórida - EUA


Vivendo e aprendendo. Ou, no nosso caso, viajando e aprendendo! Há apenas poucos dias descobrimos que a cidade mais antiga do país não foi fundada por ingleses e nem está nas famosas 13 colônias originais. Não! A primeira cidade americana está aqui, na Flórida, e foi fundada por espanhóis!

Entrada de galeria e museu em St Augustine, na Flórida - EUA

Entrada de galeria e museu em St Augustine, na Flórida - EUA


Estou falando de St Augustine, cidade fundada em 1568 na costa leste da Flórida, como parte da disputa entre espanhóis e franceses pela supremacia da região. A data precede em mais de 40 anos a chegada dos colonizadores ingleses mais ao norte. Os colonizadores podem ter demorado esse tempo todo, mas os piratas não! O mais famoso deles, sir Francis Drake, já aterrorizava os habitantes espanhóis de St Agustine duas décadas depois da fundação da cidade, saqueando e queimando a cidade.

O portão antigo da cidade de St Augustine, a mais antiga do país, na Flórida - EUA

O portão antigo da cidade de St Augustine, a mais antiga do país, na Flórida - EUA


Mas, enfim, os espanhóis expulsaram os rivais franceses, sobreviveram aos piratas ingleses e fizeram de St Augustine sua principal base na Flórida, por mais de 200 anos. Com as colônias inglesas em pleno desenvolvimento logo ali do lado, também tiveram de resistir a várias campanhas de conquista, vindas da Carolina e da Georgia. E quem ajudou os espanhóis nisso foram escravos fugidos das colônias inglesas. Eles eram recebidos de braços abertos em St Augustine, desde que jurassem aliança ao rei espanhol, e eram os mais valentes soldados nas guerras contra seus antigos senhores ingleses.

O Forte de San Marcos, na cidade de St Augustine, na Flórida - EUA

O Forte de San Marcos, na cidade de St Augustine, na Flórida - EUA


Mas, ao fim da guerra de 1763, a verdadeira primeira guerra mundial, envolvendo ingleses, franceses e espanhóis em várias partes do mundo, os ibéricos estiveram entre os derrotados e acabaram cedendo a Flórida aos ingleses. St Agustine foi britânica por 20 anos, mas o mundo deu as suas voltas novamente. Com a derrota inglesa na Revolução Americana, os espanhóis foram recompensados em sua ajuda aos revolucionários com a posse da Flórida (e de St Augustine!) outra vez.

A mais antiga escola dos Estados Unidos, em St Augustine, na Flórida

A mais antiga escola dos Estados Unidos, em St Augustine, na Flórida


A última mudança de “status” da cidade se deu em 1820, quando os espanhóis venderam o estado para os Estados Unidos. A cidade virou definitivamente americana, mas a influência espanhola ficou marcada para sempre na arquitetura do charmoso centro histórico e na rica culinária de St Augustine.

Lendo placa informativa da mais antiga casa do país, em St Augustine, na Flórida - EUA

Lendo placa informativa da mais antiga casa do país, em St Augustine, na Flórida - EUA


Nós chegamos nessa interessante cidade ontem de noite. Ao invés de ficarmos num daqueles hotéis de rede, achamos um simpaticíssimo hostel no centro da cidade, o Pirate Haus. Nada como um tratamento mais “pessoal” de vez em quando! Um hotel com alma, e não uma fria franchising. Além de nos indicar um restaurante brasileiro para jantar, o dono logo nos convenceu a ficar mais um dia na cidade. Savannah teria de esperar um pouco mais...

Praça de St Augustine, na Flórida - EUA

Praça de St Augustine, na Flórida - EUA


O jantar no restaurante brasileiro foi ótimo. Legítima feijoada preparada por uma legítima brasileira. Quem nos serviu foi o genro da cozinheira, também brasileiro. Mas quem fez mais festa foi o dono do restaurante, marido da cozinheira, italiano de mão cheia, fã incondicional do Brasil.

O Forte de San Marcos, na cidade de St Augustine, na Flórida - EUA

O Forte de San Marcos, na cidade de St Augustine, na Flórida - EUA


O dia de hoje foi devotado à exploração da cidade mais antiga dos Estados Unidos. Aqui estão vários “primeiros”. Por exemplo, a primeira casa do país, a primeira escola, o primeiro forte e por aí vai. O centro da cidade é uma delícia de se passear, ruas simpáticas, piso de pedra, casas que nos lembram as cidades históricas do México, Cuba ou Colômbia. Realmente, muito mais gostoso andar por aqui do que numa cidade americana típica, geralmente feita para automóveis e não para pessoas.

Show de música em taverna de St Augustine, na Flórida - EUA

Show de música em taverna de St Augustine, na Flórida - EUA


Outro dos “primeiros”, um dos que mais gostei de conhecer, foi a primeira taverna. Aí, já há vários séculos, pessoas vem atrás das saudáveis atividades de beber e jogar. Para manter a tradição, fizemos o mesmo: testamos deliciosas cervejas locais enquanto nos divertíamos com um jogo interessante e simples de dados (mas sem apostas!). Tudo ao som de ótima música ao vivo! Aliás, é impressionante como temos encontrado música de qualidade nesse país. É de se tirar o chapéu!

Jogando dados e saboreando uma cerveja em taverna histórica de St Augustine, na Flórida - EUA

Jogando dados e saboreando uma cerveja em taverna histórica de St Augustine, na Flórida - EUA


Depois de muito caminhar e aprender (há excelentes placas informativas em todos os lugares, outro aspecto de se tirar o chapéu aos americanos!), voltamos para nosso hostal. Mas de noite já estávamos na rua novamente, dessa vez para encontrar o Márcio e a Taciana. Ele foi colega do meu irmão mais velho no início da década de 80, em Belo Horizonte. Só o conhecia de nome. Mas meu irmão tinha mantido contato com ele e sabia que tinha acabado de se mudar para cá. Bastou um e-mail e um telefonema e conseguimos nos encontrar. Foi joia, dois casais contando suas aventuras de vida. A história da mudança deles para cá é bem interessante! Normalmente, são os filhos jovens que seguem os pais na mudança de endereço. Mas eles fizeram o contrário: os filhos vieram estudar nos EUA e ele vieram acompanhar, para manter a família unida.

Observandoa orla em St Augustine, na Flórida - EUA

Observandoa orla em St Augustine, na Flórida - EUA


Bom, amanhã, finalmente, deixamos a Flórida para trás e vamos conhecer um novo estado, a Georgia. Como dormimos aqui mais um dia, só vamos parar para almoçar em Savannah. O destino final será Atlanta, sede das Olimpíadas em 96 e uma das cidades que mais crescem no país. Além da sede da Coca-cola e da CNN, dizem ter um dos melhores aquários do mundo.Vamos conferir!

Encontro com o Márcio e a Taciana em St Augustine, na Flórida - EUA

Encontro com o Márcio e a Taciana em St Augustine, na Flórida - EUA

Estados Unidos, Flórida, Saint Augustine, cidade, história

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Monterey e Carmel

Estados Unidos, Califórnia, Monterey, Carmel

Chegando ao famoso Aquário de Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos

Chegando ao famoso Aquário de Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos


O percurso da Route One entre Santa Cruz e Monterey não é grande coisa e, sem paradas para fotografias ou caminhadas, não demorou muito para que chegássemos à antiga capital da Califórnia, desde a época do controle espanhol e mais tarde, mexicano.

Chegando à Montery, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos

Chegando à Montery, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos


A cidade se iniciou como uma missão franciscana, mas logo foi fortificada, já nas últimas décadas do séc. XVIII, para se defender de uma possível invasão russa, que nunca aconteceu. Pois é, naqueles tempos, quem disputava a supremacia da costa oeste americana eram os espanhóis e os russos, já instalados no Alaska e com pretensões de se estabelecerem mais ao sul.

Chegando à Montery, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos

Chegando à Montery, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos


Parque em Monterey, na Califórnia, nos Estados Unidos

Parque em Monterey, na Califórnia, nos Estados Unidos


Mas, o mundo dá voltas. Os russos ficaram mesmo lá pelo norte enquanto os espanhóis perderam todo o território mexicano na luta daquele país por sua independência. Expulsaram os ibéricos, mas não mantiveram o poder da Califórnia e sua capital, Monterey, por muito tempo. Um dos resultados da guerra entre americanos e mexicanos na metade do séc. XIX foi que o estado passou ao controle dos americanos. Já sob domínio ianque, Monterey continuou com sua longa lista de “primeiros” da costa oeste: primeiro teatro, primeiro prédio público, primeira biblioteca publica, primeira casa de tijolos, primeiro jornal e por aí vai.

Muitos campos de golfe na 17 Mile Drive, em Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos

Muitos campos de golfe na 17 Mile Drive, em Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos


Nesta tradicional cidade chegamos perto da hora do almoço de ontem, já impressionados com a beleza de suas praias ao norte. Seguimos diretamente para o centro de visitantes, bem no meio de um lindo parque e lá fomos recebidos por um senhor que nos deu uma verdadeira aula, não só sobre as atrações da cidade, mas também sobre como receber turistas. Respondia todas as perguntas sem titubear, inclusive sobre o que era mais ou menos interessante. Nada de enrolação!

Os elegantes ciprestes ao longo da 17 Mile Drive, em Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos

Os elegantes ciprestes ao longo da 17 Mile Drive, em Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos


Ele também nos falou sobre as partes mais bonitas da rodovia, entre Monterey e Los Angeles. Acabou por nos convencer a ficar mais um dia na cidade (nosso plano inicial era seguir viagem já hoje de manhã!). As principais atrações são a estrada-parque que liga Monterey à vizinha Carmel e o aquário da cidade, um dos melhores do mundo. Por fim, ele também nos deu as dicas de regiões de hotéis para ficar, tanto em Monterey como na estrada pelo Big Sur.

Fim de tarde em praia de Carmel, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos

Fim de tarde em praia de Carmel, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos


Celebrando os últimos momentos do dia em Carmel, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos

Celebrando os últimos momentos do dia em Carmel, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos


Resolvemos aproveitar o resto da tarde para já percorrer a “17 Mile Road”. Ele vai serpenteando a encosta, espremida entre campos de golfe de um lado e o glorioso Oceano Pacífico do outro. No caminho, muitos mirantes para admirar a paisagem e também a vegetação da região, principalmente os belos ciprestes, típicos dali. A única preocupação era driblar o trânsito concorrente, já que em pleno feriado, tinha muita gente fazendo o mesmo percurso.

No final da tarde, muitas fogueiras na praia em Carmel, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos

No final da tarde, muitas fogueiras na praia em Carmel, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos


No final da tarde, muitas fogueiras na praia em Carmel, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos

No final da tarde, muitas fogueiras na praia em Carmel, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos


Chegamos à charmosa Carmel bem no finzinho da tarde, ainda em tempo de estacionar a Fiona, encontrar um lugar na praia e assistir de camarote ao pôr-do-sol. Clima de total descontração na praia repleta de cães. A cidade é uma das mais “dog-friendly” do país. Vários restaurantes, lojas e hotéis não fazem restrição aos nossos amigos de quatro patas. Andam felizes e soltos pela praia, socializando com seus pares. Quem socializa também são as pessoas, fazendo seus piqueniques e montando suas fogueiras. Depois do espetáculo do sol se pondo atrás do mar, eram dezenas de fogueiras espalhadas pela praia. Sem dúvida, de todas as praias americanas que estivemos nessa viagem, essa de Carmel, principalmente pelo clima descontraído, foi uma das que mais gostamos.

Iluminação natalina nas ruas de Carmel, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos

Iluminação natalina nas ruas de Carmel, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos


Já no escuro e com muita fome, fomos andar um pouco pela cidade para encontrar um bom restaurante. Carmel também nasceu como uma missão franciscana em tempos espanhóis. No início do séc XX, principalmente após o terremoto que abalou San Francisco em 1906, virou reduto de artistas, poetas, pintores e músicos. Já em 1910 os jornais de San Francisco anunciavam que em Carmel se respirava cultura. Esses mesmos artistas foram construindo suas casas e até se metendo na política local. Um bom exemplo é o ator Clint Eastwood, que foi prefeito da pequena cidade na década de 80. Como artistas gostam de boa comida, a cidade também virou um celeiro de bons restaurantes e o único trabalho que tivemos por lá foi escolher algum entre tantos deles. Foi delicioso caminhar pela cidade enfeitada para o natal, entre pequenos e concorridos restaurantes. Ficou aquela vontade de passar uma longa temporada por lá. Já está na nossa lista de “cidades que um dia voltaremos!”...

Litoral de Monterey, na Califórnia, nos Estados Unidos

Litoral de Monterey, na Califórnia, nos Estados Unidos


Correndo pela orla de Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos

Correndo pela orla de Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos


Já bem de noite, voltamos para Monterey, agora pela estrada rápida. Tínhamos achado um hotel bem legal, longe do centro, mas bem perto da praia. Pura inspiração para começarmos o dia de hoje de maneira bem saldável! Pois é, logo cedo já estávamos correndo por uma simpática trilha ao longo da orla da cidade, uma região cheia de parques e casas bacanas.

O belo parque na faixa costeira de Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos

O belo parque na faixa costeira de Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos


Manhã saldável de corrida na costa de Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos

Manhã saldável de corrida na costa de Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos


Corremos mais de três quilômetros, admirando o mar forte que batia nas pedras e os corajosos surfistas que enfrentavam não só as ondas, mas o frio da água. Junto com eles, as simpáticas e raras lontras de água salgada, o animal que foi quase extinto pela caça comercial ao longo do séc. XIX, por causa da sua pele. Parada para fotos e admiração da baía de Monterey e, depois, volta correndo para o hotel. Mas antes de chegar lá, um desvio para a praia, para mais uma corridinha. Sem as roupas de borracha dos surfistas, só animamos de molhar os pés e canelas. Doía até os ossos, mas valeu a pena!

Correndo em praia de Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos

Correndo em praia de Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos


Mar gelado em Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos

Mar gelado em Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos


A tarde de hoje foi dedicada à exploração do famoso aquário da cidade. Depois de termos conhecido o fabuloso aquário de Atlanta, achei que nunca mais me impressionaria com outro e, até por isso, estava com uma certa preguiça de entrar em um. Mas o senhor do escritório de turismo me convenceu que deveríamos ir lá. E ele estava certíssimo!

Observando a floresta de Kelps no enorme aquário de Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos

Observando a floresta de Kelps no enorme aquário de Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos


A sensação de estar abaixo de uma onda, no Aquário de Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos

A sensação de estar abaixo de uma onda, no Aquário de Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos


Certamente, o aquário não é tão impressionante como o de Atlanta, com seus enormes tubarões-baleia. No seu tanque principal, uma pitoresca floresta de Kelps, as gigantescas algas que crescem nessa parte do Pacífico, alimentando um complexo ecossistema que começa com peixes pequenos e chega até os tubarões-martelo. Todos eles representados no aquário, nadando naquela floresta subaquática. Muito legal!

Observando tubarões no Aquário de Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos

Observando tubarões no Aquário de Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos


Coleção de moréias coloridas no Aquário de Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos

Coleção de moréias coloridas no Aquário de Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos


Mas, para mim, o que mais impressionou foi a exposição das águas-vivas. Dezenas de espécies, de todos os tamanhos e cores, desde as minúsculas e inofensivas até as gigantes e venenosas, passando pelas incríveis luminescentes, habitantes das profundezas. Um verdadeiro show! Foi mesmo emocionante ver de perto esses verdadeiros alienígenas. Como bem disse um cientista, “o mundo extraterrestre mais perto nós está bem aqui, no nosso quintal, embaixo de nossos narizes. O mar!”. Basta ver esses seres sem braços ou pernas, olhos ou ouvidos, mas tão graciosos e cientes do que se passa a sua volta para concordamos com ele.

Isso aí é um cavalo-marinho muito bem fantasiado de planta, no Aquário de Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos

Isso aí é um cavalo-marinho muito bem fantasiado de planta, no Aquário de Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos


O Aquário de Monterey tem uma fantástica exposição de águas-vivas (no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos)

O Aquário de Monterey tem uma fantástica exposição de águas-vivas (no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos)


Amanhã, pegamos estrada novamente. Será o dia de conhecer a parte mais bonita da One, justamente aquela que atravessa a região conhecida como Big Sur. Nossa ideia é passar o dia explorando esse trecho de cerca de 100 quilômetros e dormir por ali mesmo. No dia seguinte, dia 27, acordamos cedinho e seguimos diretamente para o aeroporto de Los Angeles. Nossas explorações dessa cidade ficam para quando voltarmos do Havaí...

Incríveis águas-vivas luminescentes, no Aquário de Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos

Incríveis águas-vivas luminescentes, no Aquário de Monterey, no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos

Estados Unidos, Califórnia, Monterey, Carmel, 17 Mile Drive, One, Parque

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