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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Plaza San Martín, centro de Córdoba, na Argentina
Na manhã do dia 24 deixamos a tranquila San Marcos Sierras rumo à capital da província e segunda maior cidade do país. Com quase 1,5 milhões de habitantes, Córdoba tem ares de metrópole, história de metrópole e arquitetura de metrópole, embora seu imponente centro histórico possa ser conhecido a pé, em um passeio de um dia (sem contar tempos de visitas aos inúmeros museus, claro!).
Plaza San Martín, centro de Córdoba, na Argentina
Iglesia del Sagrado Corazón - Padres Capuchinos, em Córdoba, na Argentina
Nós não fizemos os 160 km que separam a pequena cidade da grande metrópole diretamente. No meio do caminho estava a casa da Cristina e do Anibal, os pais da nossa amiga Marianela, que havíamos conhecido há poucos dias lá em San Juan. Eles nos tinham convidado para visitá-los e, promessa feita, promessa cumprida! Passamos uma deliciosa tarde de chás e conversas com eles, assunto que vou tratar no próximo post, quando for falar do período mais triste e trágico da história recente argentina, que os dois viveram na pele.
Café da manhã na casa da mãe do Jorge, em Córdoba, na Argentina
Com a irmã e sobrinha do Jorge, na casa deles em Córdoba, na Argentina
Enfim, já quase escurecia quando chegamos à Córdoba. Aí, seguimos diretamente para a casa da família do Jorge, um outro amigo que fizemos nesses 1000dias. Ele, junto com a sua querida namorada Belen, viajaram por toda a América Latina com um lindo projeto de fazer as pessoas rirem, principalmente as crianças. Os dois são artistas, fazem teatro de marionetes e levavam ou viajavam em seu palco ambulante: um autêntico Citroen 2CV, um dos mais tradicionais carros argentinos. Nós os conhecemos em Playa del Carmén, no México (veja o post aqui) e, desde então, mantemos algum contato pela internet. Eles já estavam de volta da viagem há algum tempo e, ao saber que passaríamos por perto, nos convidaram para ficar com eles.
Junto com o Jorge e seu possante veículo, que o levou até o México! (em Córdoba, na Argentina)
Despedida de nosso amigo Jorge e sua família, em frente a sua casa em Córdoba, na Argentina
O Jorge voltou a morar na casa da sua mãe e foi aí que nos receberam, toda a família, com muito carinho. Por aqui passamos duas noites, sempre uma delícia trocar um hotel por um lar, o que nos fazer sentir mais perto de casa. Por mais que estejamos acostumados com a rotina de viagem e de hotéis, nada substitui a convivência familiar. Até as pequenas coisas, como pedir uma pizza para comer em casa, todo mundo junto, como foi nosso primeiro jantar em Córdoba na casa deles. Só para jogar conversa fora, botar o papo em dia e falar de planos futuros. Muito joia!
Iglesia del Sagrado Corazón - Padres Capuchinos, em Córdoba, na Argentina
Hoje pela manhã, enquanto os dois foram trabalhar, nós fomos com a Fiona para o centro da cidade, para ver de perto a mais bem conservada arquitetura colonial do país. Combinamos que, de noite, depois do trabalho, eles nos levariam para sentirmos um gostinho da afamada night cordobense.
A Catedral de Córdoba, na Argentina
Interior da Catedral de Córdoba, na Argentina
Então, tratamos de encontrar um estacionamento no centro para começar a gastar sola de sapato. Córdoba foi fundada no final do séc. XVI e logo se tornou um importante centro na rota que unia a Argentina com o Peru, passando por Potosi. Como já disse em outro post, todo o comércio das colônias sul-americanas com a Espanha era centralizado em Lima. Assim, se esquecermos o contrabando (que não era pouco!), tudo o que se produzia em terras portenhas viajava no lombo de burro através do continente, passando por cidades como Córdoba.
O Cabildo, ou prefeitura de Córdoba, na Argentina
Pátio interno do Cabildo de Córdoba, na Argentina
Outro grande impulso à vida da cidade foi a chegada dos Jesuítas, já no início do séc. XVII. A mais importante ordem religiosa daqueles tempos transformou Córdoba em sua capital nessa parte do mundo, fundando, organizando e controlando todas suas missões religiosas a partir daqui. Na própria cidade, tinham uma área só para eles, a famosa “Manzana Jesuítica”, uma das principais atrações turísticas da cidade nos dias de hoje. Aí tinham sua bela igreja, seus colégios e até a primeira universidade do país e a terceira do continente.
Manzana Jesuítica, em Córdoba, na Argentina
O belo interior da igreja do sagrado Coração de Jesus, em Córdoba, na Argentina
Falando em universidades, Córdoba sempre se destacou pela vida estudantil, hoje sede de inúmeras outras universidades onde estudam milhares de pessoas. E vida estudantil, todos sabem, é sempre sinônimo de muita agitação. Agitação cultural e política! Por isso a cidade tem tantos bares, teatros, museus e restaurantes. E por isso também sempre foi palco de manifestações e movimentos que mudariam a cara do país. Como no caso da reforma universitária no início do séc. XX, ou do movimento que derrubou Perón na década de 50, ou do movimento que o trouxe de volta no início da década de 70, o famoso “Cordobazo”. Foi por isso também que Córdoba (e seus estudantes!) foi uma das cidades que mais sofreu com a repressão violenta do período militar do final da década de 70.
Caminhando em rua comercial de Córdoba, na Argentina
Propaganda de bar em Córdoba, na Argentina
Bom, foi isso que fizemos durante todo o dia de hoje: caminhar pelas ruas e história da cidade. O cuidado era só não conseguir um belo torcicolo, de tanto olhar para cima, para admirar a arquitetura monumental dos prédios e fachadas.
O cachorro não parece muito preocupado com o ônibus do city-tour de Córdoba, na Argentina
Na Plaza San Martín, centro da cidade, destacam-se o Cabildo e a Catedral. Os dois prédios demoraram quase 200 anos para serem construídos, entre os sécs. XVI e XVIII e merecem ser vistos, por fora e por dentro! Aliás, a catedral certamente se destaca mais pelo seu belo interior enquanto, no Cabildo, o que chama a atenção são os seus arcos de pedra.
Manifestações de rua, muito comuns na Argentina de hoje (em Córdoba)
A mais bela igreja, entre tantas que que há, é a do sagrado Coração, dos irmãos Capuchinos. Arquitetura gótica, cheia de torres bem pontudas que parecem querer cortar o céu. Foi aí do lado, no Paseo Bom Pastor que presenciamos uma das mais curiosas cenas do dia, uma excursão de freiras bem animadas que queria ver e fotografar tudo virando, elas mesmas, alvo de fotografias!
Freiras posam para foto em Córdoba, na Argentina
Placa informativa sobre a terrível história da Passagem Santa Catalina, em Córdoba, na Argentina
Nosso último programa no centro, além de um delicioso almoço em um dos cafés da cidade, foi visitar a “Pasaje Santa Catalina”. Apesar do nome tão simpático, a história é pesadíssima por aí. Era onde se puniam escravos e indígenas que se revoltavam e onde estava a delegacia da cidade. O que nos atraiu foi um museu que homenageia as vítimas da repressão dos anos 70. Como já disse antes, esse será o assunto do próximo post...
O famoso Palacio Ferreyra, em Córdoba, na Argentina
Museu de Bellas Artes, em Córdoba, na Argentina
Ao lado do centro e ainda bem perto para podermos caminhar até lá está o bairro de Nova Córdoba, construído no início do século passado para abrigar a nascente burguesia. Lá está o belíssimo museu de Bellas Artes e o Palacio Ferreyra, uma enorme mansão que simboliza o glamour daquela época. Também aí está o principal parque da cidade, com jardins verdes por onde correm e passeiam as pessoas que querem fugir do caos urbano. Foi o que fizemos também, descansando e respirando o ar puro do Parque Sarmiento, antes de voltar para a Fiona e irmos encontrar o Jorge e a Belen.
Passeando no Parque Sarmiento, o principal de Córdoba, na Argentina
Paseo Bom Pastor, em Córdoba, na Argentina
De noite, voltamos todos juntos para o centro da cidade, mas tivemos a honra de vir no valente Flecha Negra, o carrinho que os levou até o México. Eles nos levaram até uma vizinhança lotada de bares e escolhemos um para tomarmos nossa cervejas e continuarmos a conversa da noite anterior. Assunto inesgotável, claro! Só que eles tinham de trabalhar no dia seguinte, então voltamos para casa ainda em horário civilizado, enquanto a cidade ainda fervia de movimento. Córdoba não tem força econômica de Rosário, a terceira maior cidade do país, mas sua força cultural é imbatível.
Com a Belen, prontas para sair na noite de Córdoba, na Argentina
Com nossos amigos Jorge e Belen, na agitada noite de Córdoba, na Argentina
No dia 26, pela manhã, era hora de continuarmos nossa viagem. Despedimo-nos mais uma vez dos nossos amigos e da amável família que nos recebeu tão bem. Estávamos com baterias carregadas e prontos para enfrentar os hotéis novamente. Se bem que, para o dia de hoje, era mais um amigo que nos esperava!
Com nossos amigos Jorge e Belen, na agitada noite de Córdoba, na Argentina
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