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Jorge Martins (24/09)
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Visão do famoso bondinho que leva à entrada da caverna do Parque Nacional de Ubajara - CE
Depois de tantos dias acordando na praia e dormindo de ar condicionado ou ventilador, foi meio estranho dormir no alto da Serra do Ibiapaba. O dia amanheceu tomado pela neblina, friozinho bem gostoso. Do lado de fora do nosso chalé de João e Maria, a vegetação densa se confundia com o branco das nuvens. O Herbert já tinha armado nosso café da manhã num pequeno quiosque ali do lado, entre pés de café, de banana e de mamão. Posso soar repetitivo, mas mais uma vez, era difícil nos imaginar em pleno Ceará!
Café da manhã no Sítio do Alemão, em Ubajara - CE
Neblina matinal no Sítio do Alemão, em Ubajara - CE
Para degustar o delicioso pão integral e as maravilhosas geléias caseiras, a Ana precisou até de casaco! Hmmmmm, as tais geléias continuam tão boas como há dez anos atrás! Ainda mais naquele clima frio. Infelizmente, tivemos de sair correndo para encontrar nossos amigos chilenos no parque e não pudemos conversar muito com o Herbert. Apesar de ter vindo se instalar aqui no friozinho cearense há mais de 30 anos, ele não deixou de viajar pelo mundo. Tem uma coleção de Lonely Planets bem mais "robusta" que a minha e, este ano, planeja uma grande viagem pela China!
Com o Herbert, no Sítio do Alemão, em Ubajara - CE
Esperando o bondinho no Parque Nacional de Ubajara - CE
Nós, mais modestos, fomos para o Parque Nacional de Ubajara. Criado por Juscelino no final de década de 50 (é o 4o parque mais antigo do Brasil) foi, durante muito tempo, o menor parque nacional do país, com 500 hectares. Mas, em 2002, foi aumentado em mais de dez vezes, chegando a 6 mil hectares! As novas áreas ainda não foram desapropriadas, mas já estão sendo protegidas. A magnífica Serra do Ibiapaba e sua vegetação luxuriante agradecem!
Serra do Ibiapaba no Parque Nacional de Ubajara - CE
Mesmo aumentado assim, ainda são apenas duas as atrações abertas ao público: a famosa gruta, ou caverna, e uma trilha pelo alto da serra que passa por algumas cachoeiras. Para se chegar até a gruta, o mais fácil e bonito é descer o bondinho, uma bela obra de engenharia que nos leva rapidamente centenas de metros abaixo. Fomos juntos com o Pablo e a Andrea, o casal chileno que também viaja a américa de carro e mantém um blog muito interessante com o nome de "America Sin Fronteras".
Entrada da caverna no Parque Nacional de Ubajara - CE
Juntos e acompanhados de um grupo de Teresina, levados por um guia, demos uma volta na caverna. A parte aberta ao público, cerca de 300 metros, está toda iluminada e tem muitas formações típicas de cavernas de calcário. A iluminação tira um pouco do senso de aventura mas, com suas luzes e sombras, ajuda a delinear as formas interessantes que existem no mundo subterrâneo. Trabalhos árduo, meticuloso e paciente da mãe natureza que opera em escalas de tempo difíceis de serem compreendidas quando comparadas com nossas vidas fugazes.
Formações de calcário na caverna do Parque Nacional de Ubajara - CE
A caverna vem sendo explorada desde o séc XVIII por pessoas que buscavam o vil metal. Nesta procura, parte das formações foram destruídas, já que os exploradores confundiam o brilho da calcita com algum metal precioso. Era o chamado "ouro de tolo". Mais tarde, no início do séc. XX, começou a haver um turismo também. É dessa época que vem outra atração da caverna, pelo menos para mim: pichações! Há na caverna pichações com mais de 100 anos! Estão no limite de serem consideradas pinturas rupestres, hehehe! Há uma de 1906! Naquela época, os habitantes locais ganhavam um dinheirinho entregando aos visitantes pigmentos naturas, para que eles pudessem registrar sua passagem por lá. Essas pichações pararam com a criação do parque. Mas as antigas, muito bem conservadas pelo ambiente da caverna, continuam por lá. Parecem ter sido feitas ontem!
Pichação de 1906 na caverna do Parque Nacional de Ubajara - CE
Com o Pablo e a Andrea no Parque Nacional de Ubajara - CE
Voltamos de bondinho para o alto da serra e fomos, o mesmo grupo, fazer a trilha para a Cachoeira do Cafundó. O nome é um bom indicativo de onde ela fica... A caminhada é toda na mata viçosa e verdejante. Parace a mata atlântica, quase. No caminho, uma mirante para se admirar a serra, que na verdade é uma grande chapada, e várias cachoeiras que escorrem para o sertão através de seus paredões. A mais bela é justamente a Cachoeira do Cafundó, onde chegamos algum tempo depois.
no Parque Nacional de Ubajara - CE
Encima da Cachoeira do Gavião, no Parque Nacional de Ubajara - CE
Lá, um refrescante banho nas suas águas frias, se comparadas com as águas das praias que temos frequentado. O local também propicia uma visão belíssima do sertão e do bondinho, lá longe, cortando os céus da região. A Ana foi aproveitando todo o tempo para botar em dia o seu castelhano, já que assunto não faltava com nossos colegas aventureiros. E a conversa continuou pela tarde afora já que, do parque, seguimos juntos, em comboio, para a Cachoeira do Frade, ainda dentro do município. Mas isso é assunto para outro post...
Tomando banho na parte alta da Cachoeira do Gavião, no Parque Nacional de Ubajara - CE
Chegando ao Granville Island Public Market, em Vancouver, no Canadá
Nossas últimas horas na cidade, não poderíamos deixar de visitar uma das maiores atrações de Vancouver: o Granville Island Public Market, ou simplesmente, o mercado de Granville.
Ponte que liga o centro à ilha de Granville, em Vancouver, no Canadá
O nome faz homenagem a um político inglês que foi, durante muito tempo, ministro das relações exteriores da Grã-Bretanha, a quem o Canadá era associado. Granville ficou famoso por ser um político apaziguador, sempre administrando as tensões com as outras potências da época, como a Alemanha de Bismark, a Rússia dos czares e os EUA de Lincoln e da Guerra Civil.
Downtown visto da ilha de Granville, em Vancouver, no Canadá
A própria cidade de Vancouver nasceu com o seu nome, até que mudasse a denominação para homenagear o famoso explorador. Mas Granville não foi esquecido pela cidade! Ao contrário, a principal rua da balada, além da ilha que hoje visitamos, ainda lhe prestam homenagem. E junto com a ilha, o fascinante mercado que aí funciona.
Novo e suculento carregamento chega ao Granville Island Public Market, em Vancouver, no Canadá
A ilha fica numa entrada de mar conhecida como False Creek, bem ao lado do centro da cidade. Duas enormes pontes passam sobre ela e a ilha tinha tudo para ser um terreno inóspito, decadente e feio. Como de fato era, até que um projeto de remodelação a fez ressuscitar das cinzas na década de 70.
Para quem gosta de pimentão (tem até uma variedade laranja!), Granville Island Public Market, em Vancouver, no Canadá
Uma das estrelas dessa remodelação foi a criação do Mercado Público. Junto com ele vieram lojas de artesanato, restaurantes, lojas, uma marina e diversos ateliês. Não demorou muito para virar moda entre os habitantes descolados da cidade e, em seguida, entre as dezenas de milhares de turistas que visitam Vancouver todos os anos.
Para quem gosta de comer caranguejo, Granville Island Public Market, em Vancouver, no Canadá
E não é para menos! O mercado é uma delícia, muito bem organizado, ótimo para uma boa refeição e, claro, repleto de frutas, legumes, queijos, flores, pães, condimentos e tudo mais que encontramos em mercados de grandes cidades.
Para quem gosta de cogumelos, Granville Island Public Market, em Vancouver, no Canadá
Aliás, como já disse mais de uma vez em posts anteriores, uma visita ao mercado da cidade é sempre uma das melhores e mais interessantes maneiras de se conhecer as pessoas dali, como vivem, o que comem e como se portam.
Para quem gosta de berries, Granville Island Public Market, em Vancouver, no Canadá
Afinal, nesses mercados trabalham pessoas locais, vendendo produtos locais para, na sua grande maioria, clientes locais. Nós, os turistas, somos apenas a “decoração”.
Para quem acha que as abóboras são todas laranjas (Granville Island Public Market, em Vancouver, no Canadá)
Assim, hoje tivemos o enorme prazer de passar algumas horas no Mercado Público de Granville. Fomos e voltamos por seus corredores, admirando estandes de frutas ou flores, impressionados com a quantidade de cores e aromas espalhados pelo ambiente, ouvindo o burburinho local e a música dos artistas que ali se apresentam.
Comprando vinho no delicioso Granville Island Public Market, em Vancouver, no Canadá
Aproveitamos também para comprar uns vinhos que levaríamos para nossos novos amigos canadenses (relato no próximo post), umas vassouras pelas quais a Ana se apaixonou (numa lojinha super simpática que deve ser a predileta de todas as bruxas de Vancouver!) e para almoçar.
Tradicional loja de vassouras na área do mercado de Granville, em Vancouver, no Canadá
Passeando pelo fascinante Granville Island Public Market, em Vancouver, no Canadá
Aliás, essa foi a parte mais difícil. Com tanta comida boa por ali, como fazer a escolha? Se (ou quando...) eu morasse em Vancouver, viria ao mercado todas as semanas, por um ano ao menos, até ter experimentado e conhecido todas as comidas, frutas e queijos de lá. Que delicioso desafio seria esse, hehehe!
Granville Island Public Market, em Vancouver, no Canadá
A Ana mata a vontade de segurar uma abóbora, no Granville Island Public Market, em Vancouver, no Canadá
Início da tarde e era a hora de seguirmos viagem e deixarmos Vancouver para trás. Que ótimo que passamos pelo mercado antes disso. Levaremos doces recordações. Não é aquele lugar caótico e cheio de vida que costuma ser os mercados latinos, mas com sua organização, limpeza e trabalhadores asiáticos, é a cara de Vancouver. Visita obrigatória e muito prazerosa!
Flores à venda no Granville Island Public Market, em Vancouver, no Canadá
Bom, conhecido o mercado, estávamos prontos para viajar. Estávamos? Não! Ao entramos no carro, demos por falta do nosso pequeno tripé que tem nos ajudado tanto a fotografar, comprado lá em Nova Iorque. Um exercício de memória nos fez lembrar onde ele tinha ficado: lá na Wreck Beach, a praia que estivemos ontem com o pessoal da 4x1. Se fosse em outro país, já teríamos dado como perdido, mas no Canadá, havia uma esperança!
Granville Island Public Market, em Vancouver, no Canadá
Então, nos demos ao trabalho de voltar lá, pouco mais de 10 km de distância. Mais do que isso, eram 460 degraus descendo a encosta até a praia. E os mesmo 460 degraus de subida. A Ana ficou encima, torcendo, enquanto eu desci correndo, dedos cruzados. E não é que estava lá, sobre o mesmo tronco de árvore onde havíamos deixado antes! ?! Pois é, viva o Canadá!!!
feliz em recuperar nosso tripé, que passou a noite na Wreck Beach, em Vancouver, no Canadá
E assim deixamos Vancouver, com esses dois ótimos sentimentos: o mercado e o tripé. Junte-se a isso o “nosso” apartamento na Robson Street, quase do lado do Ibirapuera daqui e está explicado porque queremos passar uma temporada mais longa na cidade, hehehe. Quem sabe, um dia...
Fiona entre as árvores coloridas de Outono, em Vancouver, no Canadá
Cachoeira da Piabinha, no Parque Municipal do Garimpo, em Mucugê, na Chapada Diamantina - BA
Hoje pela manhã, aqui em Mucugê, um momento raro de separação entre eu e a Ana. O normal da nossa vida, desde que começamos a viagem, é compartilhar umas 23 horas e meia dos nossos dias. As pessoas se espantam, mas por enquanto foram pouquíssimas brigas e sempre nos damos muito bem. Pois hoje, resolvemos nos separar. Depois dos 100 km de caminhadas acumuladas desde que chegamos à Chapada, a Ana resolveu ficar na Pousada durante a manhã, dormindo um pouco mais e aproveitando para tentar colocar em dia seus posts, que estavam ainda mais atrasados do que os meus. Enquanto isso, fui visitar um parque municipal, com museu histórico e cachoeiras.
Rua em Mucugê, na Chapada Diamantina - BA
Mucugê é bem mais tranquila que Lençóis. As duas cidades são da época áurea da exploração do diamante na Chapada, em meados do séc XIX. Na verdade, o garimpo em Mucugê se desenvolveu um pouco antes e daqui partiram os garimpeiros explorando os rios mais ao norte, onde está Lençóis. A cidade ainda tem um ar daquele século, as casas e ruas muito bem conservadas, até mais que em sua irmã mais famosa. Além disso, tudo aqui parece mais organizado, com placas indicativas estilizadas e sem uma influência tão forte de turistas e forasteiros. Para mim, foi uma bela e agradável surpresa essa cidade e gostei muito de ter vindo.
Nossa pousada em Mucugê, na Chapada Diamantina - BA
No parque e na região próxima há várias cachoeiras. Se estivéssemos em outro lugar que não a Chapada, essa cachoeiras seriam consideradas maravilhosas, mas aqui, por comparação, acabam diminuídas. Mesmo assim, foi muito gostoso visitar e me banhar na Cachoeira da Piabinha e na Tiburtino. Essa última é acessada através de uma trilha muito bem conservada de 2 km. Já que estava sozinho, aproveitei para seguir correndo. Correndo e pensando sobre a história dessa região. As minhas fontes foram o museu e também as longas conversas com o Lúcio, durante nossas caminhadas no Vale do Pati. O moço é uma enciclopédia da história da Chapada!
Placa informativa no Parque Municipal do Garimpo, em Mucugê, na Chapada Diamantina - BA
A exploração de diamantes no Brasil teve seu primeiro boom na segunda metade do séc XVIII, principalmente na região de Diamantina, em Minas Gerais e também um pouco em Goiás. Preocupado com o excesso de diamantes no mercado e a consequente queda nos preços, o governo de Portugal simplesmente proibiu sua exploração em outras regiões, incluindo a Bahia. Essa proibição durava até o século seguinte, mesmo o Brasil já sendo um país independente.
Antigas casas de garimpeiros, no Parque Municipal do Garimpo, em Mucugê, na Chapada Diamantina - BA
Pois bem, diamantes acabaram sendo encontrados na região da Chapada. Mas como a lei de proibição ainda vigorava, essa era uma descoberta "ilegal". Os felizardos descobridores conseguiram manter segredo durante algum tempo, mas acabaram brigando entre si (a velha cobiça...). Um deles tentou revender alguns de seus diamantes. A polícia o pegou e o acusou de ter roubado as pedras preciosas. Para não ir em cana, ele acabou revelando o segredo. A notícia se espalhou como rastro de pólvora e em questão de meses, milhares de pessoas chegavam à Chapada. Era uma vez a tranquilidade no local...
Cachoeira do Tiburtino, no Parque Municipal do Garimpo, em Mucugê, na Chapada Diamantina - BA
Cidades apareceram e cresceram, entre elas Mucugê e Lençóis, que adquiriu uma importância tão grande que quase se tornou a nova capital do estado. Comerciantes do mundo inteiro vieram para cá e a França acabou instalando um consulado na cidade. Na verdade, era apenas para assegurar os interesses franceses nas pedras preciosas. Afinal, este era o tempo da construção dos metrôs de Londres e Paris, ambos construídos com perfuratrizes que usavam diamantes da nossa Chapada Diamantina!
Cemitério em estilo bizantino, em Mucugê, na Chapada Diamantina - BA
A descoberta de diamantes na África do Sul acabou por tirar a importância do Brasil no mercado. Mesmo assim, uma nova onda de prosperidade veio com a construção do Canal do Panamá, que demandava não diamantes, mas uma pedra negra chamada Carbonato, muito mais comum por aqui que na África. Deste modo, a Chapada também contribuíu em muito com a divisão das Américas.
Antigas casas de garimpeiros, no Parque Municipal do Garimpo, em Mucugê, na Chapada Diamantina - BA
Depois disso, lenta decadência através do séc XX. A população de Lençóis recuou de 30 mil para 7 mil habitantes. Algum tipo de riqueza só chegou novamente com a chegada das dragas ao garimpo, na década de 70. E depois, com a criação do parque em 84, com o turismo. Mas a ocupação ainda está muito longe do que já foi um dia. Assim, ao explorar esta região, é muito comum encontrar ruínas de casas e de estradas que já foram muito movimentadas algum dia e que hoje são apenas sombras, fantasmas de sua glória passada.
Nas cachoeiras de Mucugê, apesar de estarmos em pleno sábado, nadei sozinho. Mas em meus pensamentos, havia uma multidão de fantasmas por ali, ainda preocupados em se enriquecer e nem notando aquele estranho ser do futuro que os observava atentamente.
Cachoeira do Tiburtino, no Parque Municipal do Garimpo, em Mucugê, na Chapada Diamantina - BA
Tirolesa no Rio das Contas, em Taboquinha, região de Itacaré - BA
O programa de hoje começou com uma das maiores atrações da cidade, o rafting no Rio de Contas, e terminou com uma das festas mais esperadas de Itacaré, a Festa à Fantasia, evento anual na Cabana Corais.
O rio das Contas, em Taboquinha, região de Itacaré - BA
O rafting é realmente uma festa. É considerado um dos melhores do Brasil e ainda tem a vantagem da temperatura da água ser bem agradável o ano todo. O Rio de Contas, com suas belas águas negras, nasce na Chapada Diamantina e chega ao mar em Itacaré. Portanto, é um rio completamente baiano. Até por isso, na maioria de seu percurso, suas águas caminham sem pressa, vendo a vida passar. Mas próximo à pequena cidade de Taboquinhas, região de Itacaré, o rio forma corredeiras e cachoeiras e é ideal para a pratica de rafting.
Fiona estreia seu reboque em grande estilo, em Taboquinha, região de Itacaré - BA
São dezenas de agenciadoras do passeio em Itacaré, mas poucas operadoras. A mais antiga é a Planeta Turismo e foi com eles que seguimos. Optamos por ir com a Fiona até Taboquinhas (estrada de terra) e lá chegando, demos até uma forcinha para levar os barcos até o ponto de partida. Foi a estréia do reboque da Fiona, e não poderia ter sido em melhor estilo!
Preparando-se para o rafting em Taboquinha, região de Itacaré - BA
Recebemos tratamento VIP da Planeta Turismo e seguimos num barco menor, para poder passar por passagens mais perigosas de serem feitas nos barcos maiores. Todos os dias são dezenas de clientes divididos nas poucas operadoras, barcos de até 15 pessoas. Na alta temporada, são centenas de pessoas e os guias tem de trabalhar dobrado, fazendo várias "corridas".
Início do rafting em Taboquinha, região de Itacaré - BA
Além do nosso guia, tivemos outra pessoa filmando toda a operação e as imagens ficaram muito boas. Agora, é torcer para a Ana editar logo o filme. Enquanto isso, só algumas fotos tiradas nos poucos momentos tranquilos do rafting.
Salto em canyon do Rio das Contas em Taboquinha, região de Itacaré - BA
Além do rafting em si, em que passamos por canyons apertados e corredeiras nível 4, também tivemos a oportunidade de saltar de uma pedra a mais de 7 metros de altura e, o ponto alto, nos atirarmos dentro de uma corredeira que nos fez sentir dentro de uma máquina de lavar roupa por alguns segundos, pelo menos até chegarmos numa área de remanso mais à frente. Uma experiência única e inesquecível. É preciso ver o filme para se ter noção da loucura - hehehe!
Salto na corredeira do Rio das Contas em Taboquinha, região de Itacaré - BA
No final do rafting, um longo e delicioso trecho boiando e nadando nas águas do rio e depois uma tirolesa do alto de uma árvore até o rio lá embaixo, finalizando a programação espetacular!
Final dp rafting em Taboquinha, região de Itacaré - BA
Depois de tanta festa de dia, nada melhor que uma festona de noite. E assim foi! A Rebeca arrumou dois convites para nós e fomos curtir a Festa à Fantasia da cidade, numa cabana ao lado do mar. Muita música e, óbvio, muita gente fantasiada. Era bem surreal ver o Julio Cesar conversando com o Drácula, ou o Acidentado dar em cima da Chapeuzinho Vermelho. E foi assim a noite toda: para qualquer lado que olhasse, uma cena que os olhos custavam a entender...
A Ana foi de Índia Apache e eu fui de Mergulhador. Ou Pescador Submarino. Tive de observar a minha apache receber vaaaárias cantadas, mas a que eu mais gostei foi quando um nativo olhou para mim e perguntou se eu tinha conseguido pescar muitos peixes. Só aí ele viu a Ana e não titubeou: "Opa! Peixe não, pelo visto vc pescou foi uma bela sereia!"
Com a Denise e a Bianca na Festa à Fantasia de Itacaré - BA
Enfim, foram um dia e noite intensos, próprios dessa cidade que é um dos mais interessantes e completos pontos turísticos do país. Amanhã, bola prá frente, seguimos litoral acima, em direção à Barra Grande.
Dia de chuva, no Pinguim, em Ribeirão Preto - SP
Nosso primeiro compromisso do dia em Ribeirão Preto foi regularizar nossa situação eleitoral. No ano passado, no segundo turno das eleições, estávamos em Itacaré - BA e perdemos o horário para justificar o voto. Dia lindo com muito sol, nada mais justificável, certo? Errado! Pelo menos, foi o que pensaram nossos respectivos juízes, em Curitiba e Ribeirão, quando receberam nossas cartas com justificativas esfarrapadas. Então, hoje foi dia de resolvermos esse imbroglio no TRE aqui de Ribeirão. Felizmente, daqui mesmo também conseguimos regularizar a situação da Ana, lá de Curitiba. Multa de três reais para mim e de seis para a Ana, que tinha também uma pendência de 2006. Tudo resolvido e agora com documentação pronta para a emissão dos nossos novos passaportes, semana que vem, em Curitiba.
O famoso bar Pinguim, em Ribeirão Preto - SP
Feito isso, fomos para a "obrigação" seguinte, logo ali do lado: tomar um chopp gelado no Pinguim, o mais tradicional bar da cidade e um dos mais conhecidos do país. Todas as eleições, de prefeito à presidente, lá vão os candidadtos tomar um choppinho por lá, obrigação também de todos os visitantes dessa cidade.
O histórico teatro Pedro II, em Ribeirão Preto - SP
Sinceramente, acho que o chopp já não é mais aquele, das décadas de 80 e 90, quando não havia espuma, mas um creme delicioso de colarinho. Mas a atmosfera charmosa de outras épocas continua a mesma e o chopp ainda é bem gelado. O clima chuvoso não nos impediu de ir lá cumprir nossas obrigações!
Chopp gelado no Pinguim, em Ribeirão Preto - SP
Voltamos para a casa dos meus pais, infelizmente sem eles. Demos o azar de passar por Ribeirão Preto bem no período em que eles não estão, se divertindo em em suas próprias viagens. Vamos redobrar nossos esforços para que, nessa nossa nova etapa de viagem, mais internacional do que nunca, eles venham nos encontrar em algum lugar dessa bela américa. Opções não vão faltar!
Momentos de descontração no Pinguim, em Ribeirão Preto - SP
De noite, o último compromisso: reencontro com amigos antigos, colegas do tempo do colégio, gente que eu não via há mais de 20 anos! Há um mês, acompanhei de longe, via internet, o reencontro de quase 25 deles, de uma turma de 40. Muito legal! Hoje foram bem menos, oito deles, mas o bastante para já dar um gostinho e dar boas risadas de histórias antigas. Ano que vem, comemoração de 25 anos de formados. Onde será que estaremos? Será que vai dar para vir? Tomara!
Reencontro com os amigos da época do colegial, no Marista, em Ribeirão Preto - SP
Literalmente, equilibrando-se sobre a linha do Equador, no sul de Roraima
Estamos de volta à nossa vida normal, ou seja, na estrada! Depois de 10 dias descansando entre parentes no interior e no litoral de São Paulo, enfrentamos as mais de seis horas de voo de Guarulhos para Boa Vista, com parada em Manaus. Chegamos à cidade de madrugada e um táxi nos levou até a oficina do Ricardo, onde estava a Fiona. Nossa ideia já era botar o pé na estrada, afinal tínhamos um longo caminho pela frente.
Reencontro com o Ricardo e com a Fiona, em Boa Vista, em Roraima
A corrida é para chegar até Manaus no dia seguinte cedo, onde já estamos com outro voo marcado. Dessa vez, vamos para o meio da Amazônia, para a cidade de Tefé. Daí seguimos para a reserva de Mamirauá, para um hotel flutuante em meio a uma floresta alagada, na região do rio Solimões. Serão cinco dias no meio da floresta e da rica fauna da região, algo que já vínhamos planejando há muito tempo. Mas, antes disso tudo, tínhamos mesmo era de vencer os quase 800 km até a capital amazonense.
Estrutura de fiscalização no Parque Nacional Viruá, em Roraima
E para isso, a primeira coisa era conseguirmos pegar a Fiona. Para isso, tivemos que acordar o pobre Ricardo, antes das seis da manhã, em pleno domingão! Simpático e solícito como sempre, ele saiu da cama nesse horário para vir até a oficina para abrir os portões. Conversamos um pouco e nos despedimos, certo que ainda vamos nos encontrar por esse mundão. O Ricardo e a Carol não só recebem esses loucos viajantes que vêm de longe como, eles também, pretendem fazer a sua viagem, de carro, pelos continentes afora. Amigos pelo mundo não faltarão! Ricardo e Carol, mais uma vez, muito obrigado pela ajuda e trabalho que demos!
Visita ao Parque Nacional Viruá, em Roraima
Bom, dia começando e nós na estrada. A mesma estrada que já havíamos feito no final de Abril de 2011, quando voltávamos das Guianas Já até podemos dizer que somos “experientes” nessa estrada, hehehe. Dentre as nossas lembranças, a entrada do Parque Nacional do Viruá, que da outra vez não pudemos nem entrar, pela pressa que tínhamos. Na época, pensamos: “Quando estivermos voltando da Venezuela, daremos uma olhada!”.
Dirigindo no Parque Nacional Viruá, em Roraima
Pois é, esse dia chegou. Assim, tratamos de nos desviar da estrada principal e tomarmos o acesso de terra até a entrada do parque. O Viruá, como a grande maioria dos parques nacionais na Amazônia, não foi feito para receber turistas, mas apenas para proteção da fauna e flora locais. Motivo bem mais nobre, diga-se de passagem! Enfim, logo descobrimos isso, pelo estado precário em que se encontrava o posto de fiscalização do Ibama.
Estrada interrompida no Parque Nacional Viruá, em Roraima
No meio do caminho da Fiona, tinha uma árvore! (Parque Nacional Viruá, em Roraima)
Quando chegamos ao portal de entrada, já estávamos em plena floresta amazônica, uma estrada de barro cada vez mais estreita nos levando através da mata. Essa foi a nossa experiência por lá, aliás: essa estrada barrenta cada vez mais precária até que, alguns quilômetros à frente, uma grande árvore caída interrompia o caminho. Tiramos algumas fotos, ouvimos o intenso barulho da floresta, sentimos a umidade, imaginamo-nos observados por uma curiosa onça pintada e nos demos por satisfeitos. Muito mais Amazônia nos espera ao longo da semana. E muitos quilômetros de estrada nos esperavam no resto do dia. Meia volta volver e pé na estrada!
1000dias na metade do mundo, sobre a linha do Equador, no sul de Roraima
O próximo ponto de referência na estrada foi o ponto onde cruzamos a linha do Equador. Nós já tínhamos estado no hemisfério sul nesses últimos dez dias, mas agora foi a vez da Fiona voltar para esse lado do planeta. Mais uma marca importante nesses 1000dias: o hemisfério norte ficou definitivamente para trás. Um misto de tristeza e alegria no coração, se é que é possível essa combinação tão antagônica. Mas é possível sim, posso garantir! Tristeza pelo sentimento de que essa aventura está chegando ao fim. Alegria por termos chegado até aqui, sãos e salvos, infinitamente mais ricos de experiências e conhecimentos do que antes.
Literalmente, equilibrando-se sobre a linha do Equador, no sul de Roraima
Foi nossa quarta vez no Equador. A primeira foi lá em Macapá, onde há um grande monumento valorizando a posição geográfica da capital, uma das principais atrações turísticas da cidade. A outra foi aqui mesmo, uma pequena lembrança ao lado da estrada. A terceira foi lá em Quito, capital do Equador. Aí sím a linha do Equador é valorizada (ou sobrevalorizada...). Centenas de turistas, uma grande infra estrutura, um parque onde se cobra entrada, restaurantes e lojas e muitas coisas mais. Finalmente, a quarta e derradeira vez, aqui na BR-276, pausa para algumas fotos e comemorações para seguirmos em frente.
Atravessando os rios amazônicos no sul de Roraima
A longa estrada que liga Roraima ao Amazonas
Já mais perto da fronteira com o estado do Amazonas, mais um ponto de referência: a reserva indígena Waimiri-Atroari. É aqui que precisamos chegar antes do fim da tarde, pois a estrada fica fechada depois do pôr-do-sol. Da outra vez, passamos aqui bem na hora limite e assistimos a um maravilhoso entardecer dentro da reserva, o sol vermelho se refletindo nas terras alagadas. Foi fantástico! Dessa vez, não foi tão bonito, mas não dá para reclamar da paisagem. Sempre com cuidado para não fotografar ou filmar muito, já que os índios não gostam muito disso.
Logo no início da Reserva, o pedido para que não se filme ou fotografe (fronteira entre Roraima e Amazonas)
Quando saímos da Reserva, já estamos no Amazonas. Menos de uma hora depois e chegamos à Presidente Figueiredo, a terra das cachoeiras aqui no estado. Passamos dois belos dias por aqui, em 2011, e resolvemos pernoitar na cidade dessa vez. No dia seguinte, a uma hora de distância de Manaus, nossa ideia já era seguir até o aeroporto, sem passar pelo centro da cidade. Mais fácil e simpático dormir numa cidade pequena que na capital!
Alagamento da floresta causado pela represa de Balbina, no Amazonas
E assim foi. Voltamos à simpática Pousada das Pedras, do nosso amigo Fernando, que fez muita festa aos nos rever. Por uma grande coincidência, era seu aniversário e havia festa na pousada. Mais tarde, comemoramos também a vitória do Brasil na Copa das Confederações. Depois, fomos dormir cedo, afinal nossa noite tinha sido bem curta no avião para Boa Vista. No dia seguinte, horário bem calculado, saímos no último minuto para Manaus. Chegamos encima da hora no aeroporto, aonde a Fiona vai nos esperar por uma semana, e embarcamos rumo à Tefé. A volta será de barco, dormindo em redes, tudo para complementar nossa experiência amazônica que começa a partir de agora!
Nossa pousada preferida em Presidente Fiqgueiredo, no Amazonas, onde já havíamos ficado da outra vez
Magnífico pôr-do-sol sobre o Pacífico na praia de Santa Tereza, ponta sul da península de Nicoya, na Costa Rica
Deixamos San José para trás num tranquilo sábado sem trânsito, a cidade em compasso de espera para o Festival da Luz, desfile de trios elétricos pelo centro da capital no início da tarde. Preferimos aproveitar o sol na praia do que na avenida lotada!
Praia em Puntarenas, a caminho do ferry para a península de Nicoya e a praia de Santa Tereza, no litoral Pacífico da Costa Rica
Finalmente, uma estrada bem asfaltada no nosso caminho para Puntarenas, de onde partem os ferries para a Península de Nicoya, no norte do litoral Pacífico do país. Lá estão localizadas algumas das mais belas e badaladas praias do país, entre elas a famosa "Tamarindo". Apesar do simpático nome, não era atrás de badalação e glamour que estávamos indo, mas de praias mais isoladas e tranquilas. Nicoya tem de tudo, para todos os gostos!
Bombeiros apagam incêndio pouco antes do ferry para a península de Nicoya, no litoral Pacífico da Costa Rica
Infeliz coincidência, mas uma vez num espaço de 10 dias, nosso caminho foi interrompido por um congestionamento causado por um incêndio. O outro tinha sido na região de Boquete, no Panamá. Hoje, foi a poucos quilômetros do ferry em Puntarenas. Ao contrário do Panamá, aqui não tinha caminho alternativo e o remédio foi esperar mesmo os bombeiros darem conta do recado. Finalmente, com muita paciência, chegamos ao ferry, o maior da América Central e demos adeus à Puntarenas. Em algum dia em 12 ou 13 meses, esperamos chegar à sua homônima mais famosa, no extremo sul do continente, lá na pontinha do Chile.
Cruzando de ferryboat o golfo de Nicoya, no litoral Pacífico da Costa Rica
Uma hora para atravessar as águas tranquilas do golfo de Nicoya e chegar à península de mesmo nome. Ali, seguimos para a ponta sul da península, já na face virada para pleno Oceano Pacífico. O nosso objetivo eram as praias de Mal País e Santa Teresa, protegidas ainda por um trecho de estrada de terra que inibe uma invasão turística e imobiliária mais acentuada. Evidentemente não inibe a Fiona e chegamos por aqui logo depois das quatro da tarde.
Golfo de Nicoya, no litoral Pacífico da Costa Rica
Uma vila totalmente surf town, apenas uma rua principal, de terra, paralela ao mar, ladeada de pequenos hotéis, mercados, restaurantes e quitandas. Pessoas andando de bermuda, chinelo, sem camisa e muitos com sua prancha à tiracolo. Exatamente o que procurávamos!
Fim de tarde na praia de Santa Tereza, no litoral Pacífico da Costa Rica
Percorrendo a tal rua na direção de Santa Teresa, dando preferência aos poucos hotéis que ficavam do lado do mar, um deles logo nos chamou a atenção. Bandeira do Brasil e com o nome de Ranchos Itaúna! Fomos entrando e o clima era incrivelmente parecido com a nossa querida Ilha do Mel, onde casamos. Era aqui que queríamos ficar!
A bela pousada Ranchos Itaúna, na Santa Tereza, no litoral Pacífico da Costa Rica. É a cara da Ilha do Mel!!!
Os donos são um casal, austríaco com brasileira, a carioca Fátima. A primeira notícia é que não havia lugar, mas um pouco mais tarde, apareceu um quarto "coletivo". Na verdade, um belo quartão cheio de janelas com um beliche e uma cama de casal e banheiro privativo. Teríamos de dividi-lo com a simpática alemã Catarina, em temporada por aqui para aprender a surfar. Fechadíssimo!
Belíssimo pôr-do-sol na praia de Santa Tereza, no litoral Pacífico da Costa Rica
Antes de nos instalarmos no quarto, a gente se instalou foi no lounge a céu aberto bem em frente ao mar onde um verdadeiro espetáculo estava apenas começando: o pôr-do-sol sobre o Pacífico. Foi absolutamente maravilhoso, com direito a acompanhamento de legítimas caipirinhas e muito boa música. As melhores boas-vindas que poderíamos ter tido. Tanto que já resolvemos passar mais um dia inteiro por aqui para, na segunda-feira, seguirmos para o rio Celeste e a Nicarágua.
De camarote, assistindo o pôr-do-sol na praia de Santa Tereza, no litoral Pacífico da Costa Rica
Noite de lua cheia, é claro que houve um lual hoje. Lá fomos nós, caminhada pela praia totalmente clara pelo luar. Na festa, repleta de surfistas e outros bem-aventurados de vários países do mundo (inclusive da Costa Rica!), encontramos dois gaúhos, um surfista e o outro aprendendo esta arte por aqui. Gente boníssima, o Luís nos convidou para surfar amanhã e assim, já temos um compromisso. A nossa festa se prolongou até às três da manhã, bem do jeito que a Ana gosta. O duro vai ser chegar às 10h na praia para nossa aula de surf...
Celebrando o espetáculo do fim de tarde na praia de Santa Tereza, no litoral Pacífico da Costa Rica, península de Nicoya
Neblina total no Pico Paraná - PR
Apesar do cansaço da noite mal dormida, o desconforto nos fez levantar cedo. Além disso, o caminho seria longo e era bom começar logo. O dia amanheceu bem nublado e úmido, mas sem chuva. Como sempre, a Lei de Murphy tinha dado certo: tantos dias ensolarados e justo agora esse tempo...
Nossa barraca no acampamento 2, no Pico Paraná - PR
Buenas, como dizem os hermanos, fueda-se Murphy e rumo ao pico. Sem a mochila nas costas, fica tudo mais fácil. Difícil mesmo foi colocar as roupas molhadas do dia anterior logo depois de acordar. Só a camisa, eu tinha uma seca. E desta vez, colocamos os dois a jaqueta de goretex. Ficou infinitamente mais confortavel, manter ao menos o torso seco e quentinho.
Auto foto no ponto mais alto da região sul do Brasil, no Pico Paraná - PR
No caminho ao cume, como estava nublado e só víamos umas poucas dezenas de metros à frente, não tínhamos idéia da real distância. Na verdade, conquistamos diversos Picos Paraná. Mas sempre que chegávamos no alto de um, aparecia outro mais alto, um pouco mais adiante. E assim fomos seguindo e subindo, pico após pico, através da estreita crista com os precipícios sem fundo nos dois lados, novas paredes com grampos para auxiliar a subida e muitas plantas molhadas para nos deixar encharcados.
O livro de registros, no topo do Pico Paraná - PR
Finalmente, tivemos certeza que chegávamos no pico verdadeiro. Era imponente e orgulhoso demais para não ser. Dito e feito, lá estava o livro de assinaturas, o marco geodésico e neblina para todos os lados. Apenas com a imaginação deu para ver o mar ao longe, a estrada correndo no planalto lá embaixo e os outros picos da cordilheira. Assinamos nossos nomes, demos uma volta lá em cima, curtimos a sensação de estar lá, sós e conquistadores e iniciamos o longo caminho de volta.
Vencendo um dos trechos de escada na rocha, no Pico Paraná - PR
Voltamos para a barraca quase três horas depois de termos partido, caprichamos no café da manhã com o resto do queijo que um rato que invadiu nossa barraca com os dentes enquanto íamos ao pico deixou para nós, empacotamos tudo, "vestimos" nossas mochilas para desespero dos nossos corpos e seguimos para baixo. A minha mochila, apesar de não estar mais carregando o vinho e a garrafa de água, parecia ainda mais pesada. Talvez pelo tanto de roupa molhada que estava carregando para baixo.
Maravilhosa bromélia na trilha do Pico Paraná - PR
Aí, devagarinho, viemos descendo. Com um pouco de trabalho, vencemos a pirambeira e as escadas nas paredes. Depois, a subida até ´acampamento 1. De lá para frente, muita paciência para atravessar a bela floresta e a trilha cheia de rios, pedras, raízes, orquídeas e magníficas bromélias. A floresta, com aquele tempo enevoado, parecia assombrada. Muito bonita mesmo!
Bosque "assombrado" na trilha do Pico Paraná - PR
A jararaca que nos esperava no final da trilha do Pico Paraná - PR
Já era mais de quatro da tarde quando chegamos no alto do Morro do Esquenta e avistamos a fazenda e a Fiona lá embaixo. Quarenta minutos mais tarde, demos um olé no último obstáculo para chegarmos ao fim da trilha: uma preguiçosa e curiosa jararaca não queria sair da trilha. Tiramos fotos, demos a volta nela e chegamos à Fiona, felizes e cansados. Tínhamos feito o Pico Paraná e, com certeza, todo o perrengue tinha valido à pena! Minha memória tinha me enganado: realmente a trilha é pesada. Mas vale cada gota de suor!
Na base do Pico Paraná, após fazermos a trilha - PR
Para completar o dia, numa típica "rodrigada", vim dirigindo até Santos. Queríamos já acordar aqui, para aproveitar o fim de semana. Queremos mergulhar na laje e passear na região. Dessa vez, tenho certeza que São Pedro vai colaborar!
Chegamos em Santos perto da meia noite. Aqui, tivemos a super valiosa ajuda do Wagner, também conhecido como Lomba, Gonza ou Metralha, meu grande amigo santista da época da Unicamp, para encontrar um hotel. A cidade está lotada nesse fim de semana para algum evento. Ele achou um super bem localizado, no Gonzaga. Nossa primeira idéia era curtir a night no centro histórico. Mas, depois de achada uma cama sequinha e confortável, achamos por bem desmaiar e deixar a night para depois. Zzzzzzzzzzzzzzzz...
Mergulho com tubarões feito em Nassau - Bahamas
No post sobre o mergulho com tubarões, logo aí embaixo, já devem aparecer algumas fotos. Para quem não acredita ainda, mando outras tantas...
Mergulho com tubarões feito em Nassau - Bahamas
Mergulho com tubarões feito em Nassau - Bahamas
Barco na Barra do Ararapira
Meus amigos de Curitiba sabem que eu adoro a Ilha do Mel. E dizem: "É tranquilo por lá, né?". É, é tranquilo, quando se compara a Curitiba ou a Cambouriú. Tudo depende do ponto de referência. Tranquilo mesmo é o Superagui. Mas, de novo, depende do ponto de referência. Superagui é bem mais tranquilo que a Ilha do Mel. Mas, se você quiser um lugar realmente tranquilo, que faça o Suepragui parecer a Avenida Paulista, esse lugar é a Barra do Ararapira.
São cerca de 180 pessoas vivendo em poucas dezenas de casas. Só tem uma pousada, a do Seu Rubens. Fica de frente para o braço de mar que a separa da pontinha da Ilha do Cardoso, já em São Paulo. Da varanda da pousada a vista é maravihosa, de uma calma que impressiona. Dependendo da maré, a água no braço de mar corre para um lado ou para outro. Os barquinhos e canoas ancorados ou passando ao longe completam o cenário perfeito para quem quer ver a vida passar sem muita pressa. Sempre há tempo para um dedo de prosa aqui e ali. E, quando escurece, é hora de dormir. E, quando o sol nasce, é hora de se levantar. Simples e gostoso como a vida deve ser.
Eu e a Ana chegamos a esse paraíso na hora do almoço. Devoramos peixes acompanhados de arroz e feijão. De novo, simples e gostoso como deveria ser. De tarde, nos jogamos no braço de mar e deixamos que suas águas, preguiçosamente, nos levassem para longe, onde havia um trapiche onde passamos uma hora nos divertindo, correndo e pulando na água. Depois, voltamos caminhando pela praia. Nada mal para uma segunda-feira. Gostoso e simples como deveria ser.
Rodrigo em banco de areia, correndo atrás de pássaros na Barra do Ararapira
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