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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
O magnífico visual do Parque Nacional Thingvellir, na Islândia
O mais popular programa turístico entre os visitantes da Islândia é percorrer uma rota chamada de “Golden Circle”. É um circuito de pouco mais de 150 km nas cercanias da capital Reykjavik e que pode ser percorrido em apenas um dia, possibilitando aos turistas passar por belas e variadas atrações como cachoeiras, gêiseres, parques e até o principal sítio histórico do país, o vale de Thingvellir.
São várias as agências de turismo da capital que oferecem esse passeio em suas vans e na companhia de guias, mas também é comum fazê-lo por conta própria, com a ajuda de um carro alugado. As indicações nas estradas são claras e as atrações são todas sinalizadas, sempre com painéis informativos traduzidos para o inglês.
O local onde se reunia o primeiro parlamento do mundo, já há mais de 1000 anos, no Parque Nacional Thingvellir, na Islândia
Pois bem, esse foi o caminho que percorremos hoje, primeiro acompanhados da nossa agência de mergulho até Thingvellir e depois sós, pelo resto do dia. A primeira parada foi exatamente no Parque Nacional criado em 1930 para proteger um solo considerado “sagrado” pelos islandeses, por sua importância histórica e na formação de um caráter nacional. Aí fizemos nosso mergulho e depois caminhamos pelo vale onde se reunia o antigo parlamento do país. Em seguida, fomos para o campo de gêiseres de Geysir e para a cachoeira de Gullfoss, retornando à Reykjavik no final da tarde.
O magnífico visual do Parque Nacional Thingvellir, na Islândia
Falo do fantástico mergulho no próximo post. Agora quero me ater à interessante história desse que foi o primeiro parlamento verdadeiro da história moderna, antecedendo em muito experiências semelhantes na Inglaterra e Holanda. Na antiguidade, espécies de parlamentos também existiram na Grécia e em Roma, mas seus poderes eram claramente subordinados aos poderes executivos daquelas sociedades. Não aqui na Islândia! O Althingi (nome dado ao parlamento) se reunia anualmente em Thingvellir e era a máxima autoridade legislativa e judiciária do país, subordinando os poderes executivos que existiam localmente por toda a ilha.
Caminhando sobre a fenda que divide dois continentes, no Parque Nacional Thingvellir, na Islândia
A colonização permanente da Islândia começou em 874 pelo norueguês (leia-se viking!) Ingolfur Arnarson. Seis décadas mais tarde e todas as terras aráveis do país já estavam ocupadas. Os descendentes do pioneiro Ingolfur controlavam a área mais produtiva, no sudoeste do país e formavam a família mais poderosa. Foi quando diversos líderes locais resolveram criar uma espécie de conselho, exatamente para contrabalançar esse poder. Esse conselho reuniria todos os líderes locais do país numa reunião anual que duraria cerca de duas semanas. Nele se discutiriam novas leis que valeriam para toda ilha e também a aplicação das leis já existentes às questões que surgiram no último ano. As decisões desse conselho eram supremas e seriam acatadas por toda a ilha.
O magnífico visual do Parque Nacional Thingvellir, na Islândia
Nascia assim uma espécie de parlamento misturado com suprema corte. Nada de reis ou de monarcas. Quem mandava era o Althingi, ou parlamento. Que passou a se reunir no vale de Thingvellir. As reuniões atraíam multidões que passavam duas semanas acampados por ali, quase uma cidade provisória que festejava uma democracia em plena Idade Média. Todos tinham direito à palavra, mas todos tinham de aceitar a decisão da maioria.
Local de reunião dos antigos vikings no primeiro parlamento do mundo, no Parque Nacional Thingvellir, na Islândia
Representação do mais antigo parlamento do mundo, no Parque Nacional Thingvellir, na Islândia
Pois bem, esse parlamento funcionou a pleno vapor por quase 250 anos até que, em 1271, a situação mudou. O clima já era bem mais frio, dificultando as lavouras e diminuindo a força econômica da ilha como um todo. Por decisão do próprio parlamento, a ilha associou-se à Noruega. Aos poucos, os poderes foram sendo transferidos para a monarquia além-mar, mas o Athingi continuou a se reunir anualmente, pelo menos para discutir problemas, política e leis locais. Até que, já em 1662, o parlamento se reuniu pela última vez, cedendo suas atribuições restantes ao monarca absolutista da Dinamarca, que reinava também sobre a Noruega e Islândia.
Caminhando sobre a fenda que divide dois continentes, no Parque Nacional Thingvellir, na Islândia
Moedas da sorte deixadas no lago que divide a Europa da América, no Parque Nacional Thingvellir, na Islândia
Por quase duas horas, caminhamos hoje sobre esse solo sagrado da nação. O visual é lindo, a paisagem grandiosa e ficamos aí, a imaginar, como seria um dia típico de reunião, 1000 anos atrás. Vikings na tribuna, vikings em discussão, vikings na audiência, vikings aproveitando o movimento da pequena cidade que aí se formava para comprar, vender, encontrar pessoas. Enfim, um verdadeiro evento. Quase que ainda dá para ouvir o burburinho ressoando pelo enorme paredão que delimita o vale. Mas o que ouvimos mesmo são as moedas que são jogadas num pequeno lago que há no local. Vikings atuais pedindo a sorte a vikings antigos.
O local onde se reunia o primeiro parlamento do mundo, já há mais de 1000 anos, no Parque Nacional Thingvellir, na Islândia
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