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mabel (11/12)
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Infinita Highway (11/12)
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Aproveitando o primeiro dia do ano para pescar no lago Buenos Aires, em Los Antiguos, na Argentina
Ano novo, pé na tábua! Saímos cedo de Pico Truncado rumo ao Chile. Para isso, cruzamos a Argentina mais uma vez de leste a oeste. Para nossa sorte, aqui no sul ela é bem mais estreita e foram apenas 340 km de bom e rápido asfalto até a fronteira em Los Antiguos. No caminho, passamos novamente pela pequena cidade de Perito Moreno, a mesma que cruzamos no sentindo norte-sul, quando íamos de Trevelin para Cueva de Las Manos, no dia 13 de Dezembro.
No caminho também, o Lago Buenos Aires. É o maior da Argentina. Quer dizer, mais ou menos. O lago é maior que o Lago Argentino, aquele em que desemboca o glaciar Perito Moreno e que é considerado oficialmente como o maior do país. Então, como assim? Simples, apenas metade do Lago Buenos Aires está dentro do país. A outra metade é chilena e ali, claro, ele tem outro nome: General Carrera. Enfim, considerando apenas sua metade nacional, ele já é o quarto do país com seus 880 km2 argentinos. Agora, se consideramos os 1.850 km2 totais, aí ele já é um destaque continental. Perde apenas para o Titicaca, entre Peru e Bolívia. Tem também o Poopo, inteiramente na Bolívia, mas esse quase não tem água, profundidade jamais passando dos 5 metros. Também não estou considerando o Maracaibo, na Venezuela, a as Lagoas dos Patos e Mirim, no Brasil, pois esses estão ao nível do mar e sofrem influência da maré.
Chegando ao lago Buenos Aires, região de Los Antiguos, na Argentina
Lago Buenos Aires, um dos maiores do continente, região de Los Antiguos, na Argentina
Enfim, o lago é grande e muito bonito também Água bem azul, durante o verão fica quente o suficiente para que pessoas arrisquem um rápido mergulho. Mas o normal é que seja mais usado para pescaria, trutas e salmões. O trecho final dessa etapa da viagem até Los Antiguos foi sempre ao seu lado, convite constante para fotos.
Chegando a Los Antiguos, na Argentina
Los Antiguos, na orla do lago Buenos AIres, na Argentina
Já a pequena e simpática Los Antiguos herdou o seu nome da época Tehuelche, os nativos que habitavam a região antes da chegada dos europeus. Desde aquela época, já consideravam a região linda e tranquila o suficiente para que os mais velhos viessem aqui morar e passar seus últimos dias. A influência do lago forma uma espécie de microclima muito mais agradável, mesmo no inverno. Por isso, hoje em dia a região se tornou um centro produtor de frutas. Morangos, amoras, peras, maçãs, pêssegos e ameixas, todas se dão muito bem por aqui. Mas a campeã é a cereja e a cidade organiza até uma festa em sua homenagem.
Praia do lago Buenos AIres, em Los Antiguos, na Argentina
Praia do lago Buenos AIres, em Los Antiguos, na Argentina
Nós paramos por aqui para passear um pouco e almoçar. Caminhamos na orla do lago Buenos Aires e sentimos a força do vento que nunca para. Por isso, a cidade tem fileiras e fileiras de árvores plantadas, para que sirvam de quebra-vento. A gente também fez uso delas, mas acabamos preferindo ir nos esconder em um restaurante envidraçado de beira para o lago.
Bebericando uma água em restaurante de Los Antiguos, na Argentina
Refeição de frente ao Lago Buenos Aires, em Los Antiguos, na Argentina
A comida estava deliciosa e a sobremesa foi uma deliciosa torta de cereja, claro! Nossa despedida por um bom tempo desse país que a cada momento admiramos mais. Suas paisagens, seu povo, seu humor, sua música e cultura. Realmente, é uma lástima que tenham políticos tão ruins. Mesmo o propalado ego argentino, para nós é só um motivo a mais para piadas. Piadas que eles mesmos fazem de si próprios. No restaurante em que comemos, um pôster faz uso de várias personagens importantes e conhecidas no país, gente como Maradona, Evita, Borges, Mafalda, Che Guevara ou Fangio, para descrever como são os argentinos, enumerando toda uma lista de qualidades próprias. Realmente, bem “argentino”! São uns piadistas e por isso gosto tanto deles! Mas agora, é hora de deixar o país para trás e seguir ao vizinho Chile. Ainda hoje vamos começar a conhecer a famosa Carretera Austral!
Poster que, usando personagens marcantes da Argentina, exalta os valores e qualidades de nossos hermanos (em restaurante de Los Antiguos, na Argentina)
O cenário bucólico do noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Nos quadros de aviso do nosso hostel em Ancud, no norte da ilha de Chiloé, muita propaganda de dois dos mais concorridos passeios oferecidos pelas agências de turismo da cidade: pinguineras e avistamento de baleias azuis. Ambos são feitos na costa noroeste da ilha, não muito longe daqui, a menos de uma hora de distância do centro da cidade.
Fazenda em uma das baías no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Ir ver pinguins realmente não estava no topo da nossa lista de prioridades. Depois de tantos encontros com essas simpáticas aves no sul da patagônia e também nas colônias gigantes da Geórgia do Sul, dificilmente algo nos surpreenderia nesse sentido. Em compensação, a chance de chegar perto, ver e fotografar baleias as azuis, isso sim nos deixou bastante animados.
Felicidade com o dia de sol em playa Gabún, no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Um belo dia de sol na playa Gabún, no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
A costa de Chiloé é conhecida como o melhor lugar do hemisfério sul para se observar as baleias azuis, o maior animal que já existiu na face da terra. E janeiro é considerado alta temporada para elas. Essas eram as boas notícias. Mas Infelizmente, para nós, as más notícias sobrepujaram as boas. O passeio é bem caro, perto de 200 dólares por pessoa. Ainda são poucas as companhias a oferecer o passeio e as vagas são limitadas. Estava tudo reservado por um bom tempo. Finalmente, nos últimos dias não haviam tido sucesso em achar os animais. Tudo posto e colocado, acabamos decidindo pelo plano B.
E qual esse plano? Ora, se estamos de Fiona por aqui, para que agência de turismo? Porque não usar nossas próprias rodas para explorar a região? E assim foi, abordamos nosso querido carro e fomos explorar as estradas rurais que cortam o litoral noroeste de Chiloé, nos levam à praias desertas, mirantes de observação do mar, cruzam fazendas centenárias e, para finalizar, dão acesso aos melhores restaurantes de curanto da ilha. O que é curanto? É o principal prato da culinária chilota e todas as agências de turismo terminam seus passeios em um desses restaurantes. O nosso também poderia terminar assim!
Chegando à playa Gabún, no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Pássaros sobrevoam rochedo na playa Gabún, no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Então, mapa na mão, GPS ligado e olhos atentos na paisagem, apenas o sentido definido, sem rotas pré-estabelecidas, lá fomos nós em direção a oeste. A vinte quilômetros de Ancud, já passamos pela simpática Quetalmahue, uma vilazinha de pescadores onde estão os restaurantes de curanto. Ou seja, o principal já estava garantido: já tínhamos localizado o local do nosso almoço. Mas antes disso, rumo às praias!
Caminhando na belíssima e deserta playa Gabún, no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Testando as águas frias do Oceano Pacífico em playa Gabún, no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
O asfalto acabou e começamos a dirigir em estradas de terra. Muitas dessas estradas nem aparecem no nosso GPS, mas se elas existem, é porque devem levar a algum lugar. Com o nosso senso exploratório em alta, é para lá que seguiríamos. E a primeira praia não demorou a aparecer. Uma linda e reclusa baía que se vê de longe, já que chegamos pelo alto. É a praia de Guabun.
Algas se amontoam em playa Gabún, no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Uma estranha alga nas areias de playa Gabún, no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
O estranho é que a estrada termina antes de chegarmos lá. Pelo menos, algo que possamos chamar de estrada. Adiante, trilhas na areia que a Fiona pode enfrentar, mas não carros normais de passeio. Enfim, a Fiona nos leva até lá, uma belíssima praia e inacreditavelmente deserta. Exceto pela grande quantidade de aves, claro. Já fazia muito tempo que a gente não via uma praia de verdade, com faixa de areia, ondas, morros delimitando seus contornos e, o melhor de tudo, um irretocável céu azul. Não é a toa que ficamos felicíssimos!
Estrada rural no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
O cenário bucólico do noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Aí passamos quase uma hora, caminhando até a ponta da praia, testando a temperatura gelada da água, observando as revoadas de pássaros, fotografando ou simplesmente curtindo o momento. Vimos também a enorme quantidade de algas que chegam até as areias. As algas são muito importantes na cultura chilota, servem de alimento e tempero em uma infinidade de pratos. Ao ver a quantidade delas na praia, não foi difícil entender o porquê!
Vacas pastam tranquilamente no belo cenário da Playa Mar Brava, no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Encontrando uma lhama na ilha de Chiloé, no sul do Chile
De volta para o carro e mais explorações. De novo, fomos nos metendo em cada estradinha que víamos, agora tentando acompanhar a costa rumo ao sul. Queríamos chegar até a Playa Mar Brava, de onde saem os passeios para as pinguineras e para ver as baleias azuis. O caminho até lá, subindo e descendo encostas e colinas e atravessando a mais bucólica e rural das paisagens já foi uma atração em si. Felizes das vacas que pastam com um visual desses.
Praia de pedras no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Mas não foi só vacas que vimos, não. Encontramos até uma fotogênica lhama! Pois é, o que estará fazendo esse animal andino por aqui? Pelo sorriso em seu rosto, acho que ela gosta mesmo mais do mar do que das montanhas, mais do calor do litoral do que do frio das alturas. Ficou posando para nós, quase nos perguntando o que achávamos do lugar em que morava. Pois é, difícil reclamar! Tranquilidade e beleza inspiradoras!
Admirando a bela e extensa Playa Mar Brava, na costa noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Um belo dia de sol na playa Gabún, no noroeste da ilha de Chiloé, no sul do Chile
De praia em praia, de fazenda em fazenda, acabamos por chegar na região de Puñihuil, de onde saem os barcos e excursões para ver a vida animal. Do alto de uma encosta, uma espécie de mirante natural, passamos uns 10 minutos procurando as baleias azuis, mas elas realmente não estão por ali nesses dias. Fomos então caminhar um pouco na longuíssima Playa Mar Bravo, um último exercício para nos dar ainda mais fome para enfrentar o curanto.
Chegando a um famoso restaurante na pequena Quetalmahue, região de Ancud, norte da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Dito e feito, menos de uma hora mais tarde já estávamos chegando ao nosso restaurante escolhido, a sorte de chegar lá num horário entre excursões. A exceção foi um grupo de animados e gulosos alemães que já se fartavam com as especiarias chilotas. O curanto é uma espécie de síntese de todas elas, um prato que reúne todos os produtos da terra e do mar de Chiloé.
Preparação de Curanto em forno escavado no chão, num restaurante típico em Quetalmahue, perto de Ancud, no norte da ilha de Chiloé, no sul do Chile
O “curanto em hoyo” tem origem indígena. Ele é assado em um buraco no chão com pedras quentes. Uma enorme quantidade de mariscos, abundantes em todo o litoral, é envolto em folhas de nalca, uma planta que se encontra por toda a ilha. Junto com os mariscos, alguns dos mais de 100 tipos de batatas que são cultivados em Chiloé. Por fim, como toque final, e assado conjuntamente, carne de frango e de porco, animais criados em todas as fazendas da ilha. Toda essa mistura fica enterrada no buraco por horas e o resultado são pratos gigantes e cheios de comida que desafiam a fome de qualquer camioneiro.
Um legítimo prato de Curanto, uma das especialidades de Chiloé, num restaurante em Quetalmahue, perto de Ancud, no norte da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Mesmo para alguém que não é muito fã de mariscos, como eu, é difícil não se esbaldar com tanta fartura. Os mariscos são fresquíssimos e os especialistas nesse tipo de alimento concordam que dificilmente se encontrará, no mundo, mariscos melhores que os daqui. Com a mão na massa (mariscos se comem com a mão!) e cerveja para ajudar a lubrificar a garganta, aí passamos uma hora de banquete. Mais do que pinguins e baleias azuis, curanto é a cara de Chiloé e esse não poderíamos deixar para trás! Missão dada, missão cumprida!
Um legítimo prato de Curanto, uma das especialidades de Chiloé, num restaurante em Quetalmahue, perto de Ancud, no norte da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Avião de grande porte passa sobre Maho Bay, praia de Sint Maarten - Caribe, fazendo a alegria da galera!
Hoje foi dia de aeroportos! Acordamos num, fomos à praia em outro e, por fim, pousamos em um terceiro que tem uma das mais desafiadoras pistas do mundo, na pequena e montanhosa Saba, nosso destino final hoje e lar pelos próximos dias.
Fila de mochilas e malas no balcão da Liat, no aeroporto de St. Kitts - Caribe
AInda em St. Kitts, nossa estratégia de só chegar uma hora e meia antes do vôo internacional funcionou pela metade. Ganhamos meia hora de sono, mas perdemos outra meia hora, já que o balcão de passagens só abriu com uma hora de antecedência. Nossas mochilas eram as primeiras da fila, enquanto a gente aguardava num banco próximo.
Chegando em Sint Maarten - Caribe
Enfim, um pouco antes das 07:30 pousávamos novamente no aeroporto internacional de Juliana, em Sint Maarten. Mas desta vez ficamos no país por mais tempo. Nosso vôo para Saba era só às 14:20, então tínhamos várias horas para passear por essa pequena possessão holandesa. Escolhemos logo ir a uma das principais atrações de Sint Maarten, a praia de Maho Bay. Fica a quinze minutos de caminhada do aeroporto, é pequena, tem areias brancas e aquele azul que só se vê em piscinas muito limpas ou no mar do Caribe. Hipnotizante!
Praia de águas azuis em Maho Bay, Sint Maarten - Caribe
Mas não é a beleza que faz de Maho Bay um lugar tão especial. Não! É o fato dela estar localizada bem no pé da pista do aeroporto de Juliana. Lembro-me quando, há uns 5-6 anos, recebi pela primeira vez um daqueles e-mails que circulam pela internet com fotos daqui. Tive duas reações: 1) Onde fica Sint Maarten? Existe mesmo? (e olha que eu sou bom de geografia!) 2) Essas fotos só podem ser montagem! Afinal, não há mar com essa cor e não é possível aviões tão grandes passarem tão perto da cabeça de banhistas numa praia!!!
Observando pouso de avião de pequeno porte (em Maho Bay, praia de Sint Maarten - Caribe)
Pois é, agora já sei muito bem onde fica essa ilha, sei que o mar tem mesmo essa cor, sem nenhuma ajuda de photoshop e sei também que, por incrível que pareça, os aviões passam sim sobre nossas cabeças, quase nos levando juntos, antes de tocar a cabeceira da pista. É um espetáculo surreal, aqueles monstros alados passando a uns 200 km por hora e uns 10 metros altura sobre nós. Quanto maior o avião, maior o delírio da galera que ali fica, fotografando e filmando.
Aviso em Maho Bay, praia de Sint Maarten - Caribe
Por falar em galera, hoje tinha vários brasileiros. Gente de Cuiabá, casais em lua de mel, todos passageiros dos diversos cruzeiros que passam por aqui. Eram dos que mais se excitavam com a chegada dos aviões. Estranho ouvir português por aqui, no meio da gritaria geral. Estranho, mas reconfortante! Um certo sentimento de lar.
Sobrevoando Philipsburg, capital de Sint Maarten - Caribe
Ainda tivemos tempo de passar em outra praia bem bonita, mas muito mais tranquila, a Mullet Bay. De lá, de volta ao aeroporto, sempre à pé, para embarcar para Saba. Esse é o menor dos pequenos "países" que estamos visitando. Tem apenas 13 quilômetros quadrados, formação totalmente vulcânica, ilha montanhosa e sem praias. Quer dizer, um furacão criou uma pequena praia há alguns anos, mas ela só aparece de Abril a Outubro.
Chegando na pequena e montanhosa Saba, no Caribe
Mas ninguém viaja para lá atrás de praias. As atrações estão bem acima delas, na fantástica paisagem montanhosa e vulcânica, com várias trilhas demarcadas para trekking, e também abaixo do nível do mar, com pontos de mergulho magníficos. É atrás disso que também estamos indo!
Chegando em Saba, no Caribe
Mas antes, foi preciso pousar em Saba. O aeroporto da ilha é famoso por sua difícil aterrisagem. Pista pequena que termina num precipício sobre o mar. Apenas aviões pequenos podem tentar. Os pilotos são super treinados e tem de passar por testes todos os meses. Dá um friozinho na barriga mas corre tudo bem. Lá do alto a gente já percebe que é uma ilha diferente das que temos visitado. Parece a ilha do King Kong, cheio de montanhas e penhascos. Muito legal!
Homenagem ao primeiro piloto a pousar em Saba, no Caribe
Uma das vantagens é que a ausência de praias afasta os navios-cruzeiro. O turismo por aqui realmente é diferente, Pelo pouco que vimos até agora, tudo é bem mais tranquilo e autêntico. Estamos bem no centrinho de Windwardside, a principal vila da ilha. Paisagem maravilhosa, no meio das montanhas, o mar lá embaixo. Para amanhã, já temos mergulhos programados pela manhã e, de tarde, quem sabe alguma caminhada?
Caminhando em Windwardside, principal cidade de Saba, no Caribe
Mergulho com tubarões feito em Nassau - Bahamas
Todo mergulhador gosta de ver vida embaixo d'água. Peixes. Peixes grandes. Arraias, golfinhos, polvos, tartarugas, baleias. E tubarões. Esse nome costuma dar calafrios. O filme de Spielberg marcou uma geração. Pessoas não dormiam mais direito e não entravam mais no mar. Mas, na verdade, o filme fez muito mais mal a espécie que retratava do que a esses pobres insones. Foram caçados inclementemente, mas a vida deles vem melhorando pouco a pouco, com o intenso trabalho da comunidade de mergulhadores e, principalmente, por canais como Discovery Channel, Natgeo e Animal Planet.
Esses animais são magníficos. Quem já os viu nadar graciosamente pelos mares, eficiência hidrodinâmica ao extremo, compreende e reverencia essa obra-prima da natureza. Não é à tôa que estão por aí desde o tempo dos dinossauros.
Enfim, já deu para perceber como sou fã deles, né? Sempre os procuro nos meus mergulhos. São raras as vezes que os vejo e sempre considero um prêmio os poucos segundos, raramente minutos que consigo acompanhá-los embaixo d'água. É porque eu ainda não tinha vindo ao lugar certo. Aqui no Caribe, é muito mais fácil observá-los. Hoje mesmo, assistindo ao Weather Channel, que mostrava Nassau vista de um avião, deu para ver vários, passeando aqui por perto. Engraçado... vistos de cima, de fora d'água, eles dão medo. Como banhista, também me assusto. Mas, embaixo d'água, não há espaço para medo. Apenas admiração.
Fomos a um mergulho especial hoje. Um mergulho onde assistimos tubarões sendo alimentados. Há toda uma preparação psicológica antes do espetáculo. Primeiro, um mergulho de preparação, onde o guia nos leva pela crista de um barranco, que desce dos 10 m aos 6 km de profundidade. Isso mesmo, 6 quilômetros! É a chamada "Língua do Oceano", uma fossa abissal bem ao lado de Nassau. Olhar para o azul escuro desse poço sem fundo (ou quase) me dá muito mais medo que os tubarões que já nos seguem, de longe, nesse mergulho. Sabem que a hora do lanche se aproxima. São tubarões médios, de dois a três metros. Curiosos, se aproximam e se afastam. Orientados pelo guia, não nadamos em direção a eles. Seria estupidez. São muito mais rápidos que nós e são eles que controlam a distância que querem ficar. Após alguns minutos, já estamos acostumados com a presença dessas criaturas em volta de nós. Uma dúzia deles. O mergulho termina num grande campo de areia, com pedras colocadas em forma de círculo. Uma arena, que mais parece uma Stonehenge submersa, o que lhe dá um ar bem mais solene, quase fantasmagórico.
Subimos de volta ao barco, para nos preparar para o segundo mergulho. O guia explica como se portar na arena. Devemos ficar quietos, apenas observando a ação que se passa no centro dela. Nenhum movimento brusco, para não atrair a atenção indesejada dos tubarões em plena hora do lanche. Ele, o guia, se veste com uma tela de aço, pega suas caixas cheias de comida de tubarão e vamos todos para baixo d'água novamente. A gente se coloca em círculo, se segura numa das pedras da arena e assistimos agora a três dúzias de tubarões tentando o seu naco de peixe, às vezes arrancandos da mão do guia. Ficam nadando em círculos, passando literalmente entre nós. Nós não podemos tocá-los, mas eles tem toda a liberdade para nos tocar. Levei algumas barbatanadas, me desviei de outras tantas. O único cuidado que tive foi deixar os dedos da minha mão bem próximos ao corpo. Eram minha única parte descoberta. Fora isso, nenhum medo, nenhum receio. A impressão é a de estarmos em algum filme Imax 3D. Dentro do filme, mas inatingíveis. O que quebra essa sentação são as barbatanadas ("se liga, mané!") ou o frio da água no rosto.
Mergulho com tubarões feito em Nassau - Bahamas
Voltamos para o barco ainda mais fãs desses animais. E a vontade é de ver tubarões ainda maiores. E sei que vamos ver, ainda nesta viagem.
Mapa de Trinidad e Tobago.
A ilha de Trinidad, a maior ilha do Caribe se não considerarmos as quatro grandes (Cuba, Hispaniola, Jamaica, Porto Rico), foi batizada por Cristóvão Colombo. A cerca de 20 km de distância do continente sul-americano (Venezuela), ela permaneceu uma colônia espanhola até o finalzinho do séc XVIII, quando foi conquistada pelos ingleses. Já sua companheira Tobago permaneceu como um paraíso de piratas até cerca de 1760, quando os ingleses resolveram levar a sério sua colonização. Foi somente 120 anos mais tarde que os ingleses resolveram unir as duas ilhas numa só administração, e assim elas continuam, como duas boas vizinhas.
A Residência do Bispo, um dos "Sete Magníficos", em frente ao Queen's Park Savannah, em Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago
A população original de índios foi praticamente dizimada, transformada em escravos e levada para as grandes fazendas do continente. Quando as fazendas chegaram às duas ilhas, foi necessário trazer escravos da África para as "plantations" de cana-de-açúcar e arroz. Com o fim da escravidão os negros saíram das fazendas e foram substituídos por imigrantes indianos, que vinham trabalhar sob uma forma de servidão. Essa imigração indiana deixou suas marcas. Hoje, 40% da população é descendente dos indianos, enquanto outros 40% tem antecedência africana. É possível encontrar templos hindus por todo o país.
O Queen's Royal College, um dos "Sete Magníficos", em frente ao Queen's Park Savannah, em Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago
A capital Port of Spain tem cerca de 50 mil habitantes, mas a região metropolitana tem 250 mil, pouco mais de vinte por cento da população do país. A cidade tem fama de perigosa e, até onde conseguimos checar, realmente não se deve caminhar por ela de noite. Mas de dia, achamos muito segura. A nossa Guest House é meio afastada do centro, então nem dá para caminhar para lá. O negócio é usar o principal meio de transporte da cidade, chamado de "route taxi". São carros-táxis que circulam em roteiros definidos e podem parar em qualquer lugar deste roteiro. Ao custo de 1 real, são muito "convenientes". O único problema é que não tem uma cor especial que os diferencie dos outros carros. A diferença está é na placa, que começa com a letra H (de Hired). Os outros carros tem placas que iniciam com P (de Private) e T (de Transport - camionetes, vans e caminhões).
O prédio futurista da NAPA (National Academy of Performing Arts) em Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago
Hoje, após a bendita chuva passar, já perto da hora do almoço, pegamos um route taxi para o centro e descemos ao lado do Savannah, um enorme parque no meio da cidade com grandes áreas abertas e campos de cricket e futebol, os esportes nacionais. A avenida que circunda o parque só tem uma mão. Como ex-colônia inglesa, a mão é trocada e os carros giram em volta do parque em sentido horário. O pessoal daqui gosta de dizer que o Savannah, na verdade, é o maior "round-about" (rotatória) do mundo. No seu lado oeste, há uma fileira de sete prédios, os "magnificent seven", construídos no início do séc XX, que são uma das atrações da cidade. Um colégio, um prédio público, a casa do bispo, uma imitação de castelo escocês, uma casa particular, enfim, nada relacionado entre si, nenhum deles aberto à visitação, mas uma bela e interessante visão.
Encontro com brasileiros, um curitibano e um Junqueira, em Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago
De lá seguimos, ainda em frente ao parque, a um prédio futurista, a National Galery for Performing Arts. Construção colossal! Em cartaz: West Side Story. Ao visitar o prédio, demos de cara com dois brasileiros, judeus, que vieram para uma apresentação sobre o judaísmo. Um deles é de Curitiba e o outro é primo meu, um Junqueira! Mundo pequeno, hein!
A catedral de em Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago
Tentando driblar a chuva, que ía e voltava, fomos ver as duas grandes catedrais da cidade, a anglicana e a católica. A primeira fica na simpática Woodford Square, local de discursos e discussões inflamadas num púlpito aberto a quem queira falar. A segunda no fim da Indepence Square, na verdade um grande boulevard e local mais movimentado da cidade, um calçadão em meio a uma avenida que corta o centro financeiro de Port of Spain. Aproveitamos estarmos bem no centro para já comprar nossas passagens de ferry para Tobago, na terça de tarde. Bem baratinho, preço subsidiado pelo governo, duas horas e meia de viagem por seis dólares. A volta será de avião, também baratinho: 20 dólares para um vôo de 25 minutos.
Night no Cocoa Lounge, em Port of Spain, em Trinidad e Tobago
Fim de tarde, passamos num lugar legal de happy hour na Av. Arapina, local onde estão os bares e restaurantes. Depois, route taxi de volta ao hotel. O simpático motorista nem nos deixou pagar!
Botecão movimentado em Port of Spain, em Trinidad e Tobago
De noite quisemos voltar à cidade, para jantar e ver o agito. Mas a essa hora já não há mais route taxis. A única solução, para quem não tem carro, é combinar tudo com um taxi normal. Assim, por 30 dólares, o cara nos levou para a Arapina e combinou de nos pegar de volta à uma da manhã. Caminhar a esta hora, fora da Arapina, nem pensar! Jantamos num dos hot-spots da cidade e esticamos por lá mesmo, pista de dança e muita badalação. Mas quando estava começando a esquentar, era a hora que tínhamos marcado com o taxista. Foi até bom, porque amanhã temos um longo dia de passeios pela ilha já marcado!
Caminhando na Praça da Independência, que na verdade é um boulevard, em Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago
Catedral de Fort-de-France, capital da Martinica
Hoje a Ana acordou animada para um banho de lama. A lama trazida lá do Desolation Valley, em Dominica. Então, aqui na Martinica, com lama da Dominica, na nossa última manhã antes de seguirmos para Santa Lucia, fomos pegar uma praia na frente do hotel, ela toda cinza, enlameada. As pessoas não entendiam nada, ver aquele estranho ser cruzando a estrada, hehehe.
Indo para a praia coberta de lama vulcânica, em St. Pierre, na Martinica
Bem, passamos uma hora por lá, nadamos e caminhamos e seguimos viagem para a capital, Fort-de-France, de onde parte o ferry para Santa Lucia.
Tomando sol com lama vulcânica, em praia de St. Pierre, na Martinica
A cidade, ou pelo menos o centro, fica completamente morto aos domingos. Nós caminhamos um pouco em frente ao Fort Saint Louis, que deu origem à cidade, atravessamos o parque La Savane e fomos ver e fotografar a catedral e o prédio da biblioteca, o principal marco arquitetônico da cidade.
Prédio da biblioteca, marco arquitetônico de Fort-de-France, capital da Martinica
Na verdade, há outro também, uma igreja que fica na parte alta da cidade, na periferia. Uma réplica em menor escala da Sacre Coeur de Paris. Tínhamos passado por lá na nossa viagem entre o sul e o norte da ilha, há dois dias.
A igreja Sacre Coeur de Balate, muito parecida com a original parisiense, na periferia de Fort-de-France, capital da Martinica
Interior da igreja Sacre Coeur de Balate, em Fort-de-France, na Martinica
Por fim, deixei a Ana muito bem instalada num dos poucos restaurantes abertos na cidade e segui para o aeroporto, para devolver o carro. Tudo porque, no Domingo, até as lojas de aluguel de carro estão fechadas no centro. Sem nenhum trânsito, pouco mais de meia hora e eu já estava de volta, de táxi. Juntos, mochilas nas costas, atravessamos novamente o Savane e fomos para o terminal.
Atravessando o parque La Savane, o principal de Fort-de-France, capital da Martinica
Menos de duas horas mais tarde chegávamos à Castries, capital de Santa Lucia. Outra ilha bastante montanhosa no nosso caminho! Entre as montanhas, as famosas “Pitons”, duas incríveis montanhas com formato piramidal, o cartão postal mais famoso do país. Ficam no sul, na cidade de Soufriere, e foi para lá que seguimos diretamente, logo após alugar um carro no aeroporto “local” de Castries.
Atravessando o parque La Savane, o principal de Fort-de-France, capital da Martinica
Era o único local com locadoras abertas num domingo de tarde. De lá partem os voos para as outras ilhas do Caribe e será daí que voaremos para Saint Vincent dia 23. Teremos um bom tempo por aqui e começaremos pela parte sul da ilha, onde estão as Pitons e o turismo de aventura. A parte norte, onde estão a maioria dos resorts que atraem milionários do mundo inteiro, visitaremos mais tarde.
O Fort S. Luis, que deu origem á cidade de Fort-de-France, capital de Martinica
Chegamos em Soufriere já de noite e na praia em frente ao hotel havia uma festa local. Logo tentamos nos misturar, mas não tinha jeito de não chamarmos a atenção. Eu era o único moreno na festa. De loira, tinha a Ana. Os outros, eram como se estivéssemos na Tanzânia ou na Nigéria. Muito legal, o nosso pedaço da África na América!
O Fort S. Luis, que deu origem á cidade de Fort-de-France, capital de Martinica
No escuro, lá estava o impressionante vulto da Petit Piton, do outro lado da praia. Tentamos, de todas as maneiras, fotografá-la. Mas não conseguimos. Mas a visão era maravilhosa! Estamos ansiosos pela luz do sol, para podermos ver essa incrível montanha com as cores que o dia traz. Agora de noite, já deu para ver que vai ser muito mais bonito que imaginávamos!
Praia ao lado do Fort S. Louis, em Fort-de-France, capital de Martinica
Pausa para admirar a bela paisagem, na descida do Pico do Itambé, na região de Capivari - MG
No mundo dos alpinistas existe um número mágico: 8 mil. A partir dessa altura, as montanhas entram numa classe especial. São 14 montanhas nessa classe, todas elas no Himalaia e suas "ramificações", na Ásia. É o sonho de todo alpinista escalar algumas das "oito mil", o que dirá todas elas.
A bela região do Parque do Pico do Itambé, na região de Capivari - MG
No Brasil, uma terra antiga e desgastada, somos mais modestos. Nossa mais alta montanha recentemente foi rebaixada para baixo dos meros 3 mil metros. É o Pico da Neblina, na fronteira com a Guiana. Nossas montanhas mais altas estão na faixa dos 2 mil metros. E mesmo isso é coisa rara. Com exceção dessas lá no extremo norte do Brasil, há apenas um punhado delas no sudeste e nada mais. A grande maioria está na Serra da Mantiqueira, perto da fronteira tríplice de Minas, Rio e São Paulo e na Serra do Caparaó, região do Pico da Bandeira, entre Minas e Espírito Santo.
Caminhando para o Pico do Itambé, na região de Capivari - MG
Uma honrosa exceção, aprendi ontem, é o Pico do Itambé, quase no meio de Minas Gerais. É o ponto mais alto da Serra do Espinhaço, que se extende de Minas até a Bahia, e tem 2.055 metros de altura. Para mim, ao descobrir essa altura, o número mágico à brasileira, não tive dúvidas: "Quero subir lá!". Ainda mais que fiquei fã da Serra do Espinhaço. Por algum motivo, achei ela mais "exótica" que suas conterrâneas Mantiqueira e Canastra, sua vegetação mais florida e sua paisagem mais extraterreste, pela quantidade de pedras.
Admirando a bela paisagem no Pico do Itambé, na região de Capivari - MG
Para completar, o tempo hoje não favorecia muito as cachoeiras e eu e a Ana já estávamos um tanto quanto de saco cheio delas. Uma pena porque a região oferece dezenas delas, cada uma com sua beleza particular. Mas, como daqui a gente vai para a Serra do Cipó, região pródiga em... cachoeiras!, resolvemos que era mesmo hora de partir para vôos mais altos.
A bela vegetação do Pico do Itambé, na região de Capivari - MG
E assim partimos logo cedo, de Fiona, para a pequena Capivari, um minúsculo arraial próximo a Milho Verde e ponto de partida para o Pico do Itambé. A viagem de 16 km já é uma viagem. O tempo nublado tornou a paisagem de campos e pedras ainda mais incrível. A sensação era de estar navegando em um outro planeta, só nós, indo aonde nenhum homem jamais esteve, deitando os olhos em paisagens virgens, secretas. Depois, fiquei sabendo que existe uma trilha lindíssima para se fazer à pé entre os dois povoados.
Início da caminhada ao Pico do Itambé, na região de Capivari - MG
Bom, chegamos em Capivari e conversamos com o Genésio, que trabalha no Parque Estadual do Pico do Itambé e se dispôs a nos guiar lá para o alto. Foi ótimo. Além de guarda-parque e guia, ele é vereador em Serro (cidade da qual Capivari é um distrito). Amante de uma boa prosa, ele e a Ana falaram praticamente o tempo todo, tornando a caminhada de 3 horas pico acima e 2 horas pico abaixo bem mais curta.
A bela vegetação do Pico do Itambé, na região de Capivari - MG
Antes de chegar ao início da trilha, a Fiona enfrentou bravamente os piores 6 km de "estradas" que ela já passou. Uma verdadeira trilha no meio de pedras, mato, areia, riachos e brejos. A nossa querida companheira de viagens e aventuras é cada vez mais nossa companheira e menos nosso carro. Parece sempre querer confirmar aquele comentário que vivemos ouvindo por aí: "Nossa, essa aí não para em nenhum lugar, né?". pois é, viva a nossa querida Fiona!
Equipe do Luz Para Todos em ação, na região de Capivari, próximo a Milho Verde - MG
Quem também não para em nehum lugar são as equipes do "Luz Para Todos". No meio daquela trilha infernal, lá estava o caminhão de luz levando postes e fiação para pessoas que moram no fim do mundo à esquerda. Ponto positivo para o sapo barbudo que, desse modo, vai conseguir eleger até a Dilma. E quem vai culpar esse povo, tão feliz com a luz em casa, de votar na indicação do sapo? Aliás, o mesmo vale para o Aécio aqui em Minas, levando o asfalto a tudo quanto é lugar...
Quase no alto do Pico do Itambé, na região de Capivari - MG
Voltando à trilha, é uma subida agradável, apenas com uma pirambeira mais forte. O cenário é de encher os olhos o tempo todo. Aquela vastidão, mundão grande sem porteiras, ar puríssimo, campos floridos, rios correndo lá embaixo, uns para o Jequitinhonha, outros para o Doce. As nuvens passeando sobre nossas cabeças e também sob os nossos pés. O céu azul aparecendo aqui e ali. Lá do alto, vê-se dezenas de cidades e lugarejos. O mundo é sempre mais bonito quando se ultrapassa os dois mil metros de altura!
O cruzeiro no alto do Pico do Itambé, na região de Capivari - MG
Voltamos já escurecendo e nem tivemos tempo para visitar aquela que seria a mais bonita cachoeira da região, com o maravilhoso nome de "Cachoeira do Tempo Perdido". Na pressa de continuar nossa jornada, essa vai ficar para depois. Mas recomendo a todos que visitem Milho Verde, Capivari, suas montanhas e suas cachoeiras. Com tempo! Cada minuto por aqui, do alto do Itambé ao fundo das cachoeiras, não será perdido não. será ganho, muito bem ganho!
Aquecendo-se ao sol, na descida do Pico do Itambé, na região de Capivari - MG
O porto de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina
Acordamos na manhã de ontem, dia 23, já navegando no tranquilo canal marítimo entre as ilhas ao sul da Terra do Fogo. Mais um pouco e chegávamos a Ushuaia, a cidade mais austral do mundo, ponto de referência para qualquer aventureiro que se preze. Ainda tínhamos tempo para um saudável café da manhã e as últimas arrumações de nossas malas que seriam coletadas enquanto tomássemos nosso café.
A cidade de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina
Pois é... era chegada a hora do fim da nossa viagem à Antártida. De volta ao continente americano, mas ainda bem longe da nossa querida e saudosa Fiona. Ele nos esperava muito ao norte, em Pilar, cidade ao norte de Buenos Aires. Infelizmente não pudemos apresentá-la ao Sea Spirit, hehehe. Ainda vamos trazê-la até aqui, mas duvido que o barco navio esteja no porto daqui a mais de um mês...
O Sea Spirit é preparado para nova viagem em poucas horas, no porto de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina
Quando compramos nosso pacote para a Antártida e decidimos que a Fiona ficaria em Buenos Aires, precisamos decidir como seria nosso roteiro sem o carro aqui no sul, como e quando voltaríamos para a capital argentina. A decisão foi a de voltar o mais rápido possível para ficarmos logo motorizados e aí, com calma, ir descendo o país até Ushuaia. Queremos chegar ao fim do continente com nossas quatro rodas mais queridas do mundo e não de barco, com todo o respeito ao Sea Spirit! Explorações próximas a Ushuaia, também resolvemos deixar para depois. Então, compramos nossas passagens aéreas logo para o dia seguinte, hoje, dia 24. Na verdade, poderíamos ter comprado até para o dia 23, mas ficamos com medo do navio atrasar e perdermos a passagem. Inocência nossa, claro! Faça chuva ou faça sol, independente do tamanho das ondas e do mar na Drake Passage, o Sea Spirit chega sim na data marcada. Até porque, nessa mesma tarde de ontem ela já está saindo novamente de viagem com 100 novos passageiros. Mas nós não sabíamos disso...
Desembarcando do Sea Spirit em Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina
O adeus de nossos guias na expedição à Antártida no porto de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina
Então, chegou a hora do desembarque. Nossos queridos guias se perfilaram ao lado do navio para um último adeus. Também foi a última despedida de todos aqueles passageiros que acreditaram na data de regresso e compraram suas passagens para hoje mesmo. Seguiram diretamente para o aeroporto. Para os outros, que reservaram um dia ou mais por aqui, sempre restava a chance de mais um reencontro pelas ruas e hotéis da simpática Ushuaia. Quase todos eles já tinham seus hotéis reservados, o que não era o nosso caso nem de outros poucos gatos pingados. Assim, nossa primeira tarefa foi encontrar um lugar para ficar.
Chegamos a Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina
Com a Kim (África do Sul) e a Pam (Austrália) em Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina
Ainda no início da temporada, não foi tão difícil achar lugar para nós. A procura serviu também para já caminharmos um pouco pelas ruas da cidade. O centro é compacto e não demora muito para nos acharmos na cidade. Mais difícil mesmo é nos acostumarmos a estar novamente na civilização. Ver outras pessoas nas ruas, carros, motos, prédios, essas coisas típicas do ser humano. Por um bom tempo, ainda nos sentimos peixes fora d´água. Mas, enfim, temos de nos acostumar. Atravessar uma rua toma mais tempo, mas reaprendemos isso também.
Anúncios de viagens "baratas" à Antártida em murais de hostels em Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina
Nos hotéis, vários anúncios nos murais anunciam viagens baratas à Antártida. São promoções de última hora, para partida amanhã ou depois. Por 3-4 mil dólares é possível ir até lá e voltar numa viagem de 10 dias. Quarto coletivo. Não deixa de ser um bom negócio. A Ana já estava se animando, mas ela também sabe que muitas outras aventuras nos esperam...
Um magnífico céu sobre a orla de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina
Depois de instalados, a Ana foi passear pela cidade com a Kim e eu fiquei no hostel fazendo bom uso da internet, coisa que já não via há 3 semanas. Mais tarde, fui me juntar a elas. Era engraçado caminhar pelas ruas do centro e reconhecer, de longe, os outros passageiros do Sea Spirit que estavam na cidade, quase todos ainda com a jaqueta amarela que ganhamos da expedição. Trocávamos sorrisos ou abraços, mesmo com aqueles que mal havíamos falado antes. Uma espécie de cumplicidade nos une agora, a jaqueta amarela funcionando como elo de ligação.
Um magnífico céu sobre a orla de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina
De noite, nos reunimos alguns em um dos bares da cidade. No grupo, a Rowan, aquela escocesa que viajou conosco. Embora não tenhamos conversado muito durante a viagem, sempre a achei simpática. Agora ele nos contava dos seus planos: tinha alguns dias para viajar pela Argentina e seguiria a viagem sozinha, de ônibus. Uma das poucas a não sair daqui de avião. Então, combinamos de nos encontrar em Bariloche daqui a uns dias e, quem sabe, viajarmos juntos por alguns dias naquela região. Vamos ver se dá certo...
Indo para o aeroporto e observando as montanhas nevadas ao redor de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina
A baía de Ushuaia, na Terra do Fogo, sul da Argentina
Despedimo-nos da Kim, a melhor amiga da Ana e companheira fiel das baladas no Sea Spirit e voltamos para o hostel. Hoje cedinho repartimos um táxi com a australiana Pam e fomos para o aeroporto, de onde se tem uma bela vista de Ushuaia e as montanhas nevadas ao fundo. Em breve estaremos de volta, de carro, para explorar essa linda cidade e seus arredores! No saguão do aeroporto, novos encontros com passageiros do Sea Spirit e logo já estávamos voando nos céus da Argentina atravessando o país de sul a norte.
Pouco mais de 3 horas de voo e pousamos no Aeroparque, o aeroporto no centro de Buenos Aires. De lá, táxi para Belgrano, onde moram o Marcelo e a Carola, os “periodistas viajeros” que tanto nos ajudaram com a Fiona. No carro deles seguimos para Pilar, cerca de uma hora de viajem a noroeste do centro da capital portenha. Ali mora a mãe da Carola e ali estava nossa querida Fiona, devidamente estacionada no jardim do quintal deles, em meio a um chique condomínio.
Junto com o Marcelo, a Carola e sua família na casa de seus pais em Pilar, ao norte de Buenos Aires, na Argentina. Aí ficou a Fiona nas 3 semanas que viajamos à Antártida
É sempre uma delícia rever nossa companheira de viagens! Ela também parece bem feliz e o motor pegou logo na primeira tentativa. Acho que está com saudades da estrada. Tiramos fotos e contamos muitas histórias para nossas amigos argentinos, mas tínhamos logo de tomar nosso rumo. Um longo caminho nos espera e já queríamos comer um pedaço dele ainda hoje. Então, mais uma vez, um muito obrigado aos nossos amigos periodistas viajeros, vocês nos salvaram e a Fiona e nós lhe seremos eternamente gratos. Esperamos vocês de braços abertos no Brasil! E agora, de volta a estrada, vamos tratar de nos esquecer do balaço do Sea Spirit e nos reacostumar ao doce sacolejar da Fiona!
Reencontro com a Fiona na casa dos pais da Carola, em Pilar, norte de Buenos Aires. Ela e o Marcelo, os "Periodistas Viajeros" nos levaram até lá de BS
O primeiro grupo a seguir para Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas
Finalmente, a hora do desembarque! De certa maneira, era agora que essa nossa viagem estava começando! Dois mil quilômetros desde Buenos Aires, três noites em mar aberto e hoje bem cedo despertamos com o canto de milhares de pássaros ao redor do nosso barco. Não era preciso ser um gênio para concluir que estávamos perto de terra firme. Com efeito, foi só abrir a janela da nossa cabine e lá estava, as montanhas escarpadas de alguma ilha, uma visão meio estranha para nossos olhos que haviam se acostumado a só ver água até o horizonte.
Milhares de petrels e de outras espécies de pássaros nos recebem em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas
Ancorado ao lado de Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas
O café da manhã foi uma hora mais cedo do que o normal. Afinal, tínhamos um longo dia pela frente: dois desembarques, duas longas caminhadas em terra firme, duas pequenas ilhas na região noroeste do arquipélago das Malvinas. Todos ansiosos no café para a primeira operação de desembarque nessa viagem, para nosso primeiro uso dos zodiacs, do nosso primeiro encontro com pinguins em terra firme.
Nosso roteiro pelos mares do sul entre Falkland, Geórgia do Sul, Península Antártica e Ushuaia
Com o Sea Spirit ao fundo, temos nosso primeiro contato com pinguins gentoo, em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas
Falando em pinguins, ontem todos os passageiros do Sea Spirit foram divididos em dois grupos, os Rockhoppers e os Macaronis. Os nomes podem parecer estranhos (e são mesmo!), mas são as denominações de duas das várias espécies de pinguins que vamos encontrar durante essas 3 semanas de viagem. Pois bem, Macaronis e Rockhoppers, ontem de tarde, passaram separadamente pelo processo de desinfecção das roupas que iríamos usar no desembarque, parte do procedimento de biossegurança adotado pelas empresas que trazem turistas a esta região do globo. Os guias montaram uma verdadeira operação de guerra nos saguões do navio, com direito até a aspirador, e nós levávamos nossas roupas e equipamentos para lá, para serem examinados e aspirados. O principal foco eram os velcros, onde terra e sementes de outros continentes podem estar agarrados. Uma hora de trabalho e todo mundo estava “seguro”.
O primeiro grupo a seguir para Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas
Um zodiac volta para o Sea Spirit para levar mais passageiros a Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas (foto de Jeff Orlowski)
Hoje, na hora de desembarque, outra vez nos dividimos nos dois grupos. Primeiro saem os rockhoppers e depois os macaronis. No próximo desembarque, a ordem é invertida e assim continuamos até o final da viagem. Tudo para evitar tumulto na fila de desembarque. Já na hora de voltarmos ao Sea Spirit, aí é por ordem de chegada. Quem estiver cansado, com frio, enfadado ou com saudade do conforto da nossa casa sobre o mar, volta logo. Para quem quiser aproveitar até os últimos segundos, sempre haverá um zodiac para nos trazer de volta.
Voltando da praia para pegar mais uma leva de passageiros para desembarcar em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
O Dave orienta seus passageiros no zodiac enquanto os leva para Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas
Pois bem, os rockhoppers se organizam em uma fila, todo mundo com suas botas, bem agasalhado e com os coletes também. Com o mar tranquilo, um zodiac cheio chega a levar 12 passageiros e o guia que também é piloto. O primeiro zodiac a seguir para terra firme vai apenas com guias e marinheiros. Eles dão uma primeira olhada no terreno e colocam umas bandeirinhas que servem para nos mostrar aonde ir e, especialmente, aonde não ir. O território proibido é onde estão os animais. Como regra, podemos chegar até a uns 5 metros de distância deles. Aí podemos ficar, fotografar e até esperar que eles mesmos se aproximem de nós. A curiosidade deles é aceita e benvinda. A nossa sim, tem um limite.
No zodiac indo para a praia de Dyke Bay, em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
No zodiac indo para a praia de Dyke Bay, em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
Enfim, somente quando a equipe de terra dá o okay, os passageiros começam a desembarcar. Todos pisamos no pequeno tanque que mata 98% das bactérias na bota e nos acomodamos no zodiac estacionado na popa do Sea Spirit. Três ou quatro zodiacs participam da operação, nos deixam em terra firme e voltam correndo para pegar mais uma leva de passageiros. Em 20-30 minutos todos estamos lá. Nessa primeira vez, ainda no início do caminho, nosso guia-piloto dá as instruções básicas sobre não ficar em pé com o zodiac em movimento e quando e como pedir para tirar alguma foto.
Esperando a chegada de mais um zodiac repleto de passageiros na praia de Dyke Bay, em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
Um zodiac desembarca seus passageiros em Dyke Bay, praia de Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
Quando chegamos em terra, geralmente em alguma praia ou pequena enseada, lá está a Cheli, a líder da expedição, para receber nosso barco, nos ajudar a sair, geralmente ainda com água no tornozelo e dar as instruções sobre como proceder em terra. Aqui nas Malvinas, geralmente é tranquilo. Mas quando chegarmos à Geórgia do Sul, muitas vezes o desembarque é feito no meio do território de leões-marinhos ou elefantes-marinhos. Aí, temos de ser rápidos para atravessar seu território e chegar numa área mais segura.
Grupo prepara-se para voltar ao Sea Spirit em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas
Nosso roteiro e pontos de parada em Falkland (Ilhas Malvinas)
Hoje houve dois desembarques, ambos em pequenas ilhas na região noroeste do arquipélago. Pela manhã foi em Steeple Jason e de tarde foi em Carcass Island. Foi mais do que o suficiente para nos acostumarmos com os procedimentos de embarque e desembarque e com os zodiacs. Amanhã será a vez de visitarmos Port Stanley, a capital da ilha. Mas aí, o desembarque é feito em um porto mesmo e saímos todos pela porta principal do navio. Depois, seguimos para a Geórgia do Sul e aí sim, retomamos os desembarques com os zodiacs. Quanto aos caiaques, bem, são dois os requisitos para sairmos com eles. Primeiro, que o mar esteja tranquilo, o que era o caso de hoje. Em segundo, que o programa e a visão do mar seja igual ou mais interessante que o programa e visão em terra. Não era o caso dos dois desembarques de hoje, onde o mais interessante estava em terra mesmo. Amanhã, em Port Stanley, será a mesma coisa. Então, a nossa estreia remando em mares gelados fica adiada mais alguns dias, até a Geórgia.
Depois do passeio no frio da ilha de Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas, um chá quente a bordo do Sea Spirit
Luiza com papai, mamãe e titias, em Curitiba - PR
O motivo primeiro da nossa volta à Curitiba foi o nascimento da Luiza. Chegamos direto da Ilha Bela para o apartamento da Dani e Dudu para conhecer essa pequena criatura. Antes de ir embora, tínhamos de passar lá uma última vez.
Luiza com a titia coruja, em Curitiba - PR
E assim, com a Fiona preparada e as despedidas feitas e mais aquele friozinho de Curitiba, achamos melhor partir no dia 19 cedinho do que no dia 18 de noite. Ao invés de estrada, fomos lá curtir a sobrinha! Sábia decisão!
Luiza enfrentando o frio em Curitiba - PR
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