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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Salisbury Plain, na Geórgia do Sul, a 2a maior colônia de pinguins rei do mundo
Como sempre, nossa ansiedade em desembarcar era grande. Primeiro, porque já estávamos no navio há mais de dois dias direto, cruzando os cerca de 1.400 km entre Falkland e Geórgia. Segundo porque sempre é bom desembarcar para ver mais de perto as belezas dessa parte do mundo. E terceiro porque esta era a Geórgia do Sul! Todos gostamos de Falkland, principalmente pela história que carrega e todos ansiamos pela Antártida, um nome que soa quase mágico em nossos ouvidos; mas todos sabemos também que, na prática e analisando racionalmente, é a Geórgia do Sul o lugar mais bonito e impactante que vamos conhecer nessa viagem. E era justamente aqui que tínhamos acabado de chegar.
Chegando à Salisbury Plain, na Geórgia do Sul
Todos agitados, preparando-se para o desembarque em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul (foto de Mitch Jasechk)
Ontem de tarde, ainda em alto mar, já tínhamos feito os procedimentos de biossegurança, limpando todo o material orgânico eventualmente trazido de Falkland em nossas roupas e equipamentos. Ninguém quer misturar ou importar pequenos seres de lá para cá. Seriam potencialmente devastadores para o ecossistema local. Se for para acontecer isso, que seja na carona de algum albatroz ou pinguim, e não na nossa jaqueta ou máquina fotográfica! Enfim, já estávamos “limpos” para descer em terra firme.
Como sempre, o zodiac com os guias é o primeiro a desembarcar em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul
Como sempre, o zodiac com os guias é o primeiro a desembarcar em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul
E que terra firme! Nosso primeiro ponto de desembarque na Geórgia do Sul se chama Salisbury Plain. É uma planície fechada entre o mar gelado e as altas montanhas congeladas atrás. O visual é grandioso. Desde os Andes que eu não via montanhas tão belas. Aqui, elas saem do nível do mar e chegam quase aos 3 mil metros de altitude, na frente dos nossos olhos. Realmente, são belíssimas, mas, ainda assim, não são a principal atração do local. Não, não são elas, são os pinguins. Isso mesmo, pinguins! Salisbury Plain é o lar da 2ª maior colônia de “king penguins” (pinguins rei) do mundo. O pinguim rei é a segunda maior espécie de pinguins, perdendo apenas para os pinguins imperador, que vivem na Antártida. Como eles, são famosos pelas suas manchas amarelas na lateral da cabeça e no alto do pescoço, no colarinho. São mesmo lindos! E muito fotogênicos.
Comitê de recepção para quem chega a Salisbury Plain, na Geórgia do Sul (foto de K Senteney)
Impressionados com tanta beleza, os passageiros já começam a fotografar assim que chegam em terra, em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul
Logo cedo o Sea Spirit já estava ancorado na baía em frente a Salisbury Plane. O café da manhã foi servido mais cedo, já que tínhamos um longo dia pela frente, dois desembarques previstos. Como sempre, o primeiro zodiac a seguir para terra firme é o dos guias. Eles vão checar as condições do mar e da praia em que vamos desembarcar. Lá chegando, instalam suas bandeirinhas sinalizadoras, o caminho que deveremos seguir através da praia, da planície até o local onde estão a maioria dos pinguins, da encosta que vamos subir para ter uma vista panorâmica. Enquanto eles fazem isso, a gente coloca nossas roupas de desembarque, quase todo mundo com suas jaquetas amarelas, eu ainda firme na minha azul. De novo, a gente se divide em “macaronis” e “rockhoppers”, o nome dos dois grupos que se revezam na ordem dos desembarques, para poder dar uma certa ordem ao procedimento.
Desfile de pinguins rei em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul (foto de Wayne Pur)
Passageiros do Sea Spirit se encantam com os pinguins de Salisbury Plain, na Geórgia do Sul
Grupos divididos, de dez em dez vamos seguindo para terra firme. Lá sempre somos recepcionados pela Cheli, canelas dentro d’água e já dando as instruções básicas de como se portar em terra. Por exemplo, pinguins sempre devem ter a preferência de passagem! Se uma coluna deles estiver se aproximando, devemos parar e deixa-los passar. A praia é deles e não nossa! Outro ponto importante: cuidado com os leões-marinho, também chamados de lobos-marinho e até ursos-marinho. São traiçoeiros! Fingem que não estão ligando para a nossa presença, mas quando passamos por perto, de repente atacam, ameaçam morder e fazem barulho. Mais ou menos como cachorros que esperam alguém passar na frente do portão de casa para assustá-lo. Em geral, não mordem. Cães que latem não mordem, diz o ditado. Funciona com os leões-marinho também. De forma geral, são adolescentes e jovens adultos macho, cheios de testosterona, querendo mostrar serviço, uma espécie de auto-afirmação. Enfim, todos atentos!
A Kim fotografa pinguins em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul
O Jeff fotografa as belezas naturais de Salisbury Plain, na Geórgia do Sul
O Brian fotografa as belezas naturais de Salisbury Plain, na Geórgia do Sul
Mal colocamos os pés em terra e já somos recebidos pelos pinguins. Que pássaro mais interessante e elegante. As cores lhe caem muito bem. Andam quase sempre em grupo, muito ordeiros. Parecem meio desajeitados em terra, mas logo nos acostumamos com esse jeito deles. São tão interessados em nós como nós neles. Rapidamente, já estamos todos com nossas máquinas fotográficas tirando fotos de cada detalhe. Tudo ainda é novidade e a primeira vez que a gente vê um pinguim rei, a gente não esquece.
A Anna e o Greg em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul
Fotografando os pinguins de Salisbury Plain, na Geórgia do Sul
Pronto para fotografar os pnguins de Salisbury Plain, na Geórgia do Sul
Imagina então quando vemos 200 mil deles! Na verdade, a contagem é feita por casais, então são 200 mil casais! É mesmo uma visão impressionante. Estão espalhados por toda a planície, em “ondas”. Só vendo as fotos para entender. Mais perto da praia ficam apenas os adultos. Mais para o fundo, começamos a ver os filhotes também. Na verdade, pela época em que chegamos, são filhotes já crescidos, mas ainda com a penagem infantil. São marrons. Parece até uma outra espécie. Aliás, foi o que pensaram os primeiros exploradores dessa ilha. Apenas mais tarde estabeleceu-se que eram apenas os filhotes. Uma coisa é certa: ficam muito mais belos e elegantes quando envelhecem e ganham roupagem nova.
Fotografando um fur seal (leão-marinho) em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul (foto de Jeff Orlowski)
Um leão-marinho descansa em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul. Ao fundo, pinguins rei e o Sea Spirit
Não vemos apenas pinguins, mas outros pássaros também. Albatrozes, skuas, alguns gansos. Mas os pinguins são mesmo a atração principal e a enorme maioria. Esta é a cidade deles. Dos pinguins rei. Muito eventualmente, aparece um gentoo, mas eles logo descobrem que vieram parar na praia errada...
Encontrando os pinguins rei de Salisbury Plain, na Geórgia do Sul
Interagindo com pinguins rei em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul
Por falar em praia, ali perto também estão os mamíferos. Elefantes e leões-marinho. Os primeiros são dorminhocos e preguiçosos. Estão quase sempre deitados me grandes grupos. Um grande macho, muito maior do que as fêmeas, seu harém a sua volta e os filhotes que as mães acabaram de ter. Ficam tentando se enterrar no solo e nas pedras da praia. Não parecem se interessar muito por nós.
Visita a Salisbury Plain, na Geórgia do Sul, a 2a maior colônia de pinguins rei do mundo
Visita a Salisbury Plain, na Geórgia do Sul, a 2a maior colônia de pinguins rei do mundo
Já os leões-marinho, ficam guardando o seu espaço, muitas vezes com o peito aprumado, posição digna, de olho em nós. São machos querendo guardar um espaço maior e, com isso, atrair fêmeas. A estação está para começar e a testosterona está a mil. Tiramos nossas fotos, distância cuidadosa.
Visita a Salisbury Plain, na Geórgia do Sul. Ao fundo, milhares de pinguins rei e o Sea Spirit ancorado na baía
Observando a grandiosidade da paisagem de Salisbury Plain, na Geórgia do Sul
Depois, entramos planície adentro. Há cada vez mais pinguins. Até que chegamos ao pé da encosta. É onde encontramos o nosso primeiro grande grupo de filhotes, aqueles “de outra espécie”. Muitos estão perdendo suas penas. Devem estar loucos para que isso aconteça. Até lá, apesar de já terem tamanho, duvido que consigam alguma namorada...
O Damien, nosso guia de história, em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul
O Jim, ornitólogo da expedição, em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul (foto de Marla Barker)
Na encosta, os guias já colocaram as bandeirinhas para nos orientar no caminho de subida em meio à grama alta. Lá está o Jim, sempre pronto a nos dar aulas de comportamento, biologia e fisionomia de pinguins. Lá está o Damien para nos lembrar como era viver nessa ilha 35 anos atrás. Lá está o Colin para nos explicar como essas montanhas apareceram por aqui e como as geleiras as estão destruindo pouco a pouco.
Passageiros do Sea Spirit caminham pela planície de Salisbury Plain, na Geórgia do Sul
Aproximando-se de pinguins rei em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul
Subimos, subimos e chegamos ao patamar máximo aonde chegaram as bandeirinhas. Um pouco mais e estaríamos no gelo e na neve. Quem está lá são mais pinguins. Por incrível que pareça, subiram isso tudo também. Deve ser saudade do gelo e do inverno, quando toda aquela planície abaixo de nós estaria branquinha.
Filmando um pinguim rei em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul
Interagindo com pinguins rei em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul
Falando nisso, a vista lá de cima é estupenda! Agora sim, com uma visão mais ampla, é possível acreditar na contagem dos cientistas sobre o número de pinguins. Ondas e mais ondas até onde a vista alcança. Viajamos toda a América e nunca vimos nada parecido. É de cair o queixo!
Explorando as planícies de Salisbury Plain, na Geórgia do Sul
Passageiros se preparam para retornar ao Sea Spirit enquanto um leão-marinho nos observa em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul
Não apenas os pinguins impressionam, mas a paisagem grandiosa também. A Geórgia não é tão bonita como haviam nos advertido. Na verdade, é melhor do que isso! Só estando lá, vendo com os próprios olhos, ouvindo com os próprios ouvidos e sentindo com a própria pele. É emocionante.
O nosso artista em ação na praia de Salisbury Plain, na Geórgia do Sul (foto de Vladimir Seliverstov)
O nosso artista em ação na praia de Salisbury Plain, na Geórgia do Sul (foto de Vladimir Seliverstov)
Muitas e muitas e muitas fotos depois, hora de voltar. Devagarinho. Parando a cada momento para tirar mais fotos. São infinitas cenas que pedem, exigem fotografia. Mas nem todos levaram máquinas. Alguns preferiram pranchetas e uma caneta. São os artistas. Um deles, o Bart, é um verdadeiro mestre. Acha um bom ponto, senta e começa a admirar. Depois de alguns minutos, começa a desenhar. Alto padrão. Mais tarde, seus desenhos que são apenas “rascunhos” (segundo ele!) vão virar esculturas. Ele é um artista consagrado em seu país e uma estátua sua pode pagar toda essa viagem. Aliás, já estão pagando...
Passageiros voltam ao Sea Spirit enquanto pinguins caminham pelas praias de Salisbury Plain, na Geórgia do Sul
Pinguins rei e elefantes-marinho dividem a mesma praia em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul. Ao fundo, passageiros retornam ao Sea Spirit
Enfim, continuamos nosso caminho de volta à praia. Mais fotos de golfinhos. Mais fotos de leões-marinho. Mais fotos de elefantes-marinho. Mais foto de pessoas maravilhadas com esses animais. Os zodiacs começam a voltar, cheio de turistas. Acho que deve ser fome. A gente se atrasa, quer pegar o último zodiac de volta, aproveitar cada minuto daquele lugar. A gente e o Bart, também sempre um dos últimos a voltar. Até que chega a hora. A hora do último zodiac. Na verdade, penúltimo. Porque o último, assim como o primeiro, está reservado aos guias. E assim deixamos esse lugar mágico e marcante. Para eles, os pinguins de Salisbury Plain, a temporada está só começando. A temporada de turistas. Tivemos a sorte de ser os primeiros. Mas muitos outros virão. Este post foi sobre nós, turistas. Assim como as fotos. No post seguinte, aí sim, vou falar sobre eles. Com algumas das fotos maravilhosas onde eles são as estrelas e não nós, os pinguins amarelos.
O zodiac dos guias retorna ao SEa Spirit em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul. Primeiros a ir, últimos a voltar
Encantados com a visita a Salisbury Plain, na Geórgia do Sul
Amei o relato!! E uma consideração, essa equipe da Quark está de parabéns viu...esses guias além de parecerem super competentes aparentam ser muito divertidos e animados. E Parabéns para o casal 1000 dias que passa muto bem isso nos posts maravilhosos!!
Resposta:
Oi Sheila
Muito obrigado pelos elogios! Quando a viagem é boa, os relatos ficam fáceis de fazer, hehehe!
Então, os guias são mesmo ótimos, uma fonte de conhecimento inesgotável! E depois de alguns dias, ficamos todos amigos. Muito legal mesmo!
Beijos
Rapaz, imagino que o primeiro pinguim rei que você vê ai ao vivo, solto, deve ser mesmo inesquecível. Imagina então um tapete gigante de pinguins rei? :) Que maravilha!
Gostei muito destas fotos que focês tiraram lá. Acho que no dia que eu for vai ter que descer um zodiac só com cartões de memória :)
Abração,
Helder
Resposta:
Oi Helder
Pois é, o lugar é mesmo um paraíso para fotógrafos. O legal é que nos grupos que lá chegam, tem sempre uns fotógrafos profissionais e podemos aprender muito com eles!
Um grande abraço
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