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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Admirando a magnífica e grandiosa paisagem do cume do vulcão Eldfell, na ilha de Heimaey, no sul da Islândia
Meia hora de ferry nos levou da costa sul da Islândia para a ilha de Heimaey, a maior no litoral do país e também a mais populosa, com 4.500 habitantes. Famosa por suas belas paisagens, os simpáticos puffins, o temido vulcão Eldfell e por ter sido o local de treinamento por vários meses da orca Keiko, a Free Willy do cinema. Foi aqui, em uma baía de águas calmas e protegidas, que ela aprendeu a viver na natureza novamente.
Chegando a Vestmannaeyjum, na ilha de Heimaey, no sul da Islândia
Caverna formada pelo mar nas encostas da ilha de Heimaey, no sul da Islândia
Na chegada à ilha, passamos por uma longa baía protegida, um cenário de impressionante beleza, água do mar azulada se chocando e erodindo penhascos e encostas milenares. É o mar desfazendo a terra, tentando ganhar terreno de seu eterno rival. Aqui em Heimaey podemos acompanhar essa batalha entre água e terra todo o tempo, algumas vezes com vitória do primeiro, outra do último. A própria Islândia também é exemplo disso, uma terra nova e em profunda transformação, vulcões trazendo material novo das entranhas do planeta enquanto o mar, no seu trabalho paciente e milenar de formiguinha, vai comendo pelas beiradas.
Escarpas rochosas e íngrimes da ilha de Heimaey, no sul da Islândia
A eterna briga entre mar e terra na ilha de Heimaey, no sul da Islândia
A única cidade da ilha, justamente onde o ferry aporta, é Vestmannaeyjar. Para variar, um nome difícil de decorar... Mas quando sabemos da história, facilita um pouco. “Vestmann” em islandês quer dizer “homens do oeste”. O nome vem da origem da colonização de Heimaey e da própria Islândia. Quando os vikings vieram se estabelecer no país, lá pelo ano 800, evidentemente que eram poucas as pessoas que queriam, por vontade própria, se mudar para um lugar tão isolado. A solução foi trazer escravos. A principal fonte de escravos para os vikings eram os reinos cristãos mais ao sul, como as atuais França, Inglaterra e principalmente, a Irlanda. Pois bem, naquela época, a Irlanda era a terra mais a oeste conhecida no mundo. Seus habitantes eram os “homens do oeste”, ou vestmann. Homens e mulheres, diga-se, pois eram as irlandesas as preferidas dos vikings para serem tomadas (o verbo é bem esse!) como esposas.
A beleza da paisagem da ilha de Heimaey, no sul da Islândia
Placas indicativas no formato de puffins, no centro de Vestmannaeyjum, na ilha de Heimaey, no sul da Islândia
Vista da cidade de Vestmannaeyjum das encostas do vulcão Eldfell, na ilha de Heimaey, no sul da Islândia
Mas, enfim, alguns escravos irlandeses, já aqui na Islândia, se revoltaram e mataram seu mestre. Percebendo que a barra tinha sujado, fugiram o quanto antes para essa pequena ilha no litoral. Daí o nome da cidade de Vestmannaeyjar! Para tristeza dos irlandeses, a história não acaba aí, com eles vivendo felizes para sempre. Não! O irmão do mestre assassinado não ficou muito feliz e partiu em perseguição aos escravos rebelados. O final dessa história, conto no próximo post, quando for falar de um enorme rochedo que vamos subir amanhã.
Dirigindo em terras extremamente novas criadas pela última erupção do vulcão Eldfell, na ilha de Heimaey, no sul da Islândia
Arriscando-se sob monumento na ilha de Heimaey, no sul da Islândia
Bom, nós chegamos à cidade, encontramos logo um pequeno e aconchegante hostel e saímos para explorar a ilha. E o primeiro pedaço dela que fomos conhecer simplesmente não existia poucas décadas atrás! Não estou falando de alguma construção ou obra humana. Não! Estou falando de um pedaço da ilha mesmo! Uma grande erupção vulcânica em 1973 adicionou mais de 2 km2 de área aos 11 km2 que Heimaey já possuía. E hoje, uma rede de estradas rústicas e trilhas nos permite caminhar e dirigir sobre essa nova terra que acabou de sair do forno, literalmente! A paisagem, como não poderia deixar de ser, é lunar, praticamente sem vegetação. Mas o que era lava fervente hoje é terreno sólido e, dê tempo ao tempo, logo estará coberto de vegetação. Um milagre da natureza bem em frente aos nossos olhos! Muito legal mesmo.
Subindo o vulcão Eldfell, na ilha de Heimaey, no sul da Islândia
Subindo o vulcão Eldfell, na ilha de Heimaey, no sul da Islândia
Em seguida, resolvemos ir conhecer o “pai da criança”, o imponente vulcão Eldfell, ali do lado. Faz tempo que ela anda meio preguiçoso, o que nos permite caminhar com tranquilidade por suas encostas e mesmo caminhar até seu cume. Fomos de carro até a base dele e começamos a caminhar, sem muita pretensão, para admirar a paisagem.
Quase no topo do vulcão Eldfell, na ilha de Heimaey, no sul da Islândia
Quase no topo do vulcão Eldfell, na ilha de Heimaey, no sul da Islândia
Mas acabamos nos empolgando. A beleza de tudo o que víamos ao nosso redor era tão estimulante, tão hipnotizante, que fomos subindo, subindo e, quando percebemos, o cume já era logo ali. A cor avermelhada do solo vulcânico formava um forte contraste com o azul do céu e do mar e com o verde dos pastos e gramados logo abaixo de nós. Também aos nossos pés estava a cidade de Vestmannaeyjar, sua igreja se destacando em meio a tantos telhados de casas. Ali, no alto daquele vulcão, em meio a essa paisagem grandiosa e beleza quase indescritível, no meio de uma pequena ilha ao sul da remota Islândia, eu e a Ana nos perguntávamos: “Nossa... olha só onde nós estamos! Como é que a gente veio parar aqui nesse lugar???”. Não tínhamos a resposta, mas que tinha valido a pena, isso tinha!
Admirando a magnífica e grandiosa paisagem do cume do vulcão Eldfell, na ilha de Heimaey, no sul da Islândia
Cores vivas da paisagem da ilha de Heimaey, no sul da Islândia
Tudo que sobe, desce. E nós ainda tínhamos mais planos para o dia de hoje. Então, tiramos nossas muitas fotos, inspiramo-nos ao máximo coma grandiosidade ao nosso redor e descemos o vulcão de volta ao nosso carro. Daí, rumo ao extremo sul da ilha, lugar também de belas paisagens, campos de golfe e, nosso objetivo, os puffins!
Puffins descansam e admiram a paisagem na ilha de Heimaey, no sul da Islândia
Esses simpáticos pássaros chegam aos milhões neste país, na época da migração. Mas um dos lugares mais fáceis de observá-los, pois gostam muito de penhascos inacessíveis para simples mortais, é aqui no sul da ilha de Heimaey. No passado, já foram um dos componentes principais do cardápio dos habitantes, mas hoje são reverenciados como atração turística. A única coisa entre nós e eles é o frio e o forte vento, que não parece importuná-los muito.
Em encosta íngrime, puffins se protegem do vento na ilha de Heimaey, no sul da Islândia
De longe, chegam a se parecer com pinguins, principalmente pela cor, com suas penas brancas e negras, as pernas curtas e o bico amarelado. Mas não tem nenhum parentesco com essas aves do sul, caso clássico mostrando que condições parecidas levam o processo evolucionário a procurar adaptações semelhantes. Só estou falando da cor e do formato, mas não das habilidades. Pinguins são ótimos nadadores e não voam. Os simpáticos puffins voam muito bem e mergulham para se alimentar, mas estão longe de ter a categoria aquática dos pinguins, campeões absolutos dessa modalidade entre as aves.
Puffin solitário na ilha de Heimaey, no sul da Islândia
A Ana conseguiu se aproximar e tirar ótimas fotos dos puffins, enquanto eu convalescia no carro, protegido do vento e tentando recuperar as energias. Só consegui vê-los de longe, mas os olhos da Ana foram os meus nessa tarde! Trabalho em equipe!
O vento parece pentear a lâ de ovelha em campo gramado na ilha de Heimaey, no sul da Islândia
Nosso carro na paisagem grandiosa da ilha de Heimaey, no sul da Islândia
Hora de voltar para continuar meu descanso no hostel, pois amanhã, como sempre, será um longo dia. Ali pertinho dos puffins, ainda passamos numa pequena praia, a mais protegida da ilha, local de desembarque de uma expedição otomana, no séc. XVII, em busca de escravos. Sim, escravos, aqui na Islândia! Outra história “interessante” ocorrida aqui na ilha e que fica para o próximo post, depois de visitarmos o museu de Vestmannaeyjar.
A ilha de Heimaey, no sul da Islândia, vista do alto do vulcão Eldfell
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