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Yungas, Afrobolivianos e a Coca

Bolívia, Coroico

Examinando plantação de coca em Coroico, região dos yungas, na Bolívia

Examinando plantação de coca em Coroico, região dos yungas, na Bolívia


Desde o início da colonização europeia da América do Sul, os exploradores recorreram ao uso da mão-de-obra escrava no novo continente. As primeiras vítimas foram os nativos locais, mas a partir do séc. XVII os portugueses começaram a importar escravos africanos. O tráfico negreiro tornou-se uma das indústrias mais rentáveis daquele e dos próximos séculos “justificando”, por si só, a importação de milhões de negros para o Brasil, Caribe e Estados Unidos. Mas, por algum motivo, a América espanhola ficou fora disso. Ali, ainda foi a escravidão dos indígenas a forma dominante de trabalho por todo o período colonial. Por isso, com exceção das Guianas, que tem uma história distinta, o Brasil é o único país da América do Sul que tem uma população negra relevante. Mas , há uma pequena exceção para essa regra “geral”: os afrobolivianos.

A linda paisagem ao redor da cidade de Coroico, região dos yungas, na Bolívia

A linda paisagem ao redor da cidade de Coroico, região dos yungas, na Bolívia


Com a descoberta das minas de Potosi e do “Cerro Rico”, na Bolívia, em 1544, a Espanha iniciou a exploração daquela que seria a maior fonte de riquezas do império espanhol pelos próximos dois séculos. Essa exploração não poderia ter sido feita de forma mais brutal, mão-de-obra escrava sob condições que fariam parecer o trabalho escravo em nossas plantações de cana-de açúcar uma colônia de férias. Eram turnos de 12 horas de trabalho ininterrupto, a mais de 4.500 metros de altitude, a centenas de metros da superfície, inalando gases venenosos e convivendo com explosões, semanas a fio sem ver a luz do sol. Eram poucos os que aguentavam mais de 6 meses nessas condições terríveis e estima-se que mais de 8 milhões de escravos faleceram nas minas de Potosi.

A linda paisagem ao redor da cidade de Coroico, região dos yungas, na Bolívia

A linda paisagem ao redor da cidade de Coroico, região dos yungas, na Bolívia


Com essa alta taxa de mortalidade, os donos das minas começaram a trazer escravos da África também, supostamente porque eles seriam mais resistentes. É claro que, nessas condições, também não eram! Mas, por séculos, até o fim do período colonial, foram trazidos para trabalhar e morrer na exploração de prata. Por fim, com o fim da escravidão na Bolívia, os poucos que restavam vivos puderam deixar aquele inferno e foram realocados na região dos Yungas. Esse é o nome que se dá a um tipo de vegetação de transição entre as regiões andinas e a floresta amazônica. Na Bolívia, ocorre ao norte de La Paz, na chamada descida dos Andes. A palavra vem do quéchua (a língua dos incas) e quer dizer “vale quente”. Localizada entre 1.000 e 3 mil metros de altitude, comparada com os padrões andinos, é mesmo quente e úmida, permitindo o crescimento de florestas. Hoje em dia, para os paceños, é um refresco, poder sair da capital aos 4 mil metros e buscar um clima mais ameno, a poucas horas de carro, principalmente depois da construção da nova estrada, em substituição à antiga e mortífera Carretera de la Muerte.

A igreja matriz da simpática Coroico, na região dos Yungas, na Bolívia

A igreja matriz da simpática Coroico, na região dos Yungas, na Bolívia


Pois bem, foi justamente aí que se realocaram os antigos escravos negros. Foram recebidos pela população local de índios aymarás de braços abertos. Aparentemente, a cor negra fazia muito sucesso entre eles a os dois povos se mesclaram rapidamente, dando origem ao que hoje chamamos de afrobolivianos. Para olhos desacostumados como os nossos, andar pelas ruas de Coroico, é uma experiência e tanto! Afinal, nosso cérebro não parece entender o que está vendo, cultura e fisionomias africana e andina misturadas. Por exemplo, ver uma chola de pele negra foge a todos os padrões que conhecíamos! São cerca de 25 mil afrobolivianos vivendo na região, a sua influência na música, culinária e cultura geral é bem palpável.

Em meio a uma mata, nosso hotel em Coroico, região dos yungas, na Bolívia

Em meio a uma mata, nosso hotel em Coroico, região dos yungas, na Bolívia


Falando em cultura, outro ponto marcante dos Yungas é o cultivo da coca. Essa é a principal região produtora da planta, desde tempos pré-colombianos. A folha de coca é o principal remédio para quem vive nas altas altitudes e era ela que dava sobrevida aos nativos e negros escravizados nas minas de Potosi. Na Bolívia, o cultivo e consumo de folha de coca é permitido e até incentivado (na era Evo Morales) e sua produção vem aumentando bastante nos últimos anos. Infelizmente, e todos sabemos disso, apenas uma parte é destinada a ser mascada ou para chás e balas. A outra, claro, adicionada a uma porcariada química, vira o famoso pó e se espalha pelo mundo.

Flores no jardim de nosso hotel em Coroico, região dos yungas, na Bolívia

Flores no jardim de nosso hotel em Coroico, região dos yungas, na Bolívia


Enfim, a folha de coca não tem culpa do que fizeram com ela. Quando consumida “corretamente”, ela é mesmo um santo remédio. Nós tomamos o chá, a bala e mascamos a folha, sempre nos ajudando nas alturas. Serve também para quem quer emagrecer, pois tira a fome. Imagina o sucesso que faria se pudesse ser vendida mundo afora, para a mulherada que quer perder uns quilinhos. Pois então, é ali, ao redor de Coroico, que a melhor qualidade de coca é plantada e vendida para todo o país e vizinhos andinos. Para quem quer conhecer a famosa planta mais de perto, não tem melhor lugar.

Plantação de coca em nosso hotel em Coroico, região dos yungas, na Bolívia

Plantação de coca em nosso hotel em Coroico, região dos yungas, na Bolívia


Foi o que fizemos! E nem precisamos ir muito longe. Nosso delicioso hotel, na verdade uma chácara, além do saudável café da manhã, da incrível vista para as montanhas e da horta de produtos naturais, tinha também uma pequena plantação de coca. É estranho pensar que aquela inocente e milagrosa plantinha traz tantos problemas para o mundo. Bem, não aqui! Ao contrário, faz parte da cultura e economia locais, sustentando boa parte dos agricultores. É mesmo uma pena o que fizeram com ela...

A planta da coca, tão popular no país, em Coroico, região dos yungas, na Bolívia

A planta da coca, tão popular no país, em Coroico, região dos yungas, na Bolívia


Uma pena também foi que nossa passagem por Coroico foi rápida. É um lugar para se descansar e curtir. Fazer uma trilha pela manhã e ler um livro de tarde, aproveitando o ar puro e a tranquilidade. Mas, temos uma longa estrada pela frente. Chegamos ontem de tarde, aproveitamos nossa manhã e, na hora do almoço, já estávamos partindo. Da paz para o stress. Mas ainda não sabíamos disso...

Bolívia, Coroico, coca, história

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Montanhas e Muita Neve

Geórgia Do Sul, Stromness

Foto do grupo no ponto mais alto da caminhada entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul

Foto do grupo no ponto mais alto da caminhada entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul


Nosso primeiro dia na Geórgia do Sul teve como foco principal a vida selvagem. Os pinguins de Salisbury Plain e albatrozes de Prion Island, além dos elefantes e lobos-marinho dos dois lugares são atrações espetaculares e mesmo a incrível beleza da paisagem naqueles lugares ficou em segundo plano. Hoje, no nosso segundo dia nessa ilha perdida do Atlântico Sul, as prioridades iriam se inverter: primeiro, as belezas naturais e a história do lugar, e segundo, a vida selvagem, que aqui na Geórgia do Sul, está em todos os lugares.

Descida para a baía de Stromness, na Geórgia do Sul

Descida para a baía de Stromness, na Geórgia do Sul


Com tanta neve, as pessoas formam grupos compactos no caminho para Stromness, na Geórgia do Sul

Com tanta neve, as pessoas formam grupos compactos no caminho para Stromness, na Geórgia do Sul


A primeira atividade do dia foi um longo trekking partindo de Fortuna Bay e chegando na baía de Stromness. Para isso, temos de cruzar as montanhas que separam as duas baías, a gente indo por terra e o Sea Spirit dando a volta pelo mar para nos recolher do outro lado. A ideia desse trekking é repetir o último trecho da grande travessia da ilha realizada em 1915 por Ernest Shackleton e dois de seus companheiros. Eles tentavam desesperadamente chegar à “civilização” para buscar ajuda a seus companheiros que ficaram presos na Antártida, depois que sua expedição exploratória havia terminado em fracasso. Ainda vou falar dessa história mais adiante, mas o fato é que Shackleton e seus companheiros conseguiram chegar à costa sul da Geórgia num barco a remo e daí precisaram caminhar até a costa norte onde se encontravam as estações baleeiras, Primeiro, caminharam até Fortuna Bay, já na costa norte e depois, seguiram para Stromness pelo mesmo caminho que fizemos hoje.

mapa que mostra o caminho percorrido por Shackleton para chegar a Stromness. Nós fizemos o último trecho, a partir de Fortuna Bay. Exposto no museu de Grytviken, na Geórgia do Sul

mapa que mostra o caminho percorrido por Shackleton para chegar a Stromness. Nós fizemos o último trecho, a partir de Fortuna Bay. Exposto no museu de Grytviken, na Geórgia do Sul


Chegando a Stromness, antiga estação baleeira na Geórgia do Sul

Chegando a Stromness, antiga estação baleeira na Geórgia do Sul


Stromness era uma importante estação baleeira naquela época, mas hoje não passa de uma pequena cidade-fantasma, as ruínas das antigas instalações sendo comidas aos poucos pelo tempo. Aí chegou Shackleton, sendo recebido pelo incrédulo administrador local. E aí chegamos nós, recebidos pelo Sea Spirit e uma refeição quente, muito benvinda depois do frio e da neve que enfrentamos.

Zodiacs levam os passageiros de volta ao Sea Spirit, em Stromness, na Geórgia do Sul

Zodiacs levam os passageiros de volta ao Sea Spirit, em Stromness, na Geórgia do Sul


Nosso roteiro e pontos de parada na Geórgia do Sul

Nosso roteiro e pontos de parada na Geórgia do Sul


O segundo programa do dia foi visitar Grytviken, também uma antiga estação baleeira e hoje a “capital” da ilha. Tem até igreja, correio, museu o cemitério onde está enterrado o valente Shackleton. Vou tratar de Grytviken e desse tenebroso período de caça às baleias no próximo post, enquanto nesse vou me deter na nossa caminhada da manhã.

Uma bela cachoeira na praia de Fortuna Bay, na Geórgia do Sul

Uma bela cachoeira na praia de Fortuna Bay, na Geórgia do Sul


Zodiacs levam os passageiros para Fortuna Bay Geórgia do Sul, para a caminhada até Stromness

Zodiacs levam os passageiros para Fortuna Bay Geórgia do Sul, para a caminhada até Stromness


Ainda ontem a Cheli, líder da nossa expedição, nos explicou sobre a programação de hoje e sobre quem estaria interessado em fazer o trekking. Para sua surpresa, mais da metade de nós estávamos. Para esses, o café da manhã seria servido ainda mais cedo, já que a ideia era estar já na praia de Fortuna Bay antes das 8 da manhã, para iniciarmos o trekking com cerca de 5 quilômetros, primeiro montanha acima, depois montanha abaixo e or fim, um longo vale.

A neve na praia de Fortuna Bay parece incomodar o elefante-marinho (Geórgia do Sul)

A neve na praia de Fortuna Bay parece incomodar o elefante-marinho (Geórgia do Sul)


Sob neve, início da nossa caminhada entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul

Sob neve, início da nossa caminhada entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul


Com tempo frio e fechado, caminhando rumo a Stromness, na Geórgia do Sul

Com tempo frio e fechado, caminhando rumo a Stromness, na Geórgia do Sul


O dia que amanheceu bonito logo fechou, deixando-nos todos ansiosos e com medo que a aventura fosse cancelada pois seria a nossa única chance de caminhar um pouco mais por essa ilha de paisagens fantásticas. Felizmente, não foi. Ao contrário, a neve pelo caminho até emprestaria um clima ainda mais real do que enfrentaram Shackleton e seus companheiros nas suas últimas horas de caminhada. E assim foi, ao chegarmos à praia, nevava forte e até os elefantes-marinho pareciam reclamar.

Observando as montanhas que temos de cruzar para chegarmos a Stromness, na Geórgia do Sul

Observando as montanhas que temos de cruzar para chegarmos a Stromness, na Geórgia do Sul


Observando as montanhas que temos de cruzar para chegarmos a Stromness, na Geórgia do Sul

Observando as montanhas que temos de cruzar para chegarmos a Stromness, na Geórgia do Sul


Subindo a montanha que separa Fortuna Bay de Stromness, na Geórgia do Sul

Subindo a montanha que separa Fortuna Bay de Stromness, na Geórgia do Sul


Com a neve e o frio, nada de ficarmos parados. Grupo todo reunido na praia, partimos logo rumo ao interior da ilha, o Damien, nosso guia historiador a frente. Não demorou muito para chegarmos à encosta da montanha e começarmos a subir. Quanto mais alto, mais neve, a paisagem cada vez mais parecida com aquilo que todos imaginamos que deva ser uma paisagem polar.

Subindo a montanha que separa Fortuna Bay de Stromness, na Geórgia do Sul

Subindo a montanha que separa Fortuna Bay de Stromness, na Geórgia do Sul


Caminhando na neve entre Fortuna Bay e Stomness, na Geórgia do Sul (foto de Jeff Orlowski)

Caminhando na neve entre Fortuna Bay e Stomness, na Geórgia do Sul (foto de Jeff Orlowski)


Caminhando na neve rumo a Stromness, na Geórgia do Sul

Caminhando na neve rumo a Stromness, na Geórgia do Sul


Nessa época do ano, o normal seria já vermos toda essa paisagem aberta, sem neve. Apenas as montanhas estariam cobertas de branco. Mas não hoje. A neve até parou um pouco, mas nesse ponto, todo o solo já estava branco. Quando chegamos ao ponto mais alto da nossa travessia, o Damien até mostrou o que seria um lago citado por Shackleton em seu relato. Hoje estava congelado e coberto de neve. Mas resolvemos todos acreditar no nosso guia de que aquilo que víamos era sim, um lago.

O Damien nos mostra onde deveria haver um lago no alto da montanha entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul

O Damien nos mostra onde deveria haver um lago no alto da montanha entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul


Conversando com nosso guia Damien no caminho para Stromness, na Geórgia do Sul

Conversando com nosso guia Damien no caminho para Stromness, na Geórgia do Sul


Conforme caminhávamos, o Damien ia nos contando detalhes do trekking original, os homens já extenuados e esfomeados num último esforço para salvar suas vidas a as dos companheiros que ficaram para trás. Felizmente, nossas condições eram melhores, um bom café da manhã no estômago e um almoço nos esperando lá embaixo.

Foto do grupo de caminhantes no ponto mais alto da trilha entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul

Foto do grupo de caminhantes no ponto mais alto da trilha entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul


Foto do grupo no ponto mais alto da caminhada entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul

Foto do grupo no ponto mais alto da caminhada entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul


Repetindo Shackleton, cruzando as montanhas entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul

Repetindo Shackleton, cruzando as montanhas entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul


Aí no alto, fizemos a tradicional pose para a foto de todo o grupo, o amarelo vivo de nossas jaquetas ainda mais vivo contra o branco que nos cercava. Devíamos estar a quase 500 metros de altitude, exatamente do ponto onde, com o tempo aberto, passa a ser possível observar Stromness. Imagino a alegria de Shackleton ao ver a fumacinha saindo das casas lá embaixo.

Tentando avistar Stromness, na Geórgia do Sul

Tentando avistar Stromness, na Geórgia do Sul


A Ana mostra que estamos chegando a Stromness, na Geórgia do Sul

A Ana mostra que estamos chegando a Stromness, na Geórgia do Sul


Enfrentando o frio e a neve no caminho entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul

Enfrentando o frio e a neve no caminho entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul


Pois é, mais ainda era um longo caminho até lá embaixo. Com tanta neve assim, até o Damien, que já fez esse trekking várias outras vezes, se equivocou e começou a descer pelo lado errado da encosta. Mas logo percebeu o erro, subimos de volta e tomamos o caminho correto. O mesmo ocorreu quase 100 anos atrás, mas eles já haviam descido demais para voltar. Por isso, tomaram uma rota bem mais difícil e tiveram de enfrentar um ou outro penhasco com a ajuda das cordas que tinham.

Com tanta neve, as pessoas formam grupos compactos no caminho para Stromness, na Geórgia do Sul

Com tanta neve, as pessoas formam grupos compactos no caminho para Stromness, na Geórgia do Sul


Início da descida para Stromness, na Geórgia do Sul

Início da descida para Stromness, na Geórgia do Sul


O Damien também levava sua corda, mas ela não foi necessária. Fomos enfrentando a neve fofa e funda ao descer a montanha, sempre fazendo um ziguezague para tornar a descida menos íngreme e mais segura.

O Damien nos conta detalhes da caminhada de Shackleton cruzando as montanhas entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul

O Damien nos conta detalhes da caminhada de Shackleton cruzando as montanhas entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul


Descendo na neve em direção a Stomness, na Geórgia do Sul

Descendo na neve em direção a Stomness, na Geórgia do Sul


Já lá embaixo, passamos ao lado da cachoeira onde Shackleton e seus companheiros tiveram de usar a corda, já que chegaram pelo outro lado. Uma visão e tanto, uma cachoeira no meio de tanta neve. Pausa para mais fotos e também para respirar um pouco.

Os rastros de nossa descida pela encosta nevada da montanha rumo a Stromness, na Geórgia do Sul

Os rastros de nossa descida pela encosta nevada da montanha rumo a Stromness, na Geórgia do Sul


A enorme vastidão nevada no caminho para Stromness, na Geórgia do Sul

A enorme vastidão nevada no caminho para Stromness, na Geórgia do Sul


Uma cachoeira gelada no caminho para Stromness, na Geórgia do Sul

Uma cachoeira gelada no caminho para Stromness, na Geórgia do Sul


Agora já estávamos em baixo e era só seguir ao lado do rio até o mar, onde está Stromness. Antes de chegarmos lá, ainda cruzamos com marcas na neve. Eram as inconfundíveis pegadas de pinguim! Com efeito, três minutos adiante e lá estavam eles, um grupo de pinguins gentoo no meio da neve. Agora sim, estavam no seu ambiente predileto, hehehe! Um deles, até trabalhava para construir o seu ninho. Buscava gravetos lá longe e os empilhava cuidadosamente num ninho já quase pronto.

As inconfundiveis pegadas de pinguins na neve, no nosso caminho para Stromness, na Geórgia do Sul

As inconfundiveis pegadas de pinguins na neve, no nosso caminho para Stromness, na Geórgia do Sul


Cruzando com um grupo de pinguins gentoo pouco antes de chegarmos a Stromness, na Geórgia do Sul

Cruzando com um grupo de pinguins gentoo pouco antes de chegarmos a Stromness, na Geórgia do Sul


Apesar da neve, um pinguim gentoo continua a construir seu ninho perto de Stromness, na Geórgia do Sul

Apesar da neve, um pinguim gentoo continua a construir seu ninho perto de Stromness, na Geórgia do Sul


Depois dos pinguins, uma claro sinal que estávamos cada vez mais pertos, passamos por pequenos lagos que haviam se transformado em verdadeiros espelhos, refletindo aquela paisagem grandiosa que nos cercava. Agora sem vento e sem neve, sua superfície estava parada e era um verdadeiro convite a novas fotografias.

Um pequeno lago se transforma num grande espelho, no nosso caminho para Stromness, na Geórgia do Sul

Um pequeno lago se transforma num grande espelho, no nosso caminho para Stromness, na Geórgia do Sul


O fantástico cenário da nossa caminhada para chegar a Stromness, na na Geórgia do Sul (foto de Wayne Purcell)

O fantástico cenário da nossa caminhada para chegar a Stromness, na na Geórgia do Sul (foto de Wayne Purcell)


Por fim, um último encontro com filhotes de elefante-marinho. Esses sim nunca saem de muito perto da água. Havíamos chegado às ruínas de Stromness. Pelo estado de decadência em que se encontram, está proibido o acesso. Só podemos ver pelo lado de fora e a aparência é mesmo de uma cidade-fantasma. Seus únicos frequentadores, que parecem ignorar os avisos de não entrar, são lobos e elefantes-marinho. Mas isso é para outro post...

Filhotes de elefante-marinho nos observam em Stromness, na Geórgia do Sul

Filhotes de elefante-marinho nos observam em Stromness, na Geórgia do Sul


Lobo-marinho não parece se importar com a placa na antiga estação baleeira de Stromness, na Geórgia do Sul

Lobo-marinho não parece se importar com a placa na antiga estação baleeira de Stromness, na Geórgia do Sul

Geórgia Do Sul, Stromness, Fortuna Bay, Montanha, Trekking, trilha

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Uma Casa na Punta del Diablo

Uruguai, Punta del Diablo

Nossa casa na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

Nossa casa na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


Na manhã de hoje, partimos de Cabo Polonio rumo ao norte, sempre em direção ao Brasil. Nosso compromisso é estar em Porto Alegre até o dia 27 de manhã, de onde embarcam meus pais, de avião, de volta a São Paulo. Isso nos dá, então, cinco dias mais. Fazendo nossas contas e considerando que queremos dirigir pela Praia do Cassino, já no Rio Grande do Sul, chegamos à conclusão que ainda tínhamos tempo para duas noites no Uruguai. Faltava decidir aonde, mas essa não foi uma decisão difícil. Afinal, já a menos de 50 quilômetros de distância da fronteira, está Punta del Diablo, provavelmente a praia uruguaia que ganhou mais fama nos últimos anos entre os viajantes descolados.


O Joca sob o portal que dá acesso á praia de La Esmeralda, entre Valizas e Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

O Joca sob o portal que dá acesso á praia de La Esmeralda, entre Valizas e Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


Tanta fama que nosso medo era não encontrar algum lugar decente para ficarmos por lá. Por isso, já bem próximos do nosso destino, resolvemos dar uma olhada em outra cidade, bem menos famosa. Com o simpático nome de La Esmeralda, essa praia era nosso plano B e fomos ver de perto para dar uma olhada nos hotéis e na praia. Se encontrássemos, poderíamos voltar mais tarde caso os hotéis em Punta del Diablo estivessem realmente lotados.

Serviço de entrega de leite em La Esmeralda, ao sul de Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

Serviço de entrega de leite em La Esmeralda, ao sul de Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


Rodrigo e seu pai em sorveteria em La Esmeralda, cidade ao sul de Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

Rodrigo e seu pai em sorveteria em La Esmeralda, cidade ao sul de Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


A cidade é uma gracinha, bem tranquila mesmo. Olhamos a praia, pousadas e até paramos em uma suculenta sorveteria. Era mesmo um bom plano B, mas o que desejávamos mesmo era o Plano A. Então, de volta para a Fiona, para o norte e avante! Apenas 20 km depois e já entrávamos na atual estrela do litoral uruguaio. Sempre de olho nas opções de hospedagem, principalmente depois de ver com os próprios olhos o movimento da cidade.

Café da manhã na nossa casa em Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

Café da manhã na nossa casa em Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


Café da manhã na nossa casa em Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

Café da manhã na nossa casa em Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


Depois de meia hora procurando, as opções eram hotéis sem graça e mais baratos, longe da praia, e hotéis charmosos e bem caros, próximos da praia. As opções intermediárias estavam lotadas. Foi quando nos rendemos à enorme quantidade de anúncios de casas para alugar. Por que não? E aí, logo na primeira tentativa, achamos uma casa de três andares a um quarteirão da praia e com preço super em conta. Ele acomodaria umas 12 pessoas, mas o proprietário resolveu cobrar apenas de cinco. Então, resolvido, não só tínhamos um lugar para ficar, mas, muito melhor do que isso, tínhamos um lar em Punta del Diablo. Não demorou para percebermos que essa é a melhor alternativa na cidade, alugar casas ao invés de hospedar-se em pousadas. Muito mais oferta, quantidade e qualidade!

O Joca acena de sua janela na nossa casa na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

O Joca acena de sua janela na nossa casa na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


Jantar caseiro na nossa casinha na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

Jantar caseiro na nossa casinha na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


Depois de nos instalarmos, o próximo passo foi nos abastecer de víveres. Sem problema, tinha padaria, mercado e quitanda ali do lado. Assim, compramos frutas, iogurte, massa, temperos e bebidas. Nossa casa estava abastecida e nosso “acampamento” seria de alto nível!

Registrando nossa café da manhã em nossa casa na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

Registrando nossa café da manhã em nossa casa na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


Café da manhã em nossa casa em Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

Café da manhã em nossa casa em Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


E assim foi, pelos próximos dois dias, até partirmos. Jantares e cafés da manhã em casa, almoço na rua. A Fiona tinha até uma garagem, nós tínhamos um jardim e uma vista linda das nossas janelas, no 2º e 3º andares da casa, diretamente para o oceano onde nasce o sol. No 1º andar, nossa sala de jantar. Na varanda, a churrasqueira e nosso espaço para café da manhã. Que hotel que nada, casa própria é muito melhor!

Kombi de viajantes instalada estrategicamente em falésia na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai. Todos os dias, acordam com esse espetáculo!

Kombi de viajantes instalada estrategicamente em falésia na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai. Todos os dias, acordam com esse espetáculo!


Agora, para quem quiser uma opção ainda mais barata e mais perto da praia (com alguns confortos a mesmo, claro!), logo ali do nosso lado tinha uma Kombi de viajantes muito bem instalada. Estacionada sobre uma falésia, o sol nascia na sua cara. Um verdadeiro espetáculo a cada manhã, o mar aos seus pés, a padaria logo atrás e o sol a lhe dar bom dia. Banho? De mar, oras! Prefere água doce? Bem... aí, é só alugar uma casinha como a nossa!

A Ana com a Ixa em frente à nossa casa em Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

A Ana com a Ixa em frente à nossa casa em Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

Uruguai, Punta del Diablo, Arquitetura, La Esmeralda

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Desembarque!

Falkland, Steeple Jason

O primeiro grupo a seguir para Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas

O primeiro grupo a seguir para Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas


Finalmente, a hora do desembarque! De certa maneira, era agora que essa nossa viagem estava começando! Dois mil quilômetros desde Buenos Aires, três noites em mar aberto e hoje bem cedo despertamos com o canto de milhares de pássaros ao redor do nosso barco. Não era preciso ser um gênio para concluir que estávamos perto de terra firme. Com efeito, foi só abrir a janela da nossa cabine e lá estava, as montanhas escarpadas de alguma ilha, uma visão meio estranha para nossos olhos que haviam se acostumado a só ver água até o horizonte.

Milhares de petrels e de outras espécies de pássaros nos recebem em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas

Milhares de petrels e de outras espécies de pássaros nos recebem em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas


Ancorado ao lado de Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas

Ancorado ao lado de Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas


O café da manhã foi uma hora mais cedo do que o normal. Afinal, tínhamos um longo dia pela frente: dois desembarques, duas longas caminhadas em terra firme, duas pequenas ilhas na região noroeste do arquipélago das Malvinas. Todos ansiosos no café para a primeira operação de desembarque nessa viagem, para nosso primeiro uso dos zodiacs, do nosso primeiro encontro com pinguins em terra firme.

Nosso roteiro pelos mares do sul entre Falkland, Geórgia do Sul, Península Antártica e Ushuaia

Nosso roteiro pelos mares do sul entre Falkland, Geórgia do Sul, Península Antártica e Ushuaia


Com o Sea Spirit ao fundo, temos nosso primeiro contato com pinguins gentoo, em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas

Com o Sea Spirit ao fundo, temos nosso primeiro contato com pinguins gentoo, em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas


Falando em pinguins, ontem todos os passageiros do Sea Spirit foram divididos em dois grupos, os Rockhoppers e os Macaronis. Os nomes podem parecer estranhos (e são mesmo!), mas são as denominações de duas das várias espécies de pinguins que vamos encontrar durante essas 3 semanas de viagem. Pois bem, Macaronis e Rockhoppers, ontem de tarde, passaram separadamente pelo processo de desinfecção das roupas que iríamos usar no desembarque, parte do procedimento de biossegurança adotado pelas empresas que trazem turistas a esta região do globo. Os guias montaram uma verdadeira operação de guerra nos saguões do navio, com direito até a aspirador, e nós levávamos nossas roupas e equipamentos para lá, para serem examinados e aspirados. O principal foco eram os velcros, onde terra e sementes de outros continentes podem estar agarrados. Uma hora de trabalho e todo mundo estava “seguro”.

O primeiro grupo a seguir para Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas

O primeiro grupo a seguir para Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas


Um zodiac volta para o Sea Spirit para levar mais passageiros a Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas (foto de Jeff Orlowski)

Um zodiac volta para o Sea Spirit para levar mais passageiros a Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas (foto de Jeff Orlowski)


Hoje, na hora de desembarque, outra vez nos dividimos nos dois grupos. Primeiro saem os rockhoppers e depois os macaronis. No próximo desembarque, a ordem é invertida e assim continuamos até o final da viagem. Tudo para evitar tumulto na fila de desembarque. Já na hora de voltarmos ao Sea Spirit, aí é por ordem de chegada. Quem estiver cansado, com frio, enfadado ou com saudade do conforto da nossa casa sobre o mar, volta logo. Para quem quiser aproveitar até os últimos segundos, sempre haverá um zodiac para nos trazer de volta.

Voltando da praia para pegar mais uma leva de passageiros para desembarcar em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas

Voltando da praia para pegar mais uma leva de passageiros para desembarcar em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas


O Dave orienta seus passageiros no zodiac enquanto os leva para Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas

O Dave orienta seus passageiros no zodiac enquanto os leva para Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas


Pois bem, os rockhoppers se organizam em uma fila, todo mundo com suas botas, bem agasalhado e com os coletes também. Com o mar tranquilo, um zodiac cheio chega a levar 12 passageiros e o guia que também é piloto. O primeiro zodiac a seguir para terra firme vai apenas com guias e marinheiros. Eles dão uma primeira olhada no terreno e colocam umas bandeirinhas que servem para nos mostrar aonde ir e, especialmente, aonde não ir. O território proibido é onde estão os animais. Como regra, podemos chegar até a uns 5 metros de distância deles. Aí podemos ficar, fotografar e até esperar que eles mesmos se aproximem de nós. A curiosidade deles é aceita e benvinda. A nossa sim, tem um limite.

No zodiac indo para a praia de Dyke Bay, em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas

No zodiac indo para a praia de Dyke Bay, em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas


No zodiac indo para a praia de Dyke Bay, em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas

No zodiac indo para a praia de Dyke Bay, em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas


Enfim, somente quando a equipe de terra dá o okay, os passageiros começam a desembarcar. Todos pisamos no pequeno tanque que mata 98% das bactérias na bota e nos acomodamos no zodiac estacionado na popa do Sea Spirit. Três ou quatro zodiacs participam da operação, nos deixam em terra firme e voltam correndo para pegar mais uma leva de passageiros. Em 20-30 minutos todos estamos lá. Nessa primeira vez, ainda no início do caminho, nosso guia-piloto dá as instruções básicas sobre não ficar em pé com o zodiac em movimento e quando e como pedir para tirar alguma foto.

Esperando a chegada de mais um zodiac repleto de passageiros na praia de Dyke Bay, em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas

Esperando a chegada de mais um zodiac repleto de passageiros na praia de Dyke Bay, em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas


Um zodiac desembarca seus passageiros em Dyke Bay, praia de Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas

Um zodiac desembarca seus passageiros em Dyke Bay, praia de Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas


Quando chegamos em terra, geralmente em alguma praia ou pequena enseada, lá está a Cheli, a líder da expedição, para receber nosso barco, nos ajudar a sair, geralmente ainda com água no tornozelo e dar as instruções sobre como proceder em terra. Aqui nas Malvinas, geralmente é tranquilo. Mas quando chegarmos à Geórgia do Sul, muitas vezes o desembarque é feito no meio do território de leões-marinhos ou elefantes-marinhos. Aí, temos de ser rápidos para atravessar seu território e chegar numa área mais segura.

Grupo prepara-se para voltar ao Sea Spirit em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas

Grupo prepara-se para voltar ao Sea Spirit em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas


Nosso roteiro e pontos de parada em Falkland (Ilhas Malvinas)

Nosso roteiro e pontos de parada em Falkland (Ilhas Malvinas)


Hoje houve dois desembarques, ambos em pequenas ilhas na região noroeste do arquipélago. Pela manhã foi em Steeple Jason e de tarde foi em Carcass Island. Foi mais do que o suficiente para nos acostumarmos com os procedimentos de embarque e desembarque e com os zodiacs. Amanhã será a vez de visitarmos Port Stanley, a capital da ilha. Mas aí, o desembarque é feito em um porto mesmo e saímos todos pela porta principal do navio. Depois, seguimos para a Geórgia do Sul e aí sim, retomamos os desembarques com os zodiacs. Quanto aos caiaques, bem, são dois os requisitos para sairmos com eles. Primeiro, que o mar esteja tranquilo, o que era o caso de hoje. Em segundo, que o programa e a visão do mar seja igual ou mais interessante que o programa e visão em terra. Não era o caso dos dois desembarques de hoje, onde o mais interessante estava em terra mesmo. Amanhã, em Port Stanley, será a mesma coisa. Então, a nossa estreia remando em mares gelados fica adiada mais alguns dias, até a Geórgia.

Depois do passeio no frio da ilha de Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas, um chá quente a bordo do Sea Spirit

Depois do passeio no frio da ilha de Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas, um chá quente a bordo do Sea Spirit

Falkland, Steeple Jason, Sea Spirit

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Chegando à Minas

Brasil, Minas Gerais, Poços de Caldas

A deliciosa Casa de Vitaminas, em Poços de Caldas - MG

A deliciosa Casa de Vitaminas, em Poços de Caldas - MG


Chegamos à Minas Gerais para uma temporada de duas semanas. Primeira parada: Poços de Caldas, terra dos meus antepassados por parte de pai. Boa parte das férias da minha infância passei por aqui. A casa dos falecidos avós e a própria cidade são o cenário de várias das minhas saudosas memórias que fazem com que eu tenha um carinho todo especial por esses lugares.

Chegando em Poços de Caldas, em Minas Gerais

Chegando em Poços de Caldas, em Minas Gerais


A cidade está muito mais próxima de S. Paulo (250 km) do que de Belo Horizonte (450 km) o que sempre fez com que turistas paulistas sejam a maioria. Mas isso de modo algum tira o ar mineiro da cidade que se manifesta nos seus rostos, comidas e forte sotaque. Ao menos para mim, são rostos belos, comida saborosa e o sotaque soa como música!

Chegamos ao terceiro estado da viagem (após PR e SP) um pouco antes do almoço, para encontrar os irmãos Guto (vindo de Ribeirão) e Lalau (vinda de São Carlos) trazendo consigo os sobrinhos Lula, João e Antônio e também a cunhada Sossa. Também vieram passar o feriado os tios Gogóia e Charles e a prima Luíza. Assim, a casa da avó ficou mais cheia e animada.

A deliciosa Casa de Vitaminas, em Poços de Caldas - MG

A deliciosa Casa de Vitaminas, em Poços de Caldas - MG


O almoço já veio com aquele sabor de infância, simples e saborosa. De sobremesa, goiabada com requeijão. Delícia! De tarde, a tradicional caminhada pelo parque até o centro para ir tomar vitamina ou suco numa das diversas casas dessas bebidas. Nossa... que falta que isso me faz no exterior. Sucos e vitaminas de frutas frescas são uma coisa super brasileira. E faz muuuita falta!

Vitrais do teto das Thermas de Poços de Caldas - MG

Vitrais do teto das Thermas de Poços de Caldas - MG


Depois, passamos pelas Thermas, um prédio com mais de 60 anos de idade. Mais memórias da infância! Tomamos todos um banho-pérola e a nossa pele fica uma delícia. Poços de Caldas é a mais importante cidade do circuito das águas termais. Há mais de 100 anos suas águas são conhecidas por suas qualidades curativas.

Voltando para casa da vovó, através do parque em Poços de Caldas - MG

Voltando para casa da vovó, através do parque em Poços de Caldas - MG


De noite, enfrentamos todos o frio e fomos de Fiona para o alto do morro onde está o Cristo da cidade. Somando-se a altitude de 1.600 metros mais o vento forte, a temperatura aparente era de uns 5 graus! No caminho de volta à cidade, para exibir a força da Fiona, com os sobrinhos e irmão no carro, enfrentamos uma dura estrada de terra morro acima, por entre galhos e pedras. Dessa vez o pneu não furou e a Fiona nos levou são e salvos ao alto do morro. Difícil mesmo foi manobrá-la lá no alto, para não ter de voltar de ré naquela estrada estreita durante a noite escura.

Observando Poços de Caldas by night

Observando Poços de Caldas by night


Resumindo, um belo dia em família, cheio de memórias e sabores! Para que mais?

Brasil, Minas Gerais, Poços de Caldas,

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Cobras, Cachoeiras e Buracos

Venezuela, Sierra de San Luis

A enorme cobra Cazadora que encontramos nas estradas da Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela

A enorme cobra Cazadora que encontramos nas estradas da Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela


Poucas dezenas de quilômetros ao sul de Coro, a Serra de San Luis se ergue rapidamente, saindo quase do nível do mar para altitudes superiores aos mil metros. Nas suas encostas, a umidade se condensa e o clima muda rapidamente, do seco para o úmido, do calor para o frio. Não é a toa que a vegetação se transforma radicalmente, dos cactos, gramíneas e cerrado lá de baixo para uma floresta verde e densa, típica dos trópicos. Rios correm por todos os lados, formando cachoeiras e quedas d’água, e as estradas têm de serpentear entre cristas e vales, curvas intermináveis sempre seguidas de paisagens de tirar o fôlego, quando as nuvens baixas davam uma chance.

O belíssimo entardecer na Sierra de San Luis, ao sul de Coro, no noroeste da Venezuela

O belíssimo entardecer na Sierra de San Luis, ao sul de Coro, no noroeste da Venezuela


Nosso hotel em Curimagua, na Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela

Nosso hotel em Curimagua, na Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela


Para nós, que tínhamos passado a manhã nas dunas dos Médanos de Coro e nas planícies da península de Paraguaná, o contraste foi ainda mais forte. O esforço de chegar aqui ainda ontem foi recompensado com um entardecer inesquecível, mas logo escureceu e tudo o que podíamos “ver” era o clima frio à nossa volta. Dormimos na cidade de Curimagua, em um hotel que deve ter tido seus dias de glória antes da era Chávez, há uns 20 anos, e que agora, assim como boa parte da infraestrutura turística espalhada pelo país, é visivelmente super dimensionado para o número de visitantes atuais. Hotéis, estradas, parques, todos eles parecem pertencer a um país que já existiu, um forte clima de nostalgia e decadência no ar. O resultado disso são preços baratos, infraestrutura meio danificada e envelhecida, um certo charme decadente dos anos 70 e a sensação de que algo tem de mudar...

Painel informativo sobre o Haitón de Guarataro, com mais de 300 metros de profundidade, na Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela

Painel informativo sobre o Haitón de Guarataro, com mais de 300 metros de profundidade, na Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela


Chegando ao Haitón de Guarataro, na Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela

Chegando ao Haitón de Guarataro, na Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela


Bom, de noite, aproveitamos para matar as saudades de um cobertor e, pela manhã, nos regozijamos com o ar de montanha, frio e úmido, nosso hotel cercado por montanhas, vegetação e muitas nuvens, uma fina garoa deixando tudo molhado. Nossa ideia era passar o dia explorando a região e, no final da tarde, voltar para o litoral, para a região do Parque Nacional de Morrocoy. Assim, agenda apertada com o sempre, com sol ou com chuva, não tínhamos tempo a perder!

O enorme buraco natural conhecido como Haitón de Guarataro, com mais de 300 metros de profundidade, na Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela

O enorme buraco natural conhecido como Haitón de Guarataro, com mais de 300 metros de profundidade, na Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela


Deixamos Curimagua para trás em direção à San Luís, o mais charmoso povoado da serra, justamente aquele que dá nome à região. Bem no meio do caminho, uma parada para observar umas das mais estranhas atrações daqui, um gigantesco buraco no solo, uma espécie de caverna vertical em meio a uma floresta densa. Na verdade, existem diversas formações como essa espalhadas pela Serra de San Luis, conhecidas aqui como “Haitón”, e essa que paramos para conhecer é a maior delas, com pouco mais de 300 metros de profundidade!

Igreja da pequena cidade de san Luis, na Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela

Igreja da pequena cidade de san Luis, na Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela


O Haitón de Guarataro está no final de uma pequena trilha na mata e só percebemos o gigantesco buraco quando já estávamos em sua borda. Isso porque, apesar da profundidade, ele é bem estreito, doze metros de diâmetro. Mesmos sendo domingo, éramos os únicos visitantes, o que nos deu tranquilidade de pular a cerca de proteção e chegar mais perto dessa verdadeira imagem de pesadelo, um enorme buraco negro, aparentemente sem fundo, entrando nas entranhas da terra. De tão fundo, não consegui ouvir o barulho de nenhuma das pedras que joguei para baixo, apenas o som suave da água da chuva que escoava buraco adentro. Uma placa informativa nos dá os números exatos dessa caverna vertical, inclusive de algumas galerias horizontais que foram encontradas a mais de cem metros de profundidade. Nossa... quem será que desceu lá embaixo nesse lugar assustador?

Com a Morela e sua filha Rosa, na pequena cidade de San Luis, Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela

Com a Morela e sua filha Rosa, na pequena cidade de San Luis, Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela


Depois da caminhada e do buraco, a fome aumentou ainda mais a vontade de chegarmos à San Luís. O tempo finalmente começou a abrir, tornando mais bela a chegada à pitoresca vila escondida no meio de montanhas e florestas. Fácil chegarmos até a igreja, sua torre alta a primeira coisa que vemos de longe, se erguendo sobre as árvores da floresta, mas nada de restaurantes à vista. Imagino que se estivéssemos nos Estados Unidos, seríamos recebidos num lugar lindo como esse com uma rua cheia de lojinhas, pousadas e restaurantes, turistas caminhando para lá e para cá. Aqui, uma simpática praça, mas bem vazia. Finalmente, encontramos um policial que, simpaticamente, nos ensinou como chegar ao único restaurante que estaria aberto, o Don Pepe.

A simpática Rosa, do restaurante onde comemos na pequena cidade de San Luis, Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela

A simpática Rosa, do restaurante onde comemos na pequena cidade de San Luis, Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela


Mas estava fechado. Insisto, bato palmas e, quase desistindo, eis que aparece a simpática Rosa, que logo chama sua mãe Morela. Estavam fechados porque ontem serviram um grupo maior de visitantes, todos venezuelanos, e a comida tinha acabado. Mas se compadeceram de nós e a Morela tratou de arrumar algo, uma simples e deliciosa comida caseira. Era tudo o que queríamos e ainda tivemos a chance de uma longa conversa com mãe e filha. A Morela faz um curso de “chef” em Coro, espírito empreendedor à espera de melhores tempos. A Rosa quer ser médica. Têm saudades do Chávez, que fez muitas coisas boas, como construir casas, de graça, para os mais necessitados. Desconfiam bastante do Maduro e sabem que algo tem de mudar no país. Mas não acreditam que seria com o Capriles...

As belas cataratas de Hueque, na Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela

As belas cataratas de Hueque, na Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela


As belas cataratas de Hueque, na Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela

As belas cataratas de Hueque, na Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela


Saímos de San Luís alimentados, com duas novas amigas e preocupados com o futuro desse país e desse povo que admiramos cada vez mais. Nosso destino são as Cataratas de Hueque, as mais populares cachoeiras dessa região serrana. Finalmente, pleno domingão, encontramos movimento, várias famílias que vieram fazer seu piquenique e farofa ao lado do rio. Para nós, turistas estrangeiros com acesso ao câmbio paralelo, o preço de entrada beira o ridículo, cerca de 30 centavos para os dois. Lá dentro, ao longo de um mesmo rio, inúmeras cachoeiras e cascatas, água bem fria e trilhas mal conservadas.

Visitando as cataratas de Hueque, na Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela

Visitando as cataratas de Hueque, na Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela


As belas cataratas de Hueque, na Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela

As belas cataratas de Hueque, na Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela


Tiramos nossas fotos, mas não nos animamos para um mergulho. O céu nublado e o longo caminho que nos esperava não são estimulantes. Melhor seguir em frente e deixar o banho de cachoeira para quando chegarmos à Gran Sabana. Voltamos para a Fiona e iniciamos as horas de viagem que ainda nos esperam, crentes que tínhamos terminado as “atrações” do dia.

As belas cataratas de Hueque, na Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela

As belas cataratas de Hueque, na Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela


Que nada! Alguns minutos na estrada esburacada e vemos algo estranho se movendo no asfalto, bem à nossa frente. É uma cobra! Enorme! Uma “cazadora”, espécie perigosa comum na região. Essa aí, tinha tido o azar de cruzar uma estrada e estava meio perdida entre os carros que passavam. Na verdade, furiosa, pois tinham atropelado a sua calda, coitada. Tentava morder qualquer coisa que se aproximasse, inclusive a Fiona, ao invés de correr logo para o acostamento e para a mata salvadora. Nós só podíamos torcer, além de tirar fotos (claro!), para que ela fizesse isso e não fosse atropelada novamente. Nessa hora, queria ser um daqueles apresentadores do Discovery Channel, que não tem medo desses animais e logo os pegam com as mãos, para poder salvá-la. Mas ela não queria conversa não e eu, desajeitado que sou, só pude chegar a poucos metros de distância. Infelizmente, acho que ela não duraria muito tempo, animal magnífico. Partimos antes de assistir o seu fim.

Uma enorme cobra Cazadora que encontramos em uma estrada da Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela

Uma enorme cobra Cazadora que encontramos em uma estrada da Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela


Agora sim, partimos para Morrocoy. Algumas horas de estrada e muitos assuntos na cabeça, desde nossos medos primitivos de buracos sem fundo e serpentes vorazes até um país com paisagens magníficas e um povo vibrante, mas que parece meio perdido, ideologia e incompetência no caminho de um futuro que tinha (e tem!) tudo para ser promissor.

Uma enorme cobra Cazadora que encontramos em uma estrada da Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela

Uma enorme cobra Cazadora que encontramos em uma estrada da Sierra de San Luis, região de Coro, no noroeste da Venezuela

Venezuela, Sierra de San Luis, Bichos, cachoeira

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Conhecendo o Cotopaxi

Equador, Quito, Baños, Cotopaxi

O vulcão Cotopaxi, o mais alto do mundo em atividade, no Equador

O vulcão Cotopaxi, o mais alto do mundo em atividade, no Equador


A manhã de hoje foi dedicada às burocracias finais do nosso live aboard em Galápagos e à definição das nossas "escaladas" nos vulcões Cotopaxi e Chimborazo. Preenchemos e entregamos a papelada do live aboard, que começa dia 25 e se estenderá por oito dias e sete noites. Depois, teremos mais dois dias em Galápagos e retornamos para Quito no dia 04 de Outubro. O Rafa e a Laura voltam para o Brasil no dia seguinte e nós, depois de fazermos a revisão da Fiona dos 60 mil km, partimos para a Colômbia.

Carregando a Fiona com a bagagem de quatro pessoas, em Quito - Equador

Carregando a Fiona com a bagagem de quatro pessoas, em Quito - Equador


Quanto às escaladas, vamos fazer os vulcões devidamente acompanhados de guias. Escolhemos uma das mais conhecidas agências de Quito, a Gulliver, e hoje passei uma hora por lá definindo como e quando serão as escaladas. O Equador possui o mais alto vulcão em atividade do mundo, o Cotopaxi, com 5.890 metros e também o mais alto já extinto, o Chimborazo, com pouco mais de 6.300 metros. Nos dois casos, a escalada dura dois dias. Como não temos tempo para fazer os dois, resolvemos nos dividir! A Ana, a Laura e o Rafa vão tentar o Cotopaxi enquanto eu vou me arriscar no Chimborazo. Nos dois casos, a escalada envolve um bom trecho de subida em neve e gelo e é preciso usar grampões, roupas adequadas e até uma picareta. A Gulliver fornece tudo isso para nós. Ela possui uma mesma base de operações para as duas montanhas e dormiremos todos lá no dia 22. No dia 23, cada grupo seguirá para o seu vulcão, indo dormir em refúgios na montanha em altitudes próximas dos 5 mil metros. Na madrugada seguinte, do dia 24, partimos cada qual para o seu cume, que devem ser atingidos quando o sol estiver nascendo. Aí descemos, reencontramo-nos todos na base de operações e voltamos para Quito.

Estrada coberta de granizo no parque Cotopaxi, no Equador

Estrada coberta de granizo no parque Cotopaxi, no Equador


Enfrentando o granizo na estrada de acesso ao Cotopaxi, o Equador

Enfrentando o granizo na estrada de acesso ao Cotopaxi, o Equador


Definidos os vulcões, agora precisávamos de um plano de aclimatação à altitude para o Rafa e para a Laura. Eu e a Ana já nos consideramos aclimatados, apesar da semana passada ao nível do mar desde Trujillo, no Peru. Assim, resolvemos seguir diretamente para o vulcão Cotopaxi, no nosso caminho para o sul do Equador. Ali é possível chegar de carro até os 4.550 metros e, de lá, caminhar até o refúgio construído um pouco acima dos 4.800 metros de altitude.

Laguna no Parque Cotopaxi, no Equador

Laguna no Parque Cotopaxi, no Equador


A Ana, a Laura e o Rafa subindo para o refúgio no vulcão Cotopaxi, no Equador

A Ana, a Laura e o Rafa subindo para o refúgio no vulcão Cotopaxi, no Equador


Nosso único problema era chegar até lá antes que o parque fechasse para entradas, às três da tarde. Nem é tão longe, mas o difícil é conseguir sair da capital, Quito, com seu trânsito super amarrado. Com paciência, enfrentando todos os desvios, já que a Panamericana está em obras de ampliação, conseguimos sair da grande cidade e chegamos finalmente à estrada. De lá para o Cotopaxi foi rapidinho e chegamos à portaria do parque 15 minutos antes do prazo. O tempo tem estado meio chuvoso nesses dias e hoje não foi diferente. Não só o vulcão estava escondido como, naquela altitude, ao invés de água, tivemos gelo caindo do céu. A primeira chuva de granizo da Fiona, bem na entrada do parque nacional! Foi lindo!

O refúgio no vulcão Cotopaxi, no Equador

O refúgio no vulcão Cotopaxi, no Equador


Refúgio do Cotopaxi, a mais de 4.800 metros de altitude, no Equador

Refúgio do Cotopaxi, a mais de 4.800 metros de altitude, no Equador


O granizo passou e pudemos seguir até o estacionamento, passando antes por uma bela laguna ainda abaixo dos 4 mil metros. Lá no estacionamento, devidamente vestidos para enfrentar o frio e a neve fina que caía (já estamos ficando acostumados com a neve, hehehe), iniciamos nossa ascensão de 300 metros até o refúgio. A trilha é sobre terra solta, bem mais cansativo que no El istí, em Arequipa, mas devagarzinho eu cheguei lá encima. Tirei fotos dos companheiros que subiam atrás e aí, por alguns momentos, as nuvens abriram e o majestoso vulcão deu o ar da sua graça. Lindo e imponente! O Rafa chegou um pouco depois e, mais abaixo, a Ana e a Laura.

Dentro do confortável refúgio do vulcão Cotopaxi, no Equador

Dentro do confortável refúgio do vulcão Cotopaxi, no Equador


No refúgio do vulcão Cotopaxi, a mais de 4.800 metros de altitude, no Equador

No refúgio do vulcão Cotopaxi, a mais de 4.800 metros de altitude, no Equador


Passamos um tempo no refúgio, o mesmo que eles vão passar a noite antes do ataque final ao cume. Umas vinte pessoas estavam ali, se preparando para a escalada na madrugada de amanhã. Mas a gente não. Só tomamos um chá e começamos a descer, antes que o parque fechasse suas portas também para saída. Para baixo todo santo ajuda e rapidamente estávamos de volta à Fiona. Um lobo nos espreitava, enfrentando o frio e a altitude em busca de comida. Ao invés disso, ganhou algumas fotos!

Descendo o vulcão Cotopaxi sob forte neblina, no Equador

Descendo o vulcão Cotopaxi sob forte neblina, no Equador


Descendo o refúgio do Cotopaxi, no Equador

Descendo o refúgio do Cotopaxi, no Equador


Completada a tarefa de aclimatação, seguimos para a cidade de Baños, aos pés do mais ativo vulcão do Equador, o Tungurahua. Várias pequenas erupções nos últimos anos, incluindo algumas maiores de 2006 e 2007. Mas tem estado meio calmo ultimamente. Chegamos aqui já no escuro, intalamo-nos no Hostal Santa Cruz e fomos jantar. A cidade é uma meca do eco-turismo aqui no Equador, oferecendo programas de trekking, rafting, canyoning e por aí vai. Muitas cachoeiras, a proximidade da floresta amazônica e de um vulcão ativo possibilita os mais variados programas. Mas, como o próprio nome diz, o mais tradicional são os banhos em águas termais e terapêuticas.

Um lobo nos observa, a 4.500 metros de altitude, no Cotopaxi, no Equador

Um lobo nos observa, a 4.500 metros de altitude, no Cotopaxi, no Equador


Isso tudo fica para amanhã, quando teremos de fazer nossas escolhas. Não temos muito tempo, já que ainda queremos seguir até Cuenca, bem mais ao sul. Agora de noite a Laura começou a se sentir mal. Esperamos que ela melhore para que amanhã tenhamos um dia intenso por aqui. Precisamos estar todos em forma até o dia 23!

Observando as nuvens do estacionamento do Cotopaxi, no Equador

Observando as nuvens do estacionamento do Cotopaxi, no Equador

Equador, Quito, Baños, Cotopaxi, trilha, vulcão

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Jantar de Despedida

Peru, Cusco

Jantar charmoso no restaurante Chicha, em Cusco, no Peru

Jantar charmoso no restaurante Chicha, em Cusco, no Peru


Quando acordamos no dia 4, no nosso hotel em Cusco, o Gustavo já tinha partido. Depois da nossa noitada, ele teve só umas duas horas de descanso e seguiu para o aeroporto. Já nós, aproveitamos para dormir até mais tarde, a primeira vez depois de uma semana de correria intensa e muito poucas horas de sono.

O famoso restaurante Chicha, em Cusco, no Peru, local da nossa despedida dessa cidade inesquecível

O famoso restaurante Chicha, em Cusco, no Peru, local da nossa despedida dessa cidade inesquecível


A Ana não acordou muito bem. Logo botou a culpa na comida de rua que encontramos na madrugada. Não sei se foi isso mesmo, mas sabemos que ela aguentou firme todo o esforço que fizemos em Machu Picchu e Choquequirao, quando ela não tinha tempo nem chance de passar mal. Sabiamente, esperou chegarmos à Cusco, no conforto de um hotel, hehehe.

O famoso restaurante Chicha, em Cusco, no Peru, local da nossa despedida dessa cidade inesquecível

O famoso restaurante Chicha, em Cusco, no Peru, local da nossa despedida dessa cidade inesquecível


Então, passamos o dia bem tranquilo por aqui, mexendo um pouco no computador e descansando. Ao final da tarde, decidimos ficar em Cusco mais um dia, adiando nossa ida para a região do lago Titicaca para o dia 06. Pausa de descanso mais do que merecida!

Degustação de diversos tipos de batatas no restaurante Chicha, em Cusco, no Peru

Degustação de diversos tipos de batatas no restaurante Chicha, em Cusco, no Peru


Hoje, dia 05, ela já estava um pouco melhor. Passeamos aqui por perto mesmo e, para celebrar nossa última noite nessa cidade maravilhosa, resolvemos investir em um jantar em um dos restaurantes chiques da cidade. O Peru é cada vez mais famoso por sua culinária, fama bem justificada, aliás! Assim, seguimos a indicação da nossa amiga e madrinha Laura e reservamos lugar no restaurante Chicha.

Delicioso prato típico (quase um ensopado) no restaurante Chicha, em Cusco, no Peru

Delicioso prato típico (quase um ensopado) no restaurante Chicha, em Cusco, no Peru


Foi um desbunde! Com direito a vinho, entradas, sobremesa e, claro, prato principal! A entrada foi uma amostra das mais variadas batatas, entre as dezenas que existem no país, cheia de molhos, queijos e condimentos. Depois, no principal, carnes, mais batatas e outras “guloseimas”. Enfim, fechamos nossa estadia em Cusco com o melhor da culinária do país. Para marcar bem e não esquecer nunca mais! Adios, Cusco, no te olvidaremos jamás!

Carne ao aolho de vinho no restaurante Chicha, em Cusco, no Peru

Carne ao aolho de vinho no restaurante Chicha, em Cusco, no Peru

Peru, Cusco, comida

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Uruguai, Montevideo

A Fiona com seus novos passageiros, o Joca e a Ixa, os pais do Rodrigo, em Montevideo, no Uruguai

A Fiona com seus novos passageiros, o Joca e a Ixa, os pais do Rodrigo, em Montevideo, no Uruguai


Chegamos ao aeroporto de Montevideo, capital do Uruguai, tranquilos e ansiosos ao mesmo tempo. Tranquilos porque tínhamos conseguido hotéis para os próximos dias, tanto na capital como em Colonia del Sacramento, e isso era uma preocupação a menos na nossa cabeça. Agora, era só curtir, passear e explorar, quando muito preocupados em escolher um bom restaurante entre as tantas boas opções dessas duas cidades. Ansiosos porque finalmente receberíamos nossas “visitas”, nossos companheiros de viagem pelas próximas duas semanas que estavam chegando diretamente de São Paulo em voo comercial, meus queridos e viajados pais.

Chegando ao moderno aeroporto de Montevideo, no Uruguai

Chegando ao moderno aeroporto de Montevideo, no Uruguai


Muita gente aguardando a chegada de amigos e familiares no aeroporto de Montevideo, no Uruguai

Muita gente aguardando a chegada de amigos e familiares no aeroporto de Montevideo, no Uruguai


Pessoas me perguntam de onde vem esse meu gosto por viajar. Gosto de responder que está no sangue, talvez alguma herança longínqua dos antepassados portugueses, exploradores que enfrentaram mares desconhecidos, cinco séculos atrás, em busca de novos mundos, culturas e oportunidades, e que inventaram uma das mais belas palavras do nosso idioma: saudade. Essa é uma explicação uma tanto quanto poética, reconheço, e acho que motivos mais palpáveis estão bem mais próximos de mim, no tempo e no espaço.

O Rodrigo registra a chegada dos país ao aeroporto de Montevideo, capital do Uruguai

O Rodrigo registra a chegada dos país ao aeroporto de Montevideo, capital do Uruguai


Chegada dos pais do Rodrigo ao aeroporto de Montevideo, capital do Uruguai

Chegada dos pais do Rodrigo ao aeroporto de Montevideo, capital do Uruguai


Cresci numa família ouvindo as histórias das viagens de meus avós. Do lado materno, um avô que “não sossegava o facho”, mudando-se constantemente de uma cidade à outra, sempre em busca de novas e promissoras oportunidades. Do lado paterno, avós que pegaram gosto por viagens na fase adulta, já com sete filhos nas costas. Podem ter começado tarde, mas isso não os impediu de irem longe e irem muitas vezes. Europa, Estados Unidos e até mesmo destinos bem mais exóticos, principalmente para aquela época, como Japão, União Soviética ou Egito. Minha memória de infância é cheia de fotografias em preto e branco e relatos de histórias interessantes desses países exóticos.

A chegada dos pais do Rodrigo ao aeroporto de Montevideo, no Uruguai

A chegada dos pais do Rodrigo ao aeroporto de Montevideo, no Uruguai


A chegada dos pais do Rodrigo ao aeroporto de Montevideo, no Uruguai

A chegada dos pais do Rodrigo ao aeroporto de Montevideo, no Uruguai


Não é à toa ou por falta de influência que meus jovens pais, ainda estudantes e solteiros, se mandassem para a Alemanha para continuar seus estudos por lá. Hoje isso parece mais fácil, normal. Mas naquela época, a Alemanha ainda era um país recém-saído da 2ª Guerra, o vilão do mundo. Brasileiros por ali se contavam na mão e, talvez por isso, os dois não tenham demorado a se conhecer. Estarem na mesma Alemanha foi apenas o primeiro ponto de atração de tantos outros que acabaram por levá-los a uma união sólida que esse ano completa seu 55º aniversário.

O Rodrigo recepcionando seus pais, Seu Gustavo e Dona Nilza (Joca e Ixa, para os íntimos!) no aeroporto de Montevideo, no Uruguai

O Rodrigo recepcionando seus pais, Seu Gustavo e Dona Nilza (Joca e Ixa, para os íntimos!) no aeroporto de Montevideo, no Uruguai


O Rodrigo recepcionando seus pais, Seu Gustavo e Dona Nilza (Joca e Ixa, para os íntimos!) no aeroporto de Montevideo, no Uruguai

O Rodrigo recepcionando seus pais, Seu Gustavo e Dona Nilza (Joca e Ixa, para os íntimos!) no aeroporto de Montevideo, no Uruguai


Uma longa história e com muitos e muitos milhares de quilômetros no retrovisor, claro! Minha família cresceu em Belo Horizonte, mas as férias eram sempre em Poços de Caldas, Ribeirão Preto ou alguma praia. Tudo isso a mais de 500 km de distância da cidade natal. Então, viagens de carro com mais de 5 horas de duração foram uma constante em minha infância e início de adolescência. Para meu pai, então, que ia e voltava todos os finais de semana enquanto a família ficava no destino de férias o mês (ou meses) inteiro, nem se fala. Por isso, mais velho, quando era eu a sair em alguma viagem de carro mais comprida, sempre estranhava o estranhamento dos amigos, invariavelmente desacostumados às longas viagens. Para mim, mesmo inconscientemente, era o “normal”. Para eles, era uma aventura, algo muito especial e que requeria cuidado, planejamento e coragem, enfrentar sozinho tantos quilômetros de estrada.

A Ana recepciona os sogros, Joca e Ixa, na Fiona, ainda no aeroporto de Montevideo, no Uruguai

A Ana recepciona os sogros, Joca e Ixa, na Fiona, ainda no aeroporto de Montevideo, no Uruguai


A Ana recepciona os sogros, Joca e Ixa, na Fiona, ainda no aeroporto de Montevideo, no Uruguai

A Ana recepciona os sogros, Joca e Ixa, na Fiona, ainda no aeroporto de Montevideo, no Uruguai


Pois é, sempre achei viagens de 5 horas uma coisa corriqueira. Viagens ao exterior também, comum ver meu pai, que trabalhava em uma multinacional, ir e voltar da Europa a trabalho. Mas, mesmo assim, fiquei bastante impressionado quando, junto com minha mãe e um casal amigo de alemães, eles partiram em 1982, num possante Passat TS, rumo à Fortaleza e diversas cidades no caminho, numa viagem de muitos milhares de quilômetros e dois meses de duração. Na época, acompanhávamos a viagem por cartões postais e algum eventual telefonema. Fotos e relatos mais detalhados, só depois, pessoalmente. Antes disso, era só a imaginação a as asas que dávamos a ela. Será que meus pais imaginavam que começava a nascer ali a Fiona e os 1000dias? Afinal, se dá para chegar até Fortaleza num Passat e nas estradas da década de 80, porque não seria possível chegar ao Alaska trinta anos mais tarde e num carro “ligeiramente” mais robusto?

1000dias com os pais do Rodrigo em Montevideo, capital do Uruguai

1000dias com os pais do Rodrigo em Montevideo, capital do Uruguai


O Joca e a Ixa, pais do Rodrigo, chegam a Pocitos, bairro de Montevideo, no Uruguai

O Joca e a Ixa, pais do Rodrigo, chegam a Pocitos, bairro de Montevideo, no Uruguai


Pois bem, foi com esse carro mais “robusto”, vulgo Fiona, que fomos buscar meus pais e inspiradores no aeroporto de Montevideo. Nas próximas semanas, vou ter o prazer de beber de toda essa experiência, 55 anos de estradas na bagagem, eles mesmos herdeiros de seus pais em andanças pelo mundo ainda mais antigas. Se puxar pelo condão, é bem capaz que eu chegue naqueles portugueses de 500 anos atrás ou, mais além, nos vikings (minha mãe tem sangue sueco!) que chegaram à América outros 500 anos antes. Mas, por enquanto, quero ficar é no Uruguai mesmo, no aqui e agora, na mais rica companhia que poderia imaginar.

Celebrando com um legítimo vinho uruguaio da uva tannat a chegada dos pais do Rodrigo, o Joca e a Ixa, a Montevideo, capital do país

Celebrando com um legítimo vinho uruguaio da uva tannat a chegada dos pais do Rodrigo, o Joca e a Ixa, a Montevideo, capital do país

Uruguai, Montevideo,

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De Volta ao Brasil e à Boa Vista

Brasil, Roraima, Boa Vista

Chegando na fronteira Guiana-Brasil, em Lethem (Guiana)

Chegando na fronteira Guiana-Brasil, em Lethem (Guiana)


Ontem de noite eu desmoronei na cama. A Ana ainda foi dar um rolé no próprio bar do nosso hotel, um dos pontos de agito da cidade. Mas a festança mesmo iria começar hoje, com a chegada da maioria das pessoas. O aeroporto iria estar movimentado! Bom, muitos chegando, alguns partindo...

Fronteira Brasil-Guiana, bem no meio da ponte

Fronteira Brasil-Guiana, bem no meio da ponte


Depois da preguiça de levantar, partimos para os últimos quilômetros até a fronteira. Burocracia rápida no lado da Guiana, burocracia rápida do lado do Brasil. Mas no lado brasileiro ficamos mais tempo, conversando com os simpáticos policiais federais e também com os agentes da receita federal, todos muito curiosos sobre a nossa travessia das Guianas, sobre como são as estradas por lá e sobre como são os procedimentos de fronteira entre os diversos países. Também eles confirmaram que é evento raríssimo algum brasileiro fazer esse circuito, a "Travessia do Arco Norte", como é conhecida. Imagino que, com a contrução da ponte entre Oiapoque e a Guiana Francesa isso comece a ficar mais comum... Espero que sim, pois há muita coisa para ser explorada lá encima e, com certeza, esses nossos países vizinhos merecem ser visitados.

Atravessando a ponte sobre o Rio Branco para chegar em Boa Vista, capital de Roraima

Atravessando a ponte sobre o Rio Branco para chegar em Boa Vista, capital de Roraima


Atravessada a fronteira, seguimos de "tapete" pelos próximos 130 km até Boa Vista. Depois da terra de ontem, o asfalto da fronteira até a capital de Roraima foi mesmo uma delícia! E aí, quatro anos mais tarde, voltamos à Boa Vista. Estivemos aqui em 2007, a caminho do Monte Roraima. "Nossa..." - eu pensei - "quando se visita Boa Vista duas vezes num período tão pequeno, é porque realmente nós viramos viajantes!" - hehehehe

Admirando o Rio Branco e sua praia sazonal, em Boa Vista - RR

Admirando o Rio Branco e sua praia sazonal, em Boa Vista - RR


Seguimos diretamente para o "nosso" hotel, o Barrudada, que continuava na mesma esquina de quatro anos atrás. Instalados no antigo lar, fomos em busca de almoço e de um passeio pela cidade. Sexta-feira de páscoa, tudo fechado. E chovia. Fomos comer no famoso restaurante local, a Peixada Ver o Rio, bem na orla do Rio Branco, o grande rio ao lado de Boa Vista.

Orla do Rio Branco, em Boa Vista - RR

Orla do Rio Branco, em Boa Vista - RR


Depois, de carro, passeamos um pouco pela cidade vazia, passando pelos prédios públicos e monumentos. A construção da cidade foi planejada e é muito fácil se orientar por lá, ruas largas e retas. Encontramos um supermercado aberto e até compramos ovos de páscoa, para não deixar a data passar em braco...

Monumento aos garimpeiros, em Boa Vista - RR

Monumento aos garimpeiros, em Boa Vista - RR


Por fim, voltamos ao hotel e, com calma, estudamos os atrativos do estado na internet. Muita coisa para ver e fazer, principalmente no norte do estado, próximo à fronteira com a Venezuela. Vamos passar por lá mais à frente na viagem, daqui a mais de um ano, quando estivermos voltando da América do Norte. Então, resolvemos partir amanhã logo cedo em direção ao estado do Amazonas. É um longo caminho até Presidente Figueiredo, terra de cachoeiras e grutas, 100 km ao norte de Manaus.

Belo 'arco retangular', em Boa Vista - RR

Belo "arco retangular", em Boa Vista - RR


De noite, ainda fomos tomar uma cerveja na orla e brindar esta cidade que sempre nos acolhe tão bem. Não foi uma despedida, mas um "até logo!". Três visitas à Boa Vista num espaço de 5 anos. Não dá para reclamar, né?

Ovos de páscoa em Boa Vista - RR

Ovos de páscoa em Boa Vista - RR

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