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Mais Arcos, Mais Urânio

Estados Unidos, Utah, Moab

Pine Tree Arch, mais um arco de pedra no nosso segundo dia de explorações no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos

Pine Tree Arch, mais um arco de pedra no nosso segundo dia de explorações no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos


Ontem de noite fomos jantar em um simpático restaurante no topo de uma colina com visão privilegiada sobre toda Moab. Acho que é a única construção que fica acima do vale onde a cidade inteira se assenta. O restaurante funciona naquela que foi a casa de Charlie Steen, o homem que mudou a história de Moab.

Trilha tomada pela neve no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos

Trilha tomada pela neve no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos


Trilha tomada pela neve no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos

Trilha tomada pela neve no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos


No início da década de 50 o mundo vivia sob plena Guerra Fria e Estados Unidos e União Soviêtica se apressavam em construir seus arsenais nucleares, capazes de destruir o planeta várias vezes. A matéria-prima para esse arsenal era o urânio e o governo americano pagaria fortunas a quem lhe fornecesse esse metal. Diversas “interessados” nesse novo ouro cruzavam o país a sua procura e o geólogo Charlie Steen era um deles. Ele apostou todas as suas fichas aqui na região de Moab e, após dois anos de infrutíferas pesquisas, se afundava em dívidas na sua cara pesquisa. Estava a ponto de desistir quando, finalmente, seu contador Geiger apitou alto na rústica mina “Mi Vida”. Pois é, com um nome desse, a mina acabou sendo um bilhete de loteria premiado e, da noite para o dia, Steen se tornou um milionário.

A grandiosa paisagem do Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos

A grandiosa paisagem do Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos


A notícia se espalhou e a outrora desconhecida Moab multiplicou sua população por cinco em poucos anos. Muitos fizeram fortuna rapidamente e, em 1956, Moab foi apelidada de “a cidade mais rica dos estados Unidos”. E não era por menos: com 6 mil habitantes, contavam-se duas dúzias de milionários. Mas a maioria perdeu seu status rapidamente, assim que o boom do urânio terminou. Com exceção do primeiro deles, o simpático e excêntrico Charlie Steen.

Pine Tree Arch, mais um arco de pedra no nosso segundo dia de explorações no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos

Pine Tree Arch, mais um arco de pedra no nosso segundo dia de explorações no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos


A sua casa, a mesma em que jantamos, era frequentada por empresários, políticos e estrelas de Hollywood. Dizem que ele costumava levar sua esposa e numerosos filhos para passear de avião todas as noites, simplesmente porque era apenas lá em cima que as antenas de sua TV podia captar os sinais das novelas e séries preferidas da família.

Observando o colossal Landscape Arch, no  Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos

Observando o colossal Landscape Arch, no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos


Enfim, o tempo passou, Steen faleceu na última década e sua casa virou restaurante, onde ontem brindamos a sua interessante e glamorosa história de vida. O urânio se foi e os arcos de pedra ficaram. Hoje, foi mais um dia para irmos nos maravilhar com essas incríveis e fotogênicas formações.

Landscape Arch, o maior arco de pedra no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos

Landscape Arch, o maior arco de pedra no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos


Dessa vez, seguimos diretamente até o fim da estrada dentro do parque, onde não havíamos chegado ontem. Desse ponto parte uma longa trilha que passa por vários atrativos, entre eles a “mãe de todos os arcos”, o monumental Landscape Arch. Até lá a trilha é mantida limpa da neve que se transforma em gelo. Afinal, é um dos pontos mais procurados no parque. Daí para frente, para quem não tem grampões ou algo parecido, é uma aventura.

Trecho extremamente escorregadio de trilha no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos

Trecho extremamente escorregadio de trilha no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos


Nós passamos pelo belo Pine Tree Arch, tiramos nossas fotos, curtimos um pouco a solidão que se acentua ainda mais pela neve que abafa os sons e seguimos para o Landscape Arch. Ao contrário do Delicate Arch, que parece ter sido colocado propositalmente sobre um pedestal no alto de uma colina, ideal para ser fotografado, o maior arco de pedra do mundo não se encontra em local tão privilegiado, o que dificulta as fotografias.

Turistas descansam sob o Navajo Arch, no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos

Turistas descansam sob o Navajo Arch, no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos


Antes, uma trilha passava por baixo dele, levando à locais que possibilitavam uma melhor “enquadramento”. Mas na década de 90, grandes pedaços do arco desabaram, algumas toneladas de pedra se espatifando no chão. Felizmente, não havia ninguém embaixo, mas alguns turistas conseguiram fotografar o evento. Depois disso, a direção do parque achou, por bem, fechar essa trilha. O desabamento, que tornou ainda mais delgado esse belo arco, foi a prova viva de que a erosão continua seu lento e contínuo trabalho. Um dia, todo o arco virá abaixo. Pode ser hoje ou daqui a 1.000 anos. Mas vai acontecer! O mesmo destino espera o Delicate, o Double ou o Pine Tree. Ao mesmo tempo, outros arcos se criarão. Volte daqui a 10 mil anos e a paisagem do Arches National Park será outra!

O Partition Arch forma uma incrível janela para a fabulosa paisagem do Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos

O Partition Arch forma uma incrível janela para a fabulosa paisagem do Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos


Enfim, tiramos nossas fotos e seguimos adiante, enfrentando o gelo escorregadio. Mas uma passagem mais difícil fez com que a Ana, com calçados inapropriados, tivesse que voltar. A duras penas, eu segui. Fui até o Navajo Arch e, ainda mais belo, o Partition Arch. Também no alto de uma colina, forma uma janela para a paisagem deslumbrante abaixo, esse belo parque nacional coberto de neve. Valeu a pena o esforço de chegar lá!

A bela paisagem do Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos

A bela paisagem do Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos


Voltei para reencontrar a Ana, despedimo-nos do Arches e pegamos estrada novamente. Ainda tínhamos de ver mais um parque nacional no dia de hoje: Canyonlands National Park e o famosa Mesa Arch, o sonho de todos os fotógrafos.

Landscape Arch, o maior arco de pedra no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos

Landscape Arch, o maior arco de pedra no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos

Estados Unidos, Utah, Moab, Arches National Park, Landscape Arch, Parque, trilha

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A Mais Bela Praia do Mundo

Hawaii, Kauai-Kalalau

Pela manhã, caminhando pela praia de Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí

Pela manhã, caminhando pela praia de Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí


A beleza cênica da praia de Kalalau realmente impressiona. Posicionada em plena Na’Pali Coast, ela está cercada de montanhas que parecem alcançar ao céu como enormes torres de sustentação. Essas montanhas, por sua vez, estão cobertas de vegetação que se aproveita da umidade de uma das áreas mais chuvosas do mundo. De certa maneira, até lembram um pouco da nossa Serra do Mar, com a diferença que aqui as montanhas são mais íngremes, formando verdadeiros penhascos e paredões que mergulham sobre o mar.

Pela manhã, caminhando pela praia de Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí

Pela manhã, caminhando pela praia de Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí


A praia é longa, com quase um quilômetro de extensão. A faixa de areia é larga, uma das extremidades cercada por grandes paredões. É por esse paredão que escorre uma cachoeira, o lugar perfeito para um banho de água doce depois de um mergulho no mar. No mesmo paredão, mais adiante, já no final da praia, uma grande caverna. Dentro da caverna, um lago. Mas qualquer tentação de querer entrar ali logo termina quando descobrimos a enorme colônia de morcegos lá dentro, que utilizam o tal lago como se fosse seu banheiro. Enfim, muito belo e sadio, de longe.

Indo conhecer a caverna na praia de Kalalau, em Kauai, no Havaí

Indo conhecer a caverna na praia de Kalalau, em Kauai, no Havaí


Além de uma cachoeira, também tem uma caverna nos rochedos da Kalalau Beach, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí

Além de uma cachoeira, também tem uma caverna nos rochedos da Kalalau Beach, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí


Dependendo da época do ano, o mar pode ser calmo ou violento. Agora, no inverno, é a época das ondas, então não convém muito que se vá além das canelas, principalmente em dias mais nervosos. Em compensação, a faixa de areia é tranquilíssima, propícia a uma boa caminhada, ao relaxamento puro e simples ou a outras atividades lúdicas.

Dia ensolarado e tranquilo na praia de Kalalau, em Kauai, no Havaí

Dia ensolarado e tranquilo na praia de Kalalau, em Kauai, no Havaí


Não há construções na praia, o que ajuda a lhe conferir um aspecto ainda mais natural e selvagem. Agora em dezembro, os únicos frequentadores são aqueles que se dispõe a caminhar os 17 quilômetros de trilha para chegar até lá. Quase todos com suas barracas nas costas e víveres na mochila para lá passar um ou mais dias. Ao longo da praia, escondido sobre árvores, muitas áreas de camping. Quem chega primeiro logo ocupa os lugares mais próximos da cachoeira ou com vista para o mar.

A cachoeira que escorre nos rochedos da Kalalau Beach, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí

A cachoeira que escorre nos rochedos da Kalalau Beach, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí


Uma praia tão maravilhosa e isolada da civilização atrai gente das mais diferentes tribos. Tem aqueles que adoram um acampamento, os que odeiam a civilização, os esportistas que tentam ir e voltar no mesmo dia, os naturalistas, os que um dia tomaram alguma coisa e nunca mais voltaram, os turistas perdidos e aqueles que, como nós, se acham acima dessas divisões, mas que, no fundo, tem um pouco de tudo isso.

Com o Rafa, caminhando na praia de Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí

Com o Rafa, caminhando na praia de Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí


Ver e interagir com todos esses tipos diferentes é um dos charmes de se ir ao Kalalao. A gente se instalou quase no começo da praia, longe da cachoeira, que já estava toda tomada. Algumas pessoas vêm para cá e passam semanas, ou mesmo meses. Em teoria, isso não é permitido pelo parque, mas na prática, a teoria é outra. Enfim, ficamos em um local mais tranquilo, a bela praia na nossa frente. Num cenário assim, tão idílico, não foi difícil tomar a decisão de passar mais um dia por ali, nem que isso representasse bastante economia da nossa comida prevista para apenas a metade do tempo.

Admirado com a grandeza da paisagem na Kalalau Beach, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí

Admirado com a grandeza da paisagem na Kalalau Beach, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí


Admirando o mar da Kalalau Beach, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí

Admirando o mar da Kalalau Beach, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí


Logo cedo, sentados na praia, a gente se divertiu com uma moça que, nua, dançava na areia. Em pé ou deitada, mas sempre com estilo, dava seus passos de hulahula e fazia poses para os helicópteros que sobrevoavam a praia e mesmo para um barco que passava ao largo. A presença de plateia parecia incentivá-la. Fazia festa também para as poucas pessoas que ali estavam, nós inclusive. Um de seus namorados, aparentemente, preferiu enfrentar o mar bravio do que as carícias da moça. Foi um daqueles que passou um susto sobre as ondas, que eu descrevi no post anterior. Já a moça, a sua loucura era só dançar pelada. Quando convidada a entrar no mar, pareceu bem sana ao recusar: “Eu não sou louca...”.

Luz do sol filtrada pelas nuvens e montanhas, na Kalalau Beach, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí

Luz do sol filtrada pelas nuvens e montanhas, na Kalalau Beach, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí


O grandioso background da praia de Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí

O grandioso background da praia de Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí


Depois desse show matinal, nós fomos caminhar na praia. Foi quando conhecemos a caverna dos morcegos e pudemos admirar as gigantescas ondas quebrando contra os rochedos ou na própria areia. Eu ainda ameacei entrar no mar, mas melhor não. Exatamente como fizera a moça um pouco antes, loucura, só com muita responsabilidade.

estréia da nossa barraca nova em kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí

estréia da nossa barraca nova em kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí


Acampando de frente ao mar, na praia de Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí

Acampando de frente ao mar, na praia de Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí


Em seguida, nos separamos. Eu e a Ana fomos fazer uma caminhada de duas milhas até uma cachoeira próxima, enquanto o Rafa e a Laura resolveram passar o dia por ali mesmo. O Rafa, amante de pescarias, conseguiu uma vara emprestada e foi reforçar a nossa dieta. Pescou um peixe maior e outro menor. Esse, como forma de agradecimento, foi doado ao dono da vara, um desses que está na praia há bastante tempo e que foi a segunda pessoa a entrar no mar (e a quase morrer...), na descrição do post passado. Já o peixe grande, esse ficou para o nosso jantar.

Caminhando na mata em direção a uma cachoeira próxima à Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí

Caminhando na mata em direção a uma cachoeira próxima à Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí


Percorrendo trilha entre a praia e a cachoeira, em Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí

Percorrendo trilha entre a praia e a cachoeira, em Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí


Enquanto isso, eu e a Ana desbravamos a trilha, cheio de atalhos e variantes. Pergunta daqui, erra dali, acabamos achando nosso caminho. Na trilha, cruzamos com um outro camping, esse bem mais perto do rio que do mar. Gente mais do mato ainda. Alguns, pareciam ter nascido por ali, outros que mal balbuciavam alguma palavra. Difícil imaginá-los em outro ambiente que não ali, na parte campestre do Kalalau. Fiquei até com a impressão que els tinham um certo desprezo pelo pessoal que acampava perto da praia, por serem civilizados demais.

Cachoeira próxima à Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí

Cachoeira próxima à Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí


Delicioso mergulho em piscina natural próxima à Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí

Delicioso mergulho em piscina natural próxima à Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí


Nós achamos a cachoeira e as piscinas naturais e tomamos uma banho delicioso, cercado de montanhas, água na temperatura certa. Aquele paraíso tão perto do outro, três quilômetros trilha abaixo. Aqui, mais uma vez, cheguei à conclusão que, entre, entre o rio e o mar, entre a cachoeira e a praia, entre a água doce e a salgada, fico com os dois! E o Kalalau é o lugar perfeito para se ter os dois!

Chegando de volta à praia de Kalalau, depois de caminhada até uma cachoeira, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí

Chegando de volta à praia de Kalalau, depois de caminhada até uma cachoeira, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí


delicioso fim de tarde na praia de Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí

delicioso fim de tarde na praia de Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí


Voltamos à praia já no fim da tarde, mais uma vez impressionados com a beleza grandiosa do cenário. Lá, fomos recebidos pelo Rafa com um grande sorriso, segurando o fruto da sua pescaria. Ali mesmo, perto das nossas barracas, ele e a Laura ainda conseguiram uns limões de um limoeiro. O peixe já tinha tempero! Faltava só a grelha. Fomos os quatro em busca de lenha e gravetos, o Rafa improvisou um espeto e, com simplicidade e perícia, grelhou o peixe com maestria!

O Rafa grelha um peixe que ele mesmo pescou durante a tarde na praia de Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí. Que luxo!!!

O Rafa grelha um peixe que ele mesmo pescou durante a tarde na praia de Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí. Que luxo!!!


Fogueira para o peixe e fogareiro para o macarrão no nosso banquete na segunda noite em Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí

Fogueira para o peixe e fogareiro para o macarrão no nosso banquete na segunda noite em Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí


Foi só o aperitivo do macarrão que se seguiria, agora feito pela Ana no nosso fogareiro novo. Depois de um dia economizando comida, tiramos a barriga da miséria. Tudo ao som das ondas do Kalalau, não poderia ter sido mais perfeito. Ao redor da fogueira, muita conversa se seguiu e um consenso apareceu entre quatro grandes viajantes que, juntos, conhecem praias pelo mundo afora, do Caribe à Tailândia, da Turquia à Noronha, da Austrália à Riviera: o Kalalau é a praia mais bonita que conhecemos. Felizes aqueles que podem vir aqui conferir...

Últimas luzes na praia de Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí

Últimas luzes na praia de Kalalau, na Na'Pali Coast, costa norte de Kauai, no Havaí

Hawaii, Kauai-Kalalau, cachoeira, Parque, Praia, trilha

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Em Busca do Rio Celeste

Costa Rica, Santa Teresa, Tenorio

Banho de mar matinal em Santa Teresa, no litoral do Pacífico na Costa Rica

Banho de mar matinal em Santa Teresa, no litoral do Pacífico na Costa Rica


Chegou o dia de partir do nosso delicioso refúgio na praia de Santa Tereza, o hotel Ranchos Itauna. Como sempre acontece no dia que deixamos à praia, o dia amanheceu lindo, sol radiante. Assim, apesar da longa viagem pela frente, quando a Ana falou que queria dar um último mergulho, nem deu para argumentar. De manhã cedo a maré está vazia e uma grande piscina se forma bem em frente aonde estamos. Impossível resistir...

Preparando-se para entrar no mar pela manhã, em Santa Teresa, no litoral do Pacífico na Costa Rica

Preparando-se para entrar no mar pela manhã, em Santa Teresa, no litoral do Pacífico na Costa Rica


Depois, hora das despedidas. Primeiro da nossa simpática companheira de quarto, a alemã Catherine. Depois, do senhorio, o astríaco Peter a a carioca Fátima. E da filhinha Sofia, claro!

Com a alemã Catherine, nossa companheira de quarto em Santa Teresa, no litoral do Pacífico na Costa Rica

Com a alemã Catherine, nossa companheira de quarto em Santa Teresa, no litoral do Pacífico na Costa Rica


O tempo foi passando e já desistimos de chegar na Nicarágua ainda hoje. Sem esse objetivo, achamos que ainda daria tempo para um típico programa de surf town: café da manhã bem sadio na padoca. Muito bom!

Com o Peter e a Fátima, donos do Ranchos Itaúna em Santa Teresa, no litoral do Pacífico na Costa Rica

Com o Peter e a Fátima, donos do Ranchos Itaúna em Santa Teresa, no litoral do Pacífico na Costa Rica


Bom, finalmente colocamos o pé na estrada. O primeiro trecho até que foi rapidinho, a mesma estrada que nos trouxe até aqui do ferry. Mas depois, para a minha infeliz surpresa, descobrimos que a estrada que segue para o norte da península de Nicoys é quase toda de terra. O ritmo imaginado para a viagem foi impossível de ser seguido e tudo o que podíamos fazer era admirar a bela paisagem do golfo ao nosso lado.

A rua principal de Santa Teresa, surf town da costa pacífica da Costa Rica

A rua principal de Santa Teresa, surf town da costa pacífica da Costa Rica


Enfim chegamos à ponte que atravessa o finalzinho do golfo, presente de Taiwan para a Costa Rica. Na sua inglória luta com a China continental nas relações públicas internacionais, Taiwan adora esses tipos de presentes... Dali seguimos para nossa velha conhecida rodovia Panamericana. Felizmente, segúíamos para o norte, livre, e não para San José, engarrafado!


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Na bifurcação quarenta quilômetros ao norte, pegamos a Rodovia 4. Mais ou menos por aí, finalmente, batemos o recorde de latitude norte da Fiona. Foi só agora que deixamos Cartagena (Colômbia!) para trás! Mais meia hora e chegamos ao Parque Nacional Tenorio, bem próximo à cidade de Bijagua. Fomos até a entrada do parque já sem esperanças de entrar, pois já era tarde para um passeio. Mas amanhã, às oito da manhã, faça chuva ou faça sol, voltamos! Finalmente, vamos conhecer o Rio Celeste, a principal atração do lugar, já que o tal vulcão Tenório, faz tempo, está com o acesso fechado. A pouco mais de um quilômetro do parque encontramos uma simpática pousada, com direito até à jacuzzi. Um bom lugar para passar a noite. Nesse lugar, só chegam turistas de carros. E na nossa pousada, lá estavam o alemão Lutz e o casal suiço Marcel e Alice, com seus carros alugados. Depois de um jantar em conjunto, o bom e velho arroz com feijão que também é muito tradicional por aqui, combinamos: amanhã vamos todos juntos ao parque.

Nosso quarto no Parque Nacional Tenorio, na Costa Rica

Nosso quarto no Parque Nacional Tenorio, na Costa Rica

Costa Rica, Santa Teresa, Tenorio, Nicoya, Parque, Praia, Rio Celeste

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Santa Catalina

Peru, Arequipa

Uma das freiras do Convento de Santa Catalina, em Arequipa - Peru

Uma das freiras do Convento de Santa Catalina, em Arequipa - Peru


Poucas décadas depois da fundação da cidade de Arequipa pelos espanhóis, ainda no séc XVI, a cidade já despontava como uma das mais importantes do que é hoje o Peru, principalmente pela sua localização próxima a vales muito férteis. E como tal, já possuía uma elite rica e poderosa. Naquela época, assim como nos séculos posteriores, era muito comum que as famílias mais abastadas mandassem algum de seus filhos ou filhas, normalmente o segundo pela ordem de nascimento, para seguir a vida religiosa. No caso das mulheres, eram mandadas para algum convento.

Caminhano no Convento de Santa Catalina, em Arequipa - Peru

Caminhano no Convento de Santa Catalina, em Arequipa - Peru


Assim, foi criado em Arequipa o convento de Santa Catalina, para abrigar essas filhas de famílias mais ricas que estavam destinadas a se transformarem em freiras. Apesar dos rigores da Ordem, que pregava uma vida simples e de total devoção a Deus, completamente isoladas da sociedade e mesmo da família, esse convento desenvolveu suas próprias características. A principal delas foi permitir às freiras uma vida mais "confortável" e até serviçais podiam levar para dentro do convento. Essas regalias duraram alguns séculos até que uma madre superiora mais rigorosa acabasse com a festa.

Interior do Convento de Santa Catalina, em Arequipa - Peru

Interior do Convento de Santa Catalina, em Arequipa - Peru


O convento, construído numa grande área bem no centro da cidade acabou se tornando uma pequena cidade dentro de outra cidade, inteiramente cercada por grandes muros que isolavam suas habitantes da agitada vida de Arequipa. Tinha diversas ruas que abrigavam as "celas" ou pequenas casas das freiras, grandes pátios comuns, igreja, biblioteca, refeitórios, cozinhas e até uma piscina para banho.

Caminhano no Convento de Santa Catalina, em Arequipa - Peru

Caminhano no Convento de Santa Catalina, em Arequipa - Peru


Uma das celas (ou quartos) do Convento de Santa Catalina, em Arequipa - Peru

Uma das celas (ou quartos) do Convento de Santa Catalina, em Arequipa - Peru


A arquitetura da pequena cidade e de suas casas foi se modificando com o passar dos séculos, principalmente depois de cada terremoto que, de tempos em tempos assolavam toda a região. A experiência e a tecnologia iam ensinando a arte de construir casas mais sólidas e resistentes às intempéries naturais.

A Pinacoteca do Convento de Santa Catalina, em Arequipa - Peru

A Pinacoteca do Convento de Santa Catalina, em Arequipa - Peru


Caminhando na Plaza de Armas de Arequipa - Peru

Caminhando na Plaza de Armas de Arequipa - Peru


Por fim, há cerca de 50 anos, quase todo o complexo foi finalmente aberto à visitação pública, enquanto as freiras se recolheram a uma parte menor dentro da enorme área. Hoje, Santa Catalina é a maior atração turística dentro de Arequipa, uma verdadeira aula de arquitetura, história e costumes para aqueles que o visitam. Foi o nosso principal programa de hoje, uma espécie de dia de descanço entre a longa viagem ao Colca, ontem, e o trekking ao cume do El Mistí, a partir de amanhã.

Catedral de Arequipa - Peru

Catedral de Arequipa - Peru


Também passeamos na linda e majestosa Plaza de Armas da cidade, uma das mais belas do país, com sua fileira de arcos duplos que cercam três lados da praça, enquanto no outro está a grande catedral. Aí também passamos quase uma hora visitando seu museu, sua torre e a catedral em si. De seu campanário, uma das mais belas vistas da praça, logo em frente, e do vulcão, nosso destino de amanhã.

A Plaza de Armas vista do alto da Catedral de Arequipa - Peru

A Plaza de Armas vista do alto da Catedral de Arequipa - Peru


O El Mistí visto do alto da Catedral de Arequipa - Peru

O El Mistí visto do alto da Catedral de Arequipa - Peru


Foi um dia tranquilo e sem correria em que fechamos nosso grupo para o trekking de amanhã, com direito à guia, transporte, comida e barraca alugada. Vinte e um anos depois, El Mistí, aí vou eu!

Cerveja em um dos muitos restaurantes da Plaza de Armas de Arequipa - Peru

Cerveja em um dos muitos restaurantes da Plaza de Armas de Arequipa - Peru

Peru, Arequipa, Santa Catalina

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Chegando à Chapada das Mesas

Brasil, Tocantins, Araguaína, Maranhão, Carolina (P.N. Chapada das Mesas)

Mesa em laje alagada nas Cachoeiras Gêmeas, região de Carolina, na Chapada das Mesas - MA

Mesa em laje alagada nas Cachoeiras Gêmeas, região de Carolina, na Chapada das Mesas - MA


Depois de um café da manhã sortido e profissional como há muito não víamos, cruzamos todo o movimentado centro de Araguarina para pegar a estrada em direção à Carolina, já no Maranhão. Araguaína, hoje a segunda maior cidade de Tocantins, começou a se desenvolver após a construção da estrada Belém-Brasília. Outra cidade que também se beneficiou com esta estrada foi a maranhense Imperatriz. Antes disso, era Carolina a grande metrópole da região. Hoje, ela é de 5 a 10 vezes menor que suas duas grandes "vizinhas".

Igreja em Araguaína - TO

Igreja em Araguaína - TO


São pouco mais de 100 km entre Araguaína e Filadelfia, a cidade em Tocantins de onde se pega a balsa para cruzar o rio e chegar ao Maranhão e à Carolina. Nós ficamos impressionados com a paisagem na estrada. Acabou a amazônia e começou o cerrado e a gente nem tinha percebido! Acho que foi porque os últimos 150 quilômetros, ontem, foram no escuro. E, antes disso, já não havia mas a amazônia. Mas ali a causa era outra: desmatamento. Enfim, agora estávamos em pleno cerradão! Vai ser a paisagem que nos acompanhará nas próximas semanas, com certeza.

Represa transbordando em Filadelfia - TO

Represa transbordando em Filadelfia - TO


Para chegar ao atracadouro da balsa em Filadelfia, demos de cara com outro problema que aflige a região. O rio está muito mais alto, alagando o porto e as ruas próximas e não é culpa da chuva. Não, a culpa é da barragem e hidrelétrica de Estreito, algumas dezenas de quilômetros rio acima. Agora, não haverá mais épocas de rio baixo e rio alto por aqui, conforme as estações e as chuvas. Vai estar sempre alto. E, com isso, acabaram-se as praias fluviais da região. Pior para os banhistas, pior ainda para os barqueiros, que viviam da renda de trazerem pessoas do outro lado do rio para as praias. Sem praias, sem clientes. Sem clientes, sem renda. Pois é, quando se faz uma barragem, mexe-se na vida de muita gente...

Carolina - MA e a Chapada das Mesas ao fundo, visto de Filadelfia - TO

Carolina - MA e a Chapada das Mesas ao fundo, visto de Filadelfia - TO


Curtindo as Cachoeiras Gêmeas, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA

Curtindo as Cachoeiras Gêmeas, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA


Quanto à nós, instalamo-nos na Pousada das Lajes e, querendo aproveitar a tarde ensolarada, fomos para as cachoeiras Gêmeas, distantes 30 km de Carolina. Em grandes feriados, o local pode receber quase mil pessoas, que chegam em caravanas de ônibus. Mas hoje, erámos nós e mais quatro pessoas. Uma delícia!

Curtindo as Cachoeiras Gêmeas, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA

Curtindo as Cachoeiras Gêmeas, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA


Aqui também o rio estava mais cheio e a água passava sobre uma laje onde há várias mesas chumbadas. Ali ficamos, os pés dentro d'água, comendo tiragostos e admirando aquelas duas cachoeiras lindas. A temperatura não poderia ser mais agradável e foi uma tarde maravilhosa para comemorar nosso retorno à região nordeste, por onde tanto viajamos há alguns meses. Será um retorno rápido, para conhecer a região do Parque Nacional da Chapada das Mesas, localizado no sul do Maranhão e ainda tão pouco conhecido dos brasileiros. Amanhã, devidamente acompanhados de um guia, vamos explorar o coração do parque, mais de 100 km de estradas de terra e muitas cachoeiras e rios no caminho!

Nadando no lago abaixo das Cachoeiras Gêmeas, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA

Nadando no lago abaixo das Cachoeiras Gêmeas, na Chapada das Mesas, região de Carolina - MA

Brasil, Tocantins, Araguaína, Maranhão, Carolina (P.N. Chapada das Mesas), Cachoeiras Gêmeas

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Subindo e Descendo o Villarrica - 2a Parte

Chile, Pucón

No topo do vulcão Villarrica, a 2.850 metros de altitude, na região de Pucón, no sul do Chile

No topo do vulcão Villarrica, a 2.850 metros de altitude, na região de Pucón, no sul do Chile


Então, foi com esse espírito que todo o nosso grupo assistiu atentamente às instruções que o guia nos dá antes de começarmos a caminhada. O mais importante de tudo é saber usar o piolet (a pequena picareta) que todos carregamos. Deve estar sempre no braço voltado para a montanha enquanto ziguezagueamos encosta acima e, se cairmos, deve ser fincado firmemente na neve para evitar que escorreguemos e ganhemos velocidade. No caso de uma queda, o procedimento é ficar de bruços e fincar o piolet na neve. Enquanto estivermos lentos, isso certamente evitará problemas maiores. Quase sempre, cair e escorregar não são uma grande preocupação, pois se a neve estiver mole, vamos simplesmente afundar no chão. Mas se ela tiver se transformado em gelo, é o uso correto do piolet que vai nos salvar. Melhor ainda é não cair! Portanto, atenção! Como diz o ditado, “prevenir é melhor que remediar”!

1000dias no topo do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile

1000dias no topo do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile


A magnífica visão da região de Pucón, no sul do Chile, visto do alto do vulcão Villarrica

A magnífica visão da região de Pucón, no sul do Chile, visto do alto do vulcão Villarrica


Bom, instruções dadas, lá fomos nós. Nós e as outras centenas de pessoas que subiam hoje, divididas em dezenas de grupos. Pucón está a 250 metros de altitude. O van da agência nos leva mil metros acima disso, até uma pequena estação de esqui nas encostas do vulcão e já dentro da área do parque nacional, a menos de 20 km do centro da cidade. Aí há um teleférico daqueles de cadeirinha que pode nos levar por outros 400 metros verticais, já nos 1.600 metros de altitude. A maioria dos turistas opta por isso, mas nem todos...

Turistas caminham pela crista do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

Turistas caminham pela crista do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile


No topo do vulcão Villarrica, a 2.850 m de altitude, na região de Pucón, no sul do Chile

No topo do vulcão Villarrica, a 2.850 m de altitude, na região de Pucón, no sul do Chile


Quando estivemos aqui em 1992, estudantes com pouco dinheiro no bolso, qualquer economia que fizéssemos já estava valendo. Então, nós optamos por caminhar esse trecho também, todo ele em pedras soltas, nada muito interessante para se ver. Dessa vez, a tradição tinha de ser mantida. Então, lá fomos nós caminhando novamente, eu, o Haroldo e mais um punhado de valentes. A Ana queria vir conosco, mas eu a convenci dizendo que ela levaria a mochila com nosso lanche e máquina fotográfica na cadeirinha. Além disso, teria um ângulo muito melhor para fotografar. Meio a contragosto, ela seguiu no teleférico e, 40 minutos mais tarde, todos nos reunimos lá encima.

Observando a enorme cratera do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile

Observando a enorme cratera do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile


A amedrontadora cratera do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

A amedrontadora cratera do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile


Agora sim começava a caminhada de verdade. Bastou uns poucos minutos de caminhada para o nosso guia, o simpático Hector, perceber os diferentes ritmos de caminhada. Aí, procedimento comum de várias agências, ele nos dividiu em dois grupos, o lento e o mais lento, cada um com seu guia, e assim seguimos separados, nos reunindo apenas nos pontos de parada de descanso e de lanche. O Hector é um biólogo especializado em extremófilos (pequenos organismos que vivem em condições extremas de temperatura, pressão ou acidez) e conversar com ele durante a subida foi muito interessante.

O Rodrigo, no canto direito da foto, fica minúsculo perto da enorme cratera do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

O Rodrigo, no canto direito da foto, fica minúsculo perto da enorme cratera do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile


Na beira da cratera do vulcão Villarrica, a região de Pucón, no sul do Chile, a 2.850 metros de altitude

Na beira da cratera do vulcão Villarrica, a região de Pucón, no sul do Chile, a 2.850 metros de altitude


Para nossa felicidade, a neve estava bem tranquila e nem precisamos colocar nossos grampões. A bota já nos dava segurança o suficiente. Seguimos em interminável ziguezague, muitos grupos acima de nós e outros tantos abaixo. Tem uma passagem da montanha que se chama “pinguinera”, exatamente porque de lá podemos ver essas dezenas de grupos de pessoas, todos andando em fila indiana. De longe, pequeninos contra a imensidão branca da montanha, parecem mesmo grupos de pinguins. Basta olhar algumas fotos nossas da viagem à Antártida para comparar!

Vinte e dois anos mais velhos, o Rodrigo e o Haroldo retornam ao cume do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

Vinte e dois anos mais velhos, o Rodrigo e o Haroldo retornam ao cume do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile


Em foto da viagem de 1992, com o Haroldo e o Pfeifer na subida do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

Em foto da viagem de 1992, com o Haroldo e o Pfeifer na subida do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile


Pouco depois da metade do caminho, paramos em um promontório que forma um verdadeiro mirante natural. Vista magnífica do lago Villarrica, de Pucón e das outras montanhas e vulcões da região. Um dos pontos preferidos no caminho para se tirar fotos. Aí paramos em 92, aí paramos em 2014. Fotos que, quando comparadas, servem para ver os efeitos do tempo. O cabelo está mais branco, mas a saúde continua boa o suficiente para se chegar aqui em cima, hehehe! Vamos ver daqui a 22 anos...

região de Pucón, no sul do Chile

região de Pucón, no sul do Chile


A cratera do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile. Dessa vez, não conseguimos ver, apenas ouvimos o lago de lava escondido nas profundezas do vulcão

A cratera do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile. Dessa vez, não conseguimos ver, apenas ouvimos o lago de lava escondido nas profundezas do vulcão


Mais uma longa sessão de ziguezague e chegamos finalmente ao cume. Ele é grande o suficiente para que os diversos grupos que lá chegaram se dispersem. O cheiro dos gases vulcânicos é forte e assim que chegamos mais perto da cratera, o barulho do lago de lava lá embaixo também. Uma paisagem lunar, solo cheio de cores devido aos diferentes minerais expelidos pelo vulcão: amarelo, vermelho, marrom e todas as tonalidades possíveis entre essas cores. A lava está bem baixa e não conseguimos vê-la dessa vez. O que se vê é apenas a boca no fundo da cratera, como se fosse a boca de um grande gigante. Um gigante adormecido, mas que ronca bem alto. Em 92, a lava estava mais alta e podíamos vê-la com facilidade. O lago borbulhava e, em pequenas explosões, esguichos de lava subiam 10 metros de altura. Hoje, tivemos de nos satisfazer com aquele buraco escuro e amedrontador e o bafo quente que emana de lá.

A cratera esfumaçada do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile (foto de Haroldo Junqueira)

A cratera esfumaçada do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile (foto de Haroldo Junqueira)


O impressionante lago de lava na cratera do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile. Foto de 1992

O impressionante lago de lava na cratera do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile. Foto de 1992


No nosso grupo, havia um casal de mineiros de Belo Horizonte. Chegando lá encima, ele tirou uma bandeira do Cruzeiro (meu time de coração!) da mochila e, orgulhoso, a estendeu para tirar fotos. Não pude resistir e fui tirar fotos também. Por essa, realmente eu não esperava... uma grande bandeira do Cruzeiro no alto do Villarrica. Espetacular!

Os mineiros e cruzeirenses (viva!!!) André e Fabíola subiram conosco o vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

Os mineiros e cruzeirenses (viva!!!) André e Fabíola subiram conosco o vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile


O tempo esteve firme e pudemos ficar por ali sem preocupações, tirando nossas fotos, lanchando e admirando a paisagem, para dentro e para fora. Mas chegou a hora de descer. Normalmente, esse é um momento bem chato, quando deixamos para trás o cume de uma montanha. Mas aqui no Villarrica essa história é diferente. Afinal, descer esse vulcão é ainda mais divertido do que subi-lo. Isso porque fazemos skibunda uma boa parte do caminho. Trechos que nos tomaram uma hora para subir, descemos em cinco minutos. É simplesmente sensacional!

Fazendo skibunda, a veloz descida das encostas geladas do vulcçao Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile (foto de Haroldo Junqueira)

Fazendo skibunda, a veloz descida das encostas geladas do vulcçao Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile (foto de Haroldo Junqueira)


Há duas décadas, essa técnica de descida foi uma completa surpresa para mim. Escorregávamos com a calça diretamente na neve. Uma calça que a própria agência fornecia, impermeável. Agora, as coisas evoluíram, a gente leva uma espécie de tapete de borracha para sentar em cima. Como eu já sabia dessa vez a diversão que nos esperava na descida, foi ficando cada vez mais difícil segurar a ansiedade. Mas, a hora chegou e lá estávamos nós, prontos para escorregar trechos de cem ou duzentos metros ladeira abaixo.

Descendo o vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

Descendo o vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile


A melhor parte do dia, a descida de 'ski-bunda' pelas encostas geladas do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

A melhor parte do dia, a descida de "ski-bunda" pelas encostas geladas do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile


Com centenas de pessoas escorregando todos os dias, os trilhos na neve já estão prontos. É só a gente se encaixar neles e deixar a gravidade fazer a sua parte. Com o piolet e os pés, vamos tentando controlar a velocidade de descida. Aos poucos, ganhando mais segurança e aprimorando as técnicas, ficamos mais corajosos e descemos mais e mais velozes. Um show! É como se fosse uma longa, quase interminável sequência de grandes escorregadores. Todo mundo virando criança novamente.

Pura diversão na descida das encostas geladas do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

Pura diversão na descida das encostas geladas do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile


Pura diversão na descida das encostas geladas do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

Pura diversão na descida das encostas geladas do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile


Por fim, chegamos ao final da neve e nas pedras já não é mais possível escorregar. Sem alternativas, temos mesmo é de nos levantar e voltar a caminhar. Para baixo, ninguém mais vai de teleférico e, no meio de tanta conversa, nem notamos que já estamos chegando ao estacionamento. Ali nos espera a van da agência para nos levar de volta à cidade. Olho para trás e fito o Villarrica. Mais uma vez, a montanha foi maravilhosa comigo, mais memórias para o resto da vida. Será que voltarei outra vez? Como será que o mundo vai ser em 2036? Alguém tem alguma ideia? Não sei aonde eu vou estar, mas o Villarrica, certamente estará aqui!

A Ana perto da boca do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

A Ana perto da boca do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

Chile, Pucón, Parque, Trekking, trilha, Villarrica, vulcão

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Dois Mil

Brasil, Minas Gerais, Milho Verde (P.E. Pico do Itambé)

Pausa para admirar a bela paisagem, na descida do Pico do Itambé, na região de Capivari - MG

Pausa para admirar a bela paisagem, na descida do Pico do Itambé, na região de Capivari - MG


No mundo dos alpinistas existe um número mágico: 8 mil. A partir dessa altura, as montanhas entram numa classe especial. São 14 montanhas nessa classe, todas elas no Himalaia e suas "ramificações", na Ásia. É o sonho de todo alpinista escalar algumas das "oito mil", o que dirá todas elas.

A bela região do Parque do Pico do Itambé, na região de Capivari - MG

A bela região do Parque do Pico do Itambé, na região de Capivari - MG


No Brasil, uma terra antiga e desgastada, somos mais modestos. Nossa mais alta montanha recentemente foi rebaixada para baixo dos meros 3 mil metros. É o Pico da Neblina, na fronteira com a Guiana. Nossas montanhas mais altas estão na faixa dos 2 mil metros. E mesmo isso é coisa rara. Com exceção dessas lá no extremo norte do Brasil, há apenas um punhado delas no sudeste e nada mais. A grande maioria está na Serra da Mantiqueira, perto da fronteira tríplice de Minas, Rio e São Paulo e na Serra do Caparaó, região do Pico da Bandeira, entre Minas e Espírito Santo.

Caminhando para o Pico do Itambé, na região de Capivari - MG

Caminhando para o Pico do Itambé, na região de Capivari - MG


Uma honrosa exceção, aprendi ontem, é o Pico do Itambé, quase no meio de Minas Gerais. É o ponto mais alto da Serra do Espinhaço, que se extende de Minas até a Bahia, e tem 2.055 metros de altura. Para mim, ao descobrir essa altura, o número mágico à brasileira, não tive dúvidas: "Quero subir lá!". Ainda mais que fiquei fã da Serra do Espinhaço. Por algum motivo, achei ela mais "exótica" que suas conterrâneas Mantiqueira e Canastra, sua vegetação mais florida e sua paisagem mais extraterreste, pela quantidade de pedras.

Admirando a bela paisagem no Pico do Itambé, na região de Capivari - MG

Admirando a bela paisagem no Pico do Itambé, na região de Capivari - MG


Para completar, o tempo hoje não favorecia muito as cachoeiras e eu e a Ana já estávamos um tanto quanto de saco cheio delas. Uma pena porque a região oferece dezenas delas, cada uma com sua beleza particular. Mas, como daqui a gente vai para a Serra do Cipó, região pródiga em... cachoeiras!, resolvemos que era mesmo hora de partir para vôos mais altos.

A bela vegetação do Pico do Itambé, na região de Capivari - MG

A bela vegetação do Pico do Itambé, na região de Capivari - MG


E assim partimos logo cedo, de Fiona, para a pequena Capivari, um minúsculo arraial próximo a Milho Verde e ponto de partida para o Pico do Itambé. A viagem de 16 km já é uma viagem. O tempo nublado tornou a paisagem de campos e pedras ainda mais incrível. A sensação era de estar navegando em um outro planeta, só nós, indo aonde nenhum homem jamais esteve, deitando os olhos em paisagens virgens, secretas. Depois, fiquei sabendo que existe uma trilha lindíssima para se fazer à pé entre os dois povoados.

Início da caminhada ao Pico do Itambé, na região de Capivari - MG

Início da caminhada ao Pico do Itambé, na região de Capivari - MG


Bom, chegamos em Capivari e conversamos com o Genésio, que trabalha no Parque Estadual do Pico do Itambé e se dispôs a nos guiar lá para o alto. Foi ótimo. Além de guarda-parque e guia, ele é vereador em Serro (cidade da qual Capivari é um distrito). Amante de uma boa prosa, ele e a Ana falaram praticamente o tempo todo, tornando a caminhada de 3 horas pico acima e 2 horas pico abaixo bem mais curta.

A bela vegetação do Pico do Itambé, na região de Capivari - MG

A bela vegetação do Pico do Itambé, na região de Capivari - MG


Antes de chegar ao início da trilha, a Fiona enfrentou bravamente os piores 6 km de "estradas" que ela já passou. Uma verdadeira trilha no meio de pedras, mato, areia, riachos e brejos. A nossa querida companheira de viagens e aventuras é cada vez mais nossa companheira e menos nosso carro. Parece sempre querer confirmar aquele comentário que vivemos ouvindo por aí: "Nossa, essa aí não para em nenhum lugar, né?". pois é, viva a nossa querida Fiona!

Equipe do Luz Para Todos em ação, na região de Capivari, próximo a Milho Verde - MG

Equipe do Luz Para Todos em ação, na região de Capivari, próximo a Milho Verde - MG


Quem também não para em nehum lugar são as equipes do "Luz Para Todos". No meio daquela trilha infernal, lá estava o caminhão de luz levando postes e fiação para pessoas que moram no fim do mundo à esquerda. Ponto positivo para o sapo barbudo que, desse modo, vai conseguir eleger até a Dilma. E quem vai culpar esse povo, tão feliz com a luz em casa, de votar na indicação do sapo? Aliás, o mesmo vale para o Aécio aqui em Minas, levando o asfalto a tudo quanto é lugar...

Quase no alto do Pico do Itambé, na região de Capivari - MG

Quase no alto do Pico do Itambé, na região de Capivari - MG


Voltando à trilha, é uma subida agradável, apenas com uma pirambeira mais forte. O cenário é de encher os olhos o tempo todo. Aquela vastidão, mundão grande sem porteiras, ar puríssimo, campos floridos, rios correndo lá embaixo, uns para o Jequitinhonha, outros para o Doce. As nuvens passeando sobre nossas cabeças e também sob os nossos pés. O céu azul aparecendo aqui e ali. Lá do alto, vê-se dezenas de cidades e lugarejos. O mundo é sempre mais bonito quando se ultrapassa os dois mil metros de altura!

O cruzeiro no alto do Pico do Itambé, na região de Capivari - MG

O cruzeiro no alto do Pico do Itambé, na região de Capivari - MG


Voltamos já escurecendo e nem tivemos tempo para visitar aquela que seria a mais bonita cachoeira da região, com o maravilhoso nome de "Cachoeira do Tempo Perdido". Na pressa de continuar nossa jornada, essa vai ficar para depois. Mas recomendo a todos que visitem Milho Verde, Capivari, suas montanhas e suas cachoeiras. Com tempo! Cada minuto por aqui, do alto do Itambé ao fundo das cachoeiras, não será perdido não. será ganho, muito bem ganho!

Aquecendo-se ao sol, na descida do Pico do Itambé, na região de Capivari - MG

Aquecendo-se ao sol, na descida do Pico do Itambé, na região de Capivari - MG

Brasil, Minas Gerais, Milho Verde (P.E. Pico do Itambé), Montanha, Parque, Pico do Itambé, Trekking, trilha

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Fim de Tarde na Antártida

Antártida, Half Moon Island

O visual gelado de Half Moon Island, na Antártida

O visual gelado de Half Moon Island, na Antártida


Aproveitando que estamos na primavera do hemisfério sul e em altas latitudes (mais de 60 graus!), nossas atividades vão até bem tarde, enquanto ainda há luz no céu. Por aqui, nesses dias, só escurece mesmo depois das 10 da noite. Foi isso que possibilitou termos tido um dia tão longo hoje e só desembarcar em Half Moon Island, pelo menos nós do grupo de caiaque, depois das oito da noite. Ou oito da tarde, sendo mais preciso.

Desembarcando na gelada e pequena ilha de Half Moon Island, na Antártida

Desembarcando na gelada e pequena ilha de Half Moon Island, na Antártida


Caminhando em trilha demarcada em Half Moon Island, na Antártida

Caminhando em trilha demarcada em Half Moon Island, na Antártida


Localizada entre duas ilhas maiores, Livingston e Greenwich, do arquipélago de Shetland do Sul, a pequena Half Moon tem apenas 1,7 km2 de área, mas mesmo assim é muito popular entre os navios de turismo. Aqui há uma pequena trilha de quase um quilômetro que leva a uma colônia de pinguins chinstrap, além de possibilitar belas cenas de grandes rochedos e geleiras à distância, nas ilhas maiores.

Colônia de pinguins chinstrap em Half Moon Island, na Antártida

Colônia de pinguins chinstrap em Half Moon Island, na Antártida


Pinguins chinstrap se reúnem em rochedo no alto de Half Moon Island, na Antártida

Pinguins chinstrap se reúnem em rochedo no alto de Half Moon Island, na Antártida


Uma enorme geleira na ilha em frente à Half Moon Island, na Antártida

Uma enorme geleira na ilha em frente à Half Moon Island, na Antártida


Como ainda não estamos no verão, a trilha ainda está coberta de gelo e neve, o que não nos impede de caminhar sobre ela. Na verdade, para nós brasileiros, só faz ela ficar mais interessante! Se os pinguins conseguem caminhar por aqui, daquele jeito desajeitado que tem, nós também podemos!

Passageiros do Sea Spirit se aproximam de colônia de pinguins chinstrap em Half Moon Island, na Antártida

Passageiros do Sea Spirit se aproximam de colônia de pinguins chinstrap em Half Moon Island, na Antártida


Passageiros do Sea Spirit se aproximam de colônia de pinguins chinstrap em Half Moon Island, na Antártida

Passageiros do Sea Spirit se aproximam de colônia de pinguins chinstrap em Half Moon Island, na Antártida


O Bart, nosso passageiro artista, faz seus desenhos durante visita à Half Moon Island, na Antártida (foto de Marla Barker)

O Bart, nosso passageiro artista, faz seus desenhos durante visita à Half Moon Island, na Antártida (foto de Marla Barker)


E assim, com todo o cuidado, chegamos até a colônia de pinguins chinstrap em uma das pontas da ilha. Ao contrário dos pinguins gentoo, que dividem com os chinstraps a pequena Half Moon Island e preferem ficar perto da praia, os chinstrap gostam mais do alto, perto dos rochedos. Devem apreciar a vista de lá, as geleiras ao longe e um grande rochedo coberto por liquens e fungos para lhes fazer sombra.

Pinguins da espécie gentoo e chinstrap se encontram em Half Moon Island, na Antártida

Pinguins da espécie gentoo e chinstrap se encontram em Half Moon Island, na Antártida


Um solitário pinguim chinstrap parece procurar seus amigos em meio ao gelo de Half Moon Island, na Antártida

Um solitário pinguim chinstrap parece procurar seus amigos em meio ao gelo de Half Moon Island, na Antártida


Pinguim chinstrap atravessa campo de gelo em Half Moon Island, na Antártida

Pinguim chinstrap atravessa campo de gelo em Half Moon Island, na Antártida


Interessante acompanhar a caminhada deles da praia até o alto, cruzando com os pinguins gentoo no caminho (será que conversam algo?) e um escorregadio campo de gelo. Depois, quando chegam à área rochosa, aproveitam para segurar uma pequena pedra no bico e, com todo o cuidado trazê-la para cima. É com elas que constroem seu ninho.

Com todo o cuidado, pinguim chinstrap carrega pequena pedra para fazer seu ninho em Half Moon Island, na Antártida

Com todo o cuidado, pinguim chinstrap carrega pequena pedra para fazer seu ninho em Half Moon Island, na Antártida


Com todo o cuidado, pinguim chinstrap carrega pequena pedra para fazer seu ninho em Half Moon Island, na Antártida

Com todo o cuidado, pinguim chinstrap carrega pequena pedra para fazer seu ninho em Half Moon Island, na Antártida


Além dos pinguins e do belíssimo e gelado visual polar, também tivemos a sorte de encontrar mais uma espécie de foca para a nossa coleção: a foca weddell. Estava lá tranquila, descansando sobre a neve e, só de vez em quando, nos dando a honra de um olhar ou outro.

Foca weddel, caracterizada por essas manchas na pelagem, descansa no gelo de Half Moon Island, na Antártida

Foca weddel, caracterizada por essas manchas na pelagem, descansa no gelo de Half Moon Island, na Antártida


Encontro com uma foca weddell em Half Moon Island, na Antártida

Encontro com uma foca weddell em Half Moon Island, na Antártida


O nome dessa foca vem do nome do primeiro europeu a avistá-las, o inglês James Weddell, que também empresta seu nome a um dos mares que circunda a Antártida. Essa foca é o mamífero que vive mais ao sul do mundo, por isso ela demorou mais para ser “descoberta”. Vive ao redor de toda a Antártida e, ao contrário de sua primas, a foca crabeater e a ross, gosta mais de terra firme com gelo que o gelo que se forma sobre o mar.

Uma foca weddell descansa sobre o gelo em Half Moon Island, na Antártida

Uma foca weddell descansa sobre o gelo em Half Moon Island, na Antártida


Um pouco maior que a crabeater, ela é facilmente distinguível pelas manchas arredondadas em sua pele e pelos. Os quase 1 milhão de indivíduos que se calcula existir se alimentam de krill, pequenos peixes e, eventualmente, até pinguins e filhotes de outras focas. Ao mesmo tempo, têm de fugir das focas leopardo e das orcas, seus únicos predadores naturais.

Colônia de pinguins chinstrap em Half Moon Island, na Antártida

Colônia de pinguins chinstrap em Half Moon Island, na Antártida


Pinguim chinstrap aproveita o fim de tarde em Half Moon Island, na Antártida

Pinguim chinstrap aproveita o fim de tarde em Half Moon Island, na Antártida


Um pinguim chinstrap em Half Moon Island, na Antártida

Um pinguim chinstrap em Half Moon Island, na Antártida


E assim, com as últimas luzes do dia e depois de ver e fotografar duas espécies de pinguins e conhecer um novo tipo de foca, voltamos ao Sea Spirit para um merecido jantar. Amanhã, finalmente, será o grande dia de pisarmos em solo antártico de verdade, no próprio continente. Nada de ilhas, queremos o continente mesmo. Antártida, aí vamos nós!

O aspecto polar de Half Moon Island, na Antártida, no final de tarde

O aspecto polar de Half Moon Island, na Antártida, no final de tarde


No fim de tarde durante visita à Half Moon Island, na Antártida

No fim de tarde durante visita à Half Moon Island, na Antártida

Antártida, Half Moon Island, Bichos, foca weddell, Pinguim, trilha

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Para o Norte!

Colômbia, Bogotá, Barichara

Foto de despedida do Douglas, em seu apartamento em Bogotá - Colômbia, um pouco antes de partirmos para o norte do país

Foto de despedida do Douglas, em seu apartamento em Bogotá - Colômbia, um pouco antes de partirmos para o norte do país


Dia de deixar Bogotá em definitivo, mas não foi fácil. A Clarita foi trabalhar logo cedo, depois das difíceis despedidas. A esta altura, eu já tinha levantado e carregado toda a Fiona. Trabalho duro, pois tínhamos tirado toda a bagagem para ela tomar um merecido banho antes de irmos para Villa de Leyva.

Depois, foi a vez do Douglas acordar, após a grande performance de ontem. Juntos, fomos à casa da sogra dele, para nos despedir da energética Amelie, que ficou muito amiga da Ana. Voltamos para casa a tempo dele ser pego pela van da banda. Tinham novo show hoje, desta vez como atração principal. Mais uma dura e emocionada despedida.

Depois de tantas lágrimas, foi a vez de São pedro mandar as suas, sob a forma de pedras de gelo. Uma tempestade de granizo como há muito Bogotá não conhecia. Os gramados ficaram brancos! Por fim, mais uma meia hora de espera na loja onde deixamos algumas mochilas para serem consertadas e, finalmente, estávamos na estrada novamente, rumo ao Alaska!


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Bem, não vamos diretamente, claro! Aqui mesmo na Colômbia ainda temos algumas paradas. A primeira delas foi, depois de muitas horas de viagem e chegada já de noite, numa das mais belas cidades coloniais do país, a pequena e pacata Barichara. Daqui seguimos amanhã para Bucaramanga, metrópole moderna no centro do país, bem ao lado do impressionante canyon de Chicamocha. No caminho, a pequena San Gil, principal base de uma região que oferece todo tipo de esporte de aventura. De Bucaramanga seguimos para Mompós, ao lado do rio Magdalena, a cidade que inspirou Gabriel Garcia Marques no seu clássico "Cem Anos de Solidão". Finalmente, dali seguimos para Cartagena, na costa do Caribe, nosso porto de embarque para a América Central. Enfim, se ainda há tanto por fazer aqui na Colômbia, imagina até o Alaska. De vez em quando ainda bate aquela dúvida se vamos mesmo chegar (e voltar!)...

Foto de despedida do Douglas, em seu apartamento em Bogotá - Colômbia, um pouco antes de partirmos para o norte do país

Foto de despedida do Douglas, em seu apartamento em Bogotá - Colômbia, um pouco antes de partirmos para o norte do país


Bom, pelo menos até Barichara chegamos. Bem de noite, ruas estreitas e de pedra, sem viva alma nas ruas (se desconsiderarmos os gatos). Parecia uma cidade fantasma. Com jeito, achamos um hotel. E também um restaurante, espanhol. Um verdadeiro deleite! Um delicioso jantar, o primeiro do resto das nossas vidas. De barriga cheia e com cama limpa, estamos prontos para o longo dia de amanhã!

Colômbia, Bogotá, Barichara,

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New Orleans

Estados Unidos, Alabama, Tuscaloosa, Louisiana, New Orleans

Ana participa de banda de jazz em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos

Ana participa de banda de jazz em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos


Sempre achei que algumas poucas cidades dos Estados Unidos eram especiais, diferentes das outras. Entre elas, San Francisco, Nova Iorque e New Orleans. As duas primeiras eu já conhecia e realmente são incríveis. Mas New Orleans e sua famosa Bourbon Street, cidade de origem francesa onde se respira o jazz, essa eu só conhecia pela fama. Desde o início da nossa viagem dos 1000dias, estava no topo da lista de cidades que queríamos passar aqui no Tio Sam. Finalmente, chegou a hora e esses dois dias por aqui apenas confirmaram as nossas expectativas. New Orleans é especial!

Despedida do Andrew, em frente à sua casa em Tuscaloosa, no Alabama - Estados Unidos

Despedida do Andrew, em frente à sua casa em Tuscaloosa, no Alabama - Estados Unidos


Chegando à Louisiana, no sul dos Estados Unidos

Chegando à Louisiana, no sul dos Estados Unidos


A gente saiu ontem pela manhã de Tuscaloosa, depois de nos despedirmos do Andrew e Jen e nos prometer que o próximo encontro não demorará outros 13 anos. Cruzamos o Alabama, passamos outra vez pelo Mississipi e chegamos à Louisiana, estado à beira do Golfo do México. Não demorou muito e já estávamos cruzando a longa ponte sobre o lago Ponchartrain que nos leva até New Orleans, na boca do rio Mississipi.

A longa ponte para chegar à New Orleans (que já aparece ao fundo!), na Louisiana - Estados Unidos

A longa ponte para chegar à New Orleans (que já aparece ao fundo!), na Louisiana - Estados Unidos


O Superdome, qie ficou famoso na época do Katrina (em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos)

O Superdome, qie ficou famoso na época do Katrina (em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos)


Passamos pelo Super Dome, enorme ginásio coberto que ficou famoso na época do Katrina e fomos para o Garden District, onde estão as melhores opções de hospedagem na cidade, charmosas casas transformadas em hotéis e pousadas. Não demorou muito para descobrirmos que chegar à New Orleans às vésperas de um final de semana sem reserva não é uma boa. Em todos os hotéis que averiguamos até havia lugar para a noite de ontem, mas para a de hoje, estavam lotados. Finalmente, depois de uma hora de procura, achamos um hostal meio escondido, numa rua lateral. Ótima opção, preço razoável, localização excelente.

Casa típica do Garden District, em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos

Casa típica do Garden District, em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos


Afinal, além da vizinhança charmosa do Garden District, com suas casas centenárias, estávamos a um quarteirão da linha de bonde, o mais que simpático transporte para o French Quarter, o centro da cidade. Uns 10 minutos de bonde, ou trinta minutos de caminhada. É lógico que preferimos o bonde e assim foi nesses dois dias, bonde na ida e táxi na volta, já de madrugada.

Pegando o bonde em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos

Pegando o bonde em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos


O simpático bonde de New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos

O simpático bonde de New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos


New Orleans tem origem francesa, os primeiros colonizadores de toda a região ao longo do Mississipi. A cidade era a mais importante em todo o curso do rio, pois controlava sua foz e portanto, o acesso à navegação do Mississipi. Em 1760, com a derrota na Guerra dos 7 Anos, a França cedeu todas as suas colônias na América do Norte, a parte ao leste do Mississipi para a Inglaterra e ao oeste para a Espanha. New Orleans passou a ter um governador espanhol.

Homenagem aos grandes nomes do jazz em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos

Homenagem aos grandes nomes do jazz em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos


Quarenta anos mais tarde, o cenário tinha mudado. Os Estados Unidos tinham conseguido sua independência e controlavam todo o território ao leste do Mississipi. O rio já era uma importante artéria de comércio, toda a produção ao oeste dos Apalaches fluindo por suas águas. Para o novo país, era essencial manter o acesso livre no rio. Enquanto isso, na Europa, a França vivia sob Napoleão, mais forte do que nunca, mas sempre às turras com a Inglaterra. Os franceses tinham acabado de perder sua mais rica colônia no Caribe, o Haiti, depois de uma violenta rebelião dos escravos (o Haiti foi o segundo país das Américas a conseguir sua independência, logo depois dos EUA). Napoleão tinha grandes planos para o Novo Mundo e isso incluía o Haiti e a Louisiana, região onde está New Orleans, então sob controle espanhol.

St Louis Cathedral, em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos

St Louis Cathedral, em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos


Sob forte pressão francesa, os espanhóis acabaram cedendo toda a região novamente, num tratado secreto. Ao mesmo tempo, Napoleão mandou seus soldados reconquistarem o Haiti, que seria o centro do império francês nas Américas. A Louisiana serviria apenas para abastecê-lo. Para os americanos, um péssimo cenário, com uma grande potência logo ali do lado e controlando a foz do rio que já era vital para sua economia. Mas os planos de Napoleão foram vencidos pela febre amarela. Quase dois terços de seus soldados morreram no Haiti, depois de vitórias militares, mas sem saber lidar com a doença. Voltaram para casa de mãos abanando. Sem a posse da ilha, Napoleão já não via muito sentido na posse da Louisiana. Os americanos viram a grande oportunidade e se ofereceram para comprar a cidade e arredores. Para sua surpresa, Napoleão ofereceu muito mais: toda a região que ia da foz do rio até a fronteira atual com o Canadá, ao norte, e até as Montanhas Rochosas no oeste (claro que ninguém perguntou para os índios que ali moravam o que eles achavam do negócio...). Sem acreditar em tamanha sorte, os americanos não titubearam e fecharam negócio na hora. Por 15 milhões de dólares, duplicaram seu território e ainda garantiram a posse da tão ambicionada New Orleans. Junto com a terra, vieram algumas dezenas de milhares de católicos de origem francesa e espanhola, o que mudaria para sempre a composição da população americana, que na época era quase completamente protestante. Já Napoleão, usou todo o dinheiro da venda para financiar sua tão sonhada invasão da Inglaterra, o que nunca aconteceu. Muito pelo contrário, a França acabou ficando sem o Haiti, sem a Louisiana e sem Napoleão, vencido e preso pelos ingleses.

Banda de jazz toca nas ruas de New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos

Banda de jazz toca nas ruas de New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos


A posse da cidade era tão importante que foi justamente ali que se deu a principal vitória americana na guerra contra os ingleses, em 1811. A guerra terminou empatada, com algumas vitórias e derrotas para os dois lados. A capital, Washington, foi ocupada e queimada, mas New Orleans e o controle do rio resistiram ao ataque e, desde então, nada mais ameaçou a posse americana da região. Ao contrário, foi exatamente essa batalha que ajudou a cimentar o sentimento de nacionalidade americana entre os habitantes da região.

Homenagem a Louis Armstrong no parque que leva o seu nome, em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos

Homenagem a Louis Armstrong no parque que leva o seu nome, em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos


Outro componente essencial de New Orleans foi sua população negra. Os espanhóis transformaram a cidade no seu centro de distribuição de escravos. Então, quando a cidade passou para as mãos dos americanos, os negros já eram sua maioria. Na Guerra da secessão, New Orleans começou ao lado dos confederados, mas foi logo conquistada pela União. O caldeirão de culturas da cidade, espanhola, francesa, americana e africana, católica e protestante acabou criando, entre outras coisas, o jazz, música-símbolo de todo o país. Criou também o “Madrigas”, ou carnaval americano. Nasceu numa praça de New Orleans, hoje chamada de Congo Square, único lugar da cidade, e provavelmente do país, onde a população escrava podia se divertir de forma permitida e oficial, por alguns dias. As festas que ali faziam continuaram depois da abolição da escravatura, sempre com muita música. Acabou virando um festival e o maior carnaval do país.

Marujos caminham na famosa Bourbon Street, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos

Marujos caminham na famosa Bourbon Street, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos


Casa de shows na Bourbon Street, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos

Casa de shows na Bourbon Street, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos


Nessa cidade passamos dois deliciosos dias. Íamos de bonde para o centro e caminhávamos pela Bourbon Street. A mais famosa rua da cidade está tomada de bares que oferecem cerveja barata e shows de reputação duvidosa, meninas na porta, sempre com pouca roupa, convidando solteiros e casados a entrarem e darem uma olhada. A concorrência é enorme, não só na oferta, mas também na demanda. Afinal, são milhares de pessoas caminhando por ali, desde marinheiros nos dias de folga até excursões de estudantes vindas de todo o país. Soma-se a isso turistas de todo o mundo, famílias caminhando juntas e os convidados das dezenas de casamentos que são realizados na cidade todos os finais de semana (New Orleans concorre com Las Vegas como centro “casamenteiro” mais querido do país) e tem-se a Torre de Babel misturada com Gomorra que é a Bourbon Street. Sempre ao som de jazz que escapa das dezenas de bares e das bandas que se apresentam pela rua.

Congo Square, um raro lugar de diversão para os escravos em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos

Congo Square, um raro lugar de diversão para os escravos em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos


Para poder respirar um pouco, seguíamos para as ruas laterais, para admirar a arquitetura completamente distinta da cidade, nada de arranha-céus envidraçados e lojas de fast-food. Pelo menos, não ali no centro histórico. Aliás, falando em comida, come-se muito bem por ali, cozinha típica do sul. Nosso jantar na noite de hoje, no Irene´s, fez cada minuto de espera ter valido à pena, um verdadeiro banquete, não na quantidade, mas na qualidade da comida. Uma delícia! Já de dia, ficávamos com os sanduíches locais, conhecidos como po´boys.

Po-Boy e cerveja da Louisiana em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos

Po-Boy e cerveja da Louisiana em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos


Imperdível também é um passeio pela orla do Mississipi, quase em frente à principal praça da cidade, a belíssima Jackson Square. Por ali passam réplicas dos famosos barcos com aquelas enormes rodas d’água na popa. Hoje esses barcos levam turistas rio acima, mas por dezenas de anos eram o transporte mais conhecido da região, um verdadeiro símbolo de uma época e da navegação no Rio Mississipi.

Vendedor de rosas na Bourbon Street, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos

Vendedor de rosas na Bourbon Street, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos


O barco tradicional do Mississipi, que hoje faz passeios com turistas em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos

O barco tradicional do Mississipi, que hoje faz passeios com turistas em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos


De noite, a melhor pedida é seguir para a Frenchmen Street, a poucos quarteirões dali. A rua se parece com o que deveria ser a Bourbon Street antes de ser tomada pelos shows de reputação duvidosa. São vários pequenos bares, um ao lado do outro, tocando excelente música e com plateia bonita e animada. Para quem gosta de jazz, vai adorar. Para quem não gosta, vai aprender a gostar! São jovens e velhos, homens e mulheres, brancos e negros, todos se misturando em bandas ecléticas tocando música da melhor qualidade. O prazer em transitar entre esses bares foi o mesmo que tivemos em Memphis, quando estávamos no meio do Blues. Que delícia ver com os próprios olhos (e ouvir com os próprios ouvidos!) que existe muita música além do rock. Ou, para baixar o nível, além do sertanejo e do Michel Teló. Não só existe a música como também uma legião de fãs entusiasmados que sabem apreciá-la.

Muito jazz nos bares da Frenchman Street, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos

Muito jazz nos bares da Frenchman Street, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos


Muito jazz nos bares da Frenchman Street, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos

Muito jazz nos bares da Frenchman Street, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos


Falando em música, ainda de tarde tivemos a sorte de passar pela catedral da cidade, justo na hora em que a banda da Marinha se apresentava por ali, aproveitando a excelente acústica do interior da prédio. Igreja lotada para o concerto, no meio da multidão dois brasileiros deslumbrados pela oportunidade de ouvir clássicos do jazz tocados de forma primorosa por uma banda de mais de 50 marinheiros. Muito joia!

Interior lotado da St. Louis Cathedral, em dia de apresentação de banda da marinha (em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos)

Interior lotado da St. Louis Cathedral, em dia de apresentação de banda da marinha (em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos)


Apresentação da banda da marinha na St. Louis Cathedral, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos

Apresentação da banda da marinha na St. Louis Cathedral, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos


Amanhã cedo deixamos a cidade rumo à Flórida. Mesmo antes de sair daqui, já estamos com saudades. O clima festivo de New Orleans é contagiante, assim como o prazer de caminhar nas suas ruas charmosas onde as pessoas descansam em suas varandas e leem jornais na porta das casas, num ritmo de vida mais adaptado ao calor, sem o frenesi nova-iorquino, um tipo de ritmo baiano em pleno Estados Unidos. Só trocaram o axé pelo jazz...

Tarde de leitura em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos

Tarde de leitura em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos

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